segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Santa Sarah. A Filha de Jesus Cristo.



Gnosticismo. Contam as antigas lendas francesas relacionadas a descendência de Jesus Cristo e Maria Madalena que durante a perseguição aos cristãos primitivos ocorridas nos anos seguintes à  crucificação, alguns dos discípulos do Grande Kabir (1440-1518) poeta místico da Índia medieval, e pessoas próximas ao Divino Casal fugiram da Judeia num barco e chegaram à costa sul da Gália, atual França. Na embarcação usada para a fuga pelo mar Mediterrâneo estavam os irmãos Lázaro, Maria Madalena e Marta, juntamente com a mãe dos apóstolos João e Tiago, chamada Maria Salomé. Acompanhados ainda por Maria de Cleofas, a tia de Jesus e Maximim d’ Aix, um dos setenta e dois discípulos de Jesus Cristo e famoso evangelizador da região de Aix en Provence, comuna francesa. Além de todos eles, participava desta jornada uma jovem de pele morena, supostamente vinda do Alto Egito para servir à tia de Jesus com serva. Seu nome era Sarah, quem atualmente vem sendo identificada na literatura sobre a descendência familiar de Jesus Crsto como sendo sua filha com Maria Madalena. Esta tradição ressurgiu com força na década de 1980, graças a obra O Santo Graal e a Linhagem Sagrada, dos escritores Michael Baigent (1948-2013), Richard Leigh (1943-2007) e Henry Lincoln (1930-  ) sendo o autor da obra O Santo Graal e a Linhagem Sagrada. Nos últimos anos, as teorias sobre os frutos da união matrimonial celebrada entre Jesus e sua principal discípula vêm ganhando cada vez mais forças no imaginário popular graças a publicação de novos romances históricos baseados nas ideias que acabaram sendo popularizadas pelo escritor Dan Brown. Alguns autores mais recentes que aproveitam o sucesso do best-seller O Código Da Vinci e a ideia que identifica o Santo Graal com o sangue real dos herdeiros do Salvador e sua esposa redimida sugerem que Santa Sarah, a menina egípcia que acompanhou os familiares e discípulos de Jesus Cristo na embarcação ruma às terras francesas, era na verdade a filha do divino casal da Galileia. Este é o caso do Livro A Mulher com o Vaso de Alabastro: Maria Madalena e o Santo Graal, escrito por Margaret Starbird (1942-  ) e publicado em 1993. Essa obra contem a ideia de que Santa Sarah é a filha de Jesus e Madalena, e que este fato seria a autêntica fonte da lenda associada com a mística de Saintes Maries de la Mer. Como já mencionamos acima, a tradição local afirma que a cidade de Saint Marie de la Mer (comuna francesa na região da Provença Alpes, foi o porto onde os familiares e discípulos de Jesus desembarcaram de sua fuga pelo Mediterrâneo. No barco estavam as chamadas Três Marias: Maria Madalena, Maria Salomé e Maria de Cleofas, as três mulheres que primeiro que primeiro testemunharam a tumba vazia de Jesus, e cujas relíquias são o foco de devoção de peregrinos. Assim que Jesus foi crucificado as Três Marias e sua comitiva teriam partido da cidade egípcia de Alexandria acompanhadas de seu tio, José de Arimatéia. As lendas francesas sustentam que a embarcação chegou ao território que hoje corresponde ao sul da França, onde havia uma fortaleza que hoje corresponde ao sul da França, onde havia uma fortaleza chamada Oppidum Ra. O local passou logo a ser conhecido como Notre Dame de Ratis, pois Ra se tornou Ratis, que em latim significa algo como navegar. Mais tarde torna-se Notre Damede la Mer, e no século XIX, Saintes Maries de la Mer. Margaret Starbird afirma que o nome Sarah significa “princesa” em hebraico, um forte indicativo de que ela seria a descendente esquecida do “Sang Réal”, o sangue real do Rei dos Judeus. O esquecimento de Sarah teria sido consequência da supressão que o Catolicismo Romano realizou sobre a veneração e a devoção ao Sagrado Feminino, resultando num desequilíbrio espiritual da doutrina cristã. Para a autora, o Cristianismo Primitivo incluía a celebração do chamado Hierosgamo, que significa casamento sagrado, a união sexual divina e divinizante, o mesmo Sacramento da Câmara Nupcial dos antigos gnósticos, e o Grande Arcano dos gnósticos contemporâneos, tal como foi ensinado por Samael Aun Weor (1917-1977) em sua extensa obra. Esta celebração oferecia um modelo arquetípico do noivo, Jesus Cristo, e da noiva, Maria Madalena, ensinando a metafísica  da união do Espírito Puro, Real Ser Interior, com a Alma Arrependida, que vai sendo liberta dos Eus Psicológicos, e a ciência  da união sexual entre homem e mulher. Este último corresponde à mescla inteligente do erótico com o sagrado, um ato religioso capaz de converter seus adeptos em deuses, ou seja, de leva-los à união com a Divindade para conhecer seus mistérios. Este modelo de unidade conciliadora da dualidade acabou sendo perdido logo nos primeiros séculos do Cristianismo. Uma verdadeira tragédia espiritual que acabou excluindo as lideranças femininas, o que era muito comum no tempo dos primeiros discípulos de Jesus. Margaret Starbird insiste que tal parceria sagrada é universal e apenas reflete aquela existente em outras regiões do planeta, em contextos religiosos muito anteriores ao daquele em que se formou a religião do Cristo. Nos dias atuais, para o bem da retomada do equilíbrio de gêneros na religiosidade cristã e a revisão da importância da sexualidade para uma espiritualidade conciliadora do humano como o divino. Santa Sarah converteu-se num instrumento de oposição aos velhos padrões autoritários e de rigidez hierárquica, onde o masculino impera  à força e as cegas sobre o feminino. Isso por puro medo de perder seu poder e de ser tragado pela sensualidade que secretamente deseja. E para o esoterismo gnóstico, Santa Sarah representa o fruto maravilhoso deste casamento divino que acontece no interior de cada discípulo que celebra o Hierosgamos,  que recebe o Sacramento da Câmara Nupcial que opera com o grande Arcano ensinado pelo gnosticismo nos dias atuais. Este fruto é a alma cristificada, livre de toda amarra psicológica, das ilusões e dos apegos mundanos, pronta para experimentar a Gnosis e com ela a verdade. http://www.sgi.org.br. Abraço. Davi.

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