domingo, 29 de novembro de 2015

Amizade.



Budismo Nitiren Daishonin. Daisaku Ikeda (1928-  ). No decorrer da vida, nós desfrutamos a companhia de diferentes tipos de amigos. Os amigos de nossa infância que nós podemos lembrar vagamente. Os amigos da escola primária. O melhor amigo da adolescência. Colegas que encontramos no serviço. Amigos que compartilhamos bons momentos. Companheiros de farra. E na medida que envelhecemos, um amigo no qual podemos tomar um chá juntos enquanto conversamos. Não importa em que estágio da vida ou que tipo de amizade. Esta é uma pura conexão entre duas pessoas, um elo de sinceridade mútua, imune aos cálculos de perdas e lucros. Nas amizades da infância, a criança não é madura o suficiente para valorizar o outro indivíduo com profundidade. Mas, na adolescência aprendemos através do ato de se ter um amigo, acreditar nele e corresponder a sua confiança quer seja por uma promessa, que temos a primeira experiência em desafiar a si mesmo e a prezar outras pessoas. Mesmo entre os quase 7 bilhões de habitantes neste planeta, é muito raro encontrar amigos genuínos e incondicionais nos quais podemos expor o nosso Eu de modo integral e que serão capazes de compreender os nossos sentimentos e pensamentos sem a necessidade de palavras. Tal preciosa amizade pode ser mantida no decorrer de anos. Eu sinto que é especialmente importante para as mulheres não cresceram longe de seus amigos próximos quando casam ou quando ocorrem grandes mudanças em suas vidas. A medida que envelhecerem, seus pais poderão falecer, poderá ocorrer um divórcio ou mesmo a morte do cônjuge. Este é o inevitável ritmo da vida. Os filhos se tornam independentes e deixam o lar. E no decorrer dos anos, o senso de isolamento na mulher pode aumentar. Assim, eu penso que a chave para se viver uma vida plena reside no ato de termos ao menos um amigo verdadeiro no qual podemos conversar sobre tudo. Nós choramos por sua dor e dançamos com alegria por sua felicidade. E esta troca de emoções nos torna abertos para o mundo e outras pessoas. Ser uma pessoa de espírito generoso que respeita o caráter e personalidade daqueles ao seu redor, mesmo que estes sejam diferentes, é a base da amizade. Especialmente valiosas são as amizades que transcendem as barreiras de raça, nacionalidade e outras barreiras. Eu me lembro claramente quando li o livro de Romain Rolland sobre a amizade de duas pessoas. Christophe e Olivier que tinham características contrastantes. Christophe era alemão, Olivier era francês. Enquanto Christophe era forte e cheio de vida, Olivier era fisicamente fraco mas de extrema sensibilidade. A medida que a amizade entre os dois crescia, os dois "se vislumbravam com o que descobriam no convívio mútuo. Havia tanto o que compartilhar (...)." Christophe e Olivier debatiam vigorosamente sobre as diferenças entre seu povo, arte, liberdade e humanidade e no decorrer das conversas acabaram descobrindo um novo mundo. Algumas vezes, eles se exaltavam, nos momentos em que não conseguiam entender um ao outro, mas esta amizade foi capaz de sobreviver mesmo quando a França e a Alemanha estava prestes a entrar em guerra uma contra a outra. Eu tenho a absoluta convicção de que quando construímos redes de amizade que atravessam as fronteiras nacionais, compreendendo que todos somos partes de família humana, nós seremos capazes de sobrepujar todas as barreiras étnicas e religiosas. Por fim, serão estes laços de amizade que irão criar um mundo pacífico. Desta forma, como podemos dar início a este processo no âmbito pessoal? Muito simples, basta nos munirmos de coragem, sermos capazes de abrir o coração e começarmos verdadeiros diálogos. Assim, novas e inesperadas amizades poderão surgir. Fazer e desenvolver amizades depende de cada um, não de outra pessoa. Tudo provém da sua própria atitude e iniciativa. As relações humanas são como um espelho. Logo, se pensa de si mesmo: Caso ele fosse um pouco mais gentil comigo, eu poderia me abrir com ele, em compensação, a outra pessoa poderia pensar: Caso ela fosse mais franca comigo, eu poderia ser mais gentil. Caso haja sinceridade por sua parte, naturalmente, estará cercado de bons amigos algum dia. As pessoas que não temem ser autênticas são capazes de fazer amigos de confiança. Um verdadeira amizade conecta indivíduos autoconfiante que compartilham um laço em comum. Da mesma forma que um bambuzal, cada bambu se impõe ereto e independente em direção aos céus. Mas, abaixo do nível do solo, aonde ninguém observa, as suas raízes são todas entrelaçadas. Em contrapartida, a amizade entre pessoas que isentas de uma clara direção na vida pode se tornar estagnada ou dependente. A amizade deve ser mais do que um simples elo com pessoas que passam a maior parte do tempo ao seu lado, o que lhe emprestam dinheiro ou simplesmente são gentis. A verdadeira amizade envolve um comprometimento real e nos impulsiona a cuidar da outra pessoa, mesmo que possamos arriscar o nosso próprio bem-estar em alguma ocasião. É fácil encontrar maus amigos que irão encorajar as nossas fraquezas. Em contraste, um bom amigo é realmente difícil de se encontrar. O sr. Makiguti, o professor primário que fundou a Soka Gakkai, dizia que a amizade pode ser dividida em três tipos. Por exemplo: um amigo precisa de dinheiro emprestado. O ato de emprestar o dinheiro é considerado um ato de pequeno bem, enquanto que, ajudá-lo a encontrar um emprego é classificado como um ato médio. Entretanto, caso seu amigo tenha o caráter de ser preguiçoso, então ajudá-lo desta forma somente irá perpetuar seus hábitos negativos. Neste caso, a verdadeira amizade está em ajudar esta pessoa a mudar sua natureza preguiçosa que é a causa fundamental do seu sofrimento. Um verdadeiro amigo geralmente diz o que algumas vezes não queremos ouvir, mas que é de extrema necessidade para que possamos nos manter na linha e que cresçamos integralmente como seres humanos. Somente um verdadeiro amigo pode tornar nossas vidas duas ou três vezes mais rica. Uma pessoa com tal amigo nunca irá se sentir perdida. http://www.maisbelashistoriasbudistas.com.br. Abraço. Davi.
Fonte: Mirror Weekly – Semanário publicado na República das Filipinas – 14/09/1998
Preciosa Colaboração de Charles Chigusa 

sábado, 28 de novembro de 2015

Quem É Jesus Cristo.



A reflexão a seguir é fruto de um artigo que li recentemente dos Testemunhas de Jeová. Uma denominação cristã com ramificações em todo o mundo ocidental difundindo seus ensinamentos tendo duas vertentes principais: a auto afirmação de Jeová Deus como o absoluto e proeminente entre as demais Pessoas da Trindade Divina e o Sétimo Dia (sábado) como um requisito (mandamento da lei divina terminativo) para o discípulo de Jeová alcançar o Reino de Deus. Esse será futuramente estabelecido na terra restaurada, sendo um novo Céu e uma nova Terra onde habitarão a justiça. Havendo também um controverso ponto entre os Testemunhas de Jeová quanto a execução do Cristo ou seu sacrifício vicário. Segundo eles baseados em tradições antigas dos Persas, Assírios, Gregos e Romanos foi efetuado em uma estaca de madeira e não em uma cruz. Uma questão espinhosa pois esse ponto já é pacífico, a crucificação do Jesus, em todas as religiões cristãs. Eles chegam a tomar esse ensino como um dogma de fé tentando comprovar essa argumentação nos círculos especializados (academias teológicas) que discutem as doutrinas cristãs. Também têm uma estranha exegese muito contestadas entre os teólogos modernos, pois creem que vivemos no que a Bíblia chama de Últimos Dias que antecedem a batalha do Armagedom.  Após esse evento o reino de Deus de mil anos nas mãos de Cristo (O Messias) e mais 144 mil humanos escolhidos será implantado sobre a terra. Os adoradores de Jeová sobreviverão a essa conflagração mundial e poderão viver eternamente; ao contrário dos demais que serão merecedores da danação eterna. Os Testemunhas de Jeová, até onde percebi, entendem a expressão (fim do mundo) sendo referência ao término e substituição do atual sistema de coisas incluindo a sociedade humana as instituições e os governos. Opino ser bastante mesquinho alguns desses conceitos sendo irracionalmente ilógico num mundo de mais de 7 bilhões de pessoas hoje, imaginar que apenas 144 mil viverão o milênio. Assim faz-se a pergunta: o que acontecerá com os restantes 6.999.856.000 de pessoas, jogar todos no inferno? É impensável essa terrível cena onde indivíduos estejam eternamente agonizando e sendo fustigado Mc 9: 44 "Onde o bicho não morre e o fogo nunca se apaga" numa atrocidade sem fim. Hoje não mais acredito nesse conceito de inferno eterno como um lugar específico de sofrimento infinito. Prefiro pensar num Deus cheio de amor e misericórdia que conduzirá todas as pessoas do planeta pela evolução a sua origem final e primeira que é Ele próprio. Mas abordaremos sucintamente apenas a questão de Quem é Jesus Cristo, partindo do princípio que estaremos no campo das opiniões e digressões filosóficas sem o extremismo teológico. Querendo impor qualquer verdade, apenas discutindo os fatos a luz das teorias antigas sobre esse tema, deixando pra você leitor tirar suas próprias conclusões dentro de seu ponto de vista. Antes de darmos inicio as observações é bom dizer aos leitores que aqui no Brasil temos problemas sérios com duas palavras (seita e heresia) que em outros países ocidentais cristãos não chegam ao termos depreciativos do vocábulo citado. Desde tempo antigos essas expressões têm uma forte carga negativa chegando a ser modelos estereotipados de revelações em religiões contemporâneas. Coisas que não são vista assim em países orientais  com tradições espiritualistas antigas. Então no Brasil quando você diz que tal religião é uma seita quer dizer que ela não tem legitimidade como espiritualidade para evoluir o ser na encarnação atual nem nas encarnações futuras. Coisa que não concordo dentro da visão integracional e harmoniosa que estamos entendendo os vários ensinamentos filosóficos religiosos. Dentro da perspectiva da tolerância e compreensão tentamos nos desarmar de nossos preconceitos e dogmas estreitantes. Aceitando pelo dialogo as divergentes opiniões advindas dos conceitos que cada espiritualidade carrega intrinsecamente. Nessa perspectiva não creditando como dogmas de fé os conceitos teológicos, mas conformando-os a maneiras de evoluir o espírito pelo caminho da Senda Espiritual. Entretanto se percebe que esse conceito de seita tem caído em desuso sendo aceito no meio esotérico cristão como uma diferenciação de doutrina desapegada da tradição dominante. Pois hermeneutas moderno e exegetas atuais não mais sublimam esse termo de forma pejorativa como dantes. Com a palavra heresia as coisas são piores um termo exclusivista que desde os primeiros séculos da era cristã foi sinônimo de satanização e demonização. A intolerância religiosa por causa dessa palavra (heresia) condenou pessoas honesta, piedosas e tementes a Deus como "hereges", acusados de blasfêmia e sem julgamento foram impiedosamente vivas, queimadas nas fogueiras, a manda da "santa inquisição Católica". Outros também foram executados sumariamente, simplesmente porque discordavam de pontos de vistas dogmáticos instituídos pela Igreja. Ou divergiam de ensinamentos exotéricos divulgados como verdade absoluta que não poderiam de maneira nenhuma serem questionados. Assim essa palavra (heresia) em minha opinião deveria ser tirada dos léxicos da língua português. Mas graças a Deus esse termo também encontra-se em descostume, pois sociólogos, antropólogos e linguistas atuais desaconselham seu uso não mais cabendo num contexto globalizado. Isso devido as tradições e culturas tenderem a um entrelaçamento de conceitos e pressuposto comuns pelos diálogos nas convivência pacífica e ordeira. Além disso como a metafísica filosófica diz: "quem pode ter o prumo da verdade ou ser o seu fiel da balança". Budha foi sábio ao dizer "Não acredite em algo simplesmente porque ouviu. Não acredite em algo simplesmente porque todos falam a respeito. Não acredite em algo simplesmente porque está escrito em seus livros religiosos. Não acredite em algo só porque seus professores e mestres dizem que é verdade. Não acredite em tradições só porque foram passadas de geração em geração. Mas depois de muita análise e observação se você vê que algo concorda com a razão e que conduz ao bem e ao benefício de todos aceite-o e viva-o". Iniciando o tema para uma visão global do assunto Quem é Jesus Cristo precisamos evocar alguns fatos da história da igreja mais especificamente O Concílio de Constantinopla II no ano 451. Nele os Bispos, Prelados e Doutores da Igreja se reuniram para deliberarem dentre outras coisas sobre o Monofisismo e o Diofisismo. Duas doutrinas que até essa época causavam divisão entre as várias correntes teológicas existentes. O Monofisismo conceituava que O Cristo tinha apenas uma natureza a Divina. Portanto, O Cristo era, é Deus em essência e totalidade, mas o Diofisismo preconizava que O Cristo tinha duas naturezas a Divina e a Humana. Sendo interessante dizer que até essa data a Igreja entendia O Cristo como tendo apenas a natureza Divina (Monofisismo), revelada numa manifestação do Deus Eterno que encarnou-se como homem sem sua essência perfeitíssima. Então nesse dito Concílio houve uma radical mudança de posição e a Igreja adotou a posição Diofisista concordando que O Cristo tinha duas naturezas a Divina e a Humana. Isso desagradou o lado Oriental da Igreja Cristã causando um Grande Cisma (racha) entre os Cardeais, Bispos e Doutores em teologia. Assim as Igrejas Ortodoxa Oriental, da Armênia, Copta do Egito, Antioquia, Constantinopla e a Igreja Católica de Jerusalém se desvincularam do Catolicismo Romano Ocidental. Elas instituíram seus próprios Sumo Pontífices (Papas), Cardeais, Bispos e padres isolando o Catolicismo Romano que ficou na defesa da dupla natureza do Cristo, divina e humana.  Portanto como podem perceber essa questão é profunda, rendendo perdas importantes para a Unidade da Igreja que já não existe desde 451. Um sonho que muitos movimentos cristãos ao longo do tempo aventuraram-se a ressuscitar sem sucesso. Nosso ponto de partida é a questão que me reportei acima, pois os Testemunhas de Jeová em minha opinião enfatizam o Monofisismo onde O Cristo é identificado em sua humanidade como uma manifestação da Deidade. Assim Jeová sobressai como o principal da Trindade Divina em contraposição aos demais cristãos que compreendem o Cristo como sendo a segunda pessoa da trindade onde o Pai é a primeira e o Espírito Santo é a terceira. Todos tendo a mesma essência e substância onde somente O Cristo passou pelo processo da encarnação tornando-se homem. Cogito que esse ponto de vista dos Testemunhas de Jeová é coerente com sua teoria de que O Cristo é O Messias que virá pra reinar na terra com poder e glória. Isso num governo soberano restaurando todas as coisas desde os reinos elemental, mineral, vegetal, animal e humano estabelecendo a paz e a harmonia universal tão desejada pelos povos da terra. Essa é uma ideia plausível corroborada pelos Judeus que esperam O Messias com essa visão de restauração da glória do Novo Reino de Israel que regerá todas as nações para a glória do Eterno Deus conduzindo-as a adoração Ao Verdadeiro Supremo Criador do Universo. Um aspecto teológico divergente das facções Protestantes tradicionais que mais passivamente tem um olhar ilusório e utópico sobre o advento do Messias. Imaginando a Igreja num plano espiritual junto com O Cristo comandando as hostis invisíveis e os mundos superiores transcendentes como num sonho que ao chegar a vigília tudo se desvanece. Mas reconheço que há muitas dificuldades na argumentação desse tema. Sabemos que as dissertações fechadas como essa (referência ao artigo publicado na revista eletrônica dos Testemunhas de Jeová com o título Quem é Jesus Cristo, no site: http://www.jw.org.br/pt/testemunha-de-jeova/.) buscam nos induzir a acreditar no que está sendo dito. Desatentos na leitura não formamos opinião, pois há uma forte carga dogmática (conceitos absolutos passados como verdades) e sabemos que isso não procede. Prova disso é que ao confrontarmos essas premissas com outras opiniões relacionadas ao tema abrimos brechas argumentativa contrárias ao que se mencionou. Assim quando é dito que "O Ungido é O Cristo que é O Messias não temos como checar essa informação a luz de outras vertentes a não ser as Sagradas Escrituras. Mas comparando esse período dito anteriormente com a tradição Judaica veremos que o Cristo dos Cristãos não é necessariamente O Messias dos Judeus. Um fato comprova o que estou falando pois os Judeus esperam ansiosamente que o Templo em Jerusalém - Israel (e não o que a Igreja Universal do Reino de Deus erigiu como réplica desse na região do Tatuapé em São Paulo capital, aqui no Brasil) seja por eles restaurado. Desse modo voltarão a oferecer os sacrifícios de animais como ovelhas, bois, aves. Essa exigência e imprescindível nas ordenanças do Talmud para a adoração de YHWH (o nome de Deus na tradição mística judaica da cabala, reconhecido como inominável). Com a autorização do Messias entronizado, repararão tudo o que está fora da ordem dos rituais e cerimoniais judaicos. Assim para os judeus O Messias Rei que governará no milênio será um Mestre Místico ou um Homem Perfeito. Portanto diferente desse que nós Cristãos imaginamos como Um Ser Superior Humano e Divino que reinará no plano espiritual. Falando da minha experiência atual penso que devemos procurar entender mais a natureza humana de Jesus O Cristo, pois a teologia infelizmente desvinculando-se da filosofia principalmente a partir dos escritos de Santo Agostinho (354-430) introduziu uma hermenêutica alicerçada em valores absolutos. Esse fato confundiu o referencial filosófico de prumo (Sabedoria Mística Antiga) que balanceava os conceitos transcendentes humanizando-os a níveis existenciais investigativos onde as várias tradições espiritualistas principalmente a oriental assumiam uma postura de influência nos escritos religiosos de tradição cristã, judaica e islâmica. Essa terrível perde afastou as tradições espiritualistas orientais das ocidentais fazendo-as caminhar separadamente. Assim os cristãos se viram no direito de julgar o pensamento religioso oriental como inferior, selvagem e descontextual. Desse modo a tolerância e compreensão que haviam onde estudiosos budistas, hinduístas e confucionistas juntamente com cristãos, muçulmanos e judeus sentando-se a mesa na mesma Academia do Saber em Alexandria no Egito (séculos II a V) para discutiram assuntos pertinentes a religião e espiritualidade não mais aconteciam. O Cristianismo com essa atitude cortou seu elo de ligação com as demais religiosidade isolando-se no mundo teológico criando seus próprios dogmas e crenças tornando-se estreitante e exclusivas considerando-se o único detentor das verdades divinas. Como humano Jesus manifestou sua fraqueza, necessidade de comer, vestir, trabalhar, se relacionar com as pessoas, ter sentimento por alguém, até desejos sexuais, sentir-se triste, entediado, momentos de angústia, ansiedade, depressões. Não entendo porque a teologia cristã considera escandaloso enfatizar a humanidade de Jesus sendo ele homem e como tal passou e sofreu tudo isso. Então que mau há em vê-lo dependente de seu Pai e as vezes chorando como uma criança sem saber porque deveria morrer pela humanidade. Quando penso em Jesus assim fico amando-o mais por saber que pôde vencer tantas tentações. E quem sabe caiu em algumas mas foi ao seu Pai alcançando a graça do perdão e arrependimento. Sua Humanidade pra mim o torna mais Deus que sua Divindade sendo assim que hoje consigo desfrutar o seu amor, pureza e santidade num Deus Humano mais Humano que Deus. Quanto ao reino milenar em questão de data opino que isso não ocorrerá em nossa encarnação atual e penso que o calendário judaico religioso (não o civil que é o mesmo nosso) é uma suposta base de referencia pra isso. Eles (judeus) estão no ano 5775 e confrontando com os dias da criação o Criador descansou no sétimo dia. Nessa simbologia alegórica seria o ano 7000 que começaria o reino milenar. Assim supostamente faltariam 1226 anos para a volta do Messias. Mas calma pois toda previsão no fundo quanto a esse evento é insensatez e temeridade sendo que as palavras do Mestre Jesus devem ser refletidas quando diz Mateus 24: 35,36 "O céu e a terra passarão mas as minhas palavras não hão de passar. Mas daquele dia e hora ninguém sabe nem os anjos do céu mas unicamente o Pai". Também o apóstolo Pedro complementa ao dizer em II Pedro 3: 8 "Mas amados não ignoreis uma coisa que um dia para o Senhor é como mil anos e mil anos como um dia" assim os mistérios maiores de YHWH são para aqueles que tem um coração místico singelo e puro diante Dele. Desse modo alguns mistérios maiores nunca serão revelados nem em futuras encarnações, mas quem sabe na próxima Raça Raiz (estamos vivendo a quinta raça raiz que vem existindo um milhão de anos atrás) que é a sexta pois a humanidade rudimentarmente espiritualizada em sua grande maioria não está preparada para receber esses ensinamentos esotéricos profundos. Eles  estão sendo guardados por Iniciados e Mestre de Sabedoria como Jesus O Cristo que é um Homem Perfeito vivendo na esfera do mundo invisível e manifestando-se quando necessário a seus discípulos atuais em momentos e de forma diversa. Isso é dito em João 14: 26 "Mas Aquele Consolador o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito". O Consolador que é Ele mesmo já veio e está no mundo sendo isso incrivelmente paradoxal. Amigos leitores como podemos esperar alguém que já chegou estando conosco sendo que nenhuma lógica filosófica modal, epistêmica, deôntica, temporal, paraconsistente e paracompleta conseguem explicar essa premissa misteriosa. Abraço. Davi.           

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Sobre o Renascimento.



Budismo Nitiren Daishonin. O moderna ciência médica considera a fertilização de um óvulo por um espermatozoide como um único pré-requisito necessário para se gerar uma nova vida, mas o conceito budista adiciona um outro requerimento: a presença de uma vida intermediária. De acordo como o Budismo, todas as relações causais envolvem quatro elementos que são inter relacionados: causa interna, causa externa, efeito latente e efeito manifesto. Assim, é necessário definir estes quatro aspectos com respeito ao renascimento. A causa interna é a capacidade inerente da vida em produzir um efeito semelhante. Por exemplo, um semente de maçã tem a capacidade inerente de gerar uma macieira. Logo, esta causa inerente – a informação genética da macieira – contém, simultaneamente um efeito latente, a macieira em potencial. As causas externas são os estímulos provindos do meio ambiente que auxiliam a causa interna na produção dos seus efeitos manifestos. Apesar disto, as causas externas não englobam o ambiente como um todo, somente certas partes que relacionam um determinado ser com o seu mundo exterior. Mas continuando com o exemplo da semente de maçã e a macieira, as causas externas são o solo, água, luz solar e todos os outros itens necessários para que esta semente se desenvolva em uma árvore. Esta combinação - de causas internas e externas - se faz necessária, caso qualquer efeito manifesto ocorrer. No exemplo, o nascimento de uma macieira. A medicina moderna sugere que os detalhes precisos de uma seleção de códigos genéticos contidos nos cromossomos é uma questão determinada pelo acaso, mas de acordo com a visão budista estes aspectos são determinados pelo carma individual. É a causa interna – no caso, o carma armazenado na consciência alaya e conduzido até a próxima existência – que determina o fato de cada ser humano ser único. As diferenças de caráter entre irmãos – mesmo gêmeos idênticos – são interpretadas como o resultado de que cada pessoa possuir um carma diferenciado. Por esta razão, a causa interna para se gerar uma vida é o carma possuído pela própria vida numa existência intermediária, embora a causa externa seja a informação genética existente no espermatozoide do pai e no óvulo da mãe. Somente quando estes dois fatores se coincidem é que pode haver a geração de uma nova vida. Após a morte de um ser, este se funde com a vida ainda maior, que é o próprio Universo, na condição de não-substancialidade (ku). Contudo, a consciência - alaya - na qual armazena todo o carma deste ser – continua a existir. (Alaya é um termo budista; significa a morada, a morada interior, a vacuidade interior, o céu interior. Desde que o teu ser, ninguém pode manchá-lo ou obstruí-lo. É imortal! E desde que o Todo te deu vida, desde que a vida vem do Todo, como pode a parte melhorá-la? Da fonte tudo provém, deixa que a fonte forneça, e a fonte é eterna). Desde Quando a causa externa – a informação genética provenientes de ambos os genitores – se encaixar exatamente com a causa interna armazenada na consciência - alaya, a vida – como uma existência temporária, pode se manifestar neste mundo, em forma do nascimento de um novo ser. Este fenômeno pode ocorrer independentemente da localização dos pais, pois a vida no estado de não-substancialidade transcende o espaço físico-temporal. Para traçarmos um paralelo com algumas ideias da moderna biologia e psicologia, podemos dizer que no momento da concepção de um feto, a causa interna e o efeito latente armazenado na consciência - alaya de uma vida - no estado intermediário - se manifestam, como resultado da força ativa do genes provindos dos pais. Nitiren Daishonin (1222-1282) escreveu a respeito das pessoas que atingem o estado de Budha durante uma vida prévia (manifestam a natureza do Budha e compreendem a unicidade de suas próprias vida com o universo) e renascem neste mundo. "Há aquele que verdadeiramente aprecia e desperta para a verdade (da vida), e age de acordo com o desejo de todos os Budhas, de todas as épocas. Este irá receber a proteção de duas entidades, dois deuses celestiais e das dez deusas, e sem nenhum impedimento atingirá o renascimento na suprema Terra da Tranquila Luz. Em alguns instantes ele retornará ao campo dos sonhos na qual ele irá repetir o ciclo de nascimento e morte dos Nove Mundos. Seu corpo (da Lei) engloba as terras nas dez direções e sua mente permeia a mente de todos os seres. Ele se levanta de forma vigorosa movido por iniciativa própria e é estimulado pelos fenômenos externos, combinando ambos (para conduzir as pessoas à iluminação). Assim, harmonizando as causas internas e externas ele se utiliza de seu infinito poder de compaixão com o objetivo de beneficiar todos os seres vivos". (As Escrituras de Nitiren Daishonin – Gosho Zenshu, pág. 574). Nesta passagem, Daishonin revela sua visão sobre a natureza real da vida e da morte. Se atingirmos o estado de Budha nesta existência e passarmos através do estágio da morte no mais elevado estado de espírito, seremos capazes de atingir um estado de vida correspondente a frase "a suprema Terra da Tranquila Luz". Deveremos rapidamente renascer neste mundo para que possamos compartilhar nossa sabedoria com os outros, levando-os à iluminação. Assim, através destas ações, iremos afetar no plano físico e espiritual todos os seres vivos. Logo, uma pessoa que atinge o estado de Budha está continuamente renascendo neste mundo para ajudar outras pessoas a se tornarem Budhas. Nitiren Daishonin ensina que, a pessoa capaz de escapar do círculo vicioso do nascimento e morte nos Seis Caminhos (Inferno, Fome, Animalidade, Ira, Tranquilidade, Alegria), irá simultaneamente começar o trabalho de um Bodhisattva (em sânscrito literalmente um “ser iluminado”; em geral, e uma pessoa procurando a Essência Bhúdica, mas procurando-a altruisticamente. Se monástica ou leigo, um indivíduo procura a iluminação para iluminar outros, e ele ou ela sacrificar-se-ão para salvar outros. É destituído de egoísmo e devotado a ajudar outros. Tendo a Natureza Bhúdica, todos os seres conscientes são naturalmente Bodhisattva mas requerem desenvolvimento). O Bodhissatva leva outras pessoas à iluminação, no processo contínuo de inumeráveis ciclos de nascimento e morte. Desta forma, para um Bodhisattva, o nascimento e a morte são causas para a iluminação, não um sofrimento, e estes são os meios pelos quais o Bodhisattva trabalha em prol de outros. http://www.maisbelashistoriasbudistas.com.br. Abraço. Davi.
Bibliografia

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

União Homoafetiva Como Entidade Familiar.



A atual legislação brasileira dispensa aos homo afetivos os direitos jurídicos e constitucionais relacionados a sua opção de sexualidade. Desse modo igualando-os aos sexualmente desiguais em  gênero macho e fêmea. Essa é uma conquista da sociedade democrática de direito onde todos são livres para escolherem sua sexualidade, desde que a pratiquem nos limites da lei, da moral e da ordem pública. A pós modernidade como sabemos nesses novos tempos tem mudado alguns paradigmas, sendo este um importante marco de transmissão para considerar os iguais como iguais e os desiguais como desiguais. Aparentemente uma tautologia, mas explicando seria dar tratamento isonômico as partes significa tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades. Barrando juridicamente os preconceitos manifestados em situações de incriminação e discriminação. Assim, implicitamente segundo recente jurisprudência os homo afetivos que coabitam juntos, adquirem status de família como os de sexo desigual. Quando os homo afetivos adotam filhos se consolida a instituição família com o caráter dado pela cultura, tradição e espiritualidade da sociedade civil. A religiosidade dogmática ainda vê com reservas esse padrão de afetividade de gênero homo, mas algumas instituições liberais, civis e hierática compreendendo a importância da aceitação social em todos os níveis, articulam encontros e palestras  com o objetivo de diminuir a distancia e a ignorância desse novo paradigma de comportamento. Essas instituições promovem orientação quanto  a uniões conjugais dos homo afetivos baseada nos princípios cristãos e filosofias espirituais. Também eles são aconselhados em requisitos para adoção de crianças e compromisso solidário com o próximo. Além de uma vivência mútua baseada na cumplicidade e fraternidade com seu consorte, companheiro ou companheira. Essas são condições básicas à um relacionamento familiar duradouro e responsável, capaz de transmitir valores sociais, espirituais e morais saudáveis para filhos, netos e descendência posterior. Segue texto do site: http://www.maisbelashistoriasbudistas.com.br. “No Budismo de Nitiren Daishonin (1222-1282) não há julgamentos sobre a sexualidade ser boa ou má, somente ela existe, nem imposições para que seus praticantes manifestem um comportamento sexual em particular, deixando a decisão para o próprio indivíduo. Numa de suas viagens para a Europa, o presidente Daisaku Ikeda (1928-  ) proferiu uma orientação sobre o tema em Paris – França. Disse: o budismo não considera a homossexualidade nem como um mal, nem como um bem. Como todos os senhores sabem, o budismo é a filosofia da vida e, mais precisamente, a filosofia da vida humana. Quanto à homossexualidade, esta é uma questão que deve ser colocada em outra categoria. Consequentemente, o budismo não considera como um distúrbio ou vício. Como todos os seres humanos são considerados iguais, qualquer que seja a sua condição de vida, todos apresentam a natureza do Budha e podem evidenciá-la através da recitação do Nam Myoho Rengue Kyo. Por isso, é de suprema importância tomar cuidado para não considerar a homossexualidade como um desequilíbrio e absolutamente não pensar que seja um sinal de uma prática incorreta ou fraca.  Assim como afirma o presidente Ikeda, o budismo de Nitiren Daishonin não proclama um comportamento moralista, mas como uma filosofia que defende o respeito máximo pela vida. É importante que nos comportemos de modo digno para consigo e aos que estão ao nosso redor. Outro ponto a ser destacado é quando a própria homossexualidade é vista como um sofrimento. Neste caso, o budismo ensina a luta pra ultrapassar esta manifestação cármica, como qualquer outro desafio a ser enfrentado. Caso o indivíduo se sinta satisfeito com a sua opção sexual, não existe motivos para que modifique o seu comportamento. Finalizando, o presidente Ikeda cita: o budismo concentra-se na iluminação à vida universal e no auto aperfeiçoamento de acordo com tal iluminação. A conduta ética e moral naturalmente evolui como consequência do auto aperfeiçoamento, mas não é a preocupação principal. Mas, isto não quer dizer que o budismo defenda a licenciosidade sexual. Moralidade é coisa relativa, que varia de uma cultura para outra. A tentativa de qualquer religião de impor a outra cultura, padrões morais estranhos só pode estimular a rejeição da mesma e a negação do seu poder em praticar o bem. Por essa razão, ensinar a verdade básica, universal e dar apenas ênfase secundária a questões de códigos de ética, como o budismo geralmente procedeu, parece prometer maiores vantagens a todos os interessados, do que dar excessivo destaque a pontos de moralidade que, na melhor das hipóteses, são apenas relativos”. Segue texto da Editora Gran Curso Brasil. “Reconhecimento e qualificação da União Homoafetiva Como Entidade Familiar. O Supremo Tribunal Federal do Brasil, apoiando-se em valiosa hermenêutica construtiva e invocando princípios essenciais (como os da dignidade da pessoa humana, da liberdade, da autodeterminação, da igualdade, do pluralismo, da intimidade, da não discriminação e da busca da felicidade), reconhece assistir, a qualquer pessoa, o direito fundamental à orientação sexual, havendo proclamado, por isso mesmo, a plena legitimidade ético jurídica da união homoafetiva como entidade familiar, atribuindo-lhe, em consequência, verdadeiro estatuto de cidadania, em ordem a permitir que se extraiam, em favor de parceiros homossexuais, relevantes consequências no plano do Direito, notadamente no campo previdenciário, e, também, na esfera das relações sociais e familiares. A extensão, às uniões homoafetivas, do mesmo regime jurídico aplicável à união estável entre pessoas de gênero distinto justifica-se e legitima-se pela direta incidência, entre outros, dos princípios constitucionais da igualdade, da liberdade, da dignidade, da segurança jurídica e do postulado constitucional implícito que consagra o direito à busca da felicidade, os quais configuram, numa estrita dimensão que privilegia o sentido de inclusão decorrente da própria Constituição Federal do Brasil artigo 1º, III “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: a dignidade da pessoa humana” e artigo 3º, IV “promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. Fundamentos autônomos aptos a conferir suporte legitimador à qualificação das conjugalidades entre pessoas do mesmo sexo como espécie do gênero entidade familiar. (...). O postulado da dignidade da pessoa humana, que representa, considerada a centralidade desse princípio essencial (CF, art. 1º, III), significativo vetor interpretativo, verdadeiro valor fonte que conforma e inspira todo o ordenamento constitucional vigente em nosso País, traduz de modo expressivo, um dos fundamentos em que se assenta, entre nós, a ordem republicana e democrática consagrada pelo sistema de Direito Constitucional positivo. (...). O princípio constitucional da busca da felicidade, que decorre, por implicitude, do núcleo de que se irradia o postulado da dignidade da pessoa humana, assume papel de extremo relevo no processo da afirmação, gozo e expansão dos direitos fundamentais, qualificando-se, em função de sua própria teleologia, finalidade, como fator de neutralização de práticas ou de omissões lesivas  cuja ocorrência possa comprometer, afetar ou, até mesmo, esterilizar direitos e franquias individuais. Assiste, por isso mesmo, a todos, sem qualquer exclusão, o direito à busca da felicidade, verdadeiro postulado constitucional implícito, que se qualifica como expressão de uma ideia força que deriva do princípio da essencial dignidade da pessoa humana. Julgado do ministro Celso de Mello em 16/08/2011”. O ministro Celso de Mello é membro do Supremo Tribunal Federal desde 1989, nomeado pelo então presidente da República José Sarney (1930-  ), sendo decano, o mais velho da Corte Suprema. Foi presidente do STF de 1997 a 1999. Abraço. Davi.