sexta-feira, 29 de março de 2019

FORÇA EM TEMPOS DE ADVERSIDADE.


Espiritualidade. Livro Onde Existe Luz – Discernimento e Inspiração para Enfrentar os Desafios da Vida. Texto de Paramahansa Yogananda (1893-1952). Capítulo II. FORÇA EM TEMPOS DE ADVERSIDADE. Tudo o que o Senhor criou foi para nos testar, para trazer de volta a imortalidade da alma sepultada dentro de nós. Essa é a aventura da vida, seu único propósito. E a aventura de cada um é diferente, singular. Você deve estar pronto para lidar com todos os problemas de saúde, da mente e da alma com métodos indicados pelo bom senso e com fé em Deus, sabendo que, na vida ou na morte, a sua alma permanece invicta.

Não deixe a vida derrota-lo. Derrote a vida! Se você tiver uma vontade forte, poderá superar todas as dificuldades. Afirme, mesmo em meio às agruras: “O perigo e eu nascemos juntos, e eu sou mais perigoso do que o perigo”! Essa é uma verdade que você deve lembrar sempre; aplique-a e verá que funciona. Não se comporte como um mortal servil. Você é filho de Deus!

Muita gente receia os problemas da vida. Eu nunca tive medo deles, pois sempre rezei: “Que o teu poder, Senhor, cresça em mim. Conserva-me na consciência positiva de que, com o teu auxílio, eu sempre posso superar as minhas dificuldades”.

Uma vez que você é feito à imagem de Deus, acreditar que as provas por que passa implicam dificuldade maior do que o poder de sua divindade para superá-las é crer numa inverdade. Lembre-se: não importa o que suas provas sejam, você não é demasiadamente fraco para lutar. Deus não admitirá que você seja tentado além do que é capaz de enfrentar.

São Francisco de Assis (1182-1226) enfrentou tribulações maiores do que você poderia imaginar, mas não se deu por vencido. Pelo poder da mente, ele superou esses obstáculos um por um e unificou-se com o Senhor do Universo. Por que não ter esse mesmo grau de determinação?

Use cada provação que lhe vier como uma oportunidade para aprimorar-se. Quando passa pelos testes e dificuldades da vida, você geralmente se rebela: “Por que isto tem que acontecer comigo”? Em vez disso, você deveria considerar cada provação uma picareta com que cavar o solo da consciência, dando vazão à fonte interior de fortaleza espiritual. Cada teste deveria revelar o poder oculto que você tem dentro de si como filho de Deus, feito à sua imagem.

Fugir dos problemas pode parecer a solução mais fácil, mas você só se fortalece quando luta com um adversário forte. Quem não tem dificuldades não cresce.

Uma vida sem problemas não seria propriamente uma vida – pois não teria incentivos para o auto aperfeiçoamento e para o desenvolvimento do nosso potencial divino.

Conquistar a si próprio é ser verdadeiramente vitorioso – conquistar as restrições da consciência e expandir ilimitadamente os poderes espirituais. Você pode ir até onde quiser – além de todas as limitações – e ter uma existência supremamente vitoriosa. Escape da cela mental da ignorância que o mantém confinado. Pense de modo diferente.

Com a espada pensamento da sabedoria, corte as cordas pensamento que o prendem. A vida é uma batalha e você tem que lutar para vencê-la (...). Quem poderá impedi-lo de pensar que você é um deus? Ninguém. Você é a sua única obstrução.

Pare de pensar que é um ser mortal se quiser encontrar felicidade duradoura. Pratique esta verdade na vida diária.

Sorria para o mundo com um sorriso interior. (...). Você pode aprender a ser feliz à vontade e a manter a felicidade interior, aconteça o que acontecer. Algumas pessoas são completamente esmagadas pelos testes; outras sorriem apesar das dificuldades. Os que não são vencidos em espírito são os que realmente obtêm sucesso na vida.

Quando minhas provações se tornam muito grandes, busco a compreensão, primeiro, em mim mesmo. Não ponho a culpa nas circunstâncias, nem tento corrigir os demais. Primeiro eu me interiorizo. Tento limpar a cidadela do espírito para remover tudo o que obstrua a todo poderosa e plenamente sábia expressão da alma. Esse é o modo de viver que produz êxito.

Doenças e dificuldades nos trazem uma lição. Nossas experiências dolorosas não foram feitas para nos destruir, mas para incinerar nossas impurezas e nos apressar na nossa volta ao Lar. Ninguém está mais ansioso pela nossa libertação do que Deus.

A cortina de fumaça da ilusão se interpôs entre Deus e nós, e Ele lamente que o tenhamos perdido de vista. Ele não gosta de ver seus filhos sofrerem tanto – morrendo por causa de bombas que caem, de doenças terríveis e de hábitos de vida errôneos. Deus lamenta isso tudo, pois nos ama e nos quer de volta. Se pelo menos você fizesse o esforço, à noite, de meditar e estar com Ele (...). Ele pensa tanto em você (...). Você não foi abandonado. Foi você quem abandonou seu Verdadeiro Eu.

Quando você toma as experiências da vida como professor e aprende com elas a verdadeira natureza do mundo e o papel que você desempenha, essas experiências se tornam guias valiosos para chegar à satisfação e a felicidade eternas.

Em certo sentido, a infelicidade é sua melhor amiga, porque o impulsiona a buscar Deus. Quando você começa a ver claramente a imperfeição do mundo, começa a procurar a perfeição de Deus. A verdade é que Deus está usando o mal não para nos destruir, mas para nos desiludir de seus brinquedos, das distrações deste mundo, de modo que possamos busca-lo.

O desalento não é senão a sombra que a mão da Mãe Divina (1) projeta quando se estende para acariciar. Não se esqueça disso. Às vezes, quando a Mãe vai acaricia-lo, sua mão produz uma sombra antes de tocá-lo. Desse modo, quando as dificuldades chegarem, não imagine que ela o está punido. Sua mão, que projeta sombra sobre você, leva uma benção ao estender-se para trazê-lo mais perto dela. (1). As Escrituras da Índia ensinam que Deus é tanto pessoal quanto impessoal, tanto imanente quanto transcendente. No Ocidente, os que o procuram se relacionam com Deus, tradicionalmente, em seu aspecto pessoal de Pai. Na Índia, a ideia de Deus como compassiva e amorosa Mãe do universo encontra ampla aceitação.

O sofrimento é um bom professor para os que aprendem com ele, rapidamente e de boa vontade, mas torna-se um tirano para os que resistem e se ressentem. O sofrimento pode nos ensinar quase tudo. Suas lições nos estimulam a desenvolver discernimento autocontrole, desapego, moralidade e consciência espiritual transcendente. Uma dor de estômago, por exemplo, nos diz para não comermos em excesso e prestarmos atenção ao que comemos. A dor resultante da perda de riquezas ou de pessoas queridas nos lembra a natureza temporária de todas as coisas neste mundo de ilusão. As consequências das ações errôneas nos impelem a exercitar o discernimento. Por que não aprender por meio da sabedoria? Dessa maneira você não se submeterá à dolorosa disciplina – desnecessária – deste rude capataz: o sofrimento.

O sofrimento é causado pelo uso incorreto do livre-arbítrio. Deus nos deu o poder de aceita-lo ou rejeitá-lo. Ele não quer nosso infortúnio, mas não interfere quando escolhemos ações que levam ao sofrimento.

Todas as causas de saúde deficiente, súbito fracasso financeiro ou outras dificuldades que desabam sobre você inesperadamente, sem que você saiba o porquê, foram criadas por você próprio no passado, nesta ou numa encarnação anterior, e têm estado germinando em sua consciência silenciosamente (2). Não culpe a Deus nem a quem quer que seja se estiver sofrendo moléstias, problemas financeiros ou distúrbios emocionais. Você criou as causas desses problemas no passado e precisa, com a máxima determinação, erradica-las agora. (2). Reencarnação, a viagem evolutiva da alma em seu retorno para Deus, enseja repetidas oportunidades para crescimento, realizações e satisfações que não seriam possíveis no curto espaço de apenas uma vida terrena.

É muito comum que as pessoas interpretem mal o significado de Karma (3), adotando uma atitude fatalista. Você não é obrigado a aceitar o karma. Se eu lhe disser que alguém está atrás de você pronto para agredi-lo porque certa vez você o agrediu, e você simplesmente diz “Bem, é o meu karma!”, e fica à espera que a pessoa o ataque, é óbvio que você receberá um golpe! Por que não tenta acalmá-la? Pacificando-a, você poderá reduzir seu rancor e eliminar-lhe o desejo de ataca-lo. (3). O resultado das ações passadas, regido pela lei de causa e efeito. “Tudo o que o homem semear, isso também ceifará” Gálatas 6,7.

Os efeitos de suas ações têm muito menos poder de afetá-lo quando você não permite que a mente se renda a eles. Lembre-se disso. Você também pode resistir ao neutralizar os efeitos negativos das ações errôneas do passado com os efeitos positivos desencadeados pelas ações corretas no presente, evitando assim que se crie um ambiente favorável à colheita do mau karma.

Quando você compreende a si próprio como sendo filho de Deus, que karma pode ter? Deus não tem karma. E você também não o terá quando tiver consciência de que é filho Dele. Você deveria afirmar todos os dias: “Não sou um ser mortal. Não sou o corpo. Sou filho de Deus”. Isso é praticar a presença de Deus. Deus está livre de karma. Você é feito a sua imagem. Você também está livre de karma.

Não deixe ninguém dizer que os sofrimentos e problemas que você experimenta são seu karma. Você (a alma) não tem karma. Shankar (4) disse: “Sou uno com o Espírito; Eu sou Ele”. Se compreender profundamente essa verdade, você será um deus. Mas se você se mantiver afirmando: “Sou um deus” e, no entanto, no fundo da mente, estiver pensando: “Mas parece que sou um ser mortal”, você será um ser mortal. Se você tiver consciência de que é um deus, será livre. (4). Swami Shankar foi um dos mais eminentes filósofos da Índia. A época em que viveu não é bem conhecida. Um grande número de historiadores o coloca no século VIII ou começo do século IX.

“Não sabeis vós que sois templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” I Coríntios 3,16. Se você puder purificar e expandir a mente por meio da meditação e receber Deus em sua consciência, você também estará livre da ilusão de doença, limitações e morte.

Se quiser elevar-se acima do karma, procure compreender estas três verdades: 1. Quando a mente é forte e o coração é puro, você é livre. A mente é que o liga às dores do corpo. Quando seus pensamentos forem puros e você tiver a mente forte, não poderá sofrer os dolorosos efeitos do mau karma. Isso foi uma das coisas mais felizes que eu descobri. 2. No sono subconsciente, você é livre. 3. Quando está em êxtase, (6) identificado com Deus, você não tem karma. É por isso que os santos dizem; “Orai sem cessar”. Quando orar e meditar ininterruptamente, você alcançará o plano da super consciência, onde nenhuma perturbação poderá alcança-lo. (6). O elevado estado de consciência no qual se percebe Deus diretamente. O estado consciente é aquele em que se tem conhecimento do corpo e do seu ambiente externo. O estado subconsciente é a mente como a memória, por exemplo. O estado super consciente é a mente superior transcendental ou consciência espiritual da alma.

A natureza da alma (como Espírito individualizado) é bem-aventurança: um duradouro estado interior de sempre nova, sempre cambiante alegria. Essa bem-aventurança oferece eternamente alegria imperecível a quem a conseguiu, mesmo quando a pessoa atravessa as provações do sofrimento físico ou da morte.

Os remédios materiais – medicamentos, conforto físico, consolo humano – têm suas indicações para fazer desaparecer a dor, mas o remédio máximo é a prática da Kriya Yoga (7) e da afirmação de que você é um com Deus. Essa é a panaceia para todas as perturbações, dores e privações – o caminho para a libertação de todo o karma individual e coletivo (8). (7). Uma técnia científica de comunhão interior com Deus. A ciência da Kriya Yoga é explicada no livro Autobiografia de um Iogue, de Paramahansa Yogananda. (8). As ações acumuladas dos seres humanos, no âmbito das comunidades, das nações e do mundo como um tolo, constituem o karma coletivo, que produz efeitos localizados ou generalizados de acordo com o grau e a preponderância do bem ou do mal. Os pensamentos e ações de cada indivíduo, portanto, contribuem para o bem ou para o mal deste mundo e de todas as pessoas que nele habitam.

Força em Tempo de Adversidade: Querido Pai, quaisquer que sejam as condições com que me confronto, sei que representam o próximo passo no meu desenvolvimento. Receberei de bom grado todas as provas, pois sei que em mim está a inteligência para compreendê-las e o poder para superá-las. Livro Onde Existe Luz – Discernimento e Inspiração para Enfrentar os Desafios da Vida.

quarta-feira, 27 de março de 2019

INTRODUÇÃO A DIMENSÃO DO IRFÁN


Islamismo. www.mesquitadobras.org. Por Ahmed Ismail. INTRODUÇÃO A DIMENSÃO DO IRFÁN (Gnose). Em nome de Alláh, O Clemente, O Misericordioso. Irfan é a denominação dado ao conjunto de conhecimentos e práticas relacionadas à dimensão interna (esotérica) do Islam. Ao contrário das interpretações errôneas que, de modo geral se tornaram usuais no mundo ocidental, esta dimensão esotérica não está dissociada do Islam, nem subsiste sem os aspectos externos deste. A dimensão externa representada pelo Fiqh (regulamentos do din) compõe o Dzahir (aspecto aparente) do Din e o Irfan nada mais é que o Batin (aspecto não aparente). Ambos formam a unidade, são uma coisa única, logo, não se pode atingir a dimensão do Irfan sem a aderência ao Fiqh, não há conhecimento gnóstico verdadeiro sem perfeita compreensão e aderência aos fundamentos da Religião. Pelo menos isso se aplica ao sufismo autêntico que partilhe do Irfan (conhecimento esotérico) legado pelo Profeta (saas) e cultivado pelos Imames de sua Casa (as) e pelos verdadeiros Awliaa (amigos de Allah). Se desejarmos compreender o Irfan devemos necessariamente partir dos fundamentos da fé e de modo mais específico do TAWHID de onde derivam todos os preceitos e leis que se referem ao Islam (submissão), Imán (fé) e Ihsan (aprimoramento espiritual). Esta é a dimensão do Fiqh que regulamenta e explica cada um desses fundamentos e que é plenamente acessível e compreensível a todo devoto. Esta dimensão aparente se assemelha a casca de uma fruta enquanto a dimensão do Irfan seria a polpa desta. A gnose (irfan) se auto-define como um método progressivo da consciência e da evolução espiritual da alma do devoto. Historicamente, é correto que se aceite que esta gnose não está circunscrita à época do Santo Profeta (saas). É uma manifestação do conhecimento e como tal, acompanha a humanidade desde os seus primórdios. Na realidade, este conhecimento gnóstico é inseparável da Verdade Revelada, e por conseguinte, foi cultivado em diferentes níveis e por diferentes métodos por muitos Profetas e Mensageiros e alguns de seus seguidores. O princípio de método progressivo da consciência e da evolução espiritual da alma é o princípio mais elementar para o entendimento da natureza e do objetivo do irfan. O Alcorão Sagrado em diversos versículos aborda características perceptíveis no ser humano que revelam os processos de seu entendimento, o nível de sua consciência e as tendências naturais ou condicionadas de sua mente. O Alcorão também cita três estágios básicos deste processo: 1. A’N NAFSI AMMARA (A ALMA AUTO-CONDICIONADA AO MAL) 2. A’N NAFSI LAWWAMA (A ALMA QUE SE AUTO REPREENDE) 3. A’N NAFSI MUTMA’INA (A ALMA PACIFICADA). O primeiro estágio (A’N’NAFSI AMMARA) compreende os que estão fortemente condicionados a suas paixões, aos estados de ignorância e que por isso, têm todas suas inclinações voltadas para a auto satisfação, isso comumente os mantém num estado de descrença e de total afastamento da lembrança de Allah. Este é o estágio onde prevalecem as paixões terrenas, o orgulho e o aprazimento no mal. Porém neste estágio também se encontram os que possuem uma centelha de fé. Não obstante, acima dela esteja o seu amor mundano e a busca de satisfação das paixões, sua compreensão é apenas um tênue fio de luz e sua fé está em constante risco diante do mundo, dos pecados e das ilusões próprias da Dun’ya (vida terrena). Caracterizam-se por um fraco apego ao din e só com muito custo chegam a cumprir o îbad e as boas ações. O segundo estágio (A’N NAFSI LAWWAMA) é o que a luz da consciência já ilumina o humano de modo que sua compreensão do bem e a reação ao mal o impulsione a auto repreensão. Sua fé já é consistente para que atinja algo do Temor (a Allah), suas motivações são um pouco mais sublimadas, ou seja, não age apenas movido por interesses egoístas, algo nele o leva a meditar sobre Allah e seu din com alguma frequência. Junto com os do primeiro estágio, constituem a maior parte dos muçulmanos e se dividem em 3 grupos básicos: a) Os que seu apego ao din e a sua adoração é motivada pelo temor ao castigo do inferno. b) Os que seu apego ao din e a sua adoração é motivada pela ânsia em ser recompensado com o paraíso. c) Os que adoram a Allah pela convicção de que é DIGNO DE SER ADORADO e o obedecem em razão disso. Sendo por isso um grupo de melhor compreensão do que os dois anteriores. Este estágio está intimamente ligado a dimensão do Fiqh (regulamentos do Din). Seu âmbito é a dimensão Dzahir (aparente) do Islam. Neste estágio intermediário a alma está em conflito consigo mesma, no empenho para que a fé e o bem triunfe sobre as inclinações para o mal. Na medida da sinceridade e da devoção, destes, Allah lhes confere a Barakah (Benção) da vitória sobre si mesmos, afasta-os da senda da perdição, apieda-se deles e guia-os para a senda da salvação. O terceiro estágio (A’N’NAFSI MUTMA’INA) é o que corresponde a dimensão do Irfan. A alma que chega a esse estágio já possui plenamente desenvolvidas as qualidades do estágio anterior: O Imán (fé), o temor e a devoção aliada a consciência da realidade do Din e em adição as qualidades próprias desse estágio. Se dividem em 4 grupos básicos: a) Aqueles cuja intenção alcançou um alto grau de pureza e por isso é envolvida por um sentimento de profunda gratidão a Allah, são os que alcançaram a forte convicção dos infinitos benefícios de Allah e se entregam ao îbad e as práticas piedosas em razão desta compreensão. b) Aqueles que adoram Allah com uma intenção dirigida pela submissão e profunda humildade, a compreensão destes é vasta como um arco-íris sendo que cada cor seria um dos aspectos dos graus anteriores: Fé, temor, esperança, sinceridade, gratidão, submissão e humildade. c) Aqueles que alcançam o alto grau de Mahabba (amor) a Allah, a adoração deles é preenchida com este amor e a sua intenção e suas ações em todos os aspectos do îbad se tornaram vitais tanto quanto a respiração é para o corpo. d) Aqueles que a intenção, a devoção e a compreensão se unificaram em uma só coisa, a mente, o coração e a alma se tornaram absorvidas inteiramente pela recordação, a obediência e a adoração de Allah. São os que não desejam nada senão o que Allah deseje, e, portanto, estão purificados em seus corações, alcançaram a harmonia das ações, das intenções e das palavras. Esses dois últimos graus são os dos Profetas (as), dos Imames (as) e daqueles que Allah tenha eleito como amigos (awli u’Llah). Esses quatro grupos são denominados com várias distinções especiais no Alcorão: Os îbadis’salihin (Servos Bondosos), Os Mukhlisún (os sinceros), os Dhakirín (os que muito recordam e mencionam a Allah), os Qanitín (os que muito suplicam a Allah), os Fa’izun (Os vitoriosos) e eventualmente em razão de sua íntegra devoção Allah os torna os xuhada`u ad`dun`ya al Akhirah (os mártires de dignidade neste mundo e no além). A meta alcançada por estes é denominada por Fanas (extinção do ego) e a conseqüente pacificação da alma (o estado de mutma’ina). A esses quatro grupos as portas do conhecimento, tanto da erudição (ijtihad), quanto do Irfan (conhecimento oculto) são abertas, ainda que o grau de Mudrak (compreensão) entre eles varie de um para outro, de indivíduo para indivíduo, sendo que os Profetas (as) e os Imames (as) são abençoados com o îlm (sabedoria transcendente) e com o mais alto grau de compreensão deste îlm. O Irfan é portanto o conjunto do conhecimento e da prática que visa aprimorar a alma em busca deste terceiro estágio que é o cerne do din. Na concepção do Irfan os estágios primário e secundário de condição da alma humana, se caracterizam em diversos graus variantes por um estado de Sono Metafísico em que a pessoa está alijada da Realidade Espiritual. Envolvido por esse estado de inconsciência metafísica, todas as impressões da realidade que essa pessoa tenha são reflexos distorcidos, suas concepções são, portanto, imprecisas sobre si próprio, sobre o universo que o cerca e o mecanismo que move a existência e em adição a isso, mesmo suas aspirações não são capazes de conduzi-lo a nada senão a mais inconsciência. Segundo a compreensão de alguns gnósticos, a criatura humana possui 3 centros básicos dirigidos a 4 dimensões de existência: O primeiro é o centro sensorial que se relaciona aos cinco sentidos e por conseguinte, ao mundo exterior (o aparente, o fenomenal). O segundo é o centro emocional que se localiza no coração e se relaciona as emoções e os desejos subjetivos, num nível mais profundo este centro se relaciona a dimensão espiritual (do âmago do ser, a alma). O terceiro é o centro da razão que se relaciona a lógica e o intelecto. Cada um desses centros neste estado de sono metafísico, encontram-se em total desarmonia e submetidos à inconsciência. Com isso, tudo o que os sentidos, as emoções, o intelecto e a alma neste estado captam são impressões parciais e imprecisas da realidade. E o homem condicionado a esse sono metafísico não é senão um escravo de seus sentidos que o ludibriam, de suas emoções que o arrastam as paixões destrutivas e aos desejos insaciáveis e de sua mente que o conduz de um pensamento a outro até que a morte o surpreenda. Os métodos e práticas do Irfan visam num primeiro momento educar esses centros do ser num processo lento e constante. O Primeiro passo neste processo é a aderência aos pilares da fé (por uma compreensão correta do Tawhid) e do Islam, o estabelecimento dos îbadat (sallah, jejum e zakat), a correta distinção entre o haram e o halal. Contudo, deve-se tomar o cuidado para que esta aderência não seja cega ou mero repetir de rituais, para isso é preciso que a pessoa mantenha sua mente empenhada na meditação sobre os princípios do Din e seus profundos significados até que sua intenção seja aprimorada e então, seus îbadat e sua ações bondosas passam a ser realizadas com consciência. Porém, um estado de vigília se faz necessário sobre o coração, a menos que o fiel possua plena consciência e aceitação de que "Todo Bem pertence a Allah" e que somente Ele é Digno de Louvor, seu culto e suas ações correrão o risco de o conduzirem a um estado de auto-engrandecimento. Por esta razão frequentemente o conhecimento mal orientado e a boa ação sem a devida consciência arrastam ao desvio espiritual. O caminho da Religião só pode ser trilhado com profunda humildade. O segundo passo é a adoção do método fundamental do Irfan: o desenvolvimento da consciência pela recordação de Allah (DHIKRULLAH). O conhecimento tradicional, fundamentado no Alcorão e na tradição fiel ressalta a RECORDAÇÃO DE ALLAH como método por excelência. O despertar da alma não pode ser conseguido por nenhum outro método. O Alcorão, que em diversas passagens exorta os crentes a essa recordação, em versículos como: “QUANTO AOS TEMENTES, QUANDO ALGUMA TENTAÇÃO SATÂNICA OS ACOSSA, RECORDAM-SE DE ALLAH E EI-LOS ILUMINADOS.” (7:201) “E QUANDO TIVERDES CONCLUÍDO A ORAÇÃO, INVOCAIS A ALLAH, QUER ESTEJAIS DE PÉ, SENTADOS OU DEITADOS...” (4:103) Considerando que todos os îbadat se validam à medida que esse estado de recordação se estabeleça, é evidente que no âmbito do Dhikr se situa a consciência da devoção sem a qual todas as ações se tornam simples repetições sem vida. Neste ponto, que a prática correta implica em correção da intenção e nesse aspecto está a relevância de Dhikr desde que a criatura condicionada a um estado de inconsciência da realidade encontra-se em tal condição que a sua intenção obviamente está longe dessa pureza. Somente um constante esforço de Recordação de Allah pode pouco a pouco corrigir sua intenção na medida que a luz da consciência da realidade do din substitua o sono metafísico, o estado de inconsciência, de adormecimento da alma. Esse método é direcionado ao Qalb (coração espiritual) o centro das emoções e fonte de todas inclinações relacionadas a Alma. Diversas tradições frisam que pela purificação do Qalb, a luz do din alcança a alma, ou melhor dizendo, a alma readquire seu brilho original e por conseguinte reaviva a consciência da mente e dos sentidos. Este segundo estágio tem por objetivo principal o controle do nafs (íntimo). Em outras palavras, por meio da prática constante do Dhikr se tem por objetivo canalizar a energia interna dispersa nas inclinações e paixões básicas, fazendo com que a mente e a alma realizem o controle das paixões e dos condicionamentos primários. Na condição de sono metafísico a criatura encontra-se envolvida com a impureza em vários níveis. Para cada modalidade de impureza há um elemento purificador: 1. Para a impureza do Kufr (descrença) a fé no xahadah “LA ILAHA ILLALLAH, MOHAMMADUN RASULULLAH”. 2. Para a impureza do pecado o Tawbah (arrependimento)e o Istighfar (pedido de perdão), o jejum, o Zakat e as ações bondosas. 3. Para a impureza do corpo e dos canais das ações humanas (face e membros) o Ghusl e o Wudu. 4. Para a impureza do comportamento vicioso os Salawat e o dua'a.  5. Para a impureza da ignorância a luz do conhecimento correto. 6. Para a impureza do Qalb (do coração onde residem as intenções e inclinações mais íntimas) o DHIKRULLAH (RECORDAÇÃO OU MENÇÃO DE ALLAH). Todos esses métodos são do âmbito do Fiqh e devem ser adotados em conjunto, pois esse Din é uma Unidade e busca agir sobre a totalidade da criatura. No que diz respeito ao Dhikr o Irfan o define como um ESTADO DE RECORDAÇÃO que se estabelece em 4 níveis fundamentais. O nível primário é o denominado invocação (ou menção) em que o devoto se empenha em praticar, recitar as invocações sagradas. Esta prática deve ser constante e diária para que se alcance o segundo nível. Este segundo nível é o que a invocação é acompanhada de MURAQABA (MEDITAÇÃO OU CONTEMPLAÇÃO), neste caso, o dhikr engloba a recitação e uma atitude interna de constante lembrança seja dos atributos divinos ou aspectos e sinais sagrados invocados com a língua. Se por exemplo, o devoto está a praticar o Istighfar, neste nível ele mantém sua mente absorta o quanto lhe for possível em sua ação, no que se refere aos seus pecados e na vastidão do perdão de Allah, com temor e esperança. O terceiro nível é o Dhikr Ikhfat (silencioso), quando a recordação já prossegue mesmo sem a invocação. Neste nível, o devoto mantém um relativo estado de Muráqaba em boa parte do tempo, mesmo quando envolvido em outras atividades esse estado de recordação com razoável freqüência se estabelece em sua mente, este estado é citado no Alcorão no seguinte ayat sagrado: “E RECORDA-TE DE TEU SENHOR INTIMAMENTE, COM HUMILDADE E TEMOR, SEM MANIFESTAÇÃO DE PALAVRAS...” (7:205). O quarto e mais alto nível é o KAMIL DHIKR no qual a recordação de Allah se estabelece de modo integral envolvendo todas as ações e pensamentos do devoto. Este nível é o dos amigos de Allah, dos Profetas e dos Purificados Imames (as) de modo que um devoto só o alcança por obra e graça de Allah, que elege os seus amigos e os abençoa por meios que só Ele conhece. Entretanto, é também ressaltado que um avanço espiritual só é possível na razão direta que o Nafs (íntimo) seja controlado e submetido pelo fortalecimento da vontade. O Nafs (íntimo ou Ego) de um homem condicionado ao sono metafísico se assemelha a um cavalo selvagem continuamente fustigado ora pelas impressões dos sentidos, ora pelas paixões, desejos e inclinações viciosas ou pela conturbação da mente. A natureza de Nafs se caracteriza pelo condicionamento a ação, ou seja, sua tendência natural é a repetição de um determinado conjunto de comportamentos e repetições (hábitos). Assim sendo, não é possível controlá-lo pela simples supressão da atividade ou uma eventual repressão das ações. O único modo de fazê-lo e substituir os maus condicionamentos e hábitos por ações corretas. Aqui novamente surge a importância da prática dos îbadat e das ações piedosas para que o nafs seja recondicionado, purificado e mantido ao menos sob um relativo controle. A fé se revestida de temor dá ao homem os meios para que consiga reformar o seu íntimo, na medida da sinceridade de seu esforço nesse sentido. O Nafs pode ser mais facilmente reeducado se o devoto alia a sua prática à meditação sobre o din com constância. Esse esforço surte efeitos se de modo simultâneo o devoto der devida atenção às abstenções. Chamamos de abstenções o afastamento de todas as coisas que contribuem para a impureza e a desestabilização do Nafs. Allah o Altíssimo vedou-nos certas coisas, decretando-as como Haram as quais o Fiqh detalha. Se analisarmos com profundidade a natureza e o efeito de cada uma delas perceberemos que contribuem para o desequilíbrio dos 3 centros do ser (sentidos, coração e Mente). No que tange aos sentidos (centro sensorial) as abstenções são específicas à visão, fala, audição, paladar e tato. A visão: o devoto deve se abster de olhar aquilo que desperte sua cobiça, sobre o qual ele não tem direito, ou o que é obsceno. A fala: o devoto deve se abster de palavras maldosas e depreciativas sobre outros, a mentira, a intriga, a calúnia, bem como das palavras maliciosas e vulgares, das conversas despropositadas e levianas. A audição: o devoto deve abster-se de dar ouvidos a tudo aquilo que é proibido à fala. O paladar: o devoto deve abster-se de comer e beber o que é impuro (a carne de porco e de outros animais de natureza impura), a carne de animais abatidos incorretamente e o consumo de bebida alcoólica). Abster-se igualmente de comer e beber em excesso o que seja lícito. O tato: o devoto deve abster-se de tocar ou se apropriar daquilo que não tem direito ou que pertença a outros. Esta abstenção abrange a fornicação, o adultério, o roubo, o furto, os juros, a malversação dos bens e do que lhe seja confiado. O nafs não pode ser controlado a menos que o devoto observe fielmente essas abstenções. Como já dissemos, o Nafs pode ser recondicionado pela substituição das más ações e hábitos por ações piedosas e hábitos corretos. Os îbadat possuem dois aspectos básicos: a adoração em si (na obediência a Allah e na busca do seu aprazimento) e a reeducação do Nafs, este segundo aspecto é o evidenciado no Ayat Sagrado: “A ORAÇÃO PRESERVA (O HOMEM) DA OBSCENIDADE E DO ILÍCITO...” (29:45) Por outro lado, se as abstenções acima não forem observadas o îbad será como o banho do elefante que ao sair da água enfia-se no lamaçal. Por essa razão a ênfase na meditação, no dhikr e no estudo constante por parte do devoto. O PRINCÍPIO DA NÃO PRONÚNCIA. Contrariamente a visão ocidental de religiosidade e esoterismo, o Islam não propõe a renúncia ao mundo como outros sistemas místicos do oriente. Ao invés disso, propõe o desenvolvimento da consciência a partir de uma relação direta com o mundo que nos cerca; e declara que esse objetivo só pode ser alcançado pelo aprofundamento dessa relação. O fundamento dessa convicção encontra-se nas dezenas de versículos sagrados do Alcorão que nos exortam a meditar sobre o mundo e o universo que nos cerca, sobre nós mesmos e sobre os comportamentos humanos. Versículos como: “E NA TERRA HÁ SINAIS PARA OS QUE ESTÃO SEGUROS NA FÉ. E TAMBÉM OS HÁ EM VÓS MESMOS. NÃO VEDES ACASO?” (51: 20 e 21) Deixa-nos claro que a realidade objetiva e eterna não está distante de nós, não é algo a ser alcançado no claustro das montanhas, mas sim aqui e agora, como alguém que esteja num quarto escuro cheio de tesouros, não é uma questão de sair do quarto, mas ao invés disso, acender a luz e ver, a luz aqui referida é a consciência que possibilita que a criatura enxergue a realidade das coisas. Assim, o Islam não prega a renúncia externa ao mundo, e o Irfan explica essa posição com o dizer “ESTEJA NO MUNDO SEM SER O MUNDO”. O que na prática significa viver de modo consciente quanto a impermanência da vida terrena e o caráter ilusório das coisas que este mundo oferece, tendo ao mesmo tempo uma viva recordação da realidade do invisível e da vida futura. Assim como um ator que embora cumpra o papel a ele incumbido não esquece de manter-se consciente de quem ele realmente é. DUN’YA (vida terrena) é representada na linguagem mística do Irfan como um labirinto de espelhos. O homem com a consciência adormecida vê os reflexos a sua volta e toma-os como reais, semelhante a alguém que sonha e interpreta o seu sonho como sendo a realidade e quando desperta percebe o quanto estava enganado. Ao morrer, todo humano se confronta com essa percepção; o din é um modo de fazer com que a consciência desperte antes da morte. A QUESTÃO DOS DONS MÍSTICOS E DOS PRODÍGIOS. Um aspecto do Irfan que costuma despertar o interesse das pessoas é a manifestação de certos dons místicos e prodígios atribuídos aos sufis. Na verdade esses dons místicos e prodígios não fazem parte dos objetivos dos sinceros e sérios, são antes consequências eventuais do aprimoramento da consciência, que devem ser analisadas com cuidado. Primeiro, é necessário que façamos uma correta distinção dessas manifestações. É inegável que o conhecimento do nível do Irfan sendo devidamente aplicado pode conduzir a certos dons, especialmente quando relacionado às invocações dos atributos divinos (asmaul husna), entretanto, um dom aplicado sem sabedoria ou que se envolva com uma intenção impura leva o seu praticante a ruína espiritual. Mujîzah é a denominação dos prodígios ou sinais que Allah conferia a seus Profetas (as). Tais sinais, via de regra eram concedidos com uma razão específica no cumprimento de suas missões. Ademais os Dua’as (apelos) dos profetas eram atendidos por Allah, o que aos humanos em geral, significavam coisas além do possível. A característica determinante de um Mujîjah, é que se tratava de um sinal ou prodígio que não podia ser de modo algum repetido por outros, que não por aqueles Mensageiros de Allah, a quem Ele os havia capacitado para tal. A história dos profetas está repleta desses sinais incomparáveis: os sinais legados a Moisés (as), a revelação do Alcorão e o sinal da Lua Fendida concedidos ao Santo Profeta (saas), a ressurreição dos mortos concedida a Jesus (as), etc. Os Imames (as) e os Awliia eram capacitados a operar certos prodígios e manifestavam determinados dons em razão de sua elevada condição espiritual. A isso denomina-se de Karamah, porque é um favor divino a seus servos diletos. O que havia de comum nestas duas modalidades de manifestações místicas era a Báraka (Benção divina) concedida as almas purificadas, todas essas manifestações conduziam as pessoas a compreensão do Poder de Allah. Istidráj é a denominação dada aos prodígios operados por inspiração demoníaca que ao contrário, afastam as pessoas das diretrizes do Din, alimentam a idolatria e são empregados por homens de má índole que fazem uso de seus conhecimentos com intenções malignas. Istidráj é infelizmente algo muito vulgar e difundido no mundo tanto no passado como nos dias atuais. Magos, feiticeiros, falsos servos de Deus e embusteiros estão por toda parte iludindo as pessoas e empregando Istidráj para desviá-las. No caso específico dos Karámah manifestados por um determinado homem de conhecimento, ressaltamos que em nenhuma circunstância induz ao desvio, e muito menos é um objetivo em si mesmo. É na verdade uma prova no aprendizado espiritual da qual só os realmente sinceros e tementes se mantém incorruptíveis. PALAVRAS FINAIS. Diante da complexidade desse assunto (o que demandaria anos de estudo e muitos livros para uma abordagem mais profunda) espero que essa breve análise sirva como uma introdução aos estudiosos. O Irfan não é uma área de conhecimento teórico, é a própria prática do din, tentei aqui apenas dissertar sobre alguns aspectos essenciais. O mais importante para os muçulmanos é cultivar essa consciência mais profunda do din, do conhecimento tradicional cultivado e legado pelo Profeta (saas) e pelos Imames de Ahlul Bait (as). O dizer profético “EU SOU O PALÁCIO DO CONHECIMENTO E ALI É A PORTA”, deixa claro que o conhecimento é franqueado para os crentes ainda que esteja disposto em vários níveis de compreensão. www.mesquitadobras.org.br. Abraço. Davi

terça-feira, 26 de março de 2019

ADOLF HITLER E O OCULTISMO NAZISTA


Gnosticismo. www.gnosisonline.org. Texto de Ali Onaisi. Ele é jornalista, escritor e responsável pelo portal GnosisOnlinel. ADOLF HITLER E O OCULTISMO NAZISTA.  O “misticismo nazi” é um termo usado para descrever uma subcorrente do nazismo quase religiosa, caracterizando-se pela combinação do nazismo com o ocultismo, o esoterismo, a cripto-história e o paranormal. Em alguns casos atribui uma importância religiosa à pessoa de Adolf Hitler (1889-1945) e à sua doutrina. Para o venerável mestre Samael Aun Weor (1917-1977), o líder alemão conheceu profundamente os mistérios do ocultismo. Hitler conheceu os mistérios tântricos e os praticou com sua esposa-sacerdotisa, porém, como não trabalhou sobre si, eliminando seu ego, seus defeitos e valores mentais negativos, levou o mundo todo ao caos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Hitler, para os gnósticos, teria sido um grande líder para seu povo e talvez para o mundo se tivesse, além de defender o povo germânico de seus inimigos, levantado a bandeira da paz, em vez da guerra. O orgulho (orgulho ferido, complexo de superioridade e megalomania – valorização mórbida de si mesmo e predileção pelo grandioso majestoso), a cobiça (desejo doentio de conquista) e a violência foram seus principais defeitos psicológicos e psicopáticos. Para falar sobre esse personagem, que foi um iniciado em escolas de ocultismo europeias, é necessário conhecermos os fatores que nos levaram aos aspectos econômicos e sociais da atual Nova Ordem Mundial. Que relação tiveram Hitler e o Nacional Socialismo (nazismo) com o esoterismo? Hitler conheceu realmente grandes Iluminados, por ele chamados de “Super-Homens”? Ele teve contato com mestres da Venerável Loja Branca ou da terrível Loja Negra? Vamos analisar, neste texto do GnosisOnline, todo o movimento esotérico que rodeou Adolf Hitler e suas consequências atuais. O que diz Samael sobre Adolf Hitler. O VM Samael comenta algumas vezes sobre Adolf Hitler. Na primeira vez, Samael comenta que ele conheceu pessoalmente a Hitler, em suas viagens jinas pela Europa. Na segunda o mestre fala que depois de morrer, Hitler foi para os Mundos Infernos da Lua Negra Lilith. E na terceira fala que Hitler não morreu em seu bunker em Berlim, como a imprensa teima em defender. Quem na verdade morreu ali foi seu sósia. Hitler, para o mestre Samael, fugiu da Alemanha em um submarino e estabeleceu-se em algum lugar secreto na Argentina. Também podemos encontrar algumas afirmações do VM Samael em sua obra magistral O Quinto Evangelho, sobre Hitler: “Desta forma, podemos afirmar que a Força Hipnótica é geral, podemos ver, por exemplo, milhões de soldados que estão hipnotizados, não só eles, mas todo mundo. É certo que existem, mesmo no exército, pessoas que têm a Consciência Desperta. No caso da Segunda Guerra Mundial, Hitler estava adormecido, se estivesse desperto não faria o que fez, mas sonhava que estava desperto, pensou em até criar uma raça superior, que tinha chegado a hora do Super-Homem. Estava envenenado pelas teorias de Friedrich Nietzsche (1844-1900), lembremos aquela frase do Führer quando disse com euforia que tinha conhecido o Super-Homem, que era terrivelmente cruel e que ele tinha sentido medo (…). Realmente, o que Hitler viu não era o Super-Homem, e sim um Mago Negro, que veio lá da Ásia, do Tibete, do Clã de Dag-Dugpa, com uma Força Hipnótica extraordinária. Esse Mago Negro visitou Berlim e chamaram-no de “O Homem das Luvas Verdes”, e ele dizia que tinha as chaves de Agartha, onde viviam os Deuses Guardiães do Mundo. É claro que com uma linguagem tão altissonante, as multidões não poderiam fazer outra coisa que se assombrar, e o Führer não teve nenhum inconveniente em render culto àquele Mago Negro Dugpa, criando uma Instituição de tipo esotérica em Berlim, porém era uma Instituição de Magia Negra. Ele acreditava que era um Profeta, não da palavra, mas da espada, chamado a revolucionar o mundo. Mas os esoteristas sabem muito bem que Hitler é o Retorno ou Reincorporarão daquele terrível Átila (453 - ?), dos tempos antigos, aquele a quem chamavam de “Castigo de Deus”. Quanto a Benito Mussolini (1883-1945) em suas vidas passadas, foi um membro ilustre da Fraternidade Tenebrosa. Todos eram Magos Negros, são pessoas que agora vivem nos Mundos Infernais, esta é a crua realidade dos fatos (…). Continuando, o verdadeiro Homem não existe, os poucos Homens que temos na face da Terra, como Saint-Germain (1712-1784), Gagliostro, Raimundo Lulio (1232-1316), Nicolas Flamel (1340-1418), fazem um Círculo Esotérico à parte. O que existe, então? O “bípede tricerebrado”, equivocadamente chamado de “homem” incluo também as nossas companheiras, as mulheres, realmente ainda que doa a vocês, tenho de ser um pouco cruel, vocês não alcançaram o Estado de humanos, são “humanoides intelectuais”, ou, não se ofendam por favor, “mamíferos racionais”. Friedrich Nietzsche (1844-1900) cometeu um erro gravíssimo ao falar do Super-Homem. Ele dizia em sua obra Assis falou Zaratustra que havia chegado a hora do Super-Homem, e que este estava para o homem, assim como o animal para o homem. Que equívoco Nietzsche cometeu, falando do Super-Homem, quando nem sequer o Homem nasceu. Hitler seguiu Nietzsche ao pé da letra, a mística da Alemanha de então era a de Nietzsche. Naquela época, qualquer policial, soldado, se sentia um Super-Homem, e tal mística serviu como fundamento para a Segunda Guerra Mundial. Nestes instantes devemos ser analíticos e refletir, bastante, pois se acreditarmos que somos Homens, estão equivocados; para ser homens, é necessário possuir um Corpo Astral, um Corpo Mental e um Corpo Causal, além do Corpo Físico. Quando examinamos o humanoide, vamos perceber que possui um Assento Vital, um Linga Sharira, que serve de base à mecânica da célula viva, mas não possui os Corpos Existenciais Superiores do Ser.” Na obra Revolução da Dialética, Samael comenta sobre as verdadeiras e ocultas causas que originaram a Segunda Guerra Mundial: “A suástica em movimento gera a eletricidade sexual transcendental. Hitler entendeu sobre essas coisas e por isso tomou a Suástica como símbolo de seu Partido. O Homem das Luvas Verdes pertenceu ao clã dos Dag-Dugpas. Hitler deixou-se enganar por esse homem e foi ensinado a cristalizar tudo negativamente. Quando Von Lizst (1851-1919) capitulou em Lhasa – Tibete, os monges dag-dugpas se lançaram às ruas, celebrando a capitulação de Berlim – Alemanha. A Segunda Guerra Mundial foi um duelo entre os ensinamentos de Giorgii Gurdjieff (1866-1949) e os dos dag-dugpas. Este duelo foi importado do Tibete e foi uma verdadeira luta entre os magos brancos e os negros do Tibete.” Eis aí os ensinamentos transcendentais de Samael Aun Weor sobre Hitler (…). Afinal, quem eram os magos brancos e os magos negros do Tibete aos quais Samael se refere? São os mais distintos membros das duas escolas mais poderosas das Lojas Branca e Negra: A Sagrada Ordem do Tibete, regida pelo meritíssimo senhor Bhagavan Aclaiva, e o Clã Dag-Dugpa, que teve como um de seus membros mais destacados o homem que se chamou, quando encarnado, Mao Tsé-tung (1893-1976) (não sendo à toa que Samael, comentando sobre Mao, dizia que MAO é o contrário de AOM). Hitler e os Judeus, segundo Samael. Alguém pergunta ao VM Samael Aun Weor por que Hitler odiava os judeus, e o Mestre se limita a responder o seguinte: “Numa certa ocasião, achando-me no Mundo Astral, invoquei Karl Marx (1818-1883) e ele apareceu e eu lhe perguntei: ‘Tonto, não te dás conta que você escreveu uma farsa? Não te dás conta disso?’ Percebi uma coisa curiosa, esse homem está desperto e consciente e ele é seguido por Vladmir Lenin (1870-1924), que parece um sonâmbulo, está inconsciente e o segue como uma sombra, mas Marx está desperto e consciente no Mal e para o Mal! Entretanto, eu não vou me pronunciar contra o povo judeu, porque isso seria um absurdo! Existe uma multidão de anciães, mulheres e crianças que jamais na vida souberam alguma coisa sobre os Protocolos de Sião. Atacar todos os judeus é um delito, os culpados são os governos e o Sanedrim (Sinédrio), com os seus 300 membros, que possuem um projeto há mais de 3 mil anos para dominar o mundo”. Pergunta: ‘Eles têm dominado o mundo?’ Samael Aun Weor: “Até agora o projeto está dando resultado. Hitler sabia, mas ele preferiu atacar as mulheres, os velhos e as crianças nas câmaras de gás, essas criaturas nada sabiam dos planos do Sanedrim, os membros estavam rindo de Hitler nos Estados Unidos, na França, Inglaterra e Rússia. Eles, o Sanedrim, foram os que acabaram com Hitler (…)”. Analisemos, a partir de agora, outros aspectos sobre os diversos aspectos que permitiram que o nazismo tivesse êxito nos campos militar e político, sempre auxiliado pelo ocultismo. Ordens Ocultistas. Hitler, aficionado por tudo o que se relacionasse com o autoconhecimento, com o esoterismo e magia, foi membro de algumas ordens ocultistas germânicas. Vejamos a história de algumas delas para compreender um pouco mais como funcionava a psique desse personagem: 1. Sociedade Ahnenerbe. A Sociedade de estudos para a antiga história do espírito (Deutsche Ahnenerbe), mais conhecida como a Herança dos Ancestrais, foi criada no dia 1º de julho de 1935. Em seu começo funcionou como um instituto de investigações avançadas das SS (organização paramilitar ligada ao Partido Nazista de Hitler) para logo se independizar (torna independente). Seus mentores foram Henrich Himmler (1900-1945), Herman Wirth (1885-1981) e Walter Darre. Havia 43 departamentos na Ahnenerbe, dos quais um insólito, aquele que se dedicava às atividades ocultistas. Os interesses dessa verdadeira confraria, altamente seleta, versavam sobre: a busca do Santo Graal, escavações de vestígios atlantes, exploração e contato com as culturas místicas do Tibete, práticas de yoga, estudos de antigos cultos pagãos, viagens ao interior da Terra para comprovar se esta é realmente oca etc. O grande líder dessa seção, depois de Himmler, era Friedrich Hielscher (1894-1975), um homem enigmático e do qual há poucos dados. Hielscher incentivou a famosa expedição ao Tibete (1938-1939). A missão foi comandada pelo antropólogo Ernst Schaefer (1910-1992), acompanhado por cinco sábios alemães e 20 membros da SS. Juntamente com a Ahnenerbe, coexistiram outras organizações que também tiveram uma vinculação esotérica. Uma delas foi a Thule, de onde surgiriam dois importantes desprendimentos: a Ordem do Sol Negro e a Loja Sociedade Vril. 2. Ordem do Sol Negro. Foi um corpo especial batizado como SS Schwarze Sonne, estabelecido para pôr em prática os ensinamentos do monge tibetano conhecido como o Homem das Luvas Verdes, o qual trouxe técnicas tenebrosas para atrair a energia do Sol Negro de nosso Sistema Solar. As teorias geológicas e astronômicas que os cientistas nazis manejavam asseguravam que a Terra, como o resto dos corpos cósmicos, é na realidade um satélite de dois sóis, e não um somente, um branco e luminoso que nos dá vida, e outro, de matéria astral, que nos desequilibra. Essa Ordem do Sol Negro teve um objetivo: atrair energias cósmicas negativas do Sol Negro e pôr em marcha projetos secretos de dominação mundial. 3. Sociedade Vril. A Loja Luminosa ou Sociedade Vril foi fundada pelo professor de geopolítica e esoterista berlinense Karl Haushoffer (1869-1946). Diz-se que a fonte de inspiração para a sua criação, baseou-se no livro intitulado Vril – A Raça Futura, do escritor inglês e discípulo de Eliphas Levi (1810-1875, Edward Bulwer-Lytton (1803-1873), onde se descreveria uma sociedade subterrânea que utilizava uma misteriosa energia tântrica, o Vril. Entre os objetivos dessa loja estava: Investigar as origens da raça ariana e saber como essas capacidades mágicas que dormem no sangue podem ser reativados para convertê-las em veículos sobre-humanos. Documentos nazis capturados após a queda do Terceiro Reich indicam que Hitler e seus partidários lançaram várias expedições em busca de uma entrada rumo ao mundo interior, à Terra Oca. Geógrafos e cientistas alemães receberam a ordem de encontrar túneis que conduzissem os Vril-ya (como se denominou a esse povo subterrâneo oculto). Foram pesquisadas minas alemãs, suíças e italianas para encontrar possíveis poços, e inclusive Hitler ordenou a um coronel de inclinações intelectuais que investigasse a vida do lorde Bulwer-Lytton con a esperança de conhecer onde e quando o autor havia visitado o mundo dos Vril. (Lytton é autor do livro VRIL, O PODER DA RAÇA FUTURA – clique aqui). Os nazis acreditavam que através da energia Vril eles poderiam “ter acesso a profundos conhecimentos no campo da tecnologia atômica, muitos dos quais ainda não foram descobertos, e cujo manejo errôneo teria provocado o abrupto desaparecimento de civilizações antigas das que apenas há algum registro, como é o caso de antigos textos hindus em que aludem a Vimanas voadores e armas com raios atômicos”. 4. Thule-Gesellschaft. A Sociedade do Thule foi uma sociedade esotérica alemã fundada em 1918 pelo ocultista e nobre alemão Rudolf von Sebottendorff (1875-1975). A ela pertenceram importantes personalidades do Terceiro Reich (os nazistas tentaram legitima o poder retratando o seu regime como uma continuação do Sacro Império Romano e do segundo Reich 1871-1918), como o próprio Adolf Hitler e seu braço direito Rudolf Hess. Aparentemente, o Partido Nacional-socialista (e, portanto, o próprio Terceiro Reich) teve sua origem nessa sociedade, sendo o DAP (Deutsche Arbeiter-Partei, depois transformado em NSDAP) seu braço político. Como escudo da Sociedade Thule escolheu-se a suástica colocada atrás de uma reluzente espada disposta verticalmente. O nome Thule foi escolhido por causa do legendário Reino de Thule dos nórdicos e a Tula dos astecas, a ilha encantada do norte do mundo, onde se encontrariam os regentes da raça ariana e da evolução espiritual da humanidade. Em 1919, o membro da Thule Karl Haushofer (1869-1946) fundou uma segunda ordem, que se chamou Brüder des Lichtes (Irmãos da Luz), depois denominada Vril-Gesellschaft. Esta nova sociedade uniram-se os membros de outras ordens, tais como a Die Herren von Schwarzem Stein (Os Senhores da Pedra Negra), que era a refundação de uma Ordem Templária. Entre os membros da Sociedad Thule encontravam-se, ademais dos pagãos Heinrich Himmler e Alfred Rosenberg, também sacerdotes (como o confessor de Hitler, Bernhard Stempfle (1882-1934), monges cistercienses (Guido von Lizst (1884-1919) e membros da Ordem do Temple Refundada (os chamados Herren von Schwarzem Stein), além de nacionalistas, patriotas, antimarxistas e anti-sionistas. O autor alemão Jan Udo Holey (1967 - ) afirmava em seu livro Sociedades Secretas e seu Poder no Século 20 que os homens mais destacados dessa ordem, e que influenciaram os destinos da Alemanha e mesmo da própria humanidade na época foram: Freiherr Rudolf von Sebottendorff; Guido von Lizst e Jörg Lanz von Liebenfels, mestres da Ordem; Adolf Hitler, Führer, chanceler do Reich e Führer da Alemanha; Rudolf Hess; Hermann Göring, marechal do Reich; Heinrich Himmler, Reichsführer SS; Alfred Rosenberg, ministro do Reich; Hans Frank; Julius Streicher; Karl Haushofer; Gottfried Feder; Dietrich Eckart; Bernhard Stempfle; Franz Gürtner; Rudolf Steiner (1861-1925); Theo Morell (1886-1948); W. O. Schumann; Trebisch-Lincoln e a Condessa Westrap. A Morte de Hitler. O suicídio de Adolf Hitler e sua mulher, Eva Braun (1912-1945), é considerado por todos como uma verdade incontestável. Mas será mesmo que ele e sua família se mataram em seu bunker, em Berlim? Por que será que isso foi contestado logo após o fim da Segunda Guerra Mundial por inúmeras autoridades? Para muitos, a farsa armada em torno do suicídio de Hitler está ultrapassada, pois vários pesquisadores coincidem na falta de provas de sua morte na Alemanha. Não há cadáver, nem autópsia, nem perícia jornalística. Para o jornalista argentino Abel Basti (1956 - ), autor de um interessante livro (Hitler em la Argentina), Hitler desembarcou em Caleta de los Loros, entre as cidades de Viedma e San Antônio Oeste. Protegido pela colônia alemã e mesmo pelo serviço secreto argentino, Hitler e Eva Braun teriam vivido sossegados neste país da América do Sul, até sua morte por velhice. A versão de Basti consiste em que o casal Hitler-Eva no dia 29 de abril de 1945, em um avião JU-52, após passar sem prejuízo a defesa aérea soviética, aterrissou na Espanha e daí em um submarino chegou à Patagônia. Josef Stalin (1878-1953), dias depois da invasão soviética de Berlim, comentou com seus principais generais: “Ele não está morto. Ele escapou para a Argentina ou Espanha”. Como o Terceiro Reich entrou em colapso na primavera de 1945, a primeira coisa que o Exército soviético fez ao entrar em Berlim foi chegar o mais rápido possível ao bunker onde estaria escondido Hitler para capturá-lo antes das demais tropas aliadas. Depois, os russos fizeram uma série de afirmações contraditórias sobre a morte do líder alemão. No dia 17 de julho do mesmo ano, em Potsdam – Alemanha, Stalin comentou, durante um café da tarde, ao presidente americano Harry Truman (1884-1972) de que eles não haviam achado o corpo de Hitler, e o que havia sido encontrado foi o sósia dele, morto com um tiro na cabeça, segurando uma foto de Eva Braun. Mas que o verdadeiro Hitler não se encontrava mais no local. Stalin também confidenciou que divulgaria as fotos desse sósia de Hitler como se fosse o próprio, até que o verdadeiro fosse encontrado. Os vencedores da Segunda Guerra Mundial (1º de setembro de 1939 a 2 de setembro de 1945) nunca o encontraram. No dia 19 de abril de 1945, o New York Times escreveu: “Rumores estão circulando sobre o dublê de Hitler. Pode ter sido ele o que foi encontrado no bunker, ele foi treinado para ‘ser’ o próprio Hitler e iria se transformar num mártir no lugar de Hitler, enquanto este se tornaria o verdadeiro mártir”. Um relatório da KGB, o serviço secreto soviético, afirmava o seguinte: “No bunker com Hitler estava seu doppleganger (sósia), Gustav Weber (1890-1945). Estavam sempre juntos para o caso de Hitler precisar dele”. Se Hitler não morreu, o cadáver achado foi o de seu sósia, seu dublê, então por que isso não foi relatado pelos vencedores? Por que os soldados soviéticos simplesmente cremaram o cadáver do suposto Führer, em vez de apresentá-lo como objeto de exposição? Para onde teria ido Hitler? Talvez seja por isso que C. J. Heimlich, coronel do serviço de informações da presidência norte-americana afirmou que “nenhum ser humano pode afirmar conclusivamente que Adolf Hitler morreu”. À época, um dos agentes do FBI (Polícia Federal Americana) afirmou, depois de alguns anos de investigações: “Ele realmente escapou para a Argentina e se diz que ele ainda viveu mais 11 anos. Depois desse tempo, ninguém mais soube de seu paradeiro”. Realmente, informações de diversas fontes sobre o verdadeiro paradeiro de Adolf Hitler vêm coincidir com as afirmações do VM Samael Aun Weor sobre a vida e morte desse líder do povo germânico. Samael disse que Hitler realmente morreu de velho em um país qualquer da América do Sul, país esse que seria nada menos que a ARGENTINA. www.gnosisonline.org. Abraço. Davi

segunda-feira, 25 de março de 2019

TEMOR DA MORTE.


Espiritismo. www.fetnet.org.br.  Texto de Allan Kardec (1804-1869). Livro O Céu e o Inferno. Primeira Parte. Capítulo 2. TEMOR DA MORTE. Causas do temor da morte. Por que os espíritas não temem a morte Causas do temor da morte. O homem, seja qual for a escala de sua posição social, desde selvagem tem o sentimento inato do futuro; diz-lhe a intuição que a morte não é a última fase da existência e que aqueles cuja perda lamentamos não estão irremissivelmente perdidos. A crença da imortalidade é intuitiva e muito mais generalizada do que a do nada. Entretanto, a maior parte dos que nela creem apresentam-se possuídos de grande amor às coisas terrenas e temerosos da morte! Por quê? Este temor é um efeito da sabedoria da Providência e uma consequência do instinto de conservação comum a todos os viventes. Ele é necessário enquanto não se está suficientemente esclarecido sobre as condições da vida futura, como contrapeso à tendência que, sem esse freio, nos levaria a deixar prematuramente a vida e a negligenciar o trabalho terreno que deve servir ao nosso próprio adiantamento. Assim é que, nos povos primitivos, o futuro é uma vaga intuição, mais tarde tornada simples esperança e, finalmente, uma certeza apenas atenuada por secreto apego à vida corporal. À proporção que o homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; uma vez esclarecida a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim calmo, resignado e serenamente. A certeza da vida futura dá-lhe outro curso às ideias, outro fito ao trabalho; antes dela nada que se não prenda ao presente; depois dela tudo pelo futuro sem desprezo do presente, porque sabe que aquele depende da boa ou da má direção deste. A certeza de reencontrar seus amigos depois da morte, de reatar as relações que tivera na Terra, de não perder um só fruto do seu trabalho, de engrandecer-se incessantemente em inteligência, perfeição, dá-lhe paciência para esperar e coragem para suportar as fadigas transitórias da vida terrestre. A solidariedade entre vivos e mortos faz-lhe compreender a que deve existir na Terra, onde a fraternidade e a caridade têm desde então um fim e uma razão de ser, no presente como no futuro. Para libertar-se do temor da morte é mister poder encará-la sob o seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado pelo pensamento no mundo espiritual, fazendo dele uma ideia tão exata quanto possível, o que denota da parte do Espírito encarnado um tal ou qual desenvolvimento e aptidão para desprender-se da matéria. No Espírito atrasado a vida material prevalece sobre a espiritual. Apegando-se às aparências, o homem não distingue a vida além do corpo, esteja embora na alma a vida real; aniquilado aquele, tudo se lhe afigura perdido, desesperador. Se, ao contrário, concentrarmos o pensamento, não no corpo, mas na alma, fonte da vida, ser real a tudo sobrevivente, lastimaremos menos a perda do corpo, antes fonte de misérias e dores. Para isso, porém, necessita o Espírito de uma força só adquirível na madureza. O temor da morte decorre, portanto, da noção insuficiente da vida futura, embora denote também a necessidade de viver e o receio da destruição total; igualmente o estimula secreto anseio pela sobrevivência da alma, velado ainda pela incerteza. Esse temor decresce, à proporção que a certeza aumenta, e desaparece quando esta é completa. Eis aí o lado providencial da questão. Ao homem não suficientemente esclarecido, cuja razão mal pudesse suportar a perspectiva muito positiva e sedutora de um futuro melhor, prudente seria não o deslumbrar com tal ideia, desde que por ela pudesse negligenciar o presente, necessário ao seu adiantamento material e intelectual. Este estado de coisas é entretido e prolongado por causas puramente humanas, que o progresso fará desaparecer. A primeira é a feição com que se insinua a vida futura, feição que poderia contentar as inteligências pouco desenvolvidas, mas que não conseguiria satisfazer a razão esclarecida dos pensadores refletidos. Assim, dizem estes: “Desde que nos apresentam como verdades absolutas princípios contestados pela lógica e pelos dados positivos da Ciência, é que eles não são verdades”. Assim, a incredulidade de uns e a crença dúbia de um grande número. A vida futura é-lhes uma ideia vaga, antes uma probabilidade do que certeza absoluta; acreditam, desejariam que assim fosse, mas apesar disso exclamam: “Todavia se, assim não for! O presente é positivo, ocupemo-nos dele primeiro, que o futuro por sua vez virá”. E depois, acrescentam, definitivamente o que é a alma? Um ponto, um átomo, uma faísca, uma chama? Como se sente, vê ou percebe? É que a alma não lhes parece uma realidade efetiva, mas uma abstração. Os entes que lhes são caros, reduzidos ao estado de átomos no seu modo de pensar, estão perdidos, e não têm mais a seus olhos as qualidades pelas quais se lhes fizeram amados; não podem compreender o amor de uma faísca nem o que a ela possamos ter. Quanto a si mesmos, ficam mediocremente satisfeitos com a perspectiva de se transformarem em mônadas. Justifica-se assim a preferência ao positivismo da vida terrestre, que algo possui de mais substancial. É considerável o número dos dominados por este pensamento. 6. Outra causa de apego às coisas terrenas, mesmo nos que mais firmemente creem na vida futura, é a impressão do ensino que relativamente a ela se lhes há dado desde a infância. Convenhamos que o quadro pela Religião esboçado, sobre o assunto, é nada sedutor e ainda menos consolatório. De um lado, contorções de condenados a expiarem em torturas e chamas eternas os erros de uma vida efêmera e passageira. Os séculos sucedem-se aos séculos e não há para tais desgraçados sequer o lenitivo de uma esperança e, o que mais atroz é, não lhes aproveita o arrependimento. De outro lado, as almas combalidas e aflitas do purgatório aguardam a sua libertação por meio da boa vontade dos vivos que orarão ou farão orar por elas, sem nada fazerem de esforço próprio para progredirem. Estas duas categorias compõem a maioria imensa da população de além-túmulo. Acima delas, paira a limitada classe dos eleitos, gozando, por toda a eternidade, da beatitude contemplativa. Esta inutilidade eterna, preferível sem dúvida ao nada, não deixa de ser de uma fastidiosa monotonia. É por isso que se vê, nas figuras que retratam os bem-aventurados, figuras angélicas em que mais transparece o tédio que a verdadeira felicidade. Este estado não satisfaz nem as aspirações nem a instintiva ideia de progresso, única que se afigura compatível com a felicidade absoluta. Custa crer que, só por haver recebido o batismo, o selvagem ignorante — de senso moral obtuso —, esteja no mesmo nível do homem que atingiu, após longos anos de trabalho, o mais alto grau de ciência e moralidade práticas. Menos concebível ainda é que a criança falecida em tenra idade, antes de ter consciência de seus atos, goze dos mesmos privilégios somente por força de uma cerimônia na qual a sua vontade não teve parte alguma. Estes raciocínios não deixam de preocupar os mais fervorosos crentes, por pouco que meditem. Não dependendo a felicidade futura do trabalho progressivo na Terra, a facilidade com que se acredita adquirir essa felicidade, por meio de algumas práticas exteriores, e a possibilidade até de a comprar a dinheiro, sem regeneração de caráter e costumes, dão aos gozos do mundo o melhor valor. Mais de um crente considera, em seu foro íntimo, que assegurado o seu futuro pelo preenchimento de certas fórmulas ou por dádivas póstumas, que de nada o privam, seria supérfluo impor-se sacrifícios ou quaisquer incômodos por outrem, uma vez que se consegue a salvação trabalhando cada qual por si. Seguramente, nem todos pensam assim, havendo mesmo muitas e honrosas exceções; mas não se poderia contestar que assim pensa o maior número, sobretudo das massas pouco esclarecidas, e que a ideia que fazem das condições de felicidade no outro mundo não entretenha o apego aos bens deste, acoroçoando o egoísmo. Acrescentemos ainda a circunstância de tudo nas usanças concorrer para lamentar a perda da vida terrestre e temer a passagem da Terra ao Céu. A morte é rodeada de cerimônias lúgubres, mais próprias a infundirem terror do que a provocarem a esperança. Se descrevem a morte, é sempre com aspecto repelente e nunca como sono de transição; todos os seus emblemas lembram a destruição do corpo, mostrando-o hediondo e descarnado; nenhum simboliza a alma desembaraçando-se radiosa dos grilhões terrestres. A partida para esse mundo mais feliz só se faz acompanhar do lamento dos sobreviventes, como se imensa desgraça atingira os que partem; dizem-lhes eternos adeuses como se jamais devessem revê-los. Lastima-se por eles a perda dos gozos mundanos, como se não fossem encontrar maiores gozos no além-túmulo. Que desgraça, dizem, morrer tão jovem, rico e feliz, tendo a perspectiva de um futuro brilhante! A ideia de um futuro melhor apenas toca de leve o pensamento, porque não tem nele raízes. Tudo concorre, assim, para inspirar o terror da morte, em vez de infundir esperança. Sem dúvida que muito tempo será preciso para o homem se desfazer desses preconceitos, o que não quer dizer que isto não suceda, à medida que a sua fé se for firmando, a ponto de conceber uma ideia mais sensata da vida espiritual. Ademais, a crença vulgar coloca as almas em regiões apenas acessíveis ao pensamento, onde se tornam de alguma sorte estranhas aos vivos; a própria Igreja põe entre umas e outras uma barreira insuperável, declarando rotas todas as relações e impossível qualquer comunicação. Se as almas estão no inferno, perdida é toda a esperança de as rever, a menos que lá se vá ter também; se estão entre os eleitos, vivem completamente absortas em contemplativa beatitude. Tudo isso interpõe entre mortos e vivos uma distância tal que faz supor eterna a separação, e é por isso que muitos preferem ter junto de si, embora sofram, os entes caros, antes que vê-los partir, ainda mesmo que para o Céu. E a alma que estiver no Céu será realmente feliz vendo, por exemplo, arder eternamente seu filho, seu pai, sua mãe ou seus amigos? Por que os espíritas não temem a morte 10. A Doutrina Espírita transforma completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema, porém o resultado da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes desse mundo que nos vêm descrever a sua situação; aí os vemos em todos os graus da escala espiritual, em todas as fases da felicidade e da desgraça, assistindo, enfim, a todas as peripécias da vida de além-túmulo. Eis aí por que os espíritas encaram a morte calmamente e se revestem de serenidade nos seus últimos momentos sobre a Terra. Já não é só a esperança, mas a certeza que os conforta; sabem que a vida futura é a continuação da vida terrena em melhores condições e aguardam-na com a mesma confiança com que aguardariam o despontar do Sol após uma noite de tempestade. Os motivos dessa confiança decorrem, outrossim, dos fatos testemunhados e da concordância desses fatos com a lógica, com a justiça e bondade de Deus, correspondendo às íntimas aspirações da humanidade. Para os espíritas, a alma não é uma abstração; ela tem um corpo etéreo que a define ao pensamento, o que muito é para fixar as ideias sobre a sua individualidade, aptidões e percepções. A lembrança dos que nos são caros repousa sobre alguma coisa de real. Não se nos apresentam mais como chamas fugitivas que nada falam ao pensamento, porém sob uma forma concreta que antes nos mostra como seres viventes. Além disso, em vez de perdidos nas profundezas do Espaço, estão ao redor de nós; o mundo corporal e o mundo espiritual identificam-se em perpétuas relações, assistindo-se mutuamente. Não mais permissível sendo a dúvida sobre o futuro, desaparece o temor da morte; encara-se a sua aproximação a sangue-frio, como quem aguarda a libertação pela porta da vida, e não do nada. www.fetnet.org.br. Abraço. Davi

sexta-feira, 22 de março de 2019

NOSSO POTENCIAL INFINITO


Espiritualidade. Livro Onde Existe Luz. Texto de Paramahansa Yogananda (1893-1952). Capítulo I. NOSSO POTENCIAL INFINITO. Quando começamos a entender o ser total que o homem é, compreendemos que ele não é um simples organismo físico. Dentro dele há muitos poderes, cujo potencial ele emprega, em grau maior ou menor, para se adaptar às condições deste mundo. É muito maior esse potencial do que imagina o homem comum.

Por trás da luz de cada pequena lâmpada há uma grande corrente dinâmica; sob cada pequena onda existe o vasto oceano, o qual se tornou as muitas ondas. Assim é com os seres humanos. Deus criou todos os homens à sua imagem (1) e deu liberdade a cada um deles. Mas você esquece a fonte de seu ser e o poder sem igual de Deus que é intrínseco a você. As possibilidades deste mundo são ilimitadas; o potencial do homem é ilimitado. (1). Gênesis 1,27 “ E criou Deus o homem a sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”.

Cada ser humano é uma expressão do vasto e grandioso Espírito. Já que você é uma manifestação do Espírito, deve se esforçar para expressar as suas próprias potencialidades infinitas.

Você é muito maior do que qualquer coisa ou qualquer pessoa que você ansiou ser. Deus manifesta-se em você de um modo como não se manifesta em nenhum outro ser humano: sua face é diferente da de qualquer outra pessoa; sua alma é diferente da de qualquer outra pessoa. Você basta a si próprio, pois dentro de sua alma está o maior de todos os tesouros: Deus.

Todos os grandes mestres afirmam que dentro deste corpo está a alma imortal, uma centelha daquilo que tudo sustenta.

De onde provém a nossa verdadeira personalidade? Vem de Deus. Ele é Consciência Absoluta, Existencial Absoluta e Bem-aventurança Absoluta (...). Concentrando-se internamente, você pode sentir, de um modo direto, a divina bem-aventurança de sua alma dentro de você, e fora também. Se puder manter-se nessa consciência, sua personalidade externa vai se desenvolver e vai se tornar atraente a todos os seres. A alma é feita à imagem de Deus, e quando estabelecemos na consciência da alma, nossa personalidade começa a refletir a sua bondade e beleza. Essa é a sua verdadeira personalidade. Quaisquer outras características que você exiba são uma espécie de enxerto – elas não são o verdadeiro “você”.

Faça uma autoanálise: alguma coisa dentro de você o está sempre cutucando para buscar aquele “algo mais” que parece faltar em sua vida. No eu interior de todos os seres humanos existe uma arraigada necessidade de realização. Por quê? Porque caímos e nos distanciamos do regaço do Pai. Vagamos para longe de nosso Eterno Lar em Deus e ansiamos por recuperar a perfeição perdida.

A alma é absolutamente perfeita, mas quando se identifica com o corpo com ego (3), sua expressão fica distorcida pelas imperfeições humanas (...). A Yoga nos ensina a conhecer a natureza divina em nós mesmos e nos outros. Por meio da meditação iogue podemos ter consciência de que somos deuses (3). (2). Egoísmo. (3). “Eu disse: Vós sois deuses, e filhos do Altíssimo, todos vós” Salmos 82,6. “Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses” João 10,34.

O reflexo da lua não pode ser visto claramente em águas agitadas, mas quando a superfície da água está calma, aparece um reflexo perfeito da lua. O mesmo acontece com a mente: quando está tranquila, vê-se claramente refletida a face enluarada da alma. Como almas, somos reflexos de Deus. Quando, por meio de técnicas de meditação (4) eliminamos os pensamentos inquietos do lago da mente, contemplamos nossa alma – reflexo perfeito do Espírito – e compreendemos que a alma e Deus são Um. (4). “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus” Salmos 46,10. Técnicas científicas de meditação iogue, que possibilitam aquietar e interiorizar a consciência e perceber interiormente a presença de Deus, são ensinadas por Paramahansa Yogananda nas Lições da SRF, uma série abrangente de lições para estudo em casa, compiladas a partir de suas aulas e conferências. Essas lições estão disponíveis na Sede Central da SRF.

A Auto realização (5) é o conhecimento – percebido mediante o corpo, a mente e a alma – de que somos um com a onipresença de Deus, de que não temos de orar para que ela venha a nós, de que não estamos meramente sempre próximos dela, mas de que a onipresença de Deus é nossa própria onipresença, de que somos parte dele agora, tal qual haveremos sempre de ser. Só o que precisamos é aperfeiçoar nosso conhecimento. (5). Eu – Self.

Concentre sua atenção no seu interior (6). Você sentirá um novo poder, uma nova força, uma nova paz – em seu corpo, mente e espírito (...). Comungando com Deus, você muda sua condição de ser mortal para ser imortal. Quando fizer isso, todos os liames que o limitam serão rompidos. (6). “Nem dirão: Ei-lo aqui, ou, Ei-lo ali, porque o reino de Deus está dentro de vós” Lucas 17,21.

Há minas de poder que jazem inexploradas dentro de você. Em tudo o que faz, você usa esse poder inconscientemente e alcança determinados resultados. Mas, se aprender a controlar e a usar conscientemente os poderes que há em você, poderá realizar muito mais.

Poucas pessoas neste mundo tentam conscientemente desenvolver os potenciais do corpo, da mente e da alma. As demais são vítimas de circunstâncias do passado. Caminham penosamente, empurradas por hábitos errôneos do passado, desamparadamente vencidas por sua influência, lembrando apenas: “sou um homem nervoso”, ou “sou fraco”, ou “sou pecador” e assim por diante.

Depende de cada um de nós cortar, com a espada da sabedoria, as cordas de nossa servidão, ou continuar atados.

Uma das ilusões da vida é continuar a viver desamparadamente. Tão logo você diz que “não adianta”, as coisas se tornam assim. (...). Pensar que você não pode mudar à vontade é um engano.

Nossas mentes pequeninas são parte da mente onipotente de Deus. Sob a onda da nossa consciência está o infinito oceano da consciência divina. Por esquecer-se de que faz parte do Oceano, a onda se desliga desse poder oceânico. Em consequência, nossas mentes tornaram-se enfraquecidas por nossas tribulações e limitações materiais. A mente parou de trabalhar. Você ficará surpreso com o quanto ela pode fazer se você jogar fora as limitações que pôs nela.

Por que limitar sua capacidade consoante o ditado: “Não morda um pedaço maior do que pode mastigar”? Acho que você deve morder um pedaço maior do que pode mastigar, e então mastiga-lo!

A mente é como um elástico. Quanto mais você puxa, mais ela estica. A mente elástica nunca arrebenta. Sempre que você sinta que sofre limitações, feche os olhos e diga a si próprio: “Eu sou o Infinito”, e verá o poder que você tem.

Quando você me diz que não pode fazer isso ou aquilo, eu não acredito. O que quer que decida fazer, você é capaz de fazê-lo. Deus é a soma total de todas as coisas e a sua imagem está dentro de você. Ele pode fazer qualquer coisa, e você também pode, se aprender a identificar-se com sua natureza inexaurível.

Não se considere um fraco mortal. Quantidades incríveis de energia estão ocultas em seu cérebro. Em um grama de carne há o suficiente para fazer funcionar a cidade de Chicago – Estados Unidos da América, por dois dias (7). E você diz que está cansado? (7). Séculos antes de os físicos modernos provarem a equivalência de matéria e energia, os sábios da Índia declaravam que toda forma de matéria é redutível a alguma espécie de energia – prana.

Deus nos fez anjos de energia, encerrados em matéria sólida – correntes de vida fulgurando através de um bulbo material de carne. Mas concentrando-nos nas fraquezas e nas fragilidades do bulbo corpóreo, esquecemo-nos de como sentir as propriedades imortais e indestrutíveis da eterna energia vital que está dentro da carne mutável.

Quando você transcende a consciência deste mundo – sabendo que não é o corpo nem a mente e, ainda assim, estando mais consciente do que nunca de que existe – é essa consciência divina o que você é. Você é aquilo em que tudo no universo deita raízes.

Todos vocês são deuses; se pelo menos pudessem ter consciência disso (...). Por trás da onda da consciência está o mar da presença de Deus. Vocês precisam olhar para dentro de si. Não se concentrem na pequena onda do corpo e suas fraquezas; espiem mais para o fundo (...). Ao elevarem a consciência acima do corpo e suas experiências, encontrarão essa esfera (da consciência) repleta da grande alegria e da bem-aventurança que ilumina as estrelas e concede poder aos ventos e tempestades. Deus é a fonte de todas as nossas alegrias e de todas as manifestações da natureza (...).

Despertem das trevas da ignorância. Vocês fecharam os olhos no sono da ilusão. Acordem! Abram os olhos e contemplarão a glória de Deus – o vasto panorama da luz de Deus se derramando sobre todas as coisas. Eu lhes digo que sejam divinamente realistas, e em Deus vocês encontrarão a resposta para todas as perguntas.

Afirmações (8). Estou submerso na luz eterna. Ela permeia cada partícula do meu ser. Vivo nessa luz. O Espírito Divino me preenche por dentro e por fora.

Ó Pai, rompe as fronteiras das pequenas ondas de minha vida, para que eu possa me unir ao oceano de tua vastidão. (8). Instruções para o uso de afirmações são dadas na página 42 e seguintes. Livro Onde Existe Luz.

quinta-feira, 21 de março de 2019

O CONHECIMENTO TRANSCENDENTAL.


Bhagavad Gita – A Ciência Suprema. www.vrinda.vaisnava.hu/vrindastudio. Compilado por Swami B. A. Paramadvaiti e Sripad Atulananda Acharya. O CONHECIMENTO TRANSCENDENTAL. Capítulo Três. A SUCESSÃO DISCIPULAR ORIGINAL 1. O bem-aventurado Senhor disse: Eu instruí o deus do Sol, Vivasvan, sobre esta ciência imperecível do yoga, e Vivasvan ensinou Manu, o pai da humanidade, e Manu por sua vez ensinou Iksvaku. 2. Esta ciência suprema foi recebida assim, pela cadeia de sucessão discipular, e os reis santos puderam aprendê-la dessa forma. Mas no decurso do tempo, a sucessão se quebrou, por isso a ciência parece estar perdida agora. Meditação: Este verso tem importância fundamental pois indica como se deve receber realmente os ensinamentos do Gita, e isso é pela sucessão discipular. Não é qualquer pessoa que pode extrair o verdadeiro significado do Bhagavad-gita, pois é muito misterioso e profundo. Mas quando entra em contato com a cadeia de sucessão de mestres autênticos, seu significado se torna claro e preciso. Caso contrário, toda dedução do Gita será uma especulação mental confusa e seca. Por isso, apresentamos este Bhagavad-gita sempre fiéis aos passos de nosso mestre espiritual, A. C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, que é um representante autêntico da cadeia de sucessão dos mestres espirituais do mais alto grau. 3. Falo esta ciência antiquíssima da relação com o Supremo a você hoje pois é meu devoto bem como Meu amigo; portanto, você pode compreender o mistério transcendental desta ciência. KRISHNA FALA SOBRE SUA NATUREZA TRANSCENDENTAL E DE SUA MISSÃO. 4. Arjuna disse: Vivasvan, o deus do Sol, é muito mais velho do que Você. Como posso entender que foi você quem o instruiu sobre esta grande ciência no princípio? 5. O bem-aventurado Senhor disse: Você e Eu passamos por muitos nascimentos. Eu posso lembrar de todos, mas você não pode, ó Arjuna! Meditação: Este verso derrota todas especulações que afirmam que Deus é uma energia impessoal. Krishna explica que Ele é diferente de todos seres vivos comuns e atuais, pois Ele pode Se lembrar de Seus vários nascimentos para iluminar a humanidade. Ao contrário de nós que não podemos lembrar nem do último nascimento. 6. Mesmo que eu não tenha nascimento e Meu corpo transcendental nunca se deteriore, e mesmo que Eu seja o Senhor de todos seres conscientes, ainda assim, Eu apareço em cada milênio na Minha forma original transcendental. Meditação: Krishna aparece neste mundo em Seu corpo transcendental. O advento de Krishna em Sua forma original provém diretamente de seu planeta supremo, no mundo espiritual, e Ele aparece em ocasiões raras. Por outro lado, as expansões de Krishna vêm com mais freqüência para a pregação no mundo material. Não é possível entender o advento do Senhor a menos que a pessoa se converta em Seu devoto. 7. Sempre que acontece um declínio da prática religiosa, e onde quer que seja, ó Arjuna (descendente de Bharata), e um aumento predominante da irreligião, nesse momento, Eu descendo pessoalmente. 8. Eu venho pessoalmente milênio após milênio a fim de redimir os piedosos e aniquilar os malvados, assim como para restabelecer os princípios da religião. 9. Ó Arjuna! Aquele que conhece a natureza transcendental do Meu advento e atividades nunca volta a nascer neste mundo material após deixar este corpo, mas alcança Minha morada eterna. Meditação: Krishna vem a este mundo a partir de seu reino eterno. Tudo que o Senhor faz é bom e é para o bem de todos. Quem entende isso se qualifica para voltar ao reino de Krishna. 10. Muitas pessoas no passado que se livraram do apego, do temor e da ira, por estarem completamente absortas em Mim, e abrigadas em Mim, purificaram-se por meio do conhecimento sobre Mim, e assim, todas elas alcançaram o amor transcendental por Mim. Meditação: Aqui se declara que a meta suprema é o amor puro por Krishna. Muitas pessoas o alcançaram no passado, e na era presente (do ferro), pela misericórdia de Sri Cheitanya Mahaprabhu (1486-1534), podemos alcançar o amor puro por Deus. 11. Na medida em que se rendem a Mim, Eu recompenso a todas pessoas. Ó Arjuna (filho de Pritha)! Cada qual segue meu caminho em todos os aspectos. Meditação: Há um ditado popular que diz: "Deus diz: faze por ti que te ajudarei". Quem trata de se tornar um devoto puro de Krishna, recebe ajuda do Senhor com a mesma intensidade do esforço empenhado. Krishna é o Infinito e nós somos os finitos. Somente com sua ajuda é que podemos alcançar Sua morada transcendental. Arjuna é um amigo do Absoluto, e somos convidados a seguir seus passos. Tal contribuição de nos levar para uma relação confidencial com o Absoluto, não se encontra na história de nenhuma religião. 12. As pessoas neste mundo desejam o êxito nas atividades lucrativas, por isso adoram os semideuses. As pessoas com certeza obtêm prontamente os resultados do trabalho lucrativo neste mundo. 13. As quatro divisões da sociedade humana foram criadas por mim conforme os três modos da natureza material e o trabalho atribuído a eles. Apesar de ser Eu quem cria este sistema de trabalho, você deve saber que Eu não trabalho, pois sou imutável. Meditação: Srila Prabhupada nos explica: O Senhor é o criador de tudo. Tudo nasce Dele, Ele sustenta tudo, e depois da aniquilação tudo repousa Nele. Portanto, Ele é o criador das quatro divisões da ordem social, as quais começam com a classe das pessoas inteligentes, chamadas tecnicamente de brahmanas, pois estão situadas no modo da bondade. Depois vem a classe administrativa, chamada tecnicamente de kshatriya, com as pessoas situadas no modo da paixão. Os comerciantes e produtores chamados vaishyas estão situados numa mistura de paixão com ignorância; e os shudras, a classe operária, estão situados no modo da ignorância da natureza material. Apesar de haver criado as quatro divisões da sociedade humana, o Senhor Krishna não pertence a nenhuma divisão, porque Ele não é um ser vivo condicionado, os quais pertencem a uma seção conforme a sociedade humana. A sociedade humana é semelhante a qualquer outra sociedade animal, mas para elevar as pessoas do estado animal, o Senhor cria as divisões mencionadas acima para que haja o desenvolvimento sistemático da Consciência de Krishna. 14. Não há trabalho que Me afete, nem desejo os frutos da ação. Aquele que compreende esta verdade a Meu respeito, também não se enreda nas reações dos frutos do trabalho. 15. Todos os seres liberados atuaram anteriormente com esta compreensão e assim alcançaram a liberação. Portanto, igual aos antigos, você deve realizar seu dever com esta consciência divina. O ENREDAMENTO DA AÇÃO 16. Mesmo os inteligentes se confundem em determinar o que é a ação e o que é a inação. Vou explicar agora o que é a ação com a qual você se liberta de todos pecados. 17. As complexidades da ação são muito difíceis de se entender. Portanto, deve-se saber corretamente o que é ação, o que é ação proibida e o que é inação. 18. Aquele que vê inação na ação e ação na inação é uma pessoa inteligente e está na posição transcendental mesmo que se ocupe em todos tipos de atividades. 19. Considera-se que alguém tem conhecimento pleno quando cada um de seus atos está desprovido do desejo de satisfação sensual. Os sábios dizem que é um trabalhador cuja ação lucrativa se queima no fogo do conhecimento perfeito. 20. Com o abandono de todo apego pelos resultados de suas atividades, sempre satisfeita e independente, ela não executa nenhuma ação lucrativa mesmo que se ocupe em todo tipo de atividade. 21. Tal pessoa de boa compreensão atua com a mente e inteligência perfeitamente controladas, abandona todo senso de propriedade sobre seus bens e atua unicamente pelas necessidades básicas da vida. Com esse trabalho, nunca é afetada pelas reações pecaminosas. Meditação: O espiritualista é um renunciante no nível transcendental: "Se alguém tem muito dinheiro, também pode levar uma vida sincera e utilizar a riqueza para a glorificação de Krishna". Por exemplo, pode comprar uma emissora de rádio e transmitir mensagens transcendentais a milhões de pessoas, Mesmo com a atuação externa de grande empresário, internamente pode ser um grande devoto e renunciante. Tudo depende do desenvolvimento da nossa consciência. A qualidade de uma pessoa se determina pelo ideal que aspira. 22. Aquele que está satisfeito com a ganância que surge por si só, que está livre da dualidade e não inveja, e é perseverante tanto no êxito como no fracasso, mesmo que execute ações, nunca se enreda. 23. O trabalho da pessoa que está desapegada dos modos da natureza material, e que está plenamente situada em conhecimento transcendental, funde-se totalmente na transcendência. 24. A pessoa que está plenamente absorta na Consciência de Krishna, seguramente alcançará o reino transcendental devido à sua contribuição total às atividades espirituais, nas quais, a consumação é absoluta, e aquele que se oferece é da mesma natureza espiritual. AS DIVISÕES DO SACRIFÍCIO 25. Alguns yogues adoram perfeitamente os semideuses com oferendas de vários sacrifícios, e outros oferecem sacrifícios no fogo do Brahman Supremo. 26. Alguns deles sacrificam o processo de ouvir junto com os sentidos no fogo da mente controlada, e outros sacrificam os objetos dos sentidos, como o som, no fogo do sacrifício. 27. Aqueles que se interessam pela auto realização por meio do controle da mente de dos sentidos, oferecem as funções de seus sentidos, o mesmo que a força vital (respiração), como oblações ao fogo da mente controlada. 28. Há outros que se iluminam com o sacrifício de seus bens materiais em severas austeridades, fazem votos severos e praticam o yoga óctuplo do misticismo, e outros estudam os Vedas para o progresso no conhecimento transcendental. 29. E ainda há outros que se inclinam ao processo de controlar a respiração para permanência em transe; eles praticam a detenção do movimento do ar vital que sai no ar vital que entra, e do ar vital que entra no ar vital que sai, e assim, no final permanecem em transe ao suspender toda respiração. Alguns deles, param o processo de alimentação, oferecem a respiração que sai a ela mesma, como um sacrifício. 30. Todos esses praticantes que conhecem o significado do sacrifício se limpam da reação pecaminosa e com a prova do néctar dos restos desse sacrifício, vão à suprema atmosfera eterna. Meditação: Srila Prabhupada diz: Com a explicação dos diferentes tipos de sacrifício (o sacrifício dos bens pessoais, o estudo dos Vedas ou doutrinas filosóficas e a realização do sistema de yoga), percebe-se que a meta comum de todos é o controle dos sentidos. A satisfação dos sentidos é a causa básica da existência material; portanto, a menos e até que a pessoa se situe numa plataforma aparte da satisfação sensual, não há oportunidade de se elevar à plataforma eterna de conhecimento pleno, bem-aventurança plena e vida plena. Esta plataforma se encontra na atmosfera eterna, ou seja, a atmosfera de Brahman. Todos os sacrifícios mencionados ajudam na limpeza das reações pecaminosas da existência material. Com esse progresso na vida, a pessoa não somente se torna feliz e opulenta nesta vida, como também entra no reino eterno de Deus por último, ou com a fusão no Brahman impessoal ou com a companhia de Krishna, a Suprema Personalidade de Deus. 31. Ó Arjuna (o melhor da dinastia Kuru)! Sem sacrifício, ninguém pode viver feliz neste planeta ou nesta vida; que dizer então da seguinte? 32. Os Vedas aprovam todos esses diferentes tipos de sacrifícios e todos eles nascem de diferentes tipos de trabalho. Conhecê-los como são, vai libertar você. 33. Ó Arjuna (castigador do inimigo)! O sacrifício do conhecimento é melhor que o sacrifício dos bens materiais. Ó Arjuna (filho de Pritha)! Além do mais, o sacrifício do trabalho culmina no conhecimento transcendental. APROXIME-SE DE UM MESTRE ESPIRITUAL E APRENDA SOBRE A VERDADE COM ELE 34. Trate de aprender a verdade por se aproximar de um mestre espiritual. Inquira com submissão e preste serviço a ele. O ser auto realizado pode dar o conhecimento a você pois ele vê a verdade. Meditação: Há muitas técnicas diferentes para a auto realização. Srila Prabhupada nos instrui: O caminho da iluminação espiritual é difícil sem dúvida. Portanto, o Senhor nos aconselha a nos aproximarmos de um mestre espiritual autêntico na linha de sucessão discipular do próprio Senhor. Ninguém pode ser um mestre espiritual autêntico sem seguir esse princípio da sucessão discipular. O Senhor é o mestre espiritual original, e a pessoa que está na sucessão discipular pode comunicar a mensagem do Senhor, tal como ela é, a seu discípulo. Ninguém pode se iluminar com a invenção de seu próprio processo, como é a moda dos farsantes desorientados. O Bhagavatam diz: "O Senhor enuncia diretamente o caminho da religião". Portanto, a especulação mental ou os argumentos áridos não podem ajudar o progresso na vida espiritual. Para receber o conhecimento, a pessoa tem que se aproximar do mestre espiritual autêntico. Deve-se aceitar esse mestre espiritual com rendição plena e com a atitude de servo insignificante, a pessoa tem que servir ao mestre espiritual sem prestígio falso. A satisfação do mestre espiritual auto realizado é o segredo do avanço na vida espiritual. As perguntas e a submissão constituem a combinação perfeita para a compreensão espiritual. A menos que haja submissão e serviço, as perguntas ao mestre espiritual erudito não serão efetivas. A pessoa deve ser capaz de passar na prova do mestre espiritual, e quando vê o desejo genuíno do discípulo, ele o abençoa automaticamente com a compreensão espiritual genuína. Este verso condena tanto a adesão cega quanto as perguntas absurdas. A pessoa não deve somente ouvir com submissão do mestre espiritual, mas também deve obter uma compreensão clara da parte dele, com submissão, serviço e perguntas. Um mestre espiritual autêntico é muito bondoso com o discípulo por natureza. Portanto, quando o estudante é submisso e está sempre pronto a prestar serviço, a reciprocidade do conhecimento e das perguntas se torna perfeita. 35. E assim, quando você aprender a verdade, saberá que todos os seres viventes são somente parte de Mim, que estão em Mim, e que são Meus. 36. Mesmo quando se considerar o maior pecador de todos os pecadores, quando se situar na nave do conhecimento transcendental, será capaz de cruzar o oceano das misérias. Meditação: Krishna oferece anistia aos pecadores se eles se refugiarem sinceramente Nele. Em troca, aquele que peca e pensa que Krishna vai perdoá-lo, perde toda misericórdia. 37. Ó Arjuna! Tal como o fogo ardente converte a lenha em cinzas, o fogo do conhecimento reduz a cinzas todas as reações das atividades materiais. 38. Não há nada tão sublime e puro neste mundo como o conhecimento transcendental. Tal conhecimento é o fruto maduro de todo o misticismo, e aquele que o alcança desfruta no devido tempo daquilo que está dentro de si mesmo. 39. A pessoa fiel que está absorta no conhecimento transcendental e que subjuga seus sentidos, alcança rápido a suprema paz espiritual. 40. Mas as pessoas ignorantes e infiéis, que duvidam das escrituras reveladas, não alcançam a consciência de Deus. Para o ser que duvida, não há felicidade nem nesta vida nem na próxima. 41. Portanto, aquele que renunciou aos frutos de sua ação, cujas dúvidas foram destruídas pelo conhecimento transcendental e que está situado firmemente no eu, não se prende às ações, ó conquistador de riquezas! 42. Portanto, as dúvidas que surgiram em seu coração devido à ignorância devem ser cortadas com a arma do conhecimento. Com a arma do yoga, ó Arjuna (descendente de Bharata), levante-se e lute!  Srila Bhaktivinoda Thakur (1838-1914), Mestre Espiritual Vaishnava que escreveu três comentários diferentes sobre o Bhagavad-gita, e que traduziu em inglês pela primeira vez a mensagem de Sri Cheitanya e do Senhor Krishna. Arjuna disse: Ó Krishna! (Ó Janardana! Ó Keshava)! Por que me impele a participar nesta guerra horrível se considera que a inteligência é melhor que o trabalho lucrativo? Minha inteligência está confusa por suas instruções ambíguas. Assim por favor, diga-me de forma definitiva, o que é melhor para mim (Bagavad gita. 3.1-2). www.vrinda.vaisnava.hu/vrindastudio. Abraço. Davi