sexta-feira, 28 de setembro de 2018

LEMBRAR-SE DE KRISHNA NA HORA FINAL


Hare Krishna. www.voltaaosupremo.com. Texto de Bhaktivedanta Swami Prabhupada. LEMBRAR-SE DE KRISHNA NA HORA FINAL. De nada adianta perícia no Yoga, uma conduta exemplar ou um conhecimento completo da constituição do mundo, se isso não leva a lembrança de Krishna na hora da morte. “A perfeição mais elevada da vida humana, atingida seja pelo completo conhecimento da matéria e do espírito, seja pela prática de poderes místicos, seja pela execução perfeita dos deveres ocupacionais, é lembrar-se da Personalidade de Deus ao fim da vida.” (Srimad-Bhagavatam 2.1.6). Ante narayana-smriti: Se no momento da morte a pessoa é capaz de se recordar de Narayana ou Krishna – ambos são o mesmo –, sua vida terá sido bem-sucedida, independente do que tenha sido feito. Yogis e personalidades muito importantes da espiritualidade dizem: “Tudo conduz ao Supremo.” Exatamente isso se descreve aqui: sankhya-yogakarma-yogajnana-yogadhyana-yoga. Esses yogis dizem: “Seja qual for o caminho ou trajetória que se percorra, em última instância se chega à mesma meta.” Isso está muito bem, se é verdade que se chega à mesma meta. Se não é assim, a afirmação é um engano. É dito: “Independente da senda que siga, em última instância se chega à mesma meta.” Estamos de acordo. É o mesmo que dizemos aqui. Independente do que tenha feito, e independente do quanto seja bom, de nada serve se, quando a morte chegar, você se esquece de Narayana. Afinal, isto é o mais importante: a mentalidade no momento da morte. Nesses instantes, se sua mente gira entorno de Narayana, a vida se conclui com êxito, e você regressará para o mundo espiritual e estará na companhia de Narayana. Assim se obtém a perfeição completa. Mas se você estiver pensando em seu cachorro quando chegar o momento da morte, você se tornará um cachorro. Acabou-se. Todo o seu sankhya-yoga e toda a sua filosofia e exercícios de yoga, tudo vai para o inferno, e você acabará renascendo como cachorro. No momento da morte, é preciso se recordar de Narayana. Portanto, por que não praticar a cada dia a lembrança de Narayana? O que nós fazemos é o que é correto para alcançar esse objetivo. Temos presente a Deidade, a forma de Narayana, ou Krishna. Quando a pessoa se dedica constantemente ao serviço do Senhor Krishna, sempre terá em seu coração a imagem de Krishna. E se continua assim, de uma forma ou de outra, sua vida terá sido proveitosa. Muitas palestras, controle da respiração e fazer o corpo ficar de cabeça para baixo (...). Tudo isso pode ser feito, pode-se até mesmo perder seu tempo assim, mas essas práticas lhes garantirão o lembrar-se de Krishna ou de Narayana quando chegar o momento da morte? Essa recordação de Krishna é obrigatória, ante narayana-smriti, como afirma neste verso Shukadeva Gosvami, a autoridade. Existe um provérbio bengali. Bhajana kara sadhana kara murte janla haya: “Você é um espiritualista muito bom, e pratica muitas coisas. Tudo bem quanto a isso. Contudo, você sabe como morrer?” Isso é o que conta. Se morrer em consciência de Deus, consciência de Krishna, sua vida terá sido proveitosa. A Meta Final dos Yogas. Narayana não é alguém como nós. Os mayavadis dizem: “Narayana é uma pessoa igual a nós. Por isso, apenas é necessário lembrar-se de alguém. Você pode lembrar-se de sua esposa, de seu marido ou de um filho, e alcançará o mesmo objetivo.” Não, não, não. Não é assim. Por esse motivo, é dito especificamente: ante narayana-smriti. Não se fala de um amigo, um semideus ou outra pessoa. Ante narayana-smriti: “Lembrar-se de Narayana”. Tudo o que foi criado, mantido e ao final aniquilado se encontra no âmbito do Mahat-tattva (princípio material).

dharmah svanusthitah pumsam
visvaksena-kathasu yah
notpadayed yadi ratim
srama eva hi kevalam


“As atividades práticas que o homem realiza segundo sua condição não tem valor algum se não despertam a atração em direção da mensagem da Personalidade de Deus”. (Srimad-Bhagavatam1.2.8). Isso também se menciona aqui, etavan sankhya-yogabhyam. Sannyasis importantíssimos debatem acerca de sankhya-yoga, a análise do que é o espírito e o que é a matéria. O sankhya-yoga original é bhakti-yoga. A filosofia do sistema sankhya-yoga foi transmitida por Kapiladeva, filho de Devahuti. E é completamente bhakti-yoga. Com o tempo, um ateu identificou-se como sendo Kapila e debateu sobre sankhya-yoga. Sua análise é materialista. O sistema filosófico sankhya-yoga é parecido com a filosofia que prevalece na Europa e no mundo ocidental, pois se trata de um sistema metafísico que analisa toda a manifestação cósmica. Existem vinte e quatro tattvas. Os primeiros cinco tattvas são os elementos materiais básicos: terra, água, ar, fogo e éter. Depois, temos os dez sentidos: cinco sentidos para captar e adquirir conhecimento das coisas, e cinco para gozar. Os cinco princípios do gozo dos sentidos são: som, forma, tato, sabor e olfato. Em seguida, temos a mente, a inteligência, o ego e, por último, a alma. Estes são os vinte e quatro elementos. Os yogis de sankhya analisam com profundidade estas coisas. Opinam que, além desses vinte quatro elementos, não existe nada mais. Mas existe, sim: aquele que associa e põe fim a esses vinte quatro elementos: o Senhor Supremo, Pradhana, Vishnu. Independentemente de qual estudemos, seja o princípio filosófico do Kapila ateu, seja do Kapiladeva original, não há problemas. Contudo, se, depois de analisar melhor, você não é capaz de descobrir Narayana, o criador dessa esfera material e dos elementos materiais, o trabalho realizado de nada servirá. Os químicos e os físicos se dedicam a analisar os elementos materiais em seus laboratórios, mas isso não significa que vão se libertar quando chegar o final de suas vidas. Não. São almas espirituais que estão confusas, enredadas nestes vinte e quatro elementos. Por esse motivo, a ocupação que lhes é realmente a melhor consiste em buscar como sair desse enredamento. Isso é o que tem que ser feito. Suponhamos que alguém está doente e analisamos a doença. É o que se faz na disciplina de patologia. O doutor examina o sangue e depois descobre: “Se trata de uma infecção, que se deve a tal e tal coisa.” Tudo bem quanto a isso. Porém, saber decifrar a análise sanguínea, descobrir a patologia, não supõe a cura instantânea da doença. A cura é outra coisa. De modo parecido, os filósofos de sankhya conseguem analisar tudo de maneira muito crítica. Talvez sejam capazes de contar até mesmo os átomos que compõem o conjunto da atmosfera material. No entanto, isso não significa que tenham entendido a força original que cria todas as coisas. É disso que fala este verso que citamos ao começo. Etavan sankhya-yogabhyam: Pode ser que consigam chegar a serem grandes cientistas, famosos físicos ou químicos. Tudo bem quanto a isso. Mas é preciso saber como se lembrar de Narayana quando chegar o momento de sua morte.O Erudito e o Barqueiro. Há uma interessante história: a do erudito estudioso e do barqueiro. Na Bengala, existem muitos rios, e as pessoas muitas vezes recorrerem ao serviço dos barqueiros. Certa vez, um estudioso de, digamos, Calcutá regressava para sua casa em um barco, e seu semblante irradiava felicidade. Perguntou, então, ao barqueiro: “Meu caro barqueiro, você entende algo de astronomia? Você sabe como atuam as estrelas?” “Não, cavalheiro. Não tenho ideia”. “Oh! Você perdeu vinte e cinco por cento de sua existência. Não sabe de nada!” Depois de algum tempo: “Sabe algo sobre geologia? Você sabe como funcionam a terra e a água?” “Não, cavalheiro. Eu sou muito pobre. O que posso saber?” “Oh! Perdeu cinquenta por cento de sua existência.” Subitamente apareceu uma enorme nuvem negra, e começou a chover. O barqueiro, nessa hora, perguntou: “Cavalheiro, você sabe nadar?” “Não, não sei.” “Você, então, perdeu cem por cento de sua existência! Você vai se afogar!” O barqueiro saltou na água, e o erudito se afogou. Aí está o ponto crucial da questão. Esforçam-se procurando entender um estudo analítico exaustivo do mundo material. Tudo bem. Mas se não forem capazes de lembrarem-se de Narayana quando chegar o momento da morte terão que renascer como gatos e cachorros. Isso é tudo. Especialmente no mundo ocidental, todos os cavalheiros, todas as damas, têm um cachorro – adoram e amam os cachorros. Portanto, em que vão pensar quando a morte chegar? Em seu cachorro. Assim funcionam as leis da natureza. Yam yam vapi smaran bhavam tyajaty ante kalevaram. Isso pode ser lido na Bhagavad-gita (8.6). Quando chega o momento da morte, a disposição da mente que se conforme com sua vida atual será o que lhe conduzirá ao corpo seguinte. Portanto, não acreditem numa mentalidade canina. Detenham-se na consciência de Krishna, que é muito boa. Assim, quando a morte chegar, você se recordará de Krishna e será transferido para Krishna-loka. Por isso, se aconselha: “Independentemente de quem você seja, pratique a consciência de Krishna. Isso lhe salvará.” Caso contrário, janma-labhah: você receberá vários tipos de nascimentos. Os ditos cientistas e ditos físicos não sabem por que existem tantas diferentes formas de vidas. Por que não existem somente humanos? Por que existem gatos, cachorros, ratos, moscas, serpentes, árvores, arbustos, peixes? Por que 8.400.000 diferentes espécies vivas? Também nascem de um pai e de uma mãe. No caso do inseto, o gato, o cachorro ou o ser humano, o processo de nascimento é idêntico. Por isso, um poeta vaishnava canta janame janame sabe pita mata paya, krsna guru nahi mile bhaja hari ei: nascendo homem, gato, cachorro ou inseto, sempre terá pai e mãe. Qualquer tipo de corpo tem seu pai e sua mãe, mas não um guru e Krishna. Consequentemente, este nascimento humano é para conseguir um guru e Krishna. Segundo Nascimento. Janmana jayate shudrah. Inclusive na sociedade humana, cada homem nasce sendo shudraSamskarad bhaved dvijah: É necessário que se produza um segundo nascimento. Graças ao samskara, ou reforma, isso acontece. O mestre espiritual oferece um segundo nascimento, chamado “iniciação espiritual”. No segundo nascimento, o mestre espiritual é o pai, e os Vedas são a mãe. Assim como o primeiro nascimento é possível graças a um pai e a uma mãe materiais, o segundo, dvija, é possível graças ao mestre espiritual (pai) e ao conhecimento védico (mãe). Isso só é possível na forma humana de vida. Se você não aproveita esse privilégio de aceitar esse segundo pai e essa segunda mãe, que diferença existe entre o seu nascimento e o de um cachorro? Alcançou-se este corpo humano, o melhor de todos os corpos. Esse é o ensinamento de toda a literatura védica. No entanto, qual é o fim desta civilização material? Meramente trabalhar como cães e gatos. Comer, dormir, ter relações sexuais e se defender: o mesmo que os animais. Em Paris, existem muitos edifícios. Onde se encontra uma cultura que alcança e tem sucesso na perfeição da vida humana? Possuem inúmeros edifícios belíssimos. Isso significa que existe inteligência. As pessoas vão até Paris para contemplar essas obras arquitetônicas muito belas. Entretanto, isso não é tudo. Se somente empregam sua inteligência em atividades materiais, não são verdadeiramente inteligentes. São tolos. Devem criar uma instituição cultural que eduque as pessoas para que se lembrem de Narayana quando a morte chegar. Isso é obrigatório. De outro modo, suas atividades são inúteis. De que servem? Perdem muito de seu precioso tempo construindo belos edifícios e, quando chega o momento da morte, são incapazes de se lembrar de Narayana. Ao contrário, recordam o seu melhor amigo: o cachorro. De que serve essa lembrança? As pessoas não compreendem que depois da morte existe mais vida. O Senhor Krishna diz na Bhagavad-gita (2.13):

dehino ‘smin yatha dehe
kaumaram yauvanam jara
tatha dehantara-praptir
dhiras tatra na muhyati





quinta-feira, 27 de setembro de 2018

O MUNDO DOS ORIXÁS - XANGÔ


Religião Afrodescendente. Candomble. www.ocandomble.com. O MUNDO DOS ORIXÁS – XANGÔ. A missão divina da Mãe Terra (Edan – Onile). Quando a divina e poderosa mãe Edán (Onile Ogboduora) fez sua aparição nesta Terra, ela fez isso com um propósito específico e sagrado. Sua manifestação nesta Terra sinalizou uma nova oportunidade para a humanidade se renovar, progredir e ter uma vida equilibrada. Sua aparição marcou um novo começo para toda a humanidade e não apenas o povo privilegiado dos yorùbá. Seu objetivo e propósito era, e é, de alcance universal. Èdán veio para trazer cura, ordem, harmonia, abrigando preceitos divinos e equilíbrio para as comunidades da Terra em geral e cada ser humano em particular. Você deve se lembrar e ter em mente que Èdán não é um ser humano. Èdán não é yorùbá, chinês, americano, oriental ou ocidental. Èdán é uma personagem divina de habilidades extraordinárias e poderes supra-humanos. Èdán não é deste mundo. Ela vem de um reino glorioso e inconcebível de santidade, beleza e poder. A inteligência, compreensão, força, atratividade e carisma da mãe divina Èdán é extraordinária, penetrante e excepcional. Èdán pode ver a profundidade e a realidade das coisas. Ela não pode ser enganada, manipulada ou subornada, ela não comete erros na administração de sua dispensação (ato de dividir). Ela está além do alcance da influência humana. Ela nunca cairá ou balançará à mesquinhez e a inconstância, que é comum entre a humanidade. Sua visão divina nunca é obstruída e sua atividade não pode ser prejudicada. Sua virtude, caráter, personalidade e carisma são sem igual. Mesmo Ọrúnmìlà reconheceu sua grandeza, eficiência, capacidade e singularidade. Foi, afinal, Ọrúnmìlà quem invocou Èdán, sua amiga e sócia divina para apoio, soluções e alívio! Quando Èdán desceu do reino dos Irunmọlẹ a esta Terra, ela apareceu com a plenitude da autoridade divina, poder e comando. Todos Ajogùn interno, externo e Elénìní fugiram diante dela. Com o poder de sua majestosa personalidade, divinamente atraente, beleza, carisma e àşé ela foi capaz de libertar e entregar os corações e as mentes dos pensamentos negativos, atitudes e energias prejudiciais que oprimiam e dominavam os seres humanos. Èdán foi capaz de desarmar as pessoas de suas preocupações, medos e inseguranças. Para aqueles que faziam, que se deliciavam em fazer o errado, o engano, a opressão e a corrupção ela colocava medo nos seus corações para que talvez eles pudessem mudar suas maneiras sob sua administração do perdão, da ordem, da capacitação e da renovação. Tais era, e é, o poder e a influência da mãe divina Èdán. Juntamente com o inseparável, a importação do ase aos membros sensíveis da humanidade, ela deu preceitos e injunções divinas para seus alunos-discípulos para praticar e implementarem em todos os níveis da sociedade e da vida pessoal. Estes seguidores obedientes e confiáveis ​​de Èdán são os Ogboni porque só existe sabedoria, saúde e longa vida com Èdán se as pessoas obedecerem e praticarem seus preceitos. Do lado de fora uma pessoa constituiria um Ogberi (ignorante) porque aparentemente tinha conhecimento e não praticava a verdade, o que é isso, se não o maior ignorância, infelicidade e loucura. Os princípios divinos de Èdán tornaram-se os veículos de sua divina presença, carisma, poder, apoio e influência-retificando a cura. Ter vivido na época do aparecimento de Èdán sobre esta Terra sagrada foi a experiência mais extraordinária, gratificante e maravilhosa. Isto é, a forma divinamente sancionada, a vida que ela estava revelando à humanidade e continua revelando à humanidade. O teimoso, obstinado e beligerante que não fizer, não vai durar muito tempo sob a administração de Èdán. Èdán é naturalmente amável, justa e compreensiva, como a Sagrada Mãe preciosa e amável que ela é, ela proporcionou a todos o perdão, um novo começo sem referência a erros do passado, uma oportunidade para mudar e a bênção para fazer uso de seu apoio pessoal, garantia, inspiração e poder. Èdán está ciente de nossas fragilidades e fraquezas como seres humanos. Ninguém precisa ter medo por causa de suas fraquezas ou falhas. Èdán não pareceu para fazer-nos ricos e famosos. Èdán apareceu para nos fazer participantes da verdadeira vida, saúde, paz, segurança e prosperidade através da prática de seus ensinamentos claros. Èdán apareceu para nos permitir descobrir a nossa nobre e bela natureza divina. Ela veio para restaurar a dignidade, clareza, transparência, saúde moral e limpeza moral de nossas vidas. Èdán inculca a verdade divina para seus seguidores inteligentes e humildes, quando estamos individual e coletivamente para a direita e para dentro, em seguida, nesta ordem interna, a saúde e a retidão serão reveladas e expressas no mundo. As instruções de Èdán não foram e não são sugestões, mas comandos divinamente concedidos e leis. Eles são vinculativos e obrigatórios para toda a humanidade e especialmente para aqueles que se dedicam a Èdán. Para ser Ogboni significa ser o melhor dos melhores. Significa ser um modelo de impecabilidade, idoneidade e confiabilidade. Para ser Ogboni significa estar pessoalmente convencido a perseguir e fazer o que é certo, correto e adequado independentemente de tempos, lugares e / ou circunstâncias. Para ser Ogboni significa ter auto iniciativa, ser responsável e fazer o que é certo para o bem do amor da verdade e não ser visto, elogiado e aplaudido por outros. Iniciação formal sozinha não faz de você um seguidor de Èdán. O que é importante não é que outras pessoas te chamem de Ogboni, mas que Èdán te reconhece e o aceita como um dos seus verdadeiros, leais e obedientes filhos. O que é importante é que você seja Ogboni 24 horas por dia em seus pensamentos, atitudes, ações e relacionamentos. Ogboni é uma forma global e abrangente de viver. Uma delas é ser Ogboni o tempo todo para que Èdán, ela mesma, possa garantir que você é um Ogboni genuíno, verdadeiro, com honra, humildade, alegria e realização digna. Os ritos de iniciação Ogboni foram desenvolvidos mais tarde por Èdán e seus seguidores, mas, inicialmente, a verdadeira iniciação era uma mudança espiritual de coração, mente e vida como um resultado do encontro com Èdán, sua personalidade, seu caráter, seu carisma, encantamento, inspiração, autoridade e poder, tudo foi expresso e manifestado através de tudo que Èdán fez. Tudo que Èdán fez foi cheio de graciosidade, dignidade e poder. Não foi através de ritos e rituais que Èdán mudou o mundo, mas pela graça divina, pelas maneiras, inteligência e conduta. Èdán por suas maneiras, caráter, personalidade e conduta comandou o respeito, reverência, confiança e obediência de todos aqueles com coração sincero e bom. O verdadeiro símbolo de honra e título de um Ogboni autêntica o caráter, a virtude, a bondade e a imparcialidade que ele pratica. Conformidade exterior e aderência superficial com o protocolo Ogboni para o bem das pessoas não faz de você um Ogboni, não importa o seu título ou o quanto você está velho. Èdán deu seu amor, vida e foco total e dedicação à humanidade. Para ser Ogboni você tem que dar o seu tudo para a missão divina de Èdán e você deve procurar com sua força, habilidade, atividade e meios transferir o conhecimento de Èdán a todos os povos do mundo. Isto é o que é significa ser Ogboni. Ogboni não é uma instituição humana. Ogboni não é um negócio. Ogboni não é um clube. Ogboni é uma vocação divina e sagrada. Èdán era uma revolucionária espiritual, divina, missionária, diplomática e embaixadora da boa vontade e da esperança. Nós também devemos ser isso. Devemos buscar a propagação do Ogbonismo. Não os chamados clubes Ogboni e instituições formais, devemos propagar a verdade e a realidade que Èdán promoveu e instituiu para toda a humanidade. A humildade e o serviço vêm antes da honra, do orgulho, da presunção. Èdán diz que a indiferença precede a queda. Ancestral Pride Temple. Templo Orgulho Ancestral. ORIXÁ XANGÔ. Os orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada Orixá, aproxima-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada orixá tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários. Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, cada orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem os seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente. Estes deuses da Natureza são divididos em 4 elementos – Água, Terra, Fogo e Ar. Alguns estudiosos ainda vão mais longe e afirmam que são 400 o número de Orixás básicos divididos em 100 do Fogo, 100 da Terra, 100 do Ar e 100 da Água, enquanto que, na Astrologia, são 3 do Fogo, 3 da Terra, 3 do Ar e 3 da Água. Porém os tipos mais conhecidos entre nós formam um grupo de 16 deuses. Eles também estão associados à corrente energética de alguma força da natureza. Assim, Iansã é a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras analogias. No Candomblé cultuam-se muitos outros orixás, desconhecidos por leigos, por serem menos populares do que Xangô, Iansã, Oxossi e outros, mas com um significado muito forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns são necessariamente cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que regem, para a saúde, morte, prosperidade e diversos assuntos que afligem o dia-a-dia das pessoas. Estes deuses africanos são considerados intermediários entre os homens e Deus, e por possuírem emoções tão próximas dos seres humanos, conseguem reconhecer os nossos caprichos, os nossos amores, os nossos desejos. É muito frequente dizer-se que as personalidades dos seus filhos são consequência dos orixás que regem as suas cabeças, desenvolvendo características iguais às destes deuses africanos. Apresento a seguir as descrições dos 16 Orixás mais cultuados. Recordo, no entanto, que existem diversas correntes no Candomblé e por essa razão as informações poderão ser diferentes de acordo com a tradição ou região. ORIXÁ XANGÔ. DIA: Quarta-Feira. CORES: Vermelho (ou marrom) e branco. COMIDA: Amalá. SÍMBOLOS: Oxés (machados duplos), Edún-Àrá, xerê. ELEMENTOS: Fogo (grandes chamas, raios), formações rochosas. DOMÍNOS: Poder estatal, justiça, questões jurídicas. SAUDAÇÃO: Kawó Kabiesilé! Nem seria preciso falar do poder de Xangô (Sòngó), porque o poder é a sua síntese. Xangô nasce do poder morre em nome do poder. Rei absoluto, forte, imbatível. O prazer de Xangô é o poder. Xangô manda nos poderosos, manda em seu reino e nos reinos vizinhos. Xangô é rei entre todos os reis. Não existe uma hierarquia entre os orixás, nenhum possui mais axé que o outro, apenas Oxalá, que representa o patriarca da religião e é o orixá mais velho, goza de certa primazia. Contudo, se preciso fosse escolher um orixá todo-poderoso, quem, senão Xangô para assumir esse papel? Xangô gosta dos desafios, que não raras vezes aparecem nas saudações que lhe fazem seus devotos na África. Porém o desafio é feito sempre para ratificar o poder de Xangô. A maneira como todos devem se referir a Xangô já expressa o seu poder. Procure imaginar um elefante, mas um Elefante-de-olhos-tão-grandes-quanto-potes-de-boca-larga: esse é Xangô e, se o corpo do animal segue a proporção dos olhos, Xangô realmente é o Elefante-que-manda-na-savana, imponente, poderoso. Percebe-se que a imagem de poder está sempre associada a Xangô. O poder real, por exemplo, lhe é devido por ter se tornado o quarto alafim de Òyó, que era considerada a capital política dos iorubas, a cidade mais importante da Nigéria. Xangô destronou o próprio meio-irmão Dadá-Ajaká com um golpe militar. A personalidade paciente e tolerante do irmão irritavam Xangô e, certamente, o povo de Òyó, que o apoiou para que ele se tornasse o seu grande rei, até hoje lembrado. O trono de Òyó já pertencia a Xangô por direito, pois seu pai, Oranian, foi fundador da cidade e de sua dinastia. Ele só fez apressar a sua ascensão. Xangô é o rei que não aceita contestação, todos sabem de seus méritos e reconhecem que seu poder, antes de ser conquistado pela opressão, pela força, é merecido. Xangô foi o grande alafim de Òyo porque soube inspirar credibilidade aos seus súbditos, tomou as decisões mais acertadas e sábias e, sobretudo, demonstrou a sua capacidade para o comando, persuadindo a todos não só por seu poder repressivo como por seu senso de justiça muito apurado. Não erram, como se viu, os que dizem que Xangô exerce o poder de uma forma ditatorial, que faz uso da força e da repressão para manter a autoridade. Sabe-se, no entanto, que nenhuma ditadura ou regime despótico mantém-se por muito tempo se não houver respaldo popular. Em outros termos, o déspota reflete a imagem de seu povo, e este ama o seu senhor, seja porque nos momentos de tensão responde com eficiência, seja por assumir a postura de um pai. No caso de Xangô, sua retidão e honestidade superam o seu carácter arbitrário; suas medidas, embora impostas, são sempre justas e por isso ele é, acima de tudo, um rei amado, pois é repressor por seu estilo, não por maldade. Fato é que não se pode falar de Xangô sem falar de poder. Ele expressa autoridade dos grandes governantes, mas também detém o poder mágico, já que domina o mais perigoso de todos os elementos da natureza: o fogo. O poder mágico de Xangô reside no raio, no fogo que corta o céu, que destrói na Terra, mas que transforma, que protege, que ilumina o caminho. O fogo é a grande arma de Xangô, com a qual castiga aqueles que não honram seu nome. Por meio do raio ele atinge a casa do próprio malfeitor. Xangô é bastante cultuado na região de Tapá ou Nupê, que, segundo algumas versões históricas, seria terra de origem de sua família materna. Tudo que se relaciona com Xangô lembra realeza, as suas vestes, a sua riqueza, a sua forma de gerir o poder. A cor vermelha, por exemplo, sempre esteve ligada à nobreza, só os grandes reis pisavam sobre o tapete vermelho, e Xangô pisa sobre o fogo, o vermelho original, o seu tapete. Xangô sempre foi um homem bonito extremamente vaidoso, por isso conquistou todas a mulheres que quis, e, afinal, o que seria um ‘olhar de fogo’senão um olhar de desejo ardente? Quem resiste ao olhar de “flirt” de Xangô? Xangô era um amante irresistível e por isso foi disputado por três mulheres. Iansã foi sua primeira esposa e a única que o acompanhou em sua saída estratégica da vida. È com ela que divide o domínio sobre o fogo. Oxum foi à segunda esposa de Xangô e a mais amada. Apenas por Oxum, Xangô perdeu a cabeça, só por ela chorou. A terceira esposa de Xangô foi Oba, que amou e não foi amada. Oba abdicou de sua vida para viver por Xangô, foi capaz de mutilar o seu corpo por amor o seu rei. Xangô decide sobre a vida de todos, mas sobre a sua vida (e sua morte) só ele tem o direito de decidir. Ele é mais poderoso que a morte, razão pela qual passou a ser o seu anti símbolo. Características dos filhos de Xangô. É muito fácil reconhecer um filho de Xangô apenas por sua estrutura física, pois seu corpo é quase sempre muito forte, com uma quantidade razoável de gordura, apontando a sua tendência à obesidade; mas a sua boa constituição óssea suporta o seu físico avantajado. Há também os magros e muito elegantes. Com forte dose de energia e autoestima, os filhos de Xangô têm consciência de que são importantes e respeitáveis, portanto quando emitem sua opinião é para encerrar definitivamente o assunto. Sua postura é sempre nobre, com a dignidade de um rei. Sempre andam acompanhados de grandes comitivas; embora nunca estejam sós, a solidão é um de seus estigmas. Conscientemente são incapazes de ser injustos com alguém, mas um certo egoísmo faz parte de seu arquétipo. São extremamente austeros (para não dizer sovinas), portanto não é por acaso que Xangô dança alujá com a mão fechada. Gostam do poder e do saber, que são os grandes objetos de sua vaidade. São amantes vigorosos, em seu lado negativo, pobre das mulheres cujos maridos são de Xangô. Um filho de Xangô está sempre cercado por amigos, auxiliares, no caso de governantes, empresários, mas a tendência é que aqueles que decidem ao seu lado sejam sempre homens. Os filhos de Xangô são obstinados, agem com estratégia e conseguem o que querem. Tudo que fazem marca de alguma forma sua presença; fazem questão de viver ao lado de muita gente e têm pavor de ser esquecido, pois, sempre presentes na memória de todos, sabem que continuarão vivos após a sua ‘retirada estratégica’. www.ocandomble.com. Abraço. Davi


quarta-feira, 26 de setembro de 2018

FAMA FRATERNITATIS


Fraternidade Rosa Cruz. www.fraternidaderosacruz.org. Livreto Introdutório aos Ensinamentos da Sabedoria do Ocidente. FAMA FRATERNITATIS. DESCOBERTA DA FRATERNIDADE DA MAIS NOBRE ORDEM DOS ROSACRUZES. O único sábio e misericordioso Deus nestes últimos dias derramou abundantemente a Sua graça e clemência sobre a Humanidade, conduzindo-nos cada vez mais ao conhecimento perfeito de Seu Filho, Jesus Cristo, e da natureza, para que possamos justificadamente bendizer o tempo venturoso em que vivemos. Não só nos revelou a metade até então desconhecida e oculta do mundo, mas também muitas obras e criaturas da natureza, jamais vislumbradas anteriormente. Além disto favoreceu a emergência de homens de grande sabedoria para renovar, transformar e aperfeiçoar todas as artes (tão maculadas e imperfeitas de nossa época), para que o homem possa finalmente compreender sua própria nobreza e dignidade, e por que é chamado de Macrocosmos, e até onde se estende seu conhecimento da natureza. O mundo inculto não ficará muito satisfeito com isto, preferindo zombar e escarnecer. Também o orgulho e a vaidade dos eruditos, é, tão grande, que não conseguirão entrar em acordo. Se pudessem se reunir e examinar a multiplicidade de revelações brindadas ao nosso século poderiam compilar um LIBRUM NATURAE ou um método perfeito de todas as Artes. Porém tamanha é a oposição entre eles que se mantêm ao curso antigo e temem abandoná-lo, estimando ao Papa, a Aristóteles e Galieno; se tais autores que tinham apenas uma pequena mostra de conhecimentos em lugar da clara e manifestada Luz e Verdade, estivessem vivos agora deixariam com alegria suas falsas doutrinas. Porém aqui há demasiada debilidade para semelhante grande obra. Ainda que em teologia, física e matemáticas a verdade se manifeste por si mesma, o velho inimigo se mostra com sutileza e artimanhas, quando obstaculiza todo bom propósito com seus instrumentos e criaturas vacilantes. Visando uma reforma geral, o muito piedoso e altamente iluminado Pai, nosso Irmão C.R., um alemão, o chefe e fundador da nossa Fraternidade, trabalhou muito durante muito tempo. Devido a sua pobreza (embora descendesse de pais nobres), aos cinco anos de idade foi posto em um convento, onde aprendeu com os idiomas grego e latim (por seu próprio desejo e pedido). Ainda em sua fase de crescimento, se associou a um Irmão, Fra. P. A. L., que decidira viajar para a Terra Santa. Fra. P.A.L. jamais chegou a Jerusalém, pois faleceu na Ilha de Chipre. Nosso Irmão C. R. , também não retornou , viajando para Damasco, com a intenção de alcançar Jerusalém a partir daquela cidade; todavia, devido a fadiga de corpo provocada pela longa viagem, prolongou a sua estada naquela cidade e, graças à sua perícia em Medicina, foi bem acolhido entre os turcos. Por acaso, ele ouviu falar dos sábios de Damcar na Arábia, das maravilhas de que eles eram capazes, e das revelações que lhes haviam sido feitas sobre toda a natureza. Tal notícia despertou o espírito nobre e culto do Frater C.R.C., que interessou-se então, menos por Jerusalém do que por Damcar. Também não conseguiu, refrear seu desejo, e se colocou ao serviço dos mestres árabes, sendo negociada uma determinada soma para conduzi-lo a Damcar. Chegou a Damcar com 16 anos e foi recebido pelos sábios (segundo ele próprio), não como um desconhecido, mas como alguém que há muito era esperado. Chamaram-no pelo seu nome, e revelaram-lhe certos segredos do seu claustro, sobre os quais ele só podia ter conjeturado. Ali ele aprendeu melhor o idioma árabe; e, assim, no ano seguinte, traduziu o Livro M. para o latim clássico, que depois carregou consigo. Mais tarde desenvolveu sua Medicina e sua Matemática, de que o mundo teria justo motivo para se alegrar, se houvesse mais amor e menos inveja. Decorridos três anos , tornou a embarcar com a devida aprovação, no Sinus Arabicus para o Egito, onde apesar de não permanecer por muito tempo, aprendeu algo mais sobre plantas e criaturas. Depois navegou todo o Mar Mediterrâneo e chegou a Fez, no Marrocos, para onde os árabes o tinham enviado. Deveríamos nos envergonhar diante da atitude benevolente desses homens sábios, que ainda que distantes compartilhavam as mesmas ideias, desprezando todos os libelos, e compartilhando a sua ciência benevolentemente através do selo do segredo. Anualmente, os árabes e os africanos enviam emissários uns aos outros, procurando compartilhar uns com os outros, suas artes, e conhecer seus resultados; se tiveram a felicidade de descobrir coisas melhores, ou se a experiência teria enfraquecido suas razões. A cada ano algo era esclarecido, pelo qual a Matemática, a Medicina e a Magia (na qual os de Fez, no Marrocos, eram muito hábeis) eram corrigidas. Atualmente a Alemanha não carece de homens eruditos, magos, cabalista, médicos e filósofos, mas falta amor e bondade entre eles, e a grande maioria monopoliza tais segredos em proveito próprio. Na cidade de Fez – Marrocos, nosso Irmão C.R. entrou em contato com os chamados são Habitantes Elementares, que lhe revelaram muitos de seus segredos. Igualmente poderíamos nós os alemães recolher muitas coisas se houvesse uma unidade semelhante, e um desejo de investigar e compartilhar os segredos existentes em redor de nós e dentro de nós mesmos. Sobre a cidade de Fez, ele confessava frequentemente; que a magia por eles praticada não era todavia pura, e que sua Cabala fora profanada por sua religião; porém apesar disto ele sabia como fazer um bom uso dos conhecimentos que ele s possuíam e encontrou ainda um melhor fundamento para sua fé; em tudo de acordo com a harmonia do mundo e maravilhosamente dentro dele em todos os períodos do tempo. Por isso ele reconhecia que em cada semente de qualquer classe existe interiormente uma árvore inteira e boa, ou então frutos; assim de forma semelhante está incluído dentro do pequeno corpo do homem um grande e completo mundo cuja religião, saúde, partes do corpo, natureza, linguagem, palavras e trabalhos estão de acordo, simpatizando, em igual melodia com DEUS, o Céu e Terra. Aquilo que não está de acordo com isto é erro, falsidade e do Diabo, que é a única causa primeira, média e última de hostilidades, cegueira e obscuridade no mundo. Também alguém pode examinar várias e até mesmo todas as pessoas sobre a face da terra e descobrir que o bom e o justo está sempre em harmonia consigo mesmo, porém que tudo o resto é manchado por milhares de equivocadas falsidades. Após dois anos na cidade de FEZ, nosso Irmão C.R.C viajou em um veleiro com muitas coisas valiosas para a Espanha, alimentando a esperança de poder compartilhar as experiências proveitosas de suas viagens com os ilustres homens da Europa, que o acolheriam com alegria, e passariam a ordenar e dirigir seus estudos de acordo com aquelas bases firmes e eficazes. Por conseguinte, debateu com os alumbrados eruditos da Espanha, mostrando-lhes os erros de suas Artes, como deveriam ser corrigidos, e de onde colheriam a verdadeira Indicia do futuro, e em que ponto deveriam concorda r com as fontes do passado; e também como os erros da Igreja e de toda a Philosophia Moralis deveriam ser reformadas. Ele lhes mostrou ainda novas plantas, novos frutos e animais, os quais estavam de acordo com o que ensinava a filosofia antiga e propôs para eles , uma nova AXIOMÁTICA, com a qual tudo podia ajustar-se completamente. Porém, para eles tudo isso era motivo de zombaria e sendo novo para eles, temiam que sua fama de sábios sucumbisse, se agora tivessem que aprender coisas novas e reconhecer seus muitos anos de erros, aos quais já estavam acostumados e com os quais haviam ganho tanto dinheiro. Que sejam reformados aqueles que amam a inquietude, respondiam. Ouvia sempre a mesma antífona que lhe era entoada por outras nações, e sua emoção foi tanto maior porque ocorria ao contrário de suas expectativas e por estar disposto a comunicar graciosamente todas as suas artes e segredos aos eruditos, se pelo menos aspirassem empenhar-se para haurir no conjunto das faculdades, das ciências, das artes, em toda a natureza, uma axiomática precisa e infalível. Tal axiomática, como um globo, devia orientar-se de acordo com um centro único, e seria utilizada pelos sábios, como era costume entre os árabes, como uma regra. Deveria existir na Europa uma sociedade que possuísse bastante ouro e pedras preciosas que poderia conceder aos reis, para suas utilidades imprescindíveis e objetivos lícitos. Tal sociedade também se encarregaria da educação dos príncipes, que aprenderiam tudo o que Deus concedeu aos homens de saber, a fim de habilitá-los, em todas as ocasiões de necessidade, a dar um conselho àqueles que dele precisassem, tal qual os oráculos pagãos. Na verdade, devemos reconhecer que o mundo já estava gerando uma grande reviravolta, e sentia as dores do parto. Engendrava também gloriosos e virtuosos homens que rompiam com as trevas e a barbárie, deixando -nos um rastro a seguir. Eram a ponta do triangulo de fogo, o brilho de cujas chamas não cessa de aumentar e que, indubitavelmente, iluminará o último incêndio que abrasará o mundo. Outrossim, um destes, Theophrastus (Paracelso), o fora por tendência e vocação, embora não tivesse aderido à nossa fraternidade, lera zelosamente o livro M, iluminando e aguçando sua genialidade. Também foi interceptado em sua marcha por uma multidão confusa de homens eruditos e pseudo sábios. Nunca pode transmitir em paz sua meditação sobre a natureza, precisando consagrar mais espaço em suas obras para desacreditar os imprudentes do que para revelar-se em toda a sua completude. Todavia, encontramos, nele, profundamente, a harmonia que comentamos. Indubitavelmente, teria comunicado aos homens de ciência, se fossem mais dignos, uma arte superior às sutis vexações. Assim buscou uma vida livre e reservada, distante dos prazeres e da insensatez mundana. Porém não esqueçamos nosso amado Pai, Irmão C.R. que após duras e penosas viagens, constatando que suas verdadeiras instruções não foram aceitas, regressou à Alemanha, país que amava cordialmente. Neste país, ainda que pudesse ter se vangloriado com sua arte, especialmente com a transmutação dos metais, estimava muito mais o Céu, seus habitantes e a humanidade, do que glorias e pompas mundanas. Entretanto, construiu para si uma confortável morada onde meditava e refletia sobre Filosofia e suas viagens, sintetizando tudo num verdadeiro memorial. Nesta casa envolveu-se por muito tempo com pesquisas matemáticas e construiu muitos instrumentos de precisão, EX OMNIBUS HUJARTIS PARTIBUS, dos quais poucos foram por nós conservados, conforme compreenderão mais adiante. Após cinco anos, tornou a aspirar a reforma nas artes e nas ciências. Duvidando da possibilidade de qualquer outra ajuda e de qualquer outro apoio, de espírito assíduo, pronto e perseverante, ele decidiu empreendê-la por sua conta, na companhia de um pequeno número de adjuntos e colaboradores. Para lograr este fim convidou três Irmãos de seu antigo convento (que ele amava tanto); o Irmão G. V., o Irmão J. A. e o Irmão J. O. cujos conhecimentos, ultrapassavam o saber daquela época. Tais Irmãos prestaram um juramento supremo de fidelidade, diligência e silêncio, rogando-lhes que registrassem cuidadosamente por escrito todas as instruções que lhes transmitisse, a fim de que os futuros membros, cuja admissão deveria efetuar-se depois graças a uma revelação particular, não se equivocassem a respeito de um iota sequer. Desta maneira teve início a Fraternidade dos Rosacruzes, com apenas quatro pessoas, que desenvolveram a linguagem e a escrita mágicas, com um grande dicionário, o qual ainda usamos diariamente para louvar e glorificar a Deus, haurindo aí uma grande sabedoria. Escreveram também a primeira parte do Livro M. Porém, devido ao seu trabalho ser excessivamente árduo, a grande afluência de enfermos em busca de cura começava a estorvá-los e ainda que seu novo edifício (chamado SANCTI ESPIRITUS) já estava concluído, resolveram ampliar sua confraria e para este fim foram escolhidos como novos membros o primo-irmão do Fr. Rosa Cruz, um pintor de talento, Fr. B., seus secretários, G.G. e P.D., todos de nacionalidade alemã, com exceção de I. A.; no total, oito membros, todos virgens que fizeram o voto do celibato. Eles deviam escrever um livro onde deviam registrar todas as aspirações, desejos e esperanças que a humanidade jamais foi susceptível de alimentar. Ainda que livremente reconhecemos que o mundo tenha evoluído bastante nos últimos cem anos, estamos seguros que nossa AXIOMÁTICA não será superada até o final do mundo e que também o mundo em suas eras futuras não verá nada diferente, porque nossa ROTA abarca tanto o dia em que DEUS pronunciou" FIAT (Faça-se) quanto o dia em que Ele pronuncie PEREAT (Pereça). O relógio de DEUS marca com precisão cada minuto, quando nossos relógios escassamente marcam as horas precisas. Também cremos firmemente que nossos irmãos e nossos pais se houvessem vivido nesta época haveriam tratado com mais rigor ao Papa, a Mahommad (Islam), e aos escritores, artistas e sofistas; não simplesmente com suspiros desejando o fim da miséria. Estes oito Irmãos catalogaram e ordenaram todas as coisas de forma harmônica. Não se demandava então outro trabalho de grande vulto. Cada qual havia sido bem instruído, estando qualificado para ministrar os segredos de sua arte e filosofia. Ainda que desejassem compartilhar por mais tempo a companhia uns dos outros, haviam combinado, a princípio, que deveriam separar-se e dirigir-se a vários países distintos; não apenas para compartilhar sua AXIOMÁTICA com outros homens ilustres, senão para que eles próprios ,noutros países , observassem algo ou algum equívoco , devendo comunicá-los uns aos outros. Seu acordo era o seguinte: 1. Que nenhum deles deveria fazer nada mais que curar os enfermos e isto gratuitamente. 2. Que nenhum deles nem os que os seguiam; deveriam jamais usar certa classe de hábito, senão vestir-se segundo o costume do país em que residissem. 3. Que a cada ano no dia C. deviam reunir-se na casa SANCTUS SPIRITUS, ou justificar por escrito sua ausência. 4. Que cada Irmão deveria buscar uma pessoa merecedora, que depois de sua morte pudesse substituí-lo. 5. Que a palavra C.R. devia ser o selo, marca e caráter deles. 6. A FRATERNIDADE devia permanecer secreta por cem anos. Comprometeram-se mutuamente a observar esses seis artigos. Cinco Irmãos partiram para diversas partes. Somente permaneceram os Irmãos B. e D. com o Pai, Fra. R.C. durante um ano inteiro. Quando, ao cabo de um ano, eles também partiram, J.O. e seu primo ficaram junto dele, para que assim em todos os dias de sua vida tivesse a companhia de dois de seus Irmãos. E, por mais maculada que estivesse a Igreja, sabemos que os Irmãos nela pensavam e aspiravam profundamente pela purificação da mesma. Todos os anos se reuniam com alegria e faziam uma coletânea completa do que haviam feito Havia um grande júbilo entre eles, em compartilhar o relato verídico e sem artifícios de todas as maravilhas e milagres que Deus não cessou de espalhar pelo mundo. Todos podem estar certos que pessoas como estas, cujo encontro era obra da máquina celeste, escolhidas pelos espíritos mais sábios de cada século, viveram entre eles e em sociedade na mais perfeita concórdia, na mais total discrição, o mais caridosamente possível.  Vivendo tal estilo de vida, ainda que suas existências transcorressem livres de dores e enfermidades não podiam viver por mais tempo que o determinado por Deus. O primeiro Irmão desta augusta Fraternidade que morreu, e isto ocorreu na Inglaterra, foi o Irmão J.O., tal como o Irmão C. há tempos havia predito. Ele era muito culto e conhecia com profundidade a Cabala, como demonstra o livro H., de sua autoria. Na Inglaterra era muito famoso, pois havia curado o jovem Conde Earl de Norfolk que sofria de lepra. Os Irmãos decidiram que o lugar de seus enterros devia permanecer secreto, até onde fosse possível. Atualmente não sabemos nada do que sucedeu a alguns deles, porém o posto que desempenhavam foi ocupado por um sucessor competente. Porém , isto confessaremos publicamente por essas dádivas para a glória de Deus, que seja qual for o segredo que tenhamos aprendido no livro M. (ainda que nossos olhos contemplem a imagem e configuração de todo o mundo), não nos foram revelados nossos infortúnios, nem a hora da morte, que somente é conhecida pelo próprio Deus, o qual desta maneira nos conservaria num estado contínuo de preparação. Esta questão será tratada mais explicitamente em nossa Confissão na qual também enunciaremos as 37 causas pelas quais revelamos agora nossa Confraria, fazendo a oferta livre, espontânea e gratuita de mistérios tão profundos, e a promessa de mais ouro do que o fornecido pelas duas Índias ao rei da Espanha: porque a Europa está grávida, e ela vai dar à luz um robusto rebento que seus padrinhos cobrirão de ouro. Após a morte do Irmão J. O. O Irmão R. C. não cessou suas atividades, e assim que pôde convocou os demais Irmãos, e supomos que foi nesta época que foi feita a sua tumba. Embora nós, os mais jovens, ignorássemos até então absolutamente a data da morte do nosso bem-amado Pai R.C., e não estivéssemos de posse a não ser dos nomes dos fundadores e de todos aqueles que os sucederam até nós, soubemos, todavia, guardar em memória um mistério que A., o sucessor de D. O, último representante da segunda geração, que viveu com muitos dentre nós, confiou a nós, representantes da terceira geração, num misterioso discurso sobre os cem anos. Confessamos, aliás, que após a morte de A. nenhum de nós conseguiu o menor detalhe a respeito de R.C. e sobre seus primeiros irmãos, exceto o que é relatado em nossa Biblioteca Filosófica, entre outras, nossa Axiomática, obra capital para nós, os Ciclos do Mundo, a obra mais sábia, e Proteu, a mais útil. Não sabemos, portanto, com certeza se os representantes da segunda geração possuíam a mesma sabedoria que os da primeira, e se tiveram acesso a todos os mistérios. Mas lembremos ainda ao atento leitor que foi Deus quem preparou, aprovou e ordenou o que aprendemos aqui mesmo, sobre a sepultura de Fr.C., e que proclamamos agora publicamente. Nós lhe somos tão fielmente dedicados que não tememos a revelação, numa obra impressa, de nossos nomes de batismo, de nossos pseudônimos, de nossas assembleias, de tudo o que se deseja saber de nós, contando que , em contrapartida, as pessoas se dirijam a nós, contando que, em contrapartida, as pessoas se dirijam a nós com modéstia, e que as respostas sejam cristãs. Agora vem o verdadeiro e fundamental relato do altamente iluminado homem de DEUS, Fra., C.R., que é o seguinte: Após a morte física de A. , na Gallia Narbonensis (a cidade de Narbon em França cerca da fronteira com a Espanha, pelo lado do Mediterrâneo), sucedeu-o nosso amado Irmão N.N., que adotou seu nome, após vir a nosso encontro para fazer o solene juramento de fidelidade e segredo, nos informando confidencialmente que A. lhe havia assegurado, que está Fraternidade não permaneceria tão oculta, mas que seria benéfica, útil e recomendável a toda a nação alemã; que de forma alguma envergonhava-se de seu estado. ( A Alemanha naquela época era protestante e sofria o ataque dos exércitos católicos que vinham do Sul da Europa) No ano seguinte após haver concluído seu aprendizado, planejou viajar, munido de tão respeitável viático e da bolsa de um Fortunato , todavia , sendo um bom arquiteto idealizou restaurar e modernizar sua morada para torná-la mais adequada aos propósitos da Irmandade. Nesta reforma, interessou-se por uma placa memorial que havia sido fundida em bronze e sobre a qual estava inscrito os nomes dos primeiros membros da Ordem e algumas outras inscrições. Pretendia deslocá-la para uma câmara mais conveniente. Onde ou quando Fra. C.R. nosso amado pai e fundador havia morrido ou em que país enterrado, fora conservado secreto pelos Irmãos em unanimidade. Da mesma forma como nossa porta se abriu de modo maravilhoso ao cabo de tantos anos, na Europa, uma porta também deverá se abrir, logo que o muro de tijolos seja afastado: ela já é visível; são muitos os que as esperam com intensidade. Na manhã seguinte abrimos a porta, e aos nossos olhos surgiu uma galeria abobadada de sete lados e cantos, cada um deles medindo, aproximadamente, 1,5 metros de largura por 2,5 metros de altura. Embora o sol jamais brilhasse dentro dela, estava iluminada com uma outra luz solar, a qual aprendera a fazê-lo com o próprio sol, e estava situada na parte superior e no centro do teto. No meio, e em vez de lápide, havia um altar redondo coberto por uma chapa de bronze, tendo nela gravado: A.C.R.C HOC UNIVERSI COMPENDIUM VIVUS MIHI SEPULCRUM FECI (Este compêndio do universo, construí durante minha existência para ser meu túmulo). A volta do primeiro círculo, ou borda, constava: JESUS MIHU OMNIA (Jesus é para mim todas as coisas). No centro viam-se quatro figuras encerradas em círculos, cujas inscrições eram as seguintes: 1. Nequaquam vaccum (Em nenhuma parte existe um vácuo) 2.Legis Jugum (O Jugo da Lei) 3.Libertas Evangelli (A Liberdade do Evangelho) 4.Dei Gloria Intacta (A Glória Íntegra de Deus). Estava tudo claro e resplandecente como também os sete lados e os dois heptágonos; então, reunidos, ajoelhamo-nos e rendemos graças ao único , sábio e poderoso Deus, que nos ensinara mais do que poderiam haver descoberto todas as mentes humanas e então glorificamos seu Santo Nome. A galeria foi dividida em três partes : a superior ou teto, a parede ou lado e o piso ou chão. Em relação ao teto, não nos deteremos muito por enquanto, porém estava dividido em triângulos, dispostos nos sete lados até o centro luminoso, porém o que nele estava contido, vós, se de acordo com a vontade de Deus aspireis pertencer a nossa confraria, contemplareis com seus próprios olhos; contudo cada lado ou parede estava subdividido em dez figuras, cada qual com suas varias estampas e sentenças particulares, conforme fielmente exibido e explicado no Concentratum (Compendium), aqui em nosso livro. O piso também estava dividido em triângulos, porém devido nele estar descrito o poder e o regência dos governantes inferiores (os planetas) não podemos descrever isto por recear o abuso de um mundo cheio de maldade e afastado de Deus. Porém aqueles que estão previstos e têm o antídoto celestial, que sem medo pisam e destroem a cabeça da velha e maligna serpente que nos nossos dias está muito presente. Cada lado ou parede possuía uma porta ou caixa onde estavam diversos objetos especialmente todos os nossos livros que de todas as formas já possuímos. Entre eles estava o Vocabulário de THEOP: PAR.HO. (Teofrastus Paracelsus de Hohenheim) e com os quais, sem artifícios estudamos diariamente. Também encontramos o Itinerariom e Vitam, dos quais muito deste relato é baseado. Entre uma outra caixa estavam espelhos de várias virtudes, como noutro lugar haviam pequenos sinos, lâmpadas acesas e mais que tudo haviam maravilhosos cantos artificiais que geralmente foram construídos com o objetivo de que se algo chegasse a suceder com a Ordem ou a Fraternidade, acabando-se depois de centenas de anos, poderia tudo restaurar-se novamente por meio desta única abóbada. Como até aquele momento ainda não havíamos percebido os restos mortais do corpo de nosso cuidadoso e sábio pai, removemos o altar a um dos lados e levantamos uma forte placa de bronze. Encontramos um corpo perfeitamente conservado, intacto e sem deterioração alguma. Artificiosamente parecia como se estivesse vivo com todos seus ornamentos. Em sua mão portava um livro de pergaminho, chamado I. , que depois da Bíblia, é nosso maior tesouro. Ao final deste livro acha-se o seguinte ELOGIUM: GRANUM PECTORI JESUS INSITUM. C. Ros. C. ex nobili atque splendida Germaniae R.C. familia oriundus, vir sui seculi divinis revelationibus subtilissimis imaginationibus, indefessis laboribus ad coelestia, atque humana mysteria ; arcanave admissus postquam suam (quam Arabico, & Africano itineribus Collegerat) plusquam regiam, atque imperatoriam Gazam suo seculo nondum convenientem, posteritati eruendam custo divisset et jam suarum Artium, ut et nominis, fides acconjunctissimos herides instituisset, mundum minutum omnibus motibus magno illi respondentem fabricasset hocque tandem preteritarum, praesentium, et futurarum, rerum compendio extracto, centenario major non morbo (quem ipse nunquam corpore expertus erat, nunquam alios infestare sinebat) ullo pellente sed spiritu Dei evocante, illuminatam animam (inter Fratrum amplexus et ultima oscula) fidelissimo creatori Deo reddidisset, Pater dilectissimus, Fra: suavissimus, praeceptor fidelissimus amicus integerimus, a suis ad 120 annos hic absconditus est. Tradução do ELOGIUM ao português: Uma semente foi plantada no peito de Jesus. C. Ros. C. originou-se na nobre e famosa família alemã da R.C.; um homem aceito nos mistérios e segredos do céu e da terra através das revelações divinas, cogitações sutis e da persistente labuta de sua vida. Em suas viagens pela Arábia e África, reuniu um tesouro ultrapassando o dos Reis e Imperadores; não o achando, porém, adequado para a sua época, conservou-o secreto para ser descoberto pela posterioridade, e nomeou os herdeiros leais e fiéis de suas artes, e também de seu nome. Edificou um microcosmo correlacionado em todos os movimentos ao macrocosmo, e finalmente redigiu este compêndio das coisas passadas, presentes e futuras. Em seguida, tendo já ultrapassado um centenário, embora não atribulado por nenhuma enfermidade, que jamais sofrera em seu próprio corpo e tampouco permitira que outros a sofressem, mas chamado pelo Espírito de Deus, entre os últimos amplexos de seus irmãos, entregou sua alma iluminada a Deus seu Criador. Um pai amado, um Irmão afetuoso, um Mestre leal, um Amigo sincero, aqui permaneceu oculto por seus discípulos durante 120 anos. Haviam firmado aqui abaixo: 1. Fra: I.A. Fr.C.H. (escolhido por C.H. chefe da Fraternidade) 2. Fr: G.V. M.P.C. 3. Fra: R.C. Iunior haeres S. spiritus.(o mais jovem herdeiro do Espírito Santo) 4. Fra: B.M. P.A. Pictor et Architectus.(pintor e arquiteto) 5. Fr: G.G. M.P.I. Cabalista. Secundi Circuli. 1. Fra: P.A. Successor, Fr: I.O. Mathematicus.(matemático, sucessor do Irmão I.O.) 2. Fra: A. Successor, Fra. P.D. 3. Fra: R. Successor patris C.R.C. cum Christo triumphant.(sucessor do Pai C.R.C., triunfador no Cristo) Ao final estava escrito o seguinte: EX DEO NACIMUR , IN JESU MORIMUR , PER SPIRITUM SANCTUM REVIVISCIMUS (De Deus nascemos , em Jesus morremos, pelo Espírito Santo revivemos) O Irmão C.R.C. nasceu em 1378 e viveu 106 anos. Segundo isto morreu em 1484. Sua tumba foi descoberta 120 anos depois, ou seja no ano 1604. Nessa época já haviam morrido os Irmãos I. 0. e Fra. D., porém onde se encontrará o lugar de suas sepulturas? Não duvidamos que o mais velho dos irmãos, no instante de seu sepultamento, foi objeto de cuidados especiais e que também teria tido uma sepultura secreta. Também esperamos que o nosso exemplo estimulará outros irmãos ,a procurar com mais cuidado pelos nomes que revelamos com tal finalidade, e a encontrar o local de suas tumbas. Célebres e apreciados, geralmente, por sua arte médica, nas mais antigas gerações, eles podem talvez, com efeito, contribuir para ampliar nosso tesouro, ou pelo menos para compreender melhor. Quanto ao MINUTUM MUNDOM, nós o encontramos conservado noutro pequeno altar. Realmente mais admirável do que possa ser imaginado por qualquer homem de discernimento. Todavia nós não o descreveremos enquanto não tiver creditado um voto de confiança a nossa Fama Fraternitatis. Em seguida tornamos a cobrir o túmulo com as placas, e sobre elas colocamos o altar e tornamos a fechar a porta, pondo todos os nossos selos, antes de decifrar algumas obras, baseando-nos nas diretrizes de nossa Rota - nosso tratado sobre os ciclos - (entre outros, sobre o livro M. Hoh., cujo autor é o doce M.P., e que é útil como um tratado de economia doméstica). Em seguida, segundo o nosso costume, separamo-nos novamente, deixando nossas joias a seus herdeiros naturais. E assim aguardamos a resposta e julgamento dos eruditos e dos não eruditos sobre as nossas revelações. Ainda que conheçamos a amplitude de uma reforma geral divina e humana que contentará tanto os nossos desejos quanto as esperanças de todos os homens, não é mau, com efeito, que o Sol, antes de seu despertar , projete no céu uma luminosidade mais clara ou escura; que alguns se anunciem, e ajuntem-se para promover nossa irmandade pelo seu número e pelo prestígio do cânon filosófico idealizado e ditado por Pr. C., ou mesmo para deleitar-se com humildade e amor de nossos alienáveis tesouros, curando as misérias deste mundo e não lidando com tanta cegueira com as maravilhas divinas. Porém, para que cada Cristão também possa apreciar a nossa piedade e probidade, professamos publicamente o conhecimento de Jesus Cristo nos termos claros e nítidos em que Ele, nesta época tem sido proclamado na Alemanha e onde certas províncias famosas o mantêm e o proclamam atualmente contra todos os entusiastas, heréticos e falsos profetas. Nós também celebramos os Sacramentos instituídos pela primeira Igreja reformada, com as mesmas fórmulas e cerimônias. Na política reconhecemos o Imperio Romano e a IV Monarquia, como nosso regente e como regente dos cristãos. Apesar do conhecimento que possuímos em relação as mudanças que irão ocorrer e de nossa profunda aspiração em divulgá-las àqueles que são instruídos por Deus, eis nosso manuscrito, que está em nosso poder. Nenhum ser humano nos colocará for a da lei, nem nos entregará aos indignos, sem a permissão do deus único. Colaboraremos secretamente com esta causa benéfica segundo a Vontade divina. Porque nosso Deus não é cego como acreditam e profetizam os pagãos porém Ele é a glória da Igreja e a Honra do Templo. Nossa filosofia não é tampouco nenhuma novidade: ela é conforme a que herdou Adão após a queda e que foi praticada por Moisés e Salomão. Ela não questiona ou refuta diferentes teorias porque a verdade é única, suscinta, sempre idêntica a ela própria, pois, adequando-se a Jesus em todas as suas partes e em todos os seus membros, ela é a imagem do Pai como Jesus é seu retrato, é um equívoco dizer que o que é verdadeiro em Filosofia é falso em Teologia. O que Platão, Aristóteles e Pitágoras estabeleceram, o que Enoch, Abraão, Moisés e Salomão confirmaram, naquilo que está em concordância com a Bíblia o grande livro das maravilhas, corresponde e descreve uma esfera, ou um globo em que todas as partes estão equidistantes do centro, ciência em que trataremos mais profundamente na Conferencia Cristã. Quanto ao que se refere em nossa época ao enorme sucesso da arte ímpia e maldita dos fazedores de ouro, que incita de forma muito singular uma multidão de lisonjeadores evadidos das prisões e maduros para o cadafalso a cometer grandes vilezas abusando da boa-fé e da ingenuidade de muitos indivíduos, a ponto de alguns acreditarem, em sua probidade, que a transmutação metálica é o ápice e o cimo da Filosofia, que é necessário dedicar-se completamente a ela e que a fabricação de massas e de lingotes de ouro agrada de forma especial a Deus - mediante preces irrefletidas, mediante expressões doentias e inúteis , eles esperam conquistar um Deus cuja onisciência penetra em todos os corações, eis o que proclamamos publicamente: tais concepções são falsas. Testificamos que para os verdadeiros filósofos, a fabricação de ouro não é senão um parergon, um trabalho preliminar, de pouca importância, um entre milhares de outros tantos os que têm em seu repertório, e que são muito mais importantes. Assim afirmamos as palavras de nosso bem- amado Pai C.R.C. : PHY: AURUM NICI QUANTUM AURUM. (Irra! Ouro, nada mais do que ouro!) Aquele a cujos olhos toda a natureza se revela não se deleita por poder fabricar ouro e domesticar demônios, mas segundo as palavras de cristo: se alegra por contemplar o céu abrir-se, os anjos do Senhor subir e descer, e seu nome inscrito no Livro da Vida. Também testificamos que sob o nome de Chymia (Química) foram apresentados muitos livros e ilustrações no Contumeliam Gloriae Dei, como os denominaremos em sua devida época, dando aos puros de coração um Catálogo, ou registro deles. E rogamos a todos os homens de ciencia que redobrem sua prudência à leitura destes livros: o inimigo não cessa de semear seu joio, até encontrar alguém mais forte que os extirpe. Assim, de acordo com a vontade e pensamentos do Fra. C.R.C., nós seus Irmãos pedimos novamente aos sábios e eruditos de toda a Europa que leiam estas nossas FAMAM y CONFESSIONEM, traduzidos em seis idiomas, e que, se lhes aprouver, poderão deliberar considerarem essa nossa oferta, e julgarem a época atual com todo o desvelo, e declararem a sua opinião por impresso, seja como uma Communicatio consilio, ou sigulatim. Ainda que neste momento não tenhamos mencionado nossos nomes e reuniões, as opiniões de todos, não importa a língua que professem, chegarão até as nossas mãos. E todos aqueles que indicarem seu nome receberão uma resposta de alguma forma. Proclamamos, que aquele que nutra a nosso respeito seriedade e cordialidade , ao dirigir-se a nós será por isso beneficiado em corpo e alma; todavia aquele que seja falso em seu coração, ou os ambiciosos de riquezas, não nos causará nenhum mal, mas atrairá para si a ruína e a destruição absolutas. Em relação a nossa morada , ainda que cem mil pessoas tenham dela se aproximado e quase a contemplado de perto, permanecerá para sempre intocável, indestrutível e oculta para o mundo perverso. SUB UMBRA ALARUM TUARUM JEHOVA (À sombra de Tuas Asas Jeová). Traduzido por um Probacionista da Fraternidade Rosacruz Max Heindel. Baseado na versão inglesa de E.A. Waite. Página 146.  www.fraternidaderosacruz.org. Abraço. Davi

terça-feira, 25 de setembro de 2018

EM BUSCA DA BELEZA ETERNA


Cristianismo. www.suaescolha.com.br.Texto de Laura Krauss Calenberg. EM BUSCA DA BELEZA ETERNA.  “Estar nas capas das maiores revistas de moda da Europa não era mais um sonho apra mim, mas realidade. Eu mal podia acreditar! Tudo o que eu sempre quis foi estar nas revistas, ganhar muito dinheiro e viajar por todo o mundo. As lutas para conseguir pagar as contas tinham finalmente terminado. Agora eu podia fazer a minha vida em Paris, minha nova casa, e usufruir a minha fama e fortuna. Afinal de contas, não é isso o que importa na vida?” Foco na Aparência Física. Qual é a sua ideia de beleza? Quando comecei minha carreira com a Christian Dior em Paris aos 19 anos, minha ideia de beleza era o que os outros achavam de mim. Se as pessoas me aprovavam e chamavam para trabalhar como modelo, então eu concluía que devia ser mesmo bonita. Minha lógica era que se eu fosse bem-sucedida e estivesse trabalhando, então eu devia ser bonita. Eu estava colocando minha autoestima nas mãos dos outros e no que eles achavam de mim. Uma outra forma como eu determinava beleza era por associação. Eu trabalho com algumas das mulheres mais bonitas do mundo. Uma vez que elas eram minhas amigas e parceiras, então eu pensava, com certeza eu sou tão bonita quanto elas. Eu também me assegurava através dos homens que atraía. Já que vários homens bonitos, inteligentes e de sucesso me procuravam, eu pensava que era bonita. Eu era popular e tinha muitos amigos também. À medida que meu sucesso crescia e as pessoas me reconheciam, era muito fácil ser convidada para todos os tipos de festas e ir para onde eu queria. Então, eu devo ser bonita, pois tenho todos esses amigos e posso ir a todos esses lugares. Como resultado, eu me tornei uma pessoa egoísta, uma egocêntrica vivendo uma vida ainda mais egocêntrica. A maioria do meu tempo era usada ao meu favor e preocupada comigo mesma. “Mim”, “eu” e “eu mesma” eram as minhas palavras favoritas. Minha vida girava em torno do meu peso, meu cabelo, minhas roupas, em toda a minha aparência e atratividade. Uma vez estava trabalhando como modelo por dois meses no Japão. Todos os dias, pessoas eram designadas para fazerem coisas para mim, até mesmo amarrar meus sapatos. Enquanto eu me vestia, tinha alguém para segurar meu vestido e meu casaco. Tínhamos três pessoas para fazer o trabalho de uma. Tudo isso alimentava meu ego e meu sentimento de auto importância. As Armadilhas da Aparência Física. Eu também me tornei viciada em trabalho. Eu trabalhava sete dias por semana porque sabia que nada era garantido – eu podia ficar sem trabalho no dia seguinte. Minha aparência poderia se ir a qualquer momento, então eu tinha que aceitar todo trabalho que aparecia. Eu trabalhava na Alemanha durante o dia, no final da tarde voava para Paris, trabalhava e voltava para a Alemanha na manhã seguinte. O resultado foi que eu fiquei exausta e doente. Um dia desmaiei no meio de uma sessão de fotos e machuquei meu joelho. Fiquei de cama pela primeira vez em minha carreira. Não poder trabalhar foi a experiência mais amedrontadora que eu tive, porque mesmo que tenha sido só por duas semanas, isso significava que eu perderia 14 desfiles. Eu estava arrasada. Mas um dia, enquanto eu estava acamada e incapacitada de trabalhar, comecei a refletir na minha vida e a questionar meus valores e ideias sobre beleza e que tipo de pessoa eu tinha me tornado por dentro. Eu percebi que minha visão sobre beleza era inadequada. Eu sabia, por exemplo que minha aparência iria mudar. Minhas capas e “folhas rasgadas” (minhas fotos que eu rasgava das revistas) ficavam fora de moda muito rápido. Eu tinha trabalhado tão duro para ter aquelas fotos nas revistas e a minha agência queria tirá-las do meu portifólio em seis meses porque tudo já estava fora de moda. Eu também descobri que ganhar muito dinheiro ainda jovem era muito bom, mas que a responsabilidade de administra era esmagadora. Isso também me fez questionar porque as pessoas realmente eram atraídas para mim. Se eu tivesse uma aparência diferente, ou tivesse menos dinheiro, meu namorado ainda me amaria por quem eu sou? Todas essas perguntas e dúvidas me assolaram quando eu ainda estava no auge da minha carreira. Percebi a superficialidade de tudo e comecei a me sentir muito vazia. Mesmo depois de conquistar tudo o que eu queria, algo estava faltando. Todo o sucesso e atenção que recebi não preencheram o vazio que eu sentia lá no fundo. O que tinha acontecido? Onde estavam as minhas prioridades? Para quem ou pelo quê eu estava vivendo? A Insegurança da Aparência Física.  Foi então que me ocorreu que eu estava construindo minha vida em coisas que não eram seguras. Ela estava sendo construída no que a cultura pensava, ou no que meu namorado pensava, ou quanto dinheiro eu ganhava, ou em quão popular eu era. Eu entendi que estava construindo minha vida na areia. Então refleti no passado, quando uma vez em Indiana, estado onde cresci, um evento significativo aconteceu. Uma colega de sala me convidou para um evento de música na igreja dela. Eu aceitei porque tinha muitos rapazes no grupo e a igreja era grande, por isso achei que seria divertido. Mas eu achava que não havia necessidade de Deus em minha vida. Qual era a vantagem? Meus pais estavam no meio de um divórcio. A fé deles não os estava ajudando. Entretanto, enquanto estava no evento, além da música, eu ouvi uma mensagem que me tocou. No final, os músicos nos disseram que tinham uma notícia boa para nos contar. Eu pensei que eles iam falar sobre o primeiro disco deles ou algo assim. Me enganei. A notícia era que Deus nos ama. Eles falaram sobre um relacionamento com Deus através de Jesus Cristo, descreveram como Deus me amava incondicionalmente e que por causa disso ele mandou seu Filho único para morrer na cruz por meus pecados. Eu não tinha problema nenhum em admitir que tinha feito coisas erradas na vida e que não tinha conseguido ser o que Deus queria que eu fosse. Os músicos explicaram que eu não tinha que merecer o favor de Deus. Eu podia simplesmente receber o presente de amor e perdão de Deus através de Jesus. Aquela noite eu fiz uma pequena oração pedindo a Cristo para me perdoar e me mudar. Eu disse a Ele que viveria para Ele e O serviria com minha vida. Eu O convidei para entrar em minha vida e começar um relacionamento comigo. Então lá estava eu em Paris anos depois, refletindo naquele evento especial, pensando em como eu tinha chegado a tal ponto em minha vida onde ela tinha perdido seu verdadeiro significado. Eu vi que tinha negligenciado meu relacionamento com Deus e escolhido minha própria direção. Não era surpresa nenhuma que estivesse me sentindo tão vazia! Então pedi a Deus que me perdoasse por viver para mim mesma e para a aprovação dos outros. E eu disse a ele: “Por favor mude-me e mostre-me o que é a verdadeira beleza”. A primeira coisa que Deus me mostrou foi o perigo da vaidade. Eu tinha lutado com isso por muito tempo. Na América, 20 bilhões de dólares são gastos anualmente em cosméticos; 300 milhões em cirurgia plástica;33 bilhões em produtos dietéticos. Isso ilustra quanto tempo e dinheiro nós gastamos com nossa aparência. Vaidade não é beleza. Relacionado com isso estava o meu hábito de comparar a minha aparência com de outras mulheres. Inveja foi uma outra coisa em que tive que trabalhar. Eu tive que aprender a estar segura em quem e o que sou e como Deus me fez, sabendo que ele me ama não importa como eu pareça ou o como eu aja. Insegurança não é beleza. Ela dificulta termos e sermos amigos e coloca muita expectativa nos elogios dos outros para lhe fazer sentir-se bem. Definição de Beleza – Beleza Verdadeira. O que é beleza? Não é aparência física. É o que é encontrado seu interior, o que está no seu coração. Humildade é beleza, apesar de não ser algo popular na minha profissão. Segurança e autoestima são belezas. E conhecer a Deus pessoalmente traz beleza, porque saber que ele ama e o aceita traz segurança e autoestima. E deixará você livre para se aceitar e se amar com as suas fraquezas e falhas. Sem o perdão de Cristo, nosso pecado nos torna feios por dentro. Não temos paz. E todas as soluções de “disfarce” que o mundo oferece não podem mudar nada. Deus pode ver esses pecados e outros também verão. Só Cristo pode nos fazer bonitos aos olhos de Deus. A verdadeira beleza interior começa com Deus no centro de nossas vidas e cresce para fora. Eu posso dizer que Cristo transformou minha vida, e nunca vou me arrepender da decisão de segui-lo. Porque não pedir que Cristo entre em sua vida? Jesus disse, “Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta entrarei…” (Apocalipse 3:20). Você pode receber a Cristo agora mesmo em oração. Deus conhece o seu coração e está mais interessado na atitude do seu coração do que nas suas palavras. A seguir, você irá ler uma oração semelhante a oração que eu fiz, que talvez expresse o desejo do teu coração (…). “Jesus, eu preciso do Senhor. Obrigado por ter morrido na cruz por mim. Abro a porta da minha vida e O recebo como meu Salvador e Senhor. Obrigado por perdoar os meus pecados e me dar a vida eterna. Tome conta da minha vida e faça de mim a pessoa que deseja que eu seja”. Se esta oração, expressa o desejo do seu coração, você pode dizer estas palavras para Deus agora mesmo e Ele entrará na sua vida, como prometeu. www.suaescolha.com.br. Abraço. Davi


segunda-feira, 24 de setembro de 2018

I E II JESUS NO ISLÃ


Islamismo. www.islamreligion.com. I. JESUS NO ISLÃ. A visão islâmica de Jesus reside entre dois extremos.  Os judeus, que rejeitaram Jesus como um profeta, o chamaram de impostor, enquanto os cristãos, por outro lado, o consideraram o filho de Deus e o adoram como tal.  O Islã considera Jesus um dos maiores e mais pacientes e tolerantes dos profetas, em adição a Noé, Abraão, Moisés e Muhammad, que Deus os exalte. Jesus também é considerado o Messias.  Isso está em conformidade com a visão islâmica da Unicidade de Deus, a Unicidade da orientação Divina, e o papel complementar da missão subsequente dos mensageiros de Deus. A mensagem de Deus para a humanidade, que é adorar a Deus e a Deus somente e viver de acordo com Sua instrução, foi revelada a Adão (que a paz esteja sobre ele), que a passou adiante para seus filhos. Todas as revelações subsequentes a Noé, Abraão, Moisés, Jesus e, finalmente, Muhammad estão em conformidade com aquela mensagem. Portanto, o Islã vê quaisquer contradições entre as religiões reveladas como elementos produzidos pelo homem que foram introduzidos nessas religiões.  A posição de Jesus nas três maiores crenças - Judaísmo, Cristianismo e Islã – não é uma exceção. Embora o Alcorão não apresente uma estória detalhada da vida de Jesus, ele destaca aspectos importantes de seu nascimento, sua missão e sua ascensão ao céu. Ele também julga as crenças cristã e judaica em relação a ele.  Nós veremos algumas das verdades que Deus revelou sobre Jesus no Alcorão. Nascido de uma Mãe Virgem. Como os cristãos, os muçulmanos acreditam que Maria, ou Mariam como ela é chamada em árabe, era uma mulher casta, virgem, que milagrosamente deu à luz a Jesus.  O nascimento de Jesus em si foi um milagre no sentido de que ele não tinha pai.  Deus descreve seu nascimento no Alcorão da seguinte forma: “E menciona no Livro (o Alcorão), Maria, quando ela se isolou em reclusão de sua família para um lugar na direção do oriente.  Ela colocou um véu entre ela e eles; então Nós lhe enviamos o Nosso Espírito (o anjo Gabriel), e ele se apresentou como um homem em todos os aspectos.  Ela disse: ‘Verdadeiramente, eu me refugio no Misericordioso (Deus), contra ti, se temes a Deus.’  (O anjo) disse: ‘Eu sou apenas um mensageiro de teu Senhor, (para te anunciar) a dádiva de um filho virtuoso.’  Ela disse: ‘Como hei de ter um filho, se nenhum homem me tocou e nunca fui mundana?’  Ele disse: ‘Assim será, porque teu Senhor disse: Isso Me é fácil. E (Nós desejamos) apontá-lo como um sinal para a humanidade e misericórdia de Nossa parte. Este é um assunto decretado (por Deus).’ (Alcorão 19: 16-21). Esse fato, entretanto, não significa que Jesus é divino em essência ou espírito, nem ele é merecedor de adoração, porque a existência de Adão foi mais milagrosa que a de Jesus.   Se seu nascimento milagroso foi uma prova de que Jesus era Deus encarnado ou Seu filho, então Adão teria mais direito a essa divindade do que ele.  Ao contrário, ambos são profetas que foram inspirados com revelação de Deus Todo-Poderoso, e ambos foram servos Dele vivendo de acordo com Seus mandamentos. “De fato, a semelhança de Jesus perante Deus é como a de Adão.  Ele o criou do pó, e em seguida disse-lhe: Sê, e ele foi.” (Alcorão 3:59). MILAGRES. Os muçulmanos, como os cristãos, acreditam que Jesus realizou milagres.  Esses milagres foram realizados pela vontade e permissão de Deus, Que tem poder e controle sobre todas as coisas. “Deus dirá: ‘Ó Jesus, filho de Maria!  Lembra-te de Minha graça para contigo e para com tua mãe.  Vê!  Eu te fortaleci com o Espírito Santo (o anjo Gabriel) para que falaste aos homens quando ainda no berço e na maturidade.  Vê!  Eu te ensinei o Livro e a Sabedoria, o Torá e o Evangelho.  E vê: fizeste do barro uma figura igual a um pássaro e, com Minha permissão, sopraste nela e ela se tornou um pássaro, com Minha permissão. E curaste o cego e o leproso, com Minha permissão.  E vê!  Ressuscitaste os mortos com a Minha permissão.  E vê!  Eu impedi os Filhos de Israel (de violência contra ti) quando lhes apresentaste as Evidências, e os descrentes entre eles disseram: ‘Isto não é senão mágica evidente.’” (Alcorão 5:110). Deus enviou todos os profetas com milagres específicos para a nação a qual eles foram enviados para provar a veracidade de sua mensagem.  Esses milagres não foram realizados espontaneamente; ao contrário, eles foram apenas manifestados em suas mãos pela vontade de Deus.  Os milagres realizados por Jesus não foram diferentes.  Os judeus estavam bem avançados no campo da medicina, e os milagres que Jesus trouxe eram dessa natureza, provando a verdade de Sua mensagem e de modo a convencer os judeus. www.islamreligião.com. Abraço. Davi



Islamismo. www.islamreligion.com. II. JESUS NO ISLÃ. Sua Divindade. Os muçulmanos acreditam na Unicidade Absoluta de Deus, Que é um Ser Supremo livre de limitações, necessidades e desejos humanos. Ele não tem parceiros em Sua Divindade. Ele é o Criador de tudo e é completamente separado de sua criação, e toda adoração deve ser direcionada a Ele somente. Essa foi a mesma mensagem trazida por todos os profetas de Deus, incluindo Jesus. Ele nunca clamou quaisquer qualidades de divindade, nem clamou que merecia ser adorado. Ele não disse que era o “filho” de Deus ou parte da “Trindade”, mas ao contrário que ele era apenas um servo de Deus enviado aos judeus para trazê-los de volta à verdadeira religião, adorando o Deus Único e seguindo sua instrução. A maioria dos versículos no Alcorão que mencionam Jesus discute esse aspecto.  Eles provam que ele foi tomado como um objeto de adoração como resultado de mentiras que pessoas inventaram contra ele. Isso confirma relatos de sua vida onde o próprio Jesus negou claramente que ele merecesse qualquer adoração, e apoia a noção de que as parábolas e exemplos que Deus deu mostravam sua natureza mortal, não sua divindade ou relação filial com Deus. Deus narra sobre Jesus no Alcorão: “De fato, descreem os que dizem, ‘Deus é o Messias, o filho de Maria’, enquanto o Messias disse, ‘Ó Filhos de Israel, adorai a Deus, meu Senhor e vosso Senhor’. (Alcorão 5:72). Deus diz sobre a crença de que Jesus é parte de uma “Trindade”: “De fato descreem os que dizem, ‘Deus é o terceiro de três.’ (Ao contrário) não existe ninguém merecedor de adoração exceto o Deus Único.  E se não se abstiverem do que dizem, certamente um doloroso castigo afligirá os descrentes entre eles.  Então não se voltam, arrependidos, para Deus e imploram Seu perdão?   E Deus é Perdoador e Misericordioso.  O Messias (Jesus), filho de Maria, não é mais que um Mensageiro; antes dele muitos mensageiros passaram. E sua mãe aderiu totalmente à verdade, e ambos se alimentavam (como outros mortais).  Vê como tornamos evidentes para eles Nossos sinais; e vê como se distanciam!" (Alcorão 5:73-75). E também: “Ó Povo do Livro (judeus e cristãos)!  Não vos excedais nos limites de vossa religião, e não digais de Deus senão a verdade.  O Messias, Jesus, filho de Maria, foi apenas um Mensageiro de Deus, e Seu Verbo que Ele concedeu à Maria, e um espírito vindo Dele.  Então crede em Deus e em Seus Mensageiros e não digais: ‘Deus é uma Trindade’. Abstende-vos de dizê-lo; é melhor para vós.  Porque Deus apenas é o Deus Único.  Longe de Sua glória que Ele teria um filho.  A Ele pertence tudo que está nos céus e na terra.  E Deus é suficiente como guardião” (Alcorão 4:171). Deus considera essa crença como uma enormidade contra Sua Essência: “E eles dizem: ‘O Misericordioso (Deus) tomou para Si um filho’. De fato fizestes algo abominável. Por causa disso os céus se dividem, a terra se fende e as montanhas se desmoronam; por atribuírem um filho ao Misericordioso, quando não é adequado para a (Majestade) do Misericordioso que Ele tome para Si um filho.  Tudo nos céus e na terra chega ao Misericordioso como servo. (Alcorão 19:88-93). No Dia do Juízo, Jesus novamente se isentará dessa falsa atribuição.  Deus nos deu um breve resumo do que ele dirá quando for perguntado sobre por que as pessoas o adoram: “E lembra-lhes de quando Deus dirá, “Ó Jesus, filho de Maria, disseste tu aos homens, ‘Tomai a mim e minha mãe como divindades ao lado de Deus?’  Ele dirá, ‘Glorificado sejas!  Não me é admissível dizer o que não tenho direito.  Se o tivesse dito, Tu o saberias.  Tu sabes o que há em mim, e não sei o que há em Ti.  Por certo. Tu és o Conhecedor do invisível.  Eu não lhes disse senão o que me ordenaste – adorai a Deus, meu Senhor e vosso Senhor (...)’  (Alcorão 5:116-117) Nesses versículos, Deus proclama que atribuir a Jesus o atributo de ‘filho de Deus’ ou ‘parte da Trindade’ é de fato uma grande blasfêmia.  A razão para isso tem a ver com a assertiva fundamental chave de que Deus é Singular e diferente de Sua criação; assim como em Sua Essência, Ele é Singular em Sua Divindade, Seus Atributos e Sua Senhoria. Tudo que foi dito acima forma o estrito monoteísmo que Ele revelou em Suas Escrituras, delas o primeiro dos Dez Mandamentos: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão.  Não terás outros deuses diante de mim”. (Êxodo 20:1-3). Atribuir um filho a Deus está em clara oposição àquele princípio para o qual Ele criou a Criação e enviou profetas.  Deus diz no Alcorão: “E Eu não criei os jinns e os humanos senão para adorar-Me (...)” (Alcorão 51:56). Ele também disse: “E Nós certamente enviamos para cada nação um mensageiro, (dizendo), ‘Adorai a Deus e evitai todos os falsos objetos de adoração.’ (Alcorão 16:36). SUA MISSÃO. Como discutido anteriormente, o Alcorão afirma claramente que Jesus foi um profeta, assim como o fato de que ele não foi mais do que isso.  Os profetas de fato são o melhor da criação. Eles são aqueles a quem Deus escolhe para receber Sua revelação, e ao mesmo tempo, eles são meros emissários de Deus e não merecem receber adoração.  Jesus, como mencionando no Alcorão, não é diferente de qualquer um deles a esse respeito. Ao longo de todo o Alcorão, Jesus é identificado fundamentalmente como um profeta de Deus enviado aos judeus que haviam se desviado dos ensinamentos de Moisés e outros mensageiros. “E quando Jesus, filho de Maria, disse: ‘Ó Filhos de Israel, eu sou o Mensageiro de Deus para vós, confirmando o Torá que veio antes de mim”. (Alcorão 61:6) Jesus Cristo, o filho de Maria, foi o último de uma linha de profetas judeus. Ele viveu de acordo com o Torá, a Lei de Moisés, e ensinou seus seguidores a fazer o mesmo. Em Mateus 5:17-18, Jesus afirmou: “Não penseis que vim revogar a lei e os profetas; não vim para revogar mas para cumprir”. Nesse aspecto, ele e sua mensagem não eram diferentes dos profetas anteriores escolhidos por Deus, que chamaram à adoração de Deus e de Deus somente, assim como à obediência de Seus mandamentos.  Como ele foi milagrosamente apoiado por Deus em sua concepção, nascimento e infância, ele também foi apoiado por numerosos milagres para provar que ele era um mensageiro de Deus.  Entretanto, a maioria dos judeus rejeitou a sua missão profética. Jesus não apenas confirmou as escrituras reveladas antes dele, mas também predisse um outro profeta a vir depois dele. Deus diz: “E quando Jesus, filho de Maria, disse: ‘Ó Filhos de Israel!  De fato sou para vós o Mensageiro de Deus, confirmando o que foi revelado antes de mim no Torá, e trazendo boas novas de um mensageiro que virá depois de mim, cujo nome é o Louvado (Ahmad).” (Alcorão 61:6). Esse fato também é mencionado no Novo Testamento.  Estudo cuidadoso mostra que Jesus, que a paz esteja sobre ele, se refere ao mesmo profeta em João 14:16-17: “E eu enviarei um outro Consolador (o Profeta Muhammad, que Deus o exalte), para ficar convosco para sempre, o Espírito da Verdade". www.islamreligion.com. Abraço. Davi