domingo, 31 de dezembro de 2017

MEDITAÇÃO CRISTÃ.

Editor do Mosaico. Nesse último dia do ano, quero agradecer a presença dos leitores que visitaram o Mosaico lendo os textos postados. Enumero os países que estão conectados: Brasil, Rússia, Estados Unidos, França, Irlanda, Espanha, Alemanha, Ucrânia, Portugal e Guiana. Tivemos um ano difícil no mundo, e tudo indica que essa nuvem escura continuará sua projeção pelo planeta Terra. Vários problemas causaram preocupação e medo - a tensão entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos na questão nuclear. Ameaças do ditador Kim que apresentou teste com míssil intercontinental capaz de atingir o território americano - Ilhas Virgens. Isso causou fúria e ira no presidente americano Trump, que deslocou uma frota de navios nucleares para a costa da península coreana. A decisão unilateral de Trump de não retificar o Acordo do Clima, já decidido pelos então ex-presidentes Clinton, Bush e Obama decepcionou a Comunidade Internacional.  Os americanos são os maiores poluidores do Planeta na emissão de gases tóxicos e metais pesados na atmosfera. Trump também protagoniza uma decisão controversa e sem base jurídica ou consenso das nações. Seu suposto arbitramento em tornar Jerusalém a capital política de Israel. Mais de cem países membros da ONU protestaram contra essa deliberação forçada e sem legitimidade. Nosso país o Brasil, dá sinais de recuperação econômica com a inflação em seu menor nível nos últimos 30 anos, menos de 3% em 2017. Nossa vizinha, a Venezuela fechará esse ano com 2.700% de inflação; o país atravessa um inferno astral, onde o desabastecimento se generalizou. Entretanto, nossa nação ainda amarga números negativos com 13% da população ativa desempregada. Isso representa mais de 30 milhões de pessoas sem receber salário. A informalidade do sub emprego é a saída de milhares de brasileiros. Nossa política continua esclerosada, velha, corrupta, carcumida e desesperançosa. O ano eleitoral de 2018 é uma das maiores incógnitas já vista em nossa história. Não temos líderes capazes de conduzir a nação, e talvez um nome populista e "salvador da pátria" poderá encarnar o oportunismo desse vácuo social. A onda dos governos nacionalistas como tendência global chega ao Brasil. Isso em nosso atual contexto tem muita representatividade. As mudanças advindas deste modelo - reforma da Previdência, nova relação trabalho e emprego, maior influência empresarial no Estado, micro empreendedorismo nos vários setores econômicos, volatilidade nas relações trabalhistas serão implantadas; mesmo com os protestos das centrais sindicais. Servidores públicos federais poderão fazer opção pelo Tele Trabalho em casa, abrindo postos às empresas que alocarão os empregados terceirizados. Precisamos de força, coragem, resiliência, tolerância e consideração para com todos. Além de devoção, dever e gratidão para evoluir nossa espiritualidade. Esses atributos nos darão condições de atravessarmos os próximos três anos, que tendem a mesma característica do ano que termina. MEDITAÇÃO CRISTÃ. A Meditação foi praticada nos primórdios do cristianismo até o século V aproximadamente com o nome de Oração do Silêncio. Nesse tempo não havia o rígido controle que a igreja posteriormente usaria para uniformizar os rituais e cerimoniais dando configuração eclesiástica ao catolicismo. Nos mosteiros e comunidade isoladas de eremitas os exercícios espirituais continuavam ativos.  A meditação tem o propósito de interagir com o ser humano de maneira (mente, alma e corpo) integral. Na perspectiva hindu o homem é constituído de duas partes básicas chamadas de Rupa (forma) e Arupa (não forma). A teosofia chama essa composição de setenária, pois o aspecto inferior tem os componentes: corpo físico, etérico, astral ou emocional e mental (concreto e abstrato). Essa parte é representada por um quadrado. O aspecto superior tem os componentes: Atma, Budhy e Manas. Essa parte é representada por um triângulo. Não detalharei esses elementos, agora, pois fugiria da nossa intenção original, mas o primeiro Atma é considerado a Consciência Cósmica, o originador de todas as mônadas, chispas divinas incluídas em nossa atual Raça Raiz. Pormenorizarei um pouco o conceito de Monada, usado pela Teosofia vindo da filosofia de Gottfried Leibniz (1646-1716). "As Monadas são consideradas Átomos da natureza, isto é, são elementos simples que compõem todas as coisas. Cada Monada é, no entanto, distinguível das outras, possuindo qualidades que variam unicamente por princípio interno, visto que, enquanto substância pura, nenhuma causa exterior pode influir em seu interior. Não havendo partes em uma monade, ela possui um detalhe múltiplo, isto é, envolve uma multiplicidade na unidade. Expressando o universo sobre um determinado ponto de vista ou seja é dotada de percepção. Uma Monada não pode exercer qualquer efeito sobre a outra, ocorrendo entre elas uma acomodação, através de Deus, que ao fazer cada uma, teve em conta todas as outras. Dado que cada monade tem em si a representação do Universo e da relação entre todas as monades. Um espírito Absoluto, Deus, pode segundo Leibniz, a partir do que se passa em cada uma, inferir por mero cálculo o que se passa, o que se passou e o que se passará em todo o Universo".   Manas associa nossa mente abstrata, defluindo-a da concreta, sendo ela ligada ao inferior cogita das coisas terrenais e mundanas. A mente abstrata eleva nossos pensamentos à individualização profusa com o divino, bem tipificado na prática meditativa. Budhy é o envoltório de Atma formador da centelha divina (Monada) em todos os seres humanos e não humano. Nosso verdadeiro ser é o Eu Superior localizado na tríade superior e não na quadratura inferior. Mas o indivíduo acredita ser o Eu Superior. O processo de desenvolvimento do Eu Superior está ligado a evolução de nossa consciência que expande-se rumo a evolução. Ir além do que é humano é entrar no reino dos céus. Mateus 25:34 "(...), vinde benditos de meu Pai, possui por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo". O corpo causal, aquele que está sob o domínio do carma, é nossa alma que se expressa na unidade de consciência. Aqui pensamos uma consciência completa e funcionando em sua normalidade, pois os indivíduos patologicamente afetados por transtornos psíquicos como a esquizofrenia e psicose terão suas consciência fragmentadas, impedindo um comportamento neurológico saudável. A alma nomeia o Eu como embaixador enquanto estamos encarnados, processo que acontece em todos os nossos renascimentos. Acreditamos estar a unidade de consciência no mental concreto e devemos ultrapassar essa muralha que nos limite como prisioneiro de nossos pensamentos. Eles nos distraem forçando-nos a viver apegados aos desejos e submissos a vontade terrena. A mente superior é a entrada na vida espiritual como vivência que nos transforma, a gnose que é o conhecimento esotérico da verdade espiritual. “A gnose combina mística, sincretismo religioso e especulação filosófica que diversas comunidades do primeiro século da era cristã, consideradas heréticas pela igreja, acreditavam ser essencial à salvação da alma”. A função da mente concreta é olhar para fora do mundo diferenciando os objetos. Isso acaba produzindo a separatividade alheia ao conhecimento do todo e discernimento das partes, levando-nos a ignorância e induzindo-nos ao erro. Desse modo tratamos os outros como outros e não nosso irmão. Deus é cognoscível, que se conhece, e incompreensível ao mesmo tempo, um paradoxo que não conseguimos explicar logicamente. Deus não se concebe com a mente concreta, o cogito erga sun, penso logo existo de René Descartes (1596-1650), ainda é insuficiente à compreensão do Logos Divino. A mente abstrata que acessa Manas através duma ponte ou fio dourado chamado Antakarana, saindo de nossa terrena personalidade e entrando em nossa superior individualidade conhece os mundos espirituais invisíveis. João 14:6 "Disse-lhes Jesus: Eu Sou o caminho a verdade, e a vida. ninguém vem ao Pai senão por mim". A bíblia deve ser interpretada na linguagem alegórica. Eu Sou, representa o divino em cada um de nós manifestado no caminho, verdade e vida. Conhecemos a verdade pela vida que é Atma, o Espírito Puro. A mente esclarecida, colocada na parte superior de nosso ser, como diz Romanos 8:6 " (...) a mente posto no espírito é vida e paz". Assim percebemos como todas as coisas convergem para o centro do Universo. Meditação tem haver com o esvaziar da mente de todo o pensamento. As rotas e pegadas que devemos seguir dos grandes seres que atingiram essa meta da comunhão mística meditativa com o Divino. A meditação é um exercício ou prática que deve ser periódica onde nos acalmamos, não nos preocupamos e tentamos ouvir nossa respiração e as batidas de nosso coração. Quando a pessoa corre, o cérebro entra no sistema de hiperatividade para oxigenar os pulmões. A meditação, comparativamente, realizada conforme as instruções corretas dispara um mecanismo de aproximação e vivência espiritual que produz paz e felicidade. A meditação cristã foi ensinada por Jesus no sermão da montanha. Mateus 6:6 "Mas tu quando orares, entra no teu aposento, quarto, e fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto. E teu Pai que vê em secreto, te recompensará publicamente". Pesquisas antropológicas culturais mostram que nos tempos de Jesus as casas na palestina eram modestas e de apenas um cômodo. Orar ao Pai em secreto num aposento denota a câmara interna do nosso coração. O Pai que vê em segredo te recompensará; esse galardão é a próprio presença divina. Aqui fazemos um paralelo com o que diz o Bhagavad Gita "fazer a ação renunciando aos seus frutos". Algo que como cristãos ainda precisamos aprender a fazer. A oração do silêncio está incluída na bíblia, mas como seus argumentos são sintéticos precisamos expandir e entender a sua implicação. A vida típica de um judeu abrangia dentre outros elementos a família, honra e riquezas. Aqueles buscadores do divino e compromissados em encontrar a paz, serenidade e quietude iam para o deserto em busca de "solidão". Eles são chamados pela literatura cristã (Coleção Filocalia) de padres do deserto. Temos nesse fato uma lição de vida, não basta mudar de lugar para nos santificarmos devemos dar novo direcionamento à nossa alma. Não adianta fugir para caverna pois leva-se os problemas dentro dela. O apóstolo Paulo diz em I Tessalonicenses 5:17 "Orai sem cessar". Isso não é no sentido literal, mas uma prontidão para termos constantemente atenção para o divino. Esses padres do deserto buscavam orientação com os Essênios, uma comunidade espiritual do primeiro século que tinha na gnose a compreensão da sabedoria divina. Ao olhamos para nós conhecemos a Deus. Essa tradição quando algum candidato (neófito) se dispunha a entrar na ordem mística, era levado à um poço d'água pr ver seu rosto. O procedimento continuava quando um dos discípulos jogava uma pedra dentro do poço impedindo que ele consegue enxergar-se. Após o discípulo o aquietava falando-lhe que sua mente devia sossegar-se. Os antigos manuais cristão orientavam que para praticarmos a oração do silêncio (Meditação) um dos requisitos principais era sentarmos com a coluna reta e enrolarmos a barba. Aqui uma menção jocosa porque nesse tempo as mulheres não meditavam, mas hoje todos podemos exercitar essa prática saudável. Infelizmente as comunidades gnósticas que antes conviviam pacificamente com os cristãos até o século V, com as mudanças realizadas pelo Concílio de Constantinopla II foram execradas (abominadas, odiadas) pela igreja, perdendo-se essa salutar prática restrita apenas ao mosteiro como exercício espiritual de ordens menores mendicantes. O absurdo da proibição da leitura bíblica nos templos e catedrais nas línguas nacionais, foi uma das medidas adotadas nesse tempo. apenas franqueada nos conventos e abadias aos clérigos, cônego e demais eclesiásticos. Além do problema de falar uma língua e a bíblia escrita em outra, na época a Vulgata, tradução do hebraico Septuaginta para o latim. Como sabemos com a conversão de Martinho Lutero (1483-1546) ao cristianismo e a invenção de tipos mecânicos móveis para impressão por Johannes Gutenberg (1398-1468), a versão da bíblia cristã espalhou-se nas línguas nacionais da Europa. Uma famosa obra escrita no século IV por um monge desconhecido da ordem dos Catuchinos chamada A Nuvem do Não Saber, falava de um Deus envolto numa nuvem, encoberto pela ignorância e ostentação eclesiástica. São mostrados nos seus 75 capítulo do livro a maneira de viver uma vida contemplativa e meditativa.  Esses conceitos de vida profunda com Deus, espalharam-se pelos mosteiros influenciando santos e místicos como Santa Teresa de Ávila (1515-1582) e São João da Cruz (1542-1491). Duas correntes no catolicismo assumiram essa posição de exercícios espirituais meditativos os monges Trapistas e os Beneditinos. Os monges trapistas tem oração na posição centrada. Sentavam-se com a coluna ereta com o propósito de fazer com que a energia que circula nas costas seja ativada pelos chackas (centros energéticos no corpo humano). Eles escolhem uma palavra monossilábica exemplo: luz, paz, amor para que nossa mente seja limpa. Devemos no mantra invocativo falar a palavra em voz calma só no pensamento. Os monges beneditinos na invocação mântrica usam uma palavra com quatro sílabas, como exemplo Mahanata (do grego Vem Senhor!). Esclarecendo essa palavra é traduzida erradamente por muitos grupos cristãos como Vem Senhor Jesus; no original não consta o vocábulo Jesus. A repetição do termo escolhido deve ser feita pausadamente com intervalos periódicos. As duas escolas meditativas sugerem aos praticante persistência, pontualidade (se possível) e comprometimento com o exercício espiritual. Atualmente existe a Comunidade Mundial de Meditação Cristã sob a liderança do monge beneditino Dom Laurence Freemann (1951-  ) que faz um belíssimo trabalho inter-religioso com as tradições orientais de meditação, incluindo a yoga. É organizado retiro meditativos em vários países ocidentais com boa assistência e interesse do público cristão, não cristão, leigos e clérigos. Freemann se encontrou com o Dalai Lama, Tenzin Gyatso (1935-  ) em Belfast, Irlanda do Norte, num evento patrocinado pela Comunidade Mundial Cristã Meditativa recebendo preciosa orientação do Bodhissatwa (encarnação atual do Budha). A meditação é difícil em níveis, pois estamos voltados para o mundo exterior; isso produz culpa, crença, trauma, mágoa, ressentimento e baixa autoestima. Isso nos impede de olhar para dentro, vendo profundo para alcançar nossa luz interior. Se um cabalista, yogue ou místico consegue adentrar ao portal da comunhão íntima com o divino, nós também podemos. O mestre Jesus disse que não somos do mundo em João 17:14,15 "(...) porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tire do mundo, mas sim que os livre do mal". Algumas sugestões práticas para a vida espiritual. 1. Compaixão para consigo mesmo, amar o próximo de todo coração. 2. Termos consciência dos erros do passado, sendo perdoados e responsabilizando-nos de não comete-los novamente. Mas cientes que isso não significa o cancelamento do efeito cármico. 3. Ver a face de Cristo em todas as pessoas, sejam elas quem for. Somos uma expressão divina de luz, amor, paz, alegria. Não temos a incumbência de mudar o mundo diretamente, mas sim, mudar a nós mesmos. No hinduísmo temos a meditação Raja Yoga que contem oito estágios para que alcancemos a iluminação ou Samadhy. Concluo com a proposta de leitura do livro Relato de Um Peregrino Russo; está disponível na Web (rede mundial de computadores na internet) em várias línguas. É uma obra fundamental da mística cristã. O autor é um russo anônimo do século XIX, que narra sua jornada geográfica e espiritual pelo interior da Rússia, enquanto descobre e pratica a oração de Jesus. Como auxílio à concentração ele se vale de um rosário cristão oriental e da leitura da Filocalia (palavra que significa amor e beleza. É um livro clássico da literatura católica ortodoxa, como uma coletânea de textos de autores diversos sobre a oração do coração e a oração de Jesus). O peregrino russo conta a história de um homem que queria aprender a rezar. Ele ouviu certa vez na bíblia que deveríamos "orar sem cessar".  Ele procurou muitos mestres, e nenhum o satisfez, até que encontrou um monge que lhe ensinou a oração de Jesus (...). O homem então começou a repetir o nome de Jesus, até que a oração tomou conta de sua mente e de seu coração. O Peregrino Russo é um dos grandes clássicos da espiritualidade universal, expondo a convergência de fundo da oração do peregrino com métodos espirituais análogos em outras tradições, como o mantra indiano. Abraço. Davi

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

OS HINDUS ACREDITAM NO DIABO?

Editor do Mosaico. A partir deste texto, apresentarei um resumo das palestras do Curso de Introdução ao Pensamento Teosófico. Aos que desejarem acompanhar a visão esotérica das religiões, filosofias e espiritualidades orientais. Bem como o pensamento das tradições e culturas budistas, hinduístas, taoístas, confucionistas e outras. Serão reflexão pessoais, desprovidas de interesse quanto a "verdades" absoluta, descomprometidas com dogmas ou crenças. Começo este estudo respondendo uma pergunta feita por uma amiga. Os hindus acreditam no diabo? Bem, vou tentar fazer uma breve exposição dentro desta premissa que foi abordada. Até onde compreendo das leituras que tenho feito nesse assunto, os hinduístas tem (verdades) opiniões diferentes das nossas quanto a muitos conceitos espirituais. Os hindus têm aproximadamente 330 milhões (politeísmo) de divindades. Este é um ponto importante, pois essa tradição vê "deuses" em tudo e em todos. Um panteísmo (crença de que Deus e todo o Universo são uma única coisa, e que Deus não existe como um Espírito separado) onde uma força cósmica rege, controla e harmoniza o Universo. Uma ideia de que homens e "deuses" coexistem neste mundo, e em outros possíveis. Perceba que segundo este conceito não há um antropomorfismo (conceber atributos humanos a divindades) que tutela e assemelha em graus de afinidades homens e "deuses". Tanto que animais como vaca, macaco, elefante e algumas aves que voam são consideradas sagradas. Nossa tradição cristã para compreender a divindade (Trindade Divina - Pai, Filho e Espírito Santo) os assemelha as qualidades humanas. Os Católicos Ortodoxos imprimiram a figura da Virgem Maria – Imaculada Conceição a Mãe de Deus, a Santíssima Intercessora que "roga por nós na hora de nossa morte", como fazendo parte da divindade. Interessante esse arquétipo, corroborado pela maioria das religiões universais, que também têm suas divindades femininas. Isso insere a Santíssima Virgem no seio da família cristã com exemplo de pureza, santidade e amor. A mãe é um arquétipo essencial na harmonia e equilíbrio dos relacionamentos saudáveis. Como símbolo positivo que ama, nutre, cuida e aperfeiçoa os seus filhos. Os orientais não entendem a Divindade assumindo vícios e virtudes humanas; como se estivesse sob a influência do bem e do mal. A visão heteromorfa – o deus que se manifesta em tudo e em todos, é em sua cultural mais lógica, plausível e melhor compreendida por todos. Nesse ponto de vista a partícula divina estar em todo Ser e Ente para passar pelo processo contínuo e inexorável da evolução. Desde elementais, minerais, vegetais, animais e os humanos. Isso dá aos hindus uma volatilidade – imaterial e incorpóreo e flexibilidade em relação a assuntos como esse que estamos abordando. Desse modo, eles não têm o diabo como opositor de Deus; lutando em pé de igualdade com Ele. Até em alguns casos o vencendo, ideia que é passada na cultura cristã. Que por sinal é absurda e ridícula, sem nenhuma razão lógica que a justifique. A divindade suprema dos hindus, Brahma, que podemos chamar de outros nomes como: Consciência Cósmica, Logos Divino, Espírito Eterno é o ponto de equilíbrio do Universo. Com sua infinitude e completude sustenta e rege com poder e autoridade todas as forças negativas e positivas que atuam no microcosmo (homem) e no macro cosmo (Universo). Contudo, a divindade suprema do hinduísmo é composta de três deuses. Shiva é o deus da transformação. Uma força superior intangível que age no Universo. Não aquela figura medonha idealizada com chifres, rabo pontiagudo e tridente na mão. Shiva é considerado o criador da Yoga, por causa de seu enorme poder em transformar sentimentos e situações ruins em boas. Devido a sua forte energia que emana positividade e tranquilidade. As entidades, negativas, os seres que não são iluminados, ao entrar em contato com Shiva. Passam a receber sua luz, tornando-se divindades generosas, assim como ele. Shiva age em nosso quaternário inferior, representado pelo corpo físico, éterico, emocional e menta. Impedindo que nossa personalidade, que é apegada aos prazeres, desejos e vontades terrenas, alcance pela virtude e bem-aventurança. Praticando atos humanitários, o estágio da individualidade, que segundo a filosofia espiritual, evolui nosso ser produzindo emoção e sentimento de fraternidade humana. O problema de personalizar o diabo é que, atribuímos a ele o que ele não tem e não é. Um casuísmo que chegamos ao absurdo de confrontá-lo Logos Divino. Oportuno lembrar que estes povos, não tem conceito de inferno eterno, onde as pessoas más ou aquelas que não aceitaram Jesus serão lançadas para sempre no Lago de Fogo. Marcos 9, 47-48 " ... sereis lançados no fogo do inferno. Onde o seu bicho não morre e, o fogo nunca se apaga". Um versículo terrível e desumano. Não mais acredito num Deus cruel e impiedoso, sadomasoquista como este. Isso é ilógico e incompreensível quando pensamos em seu amor e na sua graça. Os dois últimos deuses – Vishnu e Brahma, cooperaram um com o outro. Vishnu vêm ao mundo de diversas formas chamadas de avatares; podendo ser humanas, animais ou a combinação dos dois. Todos esses aparecem ao mundo quando um grande mal ameaça a Terra. No total existem dez avatares de Vishnu, dos quais nove já se manifestaram no mundo. Sendo Rama e KRISHNA os mais conhecidos, e outro ainda está por aparecer. São eles: Matsya o Peixa; Kurma a Tartaruga; Varaha o Javali; Nahasimha o Homem-Leão; Vamana o Anão; Parashurama o Homem com o Machado; Rama o arqueiro; KRISHNA; Budha o Iluminado; Kalki o Espadachim montado a cavalo que ainda está por vir. Vishnu é o poder de manutenção do Universo. Sua natureza é lila, ou a representação. Assume diferentes formas a sua vontade. Ele está em pé sobre um lótus de mil pétalas, com uma concha, um disco, uma massa e um lótus na mão. Esses quatro instrumentos são essenciais para a diversão da vida. A concha é o instrumento que devolve a união de todos os sons da criação, representando o som puro OM. Que traz a liberação para os seres humanos. O disco ou chackra é o anel de luz que rodopia no dedo indicador de Vishnu. Ele é o símbolo do Dharma. O dever de fazer o que é certo e correto, também representa a roda do tempo. A massa ou clava é um instrumento para atacar os desejos, fonte de todo o sofrimento e insegurança. O lótus é mostrado para que não esqueçamos a nossa meta que é encontrar a nós mesmo. O lótus cresce no lodo e continua luminosos, radiante, inafetado pelo ambiente. Abre suas pétalas ao primeiro raio de sol, fechando com o último raio de sol.   KRISHNA tem semelhança mitológica com o Cristo. Basta dizer que ele foi gerado por Vishnu no ventre de sua mãe. Quando criança, já mostrava habilidade intelectual ao conversar com os sábios no templo. Tinha um extremo amor pelo próximo e por muitas vezes era cercado pelas crianças. Costumava ser visto com os animais, feras e aves do campo. Esteve acompanhado por um grupo de discípulos em seu ministério. Morreu injustamente pelos seus algozes ao lado de uma árvore, traspassado por flechas e uma cravou-lhe o coração. Brahma é a Consciência Universal, o Princípio de Tudo. A razão do eterno ser, e onde tudo e todos um dia convergirão para um nirvana – iluminação e despertar divinos. No budismo, última etapa da contemplação, esse aspecto é caracterizado pela ausência da dor e pela posse da verdade. Ela, que é tão almejada por todas as religiões. O nirvana é decorrência da integração do espírito universal no seio da divindade suprema. Brahma é o criador do Universo, a inteligência criadora, representando a mente cósmica. Os Purunas dizem que ele criou, Sarasvati - sua consorte - a deusa do conhecimento. Ela corria de um lado para o outro, e para cada lado que ela corria nascia uma cabeça. Assim Brahma é representado com quatro cabeças, significando os quatro Vedas e todas as direções do conhecimento. A base de Brahma é Sarasvati, o conhecimento. Assim Brahma está sentado num cisne. O cisne tem a capacidade de separar o leite da água, de igual modo, o conhecimento é a capacidade de separar o real do não real. Em suas quatro mãos Brahma sustenta um lótus, os vedas, um vaso contendo amrita e abaya mudrã. O lótus representa o símbolo da pureza. Os vedas são as escrituras sagradas contendo todo o conhecimento da criação e o meio para o mesmo. O amrita é o néctar da imortalidade e o abaya mudrã abençoa com destemor. A doutrina do inferno eterno é substituída pela lei da retribuição ou carma. O carma é a lei que afirma a sujeição humana à causalidade moral, de tal forma que toda ação – boa ou má – gera uma reação. Essa retorna com a mesma qualidade e intensidade a quem a realizou, nesta ou em encarnação futura. A transformação pode dar-se em direção ao aperfeiçoamento. Esse, é chamado mocsa em sânscrito – o fim do ciclo das reencarnações ou de forma regressiva o renascimento como animal, vegetal ou mineral. Essa lei é mais justa, pois somos cobrados pelos erros e pecados que praticamos na proporção das vidas que teremos. Os vários renascimentos são para pagar os deméritos e os vícios praticados, além de retribuir os atos virtuosos e meritórios. Não há uma punição eterna objetiva como afirma o cristianismo. O mérito e as virtudes pelas obras de amor e fraternidade executados, serão recompensados post mortem, num lugar chamado devachan, algo semelhante ao paraíso cristão. Ou exemplificando podemos comparar ao texto de Lucas 16, 22 "o mendigo morreu e, foi levado pelos anjos para o seio de Abraão". Segundo os livros sagrados do hinduísmo (Veda, Upanishad, Bhagavad Gita, Mahabharata, Purunas, Yoga Sutras e outros) o devachan provavelmente seria um tempo de 10 a 15 séculos de gozo e consolo na outra vida. No cristianismo temos a ideia de que somos redimidos pela morte de Cristo, que pagou o preço e quitou nossa dívida para com Deus. Ato realizado através de um sacrifício exterior – a morte vicária na cruz do Calvário. Essa é uma realidade inquestionável para você e eu, contudo, eles os hindus têm outra verdade. A redenção é um processo individual. Começando do interior do homem, passando pelo princípio da consciência universal Brahma, que está no homem. Ele é desenvolvido através de boas atitudes morais e éticas, que o indivíduo, vivendo um cooperativismo e companheirismo aperfeiçoa seu ser interior. Neste contexto da redenção de dentro para fora estar as iniciativas de meditação, contemplação e orações. Também os estudos dos livros sagrados e das tradições culturais. Esse assunto precisa ser mais detalhado para que alcance uma compreensão lógica e racional. Ainda não estamos acostumados aos conceitos da filosofia oriental. Assim os argumentos e suas premissas ficam obscurecidos pela pouca experiência com a espiritualidade hindu. Concluindo entendo que o confronto com outras verdades nos ajuda a entender o mundo e as pessoas. Acho interessante um olhar através de outras janelas. Isso mostra que O ETERNO, tem variadas formas de se mostrar aos homens. Precisamos aprender a respeitar os conceitos e as opiniões daqueles, que não tem o mesmo ponto de vista que os nossos, em questões de espiritualidades. Abraço. Davi.  

A AUTO REALIZAÇÃO NA ERA DO FERRO.

Hare Krishna. As Escrituras védicas, descrevem um tempo de desavença e caos, mas essas Escrituras descrevem um processo não sectário, e de benefícios facilmente observáveis, para nos abrigarmos na busca da perfeição. Esta Era de Kali, a Era do Ferro, não é de modo algum adequada para a auto realização, como costumava ser a era de Satya, também conhecida como era de ouro, ou mesmo as eras de Treta ou Dvapara, as quais também são conhecidas como era de prata e era de cobre, respectivamente. Para a auto realização, as pessoas na era de Satya, vivendo uma duração de vida de cem mil anos, podiam meditar por um longo tempo. Na era de Treta, quando a duração de vida era de dez mil anos, a auto realização era alcançada pela realização de grandes sacrifícios. Na era de Dvapara, por sua vez, a duração de vida era de mil anos, e a auto realização era alcançada pela adoração ao Senhor no templo. Na era de Kali, no entanto, a duração máxima de vida, como já dito, é de apenas cem anos, e isso combinado a várias outras dificuldades. Nesta era, portanto, o processo recomendado para a auto realização é ouvir e cantar o santo nome de Deus. Aqueles que estão ocupados em serviço devocional puro ao Senhor, começando por ouvir e cantar os Seus santos nomes, são capazes de se livrar das desavenças desta era complicada. Os líderes do povo estão muito ansiosos por viver em paz e amizade, mas não têm informação do método simples de ouvir as glórias do Senhor. Ao contrário, tais líderes se opõem à propagação das glórias do Senhor e decretam variados planos anualmente, mas devido às insuperáveis complexidades da natureza material, todos esses planos para ο progresso estão sendo constantemente frustrados. Eles não têm olhos para ver que suas tentativas de paz e amizade estão fracassando. No entanto, aqui está a sugestão para a superação dοs obstáculos: Se quisermos verdadeira paz, teremos que abrir caminho para a compreensão do Senhor Supremo e, então, glorificá-lo. CONTINUE COM SUA RELIGIÃO, CONTINUE COM SUA PROFISSÃO. Quando nos escutam cantar o mantra Hare KRISHNA, alguém talvez pense que esses nomes de Deus são hindus. Existem algumas pessoas sectárias que pensam assim, mas a instrução do Movimento da Consciência de KRISHNA é esta: “Não importa o nome que você cante. Se você tem outro nome de Deus que seja fidedigno, você pode cantar esse nome. Em todo caso, cante o nome de Deus”. Não pense que este Movimento está tentando converter você de cristão para hindu. Permaneça cristão, judeu ou muçulmano. Isso não faz diferença alguma. Nós não estamos ensinando nenhum tipo particular de religião. E você não tem que mudar sua situação social. Se você é estudante, permaneça estudante. Se você é um homem de negócios, permaneça homem de negócios. Mulher, homem, negro, branco – qualquer um pode cantar Hare KRISHNA. É um processo simples e não se cobra nada. Não estamos dizendo: “Deem-nos tantos dólares e daremos a vocês este mantra Hare KRISHNA.” Não. Nós o estamos distribuindo publicamente. Você simplesmente tem que o adotar e experimentá-lo. Você chegará rapidamente à plataforma transcendental. Quando você ouve o cantar, isso é meditação transcendental. Você não precisa fazer mudanças externas, mas, se você quer realmente tornar sua vida perfeita, tente desenvolver seu amor dormente, seu amor por Deus, pois essa é a perfeição da vida. AMPARO PSICOLÓGICO E ESTRUTURAL. Na Escritura de nome Kali-santarana Upanishad, declara-se: “Após buscar por toda a literatura védica, não se conseguirá encontrar um método de religião mais sublime para esta era de Kali do que cantar Hare KRISHNA”. Na Narayana-samhita, também encontramos: “Na Era de Dvapara, as pessoas devem adorar o Senhor apenas pelos princípios reguladores do Narada-pancaratra e de outros livros similarmente autorizados. Na Era de Kali, entretanto, as pessoas devem simplesmente entoar o santo nome da Suprema Personalidade de Deus”. A importância de cantar o santo nome do Senhor também é declarada no seguinte verso do Srimad-Bhagavatam (12.3.51): “Embora a era de Kali seja repleta de defeitos, ainda há uma boa qualidade em relação a ela. Simplesmente por entoar o maha-mantra Hare KRISHNA, o sujeito pode se livrar do condicionamento material e ser promovido ao reino transcendental”. Vemos, portanto, que o processo do cantar é um princípio autorizado pela literatura védica. Nós do Movimento para a Consciência de KRISHNA não somos sentimentalistas; temos muitos livros: Bhagavad-gita Como Ele É, Srimad-Bhagavatam, Os Ensinamentos do Senhor Caitanya, Isopanishad e outros. E temos nossa revista também: Volta ao Supremo. Ninguém deve pensar que somos sentimentalistas, pois estamos amparados por um pensamento altamente filosófico. EFEITOS EXPERIMENTADOS. Como mostramos, não estamos introduzindo este sistema do cantar por meio de nossa invenção mental, para tornar as coisas fáceis. A literatura védica o recomenda, e é prático. Se você praticar, você verá que está se elevando à plataforma transcendental. As pessoas estão obtendo bons resultados hoje, e não apenas na Índia, mas aqui no ocidente também. Essa vibração sonora transcendental imediatamente transportará você à plataforma transcendental, sobretudo se você tentar ouvir absorvendo sua mente no som. Assim, nosso pedido é que você tenha uma experiência com o cantar. Simplesmente cante – em casa ou em qualquer lugar. Não há restrição de tempo, circunstâncias ou lugar. Em qualquer lugar, a qualquer momento, você pode meditar através do canto de Hare Krishna. Nenhuma outra meditação é possível enquanto você caminha pela rua, mas essa meditação é possível. Você está trabalhando com suas mãos? Você pode cantar Hare KRISHNA. É maravilhoso. O SIGNIFICADO DO MANTRA HARE KRISHNA. KRISHNA é o nome perfeito para Deus. A palavra sânscrita KRISHNA significa “o todo-atrativo”. E rāma, por sua vez, significa “o prazer supremo”. Se Deus não é todo-atrativo e pleno de prazer supremo, que sentido há em Deus? Deus tem que ser a fonte do prazer supremo; de outro modo, como você poderia ficar satisfeito com Ele? Seu coração está ansiando por muitíssimos prazeres. Se Deus não pode satisfazer você com todos os prazeres, como Ele pode ser Deus? E Ele também tem que ser todo atrativo. A palavra hare indica a energia do Senhor Supremo. Tudo está sendo feito pela energia do Senhor Supremo. Então, quando cantamos Hare Krishna, estamos orando à energia do Senhor Supremo e ao próprio Senhor Supremo: “Por favor, erguei-me. Por favor, erguei-me. Estou no conceito corpóreo de vida. Estou nesta existência corpórea. Estou sofrendo. Por favor, erguei-me à plataforma espiritual a fim de que eu seja feliz”. RESTABELECENDO NOSSA CONSCIÊNCIA. Como almas espirituais, nós todos somos originalmente entidades conscientes de KRISHNA, mas, devido à nossa associação com a matéria desde tempos imemoriais, a nossa consciência está adulterada pela atmosfera material. A atmosfera material, na qual todos nós estamos agora vivendo, é chamada de maya, ou ilusão. Maya significa “aquilo que não é”. E o que é essa ilusão? A ilusão é que nós todos estamos tentando ser senhores da natureza material, ao passo que a verdade é que estamos sob o jugo de suas leis estritas. Quando um servo tenta imitar artificialmente o mestre todo-poderoso, é dito que ele está em ilusão. Tentamos explorar os recursos da natureza material, mas, na verdade, nós ficamos cada vez mais atados, enredados em suas complexidades. Portanto, embora ocupados em uma árdua luta para conquistar a natureza, ficamos cada vez mais dependentes dela. Essa luta ilusória contra a natureza material pode ser parada de uma só vez ao revivermos a nossa eterna consciência de KRISHNA. Hare KRISHNA, Hare KRISHNA, KRISHNA KRISHNA, Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare é o processo transcendental para se reviver essa consciência pura e original. Cantando essa vibração transcendental, podemos eliminar todas as dúvidas do nosso coração. O princípio básico de todas essas dúvidas é a falsa consciência de que somos o senhor de tudo o que está ao nosso alcance. A consciência de KRISHNA não é uma imposição artificial à mente. Essa consciência é a energia original e natural da entidade viva. Quando ouvimos essa vibração transcendental, essa consciência revive. Como dito, esse método, o mais simples, é recomendado especificamente para esta era. Nenhum outro meio de perfeição espiritual é tão efetivo nesta era de desavenças e hipocrisia quanto o cantar do mahā-mantra. www.voltaaosupremo.com.br. Abraço. Davi

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

II. O SURGIMENTO DA MEDIUNIDADE.

Religião Afro descendente. Umbanda. Texto de Yamunisiddha Arhapiagha. Mestre Tântrico Curador. F. de Rivas Neto. Capítulo Nove. II. O SURGIMENTO DA MEDIUNIDADE – NECESSIDADE – OS SETE SENTIDOS – A TELA ATÔMICA OU ETÉRICA – OS NÚCLEOS VIBRATÓRIOS OU CHACKRAS – A VERDADEIRA CABALA – AS 1ª MANIFESTAÇÕES MEDIÚNICAS – MANIFESTAÇÃO DA MAGIA DA RAÇA VERMELHA OU ATLANTE – O QUE SÃO OS MÉDIUNS – O VERDADEIRO MEDIUNISMO – O MÉDIUM COMO VIA EVOLUTIVA. A Magia, a Sagrada Arte, passa a ser usada como arma portentosa para agredir, contundir, ferir e matar. E um confronto entre a Magia Branca, o aspecto puro da Magia, e a Magia Negra, o aspecto deturpado, agressivo e ostensivo. Assim, é dessa época negra, em que se fizeram vários rios de sangue, com homem matando homem, que surgiram as várias doenças, como reação às ações nefandas criadas e geradas. Surgiram as doenças de todos os matizes, pois já haviam alterado profundamente o corpo astral, através de atos espúrios, os quais resultaram nas mais terríveis moléstias e no aparecimento de uma microflora patogênica agressiva, além da BASE DA REVOLTA NATURAL — os vírus patogênicos, ou seja, os que produzem doenças. Tanto os vírus como a microflora (bactérias) são degenerações da Natureza, devido ao acúmulo de pensamentos inferiores e animalizados. As energias da mente degeneraram, agrediram a Natureza, que por sua vez reagiu promovendo sua microflora e os vírus como meios de equilibrar e sanar através da doença e da morte as mentes revoltadas, insubmissas e desequilibradas. E também nessa época que surgem as mortes violentas, os crimes, os infortúnios. Enfim, surge a morte antinatural, que seja ela como for, vem contundir quem a recebe, bem como a todos que de alguma forma se ligam àquele que morre. Surge a morte como aniquilação. E a consequência dos desatinos do próprio homem. Ele terá de remir a si mesmo! Assim, algo que era natural passa a ser contundente, chocante e até dramático, dependendo das condições em que a morte acontece. Mas é preciso que se entenda que a dor, o medo e o trauma da morte é o remédio, embora amargo, para doentes renitentes e que várias vezes fizeram suas moléstias recrudescerem. Assim, a morte é a reação justa e sábia que enfrenta e dirime as ações que se precipitam, cobrando a renovação. Neste instante é necessário que falemos ou esbocemos algo sobre os agentes da disciplina kármica, que surgiram desde essas épocas. Dissemos antes que muitos daqueles que vieram ao planeta Terra como marginais do universo tinham conseguido se regenerar perante a Justiça Cósmica, e se reergueram, entrando na linha justa do Bem. Justamente esses Seres são chamados a serem mensageiros, como executores da justiça kármica, em suas paralelas ativas ou de cobrança sobre toda a coletividade que haviam delinquido. Seriam também Guardiães das zonas vibratórias no plano astral do planeta Terra. Seriam Guardiães das Zonas da Luz para as Sombras, como também Guardiães das Zonas de transição entre as Sombras e as Trevas, no plano astral inferior, como veremos minuciosamente quando do capítulo referente a EXU. Então esses agentes, veículos da Justiça Kármica em todas as suas expressões, seriam os Exus. Não estamos com isso afirmando que o conceito que se tinha naquela época sobre o Guardião da Lei seja o mesmo vigente em nossos dias. O conceito atual está deformado e deturpado, e quem tenta esclarecer isso é o Movimento Umbandista, através dos chamados Terreiros, Cabanas ou Tendas, que já entendem a função desse agente da justiça cósmica, em especial no planeta Terra e de sua Justiça Planetária. O próprio termo Exu, num primeiro nível simples de interpretação, significa aquele que saiu, ou seja, aquele que venceu os costumes e imperfeições de seu povo. Assim, nada mais justo para aqueles que um dia foram marginais do universo, hoje, recuperados, sejam os Agentes da Justiça e Guardiães de Zonas do Astral, pois eles sabem bem como pensam e agem, em seus "comandos das Trevas", os ditos marginais do Universo. Revisando, vimos como terminaram os fenômenos naturais de ligação entre o plano físico e o plano astral e como surgiram no planeta Terra a marginalidade e a animalidade, as doenças e a morte como sendo a aniquilação total. Vimos também o surgimento das guerras mágicas, e o aparecimento, como um acréscimo da Lei, do agente da justiça cósmica, o Exu. Sua função também se atrelava à de vigia, sendo Guardião das Zonas das Sombras e das Trevas, as quais tinham sua população de marginais do astral (desencarnados), sendo os mesmos arrebanhados pelos agentes da insubordinação e da rebelião, como vimos no capítulo referente à queda do Ser Espiritual. Assim, as Zonas de Arquivo do planeta começaram a funcionar em todos os seus planos e subplanos e, dividindo essas Zonas Condenadas (até o momento em que todos entenderem que só o Bem é eterno) das Zonas Superiores, estavam e estão os Agentes da Justiça — os EXUS GUARDIÃES. Esses também estendem seus comandos e sub comandos até as zonas trevosas ou dos abismos, onde habitam os mais endurecidos marginais cósmicos de todos os tempos, os piores que estagiam no planeta Terra. São verdadeiros agentes do crime, agentes do Mal, gênios das Trevas, verdadeiros Magos-Negros, que se dizem emissários da Serpente ou do Dragão e que querem se opor às HOSTES MAGNÂNIMAS DO CORDEIRO. Embora os respeitemos, pois queiram ou não estão cumprindo a Lei, são Espíritos que desceram até os últimos degraus e agora terão de subir degrau por degrau, isso somente quando entenderem e sentirem essa necessidade. Ninguém os coagirá para assim agirem. Acreditamos que a dor, a miséria moral, o Mal de que eles são "senhores", um dia os cansará e então, de insubmissos que são, serão submissos à LEI DO CORDEIRO. A Lei Cósmica, que os abraçará como filhos pródigos, gradativamente os reerguerá à senda da reabilitação. Neste instante em que escrevemos através do cavalo que nos empresta a ferramenta física, pedimos à Entidade de sua guarda, Caboclo Urubatão da Guia, que lhe dê cobertura e proteção, pois já se faz presente o "ranger de dentes" desses Magos-Negros de todos os tempos, que não se encontram satisfeitos com essa nossa humilde contribuição ao entendimento dos vários Filhos de Fé ou aos livres-pensadores. De nossa parte, estamos vigilantes sobre o valente cavalo, impedindo que o mesmo receba de forma contundente as projeções negativas de ordem astral e mental provenientes de emissários das Trevas, tanto encarnados como desencarnados. Nossos maiores cuidados se devem à manutenção de sua paz e de sua saúde física e astral, bem como para que o mesmo não seja contaminado, ativando suas reminiscências de um passado longínquo, onde atuou como Mago das Sombras. Que Oxalá lhe faça a guarda e que os Exus Guardiães o guardem e o livrem dessas ações contundentes. Caro Filho de Fé, que está atentamente seguindo nosso raciocínio, já deve você ter entendido como e por que houve a necessidade do mediunismo como força ou caminho redentor para reerguer a humanidade decaída e corroída pelos seus próprios desatinos. Assim, os integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais, supervisionados diretamente pelo Cristo Planetário, acharam por bem incrementar a evolução da massa humana decaída e iriam fazê-lo através do mediunismo, da mediunidade. Mas o que seria a mediunidade, o mediunismo? Como surgiria? Quais suas finalidades e propósitos? Não esqueçamos que tudo isso acontecia no final ou no perigeu da 4a Raça Raiz, a Raça Atlante. Lembremos também que as deturpações haviam tentado se instalar desde o final da 3a Raça, a Lemuriana, mas não conseguindo, só conseguindo o intento no final da Raça Atlante, que também havia tido seu período de glória e elevação. Assim é que, mesmo entre eles, os atlantes mantinham contato ou comunicação, por meio dos 7 sentidos aguçadíssimos, com os Seres Espirituais da dimensão astral. A comunicação ou o intercâmbio era naturalíssimo, não mediúnico, ou seja, não havia intermediários para essas comunicações. O atlante que se comunicava com o astral fazia-o de forma lúcida, tinha plena consciência de seu ato e da situação, a qual lhe era naturalíssima. Essa comunicação natural entre as dimensões diferentes só foi fechada quando das deturpações causadas pelos marginais do universo. Esses já não possuíam os órgãos dos sentidos superiores e os 5 restantes estavam inibidos. Tinham, em contrapartida, recebido ou acrescido sobre sua constituição astro etérica uma tela atômica ou etérica, a qual impedia que as sensações da vida astral se tornassem sensíveis na vida física. Fechavam-se assim as portas entre os planos ou dimensões, ou seja, entre o plano físico e o plano astral. Em plena catástrofe atlante, que vitimou e dizimou milhares de pessoas, deveria surgir o mediunismo, como ponto de apoio e rumos seguros para uma humanidade completamente vencida e sem rumos. Assim, os Integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais incrementaram o mediunismo, a priori por meio de Seres Espirituais encarnados como instrutores da massa humana ignorante e decaída. Eram os GRANDES MISSIONÁRIOS de todos os povos em todos os tempos. Viriam para reerguer, dar novo dinamismo aos seus irmãos menos esclarecidos e, assim, iniciar a grande obra do reerguimento moral de toda a humanidade. Os médiuns, como primeiros veículos dos Seres Espirituais do plano astral, iniciaram de forma oportuna o intercâmbio das Verdades Universais esquecidas pela grande massa humana. A priori, esse intercâmbio fez-se na forma de profecias, previsões, vaticínios, que de alguma maneira atraíram a atenção de muitos. Restabelece-se assim a existência do TEMPLO, que havia sido destruído. A par do Templo, ensinamentos de ordem geral pública, também são ministrados. Havia-se, é claro, perdido as facilidades de comunicação com o plano astral, a qual só poderia ser feita através do mediunismo dos médiuns. Com isso, teve início uma reforma do pensamento humano vigente na época. Vários fatores sociais, políticos e mesmo de ordem moral, foram mudados, visando atender aos novos tempos e nisso os médiuns tiveram um papel de suma importância. O médium foi o sacerdote que precisou ir ao encontro das massas aflitas e desesperadas, que muitas vezes necessitava de fenômenos espetaculares para acalmar-se e encontrar forças para evoluir. Durante muito tempo, os médiuns precisaram também ser os instrutores da massa humana sem rumo, que aos poucos, graças ao mediunismo de uns e outros, foi encontrando forças para caminhar em direção a novos rumos. Assim, a pura Raça Vermelha havia conseguido sanar o desvio que os marginais do universo haviam levado à população terrena. Sanaram os desvios através do mediunismo, que seria a ESTRELAGUIA da massa humana em especial dos marginais do universo, os quais, como Seres Espirituais, teriam oportunidades benditas de reencontrar o rumo um dia perdido. De início, a Raça Vermelha trouxe Seres Espirituais para serem veículos de suas palavras. Eram os seus próprios integrantes reencarnados. Com o passar dos tempos, foi havendo uma seleção entre aqueles que faziam parte da população terrena para atuarem como médiuns, que iriam ajudar a si e à coletividade afim. E assim foi feito. Esses médiuns, antes de encarnarem, passaram por uma preparação toda especial, tanto no que era concernente aos aspectos morais como aos aspectos especiais sobre suas constituições astrofísicas. Os técnicos do astral ajustaram-lhes os Núcleos de Força, ou Núcleos Vibratórios, fazendo-os vibrar de acordo com as freqüências dos Seres que iriam, por meio deles, se comunicar com a grande massa humana. Ao mesmo tempo, energizaram todo o sistema astral dos futuros médiuns e envolveram-no em verdadeiro escudo magnético, pois enfrentariam grandes obstáculos, tanto de ordem moral, como astral e mesmo o constante assédio de Seres encarnados, que poderiam exaurir suas energias e tornar o médium inútil à função que se havia proposto. Assim, tudo era minuciosamente ajustado. Muito importante o que dissemos a respeito das freqüências vibratórias em determinados núcleos vibratórios do corpo astral, as quais se assimilariam com os de seu mestre astral, que atuaria através do mecanismo mediúnico. No início do mediunismo, houve essa necessidade de ajuste vibratório, pois só um "instrutor" é que se comunicava com seu médium. E por que isso? Em virtude do plano físico ser muito vulnerável às influências do submundo astral, que como vimos enviava grandes contingentes de marginais, visando atuar na massa humana então decaída. Assim, eles, os médiuns, ficariam isentos de ser veículos das Sombras e das Trevas e assim foi por muito tempo aqui no planeta Terra. Mais uma chance havia sido dada à grande massa humana. Mais uma vez havia ela sido preservada contra o verdadeiro assalto das Sombras, mas a invigilância e a imprudência não demoraram, e... Mas queremos que fique claro aos Filhos de Fé que, naquela época, como hoje também, nem todos eram veículos das mensagens do astral, ou seja, médiuns. A MEDIUNIDADE ERA UMA CONDIÇÃO ESPECIAL, dada ao Ser Espiritual que encarnava com o compromisso de ser o porta-voz vivo do astral superior para os Seres encarnados. Sendo assim, suas constituições ou veículos eram diferentes. O corpo mental, o astral e o físico tinham recebido acréscimos em seus centros vitais, que os faziam vibrar e sentir as coisas diferentemente de outros Seres Espirituais não médiuns. Eram possuidores da tela atômica, a qual não era rompida, como muitos podem pensar. Essa tela atômica era como que afrouxada, para que houvesse o processo de ligação fluídica ou casamento vibratório entre o médium (Ser encarnado) e o seu instrutor astral (Entidade Espiritual). Esse ajuste era feito em 3 Núcleos Vibratórios, ou seja, a tela atômica era afrouxada, ou suas malhas eram dilatadas e não rompidas, em 3 regiões do complexo etéreo-físico do médium. Obviamente comandados pelo comando central do corpo mental, que enviava impulsos em forma de mensagens, veiculadas pelas Linhas de Força (condutores vibratórios) ao corpo astral e esse, através dos Núcleos Vibratórios principais, vibrava em consonância com os Núcleos Vibratórios de ordem etérica, que no corpo físico denso equivalem aos plexos nervosos (conjunto de nervos) ou glândulas endócrinas (que produzem ou armazenam hormônios, os quais são indispensáveis ao funcionamento de todo o organismo). Vejamos se conseguiremos simplificar ao Filho de Fé os circuitos dos Núcleos Vibratórios do corpo astral ou de ordem astral, os Núcleos Vibratórios do corpo etérico ou de ordem etérica e os plexos, glândulas e nervos no corpo físico denso propriamente dito. Ao começar, é bom lembrarmos que o Ser Espiritual possui 7 veículos que expressam sua Consciência, ou seja, são veículos da Consciência Espiritual. Para facilitarmos, já que citamos os 7 veículos em outro capítulo, falaremos sobre os três organismos de que se utiliza o Ser Espiritual encarnado, pois, como já ficou claro, quando ele desencarna perde um organismo, o organismo físico. Bem, esses 3 organismos são: o organismo mental, o organismo astral e o organismo físico. Expliquemos suas formações: O organismo mental, através do Núcleo Vibratório Propulsor Intrínseco (1a concretização da Consciência em percepção, vontade, inteligência, noção de existência) do Ser Espiritual, envia certos impulsos-mensagens através das Linhas de Força, que veiculam a matéria mental, e fazem-na transforma-se em matéria astral, ou seja, as Linhas de Força concentram a matéria mental e essa se consolida nos Centros de Força ou Núcleos Vibratórios do corpo astral. Assim, queremos que fique claro que os NÚCLEOS VIBRATÓRIOS ou CHACRAS se formam pela condensação da matéria mental em certas regiões do organismo astral; é como se no organismo astral, nesses locais, estivesse o próprio corpo mental. Entendido o processo de formação dos Núcleos Vibratórios de ordem astral, veremos que o organismo astral projeta e condensa seus Núcleos Vibratórios através de um processo de transformação de energia, fazendo com que fiquem assentados, através de um circuito oscilatório eletromagnético, no corpo etérico, que faz parte, como vimos, do organismo físico. Do corpo etérico, as Linhas de Força que dão condições à formação do organismo físico denso penetram em todo o seu processo embriogênico e presidem, como equivalentes astrais e etéricos, toda a formação das glândulas endócrinas, sistema nervoso central (encéfalo — medula) e sistema nervoso periférico, com seus plexos e feixes nervosos. Esperamos ter sido claro e objetivo num assunto em que a maioria dos Filhos terrenos ainda não está muito habituada ou desconhece completamente. Assim, de forma esquemática, teremos uma figuração como a que se vê na página seguinte. Já que citamos os 3 organismos da Consciência Espiritual e seus órgãos nobres, os Núcleos Vibratórios, dissertemos e mostremos aos Filhos de Fé como são esses órgãos nobres do organismo astral e etérico. Já estudamos que tudo parte do corpo mental, até concretizar-se no corpo físico denso. E como se tivéssemos idéias (corpo mental), essas gerassem os desejos (corpo astral) e esses gerassem a ação (corpo físico). Para que fique mais claro nosso objetivo, falemos, não de forma definitiva (nada é definitivo), sobre os órgãos do sentido ou sensoriais, como transdutores das percepções externas e como transdutores entenderemos um "conversor de energia". Com exemplo, alguns cientistas terrenos já falam de estímulos que excitam os órgãos dos sentidos e dão nomes a esses estímulos. Assim, temos os FÓTONS que incidem sobre o orgão da visão dando a sensação de luz, os FÓNONS, que estimulam a audição, os ÓSMONS, que estimulam o olfato, os GÊNSONS, que afetam ou estimulam o paladar e os ÁFENONS, que afetam ou estimulam o tato. Todas essas sensações são eletricamente transdutadas em nosso complexo bio nervoso através de complicadíssimo conjunto de circuitos bioelétricos e cibernéticos, nos quais, por fugir completamente desta singela demonstração, não nos aprofundaremos, embora queiramos dar a ideia de que todos os fenômenos de recepção (exteroceptivos) como de interação (interoceptivos) são complexos de ordem mental, astral e física, e que têm a participação ativa dos órgãos nobres, como vimos, dos organismos mental, astral e físico (etérico e denso). Assim, no próprio organismo físico temos o sistema nervoso central e periférico como coordenadores totais da economia orgânica. E de onde recebem eles as informações superiores? Claro que do organismo mental e astral. Então, o sistema nervoso central representaria no corpo físico denso o próprio ORGANISMO MENTAL, enquanto o sistema nervoso periférico e as glândulas endócrinas representariam o ORGANISMO ASTRAL, sendo que o sangue e a linfa representariam a solidificação das energias conduzidas pelas Linhas de Força. Sabemos, pela biologia humana, que todos os impulsos do organismo são de ordem elétrica, claro que em voltagens mínimas, na unidade de milivolts (milivoltagem). As energias bioelétricas que mantêm o ritmo e o ciclo neural, bem como o ciclo cardíaco e as funções viscerais, provêm de "comandos superiores" assentados, em ordem crescente, no corpo astral e corpo mental, sendo os Núcleos Vibratórios importantes núcleos receptores e emissores de energias várias ao organismo do Ser Espiritual, além de captarem energias primárias (eletricidade, prana e kundalini) que vitalizam e são importantíssimas aos processos da VIDA e à manutenção da mesma, bem como do equilíbrio astropsíquico do Ser Espiritual. Captam também outras energias sutilíssimas que são alimentos para a própria Alma. Os Núcleos Vibratórios ou Chacras (Rodas Vibratórias) morfologicamente são constituídos de 2 elementos: o elemento central captador e a haste que conduz as energias captadas. Temos uma pálida ideia do mesmo, na morfologia do neurônio.* O corpo do neurônio, com seus dendritos, seria o elemento central ou "corpo" do Núcleo Vibratório e o axônio do neurônio seria a haste condutora e de fixação do Núcleo Vibratório. (Vide figura a seguir.) A figura mostra a analogia entre o Núcleo Vibratório e o neurônio. Vemos pois que o neurônio é um equivalente do Núcleo Vibratório no organismo físico, no corpo denso. Foi, como dissemos, pela condensação das projeções dos Núcleos Vibratórios do organismo astral ao corpo etérico que esses (os neurônios) se consubstanciaram no corpo físico denso, sendo a unidade fundamental do sistema nervoso. Assim, podemos associar certas funções neuronais, algumas extremamente complexas, com o funcionamento dos Núcleos Vibratórios. No organismo astral há 57 Núcleos Vibratórios fundamentais, sendo 8 considerados principais, de Ia Ordem ou Magnos. Em verdade 1 + 7, pois o lº é de transição entre o organismo mental e o astral. No corpo etérico também temos Núcleos Vibratórios principais ou magnos, além dos secundários, terciários, etc. Os 7 principais se localizam no organismo astral e, no organismo físico, no duplo etérico ou corpo etérico, segundo a ilustração da página 134. Além desses Núcleos Vibratórios principais há os secundários, terciários, etc. Interessante e digno de nota é que entre os Núcleos Vibratórios há uma profusa rede de ligação e comunicação, idêntica à que existe no sistema nervoso do corpo físico denso. A rede que liga os diversos Núcleos Vibratórios não guarda analogia anatômica com sua equivalente no corpo físico denso, mas existe uma rede vibratória no corpo físico denso, que corresponde aos chamados MERIDIANOS DA ACUPUNTURA. Aliás, essa era a arte de manter a energia vital sempre em tônus próprio, em pleno seio da Raça Vermelha, que a revelou à Raça Amarela, isto já bem recentemente, há poucos milênios. Se dissemos que existem os principais, os secundários se encontram em várias regiões e suas equivalências físicas também. Temos uma importante equivalência física de Núcleos Vibratórios nas mãos. Como vamos ficar sabendo em futuros capítulos, as mãos representam AÇÃO, e seus componentes digitais se equivalem a vários núcleos superiores do encéfalo, principalmente de suas regiões corticais: zonas talâmicas, epitalâmicas e hipotalâmicas. (Vide Figuras 1 e 2 nas páginas 135 e 136 – essas figuras não foram colocadas nesse texto, apenas disponíveis no livro). Sobre os Núcleos Vibratórios, para o momento de nossa exposição, já é suficiente. Voltaremos a eles quando falarmos sobre a Iniciação. Filho de Fé, você deve estar ainda lembrado, após nossa longa dissertação, que falávamos sobre médiuns e mediunidade e para sabermos como ela se processava é que nos aprofundamos nos 3 Organismos e dentro deles, nos órgãos que lhes dizem respeito. Dissemos também que o futuro médium, antes de encarnar, recebia no astral competente uma série de acréscimos em sua constituição mento astral, a par de uma certa ordem de vivências e conhecimento moral e que, sem essas duas condições satisfeitas, o Ser Espiritual não poderia ser veículo de outra Consciência Espiritual que não a sua mesma. Aí está o porquê de nem toda criatura ser médium, pois isso implica num ajuste sério sobre os Núcleos Vibratórios e, como já sabemos, numa precipitação vibratório-magnética de ordem fluídica que altera todos os processos bio elétricos energéticos do sistema nervoso, tanto central como periférico. O médium foi adaptado em seus Núcleos Vibratórios para ativar certos elementos no sistema nervoso, além de ter sido dotado de condições fluídicas para amortecer outros processos que não seriam suportados se não houvesse esse processo inibitório ou frenador. Eis por que receber influências astrais sem estar preparado para esse mister traz desequilíbrios vários. Tanto é verdade que as pessoas que se sentem atacadas por atuações espiríticas, sem serem médiuns, ou seja, sem terem a dupla condição, acabam em farrapos humanos, estouram seus Centros Vibratórios, desarticulando toda a eugenia do sistema nervoso central e periférico, chegando aos distúrbios de conduta e à completa falência da economia orgânica, podendo esse quadro se prolongar muitas das vezes à vida pós-morte, carregando o Ser esse desequilíbrio até para outra reencarnação. É coisa seriíssima imputar a um Ser Espiritual uma função sutilíssima e especializada se o mesmo não tem ajustada sobre sua organização e capacidade para desenvolver a dita função. Fazer um Ser Espiritual criatura humana (encarnado) ficar debaixo de vibrações espiríticas sem estar ele habilitado para tal é criar condições para que haja rompimento de sua tela etérica ou atômica, com gastos excessivos de energia nervosa e uma abertura forçada em todo o seu psiquismo não preparado para o convívio harmonioso com as duas vidas, a física e a astral. Neste instante, aproveitamos o ensejo para dizer que não são só condições espirituais que rompem a tela atômica. Os desvios dos costumes, os vícios e a constante vibração mental em pensamentos pesados também podem trazer transtornos ao Ser Espiritual encarnado. Traumas, como aprofundamento anestésico levando a coma irreversível, são também causa de rompimento brusco da tela atômica. O álcool é um dos maiores causadores do rompimento da tela atômica, atraindo um séquito indesejável de seres vampiros de zonas abismais, exterminando ou minando completamente o Ser encarnado. Piores situações acontecem com os tóxicos, alucinógenos e outros tantos com atuação e dependência fisio-psíquica. Alguns Filhos de Fé poderão estar pensando que nem todo toxicômano que use um ou outro alucinógeno ou equivalente fica alienado. Realmente a priori não, dependendo da dosagem, há apenas um afrouxamento da tela atômica e uma hipertrofia acentuada de suas malhas, a par disso, se justapõe uma substância gelatinosa nos nós da malha que vai impedindo sua mobilidade, fazendo com que ela, ao se hipertrofiar, se rompa parcial ou totalmente. Mas o que realmente acontece quando a tela se rompe? Em verdade, a tela se rompe por haver uma sobrecarga vibratória, uma verdadeira sobrecarga elétrica. Essa sobrecarga elétrica forma verdadeiros curtos-circuitos, originando correntes de fuga e aquecendo todo o sistema de malhas da tela atômica. Essas correntes de fuga, além de provocarem fenômenos eletrotérmicos, provocam campos eletromagnéticos que vão repulsar, ou melhor, quebrar a coesão que existe na tela etérica ou atômica, fazendo com que a mesma se rompa. Ao romper-se, como é uma estrutura a nível etérico, estando engastada na intimidade do duplo etérico (corpo etérico), traz correntes de coagulação ao mesmo, com graves transtornos para todas as funções do organismo e suas energias vitais, que podem levar o indivíduo à morte física. Os transtornos da esfera astro psíquica se explicam pela ausência de comportas entre o vivencial passado e o presente, podendo levar o Ser até os complicados processos do mundo elementar, isto é, onde estagiam nos sítios da Natureza Seres Elementares que ainda não encarnaram uma só vez. Estão os mesmos ainda sendo ajustados em seus organismos astrais e mentais, e suas formas, é claro, estão passando pelo processo de aperfeiçoamento e burilamento. É também por isso que muitas pessoas com a tela atômica rompida parcialmente vêm verdadeiros "bichos", além de uma série de infindáveis transtornos, qualificados pela nossa Psiquiatria da atualidade como alucinações, e caminham para a desestruturação da personalidade, nas tão bem relatadas psicoses e esquizofrenias, chegando à desestruturação total, na forma de demência. Bem, teríamos muito a falar, mas... Terminando sobre os fenômenos da tela atômica, antes de adentrarmos nos processos mediúnicos que se iniciaram na Atlântida, queremos dar alguns conceitos sobre o corpo astral que achamos fundamentais para os Filhos de Fé entenderem bem o mediunismo de ontem e de hoje. Mas, para entendermos o funcionamento do corpo astral, é necessário que entendamos o modelo atômico, o qual exemplifica bem o funcionamento ou posicionamento do corpo astral em relação ao Corpo Físico. Um átomo físico é composto fundamentalmente de duas partes: uma que chamamos de núcleo, que corresponde ao componente que dá massa ao átomo e a outra que é a eletrosfera, essa que dá o volume do átomo. (Vide a figura à direita.) No núcleo atômico encontramos cargas elétricas positivas e neutras. As positivas sob a forma de prótons e as neutras sob a forma de nêutrons. Na eletrosfera encontramos os elétrons, com carga elétrica negativa. O átomo é um sistema eletricamente neutro, isto é, o número de prótons (cargas positivas) é igual ao número de elétrons (cargas negativas). Continuando, para não entrarmos em complexos conceitos que não nos interessam agora, diremos que o número de prótons é constante e seu número define o Elemento Químico. Assim, cada Elemento Químico é caracterizado pelo número de prótons que há em seu núcleo. O átomo deixa de ser neutro quando perde ou ganha elétrons, sendo nessa condição denominado ÍON (princípio de coesão da matéria e biológico do planeta Terra). Os íons positivos (+) são chamados cátions — formam-se quando o átomo perde elétrons. Os íons negativos (-) são chamados ânions — formam-se quando o átomo ganha elétrons. Para melhor entendermos o posicionamento do corpo astral, basta que expliquemos o pequeno conceito de ORBITAL. Define-se orbital como o local de máxima probabilidade de se encontrar um elétron em relação ao seu núcleo. Com isso, afirmamos que não é possível estabelecer, ao mesmo tempo, a velocidade e a posição do elétron. Sem conhecer os dois valores não há previsão do movimento; é por isso que se usa um modelo de orbital. No entanto, sabemos que ele, na maior parte do tempo, ficará próximo ao núcleo. Após esses conceitos, daremos um resumo sobre o posicionamento do corpo astral, aproveitando um resumo que demos ao cavalo há muito tempo, ao qual agora pediremos que o transcreva para que todos possam entender melhor os fenômenos do Corpo Astral. Para melhor entender, vamos antecedê-lo com alguns conceitos importantes e simples da ciência oficial: FREQÜÊNCIA — é a quantidade de vezes que algo é executado num determinado período de tempo. VELOCIDADE — é a relação entre um espaço e o tempo gasto para percorrê-lo. INÉRCIA — é a tendência que um corpo tem de não alterar por si só seu estado de movimento num dado momento (se está em repouso, tende a continuar em repouso; se está em movimento, tende a continuar em movimento). Assim, dizemos que: 1. O corpo mental comanda o corpo astral em todas as suas manifestações sobre o corpo físico. 2. O local de maior probabilidade de se encontrar o corpo astral é ao redor do corpo físico (no estado de vigília, e em alguns casos durante o sono também). 3. O corpo astral poder "girar" em torno do corpo físico, não sendo obrigatório que esteja girando. 4. Quando o corpo astral "girar" em torno do corpo físico, fará isso mediante uma velocidade que determinará uma freqüência e essa dependerá das diferentes situações. 5. O corpo astral de um Ser masculino tem rotação no sentido horário, enquanto que o de um Ser feminino, no sentido anti-horário. 6. O sistema de frequências do corpo astral terá íntima relação com o momento do nascimento, em que determinados planetas, com seus ciclos, influenciaram mais diretamente e, através dessa informação trazida pelas Linhas de Força, imprimiram ciclos particulares ao indivíduo. 7. O corpo astral pode ficar parado, obedecendo a influxos do corpo mental, visando menor gasto energético e propiciando uma maior transfusão entre elementos astrais e etéricos. 8. Através da modulação de pensamentos (concentração, vontade, etc.) se consegue alterar a frequência do corpo astral ao redor do corpo físico. 9. Uma frequência diferente da habitual ao Ser encarnado indica problemas. 10. O médium que atua na Corrente Humana de Umbanda tem seu corpo mental e astral ajustados e energizados para uma maior facilidade e habilidade de alteração e ajustamento da frequência de seu corpo astral. 11. É através da sintonia e equilíbrio da frequência do corpo astral do médium com o da Entidade Astral que em princípio se processam os fenômenos mediúnicos. 12. A MECÂNICA DA INCORPORAÇÃO, em sua fase semi inconsciente, se processa quando a Entidade Astral influencia parte do campo mental do médium. 13. A mediunidade na fase de inconsciência se processa através da atuação direta da Entidade Astral na totalidade do campo mental do médium, dirigindo assim toda a rotação de seu corpo astral. 14. Devido à especial energização do campo mental e astral do médium umbandista, feita mesmo antes do mesmo encarnar (sempre), tem o médium maior facilidade e domínio sobre o movimento de seu corpo astral, suportando com mais resistência a necessidade de variações do mesmo em decorrência do meio a que estará exposto, tendo em vista as verdadeiras descargas elétricas, choques e abalos em seu campo mental e astral a que estará ele sujeito. 15. Uma Entidade Astral pode usar a maior facilidade de movimentação do corpo astral do médium umbandista para escudá-lo, no caso de uma consulta carregada de larvas e pensamentos obsessivos. Um dos recursos usados é a volatização do ambiente ao redor do médium, através da defumação, cachimbo, charuto ou mesmo um líquido aromático volátil. O escudo está em aumentar a velocidade de rotação, agindo em conjunto com as voláteis, produzindo potentes escudos e dardos contra as larvas, pré bactérias e vírus de várias ordens. 16. Quando o corpo astral estiver necessitando de um impulso vibratório para retomada de frequência e rotação, a Entidade Astral faz uso de certos fatores, tais como: estalar os dedos de encontro ao Monte de Vênus ou Monte da Sensibilidade, cantar pontos que vibrem na frequência desejada, assovios (sons musicais), certas posições e certas palavras de Força (Mantras). 17. Através do FOGO PURIFICADOR direcionado pelos sinais riscados dentro da grafia dos Orishas, consegue-se também o impulsionamento do corpo astral debilitado ou sobre carregado de cargas pesadas e negativas, forçando-o a se movimentar em uma frequência maior ou menor (dependendo dos sinais serem de fixação ou desagregação). É importante notar que, sendo a frequência alterada, não há sintonia com as cargas, que por falta de ressonância se transformam ou são descarregadas no "escoadouro universal". Mas, para usar-se o "fogo em expansão", não basta apenas ver um médium magista fazê-lo e depois querer repetir o fato, ou apenas teoricamente tentar reproduzir o fenômeno. Muitos que assim fizeram trouxeram para si grandes transtornos e se ainda não trouxeram, as reações devem estar se precipitando e quando chegarem (...). 18. Desequilíbrios psíquicos influenciam a rotação e frequência do corpo astral. Um exemplo típico é o caso dos Seres Espirituais encarnados com tendências bissexuais, os quais impulsionam o seu corpo astral no sentido contrário do natural. Ele pode girar ora para um lado, ora para outro, isso até que encontre a linha justa do equilíbrio. 19. Os Núcleos Vibratórios, como o próprio termo qualifica, têm grande importância em todos os organismos dos Seres Espirituais. É através deles que se nutrem os corpos, com elementos vitais e básicos. Pois bem, se de alguma maneira forem esses Centros impregnados, causam diretamente influências nos corpos mental, astral e físico. Assim, é necessário que se tenha cuidado quando se usam por aí, sem medir consequências, certos materiais, oferendas e rituais, os quais saturam certos centros vitais de elementos que interferem diretamente no campo mental do Ser Espiritual encarnado e, consequentemente, na rotação e frequência do corpo astral. Muitas vezes apoiados em crendices e impulsos de arquétipos, tornam-se homossexuais, e infelizmente se associam com verdadeiros marginais-vampiros do submundo astral. Bem, Filho de Fé, permitimos que nosso cavalo transcrevesse em nossos apontamentos algo que lhe foi revelado há algum tempo e que nós corroboramos plenamente. Esperamos que após a leitura desses itens possam os Filhos de Fé ter entendido bem o mecanismo do posicionamento do corpo astral em várias situações, bem como suas frequências, algo de que ainda falaremos no decorrer de nossa conversa, neste livro. Após termos citado o corpo astral exaustivamente, falemos agora das PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES MEDIÚNICAS, já que todos os Filhos de Fé que até agora estão nos acompanhando devem estar ansiosos para saber como foram essas primeiras manifestações. Bem, o corpo astral dos médiuns daquela época tinha três pontos vulneráveis em suas telas atômicas. O 1º ponto era na região cervical, relacionando com o VERBO, com a expressão, o elo da comunicação. O 2º ponto afrouxado era na região tóraco abdominal, correspondente aos processos básicos do sentimento e da ação. O 3º ponto afrouxado era o da região sacral, que unia todos os elos, sendo as "vozes dos maiores aos menores". Assim, os primeiros médiuns eram divididos em três categorias: 1ª CATEGORIA — os que eram mediunizados por GRANDES INICIADOS DA PURA RAÇA VERMELHA, que atuavam no plexo laríngeo, produzindo "vozes infantis". Eram transmissores de novos conhecimentos e traziam uma nova fórmula para se buscar a reabilitação. Mediunizavam os aparelhos ou médiuns que eram na verdade Seres da Raça Vermelha reencarnados. 2ª CATEGORIA — mediunizavam os médiuns na região tóraco abdominal. Eram GRANDES MAGOS-CONDUTORES DA RAÇA VERMELHA, que falavam de forma inflamante, conduzindo-os para a ascensão. Associam nos médiuns posições eretas e uma certa ofegância respiratória, em virtude de atuarem na região tórax abdominal. 3ª CATEGORIA — é a dos médiuns que eram mediunizados por MAGOS VELHOS DA RAÇA VERMELHA, que tinham tido também experiências em outras Raças, sendo nas outras Raças grandes Condutores. No início de sua manifestação mediúnica, faziam-na através do plexo genésico, fazendo com que os reflexos medulares curvassem razoavelmente o veículo mediúnico. Ensinavam o peso da experiência através de suas vozes tranquilas e calmas. Assim se processava a mediunidade naqueles primeiros tempos, que foram de grande importância para a restauração da Proto Síntese Cósmica deturpada, usurpada e esquecida. Só para deixarmos claro, quando dissemos que os médiuns dividiam-se em três categorias, não dissemos que havia supremacia de uma em relação à outra. Realmente não havia, era algo uno, uma tentativa de reiniciar, como realmente foi, a restauração da Proto Síntese Cósmica. Após essas 3 formas de apresentação, os Filhos de Fé já devem estar entendendo por que, no Movimento Umbandista da atualidade, há o TRIÂNGULO DAS FORMAS DE APRESENTAÇÃO — CRIANÇAS, CABOCLOS E PRETOS-VELHOS. No entanto, isso será motivo de uma análise mais apurada quando, no capítulo próximo, citarmos o Ressurgimento do vocábulo Aumbandan e o surgimento do Movimento Umbandista. Assim, antes de encerrarmos este capítulo, pois durante os capítulos que se seguem praticamente falaremos de mediunismo e médiuns em todos eles, queremos citar e reiterar que a MEDIUNIDADE e o MEDIUNISMO, bem como os MÉDIUNS, SURGIRAM HÁ MILHARES DE ANOS E NÃO COMO QUEREM ALGUNS, SOMENTE HA ALGUNS ANOS OU SÉCULOS. Com todo o respeito a quem assim afirma, de nossa vez afirmamos, mostrando, que o mediunismo, a partir da Raça Atlante até os nossos dias, não foi monopólio de um movimento isolado. Esse movimento surgiu na Atlântida e após vários milênios foi trazido ao mundo todo por GRANDES MISSIONÁRIOS. Assim, os GRANDES MISSIONÁRIOS, através de suas mediunidades, trouxeram a todos mensagens de novos rumos, que se bem entendidas nos farão retornar à Proto Síntese Cósmica, continuando nossa evolução. Assim, mediunismo, mediunidade, não é privilégio de qualquer sistema filorreligioso, é bênção a toda humanidade. Todas as filosofias religiosas que pregam o mediunismo estão pregando a VIDA IMORTAL, e revelando que cada um é o que quer ser, que cada um tem o que construir. Assim, o AUMBANDAN, hoje representado pelo Movimento Umbandista, vem reafirmar que a morte não existe, e que não existe o privilégio, pois no astral caminham em evolução paralela, ou melhor, UNA, todas as Raças, pois todas são da mesma essência, isto é, todos são Seres Espirituais. Entendamos que Vermelhos, Negros, Amarelos e Brancos, como 4 rios volumosos, antes de chegarem ao MAR DA ETERNIDADE, se misturam num grande rio. Esse é o rio do Ser Espiritual imortal, herdeiro da Coroa Divina. E assim, Filho de Fé, tome fôlego que vamos entender como, através do mediunismo de uns e de outros, a Proto Síntese Cósmica ressurgirá. Vamos a Ela, sem perda de tempo. Livro A Proto Síntese Cósmica. Abraço. Davi.


domingo, 24 de dezembro de 2017

O SIMBOLISMO ESOTÉRICO DO NATAL.

Gnosticismo. Texto de Samael Aun Weor (1917-1977). O SIMBOLISMO ESOTÉRICO DO NATAL. É claro que este é um evento maravilhoso, sobre o qual urge meditar profundamente (…). O Sol realiza a cada ano uma viagem elíptica que começa no dia 25 de dezembro, e então regressa ao polo sul, até a região da Antártida; exatamente por isto vale a pena refletirmos sobre o significado profundo do NATAL. Nesta época começa o frio aqui no norte, devido exatamente ao fato de que o Sol vai se afastando para as regiões austrais e, no dia 24 de dezembro, terá atingido o ponto máximo de sua viagem na direção sul. Se o Sol não avançasse rumo ao norte do dia 25 de dezembro em diante, morreríamos de frio. A Terra inteira se converteria em um bloco de gelo e realmente pereceriam todas as criaturas, tudo o que tem vida. Assim, vale a pena refletir sobre o acontecimento do NATAL. O Cristo-Sol deve avançar para dar-nos vida, e, no equinócio da Primavera, se crucifica na Terra; então amadurecem a uva e o trigo. É precisamente na Primavera que o Senhor deve passar por sua vida, paixão e morte, para logo ressuscitar; a Semana Santa é na Primavera no Hemisfério Norte. O Sol físico nada mais é que um símbolo do Sol Espiritual, do Cristo-Sol. Quando os antigos adoravam o Sol, quando lhe rendiam culto, não se referiam exatamente ao Sol físico; rendia-se culto ao Sol Espiritual, ao Sol da Meia-Noite, ao Cristo-Sol. Inquestionavelmente, é o Cristo-Sol quem deve guiar-nos nos Mundos Superiores de Consciência Cósmica. Todo místico que aprende a funcionar fora do corpo físico à vontade é guiado pelo Sol da Meia-Noite, pelo Cristo Cósmico. É preciso aprender a conhecer os movimentos simbólicos do Sol da Meia-Noite; é ele quem guia o Iniciado, quem nos orienta, ele é que nos indica o que devemos e não devemos fazer. Estou falando no sentido esotérico mais profundo, levando em conta que todo Iniciado sabe sair do corpo físico à vontade, que isto de não saber sair à vontade é próprio de principiantes, gente que ainda está dando os primeiros passos nesses estudos. Se alguém está na Senda, tem que saber guiar-se pelo Sol da Meia-Noite, pelo Cristo-Sol, aprender a reconhecer seus sinais, seus movimentos. Se o vemos, por exemplo, desaparecer no ocaso, o que é que isto nos indica? Simplesmente que algo deve morrer em nós. Se o vemos surgir do Oriente, o que é que isto nos diz? Que alguma coisa deve nascer em nós. Quando nos saímos bem nas provas esotéricas, ele brilha em sua plenitude no horizonte. O Senhor nos orienta nos Mundos Superiores, e temos que aprender a reconhecer seus sinais. Jean Dupuis (1828-1912) e muitos outros estudaram o maravilhoso acontecimento do NATAL; não há dúvida, e isto o reconhece Jean Dupuis, de que todas as religiões da antiguidade celebraram o NATAL. Assim como o Sol físico avança para o norte para dar vida a toda a criação, também o Sol da Meia-Noite, o Sol do Espírito, o Cristo-Sol, nos dá vida se aprendemos a cumprir com seus mandamentos. Nas Sagradas Escrituras se fala, obviamente, do acontecimento solar, e há que saber entender isto nas entrelinhas. A cada ano se vive no Macrocosmo todo o Drama Cósmico do Sol; cada ano, repito. Leve-se em conta que o Cristo-Sol deve crucificar-se cada ano no mundo, viver todo o drama de sua vida, paixão e morte, para logo ressuscitar em tudo o que é, foi e será, quer dizer, em toda a criação. Assim, pois, é como todos nós recebemos a vida do Cristo-Sol. Também é certo que cada ano o Sol, ao afastar-se para a região Austral, nos deixa tristes aqui no norte, pois vai dar vida a outras partes. As noites longas de inverno são fortes. Na época do NATAL os dias são curtos e as noites longas. Vamos refletindo sobre tudo isto, e convém que entendamos o que é o Drama Cósmico. É necessário que também em nós nasça o Cristo-Sol, ele deve nascer em nós. Nas Sagradas Escrituras se fala claramente de Belém e de um estábulo onde ele nasce; esse estábulo de Belém está dentro de cada um aqui e agora; precisamente nesse estábulo interior moram os animais do desejo, todos esses “eus ” passionais que carregamos em nossa psique, isto é óbvio. “Belém” mesmo é um nome esotérico; nos tempos em que o grande Cabir veio ao mundo, a aldeia de Belém não existia, de modo que isto é inteiramente simbólico. Bel é uma raiz caldeia que significa Torre do Fogo, de modo que, propriamente dito, Belém é Torre do Fogo. Quem poderia ignorar que Bel é um termo caldeu que corresponde precisamente à Torre de Bel, à Torre do Fogo? Assim, o termo Belém é totalmente simbólico. Quando o Iniciado trabalha com o Fogo Sagrado, quando elimina completamente de sua natureza íntima os agregados psíquicos, quando de verdade está realizando a Grande Obra, indubitavelmente há de passar pela Iniciação Venusta; a descida do Cristo ao coração do homem é um acontecimento cósmico e humano de grande transcendência; tal evento corresponde na verdade à Iniciação Venusta. Infelizmente, não se compreendeu realmente o que é o Cristo; muitos supõem que o Cristo foi exclusivamente Jesus de Nazaré, e estão equivocados. Jesus de Nazaré, como homem – ou, melhor dizendo, Jeshuá ben Pandirá – recebeu, como homem, a Iniciação Venusta, encarnou o Cristo, mas não é o único a ter recebido tal Iniciação. Hermes Trismegisto, o três vezes grande Deus Íbis de Thot, também O encarnou. João Batista, a quem muitos consideravam como o Christus, o Ungido, inquestionavelmente recebeu a Iniciação Venusta, encarnou-O. Os Gnósticos Batistas asseguravam na Terra Santa que o verdadeiro Messias era João, e que Jesus era somente um Iniciado que havia querido seguir a João. Havia naquela época disputas entre Batistas, Gnósticos, Essênios e outros. Devemos entender o Cristo tal qual é, não como uma pessoa, como um indivíduo. O Cristo está mais além da Personalidade, do Eu e da Individualidade. Cristo em esoterismo autêntico é o Logos, o Logos Solar representado pelo Sol. Agora compreenderemos porque os Incas adoravam o Sol, os Nahuas lhe rendiam culto, os Maias, os Egípcios, etc. Não se trata da adoração a um sol físico, mas ao que se oculta atrás deste símbolo físico; obviamente, adorava-se o Logos Solar, o Segundo Logos. Este Logos Solar é unidade múltipla perfeita. A variedade é unidade. No mundo do Cristo Cósmico a individualidade separada não existe; no Senhor somos todos um (…). Me vem à memória certa experiência, digamos, esotérica, realizada há muitos anos. Então, submergido em profunda meditação, obtive certamente o Samadhi, o estado de Mantéia, o Êxtase, como é chamado no esoterismo ocidental. Naquela ocasião eu desejava saber algo sobre o batismo de Jesus, o Cristo, pois bem sabemos que João o batizou. Foi profundo o estado de abstração, obtive o perfeito Dharana, ou seja, concentração, o Dhyana, ou meditação, e por fim consegui o Samadhi; me atreveria a dizer que foi um Maha-Samadhi, porque abandonei perfeitamente os corpos Físico, Astral, Mental, Causal, Búdico e até o Átmico. Consegui, pois, reabsorver minha consciência de forma íntegra no Logos. Assim, nesse estado logoico, como um Dragão de Sabedoria, fiz a correspondente investigação. De imediato me vi na Terra Santa, dentro de um templo; mas, coisa extraordinária, vi a mim mesmo convertido em João Batista, com uma vestimenta sagrada; vi quando traziam a Jesus com sua veste branca, sua túnica branca. Dirigindo-me a Ele, disse: “Jesus, despe tua túnica, tua vestimenta, pois vou batizar-te”. Depois retirei de um recipiente um pouco de azeite de oliva, conduzi-O ao interior do Santuário, ungi-O com o óleo, despejei água sobre Ele e recitei os mantrams e ritos. Depois, o Mestre se sentou em sua cadeira à parte; eu guardei tudo novamente, pus os objetos em seus lugares e dei por terminada a cerimônia. Mas vi-me transformado em João! É claro que, uma vez passado o Êxtase, o Samadhi, pensei: “Mas como é possível que eu seja João Batista? Nem remotamente, eu não sou João Batista! Fiquei bastante perplexo e pensei: “Vou fazer agora outra concentração, mas agora não vou me concentrar em João, vou concentrar-me em Jesus de Nazaré”. Então escolhi como motivo da concentração o Grande Mestre Jesus. O trabalho foi longo e árduo, a concentração foi se fazendo cada vez mais profunda; logo passei do Dharana – concentração, ao Dhyana – meditação, e deste ao Sammadhi, ou Êxtase. Fiz um esforço supremo que me permitiu despir-me dos corpos Físico, Astral, Mental, Causal, Búdico e Átmico até introverter minha consciência, absorvendo-a no mundo do Logos Solar, e, em tal estado, querendo saber sobre o Cristo Jesus, me vi a mim mesmo convertido em Cristo Jesus, fazendo milagres e maravilhas na Terra Santa, curando os enfermos, dando vista aos cegos etc., e, por último, me vi vestido com as vestes sagradas chegando ante João naquele Templo. Então João se dirigiu a mim e disse: “Jesus, retira tua vestimenta, pois vou batizar-te”. Trocaram-se os papéis, já não me vi transformado em João mas em Jesus, e recebi o batismo de João. Passado o Samadhi, regressando ao corpo físico, vim a constatar perfeitamente, com toda a clareza, que no mundo do Cristo Cósmico somos todos um. Se eu tivesse querido meditar em qualquer um de vocês, lá no mundo do Logos, me teria visto transformado em um de vocês, vivendo sua vida, já que lá não há individualidade, não há personalidade nem Eu; ali somos todos o Cristo, ali somos todos João, ali todos somos o Buda, ali somos todos um; no mundo do Logos não existe a individualidade separada. O Logos é Unidade Múltipla Perfeita, é uma energia que se move e palpita em todo o criado, que subjaz em todo átomo, em todo elétron, em todo próton, e se expressa vivamente através de qualquer homem que esteja devidamente preparado. Bem, este esclarecimento teve como objetivo explicar melhor o acontecimento de Belém. Quando um homem está devidamente preparado, passa pela Iniciação Venusta – mas, esclareço, deve estar devidamente preparado – e na Iniciação Venusta consegue a encarnação do Cristo Cósmico em si mesmo, dentro de sua própria natureza. Inutilmente teria Jesus nascido em Belém se não nascesse em nosso coração também. Inutilmente teria morrido e ressuscitado na Terra Santa, se não morre e ressuscita em nós também. Esta é a natureza do Salvator Salvandus. O Cristo Íntimo deve salvar-nos, mas salvar-nos desde dentro, a todos nós. Aqueles que aguardam a vinda de Jesus de Nazaré para um futuro remoto estão equivocados; o Cristo deve vir agora desde dentro, a segunda vinda do Senhor é desde dentro, desde o próprio fundo da Consciência. Por isto está escrito o que Ele disse: “Se ouvires alguém dizendo na praça pública que é Cristo, não o creiais, e se disserem “Ele está ali no Templo predicando”, não o creiais”. É que o Senhor não virá desta vez de fora mas de dentro, virá desde o próprio fundo de nosso coração, se nós nos prepararmos. Paulo nos esclarece, dizendo: “De Sua virtude tomamos todos, graça por graça”. Então, está documentado; se estudarmos cuidadosamente Paulo de Tarso, veremos que raramente alude ao Cristo histórico; cada vez que Paulo de Tarso fala sobre Jesus Cristo, refere-se ao Jesus Cristo Interior, ao Jesus Cristo Íntimo, que deve surgir do fundo de nosso Espírito, de nossa Alma. Enquanto o homem não O tiver encarnado, não se pode dizer que possua a Vida Eterna, só Ele pode tirar nossa Alma do Hades, só Ele pode verdadeiramente dar-nos Vida, e em abundância. Assim, pois, devemos ser menos dogmáticos e aprender a pensar no Cristo Íntimo, isto seria grandioso (…). Todo o simbolismo relacionado com o nascimento de Jesus é alquímico e cabalístico. Diz-se que três Reis Magos vieram adorá-lo, guiados por uma estrela; este trecho não pode ser compreendido, falando francamente, se não se for versado em alquimia, porque é alquímico. Que são essa estrela e esses Reis Magos? E eu vos digo que essa estrela não é outra coisa que o Selo de Salomão, a estrela de seis pontas, símbolo do Logos Solar. O triângulo superior representa obviamente o Enxofre, ou seja, o Fogo. E o inferior, o que representa em Alquimia? O Mercúrio, a Água; mas a que tipo de água se referem os Alquimistas? Dizem eles: “A Água Que Não Molha as Mãos, o Úmido Radical Metálico”, em outras palavras, o Exiohehari. Ele nasce no estábulo de nosso próprio corpo dentro do qual temos todos os animais do desejo, das paixões inferiores. Ele tem que crescer, desenvolver-se ascendendo pelos diversos graus até converter-se num Homem entre os homens, tomar a seu cargo todos os nossos processos mentais, volitivos, sexuais, emocionais, etc., passar por um homem comum. Mesmo sendo o Cristo um Ser tão perfeito, um Homem que não peca, ainda assim deve viver como um pecador entre pecadores, um desconhecido entre outros desconhecidos; esta é a crua realidade dos fatos. Mas (o Cristo) vai crescendo, vai-se desenvolvendo à medida que elimina em si mesmo os elementos indesejáveis que levamos dentro. É tal sua integração conosco que lança toda a responsabilidade sobre seus ombros. Converteu-se num pecador como nós, não sendo Ele um pecador – sentindo em carne e osso as tentações, vivendo como um homem qualquer. E assim, pouco a pouco, à medida que vai eliminando os elementos indesejáveis de nossa Psique, não como algo alheio ou estranho mas como algo próprio Dele, vai se desenvolvendo no interior de nós mesmos; isto precisamente é o maravilhoso. Se não fosse assim, seria impossível realizar a Grande Obra. É Ele quem tem de eliminar todo esse Mercúrio Seco, todo esse Enxofre venenoso, para que os Corpos Existenciais Superiores do Ser possam converter-se em veículos de Ouro Puro, Ouro da melhor qualidade. Os Três Reis Magos que vieram adorar o Menino representam as cores da Grande Obra. A primeira cor é o Negro, quando estamos aperfeiçoando o corpo. Isto, repito, simboliza o Corvo Negro da Morte, é a Obra de Saturno simbolizada pelo Rei Mago de cor negra; então passamos por uma morte, a morte de nossos desejos, paixões, etc., no Mundo Astral. A seguir vem a pomba Branca, isto é, o momento em que já desintegramos todos os Eus do Mundo Astral; adquirimos então o direito de usar a túnica de linho branco, a túnica do Phtah egípcio, a túnica de Ísis; evidentemente esta cor é simbolizada pela Pomba Branca; este é ainda o segundo dos Reis, o Rei Branco. Já bastante avançado no aperfeiçoamento do Corpo Astral, apareceria a cor Amarela, ou seja, conquistaria o direito à túnica Amarela; então aparece a Águia Amarela, o que nos recorda o terceiro dos Reis Magos, que é da raça amarela. Finalmente, a coroação da Obra é a Púrpura. Quando um corpo, seja o Astral, o Mental ou o Causal, já se tornou de Ouro Puro, recebe a púrpura dos Reis, porque triunfou. Assim, como podem ver, os Três Reis Magos não são três indivíduos, como muitos acreditam, mas símbolos das cores fundamentais da Grande Obra, e o próprio Jesus Cristo vive dentro. Jesus em hebraico é Jeshuá; Jeshuá significa Salvador, e, como Salvador, nosso Jeshuá Particular tem de nascer neste estábulo que temos dentro de nós para realizar a Grande Obra; Ele é o Magnésio Interior do Laboratório Alquimista. O grande Mestre deve surgir no fundo de nossa Alma, de nosso Espírito. O mais duro para o Cristo Íntimo, após seu nascimento no coração do Homem, é precisamente o Drama Cósmico, sua Via Crucis. No Evangelho as multidões aparecem pedindo a crucificação do Senhor; essas não são multidões de ontem, de um passado remoto, como se supõe, de algo que ocorreu há 1975 (ano em que este texto foi escrito) anos. Não, senhores, essas multidões estão dentro de nós mesmos, são nossos famosos “Eus”; dentro de cada pessoa moram milhares de pessoas, o “Eu do ódio”, o “Eu tenho ciúmes”, o “Eu sinto inveja”, o “Eu da cobiça”, ou seja, todos os nossos defeitos, e cada defeito é um “Eu” diferente. É claro que essas multidões que trazemos dentro de nós, que são nossos famosos “Eus”, são os que gritam: “Crucifiquem-nO, crucifiquem-no!”. Quanto aos Três Traidores, já sabemos que no Evangelho Crístico são Judas, Pilatos e Caifás. Quem é Judas? O Demônio do Desejo. Quem é Pilatos? O Demônio da Mente. Quem é Caifás? O Demônio da Má Vontade. Mas é preciso esclarecer isto, para que se possa compreendê-lo melhor. Judas, o Demônio do Desejo, troca o Cristo Íntimo por 30 moedas de prata: 30 (3 + 0 = 3), esta é a alusão cabalística, ou seja, troca-O pelas coisas materiais, pelo dinheiro, pela bebida, pelo luxo, pelos prazeres animais etc. Quanto a Pilatos, é o Demônio da Mente; este sempre “lava as mãos”, nunca tem culpa, para tudo encontra uma evasiva ou justificativa, jamais se sente responsável. Realmente, estamos sempre justificando todos os defeitos psicológicos que temos em nosso interior, jamais nos julgamos culpáveis. Muita gente me diz: “Acredito ser uma boa pessoa; eu não mato, não roubo, sou caridoso, não sou invejoso”, ou seja, são todos cheios de virtude, perfeitos, segundo eles próprios; “ignoto”, é o que tenho a dizer ante tanta perfeição. Assim, olhando as coisas como são, em seu cru realismo, esse Pilatos sempre lava as mãos, nunca se considera culpado. Quanto a Caifás, francamente o considero o mais perverso de todos. Pensem no que representa Caifás: muitas vezes o Cristo Íntimo nomeia um Sacerdote, um Mestre ou Iniciado para que guie suas ovelhas e as apascente, lhe entrega a autoridade e o põe à frente de uma congregação, e o tal Sacerdote, Mestre, Iniciado etc., em vez de guiar seu povo sabiamente, vende os Sacramentos, prostitui o Altar, fornica com as devotas etc. Ou seja, trai o Cristo Interno, isto é o que faz Caifás. É doloroso isso? É claro, é horrível, é uma traição do tipo mais sujo que há, e não há dúvida de que muitas religiões se prostituíram e muitos sacerdotes traíram o Cristo Íntimo; não me refiro a nenhuma seita em particular, mas a todas as religiões do mundo. É possível que haja grupos esotéricos dirigidos por verdadeiros Iniciados, e que estes, muitas vezes traidores, tenham traído o Cristo Íntimo. Tudo isto é doloroso, infinitamente doloroso. Caifás é o que há de mais sujo. Estes três traidores levam o Cristo Íntimo ao suplício. Pensem por um instante no Cristo Íntimo no mais profundo de cada um de vocês, senhor de todos os processos mentais e emocionais, lutando por salvá-los, sofrendo terrivelmente; os próprios Eus de vocês protestando contra Ele, blasfemando, pondo a coroa de espinhos, açoitando-O. Bem, esta é a crua realidade dos fatos, este é o Drama Cósmico vivido interiormente. Finalmente, este Cristo Íntimo subiria ao Calvário, isto é óbvio, e baixa ao sepulcro, com sua morte mata a morte, isto é a última coisa que faz. Posteriormente ressuscita no Iniciado e o Iniciado ressuscita n’Ele. Então a Grande Obra está realizada, consummatum est. Assim têm surgido através dos séculos Mestres Ressurretos; lembremos um Hermes Trimegisto, um Moria, grande Mestre da Força do Tibet, lembremos o Conde Cagliostro (1743-1795), que ainda vive, e Saint-Germain (1712-1784), que em 1939 visitou outra vez a Europa. Este Saint-Germain trabalhou ativamente nos séculos 17, 18 e 19 e, entretanto, continua a existir fisicamente, é um Mestre Ressurreto. Por que são Mestres Ressurretos? Porque, graças ao Cristo Íntimo, obtiveram a Ressurreição. Sem o Cristo Íntimo, a Ressurreição não seria possível. Aqueles que supõem que pelo simples fato de morrer fisicamente alguém já tem direito à Ressurreição dos Mortos são realmente dignos de compaixão; falando outra vez em estilo socrático, não apenas ignoram mas, o que é ainda pior, ignoram que ignoram. A Ressurreição é algo pelo qual se tem de trabalhar, e trabalhar aqui e agora, e é preciso ressuscitar em carne e osso (e ao vivo). A Imortalidade deve-se consegui-la agora mesmo, pessoalmente; assim se deve considerar todo o Mistério Crístico. Todo o Drama Cósmico é em si mesmo extraordinário, maravilhoso, e se inicia realmente com o NATAL DO CORAÇÃO. O que vem a seguir relacionado com o Drama, a fuga para o Egito, quando Herodes manda matar todos os meninos e Ele tem de fugir, tudo é simbólico, totalmente simbólico. Dizem (num Evangelho Apócrifo) que Jesus, José e Maria tiveram de fugir para o Egito, tendo permanecido vários dias vivendo sob uma figueira, e que desta figueira saiu um manancial de água puríssima – é preciso saber compreender isto : esta figueira representa sempre o sexo; dizem ainda que se alimentavam do fruto desta figueira, os frutos da Árvore da Ciência do Bem e do Mal. A água que corria puríssima, que saía desta figueira, é nada menos que o Mercúrio da Filosofia Secreta. Quanto à decapitação dos inocentes, muito se tem escrito sobre isso. Nicolas Flamel (1340-1418) deixou gravadas nas portas do cemitério de Paris cenas retratando a degola dos inocentes. Por que essa cruel degola dos inocentes? Não obstante, isto é também muito alquímico, todo Iniciado tem de passar pela decapitação. Mas o que é que o Cristo Íntimo tem de decapitar em nós? Simplesmente deve degolar o Ego, o Eu, o Si Mesmo, e o sangue que emana da decapitação é o Fogo, é o Fogo Sagrado pelo qual o Iniciado tem de purificar-se, limpar-se, branquear-se; tudo isso é profundamente esotérico, nada pode ser tomado “ao pé da letra”. A seguir vêm os feitos milagrosos do grande Mestre. Caminhava sobre as águas, [como] sobre as Águas da Vida tem de caminhar o Cristo Íntimo. Abrir a visão dos que não vêm, predicando a palavra para que vejam a luz; abrir os ouvidos dos que não querem ouvir, para que escutem a palavra. Quando o Senhor já cresceu no Iniciado, tem de tomar a palavra e explicar a outros o que é o caminho, limpar os leprosos; não há ninguém que não esteja leproso, essa lepra é o Eu pluralizado, essa é a epidemia que todos levam dentro de si, a lepra da qual devemos ser limpos. Os que estão paralíticos não caminham ainda pela Senda da Auto realização, o Filho do Homem deve curar os paralíticos para que andem rumo à montanha do Ser. Há que compreender tudo isto de forma mais íntima, mais profunda; isto não corresponde a um passado remoto, é para ser vivido dentro de nós mesmos aqui e agora. Se começamos a amadurecer um pouquinho, saberemos apreciar melhor a mensagem que o Grande Kabir Jesus trouxe à Terra. Em todo caso, precisamos passar por Três Purificações, à base de ferro e fogo – este é o significado dos Três Cravos da Cruz. E a palavra INRI (é o acrônimo da frase em latim: Iesus Nazarenus, Rex Iudaeorom, cuja tradução é - Jesus Nazareno o Rei dos Judeus) diz muito. Já sabemos que INRI esotericamente é o Fogo; necessitamos passar pelas Três Purificações à base de ferro e fogo antes de conseguir a Ressurreição, do contrário seria impossível lográ-la. Aquele que ressuscita se transforma radicalmente, se converte num Deus-Homem, é um Hierofante da estatura de um Hermes, um Quetzalcoatl ou um Buda. Mas é necessário fazer a Grande Obra. Realmente, não se poderia entender os quatro Evangelhos se não se estudasse Alquimia e Cabala, porque [os Evangelhos] são alquimistas e cabalistas, isto é óbvio. Os judeus tinham três livros sagrados. O primeiro é o corpo da doutrina, a Bíblia. O segundo é a alma da doutrina, o Talmud, no qual está a alma nacional judaica. E o terceiro é o espírito da doutrina, o Zohar, onde está toda a Cabala dos rabinos. A Bíblia, o corpo da doutrina, está escrita sob chave. Se queremos estudar a Bíblia “compaginando versículos”, procedemos de forma ignorante, empírica e absurda. Prova disto é que todas as seitas mortas que, até a época atual, se nutriram da Bíblia interpretada de forma empírica, não puderam entrar em acordo. Se existem milhares de seitas baseadas na Bíblia, quer dizer que nenhuma delas a compreendeu. As chaves para a interpretação estão no Zohar, escrito por Simeon Ben Jochai, o grande rabino iluminado. Aí encontramos as chaves para interpretar a Bíblia. Então, é necessário “abrir” o Zohar. Se queremos saber algo sobre Cristo, sobre o Filho do Homem, devemos estudar a árvore da vida (...). www.gnosisonline.org.br. Abraço. Feliz Natal a todos os leitores do Mosaico, bem como a seus queridos familiares. Davi