Editor do Mosaico. Nesse último dia do ano, quero agradecer a
presença dos leitores que visitaram o Mosaico lendo os textos postados. Enumero os países que estão conectados: Brasil, Rússia, Estados Unidos, França, Irlanda, Espanha, Alemanha, Ucrânia, Portugal e Guiana. Tivemos
um ano difícil no mundo, e tudo indica que essa nuvem escura continuará sua
projeção pelo planeta Terra. Vários problemas causaram preocupação e medo - a
tensão entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos na questão nuclear. Ameaças
do ditador Kim que apresentou teste com míssil intercontinental capaz de
atingir o território americano - Ilhas Virgens. Isso causou fúria e ira no
presidente americano Trump, que deslocou uma frota de navios nucleares para a
costa da península coreana. A decisão unilateral de Trump de não retificar o
Acordo do Clima, já decidido pelos então ex-presidentes Clinton, Bush e Obama
decepcionou a Comunidade Internacional. Os americanos são os maiores
poluidores do Planeta na emissão de gases tóxicos e metais pesados na
atmosfera. Trump também protagoniza uma decisão controversa e sem base jurídica
ou consenso das nações. Seu suposto arbitramento em tornar Jerusalém a capital
política de Israel. Mais de cem países membros da ONU protestaram contra essa deliberação forçada e sem legitimidade. Nosso país o Brasil, dá sinais de recuperação econômica com a inflação em seu menor nível nos
últimos 30 anos, menos de 3% em 2017. Nossa vizinha, a Venezuela fechará esse ano
com 2.700% de inflação; o país atravessa um inferno astral, onde o desabastecimento se generalizou. Entretanto, nossa nação ainda amarga números negativos com 13%
da população ativa desempregada. Isso representa mais de 30 milhões de pessoas
sem receber salário. A informalidade do sub emprego é a saída de milhares de
brasileiros. Nossa política continua esclerosada, velha, corrupta, carcumida e
desesperançosa. O ano eleitoral de 2018 é uma das maiores incógnitas já vista
em nossa história. Não temos líderes capazes de conduzir a nação, e talvez um
nome populista e "salvador da pátria" poderá encarnar o oportunismo desse vácuo
social. A onda dos governos nacionalistas como tendência global chega ao
Brasil. Isso em nosso atual contexto tem muita representatividade. As mudanças
advindas deste modelo - reforma da Previdência, nova relação trabalho e
emprego, maior influência empresarial no Estado, micro empreendedorismo nos
vários setores econômicos, volatilidade nas relações trabalhistas serão
implantadas; mesmo com os protestos das centrais sindicais. Servidores públicos federais poderão fazer opção pelo Tele Trabalho em casa, abrindo postos às empresas que
alocarão os empregados terceirizados. Precisamos de força, coragem, resiliência, tolerância e consideração para com todos. Além de devoção, dever e gratidão para evoluir nossa espiritualidade. Esses atributos nos darão condições de atravessarmos os próximos três anos, que tendem a mesma característica do ano que termina. MEDITAÇÃO CRISTÃ. A Meditação foi praticada nos primórdios
do cristianismo até o século V aproximadamente com o nome de Oração do
Silêncio. Nesse tempo não havia o rígido controle que a igreja posteriormente
usaria para uniformizar os rituais e cerimoniais dando configuração
eclesiástica ao catolicismo. Nos mosteiros e comunidade isoladas de eremitas os
exercícios espirituais continuavam ativos. A meditação tem o propósito de
interagir com o ser humano de maneira (mente, alma e corpo) integral. Na
perspectiva hindu o homem é constituído de duas partes básicas chamadas de Rupa
(forma) e Arupa (não forma). A teosofia chama essa composição de setenária,
pois o aspecto inferior tem os componentes: corpo físico, etérico, astral ou
emocional e mental (concreto e abstrato). Essa parte é representada por um
quadrado. O aspecto superior tem os componentes: Atma, Budhy e Manas. Essa
parte é representada por um triângulo. Não detalharei esses elementos, agora,
pois fugiria da nossa intenção original, mas o primeiro Atma é considerado a
Consciência Cósmica, o originador de todas as mônadas, chispas divinas
incluídas em nossa atual Raça Raiz. Pormenorizarei um pouco o conceito de
Monada, usado pela Teosofia vindo da filosofia de Gottfried Leibniz
(1646-1716). "As Monadas são consideradas Átomos da natureza, isto é, são
elementos simples que compõem todas as coisas. Cada Monada é, no entanto,
distinguível das outras, possuindo qualidades que variam unicamente por
princípio interno, visto que, enquanto substância pura, nenhuma causa exterior
pode influir em seu interior. Não havendo partes em uma monade, ela possui um
detalhe múltiplo, isto é, envolve uma multiplicidade na unidade. Expressando o
universo sobre um determinado ponto de vista ou seja é dotada de percepção. Uma
Monada não pode exercer qualquer efeito sobre a outra, ocorrendo entre elas uma
acomodação, através de Deus, que ao fazer cada uma, teve em conta todas as
outras. Dado que cada monade tem em si a representação do Universo e da relação
entre todas as monades. Um espírito Absoluto, Deus, pode segundo Leibniz, a
partir do que se passa em cada uma, inferir por mero cálculo o que se passa, o
que se passou e o que se passará em todo o Universo". Manas associa
nossa mente abstrata, defluindo-a da concreta, sendo ela ligada ao inferior
cogita das coisas terrenais e mundanas. A mente abstrata eleva nossos
pensamentos à individualização profusa com o divino, bem tipificado na prática
meditativa. Budhy é o envoltório de Atma formador da centelha divina (Monada)
em todos os seres humanos e não humano. Nosso verdadeiro ser é o Eu Superior
localizado na tríade superior e não na quadratura inferior. Mas o indivíduo
acredita ser o Eu Superior. O processo de desenvolvimento do Eu Superior está
ligado a evolução de nossa consciência que expande-se rumo a evolução. Ir além
do que é humano é entrar no reino dos céus. Mateus 25:34 "(...), vinde
benditos de meu Pai, possui por herança o reino que vos está preparado desde a
fundação do mundo". O corpo causal, aquele que está sob o domínio do
carma, é nossa alma que se expressa na unidade de consciência. Aqui pensamos
uma consciência completa e funcionando em sua normalidade, pois os indivíduos
patologicamente afetados por transtornos psíquicos como a esquizofrenia e
psicose terão suas consciência fragmentadas, impedindo um comportamento
neurológico saudável. A alma nomeia o Eu como embaixador enquanto estamos
encarnados, processo que acontece em todos os nossos renascimentos. Acreditamos
estar a unidade de consciência no mental concreto e devemos ultrapassar essa
muralha que nos limite como prisioneiro de nossos pensamentos. Eles nos
distraem forçando-nos a viver apegados aos desejos e submissos a vontade
terrena. A mente superior é a entrada na vida espiritual como vivência que nos
transforma, a gnose que é o conhecimento esotérico da verdade espiritual. “A
gnose combina mística, sincretismo religioso e especulação filosófica que
diversas comunidades do primeiro século da era cristã, consideradas heréticas
pela igreja, acreditavam ser essencial à salvação da alma”. A função da mente concreta
é olhar para fora do mundo diferenciando os objetos. Isso acaba produzindo a
separatividade alheia ao conhecimento do todo e discernimento das partes,
levando-nos a ignorância e induzindo-nos ao erro. Desse modo tratamos os outros
como outros e não nosso irmão. Deus é cognoscível, que se conhece, e
incompreensível ao mesmo tempo, um paradoxo que não conseguimos explicar
logicamente. Deus não se concebe com a mente concreta, o cogito erga sun, penso
logo existo de René Descartes (1596-1650), ainda é insuficiente à compreensão
do Logos Divino. A mente abstrata que acessa Manas através duma ponte ou fio
dourado chamado Antakarana, saindo de nossa terrena personalidade e entrando em
nossa superior individualidade conhece os mundos espirituais invisíveis. João
14:6 "Disse-lhes Jesus: Eu Sou o caminho a verdade, e a vida. ninguém vem
ao Pai senão por mim". A bíblia deve ser interpretada na linguagem
alegórica. Eu Sou, representa o divino em cada um de nós manifestado no
caminho, verdade e vida. Conhecemos a verdade pela vida que é Atma, o Espírito
Puro. A mente esclarecida, colocada na parte superior de nosso ser, como diz
Romanos 8:6 " (...) a mente posto no espírito é vida e paz". Assim
percebemos como todas as coisas convergem para o centro do Universo. Meditação
tem haver com o esvaziar da mente de todo o pensamento. As rotas e pegadas que
devemos seguir dos grandes seres que atingiram essa meta da comunhão mística
meditativa com o Divino. A meditação é um exercício ou prática que deve ser
periódica onde nos acalmamos, não nos preocupamos e tentamos ouvir nossa
respiração e as batidas de nosso coração. Quando a pessoa corre, o cérebro
entra no sistema de hiperatividade para oxigenar os pulmões. A meditação,
comparativamente, realizada conforme as instruções corretas dispara um
mecanismo de aproximação e vivência espiritual que produz paz e felicidade. A
meditação cristã foi ensinada por Jesus no sermão da montanha. Mateus 6:6
"Mas tu quando orares, entra no teu aposento, quarto, e fechando a tua
porta, ora a teu Pai que está em secreto. E teu Pai que vê em secreto, te
recompensará publicamente". Pesquisas antropológicas culturais mostram que
nos tempos de Jesus as casas na palestina eram modestas e de apenas um cômodo.
Orar ao Pai em secreto num aposento denota a câmara interna do nosso coração. O
Pai que vê em segredo te recompensará; esse galardão é a próprio presença
divina. Aqui fazemos um paralelo com o que diz o Bhagavad Gita "fazer a
ação renunciando aos seus frutos". Algo que como cristãos ainda precisamos
aprender a fazer. A oração do silêncio está incluída na bíblia, mas como seus
argumentos são sintéticos precisamos expandir e entender a sua implicação. A vida típica de um judeu abrangia dentre outros elementos a família,
honra e riquezas. Aqueles buscadores do divino e compromissados em encontrar a
paz, serenidade e quietude iam para o deserto em busca de "solidão".
Eles são chamados pela literatura cristã (Coleção Filocalia) de padres do
deserto. Temos nesse fato uma lição de vida, não basta mudar de lugar para nos
santificarmos devemos dar novo direcionamento à nossa alma. Não adianta fugir para
caverna pois leva-se os problemas dentro dela. O apóstolo Paulo diz em I
Tessalonicenses 5:17 "Orai sem cessar". Isso não é no sentido
literal, mas uma prontidão para termos constantemente atenção para o divino.
Esses padres do deserto buscavam orientação com os Essênios, uma comunidade
espiritual do primeiro século que tinha na gnose a compreensão da sabedoria
divina. Ao olhamos para nós conhecemos a Deus. Essa tradição quando algum
candidato (neófito) se dispunha a entrar na ordem mística, era levado à um poço
d'água pr ver seu rosto. O procedimento continuava quando um dos discípulos
jogava uma pedra dentro do poço impedindo que ele consegue enxergar-se. Após o
discípulo o aquietava falando-lhe que sua mente devia sossegar-se. Os antigos
manuais cristão orientavam que para praticarmos a oração do silêncio (Meditação)
um dos requisitos principais era sentarmos com a coluna reta e enrolarmos a
barba. Aqui uma menção jocosa porque nesse tempo as mulheres não meditavam, mas
hoje todos podemos exercitar essa prática saudável. Infelizmente as comunidades
gnósticas que antes conviviam pacificamente com os cristãos até o século V, com
as mudanças realizadas pelo Concílio de Constantinopla II foram execradas
(abominadas, odiadas) pela igreja, perdendo-se essa salutar prática restrita
apenas ao mosteiro como exercício espiritual de ordens menores mendicantes. O
absurdo da proibição da leitura bíblica nos templos e catedrais nas línguas
nacionais, foi uma das medidas adotadas nesse tempo. apenas franqueada nos
conventos e abadias aos clérigos, cônego e demais eclesiásticos. Além do
problema de falar uma língua e a bíblia escrita em outra, na época a Vulgata,
tradução do hebraico Septuaginta para o latim. Como sabemos com a conversão de
Martinho Lutero (1483-1546) ao cristianismo e a invenção de tipos mecânicos
móveis para impressão por Johannes Gutenberg (1398-1468), a versão da bíblia
cristã espalhou-se nas línguas nacionais da Europa. Uma famosa obra escrita no
século IV por um monge desconhecido da ordem dos Catuchinos chamada A Nuvem do
Não Saber, falava de um Deus envolto numa nuvem, encoberto pela ignorância e
ostentação eclesiástica. São mostrados nos seus 75 capítulo do livro a maneira
de viver uma vida contemplativa e meditativa. Esses conceitos de vida
profunda com Deus, espalharam-se pelos mosteiros influenciando santos e
místicos como Santa Teresa de Ávila (1515-1582) e São João da Cruz (1542-1491).
Duas correntes no catolicismo assumiram essa posição de exercícios espirituais
meditativos os monges Trapistas e os Beneditinos. Os monges trapistas tem
oração na posição centrada. Sentavam-se com a coluna ereta com o propósito de
fazer com que a energia que circula nas costas seja ativada pelos chackas
(centros energéticos no corpo humano). Eles escolhem uma palavra monossilábica
exemplo: luz, paz, amor para que nossa mente seja limpa. Devemos no mantra
invocativo falar a palavra em voz calma só no pensamento. Os monges beneditinos
na invocação mântrica usam uma palavra com quatro sílabas, como exemplo
Mahanata (do grego Vem Senhor!). Esclarecendo essa palavra é traduzida
erradamente por muitos grupos cristãos como Vem Senhor Jesus; no original não
consta o vocábulo Jesus. A repetição do termo escolhido deve ser feita
pausadamente com intervalos periódicos. As duas escolas meditativas sugerem aos
praticante persistência, pontualidade (se possível) e comprometimento com o
exercício espiritual. Atualmente existe a Comunidade Mundial de Meditação Cristã sob a
liderança do monge beneditino Dom Laurence Freemann (1951- ) que faz um
belíssimo trabalho inter-religioso com as tradições orientais de meditação,
incluindo a yoga. É organizado retiro meditativos em vários países ocidentais
com boa assistência e interesse do público cristão, não cristão, leigos e
clérigos. Freemann se encontrou com o Dalai Lama, Tenzin Gyatso (1935- )
em Belfast, Irlanda do Norte, num evento patrocinado pela Comunidade Mundial
Cristã Meditativa recebendo preciosa orientação do Bodhissatwa (encarnação
atual do Budha). A meditação é difícil em níveis, pois estamos voltados para o
mundo exterior; isso produz culpa, crença, trauma, mágoa, ressentimento e baixa
autoestima. Isso nos impede de olhar para dentro, vendo profundo para alcançar
nossa luz interior. Se um cabalista, yogue ou místico consegue adentrar ao
portal da comunhão íntima com o divino, nós também podemos. O mestre Jesus
disse que não somos do mundo em João 17:14,15 "(...) porque não são do
mundo, assim como eu não sou do mundo. Não peço que os tire do mundo, mas sim
que os livre do mal". Algumas sugestões práticas para a vida espiritual. 1.
Compaixão para consigo mesmo, amar o próximo de todo coração. 2. Termos
consciência dos erros do passado, sendo perdoados e responsabilizando-nos de
não comete-los novamente. Mas cientes que isso não significa o cancelamento do
efeito cármico. 3. Ver a face de Cristo em todas as pessoas, sejam elas quem
for. Somos uma expressão divina de luz, amor, paz, alegria. Não temos a
incumbência de mudar o mundo diretamente, mas sim, mudar a nós mesmos. No
hinduísmo temos a meditação Raja Yoga que contem oito estágios para que
alcancemos a iluminação ou Samadhy. Concluo com a proposta de leitura do livro
Relato de Um Peregrino Russo; está disponível na Web (rede mundial de
computadores na internet) em várias línguas. É uma obra fundamental da mística
cristã. O autor é um russo anônimo do século XIX, que narra sua jornada
geográfica e espiritual pelo interior da Rússia, enquanto descobre e pratica a
oração de Jesus. Como auxílio à concentração ele se vale de um rosário cristão
oriental e da leitura da Filocalia (palavra que significa amor e beleza. É um
livro clássico da literatura católica ortodoxa, como uma coletânea de textos de
autores diversos sobre a oração do coração e a oração de Jesus). O peregrino
russo conta a história de um homem que queria aprender a rezar. Ele ouviu certa
vez na bíblia que deveríamos "orar sem cessar". Ele procurou
muitos mestres, e nenhum o satisfez, até que encontrou um monge que lhe ensinou
a oração de Jesus (...). O homem então começou a repetir o nome de Jesus, até
que a oração tomou conta de sua mente e de seu coração. O Peregrino Russo é um
dos grandes clássicos da espiritualidade universal, expondo a convergência de
fundo da oração do peregrino com métodos espirituais análogos em outras
tradições, como o mantra indiano. Abraço. Davi
domingo, 31 de dezembro de 2017
quinta-feira, 28 de dezembro de 2017
OS HINDUS ACREDITAM NO DIABO?
Editor do
Mosaico. A partir deste texto, apresentarei um resumo das palestras do Curso de
Introdução ao Pensamento Teosófico. Aos que desejarem acompanhar a visão
esotérica das religiões, filosofias e espiritualidades orientais. Bem como o
pensamento das tradições e culturas budistas, hinduístas, taoístas,
confucionistas e outras. Serão reflexão pessoais, desprovidas de interesse
quanto a "verdades" absoluta, descomprometidas com dogmas ou crenças.
Começo este estudo respondendo uma pergunta feita por uma amiga. Os hindus
acreditam no diabo? Bem, vou tentar fazer uma breve exposição dentro desta
premissa que foi abordada. Até onde compreendo das
leituras que tenho feito nesse assunto, os hinduístas tem (verdades) opiniões
diferentes das nossas quanto a muitos conceitos espirituais. Os hindus têm
aproximadamente 330 milhões (politeísmo) de divindades. Este é um ponto
importante, pois essa tradição vê "deuses" em tudo e em todos. Um
panteísmo (crença de que Deus e todo o Universo são uma única coisa, e que Deus
não existe como um Espírito separado) onde uma força cósmica rege, controla e
harmoniza o Universo. Uma ideia de que homens e "deuses" coexistem
neste mundo, e em outros possíveis. Perceba que segundo este conceito não há um
antropomorfismo (conceber atributos humanos a divindades) que tutela e
assemelha em graus de afinidades homens e "deuses". Tanto que animais
como vaca, macaco, elefante e algumas aves que voam são consideradas sagradas.
Nossa tradição cristã para compreender a divindade (Trindade Divina - Pai, Filho e Espírito Santo) os
assemelha as qualidades humanas. Os Católicos Ortodoxos imprimiram a figura da
Virgem Maria – Imaculada Conceição a Mãe de Deus, a Santíssima Intercessora que
"roga por nós na hora de nossa morte", como fazendo parte da divindade. Interessante esse arquétipo,
corroborado pela maioria das religiões universais, que também têm suas
divindades femininas. Isso insere a Santíssima Virgem no seio da família
cristã com exemplo de pureza, santidade e amor. A mãe é um arquétipo essencial na harmonia e equilíbrio dos
relacionamentos saudáveis. Como símbolo positivo que ama, nutre, cuida e
aperfeiçoa os seus filhos. Os orientais não entendem a Divindade assumindo
vícios e virtudes humanas; como se estivesse sob a influência do bem e do mal.
A visão heteromorfa – o deus que se manifesta em tudo e em todos, é em sua
cultural mais lógica, plausível e melhor compreendida por todos. Nesse ponto de vista a
partícula divina estar em todo Ser e Ente para passar pelo processo contínuo e inexorável da evolução. Desde elementais, minerais, vegetais, animais e os humanos. Isso dá aos hindus uma volatilidade – imaterial
e incorpóreo e flexibilidade em relação a assuntos como esse que estamos
abordando. Desse modo, eles não têm o diabo como opositor de Deus; lutando em
pé de igualdade com Ele. Até em alguns casos o vencendo, ideia que é passada na
cultura cristã. Que por sinal é absurda e ridícula, sem nenhuma razão lógica que a justifique. A divindade suprema dos hindus, Brahma, que podemos chamar de
outros nomes como: Consciência Cósmica, Logos Divino, Espírito Eterno é o ponto
de equilíbrio do Universo. Com sua infinitude e completude sustenta e rege com
poder e autoridade todas as forças negativas e positivas que atuam no
microcosmo (homem) e no macro cosmo (Universo). Contudo, a divindade suprema do
hinduísmo é composta de três deuses. Shiva é o deus da transformação. Uma
força superior intangível que age no Universo. Não aquela figura
medonha idealizada com chifres, rabo pontiagudo e tridente na mão. Shiva é considerado o criador da Yoga, por causa de seu enorme poder em transformar sentimentos e situações ruins em boas. Devido a sua forte energia que emana positividade e tranquilidade. As entidades, negativas, os seres que não são iluminados, ao entrar em contato com Shiva. Passam a receber sua luz, tornando-se divindades generosas, assim como ele. Shiva age em
nosso quaternário inferior, representado pelo corpo físico, éterico, emocional
e menta. Impedindo que nossa personalidade, que é apegada aos prazeres, desejos
e vontades terrenas, alcance pela virtude e bem-aventurança. Praticando atos
humanitários, o estágio da individualidade, que segundo a filosofia espiritual,
evolui nosso ser produzindo emoção e sentimento de fraternidade humana. O
problema de personalizar o diabo é que, atribuímos a ele o que ele não tem e
não é. Um casuísmo que chegamos ao absurdo de confrontá-lo Logos Divino.
Oportuno lembrar que estes povos, não tem conceito de inferno eterno, onde as
pessoas más ou aquelas que não aceitaram Jesus serão lançadas para sempre no
Lago de Fogo. Marcos 9, 47-48 " ... sereis lançados no fogo do inferno.
Onde o seu bicho não morre e, o fogo nunca se apaga". Um versículo
terrível e desumano. Não mais acredito num Deus cruel e impiedoso,
sadomasoquista como este. Isso é ilógico e incompreensível quando pensamos em
seu amor e na sua graça. Os dois últimos deuses – Vishnu e Brahma, cooperaram
um com o outro. Vishnu vêm ao mundo de diversas formas chamadas de avatares; podendo ser humanas, animais ou a combinação dos dois. Todos esses aparecem ao mundo quando um grande mal ameaça a Terra. No total existem dez avatares de Vishnu, dos quais nove já se manifestaram no mundo. Sendo Rama e KRISHNA os mais conhecidos, e outro ainda está por aparecer. São eles: Matsya o Peixa; Kurma a Tartaruga; Varaha o Javali; Nahasimha o Homem-Leão; Vamana o Anão; Parashurama o Homem com o Machado; Rama o arqueiro; KRISHNA; Budha o Iluminado; Kalki o Espadachim montado a cavalo que ainda está por vir. Vishnu é o poder de manutenção do Universo. Sua natureza é lila, ou a representação. Assume diferentes formas a sua vontade. Ele está em pé sobre um lótus de mil pétalas, com uma concha, um disco, uma massa e um lótus na mão. Esses quatro instrumentos são essenciais para a diversão da vida. A concha é o instrumento que devolve a união de todos os sons da criação, representando o som puro OM. Que traz a liberação para os seres humanos. O disco ou chackra é o anel de luz que rodopia no dedo indicador de Vishnu. Ele é o símbolo do Dharma. O dever de fazer o que é certo e correto, também representa a roda do tempo. A massa ou clava é um instrumento para atacar os desejos, fonte de todo o sofrimento e insegurança. O lótus é mostrado para que não esqueçamos a nossa meta que é encontrar a nós mesmo. O lótus cresce no lodo e continua luminosos, radiante, inafetado pelo ambiente. Abre suas pétalas ao primeiro raio de sol, fechando com o último raio de sol. KRISHNA tem semelhança mitológica com o Cristo. Basta dizer que ele foi gerado por Vishnu no ventre de sua mãe. Quando criança, já mostrava habilidade intelectual ao conversar com os sábios no templo. Tinha um extremo amor pelo próximo e por muitas vezes era cercado pelas crianças. Costumava ser visto com os animais, feras e aves do campo. Esteve acompanhado por um grupo de discípulos em seu ministério. Morreu injustamente pelos seus algozes ao lado de uma árvore, traspassado por flechas e uma cravou-lhe o coração. Brahma é a Consciência Universal, o Princípio de Tudo. A
razão do eterno ser, e onde tudo e todos um dia convergirão para um nirvana –
iluminação e despertar divinos. No budismo, última etapa da contemplação, esse
aspecto é caracterizado pela ausência da dor e pela posse da verdade. Ela, que
é tão almejada por todas as religiões. O nirvana é decorrência da integração do
espírito universal no seio da divindade suprema. Brahma é o criador do Universo, a inteligência criadora, representando a mente cósmica. Os Purunas dizem que ele criou, Sarasvati - sua consorte - a deusa do conhecimento. Ela corria de um lado para o outro, e para cada lado que ela corria nascia uma cabeça. Assim Brahma é representado com quatro cabeças, significando os quatro Vedas e todas as direções do conhecimento. A base de Brahma é Sarasvati, o conhecimento. Assim Brahma está sentado num cisne. O cisne tem a capacidade de separar o leite da água, de igual modo, o conhecimento é a capacidade de separar o real do não real. Em suas quatro mãos Brahma sustenta um lótus, os vedas, um vaso contendo amrita e abaya mudrã. O lótus representa o símbolo da pureza. Os vedas são as escrituras sagradas contendo todo o conhecimento da criação e o meio para o mesmo. O amrita é o néctar da imortalidade e o abaya mudrã abençoa com destemor. A doutrina do inferno eterno é
substituída pela lei da retribuição ou carma. O carma é a lei que afirma a
sujeição humana à causalidade moral, de tal forma que toda ação – boa ou má –
gera uma reação. Essa retorna com a mesma qualidade e intensidade a quem a
realizou, nesta ou em encarnação futura. A transformação pode dar-se em direção
ao aperfeiçoamento. Esse, é chamado mocsa em sânscrito – o fim do ciclo das
reencarnações ou de forma regressiva o renascimento como animal, vegetal ou
mineral. Essa lei é mais justa, pois somos cobrados pelos erros e pecados que
praticamos na proporção das vidas que teremos. Os vários renascimentos são para
pagar os deméritos e os vícios praticados, além de retribuir os atos virtuosos e meritórios. Não há uma punição eterna objetiva
como afirma o cristianismo. O mérito e as virtudes pelas obras de amor e
fraternidade executados, serão recompensados post mortem, num lugar chamado
devachan, algo semelhante ao paraíso cristão. Ou exemplificando podemos
comparar ao texto de Lucas 16, 22 "o mendigo morreu e, foi levado pelos
anjos para o seio de Abraão". Segundo os livros sagrados do hinduísmo
(Veda, Upanishad, Bhagavad Gita, Mahabharata, Purunas, Yoga Sutras e outros) o devachan provavelmente seria um tempo de 10
a 15 séculos de gozo e consolo na outra vida. No cristianismo temos a ideia de
que somos redimidos pela morte de Cristo, que pagou o preço e quitou nossa
dívida para com Deus. Ato realizado através de um sacrifício exterior – a morte
vicária na cruz do Calvário. Essa é uma realidade inquestionável para você e
eu, contudo, eles os hindus têm outra verdade. A redenção é um processo
individual. Começando do interior do homem, passando pelo princípio da
consciência universal Brahma, que está no homem. Ele é desenvolvido através de
boas atitudes morais e éticas, que o indivíduo, vivendo um cooperativismo e
companheirismo aperfeiçoa seu ser interior. Neste contexto da redenção de
dentro para fora estar as iniciativas de meditação, contemplação e orações.
Também os estudos dos livros sagrados e das tradições culturais. Esse assunto
precisa ser mais detalhado para que alcance uma compreensão lógica e racional. Ainda
não estamos acostumados aos conceitos da filosofia oriental. Assim os
argumentos e suas premissas ficam obscurecidos pela pouca experiência com a
espiritualidade hindu. Concluindo entendo que o confronto com outras verdades
nos ajuda a entender o mundo e as pessoas. Acho interessante um olhar através
de outras janelas. Isso mostra que O ETERNO, tem variadas formas de se mostrar aos homens. Precisamos aprender
a respeitar os conceitos e as opiniões daqueles, que não tem o mesmo ponto de
vista que os nossos, em questões de espiritualidades. Abraço. Davi.
A AUTO REALIZAÇÃO NA ERA DO FERRO.
Hare Krishna. As Escrituras
védicas, descrevem um tempo de desavença e caos, mas essas Escrituras descrevem
um processo não sectário, e de benefícios facilmente observáveis, para nos
abrigarmos na busca da perfeição. Esta Era de Kali, a Era do Ferro, não é de
modo algum adequada para a auto realização, como costumava ser a era de Satya,
também conhecida como era de ouro, ou mesmo as eras de Treta ou Dvapara, as
quais também são conhecidas como era de prata e era de cobre, respectivamente.
Para a auto realização, as pessoas na era de Satya, vivendo uma duração de vida
de cem mil anos, podiam meditar por um longo tempo. Na era de Treta, quando a
duração de vida era de dez mil anos, a auto realização era alcançada pela
realização de grandes sacrifícios. Na era de Dvapara, por sua vez, a duração de
vida era de mil anos, e a auto realização era alcançada pela adoração ao Senhor
no templo. Na era de Kali, no entanto, a duração máxima de vida, como já dito,
é de apenas cem anos, e isso combinado a várias outras dificuldades. Nesta era,
portanto, o processo recomendado para a auto realização é ouvir e cantar o
santo nome de Deus. Aqueles que estão ocupados em serviço devocional puro ao
Senhor, começando por ouvir e cantar os Seus santos nomes, são capazes de se
livrar das desavenças desta era complicada. Os líderes do povo estão muito
ansiosos por viver em paz e amizade, mas não têm informação do método simples de
ouvir as glórias do Senhor. Ao contrário, tais líderes se opõem à propagação
das glórias do Senhor e decretam variados planos anualmente, mas devido às
insuperáveis complexidades da natureza material, todos esses planos para ο
progresso estão sendo constantemente frustrados. Eles não têm olhos para ver
que suas tentativas de paz e amizade estão fracassando. No entanto, aqui está a
sugestão para a superação dοs obstáculos: Se quisermos verdadeira paz,
teremos que abrir caminho para a compreensão do Senhor Supremo e, então,
glorificá-lo. CONTINUE
COM SUA RELIGIÃO, CONTINUE COM SUA PROFISSÃO. Quando
nos escutam cantar o mantra Hare KRISHNA, alguém talvez pense que
esses nomes de Deus são hindus. Existem algumas pessoas sectárias que pensam
assim, mas a instrução do Movimento da Consciência de KRISHNA é esta: “Não
importa o nome que você cante. Se você tem outro nome de Deus que seja
fidedigno, você pode cantar esse nome. Em todo caso, cante o nome de Deus”. Não
pense que este Movimento está tentando converter você de cristão para hindu.
Permaneça cristão, judeu ou muçulmano. Isso não faz diferença alguma. Nós não
estamos ensinando nenhum tipo particular de religião. E você não tem que mudar
sua situação social. Se você é estudante, permaneça estudante. Se você é um
homem de negócios, permaneça homem de negócios. Mulher, homem, negro, branco –
qualquer um pode cantar Hare KRISHNA. É um processo simples e não se cobra
nada. Não estamos dizendo: “Deem-nos tantos dólares e daremos a vocês este mantra Hare
KRISHNA.” Não. Nós o estamos distribuindo publicamente. Você simplesmente tem
que o adotar e experimentá-lo. Você chegará rapidamente à plataforma
transcendental. Quando você ouve o cantar, isso é meditação transcendental.
Você não precisa fazer mudanças externas, mas, se você quer realmente tornar
sua vida perfeita, tente desenvolver seu amor dormente, seu amor por Deus, pois
essa é a perfeição da vida. AMPARO
PSICOLÓGICO E ESTRUTURAL. Na Escritura de nome Kali-santarana Upanishad,
declara-se: “Após buscar por toda a literatura védica, não se conseguirá
encontrar um método de religião mais sublime para esta era de Kali do que
cantar Hare KRISHNA”. Na Narayana-samhita,
também encontramos: “Na Era de Dvapara, as pessoas devem adorar o Senhor apenas
pelos princípios reguladores do Narada-pancaratra e
de outros livros similarmente autorizados. Na Era de Kali, entretanto, as
pessoas devem simplesmente entoar o santo nome da Suprema Personalidade de
Deus”. A importância de cantar o santo nome do Senhor também é declarada no
seguinte verso do Srimad-Bhagavatam (12.3.51):
“Embora a era de Kali seja repleta de defeitos, ainda há uma boa qualidade em
relação a ela. Simplesmente por entoar o maha-mantra Hare
KRISHNA, o sujeito pode se livrar do condicionamento material e ser promovido
ao reino transcendental”. Vemos, portanto, que o processo do cantar é um
princípio autorizado pela literatura védica. Nós do Movimento para a
Consciência de KRISHNA não somos sentimentalistas; temos muitos livros: Bhagavad-gita Como Ele É, Srimad-Bhagavatam, Os Ensinamentos do Senhor Caitanya,
Isopanishad e
outros. E temos nossa revista também: Volta ao Supremo.
Ninguém deve pensar que somos sentimentalistas, pois estamos amparados por um
pensamento altamente filosófico. EFEITOS
EXPERIMENTADOS. Como mostramos, não estamos introduzindo este
sistema do cantar por meio de nossa invenção mental, para tornar as coisas
fáceis. A literatura védica o recomenda, e é prático. Se você praticar, você
verá que está se elevando à plataforma transcendental. As pessoas estão obtendo
bons resultados hoje, e não apenas na Índia, mas aqui no ocidente também. Essa
vibração sonora transcendental imediatamente transportará você à plataforma
transcendental, sobretudo se você tentar ouvir absorvendo sua mente no som.
Assim, nosso pedido é que você tenha uma experiência com o cantar. Simplesmente
cante – em casa ou em qualquer lugar. Não há restrição de tempo, circunstâncias
ou lugar. Em qualquer lugar, a qualquer momento, você pode meditar através do
canto de Hare Krishna. Nenhuma outra meditação é possível enquanto você caminha
pela rua, mas essa meditação é possível. Você está trabalhando com suas mãos?
Você pode cantar Hare KRISHNA. É maravilhoso. O SIGNIFICADO DO MANTRA HARE KRISHNA.
KRISHNA é o nome perfeito para Deus. A palavra sânscrita KRISHNA significa
“o todo-atrativo”. E rāma,
por sua vez, significa “o prazer supremo”. Se Deus não é todo-atrativo e pleno
de prazer supremo, que sentido há em Deus? Deus tem que ser a fonte do prazer
supremo; de outro modo, como você poderia ficar satisfeito com Ele? Seu coração
está ansiando por muitíssimos prazeres. Se Deus não pode satisfazer você com
todos os prazeres, como Ele pode ser Deus? E Ele também tem que ser todo
atrativo. A palavra hare indica
a energia do Senhor Supremo. Tudo está sendo feito pela energia do Senhor
Supremo. Então, quando cantamos Hare Krishna, estamos orando à energia do
Senhor Supremo e ao próprio Senhor Supremo: “Por favor, erguei-me. Por favor,
erguei-me. Estou no conceito corpóreo de vida. Estou nesta existência corpórea.
Estou sofrendo. Por favor, erguei-me à plataforma espiritual a fim de que eu
seja feliz”. RESTABELECENDO
NOSSA CONSCIÊNCIA. Como almas espirituais, nós todos somos
originalmente entidades conscientes de KRISHNA, mas, devido à nossa associação
com a matéria desde tempos imemoriais, a nossa consciência está adulterada pela
atmosfera material. A atmosfera material, na qual todos nós estamos agora
vivendo, é chamada de maya,
ou ilusão. Maya significa
“aquilo que não é”. E o que é essa ilusão? A ilusão é que nós todos estamos
tentando ser senhores da natureza material, ao passo que a verdade é que
estamos sob o jugo de suas leis estritas. Quando um servo tenta imitar
artificialmente o mestre todo-poderoso, é dito que ele está em ilusão. Tentamos
explorar os recursos da natureza material, mas, na verdade, nós ficamos cada
vez mais atados, enredados em suas complexidades. Portanto, embora ocupados em
uma árdua luta para conquistar a natureza, ficamos cada vez mais dependentes
dela. Essa luta ilusória contra a natureza material pode ser parada de uma só
vez ao revivermos a nossa eterna consciência de KRISHNA. Hare KRISHNA, Hare
KRISHNA, KRISHNA KRISHNA, Hare Hare/ Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare
é o processo transcendental para se reviver essa consciência pura e original.
Cantando essa vibração transcendental, podemos eliminar todas as dúvidas do
nosso coração. O princípio básico de todas essas dúvidas é a falsa consciência
de que somos o senhor de tudo o que está ao nosso alcance. A consciência de
KRISHNA não é uma imposição artificial à mente. Essa consciência é a energia
original e natural da entidade viva. Quando ouvimos essa vibração
transcendental, essa consciência revive. Como dito, esse método, o mais
simples, é recomendado especificamente para esta era. Nenhum outro meio de
perfeição espiritual é tão efetivo nesta era de desavenças e hipocrisia quanto o
cantar do mahā-mantra. www.voltaaosupremo.com.br. Abraço.
Davi
terça-feira, 26 de dezembro de 2017
II. O SURGIMENTO DA MEDIUNIDADE.
Religião
Afro descendente. Umbanda. Texto de Yamunisiddha Arhapiagha. Mestre Tântrico
Curador. F. de Rivas Neto. Capítulo Nove. II. O SURGIMENTO DA MEDIUNIDADE –
NECESSIDADE – OS SETE SENTIDOS – A TELA ATÔMICA OU ETÉRICA – OS NÚCLEOS
VIBRATÓRIOS OU CHACKRAS – A VERDADEIRA CABALA – AS 1ª MANIFESTAÇÕES MEDIÚNICAS
– MANIFESTAÇÃO DA MAGIA DA RAÇA VERMELHA OU ATLANTE – O QUE SÃO OS MÉDIUNS – O
VERDADEIRO MEDIUNISMO – O MÉDIUM COMO VIA EVOLUTIVA. A Magia, a Sagrada Arte,
passa a ser usada como arma portentosa para agredir, contundir, ferir e matar.
E um confronto entre a Magia Branca, o aspecto puro da Magia, e a Magia Negra,
o aspecto deturpado, agressivo e ostensivo. Assim, é dessa época negra, em que
se fizeram vários rios de sangue, com homem matando homem, que surgiram as
várias doenças, como reação às ações nefandas criadas e geradas. Surgiram as
doenças de todos os matizes, pois já haviam alterado profundamente o corpo
astral, através de atos espúrios, os quais resultaram nas mais terríveis
moléstias e no aparecimento de uma microflora patogênica agressiva, além da
BASE DA REVOLTA NATURAL — os vírus patogênicos, ou seja, os que produzem
doenças. Tanto os vírus como a microflora (bactérias) são degenerações da
Natureza, devido ao acúmulo de pensamentos inferiores e animalizados. As
energias da mente degeneraram, agrediram a Natureza, que por sua vez reagiu
promovendo sua microflora e os vírus como meios de equilibrar e sanar através
da doença e da morte as mentes revoltadas, insubmissas e desequilibradas. E
também nessa época que surgem as mortes violentas, os crimes, os infortúnios.
Enfim, surge a morte antinatural, que seja ela como for, vem contundir quem a
recebe, bem como a todos que de alguma forma se ligam àquele que morre. Surge a
morte como aniquilação. E a consequência dos desatinos do próprio homem. Ele
terá de remir a si mesmo! Assim, algo que era natural passa a ser contundente,
chocante e até dramático, dependendo das condições em que a morte acontece. Mas
é preciso que se entenda que a dor, o medo e o trauma da morte é o remédio,
embora amargo, para doentes renitentes e que várias vezes fizeram suas
moléstias recrudescerem. Assim, a morte é a reação justa e sábia que enfrenta e
dirime as ações que se precipitam, cobrando a renovação. Neste instante é necessário
que falemos ou esbocemos algo sobre os agentes da disciplina kármica, que
surgiram desde essas épocas. Dissemos antes que muitos daqueles que vieram ao
planeta Terra como marginais do universo tinham conseguido se regenerar perante
a Justiça Cósmica, e se reergueram, entrando na linha justa do Bem. Justamente
esses Seres são chamados a serem mensageiros, como executores da justiça
kármica, em suas paralelas ativas ou de cobrança sobre toda a coletividade que
haviam delinquido. Seriam também Guardiães das zonas vibratórias no plano
astral do planeta Terra. Seriam Guardiães das Zonas da Luz para as Sombras,
como também Guardiães das Zonas de transição entre as Sombras e as Trevas, no
plano astral inferior, como veremos minuciosamente quando do capítulo referente
a EXU. Então esses agentes, veículos da Justiça Kármica em todas as suas
expressões, seriam os Exus. Não estamos com isso afirmando que o conceito que
se tinha naquela época sobre o Guardião da Lei seja o mesmo vigente em nossos
dias. O conceito atual está deformado e deturpado, e quem tenta esclarecer isso
é o Movimento Umbandista, através dos chamados Terreiros, Cabanas ou Tendas,
que já entendem a função desse agente da justiça cósmica, em especial no
planeta Terra e de sua Justiça Planetária. O próprio termo Exu, num primeiro
nível simples de interpretação, significa aquele que saiu, ou seja, aquele que
venceu os costumes e imperfeições de seu povo. Assim, nada mais justo para
aqueles que um dia foram marginais do universo, hoje, recuperados, sejam os
Agentes da Justiça e Guardiães de Zonas do Astral, pois eles sabem bem como
pensam e agem, em seus "comandos das Trevas", os ditos marginais do Universo. Revisando, vimos como terminaram os fenômenos naturais de ligação
entre o plano físico e o plano astral e como surgiram no planeta Terra a
marginalidade e a animalidade, as doenças e a morte como sendo a aniquilação
total. Vimos também o surgimento das guerras mágicas, e o aparecimento, como um
acréscimo da Lei, do agente da justiça cósmica, o Exu. Sua função também se
atrelava à de vigia, sendo Guardião das Zonas das Sombras e das Trevas, as
quais tinham sua população de marginais do astral (desencarnados), sendo os
mesmos arrebanhados pelos agentes da insubordinação e da rebelião, como vimos no
capítulo referente à queda do Ser Espiritual. Assim, as Zonas de Arquivo do
planeta começaram a funcionar em todos os seus planos e subplanos e, dividindo
essas Zonas Condenadas (até o momento em que todos entenderem que só o Bem é
eterno) das Zonas Superiores, estavam e estão os Agentes da Justiça — os EXUS
GUARDIÃES. Esses também estendem seus comandos e sub comandos até as zonas
trevosas ou dos abismos, onde habitam os mais endurecidos marginais cósmicos de
todos os tempos, os piores que estagiam no planeta Terra. São verdadeiros
agentes do crime, agentes do Mal, gênios das Trevas, verdadeiros Magos-Negros,
que se dizem emissários da Serpente ou do Dragão e que querem se opor às HOSTES
MAGNÂNIMAS DO CORDEIRO. Embora os respeitemos, pois queiram ou não estão
cumprindo a Lei, são Espíritos que desceram até os últimos degraus e agora
terão de subir degrau por degrau, isso somente quando entenderem e sentirem
essa necessidade. Ninguém os coagirá para assim agirem. Acreditamos que a dor,
a miséria moral, o Mal de que eles são "senhores", um dia os cansará
e então, de insubmissos que são, serão submissos à LEI DO CORDEIRO. A Lei
Cósmica, que os abraçará como filhos pródigos, gradativamente os reerguerá à
senda da reabilitação. Neste instante em que escrevemos através do cavalo que
nos empresta a ferramenta física, pedimos à Entidade de sua guarda, Caboclo
Urubatão da Guia, que lhe dê cobertura e proteção, pois já se faz presente o
"ranger de dentes" desses Magos-Negros de todos os tempos, que não se
encontram satisfeitos com essa nossa humilde contribuição ao entendimento dos
vários Filhos de Fé ou aos livres-pensadores. De nossa parte, estamos
vigilantes sobre o valente cavalo, impedindo que o mesmo receba de forma
contundente as projeções negativas de ordem astral e mental provenientes de
emissários das Trevas, tanto encarnados como desencarnados. Nossos maiores
cuidados se devem à manutenção de sua paz e de sua saúde física e astral, bem
como para que o mesmo não seja contaminado, ativando suas reminiscências de um
passado longínquo, onde atuou como Mago das Sombras. Que Oxalá lhe faça a
guarda e que os Exus Guardiães o guardem e o livrem dessas ações contundentes.
Caro Filho de Fé, que está atentamente seguindo nosso raciocínio, já deve você
ter entendido como e por que houve a necessidade do mediunismo como força ou
caminho redentor para reerguer a humanidade decaída e corroída pelos seus
próprios desatinos. Assim, os integrantes da Confraria dos Espíritos
Ancestrais, supervisionados diretamente pelo Cristo Planetário, acharam por bem
incrementar a evolução da massa humana decaída e iriam fazê-lo através do
mediunismo, da mediunidade. Mas o que seria a mediunidade, o mediunismo? Como
surgiria? Quais suas finalidades e propósitos? Não esqueçamos que tudo isso acontecia
no final ou no perigeu da 4a Raça Raiz, a Raça Atlante. Lembremos também que as
deturpações haviam tentado se instalar desde o final da 3a Raça, a Lemuriana,
mas não conseguindo, só conseguindo o intento no final da Raça Atlante, que
também havia tido seu período de glória e elevação. Assim é que, mesmo entre
eles, os atlantes mantinham contato ou comunicação, por meio dos 7 sentidos
aguçadíssimos, com os Seres Espirituais da dimensão astral. A comunicação ou o
intercâmbio era naturalíssimo, não mediúnico, ou seja, não havia intermediários
para essas comunicações. O atlante que se comunicava com o astral fazia-o de
forma lúcida, tinha plena consciência de seu ato e da situação, a qual lhe era
naturalíssima. Essa comunicação natural entre as dimensões diferentes só foi
fechada quando das deturpações causadas pelos marginais do universo. Esses já
não possuíam os órgãos dos sentidos superiores e os 5 restantes estavam
inibidos. Tinham, em contrapartida, recebido ou acrescido sobre sua
constituição astro etérica uma tela atômica ou etérica, a qual impedia que as
sensações da vida astral se tornassem sensíveis na vida física. Fechavam-se
assim as portas entre os planos ou dimensões, ou seja, entre o plano físico e o
plano astral. Em plena catástrofe atlante, que vitimou e dizimou milhares de
pessoas, deveria surgir o mediunismo, como ponto de apoio e rumos seguros para
uma humanidade completamente vencida e sem rumos. Assim, os Integrantes da
Confraria dos Espíritos Ancestrais incrementaram o mediunismo, a priori por
meio de Seres Espirituais encarnados como instrutores da massa humana ignorante
e decaída. Eram os GRANDES MISSIONÁRIOS de todos os povos em todos os tempos.
Viriam para reerguer, dar novo dinamismo aos seus irmãos menos esclarecidos e,
assim, iniciar a grande obra do reerguimento moral de toda a humanidade. Os
médiuns, como primeiros veículos dos Seres Espirituais do plano astral,
iniciaram de forma oportuna o intercâmbio das Verdades Universais esquecidas
pela grande massa humana. A priori, esse intercâmbio fez-se na forma de
profecias, previsões, vaticínios, que de alguma maneira atraíram a atenção de
muitos. Restabelece-se assim a existência do TEMPLO, que havia sido destruído.
A par do Templo, ensinamentos de ordem geral pública, também são ministrados.
Havia-se, é claro, perdido as facilidades de comunicação com o plano astral, a
qual só poderia ser feita através do mediunismo dos médiuns. Com isso, teve
início uma reforma do pensamento humano vigente na época. Vários fatores
sociais, políticos e mesmo de ordem moral, foram mudados, visando atender aos
novos tempos e nisso os médiuns tiveram um papel de suma importância. O médium
foi o sacerdote que precisou ir ao encontro das massas aflitas e desesperadas,
que muitas vezes necessitava de fenômenos espetaculares para acalmar-se e
encontrar forças para evoluir. Durante muito tempo, os médiuns precisaram
também ser os instrutores da massa humana sem rumo, que aos poucos, graças ao
mediunismo de uns e outros, foi encontrando forças para caminhar em direção a
novos rumos. Assim, a pura Raça Vermelha havia conseguido sanar o desvio que os
marginais do universo haviam levado à população terrena. Sanaram os desvios
através do mediunismo, que seria a ESTRELAGUIA da massa humana em especial dos
marginais do universo, os quais, como Seres Espirituais, teriam oportunidades
benditas de reencontrar o rumo um dia perdido. De início, a Raça Vermelha
trouxe Seres Espirituais para serem veículos de suas palavras. Eram os seus
próprios integrantes reencarnados. Com o passar dos tempos, foi havendo uma
seleção entre aqueles que faziam parte da população terrena para atuarem como
médiuns, que iriam ajudar a si e à coletividade afim. E assim foi feito. Esses
médiuns, antes de encarnarem, passaram por uma preparação toda especial, tanto
no que era concernente aos aspectos morais como aos aspectos especiais sobre
suas constituições astrofísicas. Os técnicos do astral ajustaram-lhes os
Núcleos de Força, ou Núcleos Vibratórios, fazendo-os vibrar de acordo com as
freqüências dos Seres que iriam, por meio deles, se comunicar com a grande
massa humana. Ao mesmo tempo, energizaram todo o sistema astral dos futuros
médiuns e envolveram-no em verdadeiro escudo magnético, pois enfrentariam
grandes obstáculos, tanto de ordem moral, como astral e mesmo o constante
assédio de Seres encarnados, que poderiam exaurir suas energias e tornar o
médium inútil à função que se havia proposto. Assim, tudo era minuciosamente
ajustado. Muito importante o que dissemos a respeito das freqüências vibratórias
em determinados núcleos vibratórios do corpo astral, as quais se assimilariam
com os de seu mestre astral, que atuaria através do mecanismo mediúnico. No
início do mediunismo, houve essa necessidade de ajuste vibratório, pois só um
"instrutor" é que se comunicava com seu médium. E por que isso? Em
virtude do plano físico ser muito vulnerável às influências do submundo astral,
que como vimos enviava grandes contingentes de marginais, visando atuar na
massa humana então decaída. Assim, eles, os médiuns, ficariam isentos de ser
veículos das Sombras e das Trevas e assim foi por muito tempo aqui no planeta
Terra. Mais uma chance havia sido dada à grande massa humana. Mais uma vez
havia ela sido preservada contra o verdadeiro assalto das Sombras, mas a invigilância
e a imprudência não demoraram, e... Mas queremos que fique claro aos Filhos de
Fé que, naquela época, como hoje também, nem todos eram veículos das mensagens
do astral, ou seja, médiuns. A MEDIUNIDADE ERA UMA CONDIÇÃO ESPECIAL, dada ao
Ser Espiritual que encarnava com o compromisso de ser o porta-voz vivo do
astral superior para os Seres encarnados. Sendo assim, suas constituições ou
veículos eram diferentes. O corpo mental, o astral e o físico tinham recebido
acréscimos em seus centros vitais, que os faziam vibrar e sentir as coisas
diferentemente de outros Seres Espirituais não médiuns. Eram possuidores da
tela atômica, a qual não era rompida, como muitos podem pensar. Essa tela
atômica era como que afrouxada, para que houvesse o processo de ligação
fluídica ou casamento vibratório entre o médium (Ser encarnado) e o seu
instrutor astral (Entidade Espiritual). Esse ajuste era feito em 3 Núcleos
Vibratórios, ou seja, a tela atômica era afrouxada, ou suas malhas eram
dilatadas e não rompidas, em 3 regiões do complexo etéreo-físico do médium.
Obviamente comandados pelo comando central do corpo mental, que enviava
impulsos em forma de mensagens, veiculadas pelas Linhas de Força (condutores
vibratórios) ao corpo astral e esse, através dos Núcleos Vibratórios
principais, vibrava em consonância com os Núcleos Vibratórios de ordem etérica,
que no corpo físico denso equivalem aos plexos nervosos (conjunto de nervos) ou
glândulas endócrinas (que produzem ou armazenam hormônios, os quais são
indispensáveis ao funcionamento de todo o organismo). Vejamos se conseguiremos
simplificar ao Filho de Fé os circuitos dos Núcleos Vibratórios do corpo astral
ou de ordem astral, os Núcleos Vibratórios do corpo etérico ou de ordem etérica
e os plexos, glândulas e nervos no corpo físico denso propriamente dito. Ao
começar, é bom lembrarmos que o Ser Espiritual possui 7 veículos que expressam
sua Consciência, ou seja, são veículos da Consciência Espiritual. Para
facilitarmos, já que citamos os 7 veículos em outro capítulo, falaremos sobre
os três organismos de que se utiliza o Ser Espiritual encarnado, pois, como já
ficou claro, quando ele desencarna perde um organismo, o organismo físico. Bem,
esses 3 organismos são: o organismo mental, o organismo astral e o organismo
físico. Expliquemos suas formações: O organismo mental, através do Núcleo
Vibratório Propulsor Intrínseco (1a concretização da Consciência em percepção,
vontade, inteligência, noção de existência) do Ser Espiritual, envia certos
impulsos-mensagens através das Linhas de Força, que veiculam a matéria mental,
e fazem-na transforma-se em matéria astral, ou seja, as Linhas de Força
concentram a matéria mental e essa se consolida nos Centros de Força ou Núcleos
Vibratórios do corpo astral. Assim, queremos que fique claro que os NÚCLEOS
VIBRATÓRIOS ou CHACRAS se formam pela condensação da matéria mental em certas
regiões do organismo astral; é como se no organismo astral, nesses locais,
estivesse o próprio corpo mental. Entendido o processo de formação dos Núcleos
Vibratórios de ordem astral, veremos que o organismo astral projeta e condensa
seus Núcleos Vibratórios através de um processo de transformação de energia,
fazendo com que fiquem assentados, através de um circuito oscilatório
eletromagnético, no corpo etérico, que faz parte, como vimos, do organismo
físico. Do corpo etérico, as Linhas de Força que dão condições à formação do
organismo físico denso penetram em todo o seu processo embriogênico e presidem,
como equivalentes astrais e etéricos, toda a formação das glândulas endócrinas,
sistema nervoso central (encéfalo — medula) e sistema nervoso periférico, com
seus plexos e feixes nervosos. Esperamos ter sido claro e objetivo num assunto
em que a maioria dos Filhos terrenos ainda não está muito habituada ou
desconhece completamente. Assim, de forma esquemática, teremos uma figuração
como a que se vê na página seguinte. Já que citamos os 3 organismos da
Consciência Espiritual e seus órgãos nobres, os Núcleos Vibratórios,
dissertemos e mostremos aos Filhos de Fé como são esses órgãos nobres do
organismo astral e etérico. Já estudamos que tudo parte do corpo mental, até
concretizar-se no corpo físico denso. E como se tivéssemos idéias (corpo
mental), essas gerassem os desejos (corpo astral) e esses gerassem a ação
(corpo físico). Para que fique mais claro nosso objetivo, falemos, não de forma
definitiva (nada é definitivo), sobre os órgãos do sentido ou sensoriais, como
transdutores das percepções externas e como transdutores entenderemos um
"conversor de energia". Com exemplo, alguns cientistas terrenos já
falam de estímulos que excitam os órgãos dos sentidos e dão nomes a esses
estímulos. Assim, temos os FÓTONS que incidem sobre o orgão da visão dando a
sensação de luz, os FÓNONS, que estimulam a audição, os ÓSMONS, que estimulam o
olfato, os GÊNSONS, que afetam ou estimulam o paladar e os ÁFENONS, que afetam
ou estimulam o tato. Todas essas sensações são eletricamente transdutadas em
nosso complexo bio nervoso através de complicadíssimo conjunto de circuitos
bioelétricos e cibernéticos, nos quais, por fugir completamente desta singela
demonstração, não nos aprofundaremos, embora queiramos dar a ideia de que todos
os fenômenos de recepção (exteroceptivos) como de interação (interoceptivos)
são complexos de ordem mental, astral e física, e que têm a participação ativa
dos órgãos nobres, como vimos, dos organismos mental, astral e físico (etérico
e denso). Assim, no próprio organismo físico temos o sistema nervoso central e
periférico como coordenadores totais da economia orgânica. E de onde recebem
eles as informações superiores? Claro que do organismo mental e astral. Então,
o sistema nervoso central representaria no corpo físico denso o próprio
ORGANISMO MENTAL, enquanto o sistema nervoso periférico e as glândulas
endócrinas representariam o ORGANISMO ASTRAL, sendo que o sangue e a linfa
representariam a solidificação das energias conduzidas pelas Linhas de Força.
Sabemos, pela biologia humana, que todos os impulsos do organismo são de ordem
elétrica, claro que em voltagens mínimas, na unidade de milivolts
(milivoltagem). As energias bioelétricas que mantêm o ritmo e o ciclo neural,
bem como o ciclo cardíaco e as funções viscerais, provêm de "comandos
superiores" assentados, em ordem crescente, no corpo astral e corpo
mental, sendo os Núcleos Vibratórios importantes núcleos receptores e emissores
de energias várias ao organismo do Ser Espiritual, além de captarem energias
primárias (eletricidade, prana e kundalini) que vitalizam e são
importantíssimas aos processos da VIDA e à manutenção da mesma, bem como do
equilíbrio astropsíquico do Ser Espiritual. Captam também outras energias
sutilíssimas que são alimentos para a própria Alma. Os Núcleos Vibratórios ou
Chacras (Rodas Vibratórias) morfologicamente são constituídos de 2 elementos: o
elemento central captador e a haste que conduz as energias captadas. Temos uma
pálida ideia do mesmo, na morfologia do neurônio.* O corpo do neurônio, com
seus dendritos, seria o elemento central ou "corpo" do Núcleo
Vibratório e o axônio do neurônio seria a haste condutora e de fixação do
Núcleo Vibratório. (Vide figura a seguir.) A figura mostra a analogia entre o
Núcleo Vibratório e o neurônio. Vemos pois que o neurônio é um equivalente do
Núcleo Vibratório no organismo físico, no corpo denso. Foi, como dissemos, pela
condensação das projeções dos Núcleos Vibratórios do organismo astral ao corpo
etérico que esses (os neurônios) se consubstanciaram no corpo físico denso,
sendo a unidade fundamental do sistema nervoso. Assim, podemos associar certas
funções neuronais, algumas extremamente complexas, com o funcionamento dos
Núcleos Vibratórios. No organismo astral há 57 Núcleos Vibratórios
fundamentais, sendo 8 considerados principais, de Ia Ordem ou Magnos. Em
verdade 1 + 7, pois o lº é de transição entre o organismo mental e o astral. No
corpo etérico também temos Núcleos Vibratórios principais ou magnos, além dos
secundários, terciários, etc. Os 7 principais se localizam no organismo astral
e, no organismo físico, no duplo etérico ou corpo etérico, segundo a ilustração
da página 134. Além desses Núcleos Vibratórios principais há os secundários,
terciários, etc. Interessante e digno de nota é que entre os Núcleos
Vibratórios há uma profusa rede de ligação e comunicação, idêntica à que existe
no sistema nervoso do corpo físico denso. A rede que liga os diversos Núcleos
Vibratórios não guarda analogia anatômica com sua equivalente no corpo físico
denso, mas existe uma rede vibratória no corpo físico denso, que corresponde
aos chamados MERIDIANOS DA ACUPUNTURA. Aliás, essa era a arte de manter a
energia vital sempre em tônus próprio, em pleno seio da Raça Vermelha, que a
revelou à Raça Amarela, isto já bem recentemente, há poucos milênios. Se
dissemos que existem os principais, os secundários se encontram em várias
regiões e suas equivalências físicas também. Temos uma importante equivalência
física de Núcleos Vibratórios nas mãos. Como vamos ficar sabendo em futuros
capítulos, as mãos representam AÇÃO, e seus componentes digitais se equivalem a
vários núcleos superiores do encéfalo, principalmente de suas regiões
corticais: zonas talâmicas, epitalâmicas e hipotalâmicas. (Vide Figuras 1 e 2
nas páginas 135 e 136 – essas figuras não foram colocadas nesse texto, apenas
disponíveis no livro). Sobre os Núcleos Vibratórios, para o momento de nossa
exposição, já é suficiente. Voltaremos a eles quando falarmos sobre a
Iniciação. Filho de Fé, você deve estar ainda lembrado, após nossa longa
dissertação, que falávamos sobre médiuns e mediunidade e para sabermos como ela
se processava é que nos aprofundamos nos 3 Organismos e dentro deles, nos
órgãos que lhes dizem respeito. Dissemos também que o futuro médium, antes de
encarnar, recebia no astral competente uma série de acréscimos em sua
constituição mento astral, a par de uma certa ordem de vivências e conhecimento
moral e que, sem essas duas condições satisfeitas, o Ser Espiritual não poderia
ser veículo de outra Consciência Espiritual que não a sua mesma. Aí está o
porquê de nem toda criatura ser médium, pois isso implica num ajuste sério
sobre os Núcleos Vibratórios e, como já sabemos, numa precipitação
vibratório-magnética de ordem fluídica que altera todos os processos bio
elétricos energéticos do sistema nervoso, tanto central como periférico. O
médium foi adaptado em seus Núcleos Vibratórios para ativar certos elementos no
sistema nervoso, além de ter sido dotado de condições fluídicas para amortecer
outros processos que não seriam suportados se não houvesse esse processo
inibitório ou frenador. Eis por que receber influências astrais sem estar
preparado para esse mister traz desequilíbrios vários. Tanto é verdade que as
pessoas que se sentem atacadas por atuações espiríticas, sem serem médiuns, ou
seja, sem terem a dupla condição, acabam em farrapos humanos, estouram seus
Centros Vibratórios, desarticulando toda a eugenia do sistema nervoso central e
periférico, chegando aos distúrbios de conduta e à completa falência da
economia orgânica, podendo esse quadro se prolongar muitas das vezes à vida
pós-morte, carregando o Ser esse desequilíbrio até para outra reencarnação. É
coisa seriíssima imputar a um Ser Espiritual uma função sutilíssima e
especializada se o mesmo não tem ajustada sobre sua organização e capacidade
para desenvolver a dita função. Fazer um Ser Espiritual criatura humana
(encarnado) ficar debaixo de vibrações espiríticas sem estar ele habilitado
para tal é criar condições para que haja rompimento de sua tela etérica ou
atômica, com gastos excessivos de energia nervosa e uma abertura forçada em
todo o seu psiquismo não preparado para o convívio harmonioso com as duas
vidas, a física e a astral. Neste instante, aproveitamos o ensejo para dizer
que não são só condições espirituais que rompem a tela atômica. Os desvios dos
costumes, os vícios e a constante vibração mental em pensamentos pesados também
podem trazer transtornos ao Ser Espiritual encarnado. Traumas, como
aprofundamento anestésico levando a coma irreversível, são também causa de
rompimento brusco da tela atômica. O álcool é um dos maiores causadores do
rompimento da tela atômica, atraindo um séquito indesejável de seres vampiros
de zonas abismais, exterminando ou minando completamente o Ser encarnado.
Piores situações acontecem com os tóxicos, alucinógenos e outros tantos com
atuação e dependência fisio-psíquica. Alguns Filhos de Fé poderão estar
pensando que nem todo toxicômano que use um ou outro alucinógeno ou equivalente
fica alienado. Realmente a priori não, dependendo da dosagem, há apenas um
afrouxamento da tela atômica e uma hipertrofia acentuada de suas malhas, a par
disso, se justapõe uma substância gelatinosa nos nós da malha que vai impedindo
sua mobilidade, fazendo com que ela, ao se hipertrofiar, se rompa parcial ou
totalmente. Mas o que realmente acontece quando a tela se rompe? Em verdade, a
tela se rompe por haver uma sobrecarga vibratória, uma verdadeira sobrecarga
elétrica. Essa sobrecarga elétrica forma verdadeiros curtos-circuitos,
originando correntes de fuga e aquecendo todo o sistema de malhas da tela
atômica. Essas correntes de fuga, além de provocarem fenômenos eletrotérmicos,
provocam campos eletromagnéticos que vão repulsar, ou melhor, quebrar a coesão
que existe na tela etérica ou atômica, fazendo com que a mesma se rompa. Ao
romper-se, como é uma estrutura a nível etérico, estando engastada na
intimidade do duplo etérico (corpo etérico), traz correntes de coagulação ao
mesmo, com graves transtornos para todas as funções do organismo e suas
energias vitais, que podem levar o indivíduo à morte física. Os transtornos da
esfera astro psíquica se explicam pela ausência de comportas entre o vivencial
passado e o presente, podendo levar o Ser até os complicados processos do mundo
elementar, isto é, onde estagiam nos sítios da Natureza Seres Elementares que
ainda não encarnaram uma só vez. Estão os mesmos ainda sendo ajustados em seus
organismos astrais e mentais, e suas formas, é claro, estão passando pelo
processo de aperfeiçoamento e burilamento. É também por isso que muitas pessoas
com a tela atômica rompida parcialmente vêm verdadeiros "bichos",
além de uma série de infindáveis transtornos, qualificados pela nossa
Psiquiatria da atualidade como alucinações, e caminham para a desestruturação
da personalidade, nas tão bem relatadas psicoses e esquizofrenias, chegando à
desestruturação total, na forma de demência. Bem, teríamos muito a falar,
mas... Terminando sobre os fenômenos da tela atômica, antes de adentrarmos nos
processos mediúnicos que se iniciaram na Atlântida, queremos dar alguns
conceitos sobre o corpo astral que achamos fundamentais para os Filhos de Fé
entenderem bem o mediunismo de ontem e de hoje. Mas, para entendermos o
funcionamento do corpo astral, é necessário que entendamos o modelo atômico, o
qual exemplifica bem o funcionamento ou posicionamento do corpo astral em
relação ao Corpo Físico. Um átomo físico é composto fundamentalmente de duas
partes: uma que chamamos de núcleo, que corresponde ao componente que dá massa
ao átomo e a outra que é a eletrosfera, essa que dá o volume do átomo. (Vide a
figura à direita.) No núcleo atômico encontramos cargas elétricas positivas e
neutras. As positivas sob a forma de prótons e as neutras sob a forma de
nêutrons. Na eletrosfera encontramos os elétrons, com carga elétrica negativa.
O átomo é um sistema eletricamente neutro, isto é, o número de prótons (cargas
positivas) é igual ao número de elétrons (cargas negativas). Continuando, para
não entrarmos em complexos conceitos que não nos interessam agora, diremos que
o número de prótons é constante e seu número define o Elemento Químico. Assim,
cada Elemento Químico é caracterizado pelo número de prótons que há em seu
núcleo. O átomo deixa de ser neutro quando perde ou ganha elétrons, sendo nessa
condição denominado ÍON (princípio de coesão da matéria e biológico do planeta
Terra). Os íons positivos (+) são chamados cátions — formam-se quando o átomo
perde elétrons. Os íons negativos (-) são chamados ânions — formam-se quando o
átomo ganha elétrons. Para melhor entendermos o posicionamento do corpo astral,
basta que expliquemos o pequeno conceito de ORBITAL. Define-se orbital como o
local de máxima probabilidade de se encontrar um elétron em relação ao seu
núcleo. Com isso, afirmamos que não é possível estabelecer, ao mesmo tempo, a
velocidade e a posição do elétron. Sem conhecer os dois valores não há previsão
do movimento; é por isso que se usa um modelo de orbital. No entanto, sabemos
que ele, na maior parte do tempo, ficará próximo ao núcleo. Após esses
conceitos, daremos um resumo sobre o posicionamento do corpo astral, aproveitando
um resumo que demos ao cavalo há muito tempo, ao qual agora pediremos que o
transcreva para que todos possam entender melhor os fenômenos do Corpo Astral.
Para melhor entender, vamos antecedê-lo com alguns conceitos importantes e
simples da ciência oficial: FREQÜÊNCIA — é a quantidade de vezes que algo é
executado num determinado período de tempo. VELOCIDADE — é a relação entre um
espaço e o tempo gasto para percorrê-lo. INÉRCIA — é a tendência que um corpo
tem de não alterar por si só seu estado de movimento num dado momento (se está
em repouso, tende a continuar em repouso; se está em movimento, tende a
continuar em movimento). Assim, dizemos que: 1. O corpo mental comanda o corpo
astral em todas as suas manifestações sobre o corpo físico. 2. O local de maior
probabilidade de se encontrar o corpo astral é ao redor do corpo físico (no
estado de vigília, e em alguns casos durante o sono também). 3. O corpo astral
poder "girar" em torno do corpo físico, não sendo obrigatório que
esteja girando. 4. Quando o corpo astral "girar" em torno do corpo
físico, fará isso mediante uma velocidade que determinará uma freqüência e essa
dependerá das diferentes situações. 5. O corpo astral de um Ser masculino tem
rotação no sentido horário, enquanto que o de um Ser feminino, no sentido
anti-horário. 6. O sistema de frequências do corpo astral terá íntima relação
com o momento do nascimento, em que determinados planetas, com seus ciclos,
influenciaram mais diretamente e, através dessa informação trazida pelas Linhas
de Força, imprimiram ciclos particulares ao indivíduo. 7. O corpo astral pode
ficar parado, obedecendo a influxos do corpo mental, visando menor gasto
energético e propiciando uma maior transfusão entre elementos astrais e
etéricos. 8. Através da modulação de pensamentos (concentração, vontade, etc.)
se consegue alterar a frequência do corpo astral ao redor do corpo físico. 9.
Uma frequência diferente da habitual ao Ser encarnado indica problemas. 10. O
médium que atua na Corrente Humana de Umbanda tem seu corpo mental e astral
ajustados e energizados para uma maior facilidade e habilidade de alteração e
ajustamento da frequência de seu corpo astral. 11. É através da sintonia e
equilíbrio da frequência do corpo astral do médium com o da Entidade Astral que
em princípio se processam os fenômenos mediúnicos. 12. A MECÂNICA DA
INCORPORAÇÃO, em sua fase semi inconsciente, se processa quando a Entidade
Astral influencia parte do campo mental do médium. 13. A mediunidade na fase de
inconsciência se processa através da atuação direta da Entidade Astral na
totalidade do campo mental do médium, dirigindo assim toda a rotação de seu
corpo astral. 14. Devido à especial energização do campo mental e astral do
médium umbandista, feita mesmo antes do mesmo encarnar (sempre), tem o médium
maior facilidade e domínio sobre o movimento de seu corpo astral, suportando
com mais resistência a necessidade de variações do mesmo em decorrência do meio
a que estará exposto, tendo em vista as verdadeiras descargas elétricas,
choques e abalos em seu campo mental e astral a que estará ele sujeito. 15. Uma
Entidade Astral pode usar a maior facilidade de movimentação do corpo astral do
médium umbandista para escudá-lo, no caso de uma consulta carregada de larvas e
pensamentos obsessivos. Um dos recursos usados é a volatização do ambiente ao
redor do médium, através da defumação, cachimbo, charuto ou mesmo um líquido
aromático volátil. O escudo está em aumentar a velocidade de rotação, agindo em
conjunto com as voláteis, produzindo potentes escudos e dardos contra as
larvas, pré bactérias e vírus de várias ordens. 16. Quando o corpo astral
estiver necessitando de um impulso vibratório para retomada de frequência e
rotação, a Entidade Astral faz uso de certos fatores, tais como: estalar os
dedos de encontro ao Monte de Vênus ou Monte da Sensibilidade, cantar pontos
que vibrem na frequência desejada, assovios (sons musicais), certas posições e
certas palavras de Força (Mantras). 17. Através do FOGO PURIFICADOR direcionado
pelos sinais riscados dentro da grafia dos Orishas, consegue-se também o
impulsionamento do corpo astral debilitado ou sobre carregado de cargas pesadas
e negativas, forçando-o a se movimentar em uma frequência maior ou menor
(dependendo dos sinais serem de fixação ou desagregação). É importante notar
que, sendo a frequência alterada, não há sintonia com as cargas, que por falta
de ressonância se transformam ou são descarregadas no "escoadouro
universal". Mas, para usar-se o "fogo em expansão", não basta
apenas ver um médium magista fazê-lo e depois querer repetir o fato, ou apenas
teoricamente tentar reproduzir o fenômeno. Muitos que assim fizeram trouxeram
para si grandes transtornos e se ainda não trouxeram, as reações devem estar se
precipitando e quando chegarem (...). 18. Desequilíbrios psíquicos influenciam
a rotação e frequência do corpo astral. Um exemplo típico é o caso dos Seres
Espirituais encarnados com tendências bissexuais, os quais impulsionam o seu
corpo astral no sentido contrário do natural. Ele pode girar ora para um lado,
ora para outro, isso até que encontre a linha justa do equilíbrio. 19. Os
Núcleos Vibratórios, como o próprio termo qualifica, têm grande importância em
todos os organismos dos Seres Espirituais. É através deles que se nutrem os
corpos, com elementos vitais e básicos. Pois bem, se de alguma maneira forem
esses Centros impregnados, causam diretamente influências nos corpos mental,
astral e físico. Assim, é necessário que se tenha cuidado quando se usam por
aí, sem medir consequências, certos materiais, oferendas e rituais, os quais
saturam certos centros vitais de elementos que interferem diretamente no campo
mental do Ser Espiritual encarnado e, consequentemente, na rotação e frequência
do corpo astral. Muitas vezes apoiados em crendices e impulsos de arquétipos,
tornam-se homossexuais, e infelizmente se associam com verdadeiros
marginais-vampiros do submundo astral. Bem, Filho de Fé, permitimos que nosso
cavalo transcrevesse em nossos apontamentos algo que lhe foi revelado há algum
tempo e que nós corroboramos plenamente. Esperamos que após a leitura desses
itens possam os Filhos de Fé ter entendido bem o mecanismo do posicionamento do
corpo astral em várias situações, bem como suas frequências, algo de que ainda
falaremos no decorrer de nossa conversa, neste livro. Após termos citado o
corpo astral exaustivamente, falemos agora das PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES
MEDIÚNICAS, já que todos os Filhos de Fé que até agora estão nos acompanhando
devem estar ansiosos para saber como foram essas primeiras manifestações. Bem,
o corpo astral dos médiuns daquela época tinha três pontos vulneráveis em suas
telas atômicas. O 1º ponto era na região cervical, relacionando com o VERBO,
com a expressão, o elo da comunicação. O 2º ponto afrouxado era na região
tóraco abdominal, correspondente aos processos básicos do sentimento e da ação.
O 3º ponto afrouxado era o da região sacral, que unia todos os elos, sendo as
"vozes dos maiores aos menores". Assim, os primeiros médiuns eram
divididos em três categorias: 1ª CATEGORIA — os que eram mediunizados por
GRANDES INICIADOS DA PURA RAÇA VERMELHA, que atuavam no plexo laríngeo,
produzindo "vozes infantis". Eram transmissores de novos
conhecimentos e traziam uma nova fórmula para se buscar a reabilitação.
Mediunizavam os aparelhos ou médiuns que eram na verdade Seres da Raça Vermelha
reencarnados. 2ª CATEGORIA — mediunizavam os médiuns na região tóraco
abdominal. Eram GRANDES MAGOS-CONDUTORES DA RAÇA VERMELHA, que falavam de forma
inflamante, conduzindo-os para a ascensão. Associam nos médiuns posições eretas
e uma certa ofegância respiratória, em virtude de atuarem na região tórax
abdominal. 3ª CATEGORIA — é a dos médiuns que eram mediunizados por MAGOS
VELHOS DA RAÇA VERMELHA, que tinham tido também experiências em outras Raças,
sendo nas outras Raças grandes Condutores. No início de sua manifestação
mediúnica, faziam-na através do plexo genésico, fazendo com que os reflexos
medulares curvassem razoavelmente o veículo mediúnico. Ensinavam o peso da
experiência através de suas vozes tranquilas e calmas. Assim se processava a
mediunidade naqueles primeiros tempos, que foram de grande importância para a
restauração da Proto Síntese Cósmica deturpada, usurpada e esquecida. Só para
deixarmos claro, quando dissemos que os médiuns dividiam-se em três categorias,
não dissemos que havia supremacia de uma em relação à outra. Realmente não
havia, era algo uno, uma tentativa de reiniciar, como realmente foi, a
restauração da Proto Síntese Cósmica. Após essas 3 formas de apresentação, os
Filhos de Fé já devem estar entendendo por que, no Movimento Umbandista da
atualidade, há o TRIÂNGULO DAS FORMAS DE APRESENTAÇÃO — CRIANÇAS, CABOCLOS E
PRETOS-VELHOS. No entanto, isso será motivo de uma análise mais apurada quando,
no capítulo próximo, citarmos o Ressurgimento do vocábulo Aumbandan e o
surgimento do Movimento Umbandista. Assim, antes de encerrarmos este capítulo,
pois durante os capítulos que se seguem praticamente falaremos de mediunismo e
médiuns em todos eles, queremos citar e reiterar que a MEDIUNIDADE e o
MEDIUNISMO, bem como os MÉDIUNS, SURGIRAM HÁ MILHARES DE ANOS E NÃO COMO QUEREM
ALGUNS, SOMENTE HA ALGUNS ANOS OU SÉCULOS. Com todo o respeito a quem assim
afirma, de nossa vez afirmamos, mostrando, que o mediunismo, a partir da Raça
Atlante até os nossos dias, não foi monopólio de um movimento isolado. Esse
movimento surgiu na Atlântida e após vários milênios foi trazido ao mundo todo
por GRANDES MISSIONÁRIOS. Assim, os GRANDES MISSIONÁRIOS, através de suas
mediunidades, trouxeram a todos mensagens de novos rumos, que se bem entendidas
nos farão retornar à Proto Síntese Cósmica, continuando nossa evolução. Assim,
mediunismo, mediunidade, não é privilégio de qualquer sistema filorreligioso, é
bênção a toda humanidade. Todas as filosofias religiosas que pregam o
mediunismo estão pregando a VIDA IMORTAL, e revelando que cada um é o que quer
ser, que cada um tem o que construir. Assim, o AUMBANDAN, hoje representado
pelo Movimento Umbandista, vem reafirmar que a morte não existe, e que não
existe o privilégio, pois no astral caminham em evolução paralela, ou melhor,
UNA, todas as Raças, pois todas são da mesma essência, isto é, todos são Seres
Espirituais. Entendamos que Vermelhos, Negros, Amarelos e Brancos, como 4 rios
volumosos, antes de chegarem ao MAR DA ETERNIDADE, se misturam num grande rio.
Esse é o rio do Ser Espiritual imortal, herdeiro da Coroa Divina. E assim,
Filho de Fé, tome fôlego que vamos entender como, através do mediunismo de uns
e de outros, a Proto Síntese Cósmica ressurgirá. Vamos a Ela, sem perda de
tempo. Livro A Proto Síntese Cósmica. Abraço. Davi.
domingo, 24 de dezembro de 2017
O SIMBOLISMO ESOTÉRICO DO NATAL.
Gnosticismo.
Texto de Samael Aun Weor (1917-1977). O SIMBOLISMO ESOTÉRICO DO NATAL. É claro
que este é um evento maravilhoso, sobre o qual urge meditar profundamente (…).
O Sol realiza a cada ano uma viagem elíptica que começa no dia 25 de dezembro,
e então regressa ao polo sul, até a região da Antártida; exatamente por isto
vale a pena refletirmos sobre o significado profundo do NATAL. Nesta época começa o frio
aqui no norte, devido exatamente ao fato de que o Sol vai se afastando para as
regiões austrais e, no dia 24 de dezembro, terá atingido o ponto máximo de sua
viagem na direção sul. Se o Sol não avançasse rumo ao norte do dia 25 de
dezembro em diante, morreríamos de frio. A Terra inteira se converteria em um
bloco de gelo e realmente pereceriam todas as criaturas, tudo o que tem vida.
Assim, vale a pena refletir sobre o acontecimento do NATAL. O Cristo-Sol deve
avançar para dar-nos vida, e, no equinócio da Primavera, se crucifica na Terra;
então amadurecem a uva e o trigo. É precisamente na Primavera que o Senhor deve
passar por sua vida, paixão e morte, para logo ressuscitar; a Semana Santa é na
Primavera no Hemisfério Norte. O Sol físico nada mais é que um símbolo do Sol
Espiritual, do Cristo-Sol. Quando os antigos adoravam o Sol, quando lhe rendiam
culto, não se referiam exatamente ao Sol físico; rendia-se culto ao Sol
Espiritual, ao Sol da Meia-Noite, ao Cristo-Sol. Inquestionavelmente, é o
Cristo-Sol quem deve guiar-nos nos Mundos Superiores de Consciência Cósmica.
Todo místico que aprende a funcionar fora do corpo físico à vontade é guiado
pelo Sol da Meia-Noite, pelo Cristo Cósmico. É preciso aprender a conhecer os
movimentos simbólicos do Sol da Meia-Noite; é ele quem guia o Iniciado, quem
nos orienta, ele é que nos indica o que devemos e não devemos fazer. Estou
falando no sentido esotérico mais profundo, levando em conta que todo Iniciado
sabe sair do corpo físico à vontade, que isto de não saber sair à vontade é
próprio de principiantes, gente que ainda está dando os primeiros passos nesses
estudos. Se alguém está na Senda, tem que saber guiar-se pelo Sol da
Meia-Noite, pelo Cristo-Sol, aprender a reconhecer seus sinais, seus
movimentos. Se o vemos, por exemplo, desaparecer no ocaso, o que é que isto nos
indica? Simplesmente que algo deve morrer em nós. Se o vemos surgir do Oriente,
o que é que isto nos diz? Que alguma coisa deve nascer em nós. Quando nos
saímos bem nas provas esotéricas, ele brilha em sua plenitude no horizonte. O
Senhor nos orienta nos Mundos Superiores, e temos que aprender a reconhecer
seus sinais. Jean Dupuis (1828-1912) e muitos outros estudaram o maravilhoso
acontecimento do NATAL; não há dúvida, e isto o reconhece Jean Dupuis, de que
todas as religiões da antiguidade celebraram o NATAL. Assim como o Sol físico
avança para o norte para dar vida a toda a criação, também o Sol da Meia-Noite,
o Sol do Espírito, o Cristo-Sol, nos dá vida se aprendemos a cumprir com seus
mandamentos. Nas Sagradas Escrituras se fala, obviamente, do acontecimento
solar, e há que saber entender isto nas entrelinhas. A cada ano se vive no
Macrocosmo todo o Drama Cósmico do Sol; cada ano, repito. Leve-se em conta que
o Cristo-Sol deve crucificar-se cada ano no mundo, viver todo o drama de sua
vida, paixão e morte, para logo ressuscitar em tudo o que é, foi e será, quer
dizer, em toda a criação. Assim, pois, é como todos nós recebemos a vida do
Cristo-Sol. Também é certo que cada ano o Sol, ao afastar-se para a região
Austral, nos deixa tristes aqui no norte, pois vai dar vida a outras partes. As
noites longas de inverno são fortes. Na época do NATAL os dias são curtos e as
noites longas. Vamos refletindo sobre tudo isto, e convém que entendamos o que
é o Drama Cósmico. É necessário que também em nós nasça o Cristo-Sol, ele deve
nascer em nós. Nas Sagradas Escrituras se fala claramente de Belém e de um
estábulo onde ele nasce; esse estábulo de Belém está dentro de cada um aqui e
agora; precisamente nesse estábulo interior moram os animais do desejo, todos
esses “eus ” passionais que carregamos em nossa psique, isto é óbvio. “Belém” mesmo
é um nome esotérico; nos tempos em que o grande Cabir veio ao mundo, a aldeia
de Belém não existia, de modo que isto é inteiramente simbólico. Bel é uma raiz
caldeia que significa Torre do Fogo, de modo que, propriamente dito, Belém é
Torre do Fogo. Quem poderia ignorar que Bel é um termo caldeu que corresponde
precisamente à Torre de Bel, à Torre do Fogo? Assim, o termo Belém é totalmente
simbólico. Quando o Iniciado trabalha com o Fogo Sagrado, quando elimina
completamente de sua natureza íntima os agregados psíquicos, quando de verdade
está realizando a Grande Obra, indubitavelmente há de passar pela Iniciação
Venusta; a descida do Cristo ao coração do homem é um acontecimento cósmico e
humano de grande transcendência; tal evento corresponde na verdade à Iniciação
Venusta. Infelizmente, não se compreendeu realmente o que é o Cristo; muitos
supõem que o Cristo foi exclusivamente Jesus de Nazaré, e estão equivocados.
Jesus de Nazaré, como homem – ou, melhor dizendo, Jeshuá ben Pandirá – recebeu,
como homem, a Iniciação Venusta, encarnou o Cristo, mas não é o único a ter
recebido tal Iniciação. Hermes Trismegisto, o
três vezes grande Deus Íbis de Thot, também O encarnou. João Batista, a quem
muitos consideravam como o Christus, o Ungido, inquestionavelmente recebeu a
Iniciação Venusta, encarnou-O. Os Gnósticos Batistas asseguravam na Terra Santa
que o verdadeiro Messias era João, e que Jesus era somente um Iniciado que
havia querido seguir a João. Havia naquela época disputas entre Batistas,
Gnósticos, Essênios e outros. Devemos entender o Cristo tal qual é, não como
uma pessoa, como um indivíduo. O Cristo está mais além da Personalidade, do Eu
e da Individualidade. Cristo em esoterismo autêntico é o Logos, o Logos Solar
representado pelo Sol. Agora compreenderemos porque os Incas adoravam o Sol, os
Nahuas lhe rendiam culto, os Maias, os Egípcios, etc. Não se trata da adoração
a um sol físico, mas ao que se oculta atrás deste símbolo físico; obviamente,
adorava-se o Logos Solar, o Segundo Logos. Este Logos Solar é unidade múltipla
perfeita. A variedade é unidade. No mundo do Cristo Cósmico a individualidade
separada não existe; no Senhor somos todos um (…). Me vem à memória certa
experiência, digamos, esotérica, realizada há muitos anos. Então, submergido em
profunda meditação, obtive certamente o Samadhi, o estado de Mantéia, o Êxtase,
como é chamado no esoterismo ocidental. Naquela ocasião eu desejava saber algo
sobre o batismo de Jesus, o Cristo, pois bem sabemos que João o batizou. Foi
profundo o estado de abstração, obtive o perfeito Dharana, ou seja,
concentração, o Dhyana, ou meditação, e por fim consegui o Samadhi; me
atreveria a dizer que foi um Maha-Samadhi, porque abandonei perfeitamente os
corpos Físico, Astral, Mental, Causal, Búdico e até o Átmico. Consegui, pois,
reabsorver minha consciência de forma íntegra no Logos. Assim, nesse estado
logoico, como um Dragão de Sabedoria, fiz a correspondente investigação. De
imediato me vi na Terra Santa, dentro de um templo; mas, coisa extraordinária,
vi a mim mesmo convertido em João Batista, com uma vestimenta sagrada; vi
quando traziam a Jesus com sua veste branca, sua túnica branca. Dirigindo-me a
Ele, disse: “Jesus, despe tua túnica, tua vestimenta, pois vou batizar-te”.
Depois retirei de um recipiente um pouco de azeite de oliva, conduzi-O ao
interior do Santuário, ungi-O com o óleo, despejei água sobre Ele e recitei os
mantrams e ritos. Depois, o Mestre se sentou em sua cadeira à parte; eu guardei
tudo novamente, pus os objetos em seus lugares e dei por terminada a cerimônia.
Mas vi-me transformado em João! É claro que, uma vez passado o Êxtase, o
Samadhi, pensei: “Mas como é possível que eu seja João Batista? Nem
remotamente, eu não sou João Batista! Fiquei bastante perplexo e pensei: “Vou
fazer agora outra concentração, mas agora não vou me concentrar em João, vou
concentrar-me em Jesus de Nazaré”. Então escolhi como motivo da concentração o
Grande Mestre Jesus. O trabalho foi longo e árduo, a concentração foi se
fazendo cada vez mais profunda; logo passei do Dharana – concentração, ao
Dhyana – meditação, e deste ao Sammadhi, ou Êxtase. Fiz um esforço supremo que
me permitiu despir-me dos corpos Físico, Astral, Mental, Causal, Búdico e
Átmico até introverter minha consciência, absorvendo-a no mundo do Logos Solar,
e, em tal estado, querendo saber sobre o Cristo Jesus, me vi a mim mesmo
convertido em Cristo Jesus, fazendo milagres e maravilhas na Terra Santa,
curando os enfermos, dando vista aos cegos etc., e, por último, me vi vestido
com as vestes sagradas chegando ante João naquele Templo. Então João se dirigiu
a mim e disse: “Jesus, retira tua vestimenta, pois vou batizar-te”. Trocaram-se
os papéis, já não me vi transformado em João mas em Jesus, e recebi o batismo
de João. Passado o Samadhi, regressando ao corpo físico, vim a constatar
perfeitamente, com toda a clareza, que no mundo do Cristo Cósmico somos todos
um. Se eu tivesse querido meditar em qualquer um de vocês, lá no mundo do
Logos, me teria visto transformado em um de vocês, vivendo sua vida, já que lá
não há individualidade, não há personalidade nem Eu; ali somos todos o Cristo,
ali somos todos João, ali todos somos o Buda, ali somos todos um; no mundo do
Logos não existe a individualidade separada. O Logos é Unidade Múltipla
Perfeita, é uma energia que se move e palpita em todo o criado, que subjaz em
todo átomo, em todo elétron, em todo próton, e se expressa vivamente através de
qualquer homem que esteja devidamente preparado. Bem, este esclarecimento teve
como objetivo explicar melhor o acontecimento de Belém. Quando um homem está
devidamente preparado, passa pela Iniciação Venusta – mas, esclareço, deve
estar devidamente preparado – e na Iniciação Venusta consegue a encarnação do
Cristo Cósmico em si mesmo, dentro de sua própria natureza. Inutilmente teria
Jesus nascido em Belém se não nascesse em nosso coração também. Inutilmente
teria morrido e ressuscitado na Terra Santa, se não morre e ressuscita em nós
também. Esta é a natureza do Salvator Salvandus. O
Cristo Íntimo deve salvar-nos, mas salvar-nos desde dentro, a todos nós.
Aqueles que aguardam a vinda de Jesus de Nazaré para um futuro remoto estão
equivocados; o Cristo deve vir agora desde dentro, a segunda vinda do Senhor é
desde dentro, desde o próprio fundo da Consciência. Por isto está escrito o que
Ele disse: “Se ouvires alguém dizendo na praça pública que é Cristo, não o
creiais, e se disserem “Ele está ali no Templo predicando”, não o creiais”. É
que o Senhor não virá desta vez de fora mas de dentro, virá desde o próprio
fundo de nosso coração, se nós nos prepararmos. Paulo nos esclarece, dizendo:
“De Sua virtude tomamos todos, graça por graça”. Então, está documentado; se
estudarmos cuidadosamente Paulo de Tarso, veremos que raramente alude ao Cristo
histórico; cada vez que Paulo de Tarso fala sobre Jesus Cristo, refere-se ao
Jesus Cristo Interior, ao Jesus Cristo Íntimo, que deve surgir do fundo de
nosso Espírito, de nossa Alma. Enquanto o homem não O tiver encarnado, não
se pode dizer que possua a Vida Eterna, só Ele pode tirar nossa Alma do Hades,
só Ele pode verdadeiramente dar-nos Vida, e em abundância. Assim, pois, devemos
ser menos dogmáticos e aprender a pensar no Cristo Íntimo, isto seria grandioso
(…). Todo o simbolismo relacionado com o nascimento de Jesus é alquímico e
cabalístico. Diz-se que três Reis Magos vieram adorá-lo, guiados por uma
estrela; este trecho não pode ser compreendido, falando francamente, se não se
for versado em alquimia, porque é alquímico. Que são essa estrela e esses Reis
Magos? E eu vos digo que essa estrela não é outra coisa que o Selo de Salomão,
a estrela de seis pontas, símbolo do Logos Solar. O triângulo superior
representa obviamente o Enxofre, ou seja, o Fogo. E o inferior, o que
representa em Alquimia? O Mercúrio, a Água; mas a que tipo de água se referem
os Alquimistas? Dizem eles: “A Água Que Não Molha as Mãos, o Úmido Radical
Metálico”, em outras palavras, o Exiohehari. Ele nasce no estábulo de nosso
próprio corpo dentro do qual temos todos os animais do desejo, das paixões
inferiores. Ele tem que crescer, desenvolver-se ascendendo pelos diversos graus
até converter-se num Homem entre os homens, tomar a seu cargo todos os nossos
processos mentais, volitivos, sexuais, emocionais, etc., passar por um homem
comum. Mesmo sendo o Cristo um Ser tão perfeito, um Homem que não peca, ainda
assim deve viver como um pecador entre pecadores, um desconhecido entre outros
desconhecidos; esta é a crua realidade dos fatos. Mas (o Cristo) vai crescendo,
vai-se desenvolvendo à medida que elimina em si mesmo os elementos indesejáveis
que levamos dentro. É tal sua integração conosco que lança toda a
responsabilidade sobre seus ombros. Converteu-se num pecador como nós, não
sendo Ele um pecador – sentindo em carne e osso as tentações, vivendo como um
homem qualquer. E assim, pouco a pouco, à medida que vai eliminando os
elementos indesejáveis de nossa Psique, não como algo alheio ou estranho mas
como algo próprio Dele, vai se desenvolvendo no interior de nós mesmos; isto
precisamente é o maravilhoso. Se não fosse assim, seria impossível realizar a
Grande Obra. É Ele quem tem de eliminar todo esse Mercúrio Seco, todo esse
Enxofre venenoso, para que os Corpos Existenciais Superiores do Ser possam
converter-se em veículos de Ouro Puro, Ouro da melhor qualidade. Os Três Reis
Magos que vieram adorar o Menino representam as cores da Grande Obra. A
primeira cor é o Negro, quando estamos aperfeiçoando o corpo. Isto, repito,
simboliza o Corvo Negro da Morte, é a Obra de Saturno simbolizada pelo Rei Mago
de cor negra; então passamos por uma morte, a morte de nossos desejos, paixões,
etc., no Mundo Astral. A seguir vem a pomba Branca, isto é, o momento em que já
desintegramos todos os Eus do Mundo Astral; adquirimos então o direito de usar
a túnica de linho branco, a túnica do Phtah egípcio, a túnica de Ísis;
evidentemente esta cor é simbolizada pela Pomba Branca; este é ainda o segundo
dos Reis, o Rei Branco. Já bastante avançado no aperfeiçoamento do Corpo
Astral, apareceria a cor Amarela, ou seja, conquistaria o direito à túnica
Amarela; então aparece a Águia Amarela, o que nos recorda o terceiro dos Reis
Magos, que é da raça amarela. Finalmente, a coroação da Obra é a Púrpura.
Quando um corpo, seja o Astral, o Mental ou o Causal, já se tornou de Ouro
Puro, recebe a púrpura dos Reis, porque triunfou. Assim, como podem ver, os
Três Reis Magos não são três indivíduos, como muitos acreditam, mas símbolos
das cores fundamentais da Grande Obra, e o próprio Jesus Cristo vive dentro.
Jesus em hebraico é Jeshuá; Jeshuá significa Salvador, e, como Salvador, nosso
Jeshuá Particular tem de nascer neste estábulo que temos dentro de nós para
realizar a Grande Obra; Ele é o Magnésio Interior do Laboratório Alquimista. O
grande Mestre deve surgir no fundo de nossa Alma, de nosso Espírito. O mais
duro para o Cristo Íntimo, após seu nascimento no coração do Homem, é
precisamente o Drama Cósmico, sua Via Crucis. No Evangelho as multidões aparecem
pedindo a crucificação do Senhor; essas não são multidões de ontem, de um
passado remoto, como se supõe, de algo que ocorreu há 1975 (ano em que este
texto foi escrito) anos. Não, senhores, essas multidões estão dentro de nós
mesmos, são nossos famosos “Eus”; dentro de cada pessoa moram milhares de
pessoas, o “Eu do ódio”, o “Eu tenho ciúmes”, o “Eu sinto inveja”, o “Eu da
cobiça”, ou seja, todos os nossos defeitos, e cada defeito é um “Eu” diferente.
É claro que essas multidões que trazemos dentro de nós, que são nossos famosos
“Eus”, são os que gritam: “Crucifiquem-nO, crucifiquem-no!”. Quanto aos Três
Traidores, já sabemos que no Evangelho Crístico são Judas, Pilatos e Caifás.
Quem é Judas? O Demônio do Desejo. Quem é Pilatos? O Demônio da Mente. Quem é
Caifás? O Demônio da Má Vontade. Mas é preciso esclarecer isto, para que se
possa compreendê-lo melhor. Judas, o Demônio do Desejo, troca o Cristo Íntimo
por 30 moedas de prata: 30 (3 + 0 = 3), esta é a alusão cabalística, ou
seja, troca-O pelas coisas materiais, pelo dinheiro, pela bebida, pelo luxo,
pelos prazeres animais etc. Quanto a Pilatos, é o Demônio da Mente; este sempre
“lava as mãos”, nunca tem culpa, para tudo encontra uma evasiva ou
justificativa, jamais se sente responsável. Realmente, estamos sempre
justificando todos os defeitos psicológicos que temos em nosso interior, jamais
nos julgamos culpáveis. Muita gente me diz: “Acredito ser uma boa pessoa; eu
não mato, não roubo, sou caridoso, não sou invejoso”, ou seja, são todos cheios
de virtude, perfeitos, segundo eles próprios; “ignoto”, é o que tenho a dizer
ante tanta perfeição. Assim, olhando as coisas como são, em seu cru realismo,
esse Pilatos sempre lava as mãos, nunca se considera culpado. Quanto a Caifás,
francamente o considero o mais perverso de todos. Pensem no que representa
Caifás: muitas vezes o Cristo Íntimo nomeia um Sacerdote, um Mestre ou Iniciado
para que guie suas ovelhas e as apascente, lhe entrega a autoridade e o põe à
frente de uma congregação, e o tal Sacerdote, Mestre, Iniciado etc., em vez de
guiar seu povo sabiamente, vende os Sacramentos, prostitui o Altar, fornica com
as devotas etc. Ou seja, trai o Cristo Interno, isto é o que faz Caifás. É
doloroso isso? É claro, é horrível, é uma traição do tipo mais sujo que há, e
não há dúvida de que muitas religiões se prostituíram e muitos sacerdotes
traíram o Cristo Íntimo; não me refiro a nenhuma seita em particular, mas a
todas as religiões do mundo. É possível que haja grupos esotéricos dirigidos
por verdadeiros Iniciados, e que estes, muitas vezes traidores, tenham traído o
Cristo Íntimo. Tudo isto é doloroso, infinitamente doloroso. Caifás é o que há
de mais sujo. Estes três traidores levam o Cristo Íntimo ao suplício. Pensem
por um instante no Cristo Íntimo no mais profundo de cada um de vocês, senhor
de todos os processos mentais e emocionais, lutando por salvá-los, sofrendo
terrivelmente; os próprios Eus de vocês protestando contra Ele, blasfemando,
pondo a coroa de espinhos, açoitando-O. Bem, esta é a crua realidade dos fatos,
este é o Drama Cósmico vivido interiormente. Finalmente, este Cristo Íntimo
subiria ao Calvário, isto é óbvio, e baixa ao sepulcro, com sua morte mata a
morte, isto é a última coisa que faz. Posteriormente ressuscita no Iniciado e o
Iniciado ressuscita n’Ele. Então a Grande Obra está realizada, consummatum
est. Assim têm surgido através dos séculos Mestres Ressurretos; lembremos
um Hermes Trimegisto, um Moria, grande Mestre da Força do Tibet, lembremos o
Conde Cagliostro (1743-1795), que ainda vive, e Saint-Germain (1712-1784), que
em 1939 visitou outra vez a Europa. Este Saint-Germain trabalhou ativamente nos
séculos 17, 18 e 19 e, entretanto, continua a existir fisicamente, é um Mestre
Ressurreto. Por que são Mestres Ressurretos? Porque, graças ao Cristo Íntimo,
obtiveram a Ressurreição. Sem o Cristo Íntimo, a Ressurreição não seria
possível. Aqueles que supõem que pelo simples fato de morrer fisicamente alguém
já tem direito à Ressurreição dos Mortos são realmente dignos de compaixão;
falando outra vez em estilo socrático, não apenas ignoram mas, o que é ainda
pior, ignoram que ignoram. A Ressurreição é algo pelo qual se tem de trabalhar,
e trabalhar aqui e agora, e é preciso ressuscitar em carne e osso (e ao vivo).
A Imortalidade deve-se consegui-la agora mesmo, pessoalmente; assim se deve
considerar todo o Mistério Crístico. Todo o Drama Cósmico é em si mesmo
extraordinário, maravilhoso, e se inicia realmente com o NATAL DO CORAÇÃO. O
que vem a seguir relacionado com o Drama, a fuga para o Egito, quando Herodes
manda matar todos os meninos e Ele tem de fugir, tudo é simbólico, totalmente
simbólico. Dizem (num Evangelho Apócrifo) que Jesus, José e Maria tiveram de
fugir para o Egito, tendo permanecido vários dias vivendo sob uma figueira, e
que desta figueira saiu um manancial de água puríssima – é preciso saber
compreender isto : esta figueira representa sempre o sexo; dizem ainda que se
alimentavam do fruto desta figueira, os frutos da Árvore da Ciência do Bem e do
Mal. A água que corria puríssima, que saía desta figueira, é nada menos que o
Mercúrio da Filosofia Secreta. Quanto à decapitação dos inocentes, muito se tem
escrito sobre isso. Nicolas Flamel (1340-1418) deixou gravadas nas portas do cemitério de
Paris cenas retratando a degola dos inocentes. Por que essa cruel degola dos
inocentes? Não obstante, isto é também muito alquímico, todo Iniciado tem de
passar pela decapitação. Mas o que é que o Cristo Íntimo tem de decapitar em
nós? Simplesmente deve degolar o Ego, o Eu, o Si Mesmo, e o sangue que emana da
decapitação é o Fogo, é o Fogo Sagrado pelo qual o Iniciado tem de
purificar-se, limpar-se, branquear-se; tudo isso é profundamente esotérico,
nada pode ser tomado “ao pé da letra”. A seguir vêm os feitos milagrosos do
grande Mestre. Caminhava sobre as águas, [como] sobre as Águas da Vida tem de
caminhar o Cristo Íntimo. Abrir a visão dos que não vêm, predicando a palavra
para que vejam a luz; abrir os ouvidos dos que não querem ouvir, para que
escutem a palavra. Quando o Senhor já cresceu no Iniciado, tem de tomar a
palavra e explicar a outros o que é o caminho, limpar os leprosos; não há
ninguém que não esteja leproso, essa lepra é o Eu pluralizado, essa é a
epidemia que todos levam dentro de si, a lepra da qual devemos ser limpos. Os
que estão paralíticos não caminham ainda pela Senda da Auto realização, o Filho
do Homem deve curar os paralíticos para que andem rumo à montanha do Ser. Há
que compreender tudo isto de forma mais íntima, mais profunda; isto não
corresponde a um passado remoto, é para ser vivido dentro de nós mesmos aqui e
agora. Se começamos a amadurecer um pouquinho, saberemos apreciar melhor a
mensagem que o Grande Kabir Jesus trouxe à Terra. Em todo caso, precisamos
passar por Três Purificações, à base de ferro e fogo – este é o significado dos
Três Cravos da Cruz. E a palavra INRI (é o acrônimo da frase em latim: Iesus Nazarenus, Rex Iudaeorom, cuja tradução é - Jesus Nazareno o Rei dos Judeus) diz muito. Já sabemos que INRI
esotericamente é o Fogo; necessitamos passar pelas Três Purificações à base de
ferro e fogo antes de conseguir a Ressurreição, do contrário seria impossível
lográ-la. Aquele que ressuscita se transforma radicalmente, se converte num
Deus-Homem, é um Hierofante da estatura de um Hermes, um Quetzalcoatl ou um
Buda. Mas é necessário fazer a Grande Obra. Realmente, não se poderia entender
os quatro Evangelhos se não se estudasse Alquimia e Cabala, porque [os
Evangelhos] são alquimistas e cabalistas, isto é óbvio. Os judeus tinham três
livros sagrados. O primeiro é o corpo da doutrina, a Bíblia. O segundo é a alma
da doutrina, o Talmud, no qual está a alma nacional judaica. E o terceiro é o
espírito da doutrina, o Zohar, onde está toda a Cabala dos rabinos. A Bíblia, o
corpo da doutrina, está escrita sob chave. Se queremos estudar a Bíblia
“compaginando versículos”, procedemos de forma ignorante, empírica e absurda.
Prova disto é que todas as seitas mortas que, até a época atual, se nutriram da
Bíblia interpretada de forma empírica, não puderam entrar em acordo. Se existem
milhares de seitas baseadas na Bíblia, quer dizer que nenhuma delas a
compreendeu. As chaves para a interpretação estão no Zohar, escrito por Simeon Ben Jochai,
o grande rabino iluminado. Aí encontramos as chaves para interpretar a Bíblia.
Então, é necessário “abrir” o Zohar. Se
queremos saber algo sobre Cristo, sobre o Filho do Homem, devemos estudar a
árvore da vida (...). www.gnosisonline.org.br.
Abraço. Feliz Natal a todos os leitores do Mosaico, bem como a seus queridos familiares. Davi
Assinar:
Postagens (Atom)