sábado, 30 de setembro de 2017

A ATIVIDADE DO DESEJO

Espiritualidade. Texto de N. Sri Ram (1889-1973). A ATIVIDADE DO DESEJO. A SENSAÇÃO nasce do sentido do tato, que é a base de nossa relação com o mundo fenomenal. É um modo de resposta ao mundo externo e tem seu valor como meio de conhecimento, felicidade e crescimento, no seu lugar apropriado. Quando A SENSAÇÃO é psicologicamente elaborada, convertida em necessidade e indiscriminadamente misturada com o nosso processo pensante, é que o problema começa. Quando a SENSAÇÃO é agradável, MANAS ou mente - que é o instrumento de percepção - apega-se à SENSAÇÃO particular. O DESEJO de repetição da experiência surge como a forma ativa vitalizada desse apego. Toda repetição é essencialmente mecânica e pertence à natureza material: é, na verdade, uma forma de inércia. A MEMÓRIA é repetitiva. O DESEJO também é repetitivo. Ele tem seu ciclo de origem, crescimento, fim da satisfação, e renascimento imediato. A atividade do DESEJO É produzida pela MENTE. Mesmo nos animais, o DESEJO surge por causa de uma MENTE subliminar. MENTE e SENSAÇÃO juntas geram DESEJO, quando a MENTE trabalha arduamente para se tornar SENSAÇÃO. A SENSAÇÃO é mentalizada. É o modo como a MENTE identifica a SENSAÇÃO posteriormente, retendo-a como base do pensamento e como MEMÓRIA. A MENTE tem o seu pensamento colorido pela SENSAÇÃO de prazer ou dor, e a reação a esse prazer ou a essa dor penetra o pensamento e o condiciona. Não fosse este o caso, a SENSAÇÃO existiria apenas por um momento, quando existe o contato excitante, e não produziria DESEJO. O DESEJO é uma força que remete ao passado e aparece como um fantasma do passado influenciando o presente. É a MENTE que, em seu lado material (pois também está ligada ao princípio espiritual), une o passado ao presente, que associa uma coisa a outra por meio de observação e comparação. Ela rastreia a MEMÓRIA, cria teias de associação. O DESEJO, que é um impulso criado pelo impacto da MENTE sobre a SENSAÇÃO, invade a MENTE. Ele assim se perpetua e se expande. A SENSAÇÃO, com origem no passado, estende-se ao presente. Suas vibrações originais continuam diminuindo - a não ser que sejam intensificadas - como os tons de um diapasão (mus na escala geral dos sons, posição ocupada por uma voz ou instrumento) através do meio contínuo da MENTE. A MENTE relembra a SENSAÇÃO passada, e como a SENSAÇÃO está envolta em DESEJO, ela desfruta a SENSAÇÃO e se esforça pro prolongá-la e intensificá-la. Através das associações feitas pela MENTE, O DESEJO penetra os conteúdos mentais. Então toda associação torna-se maculada e excita o DESEJO. O DESEJO, se é DESEJO SEXUAL, atua sobre o sistema nervoso. Toda SENSAÇÃO é uma excitação dos nervos, isto é, de todo o corpo. Quando a MENTE relembra essa EXCITAÇÃO, quando se demora sobre ela na MEMÓRIA, o DESEJO sobe à cabeça e a EXCITAÇÃO aumenta até alcançar o CLÍMAX. A MENTE torna-se escrava dessa EXCITAÇÃO e não consegue funcionar separada dela. Ela se torna ativa e reúne os sentidos por meio de todo artifício possível, com o objetivo de aumentar o DESEJO e alimentá-lo. Vemos isso ilustrado num show erótico ou numa revista erótica. O produtor representa a MENTE. É a sua MENTE que elabora e desenha cada detalhe que atraí os espectadores ao atuar sobre as associações em suas MENTES, incita-lhes o DESEJO SEXUAL, que por sua vez intensifica as antigas associações e se espalha para SENSAÇÕES NOVAS. Cada detalhe torna-se uma corrente que aumenta o fluxo do DESEJO e da EXCITAÇÃO, resultando num estado de interação, um vicioso círculo de ação entre a MENTE, instigada pelo DESEJO e os NERVOS. Quanto maior a EXCITAÇÃO  DOS NERVOS, maior a vivificação do corpo e o desfrute da SENSAÇÃO corporal. Quanto maior o gozo, maior o APEGO ao gozo e ao anelo por sua repetição. A "arte" em qualquer romance ERÓTICO ou em qualquer tipo de apelo SEXUAL consiste igualmente na ênfase de associações. Assim, grande número de pessoas se deixa influenciar por uma LUXÚRIA intensificada e crescente que, eventualmente, as torna autômatos existindo para a SATISFAÇÃO DA LUXÚRIA, "monstros" a quem nada deterá sob sua TIRANIA INCESSANTE. Na ocasião oportuna a AUTOINDULGÊNCIA sufoca e destrói todo instinto ALTRUÍSTA. Pois a mente está entrincheirada na SENSAÇÃO. A LUXÚRIA torna-se CRUELDADE, SADISMO (perversão caracterizada pela obtenção de prazer sexual com a humilhação ou sofrimento físico do outro). Mesmo em sua forma débil, LUXÚRIA e INDULGÊNCIA (disposição para perdoar culpa ou erro: misericórdia, clemência) produzem indiferença para com os outros, DESTROEM O AMOR no único sentido verdadeiro, expansivo e belo do termo. É através da MENTE que o DESEJO pode ser controlado e dominado. O homem sábio é aquele que não diz; "EU DESEJO" pois é capaz de se separar do DESEJO. Logo ele aprende que sua MENTE é um amplo processo de pensar que ele contraiu. Quando o coração está PLENO DE AMOR que busca dar e não arrebatar ou desfrutar, que não busca intensificação do eu pela SENSAÇÃO ENRAIZADA no eu, todos os anelos devem morrer. Onde O SEXO É UM PROBLEMA, O AMOR É O ANTÍDOTO. Quando existe a SACRALIDADE DO AMOR puro, no qual existe ausência do eu - pode-se olhar, sem interesse - como através dos olhos de uma criança inocente, para todas as coisas que poderiam ser EXCITANTES a uma MENTE afetada pelo SEXO. Na vida moderna, "AMOR" está associado a POSSE E PRAZER. Mas seu verdadeiro relacionamento é com ausência de DESEJO sob qualquer forma, sutil ou grosseira. Livro O Interesse Humano. Abraço. Davi.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

AGONIA NA TERRA NA ERA DE AQUÁRIUS.

Gnosticismo. Texto de Samuel Aun Weor (1917-1977). Com o maior prazer me dirijo a este grupo de irmãos, desejando saudá-los tanto aqui no mundo físico quanto também nos Mundos Superiores, onde todos os presentes aqui nos conhecemos (…). Certamente, a Gnosis vem preencher uma necessidade nesta Era de Aquárius, esta Era que começou exatamente no dia 4 de fevereiro de 1962, entre 14 e 15 horas da tarde. Houve um “engarrafamento do trânsito celeste, na Constelação do Equador, e os observatórios de todos os países da Terra puderam ver esse evento cósmico. Dessa forma, não se trata de uma afirmação a priori, sem documentação de nenhuma espécie, foi um evento concreto e real, rigorosamente observado pela ciência oficial, os planetas do Sistema Solar se reuniram num “supremo congresso”, na Constelação de Aquárius, e desde então, como consequência, começou a nova Era, a Era de Aquárius. Neste momento, ainda se sentem os últimos impulsos da Era de Piscis (Peixes), que começam a se misturar com o começo de Aquárius, uma mistura das duas correntes, aquela que agoniza e aquela que está nascendo, aquilo que está morrendo, que está caducando, e aquilo que tem o sabor revolucionário. À medida que o tempo for passando, a Era de Aquárius vai se fazer sentir cada vez mais forte. É claro que tudo isso traz grandes acontecimentos. Se observarmos rigorosamente a Constelação de Aquárius, veremos que ela é governada por dois planetas: Urano, que é um planeta revolucionário e catastrófico cem por cento, e o segundo, Saturno, que é representado na Alquimia pelo Corvo Negro, significando a Morte, que quer dizer o regresso ao Caos Original. Defronte da Constelação de Aquárius está a Constelação de Leo, um signo zodiacal do Fogo, é o Leão da Lei, que sai de encontro a uma Humanidade suficientemente madura e vergonhosa, para o Karma, o Castigo Final. Assim como existe o ano terrestre, existe também o Ano Sideral, o terrestre é a volta da Terra ao redor do Sol e um Ano Sideral é a volta do Sistema Solar ao redor do Cinturão Zodiacal. Nosso Sistema Solar iniciou a presente viagem sob a Constelação de Aquárius, depois do Grande Dilúvio Universal, que foi a submersão do continente atlante, começando desde aquela época, onde se iniciou a Nova Raça, a Raça Ária. Esta Raça surgiu nos primeiro instantes em que o Sistema Solar iniciou a sua nova viagem ao redor do Zodíaco, desta forma o Sistema Solar está concluindo a sua viagem ao redor do Zodíaco, regressando à Constelação de Aquárius e como final de viagem, inquestionavelmente, terá de haver um Grande Cataclismo. Há fenômenos extraordinários, assim como o Sistema Solar viaja ao redor do Zodíaco até regressar ao seu ponto de partida original. Também há um mundo, um planeta gigantesco, que faz parte dessa mecânica sideral, é o planeta Hercólubus, seis vezes maior que Júpiter, esse planeta não pertence ao nosso Sistema Solar, pertence a outro, chamado de Sistema Solar Tylar. A enorme massa desse planeta tem um poder magnético formidável, atrairá, por isso, o fogo líquido que existe no interior do planeta Terra, fazendo com que brote Vulcões por todas as partes da Terra, acompanhados por imensos terremotos. Nossos antepassados de Anáhuac disseram o seguinte: “Os filhos do Quinto Sol, perecerão pelo fogo e pelos terremotos (…)” Isso acontecerá com a chegada de Hercólubus, haverá o Grande Incêndio Universal, preconizado pelos melhores videntes, desde São João, Jesus, Daniel, Nostradamus etc. Esse planeta se interporá entre o Sol e a Terra, produzindo um grande eclipse total. Com a aproximação máxima da Terra, fará com que os eixos da Terra se revolucionem, então os oceanos mudarão de leito e os continentes atuais submergirão nas águas dos oceanos. Toda a Terra voltará ao Caos Original, é necessário que do fundo dos oceanos surjam “novas terras e novos céus”, como disseram os apóstolos Pedro e  Paulo. Mas é bom saber que o Demiurgo Arquiteto do Universo previu que surgirão Terras novas para uma nova Humanidade, para conservar a semente. Por esse motivo, preparar-se-á um núcleo que sirva de base para a Era de Aquárius, para a Idade de Ouro, que será formado por homens e mulheres de boa vontade, e esse grupo será tirado secretamente do fogo e da fumaça na hora do terror, e será levado a uma ilha que existe no Oceano Pacífico. Essa ilha estará protegida pelas Potências Cósmicas de tal forma, que os que ali estiverem não receberão nenhum dano, se converterão em espectadores da Grande Tragédia. Eles viverão como os Nibelungos da submersa Atlântida, entre o vapor de água e fogo, porque naqueles dias a Terra estará envolta em nuvens, eles verão os duelos dos elementos da Natureza durante séculos. Desta forma, eles irão eliminando radicalmente os defeitos psicológicos para reconquistar a Inocência e viver na Idade de Ouro. Quando aparecer um Duplo Arco-Íris nas nuvens, naqueles tempos, os que estiverem devidamente preparados o tomarão como sinal e passarão a viver em Terras novas e céus novos, porque esses céus e Terras atuais, carregados de tantos venenos, terão passado à história. Surgirá, assim, a nova Terra, a fisionomia geológica será totalmente diferente, haverá novos continentes, onde viverá a Sexta Raça Raiz. Nós fazemos parte da Quinta Raça, a Sexta será totalmente diferente, por isso é que o Movimento Gnóstico e a nossa Associação de Estudos Gnósticos só têm um objetivo: o de preparar o núcleo que haverá de servir para a futura Sexta Raça Raiz. Queremos nos preparar para entrar nesse núcleo precioso que servirá de base para a futura Idade de Ouro, queira Deus, todos aqui presentes possam ingressar nesse grupo. Se a Terra não passasse por essa grande catástrofe, se tudo o que estamos dizendo aqui resultasse falso, a Terra, mesmo assim, se converteria numa Lua, as espécies marinhas morreriam por contaminação, a Humanidade desapareceria por contaminações, por fome, as terras seriam convertidas em areia, num grande deserto, para as vidas seria impossível sobreviver na face da Terra e a Lei da Entropia se encarregaria de igualar tudo, fazer deste planeta uma Lua, e nada mais (…). Entretanto, a catástrofe se avizinha, os astrônomos sabem de tudo, mas eles estão proibidos de anunciar isso, porque haveria uma psicose coletiva. Entre os planos da Fraternidade Universal Branca, sabe-se que a Terra se transformará, as Escrituras Sagradas também afirmam isso, não somente a Bíblia, mas outras Sagradas Escrituras de outras grandes religiões. A Terra atual está agonizando e o mais grave é que a Humanidade não se dá conta disso, não se dá conta de que os mares estão sendo contaminados, que nos rios as espécies estão desaparecendo, que estão esterilizando o nosso mundo. Juntem a isso as explosões atômicas subterrâneas, o que é um absurdo, é o mesmo que explodir debaixo de sua própria casa e o mais grave é que estão fazendo isso sem nos consultar, fazem arbitrariamente. Se nos consultassem, com certeza haveria protestos e não fariam isso, mas estão fazendo isso de forma ditatorial, submetendo a Terra a uma devastação imensa. A Constelação de Aquárius, governada por Urano e Saturno: o primeiro é o planeta das catástrofes, atômico, revolucionário e terrível; o segundo é o símbolo da Morte, o esqueleto com a sua foice, é o famoso Corvo Negro da Morte na Alquimia, é o regresso ao Caos Original. É preciso que a Terra regresse ao Estado Caótico, ao Caos, para que surja uma nova Terra regenerada, simbolizada pelo Touro Alado do Evangelho de São Lucas. Entretanto, antes do fim, haverá muitas guerras e morte, virão revoluções sangrentas, e a Terceira Guerra Mundial será um verdadeiro holocausto atômico, se multiplicarão as enfermidades por todas as partes e não haverá como curá-las. A energia nuclear contaminará o fósforo do cérebro, as pessoas ficarão dementes e aparecerão no cenário do mundo cenas dantescas e horripilantes (…). Afortunadamente, com a máxima aproximação de Hercólubus, essa tragédia dantesca terá um ponto final para a nossa Raça Ária. Estamos diante do grande dilema da Filosofia, do Ser ou não Ser. Ou nos transformamos para melhor ou pereceremos, essa é a crua realidade dos fatos. Ainda que acreditemos que somos santos, na verdade não o somos, ainda que pareça incrível, no fundo todos somos terríveis malignos (…). Até aqui a minha aula, se alguém quiser perguntar algo (…).Pergunta: Mestre, as pessoas que serão salvas serão no físico ou no estado de Jinas? Samael Aun Weor: As pessoas serão levadas fisicamente a essa Ilha Secreta que existe no Oceano Pacifico, esse núcleo sobrevivente servirá de base pra a futura Sexta Raça Raiz, que será chamada de Koradhi. Aqueles que serão transladados à essa Ilha, terão de ter dissolvido pelo menos 50% do EGO animal, ou seja, estão  mais ou menos despertos, desencarnarão e voltarão a tomar novo corpo físico nessa ilha e continuarão desencarnando e retornando com o objetivo de se aperfeiçoar. Paz Inverencial! www.gnosisonline.org.br. Abraço. Davi.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

O PONTO DE VISTA DOS OUTROS.

Espiritualidade. Texto de N. Sri Ram (1889-1973). O PONTO DE VISTA DOS OUTROS. Esse tema é especialmente pertinente às condições existentes em toda parte atualmente. Podemos ver quanto do problema, entre nação e nação, raça e raça, comunitário, social e pessoal, deve-se à nossa incapacidade de tratar O PONTO DE VISTA DO OUTRO de forma justa. E, frequentemente, quando nos tornamos perceptivos do problema, tratamos com pouca cortesia ou o sujeitamos ao ressentimento e ao desdém. Esta é uma época que se orgulha de direitos e liberdade, mas no exercício da liberdade, tendemos a estabelecer o direito exclusivo e pessoal. Parece pensarmos que o homem tem menos direito a seus PONTO DE VISTA do que a seus pertences mais tangíveis. Não compreendemos que ele não pode deixá-los mesmo se quisesse. Essas observações parecem por demais impetuosas? O espírito a que se referem é por demais comum. A diferença em sua prevalência é apenas de grau. A tolerância não é uma virtude difundida, porque é uma virtude da maturidade, e ainda não deixamos o estágio primitivo muito atrás de nós. A aparência de nossa civilização moderna mal oculta as paixões e instintos que, em outras épocas, tinham livre expressão de maneiras diferentes e talvez menos sofisticadas. O outro homem, cujo PONTO DE VISTA estou discutindo, pode ser um homem ou mulher de outra raça, nacionalidade ou comunidade; pode ser um rival, um empregador ou empregado, um estranho que por acaso entra num compartimento do trem (metro) que você ocupa, alguém que pisa no seu pé na rua, o vizinho barulhento; ou pode até mesmo ser o seu irmão ou amigo. Ele está em toda parte e continua forçando seu PONTO DE VISTA sobre você de todos os lados. A vida em si parece empenhar-se em fazer com que você a entenda. Sendo assim, é uma prática útil nos colocarmos em imaginação na posição do outro e ver como nós próprios sentiríamos em seu lugar. Muitas irritações menores seriam cortadas pela raiz, e muita divergência seria rápida e pacificamente acertada. Se pudéssemos ser um pouco gentis quando buscamos ajustar nossas diferenças, ajudaria muito a lubrificar as engrenagens da vida diária. Devemos lembrar, também, que nosso próprio PONTO DE VISTA não é necessariamente certo. Pode ter raízes no preconceito. Nossa razão, que estamos prontos a afirmar que é infalível, normalmente se move sobre a superfície escorregadia de nossos gestos e aversões, mesmo se evita a ladeira da paixão precipitada. Quando dizemos: Este é o meu PONTO DE VISTA não dissemos a última palavra em sua justificação. Podemos estar meramente assumindo posição no topo da presunção do qual não desejamos ser desalojados, porque, talvez, nos permita desfrutar um senso de superioridade solitária. Nossa inflexibilidade pode de fato não surgir da presunção, mas pode estar baseada num princípio que buscamos defender; isso não assegura que veremos as coisas numa perspectiva correta ou em seu aspecto próprio; vemos os OUTROS através de uma névoa de preconceito, que tem origem em nossas peculiaridades de temperamento, nossa formação ou circunstâncias. Mesmo que nosso princípio esteja certo, a aplicação pode estar errada. O modo como aplicamos o princípio num determinado conjunto de circunstâncias é tanto um teste de retidão quanto o próprio princípio em abstração. É muito raro encontrar uma pessoa que tenha uma visão tão clara que veja cada coisa como ela é, em sua própria objetividade divina. Quando somos feridos, quando sentimos raiva, ou trabalhamos sob condições de estresse emocional é difícil vermos qualquer outro ponto de vista diferente do nosso. Mas, quando as condições normais retornam, geralmente podemos ver que por causa de nossa visão confusa estivemos aquém daquela pessoa em nosso julgamento final ou em nossa ação. Reciprocamente, se pudermos treinar a nós mesmos para considerar cada situação, à medida que surge, do ponto de vista da outra pessoa além do nosso, evitaremos muita emoção desnecessária e as consequências que surgem do julgamento impulsivo. A regra de ouro. "Faz aos OUTROS o que gostarias que fizessem a ti", é para você se pôr no lugar do OUTRO antes de agir. Quando estamos na situação do OUTRO, é bem provável que vejamos como ele vê, e queiramos o que ele queira. UM PONTO DE VISTA pode ser atraente para nós ou repulsivo; mas se é sincero na pessoa com quem temos de lidar, vale a pena nossa consideração. Muitas vezes isso nos torna apreensivos justamente porque é estranho e não estamos acostumados a ele. Mas se nos aproximarmos mais e se o estudarmos, poderemos encontrar por trás dele (tanto quanto do nosso) aquele "toque da Natureza que torna todo o mundo uma família". É tolice implicar com um PONTO DE VISTA sem examiná-lo. Mesmo que ele lance uma sombra sobre nós ou sobre os outros, o único meio eficaz de dissipá-lo é lançar sobre ele a luz de nossa compreensão. Estar entrincheirado no próprio PONTO DE VISTA é ser um prisioneiro. Estamos nesta posição principalmente por causa da falta de imaginação, e não por falta de bondade inata. Ainda somos seres humanos apesar de nossa estupidez, de nossa paixão e do nosso modo errado de pensar. Existe em cada um de nós uma centelha de indelével bondade que, apesar de nossa imersão na vida diária, permanece intocada. A compreensão é algo que pode ser cultivado, e em sua perfeição ela dá o poder de sintonizar, com a mais perfeita exatidão, com as necessidades e circunstâncias dos outros. A experiência de cada um de nós deve ter-nos ensinado que nosso crescimento sempre foi acompanhado pela mudança, que, à medida que galgávamos o lado da montanha, nossas visões mudavam e se alteravam. Sendo assim, não há razão para supor que devamos aferrar-nos aos nossos PONTOS DE VISTAS atuais com uma lealdade que poderia ser dedicada a uma causa melhor. Afinal, para a maioria das questões há dois lados ou mais; vivemos num mundo multidimensional, embora vejamos apenas um pouco de cada vez. Antes que possamos atingir a plenitude de compreensão, parece-me necessário ter experimentado a verdade em princípios aparentemente conflitantes. Socialismo e individualismo, santidade e humanidade, liberdade e disciplina e todos os opostos desse tipo devem encontrar reconciliação numa verdade que transcende, mas que expressa todos eles. O PONTO DE VISTA da OUTRA PESSOA pode desvela-nos profundezas de conhecimento que, de outro modo, estariam ocultas a nós. É desse ponto de vista que ela reage a vida, e suas reações podem expressar qualidades que não possuímos. O PONTO DE VISTA de um gênio pode ser o ponto de concentração de todo um esquema filosófico - o topo, por assim dizer, de um sistema de pensamento abrangente em seu escopo. A verdade pode ser encontrada em muitos desses PONTOS DE VISTA, pois cada um acrescenta  algo à totalidade da verdade, e é suficientemente certo até onde vai. Toda a essência ou semente de uma filosofia jaz, muitas vezes, não tanto em uma ideia que é concreta e limitada, mas em um PONTO DE VISTA que abrange uma perspectiva de pensamento amplo. Às vezes, mesmo um pessoa simplória pode mostrar-nos um valor que em nossa sofisticação elaborada podemos não ter percebido. UM PONTO DE VISTA pode estar baseado numa atitude ou numa opinião. A atitude importa muito mais do que a opinião. Eu me arrisco a pensar que a maioria de nossas opiniões importa comparativamente pouco, porque nelas existe pouco permanência; em qualquer caso, a verdade tem mais valor do que nossas opiniões. Mas a atitude mental com a qual vivemos faz toda a diferença para a felicidade da sociedade e de nós mesmos. Tendo em conta uma atitude de franqueza, podemos ajudar OS OUTROS  e também a NÓS MESMOS. Essa ajuda demanda compreensão, pois sem compreensão nossos melhores esforços para ajudar apenas atrapalharão; eles não podem obter êxito a não ser que estejamos preparados para considerar favoravelmente O PONTO DE VISTA da OUTRA PESSOA. A compreensão da mente dos OUTROS não precisa tornar-nos menos capazes de tomar nossas próprias decisões. Nem uma admissão da verdade do PONTO DE VISTA de OUTRA PESSOA enfraquece a validade do nosso. Tolerância jamais deve significar indiferença ao que é errado, e sim a compreensão de sua causa. O que é preciso é sentir com a pessoa por trás do PONTO DE VISTA; se fizermos isso, poderemos viver plena e alegremente, permitindo que OS OUTROS discordem de nós, não nos importando pelo fato de serem diferentes. Aliviamos a pressão sobre nós mesmos quando deixamos os OUTROS VIVEREM. A era atual tem sido diferentemente descrita segundo o PONTO DE VISTA do qual seu desenvolvimento tem sido visto. Politicamente se acredita que sua característica mais marcante é a evolução da democracia. Embora este princípio tenha esta sujeito, em certos lugares, a graves desafios, ele possui um apelo suficientemente amplo para colorir a perspectiva das pessoas de todas as partes do mundo. Mas a democracia, para que seja bem sucedida, precisa enfrentar certas condições essenciais. Uma delas é que, a cada indivíduo que cumpra seus deveres de cidadania, deve ser garantida a mais plena liberdade compatível com o bem-estar público, viver sua vida segundo suas próprias ideias e fazer sua própria contribuição ao estado. Ele deve não apenas ser respeitado pelo que é em si,mas é necessário que lhe sejam oferecidas oportunidades para desenvolver sua personalidade em todos os estágios; é preciso haver reconhecimento tanto do valor quanto da necessidade de seu estilo de vida e PONTO DE VISTA. Nossa busca deve ser por uma ordem onde o PONTO DE VISTA  de cada pessoa, representando sua experiência, tenha seu lugar na soma total da vida social e nacional. O PONTO DE VISTA de cada pessoa é amplamente o produto de sua experiência, e a vida é tão rica em experiência que ninguém obtém exatamente a mesma porção que seu próximo, seja em qualidade ou quantidade. Se o mundo humano não fosse um mundo de vida, e o problema da harmonia social fosse um problema mecânico, seria impossível encaixar com exatidão as diferentes peças do quebra-cabeça. Mas a vida é composta de seres que reúnem um milhão de células de diferentes tipos em um todo perfeito. A sociologia pode ser uma ciência tão verdadeira quanto a biologia, se começarmos com a admissão dos fatos e fundamentá-la sobre princípios naturais. Para consideração, eu sugiro o axioma de que o sucesso na vida coletiva deve depender da medida da plenitude da vida individual. Temperamento, profissão, relacionamentos, circunstâncias têm relação com o PONTO DE VISTA adotado por um homem ou mulher a qualquer tempo. Todas essas coisas condicionam sua mentalidade. Se tivéssemos o dom de penetrar a mente da outra pessoa e ver como ela vê, estaríamos perceptivos de muitos aspectos da vida ocultos de nós no presente, e assim nos elevaríamos àquele pináculo de onde esses aspectos são percebidos. Infelizmente a maioria de nós se conhece tão pouco, e não conhecemos sequer nossas limitações nem nossas capacidades. Religião e nacionalidade são influências especializantes que criam distinção e também separação. Contudo, os resultados dessa especialização são enriquecimento e diversidade. Deve chegar uma época - na verdade já chegou,  com a derrubada das barreiras materiais - em que haverá a junção dessas diversidades numa unidade. Nos dias de hoje, quando todas as partes do mundo estão unidas, O PONTO DE VISTA DO OUTRO exige mais atenção e respeito do que talvez estivéssemos preparados para dar nos dias menos prementes do passado. A PAZ MUNDIAL em cada um de seus aspectos - físico, mental e moral - e nosso próprio progresso dependem de lhes darmos o lugar que merecem. Livro O Interesse Humano. Abraço. Davi.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

V. MAÇONARIA.

Maçonaria. Texto de Lourizaldo Peres Baçan. A ADMINISTRAÇÃO DA LOJA. Capítulo Dez. A administração da Loja é constituída de cargos, conforme relação a seguir, havendo poucas variações entre os diversos Ritos praticados hoje no Brasil, que são: Escocês, de York, Andonhiramita, Brasileiro, Moderno e Schroeder. Os Ritos de York e de Schroeder, por exemplo, não possuem Chanceler. Via de regra, são estes os principais cargos de uma Loja: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Orador, Secretário, Tesoureiro e Chanceler. O Venerável, o Primeiro e o Segundo Vigilantes são as Luzes da Loja, não se esquecendo que as três Grandes Luzes da Loja são o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso. As Luzes, mais Orador e Secretário, formam as Dignidades da Loja. Os demais membros são os Oficiais, encarregados de um ofício ou função em Loja. Na maioria dos Ritos, as Dignidades, o Chanceler e o Tesoureiro possuem altares, triângulos ou mesas para o exercício de seus Cargos. Além dos Oficiais já citados, existem outros, cujo número, atribuições e designações encontram-se descritos nos Rituais de cada Rito, como veremos a seguir. Para coadjuvar e complementar o trabalho de administração de uma Loja, são constituídas Comissões, encarregadas de desenvolver ativdades específicas, conforme sua natureza. RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO. O Rito Escocês Antigo e Aceito é o mais praticado no Brasil, utilizado por mais de 90% das Lojas. Apesar do nome, nada tem de Escocês, pois foi criado na França, onde se desenvolveu. Na Escócia é pouco praticado, pois lá predomina o Rito de York. O Rito Escocês, como praticado no Brasil, utiliza 22 membros na sua Administração, às vezes 23, contando-se o Bibliotecário. Alguns desses cargos possuem adjuntos e outros só são exigidos em sessões especiais, como as de iniciação, por exemplo. São os seguintes esses cargos: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Orador, Secretário, Tesoureiro, Chanceler, Mestre de Cerimônias, Hospitaleiro, Primeiro Diácono, Segundo Diácono, Porta-Bandeira, Porta Estandarte, Porta-Espada (Flamejante), Primeiro Experto, Segundo Experto, Terceiro Experto, Cobridor Interno, Cobridor Externo, Mestre de Banquete, Mestre de Harmonia e Arquiteto. RITO DE YORK. O Rito de York é o mais praticado no mundo, principalmente nos países de língua inglesa. Sua administração é realizada por 15 membros, embora alguns como o Capelão e o Diretor do Cerimonial só trabalhem em determinadas Sessões. São eles: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Tesoureiro, Secretário, Primeiro Diácono, Segundo Diácono, Cobridor, Guarda Interno, Hospitaleiro, Mestre de Cerimônias, Primeiro Experto, Segundo Experto, Orador e Mestre de Harmonia. A beleza desse Rito é que seu ritual deve ser executado de cor, exigindo empenho dos oficiais para decorá-lo. RITO ADONHIRAMITA. O Rito Adonhiramita tem esse nome porque a personagem principal de seu ritual básico é Hiram Abi (Hiram, meu pai), tratado como Adon-Hiram (senhor Hiram) ou Adonhiram, um dos ministros de Salomão. Fundado em meados der 1700, gozou de certa popularidade, mas hoje encontra-se quase extinto, principalmente pela espiritualidade e pelo misticismo de suas práticas. Sua administração é composta por 17 membros: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Orador, Secretário, Tesoureiro, Chanceler, Primeiro Experto, Segundo Experto, Mestre de Cerimônias, Hospitaleiro, Cobridor, Porta-Estandarte, Porta-Espada, Mestre de Harmonia, Mestre de Banquetes e Arquiteto. RITO BRASILEIRO. Possivelmente surgido em Pernambuco, em 1864, com o nome de Maçonaria Especial do Rito Brasileiro, foi regulamentado em 1914. Apesar disso, ainda é pouco difundido, apesar de ser um rito nacionalista. Utiliza 20 membros em sua Administração: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Orador, Secretário, Tesoureiro, Chanceler, Hospitaleiro, Primeiro Mestre de Cerimônias, Segundo Mestre de Cerimônias, Primeiro Diácono, Segundo Diácono, Primeiro Experto, Segundo Experto, Porta Bandeira, Porta-Estandarte, Cobridor (Guarda do Templo), Cobridor Externo, Preparador, Mestre de Harmonia e Mestre de Banquetes. RITO MODERNO OU FRANCÊS. O Rito Moderno ou Francês surgiu em Paris, em 1761 e, por ser considerado agnóstico, gerou polêmica, principalmente ao abolir o Livro da Lei do Altar dos juramentos e a expressão Grande Arqui teto do Universo do cabeçalho de sua correspondência. A administração da Loja no Rito Moderno é feita por 16 membros: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Orador, Secretário, Tesoureiro, Chanceler, Primeiro Experto, Segundo Experto, Mestre de Harmonia, Hospitaleiro, Mestre de Cerimônias, Porta-Estandarte, Mestre de Banquetes, Cobridor e Arquiteto. RITO DE SCHROEDER. Este é um Rito pouco praticado no Brasil e tem uma administração composta por 11 membros: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, Orador (opcional), Secretário, Tesoureiro, Mestre de Harmonia, Preparador, Bibliotecário, Primeiro Diácono e Segundo Diácono. AS ATRIBUIÇÕES DOS CARGOS VENERÁVEL MESTRE. O Venerável Mestre de uma Loja é o principal sujeito administrativo e representante nato junto aos poderes maçônicos ou autoridades civis, em assuntos de natureza administrativa ou fiscal ou de caráter social e cívico, tendo por atribuições: • presidir os trabalhos da Loja; • regular os trabalhos dando triagem ao expediente, mantendo a ordem sem influir nas decisões ou discussões; • nomear os membros da administração que por lei sejam de sua escolha, bem como as Comissões; • preencher os lugares vagos nas sessões, por intermédio do Mestre de Cerimônias; • velar pela guarda e fiel cumprimento da Constituição do Grande Oriente do Paraná, Regulamentos, Leis, Atos e Decretos vigentes; • convocar extraordinariamente a Loja, por iniciativa própria ou a requerimento de um terço dos membros do quadro, devendo para isso expedir a necessária correspondência; • providenciar acerca dos assuntos cuja solução estejam sendo retardados nas Comissões, providenciando a substituição dos faltosos; • fiscalizar a escrituração da Loja, podendo evocar a si os livros ou documentos, os quais, no entanto, deverão ser restituídos na sessão seguinte; • avisar previamente o seu substituto legal nos seus impedimentos; •iniciar e conferir os graus, com formalidades legais, depois da deliberação da Loja e de satisfeito o seu Tesoureiro; • proclamar os resultados das deliberações e assinar o Balaústre dos Trabalhos e demais peças autenticadas com Selo e Timbre do Chanceler; • proceder a apuração de qualquer eleição ou escrutínio conforme o Ritual: • fazer a leitura das peças recolhidas pelo Saco de Propostas e Informações, anunciar diretamente à Loja o produto do Tronco de Solidariedade; • adiar, quando julgar conveniente, por um mês no máximo, alguma correspondência depositada no saco de propostas e informações, dando conta então à Loja do conteúdo ou informando, se for o caso, que foi retirada por seu autor, salvo as Colunas gravadas originários da Alta Dignidade da Ordem ou dos Altos Corpos, de cujo teor dará imediato conhecimento da Oficina; • conceder ou retirar diretamente a palavra; •impedir diálogos, apartes repetidos, referências pessoais diretas ou indiretas, que possam ofender qualquer obreiro, presente ou não, usando de toda a prudência, moderação e urbanidade em todos os seus atos; • proibir discussões sobre assuntos que possam irritar os ânimos reinar entre todos os Maçons; • decidir as questões de ordem que forem suscitadas; • suspender os trabalhos sem as formalidades do Ritual e mesmo levantar a sessão, quando não seja possível manter a ordem. Os trabalhos assim suspensos não poderão ser continuados na mesma sessão sob a presidência de qualquer outro maçom; • submeter a votação depois das conclusões do Orador, o debate sobre qualquer matéria; • distribuir secretamente as sindicâncias, evitando as relações existentes entre os sindicantes e os sindicatos; • encerrar o livro de presenças dos irmãos da Loja e dos visitantes; • autorizar por escrito, o Tesoureiro a efetuar as despesas ordinárias e extraordinárias resolvidas pela Loja, ou outras de natureza absolutamente urgente; • apresentar, anualmente, durante a primeira quinzena de junho, o relatório geral de sua administração remetendo cópia autenticada ao Grão-Mestrado, acompanhando do Quadro Geral de Obreiros e do Balanço Geral, este depois de aprovado pela Loja; • para discutir qualquer assunto, deverá o Venerável passar o comando a seu substituto legal, voltando à direção da Loja depois de encerrada a discussão. O Venerável não vota como regra, somente o fazendo por ocasião dos escrutínios secretos e, nas votações simbólicas, para o desempate, hipótese em que lhe é reservado o voto de qualidade. PRIMEIRO VIGILANTE. Compete ao Primeiro Vigilante: •substituir o Venerável em seus impedimentos ou faltas; •anunciar as ordens do Venerável e comunicar-lhes o que foi anunciado pelo Segundo Vigilante e pelo Cobridor; • conservar a ordem e o silêncio em sua Coluna; • pedir, com uma pancada de malhete, a palavra para os membros de sua Coluna, reclamando por qualquer preterição; • não consentir que os Obreiros passem de uma para outra Coluna sem permissão; • lembrar atenciosamente ao Venerável qualquer omissão do Ritual; • instruir os Obreiros de sua Coluna e propor o aumento de salário. SEGUNDO VIGILANTE. Compete ao Segundo Vigilante: • substituir o Venerável na falta ou impedimento deste e do Primeiro Vigilante; • substituir o Primeiro Vigilante em seus impedimentos e faltas; • anunciar em sua Coluna as ordens do Venerável, transmitidas pelo Primeiro Vigilante e as atribuídas pelo Ritual e bem assim que reina em sua Coluna silêncio sobre a matéria em discussão; • conservar a ordem e o silêncio em sua Coluna; • pedir, com uma pancada de malhete, a palavra para os membros de sua Coluna, reclamando por qualquer preterição; • não consentir que os Obreiros passem de uma para outra Coluna sem permissão; • instruir os Obreiros de sua Coluna e propor aumento dos salários de Aprendizes. ORADOR. São deveres do Orador: • observar e fazer observar o estrito cumprimento dos deveres a que se obrigam todos os membros da Loja, à qual comunicará qualquer infração, promovendo a acusação do infrator, quando for o caso; • ler as Leis e também os Decretos do Grão-Mestre, estando todos de pé e à ordem; • ler as correspondências que o Venerável designar; • exercer a fiscalização dos Rituais, conferir a coleta do Tronco de Solidariedade e assinar, com o Venerável, os Vigilantes e o Secretário, os Balaústres; • verificar a regularidade dos irmãos e visitantes, mediante o exame das respectivas identificações; • verificar o ne varietur dos diplomas que lhe forem apresentados; • propor verbalmente o adiantamento de qualquer matéria que entender não estar suficientemente esclarecida, ficando por esse motivo adiada para a sessão subsequente; • apresentar ao encerramento da discussão de qualquer matéria as suas conclusões, exclusivamente sob o ponto de vista legal; • opor-se de ofício a toda deliberação contrária à Lei e, no caso de insistência, protestar, apresentando-o ao Venerável - em até 7 dias - após o que será remetido ao Grande Conselho; • celebrar com discursos as festas da Ordem ou da Loja, pompas fúnebres, Colação de Graus e recepção de visitantes, bem como responder às Comissões de outras Lojas. SECRETÁRIO. Tem o Secretário as seguintes atribuições: • redigir os rascunhos dos trabalhos cuja ata será lida na sessão seguinte; • assinar a ata dos trabalhos; • receber toda a correspondência, comunicar ao interessado o que for resolvido pela Loja, em nome do Venerável, e ter em dia a escrituração a seu cargo; •fazer e expedir o convite para sessões ordinárias e extraordinárias, quando isso lhe for determinado pelo Venerável; • enviar quando esteja impedido, ao seu Adjunto ou ao seu Venerável, o Livro de Atas e todos os papéis que devam ser lidos e tratados em sessão; • proceder a chamada dos Obreiros para as eleições e votações nominais e assistir a verificação das cédulas nas eleições se o ritual assim o determinar; • passar os certificados e certidões de serviços e de ata na parte que se referir a Obreiros que os pediram, a bem do seu direito, depois da ordem do Venerável, tendo o cuidado de nada entregar, sujeito a pagamento, sem que o Tesoureiro esteja satisfeito; • comunicar ao Tesoureiro as Elevações de Graus e requisitar dele, por escrito, com visto do Venerável, tudo o que for necessário para o expediente da Secretaria, dando-lhe recibo para a sua descarga; • inventariar tudo o que pertencer à Secretaria e que lhe tiver sido entregue, sendo responsável por qualquer extravio, não permitindo a saída de objeto algum do arquivo, senão mediante autorização assinada pelo Venerável; • fazer comunicações sobre eleições gerais ou parciais para serem enviadas às Grandes Secretarias respectivas; • lançar em livro de matrícula ou respectivo fichário, os nomes de todos os Obreiros, com declaração de naturalidade, data de nascimento, estado civil, profissão, época de iniciação, filiação ou regularização, serviços prestados, cargos exercidos ou que exercem, faltas ou delitos porventura cometidos etc.; • organizar um protocolo onde conste os nomes e qualidades dos profanos propostos à iniciação na Loja e dos proponentes, bem como as alterações ocorridas; • comunicar dentro do prazo de sete dias, contados da data em que for tomada a decisão, à Grande de Secretaria de Administração e Delegacia a que estiver subordinada, a rejeição de profanos ou regularizados; •comunicar imediatamente à Grande Secretaria de Administração a expedição do Quite Placet para os devidos registros; • comunicar ao Tesoureiro os nomes dos irmãos admitidos e excluídos do Quadro, assim com o aumento de salário concedido pela Loja; • assinar os Diplomas de Mestre, Certificados de Graus, Quite Placet e Quite Placet ex-Ofício e enviá-los à Grande Secretaria da Administração para fins de registro; • servir de Secretário do júri na Loja nas Sessões de julgamento; • comunicar imediatamente aos Poderes competentes as propostas de iniciação, enviando os modelos inerentes; • zelar, como bibliotecário, pela guarda e pela segurança da Biblioteca da Loja; •dividirá parte de suas obrigações com um Secretário Adjunto e com um Adjunto de Bibliotecário; • cuidar do arquivo das correspondências da Loja; •manter relacionamento com os órgãos administrativos da sua potência maçônica; •manter os fichários e arquivos dos Obreiros, rigorosamente em dia, anotando todas as ocorrências que surgirem; •manter em dia todos os registros que impliquem na perpetuação da memória da Loja; • passar certidões, redigir e fixar certidões; •comunicar ao seu suplente na eventualidade de não poder comparecer à Sessão. TESOUREIRO. Possui as seguintes atribuições: • arrecadar a receita da Loja; •pagar a despesa legal da Loja, à vista de documentos visados pelo Venerável; • recolher à Grande Secretaria de Finanças a anuidade da Loja, a captação anual dos obreiros e demais atribuições criadas pela lei orçamentária; • ter a escrituração sempre em dia e em ordem; • prestar os esclarecimentos que lhe forem solicitados, conforme a subordinação, aos Delegados do Grão-Mestrado, ao Venerável, ao Secretário à Comissão de Finanças e à Grande Secretaria de Finanças; • apresentar balancetes trimestrais na forma que determinar o Regimento Interno da Loja e, até maio de cada ano, ao Venerável, o Balanço Financeiro Anual (demonstração de Receita e Despesa), o Balanço Patrimonial Anual e a Previsão Orçamentária para o exercício seguinte, para juntada ao Relatório do Venerável e aprovação futura da Loja; • ter sob sua guarda, em pasta própria, os documentos legais e econômico-financeiros da Loja; • assinar e efetuar o recebimento de todos os documentos expedidos pela Loja, pelos quais seja devida ao Tesoureiro qualquer contribuição; • propor à Loja medidas que julgar conveniente para facilitar a arrecadação e melhorar a fiscalização das rendas e sua distribuição; • guardar os recursos da Hospitalaria, entregando-a somente ao Hospitaleiro à vista de ordem escrita do Venerável e mediante recibo; • movimentar com o Venerável as contas bancárias; • recolher a um estabelecimento bancário os recursos da Loja e quando isto não for possível, por falta no Oriente de estabelecimentos bancários ou não ter a Loja ainda personalidade jurídica, deve assinar uma declaração responsabilizando-se por eles como fiel depositário; • apresentar a relação em atraso com as obrigações pecuniárias nas sessões de eleição ou de finanças; •arrecadar a contribuição mensal dos Obreiros conforme deliberação da Loja, para o que terá recibos adequados que levará consigo sempre em todas as sessões; • receber dos Obreiros as quantias devidas à mútua maçônica ou as outras autarquias maçônicas, fazendo imediata remessa à parte interessada, sob controle burocrático; • comunicar ao seu suplente na eventualidade de não poder comparecer à Sessão. CHANCELER. O Chanceler é o depositário do Timbre e do Selo da Loja, tendo as seguintes atribuições: • ter a seu cargo a escrituração do Registro de Peças Timbradas, oriundas do Secretário e Tesoureiro; •ter a seu cargo a escrituração do livro dos candidatos à admissão rejeitados e do livro para os não aceitos por motivos sanáveis; •zelar nas sessões pelo registro de presença dos irmãos do quadro e dos visitantes; • manter em dia o registro de presença dos irmãos, com fundamento no qual deverá fornecer, obrigatoriamente, a relação dos irmãos aptos ao exercício do voto, nos casos previstos no Código Eleitoral; •comunicar ao Venerável em Loja quais os membros da administração cujos cargos devam ser declarados vagos, em decorrência de ausência não justificada; • preencher em cada Sessão os memorandos a serem expedidos pelo Secretário, relativos aos irmãos que tiverem faltado sem justificativa; • expedir certificados de frequência aos irmãos visitantes; • verificar, mensalmente, a frequência dos irmãos; preencher a lista dos faltosos, alertando-os de que falta de frequência poderá conduzi-los à irregularidade; • organizar os arquivos mortos e a documentação histórica da Loja, tanto quanto possível, por assuntos específicos e por períodos anuais; • arrecadar material maçônico em poder de Maçons falecidos, na forma da legislação vigente; • representar na Loja a Grande Secretaria de Registro e Arquivos Maçônicos; • elaborar boletim informativo mensal e fazer a distribuição aos Irmãos do Quadro (com notícias da Loja, Associação Feminina, Ordem DeMolay e Assembleia Arco-íris); • comunicar ao seu suplente na eventualidade de não poder comparecer à Sessão. MESTRE DE CERIMÔNIAS. O Mestre de Cerimônias é o responsável pelo cerimonial da Loja em qualquer das sessões que esta realiza, tendo inteira liberdade de movimentos dentro do Templo e, salvo determinação ritualística, independe de permissão para movimentar-se. Possui as seguintes atribuições específicas: • colher as assinaturas na ata, depois de aprovada, e a dos Obreiros retardatários no livro de presença; • fazer circular o Saco de Propostas e Informações e organizar os escrutínios secretos; • contar os Obreiros presentes, quando assim determinar o Venerável Mestre; • compor e fazer parte de todas as Comissões de Recepção, cuja composição tenha sido determinada pelo Venerável; • retransmitir ao Venerável, na Cadeia de União, a palavra; • juntar sua bateria de agradecimento às baterias de outros Obreiros, segundo determina o Ritual; • colaborar na feitura da programação das Sessões Magnas, organizar e dirigir os ensaios prévios de tais sessões, sempre que isso se torne necessário, ao seu inteiro critério; • pedir a colaboração de qualquer Mestre Maçom, para auxiliá-lo em suas funções, por ocasião de quaisquer solenidades; • esclarecer-se em matéria ritualística, com o Segundo Vigilante e, em matéria administrativa, com o Orador, quando for o caso; • representar na Loja a Grande Secretaria de Coordenação e Planejamento; • acompanhar os irmãos que circulam em Loja, exceto aqueles que o fazem por dever de ofício; • comunicar ao seu suplente na eventualidade de não poder comparecer à sessão. EXPERTOS. Têm as seguintes atribuições: • substituir os Vigilantes, momentaneamente, em Sessões Econômicas; • telhar os visitantes, levando os respectivos documentos ao Orador, para verificação da identidade e regularidade; • recepcionar os visitantes, apresentando-lhes o Livro de Visitantes. HOSPITALEIRO. O Hospitaleiro representa o espírito de fraternidade que deve reinar entre os homens, estando ao seu cargo todos os assuntos de relações sociais, filantropia e solidariedade humana, com as seguintes atribuições: • fazer a coleta do Tronco de Solidariedade, entregando o seu produto ao Tesoureiro; • estar a par do saldo da conta Hospitalaria, cuidando para que ela seja exclusivamente destinada às várias modalidades de beneficência maçônica; • visitar os obreiros enfermos, dando conhecimento à Loja de seus estados e circunstâncias e propor auxílios necessários, de acordo com a Comissão de Beneficência; • fazer parte de todas as comissões enviadas pela Loja aos Membros do Quadro, quando doentes, ou das que tiverem de assistir a funerais; • recorrer ao Grande Conselho quando a Loja der outra destinação ao produto arrecadado; • informar a Loja sobre a condição dos Obreiros que recebem auxílio, para constar se as pensões devem ser mantidas, aumentadas, diminuídas ou suprimidas; • comunicar à Loja qualquer ocorrência que tornem desnecessários os socorros e auxílios; • ter um livro de Receitas e Despesas, cujo balancete apresentará no fim de cada semestre para ser examinado pela Comissão de Beneficência; • passar a seu sucessor relação da assistência prestada pela conta Hospitalaria, acompanhada do Balancete que lhe for fornecido pela Tesouraria; • representar, na Loja, a Grande Secretaria dos Serviços Sociais Maçônicos. ARQUITETO. O Arquiteto é o responsável por tudo que se referir a decoração e ornatos do Templo. Suas atribuições são: • conservar o Templo ornado e preparado, segundo as sessões que a Loja tiver de celebrar, podendo ser auxiliado por outro Obreiro ou empregado remunerado; • relacionar o material necessário às sessões da Loja e ao expediente, a fim de que o Venerável possa dar autorização para a entrega dos recursos necessários ou possa comunicá-lo à Loja, para sua apreciação; • ter a seu cargo o Livro Carga de Material, com o registro de todos os utensílios, alfaias e móveis da Loja, mantendo-os em ordem; • fornecer ao Secretário material necessário ao expediente; • apresentar propostas para reparação e reformas do Templo, angariando as tomadas de preços orçamentárias para a execução; • apresentar, anualmente, as suas contas, documentos e o livro a seu cargo, anotando o estado em que se encontra o material, o que será examinado pela Comissão de Finanças; • comunicar ao seu suplente na eventualidade de não poder comparecer à Sessão. COBRIDORES. São os Cobridores responsáveis permanentes pela segurança dos trabalhos. Essa função é considerada de grande importância e há Lojas cujos Veneráveis só podem ser eleitos se já tiverem exercido a função de Cobridor. COBRIDOR INTERNO. • guardar internamente o Templo; • zelar assiduamente pela segurança dos trabalhos; • verificar se os que desejam acesso ao Templo têm qualidades para tal, se estão convenientemente vestidos e encaminhá-los segundo o Ritual; • verificar quanto à saída dos Obreiros do Templo, se para tal estão devidamente autorizados; • manter em dia o registro dos trabalhos e festas da Loja, competindo-lhe informar os irmãos sobre o grau e trabalho em realização ou a realizar-se; • receber e distribuir a correspondência, mediante livro protocolo; • servir de intermediário entre o exterior e o interior através do Cobridor Externo, comunicando ao Primeiro Vigilante; • manusear a porta do Templo, cuja incumbência é exclusivamente sua, pois essa atribuição é vedada a qualquer outro; • comunicar ao seu suplente na eventualidade de não comparecer à Sessão. COBRIDOR EXTERNO. • Recepcionar os visitantes que se apresentem depois de iniciados os trabalhos, bem como verificar se estão devidamente trajados e revestidos com as suas insígnias; • preservar com todos os meios possíveis a segurança de todos os irmãos que se encontram no interior do Templo, sendo que para tal fim deve estar sempre atento; • é o intermediário entre o que ocorre fora do Templo para o seu interior, via Cobridor Interno; • comunicar ao seu suplente na eventualidade de não poder comparecer à Sessão. DIÁCONOS. Primeiro Diácono • manter as comunicações entre o Venerável e o Primeiro Vigilante; • comunicar ao seu suplente na eventualidade de não comparecer à Sessão. Segundo Diácono • fazer observar a mais perfeita ordem nas Colunas, podendo usar livremente da palavra, para pedir atenção dos Vigilantes, sobre a conduta do inconveniente de qualquer irmão; • cumprir e transmitir as ordens do Primeiro Vigilante. PORTA-BANDEIRA. Ao Porta-Bandeira compete o importante encargo de portar o Pavilhão Nacional, cumprindo com escrúpulo o estabelecido no Protocolo de Recepção. PORTA-ESTANDARTE. Ao Porta-Estandarte compete o cargo de guardar o Estandarte da Loja e as condecorações que lhe forem atribuídas. PORTA-ESPADA É o encarregado de acompanhar o Venerável Mestre, transportando a Espada Flamejante, conforme previsto em Ritual. MESTRE DE HARMONIA. Cabe ao Mestre de Harmonia: • selecionar as músicas adequadas e propícias, de acordo com os trabalhos da Loja, ouvido o Venerável e os Vigilantes; • manter em perfeito estado de funcionamento os aparelhos e instrumentos musicais indispensáveis à produção de música sonoplastia, exigidos para execução dos Rituais; • sintonizar-se com o irmão Arquiteto, para a aquisição e registro dos aparelhos e instrumentos pertencentes à Loja; • sintonizar-se com o Mestre de Cerimônias no caso de ensaios para Sessões Magnas. MESTRE DE BANQUETES. É o encarregado de: • promover, sempre que for possível, a realização de almoços ou jantares fraternais; • providenciar todo o necessário ao bom andamento dos banquetes ritualísticos ou não, de confraternização ou de comemorações, patrocinados pela Loja; • solicitar a colaboração de outros Obreiros para auxiliá-lo em seus trabalhos, principalmente quando os banquetes tenham a presença de convidados. BIBLIOTECÁRIO. É o responsável pela biblioteca da Loja e a ele compete: • estimular os irmãos a fazerem doação de obras maçônicas à Loja; • incentivar os irmãos a realizarem estudos e pesquisas nos livros da biblioteca; • manter a biblioteca em ordem e segura, a fim de preservarem as suas obras; • manter cadastro atualizado de todas as obras existentes, possibilitando aos irmãos fácil consulta e acesso a elas; • acompanhar o desenvolvimento de uma Corrente do Livro. COMISSÕES. Comissão Central. À Comissão Central de uma Loja compete, dentro do prazo que lhe for concedido: • dar parecer sobre as propostas, indicações e mais matérias que a Loja lhe submeter; • analisar os assuntos que não forem da competência privativa das outras comissões. Comissão de Finanças. É da competência da Comissão de Finanças: • examinar os balanços, livros, contas e mais papéis da Tesouraria, funcionando no caso como um Conselho Fiscal de sociedade civil comum; •examinar se as rendas foram arrecadadas devidamente; propor medidas para reprimir falhas ou faltas que porventura sejam notadas e glosar as despesas não autorizadas; • dar parecer sobre todas as propostas e assuntos que interessam à Loja, do ponto de vista financeiro; • receber os metais, no caso de vaga do Tesoureiro ou do Hospitaleiro, entregando-os, logo que as contas tenham sido aprovadas, aos novos oficiais mediante recibo. Comissão de Beneficência. Compete à Comissão de Beneficência, no momento oportuno ou no prazo que lhe for determinado: • tomar conhecimento das condições dos Obreiros do Quadro e quando algum, por moléstia ou acidente, estiver necessitado, independentemente do seu pedido, reclamar da Loja o auxílio cabível; • servir de intermediário entre a Loja e a Mútua Maçônica, auxiliando o Hospitaleiro a respeito; • dar parecer sobre o Balanço do Hospitaleiro e sobre todos os assuntos que a ele, o Venerável ou a Loja endereçarem. Comissão de Relações Públicas. Cabe à Comissão de Relações Públicas representar a Loja nas suas relações internas e externas, segundo instruções do Venerável Mestre. Comissão de Segurança. À Comissão de Segurança cabe: • zelar pela conservação, asseio e segurança do edifício, propondo os reparos, consertos e obras que julgar convenientes, em ligação estreita com o Arquiteto; • velar pela manutenção da ordem dentro do edifício e fora das sessões, fazendo guardar sossego e decência, e advertindo os Obreiros que infringem esta regra, de acordo com as instruções estabelecidas. Comissão de Esporte. A ela compete: • promover a prática de esportes; • incentivar o intercâmbio esportivo com os irmãos de outras Lojas; •representar a Loja junto a departamentos esportivos de qualquer natureza; • manter em perfeita ordem os troféus e materiais esportivos da Loja. Comissão de Lazer Suas atribuições são: • promover excursões com os irmãos do Quadro; • promover eventos festivos. Comissão de Família. Tem por finalidade promover a integração com as famílias dos irmãos, favorecendo o convívio saudável e cordial entre todos. Para isso, deve: • realizar visitas periódicas entre os irmãos; •colaborar com a Associação Feminina na promoção de eventos que favoreçam a reunião das famílias; • aconselhar os irmãos entre os irmãos em caso de conflito. Comissão de Grau e Ritualística. De grande importância da Loja, cabe a ela: • preparar e ministrar instruções aos Aprendizes e Companheiros na hora antecedente às sessões; •organizar e distribuir temas para Elevação e Exaltação; • sabatinar Aprendizes e Companheiros; •elaborar Trabalhos Ritualísticos, nos três Graus Simbólicos, expondo-os em Loja. O Livro Secreto da Maçonaria. Abraço. Davi.

terça-feira, 26 de setembro de 2017

A ESSÊNCIA DE D'US - A DIVINA PRUDÊNCIA E OS MANDAMENTOS

Judaísmo. A ESSÊNCIA DE D’US, A DIVINA PROVIDÊNCIA E OS MANDAMENTOS. O alicerce do judaísmo e base de toda a verdadeira religião  é a existência de D’us. Ele é o Criador de toda a existência, física e espiritual. O primeiro verso da Torá assim o afirma: “No princípio, D’us criou os Céus e a Terra...” (Gênesis 1:1). Também está escrito: “Eu sou o Eterno, que cria todas as coisas” (Isaías 44:24).Como Criador de todos os mundos e de tudo o que neles há, D’us é diferente de Sua criação. Assim sendo, o judaísmo categoricamente rejeita a filosofia do panteísmo. Além do mais, enquanto Criador do Universo, a existência de D’us precedeu  e é independente de Suas criações. Como D’us é o Criador de tudo o que é matéria, obviamente Ele não é matéria. O Midrash e outras obras sagradas se referem a D’us como HaMakom, “O Lugar”, porque Ele é o lugar do mundo, mas o mundo não é o Seu lugar. Igualmente, os conceitos de tempo e espaço e seus atributos – corpo, forma e feição - são criações de D’us e não se aplicam a Ele. D’us é infinito e, portanto, incorpóreo. A Torá afirma: “E guardareis muito vossas almas, porque não vistes imagem alguma no dia em que o Eterno vos falou em Horeb...” (Deuteronômio 4:15). Em várias passagens, a Torá se refere a D’us como se Ele tivesse um corpo humano, usando linguagem antropomórfica, como em “a mão de D’us” (Êxodo 9:15), e “os olhos de D’us” (Deuteronômio 11:12). Contudo, a Torá não está afirmando, de forma alguma, que D’us tem um corpo, forma ou feição. Apenas emprega metáforas para expressar a relação de D’us com Sua criação.  Da mesma forma, quando a Torá afirma que D’us criou o homem à Sua imagem (Gênesis 1:27), não está insinuando que D’us se parece com o homem.  O que significa é que o homem compartilha dos mesmos atributos – as Sefirot intelectuais e emocionais – que D’us emprega ao interagir com o mundo.  É totalmente proibido comparar D’us a qualquer uma de Suas criaturas, mesmo ao mais elevado dos anjos. O profeta Isaías assim declarou: “A quem, pois, podeis comparar o Eterno? Ou a quem O podeis assemelhar?” (Isaías 40:18). Ainda que toda a existência seja permeada pela Divindade, D’us não pode ser associado com nenhuma de Suas criações. Além disso, o judaísmo rejeita qualquer definição de D’us como conceito abstrato, independentemente de quão elevado ou nobre seja. Portanto, D’us não pode ser definido como Amor, Verdade, Justiça ou Bondade, apesar de serem esses alguns de Seus atributos. Como Criador de todas as coisas terrenas e celestiais, D’us está num plano superior a toda a Sua Obra. A Ele, portanto, nos referimos como o Ser Supremo ou o “Altíssimo”. Ele é infinitamente superior e incomparável a qualquer coisa ou ser que exista. D’us está além de qualquer definição. Apesar de D’us não poder ser definido e criatura alguma – nem mesmo o mais puro dos anjos – poder verdadeiramente conhecer Sua Essência, a Torá, que é a Sua Sabedoria e a Sua Vontade, permite que o homem capte algo do Divino. Por exemplo, a Torá nos ensina que D’us é Um e que Ele é a Unidade mais perfeita e absoluta. Como está escrito: “Escuta, Israel! O Eterno é nosso D’us, o Eterno é Um!” (Deuteronômio 6:4). A absoluta unicidade e unidade de D’us é um princípio central do judaísmo, que enfaticamente rejeita qualquer conceito de pluralidade no que se refere ao Divino. Enquanto Criador do Universo, o poder de D’us é ilimitado. Dizemos, então, que D’us é onipotente e nos referimos a Ele em nossas preces como “Rei do Universo”. No entanto, não atribuímos a D’us a possibilidade de que Ele duplique, aniquile ou mude a Si Próprio de forma alguma. O judaísmo rejeita, expressamente, a ideia de que D’us possa assumir qualquer forma física – humana ou qualquer outra. Qualquer uma dessas tarefas envolveria uma mudança por parte do Divino – algo que não pode ocorrer – porque a mudança é um produto do tempo, e D’us, enquanto Criador do espaço e do tempo, existe fora de ambos. D’us é Eterno: o tempo não se aplica a Ele, apenas à Sua Criação. Assim sendo, D’us não tem início, idade nem fim, pois esses conceitos implicam uma estrutura  de tempo. Ele é imutável e inalterável. E assim declara: “Porque Eu, o Eterno, não mudo” (Malaquias 3:6). Como Criador do tempo, D’us pode fazer uso do mesmo sem nele se envolver: Ele causa a mudança no mundo sem mudar a Si Próprio. D’us é, pois, chamado de o “Motor Imóvel”. Há declarações na Torá que talvez pareçam sugerir que D’us se modifica. Por exemplo, certas passagens falam de D’us se enraivecendo ou se alegrando. Tais descrições não devem ser entendidas literalmente: a Torá usa linguagem metafórica para descrever a interação Divina com o mundo de forma que seja compreensível a todos. D’us, Todo Poderoso, nunca muda. Quando a Torá afirma que D’us se enfureceu, significa que Ele está emanando Sua luz através da Sefirá de Guevurá (Restrição, Severidade). Da mesma forma, quando a Torá nos fala que Ele se alegrou, significa que Ele está interagindo com o mundo através da Sefirá de Chessed (Bondade, Benevolência). Nada disso implica alguma mudança em D’us. O entendimento de que o Altíssimo é atemporal é a resposta para a questão paradoxal: D’us pode criar uma pedra que Ele Próprio não possa erguer? Essa pergunta é enganadora, porque emprega lógica humana – ou seja, limitada – para tentar entender um D’us ilimitado, que é incompreensível. E é, também, inútil, porque seria a mesma coisa perguntar se D’us pode suicidar-se ou limitar Seus próprios poderes. Como vimos, D’us é onipotente, mas também é atemporal e, portanto, não sujeito à mudança. Isso significa que a existência, a essência e a onipotência Divinas são imutáveis. Contudo, para quem não se satisfaz com essa resposta e continua intrigado com o paradoxo, a resposta é esta: Como D’us é onipotente, Ele pode criar uma pedra que Ele Próprio não pode erguer, e como Ele é onipotente, Ele pode sim erguer a pedra. Se tal paradoxo serve para algo, é para nos ensinar que a mente finita do homem não consegue e nunca conseguirá captar o Criador Infinito. Apesar de nossa incapacidade de entender o Divino, sabemos que o relacionamento de D’us com este mundo é duplo, ou seja, Ele é imanente e também transcendental. Assim, Ele preenche e também envolve toda a Sua criação. Esse conceito é expresso nos cânticos dos anjos e na Kedushá que recitamos, de manhã e à tarde, durante a repetição da oração da Amidá. Diariamente os anjos nos Céus e os judeus, na Terra, recitam: “Santo, Santo, Santo é o Eterno dos Exércitos, o mundo todo está preenchido por Sua Glória” (Isaías 6:3). Isso indica que D’us é imanente, e preenche toda a criação. No entanto, os seres celestiais também proclamam, como o fazemos na Kedushá, “Bendita seja a glória do Eterno desde o Seu lugar” (Ezequiel 3:12). Esse versículo fala de D’us em Seu sentido transcendental, onde nem mesmo os anjos conseguem compreender o Seu “lugar”. Um alerta, contudo: essa aparente dualidade no relacionamento de D’us com o mundo – sendo imanente e transcendental – apenas se deve a nosso limitado e imperfeito conhecimento de D’us, que também é dos anjos, pois Ele Próprio é a Unidade mais absoluta. A imanência Divina implica que não há lugar em toda a criação desprovido de Sua Presença. Ele é onipresente. Como nos ensina a Torá: “Toda a Terra está cheia de Sua Glória” (Números 14:21). E também está escrito: “Sua Glória se estende além dos Céus e da Terra” (Salmos 148:13). Em algumas de suas passagens, a Torá fala de D’us como estando em determinado lugar em determinada hora. Isso não significa que D’us esteja nesse lugar e não nos demais. Mas, sim, que D’us deseja conferir uma honra e atenção especial àquele lugar,  ou que lá Suas ações são particularmente visíveis. Assim, diz-se que D’us “habitava” o Mishkan, o Tabernáculo, e o Templo Sagrado de Jerusalém porque Ele conferiu especial honra e atenção a tais construções. Ensinam-nos, também, que D’us “habita” na Terra de Israel, Eretz Israel, e em Jerusalém. De modo similar, a Torá nos relata que D’us conduziu os judeus durante o Êxodo. Isso significa que Sua Presença e Sua Providência estavam especialmente visíveis a eles nesses momentos. Não é apenas a Presença Divina, mas também Sua Vontade, o que permeia toda a Criação. Um dos ensinamentos fundamentais da Cabalá é que nada pode existir que D’us não o deseje. A existência de toda a criação depende continuamente da Vontade Divina e de Seu poder criativo. Fosse esse poder removido da criação por um instante sequer, todas as coisas instantaneamente deixariam de existir. Nas preces matinais, dizemos: “Em Sua bondade, Ele renova, diariamente, o ato da Criação”. A Criação do Universo, portanto, não foi um evento único, mas um processo contínuo e incessante. D’us está continuamente recriando – e, portanto, sustentando – o Universo inteiro. Sua atenção está ininterruptamente direcionada à Sua Criação. Se Ele perdesse interesse em Sua Criação, ainda que por uma fração de segundo, tudo voltaria a inexistir. A noção de que D’us criou o Universo para, em seguida, o abandonar, é uma abominação para o judaísmo. É irônico que apesar de a Presença Divina preencher todos os mundos e Ele ser o único responsável pela Criação e contínua existência de todas as criaturas e seres, Sua própria existência seja indetectável para a maioria das pessoas e até mesmo negada por alguns. O profeta Isaías disse a D’us: “Em verdade, Tu és um D’us que Se oculta, ó D’us de Israel” (Isaías 45:15). Uma das razões para D’us não Se revelar é que se o fizesse, toda a Criação seria anulada perante Ele. Assim como a luz de uma vela seria anulada e perderia seu valor se fosse acesa à luz do sol, também a existência do Universo deixaria de existir se D’us revelasse de forma explícita Sua Luz Infinita. Ademais, D’us não pode ser visto, pois não há lugar algum despido de Sua Presença. Há uma analogia que nos ajuda a entender esse conceito: o ar não pode ser visto, mas é parte integral do ambiente que nos cerca, e o único momento em que nos apercebemos de sua presença é quando o vento sopra. Isso é ainda mais verdadeiro em se tratando de D’us. A razão para não podermos ver D’us não é devido à Sua transcendência, mas à Sua imanência, ou seja, o fato de Ele conter em Si Seu princípio e Seu fim. De forma similar, somente temos conhecimento da Presença Divina quando Ele atua para manifestar Sua Presença. A Torá nos ensina que o conhecimento Divino é idêntico à Sua Essência Infinita, e, portanto, também infinito. Como está escrito: “Grande é nosso D’us, imenso é Seu poder e infinita a Sua sabedoria” (Salmos 147:5). D’us sabe o que está acontecendo a cada um dos átomos do Universo, a cada instante. Independentemente de quão grande o número de eventos simultâneos, isso nada é comparado à Infinita Sabedoria Divina. É importante enfatizar que apesar de a Torá dar ao homem um vislumbre do Divino, D’us está tão acima de nós que é impossível compreendê-Lo em Sua plenitude. Como ensina a Cabalá: “Não há pensamento que possa entendê-Lo completamente” (Tikunei Zohar, 17a). E como escreveu o Rabi Shneur Zalman de Liadi, o Baal HaTanya: “Assim como um pensamento abstrato não pode ser captado pela mão, tampouco a Essência de D’us pode ser captada nem mesmo pelo pensamento” (Likutei Amarim, Shaar HaYichud VeHaEmuná). Nem os maiores sábios e profetas e os seres espirituais mais elevados podem captar a verdadeira Essência Divina. Portanto, cada nome e cada descrição que possamos atribuir a D’us somente se aplicam a Seu relacionamento com Sua Criação. Mesmo o Tetragrama, o Nome de D’us de Quatro Letras, que nos é proibido pronunciar, apenas denota Sua emanação mais alta na Criação. D’us é incompreensível, inominável e anônimo. Não há palavras que possam descrevê-Lo ou enaltecer todos os Seus louvores. A Divina Providência. Como vimos acima, a natureza de D’us está além de tudo que possa ser concebido ou captado pelo ser humano: a distância entre a percepção humana e o Divino é infinita. Portanto, apenas temos ciência da impossibilidade de descrevê-Lo. Como então alegar que o Todo Poderoso, que é tão supremamente exaltado, irá “rebaixar-Se” ao ponto de cuidar dos detalhes mínimos da vida de Suas criaturas, por mais nobres e corretas que sejam? Muitos filósofos, entre os quais inúmeros pensadores judeus, argumentaram que apenas os que são verdadeiramente devotos a D’us são merecedores da Divina Providência, enquanto todos os demais seres humanos e criaturas são apenas cuidados, de forma generalizada, por uma Vontade Divina, que pode conduzir sua existência, mas que não se envolve com os mínimos detalhes de suas vidas. Essas noções e crenças filosóficas, apesar de oriundas de um reconhecimento da grandeza Divina, estão distantes da noção cabalística de Divina Providência. A Cabalá oferece um tipo diferente de percepção da conexão entre D’us e o mundo. A filosofia define D’us como o “Supremo Intelecto” – a Mente Divina, que, como repetidamente ensina Maimônides, não é, de forma alguma, comparável à mente humana, limitada e finita. No entanto, mesmo esse conceito é limitado. O Maharal de Praga, Rabi Yehudá Lowe (1512-1609), famoso por ter criado o Golem, insistia que o Divino não pode ser definido ou confinado, de nenhuma maneira. Nossos Sábios se referem ao Todo Poderoso como “O Santo, Bendito o Seu Nome”. Como o judaísmo define a santidade como a distinção, essa denominação significa que o Divino está além das definições ou limitações, quaisquer que sejam. Por conseguinte, em relação ao Divino, a mais elevada espiritualidade não é, de forma alguma, superior ao físico ou material. Comparado à Luz Divina, mesmo o que a nós parece puro e elevado, é finito e diminuto. Essa compreensão do Divino não nega a existência da Divina Providência em nível individual.  Pelo contrário, leva a uma conscientização aumentada de quão pessoal é essa Providência. Quando entendemos que a grandeza de D’us ultrapassa os limites do espiritual e do físico, e que esses conceitos são vazios se comparados a Ele, não podemos mais alegar que a Divina Providência esteja confinada apenas a uns poucos – os grandes e elevados. Pois, de fato, quem e o que é elevado e grandioso comparado a D’us? Comparado ao Infinito, qual a diferença entre o maior sábio ou profeta e o menor dos insetos? Comparada à Luz Infinita, tudo é igualmente insignificante. Assim, pois, a Divina Providência se estende tanto em direção dos maiores seres humanos, que devotam cada momento de sua vida a D’us, quanto em direção dos organismos mais inferiores que mal conseguem subsistir. Como vimos acima, D’us não está limitado por tempo nem espaço. Entender esse conceito nos leva à conclusão de que Sua Providência é abrangente, pois, a partir de Seu ponto de vista, o grande e o pequeno, a maior generalização e o menor detalhe, são todos iguais em sua infinita distância e total insignificância se comparados à infinitude Divina. Ao mesmo tempo, estão igualmente próximos a Ele como receptores do abrangente  amor Divino. Ou seja, todos e tudo estão igualmente distantes e próximos de D’us. Em termos práticos, isso significa que D’us  está ciente e também profundamente envolvido em tudo o que concerne Sua Criação e interessado até mesmo nos detalhes da vida de cada um de nós. Muitos cometem o erro teológico de supor que como D’us é tão grandioso – como Ele habita nas Alturas – Ele não está interessado no que comemos – se é casher ou não – ou se fizemos a beracháantes de comer um pedaço de chocolate. A resposta a tais questões teológicas e outras similares – se D’us se preocupa com nossas necessidades materiais e espirituais e se Ele tem conhecimento e interesse em todos os detalhes de nossa vida cotidiana – é que D’us se preocupa com tudo ou com nada. Perante o Infinito,  não existe o grande ou o pequeno. Ou tudo é importante para D’us ou nada o é. Será que D’us se preocupa com tudo ou com nada? É verdade que a infinitude Divina não se restringe ao mundo físico, mas vai além de todos os mundos espirituais e todos os conceitos intelectuais. No entanto, se D’us criou o mundo e continua a sustentá-lo, é evidente que Ele se importa com o mesmo. Assim sendo, a resposta cabalística a essa pergunta é que D’us se preocupa com tudo – com cada detalhe ínfimo de toda a Sua Criação. Isso, portanto, é a base do ensinamento Chassídico que a Divina Providência se aplica a todos e a tudo. D’us não apenas “determina os passos do homem” (Salmos 37:23), mas também provê a cada uma das criaturas do mundo, direcionando-as ao objetivo pré-determinado a cada uma delas. O Baal Shem Tov (1698-1760), fundador do Movimento Chassídico, ensinava que cada um dos objetos deste mundo – mesmo um grão de areia – está sob as asas da Divina Providência: está vinculado à Vontade Divina, que determina seu lugar e seu papel no mundo. Negar o papel da Divina Providência sobre o mais insignificante dos detalhes da vida é o mesmo que negar a ideia da Divina Providência como um todo. Reconhecer o papel da Divina Providência sobre os indivíduos e os pequenos detalhes atesta a grandeza de D’us e a profundidade e intensidade da crença do ser humano n’Ele. O Baal Shem Tov ilustrou esse ponto com o seguinte exemplo: uma grande tempestade irrompe numa floresta, quebrando galhos e arrancando mudas. Isso é produto da Divina Providência: D’us quis que isso acontecesse por um determinado propósito. Talvez esse propósito fosse levar uma folha mais perto da boca de uma certa minhoca na mata. A Divina Providência cuida de todas as necessidades de cada uma das criaturas, mesmo daquelas primitivas como as minhocas – que, no plano perfeito da Criação, têm seu lugar e um papel a cumprir. Os Mandamentos: Fisicalidade e espiritualidade. Entender alguns conceitos fundamentais sobre D’us e sobre a Divina Providência permite-nos uma compreensão mais profunda e significativa de Seus Mandamentos. O cumprimento dos mandamentos da Torá tradicionalmente é concebido como um imperativo duplo: por um lado, a contemplação e apreciação do conteúdo e do significado intrínseco dos mandamentos; por outro, sua expressão física. Os escritos judaicos trataram extensamente das questões resultantes dessa dualidade, pesando o valor da ação contra o da intenção e buscando o relacionamento entre ambos. Por exemplo, dada a opção, seria preferível colocar Tefilin mesmo se a pessoa não estiver intelectual e emocionalmente envolvida com esse mandamento, ou seria melhor meditar sobre D’us e estimular o amor e a reverência a Ele? Tais questões foram ponderadas através dos tempos por muitos sábios e pensadores. Por um lado, pode-se argumentar que o importante é a intenção: qual o sentido de se cumprir um Mandamento Divino se a pessoa o fizer sem intenção ou sentimento? Por outro lado, enquanto uma ação sem intenção é como um corpo sem alma, a intenção sem ação também é imperfeita. É como uma aparição fugaz, que existe, mas não tem substância. Para uma pessoa verdadeiramente comprometida com os Mandamentos Divinos, não pode haver ação sem intenção, mas tampouco intenção sem ação. Essa discussão sobre ação ou intenção é primordial como produto das diferenças no ponto de vista religioso. Para solucionar tais dilemas, é necessário ter-se uma compreensão adequada da relação entre D’us e o homem e da essência da Divindade. Ainda que uma discussão filosófica profunda sobre teologia esteja além do escopo deste artigo, é relevante entender a essência da Divindade como é percebida pela maioria das pessoas. Vejamos a seguinte relação: tinta, couro, caixa; ideia, sonho, amor. Em que categoria D’us deveria ser inserido? Na dos objetos concretos - tinta, couro, caixa – ou na dos conceitos abstratos – ideia, sonho, amor? A maioria das pessoas, religiosas ou não, provavelmente colocaria D’us na categoria dos abstratos ou espirituais. Tal classificação tem um significado de longo alcance. Com certeza, não se pode atribuir a D’us nada sequer remotamente físico. No entanto, se a Divindade é uma abstração – uma ideia sem substância – pode-se questionar o grau de realidade de D’us e questionar Sua Própria existência. O D’us dessas pessoas é uma sombra cuja existência é, por vezes, sujeita a incertezas. Trata-se de uma Divindade intelectual ou emocionalmente vivenciada. Se D’us é concebido dessa forma, certas consequências religiosas são inevitáveis. Se D’us é um conceito espiritual, como o Amor e a Justiça, faz todo o sentido que Ele seja cultuado com ideias, orações silenciosas, meditações e boas intenções. Pois, se D’us é um Ser espiritual abstrato, pode ser uma contradição servi-Lo por meio de ações físicas concretas. No entanto, todos os pensadores e filósofos judeus rejeitam a ideia de que D’us é um Ser espiritual. Enfatizam que assim como D’us está infinitamente acima do universo físico, Ele também está infinitamente distante do espiritual – mesmo em suas formas mais elevadas. É, portanto, tanto um sacrilégio atribuir qualidades espirituais a D’us quanto atribuir-Lhe qualidades físicas. Surge, então, naturalmente, a pergunta: se D’us não é fisicalidade nem espiritualidade, o que Ele é?  A resposta é que o homem não pode nem mesmo começar a conhecer a essência de D’us. Pode apenas ansiar por vivenciar a realidade de Sua existência. Tal experiência de Divindade não pode provir de uma análise lógica ou inferencial de aspectos de Sua existência. Pelo contrário, baseia-se na experiência real de Sua Presença. D’us, então, é uma realidade e não há realidade fora de Sua existência. A compreensão de que D’us não  é um ser físico nem espiritual  explica o problema da preferência  da intenção sobre a ação.  As intenções espirituais do homem, não importa quão puras, nobres ou verdadeiras, não estão, necessariamente, mais próximas da Vontade Divina do que as mais concretas ações físicas. Como as qualidades da fisicalidade e espiritualidade não se aplicam a D’us de forma alguma, Ele está tão próximo ou distante do espiritual quanto do físico. O que importa é a Vontade de D’us, independentemente de como a pessoa a cumpra. Portanto, um mandamento físico, simples, tem tanta relevância religiosa quanto um espiritual. A essência dessa concepção é a percepção de que como D’us preenche  Seu mundo, para Ele não há dicotomia entre o físico e o espiritual. A Vontade Divina é encontrada tanto no cumprimento físico de um mandamento quanto nos pensamentos e emoções com os quais o mesmo é cumprido. Quando o homem amarra as tiras do Tefilin em seu braço, ele deve estar tão cioso de cumprir a Vontade Divina quanto quando se empenha espiritualmente para dirigir seu pensamento e seu coração a D’us: “...para amar o Eterno teu D’us com todo o teu coração, com toda a tua alma, e com toda a tua força”. O judeu que assim age está em verdadeira harmonia com a Vontade Divina. Os mandamentos da Torá, tanto os físicos como os espirituais, portanto, podem ser comparados a uma ponte criada por D’us, que permite ao homem conectar-se a Ele.  Os mandamentos Divinos, que são cumpridos física e espiritualmente, são os meios pelos quais as criaturas finitas podem vivenciar o Santo, Bendito é Seu Nome. www.morasha.com.br. Abraço. Davi

BIBLIOGRAFIA 
Rabi Steinsaltz, Adin (Even Israel),
Deed and Intention, The Mystery of  You, 
Hybrid Publishers
Rabi Steinsaltz, Adin (Even Israel), Divine Providence and Faith,
The Mystery of You, 
Hybrid Publishers
Rabbi Kaplan, Aryeh, The Handbook
of Jewish Thought, 
Volume 2,
Moznaim Publishers
Rabi Shneur Zalman m’Liad,

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

II. O CICLO DA VIDA.

Religião Afro-brasileira. UMBANDA. Texto de Yamunisiddha Arhapiagha. Mestre Tântrico Curador. Médium F. Rivas Neto. Capítulo Cinco. O Ciclo da Vida II. EVOLUÇÃO – NASCIMENTO E MORTE – ORIGEM DO PLANETA. SUA CONSTITUIÇÃO ASTRAL E FÍSICA – SURGIMENTO DA VIDA NO PLANETA TERRA – EVOLUÇÃO – FILOGENÉTICA – SURGIMENTO DO HOMEM – A PURA RAÇA VERMELHA – FILHOS ORIUNDOS DA “TERRA” – “ESTRANGEIROS” CÓSMICOS – FORMAÇÃO DOS VEÍCULOS OU CORPOS DO SER ESPIRITUAL – OS PRIMEIROS HABITANTES DO PLANETA – AS RAÇAS E SUB RAÇAS – REEENCARNAÇÃO: TIPOS – DESENCARNE. O veículo subsequente é o Corpo Mental propriamente dito, já constituído de matéria mental organizada, isto é, totalmente diferenciada. E a sede eletiva da percepção-consciência e inteligência do Ser Espiritual. É de ação e execução no mundo das formas. Após citarmos esses últimos veículos, digamos que eles formam o ORGANISMO MENTAL. Após formado o organismo mental, se prepara o Ser Espiritual, com a intercessão de Arquitetos do Astral, para imantar sobre si outros veículos de suma importância para sua evolução, quer seja no plano astral, quer seja no plano físico. Vejamos pois como adquire ou imanta sobre si esses veículos. O próximo veículo é o Corpo Astral Superior ou Puro. Esse veículo é essencialmente plástico, dando origem à morfologia ou Forma segundo os ascendentes do organismo mental. O primeiro corpo astral adquirido, que irá servir de arquétipo para os futuros, chamaremos de Matriz Astral. Ele é muito ideal plastizado, ou seja, assume sua forma segundo as ideias geradas pelo organismo mental. É o chamado "perispírito" por outras correntes evolucionistas no planeta. Constitui a sede dos desejos, das emoções e da afetividade. Mais uma vez afirmamos que o mesmo reflete o ESTADO CONSCIENCIAL DO INDIVÍDUO. E rudimentar ou sublime, segundo o estado evolutivo do Ser Espiritual. O estado evolutivo do Ser Espiritual que faz uso de um corpo astral pode determinar aparências angelicais ou bestiais nesse veículo de MATÉRIA UNA já diferenciada em matéria subatômica ou sub iônica. Atua no Corpo Físico através do sistema nervoso central e daí ao periférico ou parassimpático ou simpático. Seu posicionamento em relação ao corpo físico é o de circundá-lo, em sentido horário ou anti-horário. Segundo o Ser Espiritual seja masculino ou feminino, respectivamente. Sua posição fundamental é à esquerda do corpo físico, ligeiramente inclinado, obedecendo em geral o eixo inclinado de 23,5°. Está inclinado ao corpo físico, só desligando-se totalmente no fenômeno da chamada morte, em vários pontos chaves, sendo 3 de vital importância. O mais superior se liga através de um CORDÃO VIBRATÓRIO (campo) que emerge do Corpo Astral, inserindo-se no encéfalo e lá se repartindo em todos os centros nervosos, tais como os sistemas límbico, hipotalâmico, cortical, cerebelar, bulbo pontino e medular. E de cor dourado-azulada. O 2º cordão vibratório se engasta no precardio, no plexo cardíaco, sendo um dos responsáveis pelo automatismo do coração, independentemente da inervação parassimpática (inibidora) e simpática (ativadora). É um automatismo próprio, que provém das frequências do corpo astral. Em outro livro, gostaríamos de dar maiores detalhes sobre esse cordão vibratório e o porquê das tão famigeradas e temidas, pela Medicina terrena, arritmias cardíacas. E claro que também há as arritmias do lº cordão vibratório, sendo essas chamadas de arritmias cerebrais. Sua cor vibratória é prateado-amarelada. O 3º cordão vibratório proveniente do corpo astral se engasta no corpo físico na região do plexo sacral, onde se dicotomiza várias vezes, sendo responsável pelos processos inferiores dos fenômenos vegetativos no indivíduo. E coordenado pelos 2 cordões já citados, que lhes são superiores. Sua coloração é vermelha com laivos amarelos. Entendemos pois que esse veículo de matéria astral tem seus tecidos de sustentação e de constituição formados por unidades morfofisiológicas vitais; as células físicas lhes seriam cópias grosseiras. Determinados compostos de unidades vitais formam os NÚCLEOS VIBRATÓRIOS, que em outras Escolas são chamados de CHACRAS ou RODAS. O vocábulo é de origem nheengatu — sha caá aara — (força que ilumina a natureza ou poder de absorver ou emitir energias naturais). Temos 7 mais importantes. O lº é o Coronal, que se assenta, no corpo astral, no alto da cabeça, em sua região póstero-superior, apresentando uma proeminência iluminada para mais ou para menos, segundo o grau evolutivo do Ser Espiritual. Sua cor é branco-azulada com laivos dourados. O 2º núcleo vibratório é o Frontal, que se localiza na região frontal interorbital; sua cor é amarelo-prateada. O 3º núcleo é o Cervical, que se assenta na região que intermedeia o tórax e a cabeça. É de cor vermelho puro com laivos dourados se bem desenvolvido, esverdeado-escuros quando se encontra com bloqueios. O 4º núcleo é o Cardíaco, assentando-se na região inter mamária, ou seja, no meio da região torácica, se fosse no corpo físico. Sua cor é o verde puro, tendo laivos amarelo-dourados se estiver em atividade superior. Caso contrário, sua cor é verde-escura com laivos escarlates. O 5º núcleo vibratório é o Gástrico ou Solear, que se assenta na região abdominal superior. Sua coloração é alaranjada pura, bem brilhante. Se estiver em atividade superior, é alaranjado com laivos verde-musgo; caso contrário, é alaranjado-afogueado com raios verde-escuros. O 6° núcleo vibratório é o Esplênico, que se assenta próximo da região umbilical (se fosse no corpo físico). Sua coloração, em atividade superior, é azul clara com laivos anil-brilhantes; caso contrário, é azul escura com laivos roxos. O 7º núcleo vibratório é o Genésico, que se assenta na região hipogástrica. Sua coloração é o violeta-claro. Sua atividade superior gera a coloração violeta com laivos dourados; caso contrário, é roxo-escuro-avermelhado com laivos acinzentados. Queremos ressaltar que cada núcleo vibratório principal divide-se em 7 núcleos secundários, e esses em terciários, etc. Filho de Fé, estamos nos aprofundando em nossa constituição astral; tenha serenidade e mantenha sua atenção, pois vamos prosseguir. Tendo constituído o corpo astral, o qual descrevemos parcialmente, o Ser Espiritual imanta sobre si outro veículo. Esse 5º veículo é de objetivação maior para o mundo das formas densas, envolvendo o corpo astral puro como um recipiente cristalino. Dá à Forma certa consistência. Impede que a matéria astral, que é muito plástica, sofra modificação substancial em sua forma. Não permite que a forma do corpo astral puro seja alterada. Regula suas energias básicas e metaboliza suas substâncias, as quais exsudam sobre si dando origem ao Condensador Etérico. Esse veículo é o Corpo Astral Inferior, um invólucro do corpo astral superior, sendo altamente energético, em virtude de manter o arranjo e a arquitetura do corpo astral puro. Dele parte um arranjo atômico propriamente dito, o qual constitui o Condensador Etérico ou Corpo Etérico; esse 6º veículo é a sede transmutada de todos os processos energéticos dos veículos superiores ao veículo físico, do qual ele faz parte integrante. É nesse Corpo Etérico que acontecem os fenômenos da absorção de PRANA ou metabolização intermediária do prana astral para o prana físico. Esse corpo é um intermediário entre o físico denso e o corpo astral. Está para o corpo físico assim como o corpo astral inferior está para o corpo astral superior. Está intimamente ligado ao corpo físico denso, sendo decomposto com ele no fenômeno da chamada morte. O corpo etérico é composto de 7 camadas. As 3 camadas mais sutis são agregadas ao corpo astral inferior, e as 4 camadas mais densas interpenetram o corpo físico denso, estando aí o porquê de dizermos que está intimamente ligado a ele. E também uma projeção astral e física de transformações importantes, sendo um dos principais constituintes do aura humano. E através dele que há uma concretização das linhas de campo ou linhas de força, que virão a formar ou condensar a matéria astral em matéria física propriamente dita. Os núcleos vibratórios do corpo astral puro (chacras) enviam, através dos campos vibratórios, as forças sutis da Natureza, as quais, por equivalência no corpo físico denso, formam todo o sistema neuroendócrino. Assim, no corpo físico denso temos plexos e glândulas como órgãos equivalentes aos núcleos vibratórios do corpo astral puro. Falávamos do corpo etérico, o qual se apresenta, como realmente é, um invólucro superior do corpo físico denso. Sua coloração, em geral, é azul-acinzentada. Está engastado no corpo físico denso, e a partir de sua superfície tem uma espessura de 7 a 14 cm, dependendo da vitalidade do Ser encarnado. E também um dos componentes do AURA TOTAL. Aura total é a emanação fluídico-magnética luminosa que representa a atividade e vitalidade do psico soma do Ser encarnado. Ao encerrarmos o corpo etérico, lembremos que tudo está pronto para o surgimento do corpo físico denso. O 7° veículo do Ser Espiritual é o Corpo Físico Denso propriamente dito, o qual é constituído de átomos que, em combinações, formam moléculas sólidas, líquidas e gasosas. E constituído de unidades morfológicas e funcionais fundamentais, chamadas células. Essas, diferenciando-se, geram os vários tecidos, e esses geram os órgãos, os quais formarão os vários sistemas, que em conjunto formam o organismo físico. Nesta altura, cumpre ressaltar que não expusemos como o Ser Espiritual imantou sobre si todos os veículos, nem como se processaram na intimidade do Ser todos esses fenômenos. Quando em outro capítulo citarmos os elementares, explicaremos detalhadamente todos os processos da passagem do Ser Espiritual pelos reinos mineral, vegetal e animal, embora já tenhamos falado superficialmente sobre isso em outros tópicos deste livro. O Ser Espiritual, com seus veículos de expressão já constituídos, está apto para o início da jornada no mundo das formas, através do nascimento. Antecedendo o nascimento, vejamos os processos pelos quais passa o Ser Espiritual que recebeu o passe do reencarne. Haveremos de entender que nenhum caso é igual ao outro. Existem semelhanças, mas igualdades nunca, nem mesmo nos gêmeos idênticos. Com isso, afirmamos que não se tem um paradigma do fenômeno do nascimento, como para a morte também não. Não há bom ou mau nascimento, nem boa ou má morte; existem simplesmente o nascer e o morrer, os quais obedecem a elevados planos de justiça da Lei Divina. Após essas considerações, é importante que o umbandista consciente tenha um razoável conhecimento e compreensão dos porquês e dos mecanismos de ordem moral-espiritual relativos aos fenômenos do nascimento (reencarne) e da morte (desencarne). Tenhamos em mente que o nível consciencial dos diversos Seres Espirituais encarnados é poli variável, e isso explica-se pelo fato de que nem todos os Seres Espirituais vieram de um mesmo locus kármico (outros planetas, galáxias, etc). Mesmo aqueles que desceram do Reino Virginal, não vieram na mesma época, podendo alguns, até, ter encarnado milhares de anos antes. É claro, pois, que tenham maiores facilidades de aprendizado, como tenham também conquistado maiores riquezas espirituais, tais como sentimentos elevados e apurada sensibilidade de ordem astral espirítica. E o mesmo que observamos, por exemplo, nos bancos escolares terrenos, onde em uma sala de aulas temos alguns Seres Espirituais que aprendem facilmente as lições, enquanto outros, por mais que se esforcem, não conseguem bons níveis de aproveitamento no aprendizado. Claro está que aquele que tem maiores facilidades seguramente, em uma ou várias encarnações, já esteve ligado ao que atualmente estuda, ou, em verdade, hoje apenas revê. Não estamos com isso tendo uma visão conformista; achamos que, se não temos as facilidades de que outros usufruem, é porque, além de começarem antes, se auto esforçaram e conquistaram-nas. Por isso, devemos respeitá-los e jamais invejá-los, embora devamos seguir seus exemplos. O importante é que comecemos, que a hora seja agora, o melhor momento é este, pois se deixarmos o momento passar, sabe Deus quando teremos novas oportunidades?! Esperamos deixar bem claro daqui para a frente que reencarnação é sinônimo de evolução. Não venhamos confundir a reencarnação, que é o Espírito ou Ser Espiritual retornar após a morte em um corpo físico novo e diferente do precedente, para seguir avante em seu processo evolutivo, com a ressurreição, que pretende ser ou fazer um corpo inerte, com todas as suas células já mortas, algumas até decompostas, voltar à vida, o que qualquer Filho de Fé que se diga umbandista sabe ser incoerente e não lógico. Após essa ligeira elucidação, o Caboclo que ora conversa com você, Filho de Fé, entende que muitos e muitos Seres Espirituais que se internaram na reencarnação, através dos ditamos superiores da Lei, nem sempre fazem dela a escola, o hospital, o remédio ou mesmo a sala de estudos ou oficina de trabalho que ela deveria ser. Aí está o motivo das decepções, das angústias, dos dramas internos, culminando nos deslizes e retorno aos velhos hábitos e erros do passado. Certo está o axioma de que ninguém regride na senda evolutiva, mas seus veículos de expressão sofrem, como ação contundente em seus tecidos, todos os desmandos cometidos, alterando a constituição e desestruturando a forma de núcleos importantes no corpo astral, os quais só voltarão à normalidade após o Ser Espiritual internar-se nas correntes da reencarnação. Antes de reencarnar, pois esse é, em última análise, o caminho evolutivo para o Ser que faliu ou delinquiu, necessitará ele estagiar algum tempo nas regiões ou zonas do Astral que lhe sejam afins, e com o auxílio e apelo de seus superiores ou responsáveis pelo seu reencarne, estruturar detalhadamente a futura reencarnação. Serão rigorosamente observados os fatores morais que fizeram o Ser Espiritual falir em sucessivas reencarnações, incorrendo nos mesmos erros. Será observado, além do karma individual do Ser Espiritual, o seu karma grupai. Às vezes, para que uma reencarnação possa ter as maiores possibilidades de sucesso (sim, pois mesmo com tudo ajustado, o Espírito, fazendo uso de seu livre-arbítrio relativo, pode vir a falhar), são observadas não somente a última e a penúltima reencarnação, mas sim várias, além dos Seres Espirituais envolvidos no drama kármico do indivíduo reencarnante. A finalidade para quem reencarna é a reparação, o aprendizado, a aquisição de novas experiências que venham enriquecer as faculdades nobres do Ser Espiritual. Visa a reencarnação acabar com velhas e renhidas inimizades, reajustar e reparar velhos enganos, ignominiosos crimes e delitos que às vezes firmaram no tempo escabrosas histórias de sangue e sofrimento. Necessário que vítimas e algozes se reencontrem e se ajustem, olvidando-se as ofensas, destruindo-se as mágoas e o ódio e construindo-se para todo o sempre o bem maior, a afinidade, o puro e verdadeiro Amor das Almas. Escrever para os Filhos de Fé é simples e fácil; agora, o Ser Espiritual colocar em prática o que apregoamos em linhas anteriores, é tarefa hercúlea, dele exigindo uma grande dose de humildade, vontade e fortaleza moral, algo que de sobejo sabemos ser muito difícil, inclusive nas mais "boas criaturas" encarnadas no planeta Terra. Mas não desanime, somos herdeiros da Luz da Coroa Divina, trabalhemos para nos elevarmos. Iremos trabalhar; eis uma das grandes tarefas da Sagrada Corrente Astral de Umbanda. Dizíamos que para o reencarne ser coroado de êxitos, claro que segundo o grau de merecimento e o grau evolutivo do Ser que vai reencarnar, os mínimos detalhes são projetados, estudados e supervisionados, sendo que na maior parte das vezes essa supervisão se estende de "Astral a Astral", ou seja, antes do reencarne, durante a reencarnação e após o desencarne. Nessa projeção da futura reencarnação, além de uma série de ajustes nos tecidos sutis do corpo astral, o futuro corpo físico é demoradamente estruturado segundo as necessidades do Ser Espiritual reencarnante. Anatomia e fisiologia são exaustivamente estudadas em conjunto com o Espírito reencarnante. Sua constituição física, a estética, o magnetismo pessoal, tudo é minuciosamente projetado para que a reencarnação tenha o máximo de proveito e sucesso. Dizíamos que a beleza do Ser Espiritual, com todo o seu patrimônio magnético, na maior parte das vezes constitui pesado fardo, mas às vezes essa beleza é até necessária dependendo do meio em que o Ser Espiritual for atuar. Servir-lhe-á de provas, como também, através de seu magnetismo, direcionará vários outros Seres Espirituais que de alguma forma estão a ele ligados no encadeamento do tempo espaço. Assim, também os grandes missionários reencarnados poderão vir ou não com uma constituição de rara beleza. Eles, devido aos seus grandes créditos, é que escolherão; é prerrogativa deles. O Ser Espiritual reencarnante que se encontra em evolução, sem grandes créditos, mas sem grandes débitos perante a Lei, após ser estudado por "Técnicos Siderais da Forma", recebe a sugestão desta ou daquela conformação física, desta ou daquela debilidade, tudo visando, é claro, equilibra-lo perante a Lei. Logicamente, o "mapa reencarnatório", uma espécie de gráfico com dados básicos para o futuro Corpo Físico, de posse dos Senhores dos Tribunais Kármicos afins, terá que ser seguido, pois, como já informamos, desregramentos e deslizes de ordem mental, astral ou física do Ser Espiritual encarnado podem, após o desencarne, trazer desequilíbrios de grande monta ao corpo mental e muito principalmente ao corpo astral, o qual poderá conter as maiores aberrações, com formas atormentadas e completamente degradadas, ou até animalizadas, como ainda veremos neste capítulo. A reencarnação ou várias reencarnações, dependendo do Ser Espiritual, é o único remédio para reequilibrar os núcleos vibratórios do corpo astral, fazendo com que sua forma se refaça. Assim, o corpo físico denso servirá de "filtro kármico". Muitas doenças da face terrena têm essa explicação, e por mais que se aprimorem os abnegados cientistas da Medicina terrena, ainda não suspeitaram que estão tratando apenas de efeitos, já que a patogenia é de ordem astral. É difícil entender que o próprio desequilíbrio orgânico celular é remédio salutar ao corpo astral, que em verdade é o que está doente. Antes de darmos seguimento aos nossos informes, deveremos entender os tipos de reencarnação. Ao Filho de Fé já dissemos que nenhuma reencarnação é igual a outra, mas, para facilitarmos o entendimento, e sem afastarmo-nos da realidade, dividiremos o reencarne em: Livro Umbanda – A Proto – Síntese Cósmica. Abraço. Davi.