sexta-feira, 29 de julho de 2016

BRASIL. RAIO DE ESPERANÇA NO HORIZONTE.



É alentador e otimista percebe que o Brasil começa a dar sinais de recuperação nas áreas que estão causando preocupação à equipe econômica do Governo Interino, nomeada para conter a crise e impulsionar o país ao crescimento econômico. Evidentemente não estamos ainda falando de plena recomposição das perspectivas de normalidade dos empregos, investimento empresarial e industrial, abertura de vagas no mercado formal de trabalho, incentivo ao crédito das micros e pequenas empresas, reorganização do parque industrial nacional, mas os primeiros passos estão sendo dados nesse sentido como visto na sucinta reportagem a seguir.  “As primeiras medidas econômicas apresentadas pelo Presidente interino Michel Temer foram o pré pagamento de parte da dívida do BNDES com o Tesouro, a fixação de um teto para os gastos públicos e o saque de recursos do Fundo Soberano. O presidente em exercício disse ainda que apoiará um projeto aprovado pelo Senado Federal que altera as regras de exploração de petróleo do Pré-Sal. Confira as medidas anunciadas pelo governo: BNDES - A primeira medida foi a proposta de devolução, pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de pelo menos R$ 100 bilhões em recursos repassados pelo Tesouro Nacional nos últimos anos. O Presidente interino lembrou que o Tesouro injetou mais de R$ 500 bilhões no banco de fomento nos últimos anos. Agora, a instituição vai devolver R$ 100 bilhões, sendo R$ 40 bilhões no primeiro ano e o restante no futuro: no segundo ano, R$ 30 bilhões, e no terceiro, R$ 30 bilhões. Isso ajuda a reduzir a dívida pública. De acordo com a equipe econômica, esses recursos não poderiam ser utilizados como gastos primários, mas podem servir para abater a dívida pública e, o seu retorno, diminuiria o pagamento de subsídios pelo governo federal. Teto para os gastos públicos - Outra novidade é o envio de uma proposta de emenda constitucional (PEC) ao Congresso fixando um teto para os gastos do governo. Segundo Temer, essas despesas se encontram “numa trajetória insustentável”. O valor será fixado tendo como base a inflação registrada no ano anterior. Ou seja: a proposta prevê que a alta dos gastos públicos em um ano não poderá ser superior à inflação do ano anterior, explicou Temer. "Vamos apresentar essa PEC (proposta de emenda constitucional) que limitará o crescimento da despesa primária total. Até a semana que vem, teremos completado esse trabalho", disse Temer, durante a apresentação do plano, no Palácio do Planalto em Brasília. "Estamos propondo limite (do crescimento do gasto público) equivalente à inflação do ano anterior. Isso tudo parece ser a melhor forma de conciliar meta para o crescimento da despesa primaria e permitir que o Congresso continue com liberdade absoluta para definir a composição do crescimento do gasto publico", completou. Exploração do Pré Sal - O presidente interino disse que apoiará um projeto aprovado pelo Senado Federal que altera as regras de exploração de petróleo do pré-sal, retirando da Petrobras a exclusividade das atividades no Pré-Sal e acabando com a obrigação da estatal de participar com pelo menos 30% dos investimentos em todos os consórcios de exploração da camada. O projeto já passou pelo Senado e será avaliado pela Câmara dos Deputados. Esse projeto do Pré Sal é controverso desde sua criação. O investimento empregado é altíssimo, necessitando de uma tecnologia de ponta qualificada para remover o petróleo das profundezas oceânica. Além de uma política diferenciada, já que, com a perspectiva real do petróleo acabar; considerando seu baixo valor no mercado internacional, como também ser substituído por energia renovável que não poluía diretamente a atmosfera, o programa esbara numa racionalidade razoável e numa suposta lucratividade duvidosa. Fundo Soberado - O Presidente interino também propôs a extinção do Fundo Soberano, a partir do saque de todos os recursos lá existentes. Esse dinheiro voltará ao Tesouro para também reduzir o endividamento público. Outra coisa que vamos fazer é que há um Fundo Soberano criado na época do Pré-Sal e que visava a constituir um fundo muito significativo. Um fato das mais variadas circunstâncias, hoje o patrimônio do fundo está paralisado em R$ 2 bilhões. Vamos extinguir e trazer esses R$ 2 bilhões para cobrir o endividamento público — disse o Presidente. Lei de Responsabilidade Fiscal - Conforme adiantou o GLOBO, o governo vai resgatar o projeto de Lei de Responsabilidade Fiscal para os fundos de pensão e estatais. Conhecida como lei das estatais, o texto já foi aprovado pelo Senado Federal e está parado agora na Câmara dos Deputados. O projeto determina, por exemplo, que 25% dos membros dos conselhos de administração devem ser independentes: não podem ter vínculo com a estatal, nem serem parentes de detentores de cargos de chefia no Executivo, como presidente da República, ministros ou secretários de estados e municípios. O projeto visa a introduzir critérios rígidos para nomeação de dirigentes dos fundos e das empresas estatais. É uma regra tecnicamente correta, porque teremos a meritocracia funcionando. As pessoas que vão para esses fundos serão tecnicamente preparadas. São regras que vão preparando o país para o futuro. Estabelecem um mecanismo que implicará na alocação eficiente de centenas de milhões de reais nessas instituições. Se houver concordância do Executivo e do Legislativo, devemos levar esse projeto adiante. Subsídios - Temer ainda anunciou que o governo pretende barrar o crescimento nominal de subsídios. Pelas contas de Temer, o impacto fiscal de uma medida como essa é de R$ 2 bilhões. Nenhum ministério irá apresentar proposta ao Tesouro que irá elevar de forma nominal os subsídios. Poderá fazer se houver uma compensação de uma ou outra atividade. O Presidente reforçou que será uma praxe a partir de agora o governo anunciar medidas a serem tomadas primeiro aos líderes e, só depois, realizar uma coletiva de imprensa”. www.oglobo.globo.com.br. Apesar de não ser um analista econômico, é fácil imaginar que as propostas estão dentro daquilo que os brasileiros esperam para que demovamos esta crise econômica alimentada pela política, formando a partir de agora, uma expectativa de esperança; concretizada por medidas que serão implantadas já nesse segundo semestre de 2016. Mesmo em ano de eleições proporcionais (Prefeitos e Vereadores nos municípios brasileiros) em outubro, O Presidente interino Temer tem cultivado um bom relacionamento com o Congresso Nacional nesses tempos turbulentos de investigações e instauração de inquéritos pela Polícia Federal e denúncias ao  Ministério Público Federal. Todas motivadas pela Operação Lava Jato que já prendeu mais de 140 pessoas indiciadas em diversos crimes como tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha, desvio, ocultação e apropriação indébito de patrimônio e recursos públicos além de outros crimes correlatos. A eminência do julgamento definitivo, pelo Senado Federal sob a direção do Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandovsky, do processo de impeachment da Presidente afastada Dilma Rousseff em agosto, parece trazer ares de tranquilidade e regularidade, já que, as previsões dão como certa sua saída da Presidência da República com a maioria dos senadores votando pela aprovação terminativa do impeachment. Isso cria um clima de estabilidade política até as próximas eleições majoritárias (Presidente, Deputado Federal, Distrital e Governadores dos Estado) em 2018. Esse resultado caso se confirme trará a inelegibilidade (qualidade daquele que não pode ser eleito para cargo público, por não atender as exigências legais) por oito anos da Presidente afastada Dilma Rousseff. Outro fato marcante é o desfecho do julgamento por quebra de decoro parlamentar (ao mentir numa Comissão Parlamentar de inquérito negando ter contas bancárias na Suíça) do ex Presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, também em agosto. Isso cria uma sensação positiva, fazendo-se justiça, à um parlamentar envolvido  em crimes de desvios de recursos públicos. Além de ser réu em dois processos no Supremo Tribunal Federal: um por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e o outro por negar que tenha contas secretas na Suíça enfrentará definitivamente o Plenário da Câmara dos Deputados com grande chance de ter seu mandato cassado por seus pares. Como sabemos esse processo se arrasta desde outubro de 2015 com inúmeras manobras e protelamento do deputado Cunha e seus aliados para que não se chegasse a um desfecho, apenas dando-lhe uma advertência ou censura por ter mentido. Cunha foi um dos protagonistas do impeachment, e pensava que, por ter tomado a frente desse processo, os deputados o inocentaria de seus graves desvios de conduta ética.  Ele teve o descabimento de envolver sua esposa e filha no uso indevido de dinheiro dos cofres públicos e dos contribuintes. Assim se pacificará a Casa Legislativa Iniciadora da forte influência dum deputado que detinha plenos poderes regimentais controlando os trabalhos legislativos segundo o interesse de seu grupo corporativo e para seu favorecimento pessoal. Um fator econômico de relevância foi que no dia 19 de julho, o FMI (Fundo Monetário Internacional) revisou para melhor sua projeção em relação ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro afirmando que o país crescerá em 2017 patamares que chegará a 0,5%. A previsão anterior dava conta dum índice negativo de - 3,3% em 2016. Agora com o cenário político nacional em definição, negociação com empresários e industriais, novas perspectivas trabalhistas sendo discutidas com patrões e representantes dos empregados, fortes medidas que serão colocadas em pauta nas semanas posteriores no Plenário da Câmara e Senado para equilibrar o déficit da Previdência Social trouxeram aos investidores internacionais um sentimento de responsabilidade e seriedade no enfrentamento dos problemas que afetam a economia nacional. A Operação Lava Jato contribui decididamente para que a imagem do Brasil no exterior tenha forte melhora, sobretudo pela justiça feita aos corruptos e corruptores, diminuindo o sentimento de impunidade que anteriores era passado ao mundo. O Mercado Financeiro Internacional já trabalha com estimativa do dólar em relação ao real no final de 2016 em torno de US$ 3,45. No olho do furacão político quando do impeachment na Câmara da Presidente afastada Dilma Rousseff (17 de abril), se especulava o dólar em torno de R$ 5,00 até o final do ano. Parece que os credores e investidores interessados em negociar com o Brasil voltam a ter confiança em nossas instituições civis, bem como naqueles que comandam a nação, acreditando que nossa democracia, não obstante o teste politico, continua consolidada em seus fundamentos de liberdade, igualdade, supremacia da lei, respeito às instituições criadas pela sociedade, combate a violência, ao preconceito e a universalização do ensino, saúde e educação em todos os níveis ao alcance de toda a população. O segundo “projeto” do ex Presidente Lula será realizado em agosto (o primeiro foi a Copa do Mundo em 2014), mais especificamente nos dias 5 a 21 que será as Olimpíadas no Rio de Janeiro. O mundialmente conhecido evento desportivo que reúne os principais atletas das diversas modalidades cadastradas para competição no COI (Comitê Olímpico Internacional). 48 chefes de Estados já confirmaram a presença na Cerimonia de Abertura, na Arena Sede, na cidade do Rio de Janeiro. Mais de 200 países estarão representados por seus atletas nas diversas categorias dos Jogos Olímpicos. A cidade do Rio de Janeiro espera mais de um milhão de turistas nos dias dos jogos e a segurança será redobrada com mais de 30 mil homens das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) e 6 mil homens da Força Nacional; além do efetivo estadual de Policiais Militares e Corpo de Bombeiros Militares. Apesar da crise econômica em que vive o estado do Rio de Janeiro, em junho decretou estado de calamidade pública, pedindo a moratória da dívida com a União que já passa de R$ 56 bilhões de reais. Em relação aos Jogos Olímpicos a União cobriu 40% das despesas gastas na construção dos Centros Competitivos e Vila Olímpica, e o estado, através de parceria com a iniciativa privada cobriu os demais 60% concluindo assim as obras para a realização do evento. Os recursos despendidos para o evento já passam de R$ 37 bilhões de reais. Com muito esforço e coragem, praticamente foram terminadas as obras para acomodar os competidores. Uma pena toda essa polêmica envolvendo os atletas russos do Atletismo (76 desportistas) que foram punidos pelo Comitê Olímpico Internacional de não competirem nos Jogos em virtude de suposto uso de substância proibida (doping) que aumenta o desempenho físico. A delegação russa virá com sua comitiva de mais de 300 pessoas incluindo atletas e treinadores ao Rio, mas correm risco em sua grande maioria de não participar dos Jogos Olímpicos. Infelizmente essa situação tomou uma conotação política, fugindo da legalidade jurídica e médica, pois falasse que toda a equipe Olímpica da Rússia pode ficar fora das competições no Rio de Janeiro. Acho o fato irrazoável, pois tratado de forma parcial compromete a credibilidade da Entidade Máxima dos Jogos Olímpicos.  O Primeiro Ministro Wladimir Putin irá a Corte Arbitral caso essa equivocada decisão se confirme, para garantir que os atletas de seu país possam abrilhantar os Jogos com sua participação. Caso o que ninguém espera (o corte da delegação russa) se ratifique; fala-se em alguns atletas russos competirem sem a bandeira de seu país, algo que a meu ver é muito triste, mostrando, insensatamente a ideologia política sobrepondo os ideais desportistas de universalidade, igualdade e disposição em aceitar uma concorrência saudável entre os representantes das nações dos cinco continentes da Terra simbolizados nos cinco arcos (azul, amarelo, verde, preto e vermelho) da bandeira Olímpica de fundo branco. É injusto excluir o país que organizará a próxima Copa do Mundo de Futebol (FIFA) de 2018 que está adiantada na organização e construção de várias Sedes para os jogos. Cidades como Moscou, São Peterburgo, Sóchi, Rostov, Novgorod, Cazã dentre outras receberão os espetáculos futebolísticos. A preocupação com o terrorismo nos Jogos Olímpicos do Rio já era prevista pelas autoridades brasileiras, mas chegou através de notícia veiculada pela imprensa da prisão de simpatizantes do ISIS pela Polícia Federal (21/07) em diversas cidades brasileiras, algo em torno de treze pessoas, mostrou que nosso aparato policial militar  investigativo e repressivo esta atento a toda movimentação suspeita vinda das inúmeras vertentes do relacionamento suspeitos pessoal e coletivo nas redes sociais. O monitoramento tem sido constante principalmente por se aproximar o início dos Jogos Olímpicos. Esses “amadores” conforme palavras do Ministro da Justiça Alexandre de Moraes não estavam organizados e nem tiveram reuniões presenciais para discutir qualquer plano de ato terrorista durante os Jogos Olímpicos. Mas segundo o que foi apurado entraram em contato com seites nos quais os Terroristas do ISIS se comunicam. Até se submeteram ao batismo virtual jurando lealdade a Organização Criminosa combatida no mundo inteiro por seus desumanos e monstruosos atentados contra civis, também crianças inocentes. Nas conversas grampeadas com autorização da Justiça esse grupo enalteceu os cruéis atentados em Nice na França, insinuando haver oportunidade da fazer o mesmo no Rio. Alguns entraram em contato com sites sobre venda e armas e falaram em treinamento. Por esse motivo foi decretada prisão preventiva por 30 dias de todos os envolvidos, podendo ser renovada por mais 30 dias para as devidas diligências que o caso exige. Repudiamos com veemência todo tipo de violência principalmente a infringida por esses covardes terrorista (ISIS) que tentam pelo uso da força e coação aliciar simpatizantes pelo mundo para seus ideais mesquinhos e excludentes. Eles não tem nada com a religião muçulmana, pois desonram o Profeta Muhammad que pregou o amor e a compaixão à todos os povos e religiões, em especial aos cristãos e judeus. Aláh não os tem em conta devido seus atos infames e sem fundamento no Sagrado Alcorão. Esses facínoras são combatidos inclusive por honrosas nações árabes como a Arábia Saudita, o Irã e a Liga Árabe de Nações com seus 22 Estados Membros dentre eles: Iraque, Egito, Jordânia, Líbano, Iêmen, Sudão, Marrocos, Tunísia, Kuwait, Argélia e outros. Um líder da Associação Muçulmana no Brasil em entrevista disse que se preciso podem cooperar para que pessoas suspeitas sejam denunciadas aos órgãos competente da Justiça Federal. Falou que as mesquitas estão abertas à todas as pessoas sem exceção, sendo exigido o respeito e consideração ao ambiente sagrado e os cultos administrados pelos religiosos. Disse ser sensato saber distinguir o muçulmano praticante das leis do Alcorão, Hadith e Sharia daqueles que distorcem as Escrituras em seu benefício próprio e para perversos objetivos coletivos. O fundamentalismo, extremismo e radicalismo existem em todos os grupos religiosos e todos precisamos fugir dessa condição contraria aos nobres atributos do amor, compaixão, tolerância e condescendência com todos os indivíduos. A imprensa brasileira criticou o anúncio das investigações e prisões dos suspeitos, que segundo analistas foi inoportuna e extemporânea criando temor e medo na opinião pública e “exaltando” a represália feita de forma a passar a ideia de eficiência e trabalho. Esse caso poderia, segundo ela, com mais discernimento ser revelado depois de ocorrido os Jogos Olímpicos; o impacto seria bem menor, pois resguardaria a tranquilidade e segurança psicológica dos cidadãos nacionais e estrangeiros que assistirão as Olimpíadas. Entretanto, o Brasil estará com os braços abertos à receber os cidadãos de todos os países que virão para realçar essa Festa da Fraternidade e Harmonias Humanas através do esporte. As modalidades disputadas serão: Atletismo, Badminton, Basquete, Boxe, Canoagem, Ciclismo, Esgrima, Futebol, Ginástica, Golfe, Handebol, hipismo, judô, Levantamento de Peso, Luta livre, Maratona, Nado, Natação, Pentatlo, Polo Aquático, Saltos Ornamentais, Taewondo, Tênis, Tênis de Mesa, Tiro, Triatlo, Vela e Vôlei.  São esperados 12.500 atletas de 206 países, sendo que as maiores delegações dos Jogos são: USA 575 atletas, Brasil 462 atletas, Alemanha 425 atletas, China 416 atletas, Austrália 409, França 404 atletas, Reino Unido 366 atletas, Japão 331 atletas, Rússia 321 atletas, Canada 313 atletas, Espanha 305 atletas, Itália 292 atletas, Holanda 241 atletas, Polônia 240 atletas, Argentina 212 atletas, Coreia do Sul 205 atletas, Ucrânia 202 atletas, Nova Zelândia 198 atletas, Hungria 157 atletas, Suécia 152 atletas. Que os deuses protejam todos os atletas e o público em geral nesses dias em que os evento e competições serão realizados. Beijo à todos os amigos do Mosaico Espiritual. Davi. 

quinta-feira, 28 de julho de 2016

COMPAIXÃO GLOBAL.

Budismo. Escrito por Tenzin Gyatso (1935 -  ), o décimo quarto Dalai Lama. Capítulo três. COMPAIXÃO GLOBAL. Acredito que, em todos os níveis da sociedade – familiar, nacional e internacional – a chave para um mundo mais feliz e de mais sucesso é o crescimento da compaixão. Não precisamos nos tornar religiosos, nem tampouco precisamos acreditar em uma ideologia específica. Tudo que é preciso é que cada um de nós desenvolva suas boas qualidades humanas. Acredito que cultivar a felicidade individual pode contribuir de maneira profunda e eficiente para a melhoria global de toda a comunidade humana. Todos compartilhamos uma necessidade idêntica de amor e, com base nessa característica comum, é possível sentir que qualquer pessoa que encontramos, em quaisquer circunstâncias, é um irmão ou irmã. Por mais novo que seja seu rosto e por mais diferentes que sejam suas roupas ou seu comportamento, não há nenhuma divisão importante entre nós e as outras pessoas. É tolo basear-se em diferenças externas porque nossas naturezas básicas são as mesmas. Os benefícios de transcender essas diferenças superficiais tornam-se claros quando olhamos para a situação global. Em última instância, a humanidade é só uma, e esse pequeno planeta é nossa única casa. Se quisermos proteger essa nossa casa, cada um de nós precisa experimentar um sentimento intenso de altruísmo e compaixão Universal. Só esse sentimento pode remover os motivos egoístas que fazem as pessoas enganarem e usarem  umas às outras. Se você tiver um coração sincero e aberto, naturalmente sentirá auto estima e confiança, e não haverá motivo para ter medo dos outros. A necessidade de uma atmosfera de abertura e cooperação em nível global está se tornando mais urgente. Nessa idade moderna, quando se trata de lidar com situações econômicas, não existem mais fronteiras familiares nem mesmo nacionais. De país e país e de continente e continente, o mundo está interconectado de modo inextrincável. Cada país depende muito dos outros. Para que um país possa desenvolver sua própria economia, é forçado a considerar seriamente as condições econômicas de outros países também. Na verdade, o resultado final da melhoria econômica em outros países é também a melhoria econômica em seu próprio país. Em vista dessas características de nosso mundo moderno, precisamos de uma completa revolução em nosso pensamento e em nossos hábitos. A cada dia torna-se mais claro que um sistema econômico viável deve estar baseado em uma verdadeira noção de responsabilidade Universal. Em outras palavras, o que precisamos é de um verdadeiro comprometimento em relação aos princípios da fraternidade Universal. Essa parte já está clara, não está? Não se trata apenas de um ideal sagrado, moral ou religioso. Trata-se, isso sim, da realidade de nossa existência humana moderna. Se refletirmos com profundidade suficiente, fica óbvio que precisamos de mais compaixão e altruísmo em todo lugar. Esse ponto crítico pode ser notado se  observarmos o estado atual dos negócios no mundo, seja na área da economia e da saúde modernas, seja nas situações políticas e militares. Além da infinidade de crises sociais e políticas, o mundo também está enfrentando um ciclo cada vez mais intenso de calamidades naturais. Ano após ano, vimos uma mudança radical dos padrões climáticos globais que teve consequências graves: chuvas demais em alguns países, causando sérias enchentes, falta de precipitações em outros países, resultando em secas devastadoras. Felizmente, a preocupação com a ecologia e o meio ambiente está crescendo rapidamente por toda parte. Agora estamos começando a compreender que a questão da proteção ambiental é, no final das contas, a questão de nossa própria sobrevivência neste planeta. Como seres humanos, também devemos respeitar os outros membros da família humana, nossos semelhantes: nossos vizinhos, amigos e assim por diante. A compaixão, a gentileza com amor, o altruísmo e um sentimento de fraternidade são as chaves não apenas para o desenvolvimento humano, mas para a sobrevivência planetária. O sucesso ou o fracasso da humanidade no futuro depende em primeiro lugar da força de vontade e da determinação da geração atual. Se nós próprios não usarmos nossas faculdades de força de vontade e inteligência, ninguém mais poderá garantir nosso futuro e o da próxima geração. Isso é um fato incontestável. Não podemos colocar a culpa toda nos políticos ou nas pessoas consideradas diretamente responsáveis por diversas situações; nós também, pessoalmente, devemos assumir alguma responsabilidade. E só quando o indivíduo aceita a responsabilidade pessoal é que começa a tomar alguma iniciativa. Apenas gritar e reclamar não é o bastante. Uma mudança genuína deve vir primeiro de dentro do indivíduo e, então, pode tentar fazer contribuições significativas para a humanidade. O altruísmo não é apenas um ideal religioso, é uma exigência indispensável para a humanidade como um todo. Se olharmos para a história humana, veremos que um bom coração tem sido a chave para alcançar o que o mundo considera grandes conquistas: na área dos direitos humanos, do serviço social, da liberação política e da religião, por exemplo. Um olhar e uma motivação sincera não pertencem exclusivamente à esfera da religião; podem ser gerados por qualquer pessoa simplesmente tendo uma preocupação genuína com os outros, com sua comunidade, com os pobres e necessitados. Em suma, eles surgem quando temos um interesse profundo e quando nos preocupamos com o bem estar da comunidade em geral, ou seja, com o bem estar dos outros. As ações que resultam desse tipo de atitude e de motivação entrarão para a história como boas, benéficas e úteis para a humanidade. Hoje, quando lemos sobre tais ações na história, embora esses acontecimentos estejam no passado e se tenham tornado apenas lembranças, ainda nos sentimos felizes e reconfortados por sua causa. Lembramo-nos com profunda admiração que tal ou tal pessoa fez um trabalho importante e nobre Também podemos ver alguns exemplos dessa grandeza em nossa própria geração. Por outro lado, nossa história também está cheia de episódios de indivíduos realizando os atos mais destrutivos e prejudiciais possíveis, matando e torturando outras pessoas, levando tristeza e sofrimentos inimaginável a inúmeros seres humanos. Esses incidentes podem ser vistos como o reflexo do lado obscuro de nossa herana humana comum. Tais eventos só acontecem quando há ódio, raiva, inveja e ganância sem limites. A história mundial é simplesmente o registro coletivo dos efeitos dos pensamentos negativos e positivos dos seres humanos. Isso está bem claro, penso eu. Ao refletirmos sobre a história, podemos ver que, se quisermos ter um futuro melhor e mais feliz, devemos examinar nosso estado de espírito atual e refletir sobre o modo de vida que esse estado de espírito trará no futuro. Nunca poderemos insistir o bastante no poder de penetração dessas atitudes negativas. COMPAIXÃO E RESOLUÇÃO DE CONFLITOS. Devido à nossa situação global atual, a cooperação é essencial, especialmente em áreas como a economia e a educação. A ideia de que as diferenças internacionais são essenciais foi tornada menos viável pelo movimento em direção a uma Europa Ocidental Unificada (União Europeia). Na minha opinião, esse movimento é realmente maravilhoso e chega em boa hora. No entanto, esse trabalho conjunto de várias nações não surgiu por causa da compaixão ou da fé religiosa, mas sim por causa da necessidade. Há uma tendência mundial cada vez mais forte de consciência global. Nas circunstâncias atuais, uma relação mais estreita com os outros tornou-se um elemento essencial de nossa própria sobrevivência. Portanto, o conceito de responsabilidade Universal, baseada na compaixão e em uma ideia de fraternidade, é hoje essencial. O mundo está cheio de conflitos – conflitos devidos a ideologia, à religião – até mesmo conflitos dentro de famílias. Todos esses conflitos são baseados em uma pessoa querer uma coisa e outra pessoa querer outra. No entanto, se tentarmos encontrar a causa desses muitos conflitos, descobriremos que na verdade existem muitas fontes e causas diferentes, mesmo dentro de nós. Entretanto, mesmo antes de entendermos as causas de todos os nossos conflitos, temos o potencial e a habilidade de nos juntarmos em harmonia. Todas as causas são relativas. Embora existam muitas fontes de conflito, ao mesmo tempo existem muitas fontes de unidade e de harmonia. Chegou a hora de dar mais ênfase à unidade. Aqui, mais uma vez, deve haver afeição humana e uma análise paciente baseada na compaixão. Por exemplo, você pode ter uma opinião ideológica ou religiosa diferente da de outra pessoa. Se você respeitar os desejos do outro e demonstrar uma atitude sinceramente compassiva para com essa pessoa, então não importa se sua ideia não lhe convém; isso é secundário. Contanto que a outra pessoa acredite em sua ideia e tire algum benefício desse ponto de vista, é direito absoluto dele ou dela. Então, devemos respeitar o fato de existirem diferentes pontos de vistas. Na área da economia, do mesmo modo, os competidores também devem ter algum lucro, pois também precisam sobreviver. Quando temos uma perspectiva mais ampla baseada na compaixão, penso que as coisas se tornam muito mais fáceis. Mais uma vez, a compaixão é o fator chave. DESMILITARIZAÇÃO. Sob determinados aspectos, a situação mundial hoje em dia ficou mais tranquila. A Guerra Fria (1947-1991) entre a antiga União Soviética e os Estados Unidos da América terminou. Em vez de procurar novos inimigos, deveríamos agora pensar e falar seriamente sobre desmilitarização global ou, pelo menos, sobre a ideia de desmilitarização. Sempre digo a meus amigos americanos: Sua força não vem das armas nucleares, mas das ideias nobres de seus ancestrais sobre liberdade, independência e democracia. Quando estive nos Estados Unidos da América em 1991, tive a oportunidade de me encontrar com o ex presidente George W. Bush. Na época, conversamos sobre a Nova Ordem Mundial, e eu disse a ele: Uma Nova Ordem Mundial com compaixão é muito bom. Não tenho tanta certeza sobre uma Nova Ordem Mundial sem compaixão. Acredito que chegou a hora de pensar e falar sobre desmilitarização. Com o colapso da antiga União Soviética, vimos alguns sinais de redução de armamentos e, pela primeira vez, de desnuclearização. Passo a passo, penso que nosso objetivo deva ser libertar o mundo – nosso pequeno planeta – das armas. Isso não significa, no entanto, que devamos abolir todas as formas de armas. Podemos precisar manter algumas delas, já que há sempre algumas pessoas e grupos mal-intencionados entre nós. Para nos precavermos e nos protegermos dessas fontes, poderíamos criar um sistema de força policial internacional monitorada que não pertencesse necessariamente a uma nação específica, mas fosse controlada coletivamente e supervisionada, em última instância, por uma organização como as Nações Unidas ou um órgão internacional semelhante. Dessa maneira, sem armas disponíveis para nenhuma nação individual, não haveria perigo de conflito militar entre nações e não haveria guerra civil. Lamentavelmente, a guerra tem feito parte da história humana até o momento presente, mas penso que chegou a hora de mudar os conceitos que levam à guerra. Alguns consideram a guerra algo glorioso; eles pensam que a guerra pode torna-los heróis. Essa atitude em relação à guerra é muito errada. Recentemente, um entrevistador comentou comigo: Os ocidentais têm um enorme medo da morte, mas os orientais parecem ter muito pocu medo da morte. Respondi meio brincando: Parece-me que, para a mentalidade ocidental, a guerra e a organização militar são extremamente importantes. Guerra significa morte – morte matada, não por causa naturais. Então parece que, na verdade, são vocês que não temem a morte, por gostarem tanto das guerras. Nós orientais, particularmente os tibetanos (nascidos na região autônoma do Tibete), não podemos sequer começar a pensar em guerra; não podemos conceber a ideia de lutar, porque o resultado inevitável da guerra é o desastre: morte, ferimentos e tristeza. Portanto, em nossa mentalidade, o conceito da guerra é extremamente negativo. Isso parece significar que na verdade temos mais medo da morte do que vocês. O senhor não acha? Infelizmente, devido a determinados fatores, as pessoas insistem em ideias incorretas a respeito da guerra. O perigo dessas ideias para a comunidade mundial está maior do que nunca; portanto, devemos pensar seriamente em desmilitarização. Senti isso com muita intensidade durante e depois da crise (Guerra 1990-1991)) no Golfo Pérsico. É claro que todos culparam Saddam Hussein (1937-2006), e não resta dúvida de que Saddam Hussein foi prejudicial – cometeu muitos erros e agiu de maneira errada sob muitos aspectos. Afinal, ele foi um ditador, e um ditador é obviamente algo prejudicial. No entanto, em seu aparato militar, sem suas armas, Saddam Hussein não seria capaz de funcionar como esse tipo de ditador. Quem forneceu essas armas? Os fornecedores também são responsáveis. Algumas nações ocidentais forneceram-lhe armas sem pensar nas consequências. Pensar apenas em dinheiro e em lucrar com a venda de armas é terrível. Certa vez conheci uma francesa que passara muitos anos em Beirute – Líbano. Ela me contou com grande tristeza que, durante a crise em Beirute, havia pessoas de um lado da cidade lucrando com a venda de armas, e naquele mesmo dia, do outro lado da cidade, outras pessoas – inocentes – estavam sendo mortas com aquelas mesmas armas. Do mesmo modo, em um lado de nosso planeta há pessoas vivendo uma vida luxuosa com os lucros da venda de armas, enquanto pessoas inocentes estão sendo mortas com essas armas sofisticadas do outro lado do planeta. Portanto, o primeiro passo é parar de vender armas. Algumas vezes provoco meus amigos suecos: Ah, vocês são mesmo maravilhosos. Durante o último período de conflito (Segunda Guerra Mundial 1939-1945), permaneceram neutros. E sempre pensam na importância dos direitos humanos e da paz mundial. Mas ao mesmo tempo estão vendendo muitas armas. Isso é um pouco hipócrita, não? Na época da crise do Golfo Pérsico, fiz uma promessa interior – um compromisso de que, pelo resto da minha vida, eu contribuiria para propagar a ideia de desmilitarização. No que diz respeito a meu próprio país (Governo Tibetano no exílio com sede em Dharamsala – Índia), cheguei à conclusão de que, no futuro, o Tibete (região autônoma ao norte da China sob a custódia do Governo Chinês) deveria ser uma zona completamente desmilitarizada. Mais uma vez, no trabalho em prol da desmilitarização, o fator chave é a compaixão humana. Do Livro A Vida de Compaixão. Abraço. Davi.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

UPANISHAD. KATHA III.

Hinduísmo. Upanishad. Katha. De acordo com a versão inglesa de Swami Prabhavananda e Frederick Manchester. “O que está dentro de nós também está fora de nós. O que está fora também está dentro. Aquele que vê diferença entre o que está dentro e o que está fora segue eternamente de morte para morte.Brahman só pode ser alcançado pela mente purificada. Apenas Brahman é, nada mais é. Aquele que vê o universo múltiplo, e não a única realidade, segue eternamente de morte para morte. Aquele ser, do tamanho de um polegar, habita profundamente dentro do coração (12). Ele é o senhor do tempo, do passado e do futuro. Quem o alcança nada mais teme. Verdadeiramente, ele é o Eu imortal. Aquele ser, do tamanho de um polegar, e como uma chama sem fumaça. Ele é o senhor do tempo, do passado e do futuro, o mesmo hoje e amanhã. Verdadeiramente, ele é o Eu imortal. Como a chuva que cai numa colina, com torrentes descendo pelo lado, assim corre aquele que depois de muitos nascimentos vê a multiplicidade do Eu. Como a água pura derramada dentro da água pura permanece pura, assim o Eu permanece puro, Oh! Nachiketa, ao se unir com Brahman. Ao Não Nascido, cuja luz da consciência brilha para sempre, pertence à cidade de onze portões (13). Aquele que medita sobre o governante dessa cidade não conhece mais sofrimento. Ele atinge a liberação, e para ele não pode mais haver nascimento ou morte. Pois o governante dessa cidade é o Eu imortal. O Eu imortal é o Sol que brilha no céu, é a brisa que sopra no espação, é o fogo que queima no altar, é o hóspede que habita a casa, ele está em todos os homens, está nos deuses, está no éter (14), está onde quer que esteja a verdade, ele é o peixe que nasce na água, á a planta que cresce no solo, é o rio que jorra da montanha, ele, a realidade imutável, o ilimitável! Ele, o adorável, instalado no coração, é o poder que dá o sopro vital. Todos os sentidos o homenageiam. O que pode permanecer quando o habitante desse corpo abandona a concha grande demais, já que ele é, verdadeiramente, o Eu imortal? O homem não vive apenas do sopro vital e, sim, daquele dentro do qual está o poder do sopro vital. E agora, O Nachiketa, eu lhe falarei a respeito do que não pode ser visto, o Brahman eterno, e do que acontece com o Eu depois da morte. Dentre aqueles que ignoram o Eu, alguns entram em seres que possuem ventre, outros entram em plantas, ade acordo com suas ações e com o crescimento de suas inteligências. Aquele que está desperto em nós mesmo enquanto dormimos, moldando em sonho os objetos do nosso desejo, esse é realmente puro, esse éBrahman, e esse verdadeiramente é chamado o Imortal. Tosos os mundos têm seus seres nele, e ninguém pode transcende-lo. Esse é o Eu. Assim como o fogo, apesar de ser único, toma a forma de todos os objetos que consome, também o Eu, embora único, toma a forma de todos os objetos que habita.  Assim como o Sol, que revela todos os objetos àquele que vê, não é atingido pelo olho pecador, nem pelas impurezas dos objetos que fita, também o Eu único, habitando em tudo, não é tocado pelos males do mundo. Pois ele transcende tudo. Ele é único, o senhor e o mais profundo Eu de tudo, a partir de uma forma ele faz de si mesmo muitas formas. Aquele que vê o Eu revelado em seu próprio coração pertence a eterna bem aventurança, a ninguém mais, a ninguém mais! Inteligência do inteligente, eterno entre o que é transitório, ele, embora único, torna possível os desejos de muitos. Àquele que vê o Eu revelado em seu próprio coração pertence a paz eterna, e a ninguém mais, a ninguém mais! Nachiketa. De que modo, O Rei, encontrarei esse bem aventurado Eu, supremo, inexprimível, que é alcançado pelos sábios? Ele brilha por si mesmo ou reflete a luz de outrem? O Rei da Morte. Ele não é iluminado pelo Sol, nem pela Lua, nem pelas estrelas, nem pelo relâmpago, nem, verdadeiramente, pelo fogo aceso na Terra. Ele é a única luz que fornece luz para tudo. Brilhando ele, tudo brilha. Este Universo é uma árvore que existe eternamente, com suas raízes voltadas para cima e seus galhos espalhados embaixo. A raiz pura da árvore é Brahman, o imortal, em quem os três mundos têm sua existência, a quem ninguém pode transcender, que é verdadeiramente o Eu (14). Todo o Universo veio de Brahman e se move em Brahman. Poderoso e terrível é ele, semelhante ao trovão que explode nos céus. Para os que o alcançam a morte não contém terror. Com medo dele o fogo queima, o Sol brilha, a chuva cai, os ventos sopram, e a morte mata. Se um homem falha em alcançar Brahman antes de abandonar o corpo, terá novamente de colocar um corpo no mundo das coisas criadas. Na alma de uma pessoa, Brahman é percebido claramente, como se fosse visto num espelho. Também no céu de Brahman,Brahman é claramente percebido, do mesmo modo como uma pessoa distingue a luz da escuridão. No mundo dos pais ele é contemplado como num sonho (15). No mundo dos anjos ele aparece como se estivesse refletido na água. Os sentidos têm origens separadas nos seus diversos objetos. Eles podem estar ativos, como no estado de vigília, ou podem estar inativos , como no sono. Aquele que sabe que eles são distintos do Eu imutável não sofre mais. Acima dos sentidos está a mente. Acima da mente está o intelecto. Acima do intelecto está o ego. Acima do ego está a semente não manifestada, a Causa Primordial! Verdadeiramente, além da semente não manifestada está Brahman, o espírito que tudo permeia, o incondicionado, e quem o conhece obtém a liberdade e alcança a imortalidade. Ninguém o contempla com os olhos, pois ele não tem forma visível. Porém, no coração, ele é revelado pelo autocontrole e pela meditação. Os que o conhecem se tornam imortais. Quando todos os sentidos estão imóveis, quando a mente está em repouso, quando o intelecto não treme, esse, dizem os sábios, é o estado mais elevado. Essa serenidade dos sentidos e da mente foi definida como YOGA. Aquele que a obtém liberta-se da ilusão. Naquele que não está livre da ilusão essa serenidade é incerta, irreal, ela vem e vai. As palavras não podem revelar Brahman, a mente não pode alcança-lo, os olhos não podem vê-lo. Como, então, a não ser através daqueles que o conhecem, pode ele ser conhecido? Existem dois eus, o Eu aparente e o Eu verdadeiro. Desses dois, é o Eu verdadeiro, e somente ele, que deve ser sentido como realmente existindo. Ao homem que o sentiu como realmente existindo ele revela sua mais profunda natureza. O mortal em cujo coração o desejo está morto torna-se imortal. O mortal em cujo coração os nós da ignorância são desatados torna-se imortal. Essas são as verdades mais elevadas ensinadas nas escrituras. Existem cento e um nervos que se irradiam do lótus do coração. Desses nervos ascende o lótus de mil pétalas do cérebro. Se, quando um homem morre, sua força vital subir e passar através desse nervo, ele atinge a imortalidade, porém, se sua força vital passar através de outro nervo, ele vai para outro plano de existência, e permanece sujeito ao nascimento e a morte. A Pessoa Suprema, do tamanho de um polegar, o Eu mais profundo, habita para sempre os corações de todos os seres. Como extraímos a seiva da cana, assim deve o aspirante a verdade, com grande perseverança, separar o Eu do corpo. Sabei que o Eu é puro e imortal, sim, puro e imortal! O Narrador. Tendo aprendido do deus esse conhecimento e todo o processo da YOGA, Nachiketa foi libertado das impurezas e da morte, e se uniu a Brahman. Assim também será com outro se ele conhecer o Eu mais profundo. Om (...). Paz – paz – paz”. (12). Os sábios atribuem ao Eu um tamanho definido, pequeno, de modo a auxiliar o discípulo na meditação. (13). O Não Nascido é o Eu, a cidade de onze portões é o corpo com suas aberturas, os olhos, os ouvidos, etc. (14). Os três mundos são o céu, a terra e o inferno (aqui não é o “inferno” que conhecemos pela teologia cristã). (15). Os pais são os espíritos dos mortos bem intencionados que habitam em outro mundo, colhendo os frutos das suas boas ações, porém sujeitos ao renascimento. Do Livro Upanishad. O Sopro Vital do Eterno. Abraço. Davi.

terça-feira, 26 de julho de 2016

UPANISHAD. KATHA II.

Hinduísmo. Upanishad. Katha. De acordo com a versão inglesa de Swami Prabhavananda e Frederick Manchester. “O homem que aprendeu que o Eu está separado do corpo, dos sentidos e da mente, e que o conheceu por completo, a alma da verdade, o princípio sutil, tal homem verdadeiramente o alcança, e se torna extremamente satisfeito, pois encontrou a fonte e o local onde habita toda a felicidade. Verdadeiramente acredito, Oh! Nachiketa, que as portas da felicidade estão abertas pra vós. Nachiketa. Ensinai-me, O Rei, eu vos suplico, o que sabeis estar além do certo e do errado, além da causa e do efeito, além do passado, do presente e do futuro. O Rei da Morte. Do objetivo que todos os Vedas proclamam, o qual está implícito em todas as penitências, e em busca do qual homens levam vidas de continência e de serviço, dele falarei sucintamente. Ele - Om. Esta sílaba é Brahman. Esta silaba é de fato suprema. Aquele que a conhece realiza o seu desejo. Ela é o apoio mais forte. É o símbolo mais elevado. Aquele que a conhece é reverenciado como um conhecedor de Brahman. O Eu, cujo símbolo Om, é Deus onisciente. Ele não nasce. Ele não morre. Ele não é nem causa nem efeito. Esse Ser Antigo não nasceu, é eterno, imperecível, embora o corpo seja destruído, ele não é aniquilado. Se o assassino pensa que ele mata, se o assassinado crê que ele é morto, nenhum dos dois conhece a verdade. O Eu não mata nem é morto. Menor do que o menor, maior do que o maior, esse Eu habita para sempre dentro dos corações de todos. Quando um homem está livre de desejos, com sua mente e seus sentidos purificados, ele contempla a glória do Eu e está sem sofrimento. Apesar de sentado, ele viaja para longe, embora descansando, ele move todas as coisas. Quem, a não ser o mais puro dos puros, pode perceber esse Ser Fulgurante, que é a felicidade e que está além da felicidade? Ele não possui forma, embora habite a forma. No meio do transitório, ele permanece perene. O Eu é supremo e tudo permeia. O homem sábio, conhecendo-o em sua verdadeira natureza, transcende toda dor. O Eu não é conhecido através do estudo das escrituras, nem através da sutileza do intelecto, nem através de muito aprendizado. Mas é conhecido por aquele que anseia por ele. O Eu revela verdadeiramente a ele o seu genuíno ser. Um homem não poderá conhece-lo através do aprendizado, se não desistir do mal, se não controlar seus sentidos, se não acalmar sua mente, e se não praticar a meditação. Para ele os Brahmins e osKshatriyas são apenas alimento, e a morte é em si um condimento. Tanto o eu individual como o Eu Universal penetraram na caverna do coração, o domicílio do Mais Alto, porém os conhecedores de Brahman e os chefes de família que realizam os sacrifícios do fogo enxergam a diferença entre eles como entre a luz do Sol e a sombra. Possamos realizar o Sacrifício Nachaketa, que transpõe o mundo do sofrimento. Possamos conhecer o imperecível Brahman, que nada teme, e que é o objetivo e o refúgio daqueles que procuram a liberação. Sabei que o Eu é o cavaleiro, e que o corpo é a carruagem, que o intelecto é o cocheiro, e que a mente são as rédeas. Os sentidos, dizem os sábios, são os cavalos, as estradas por onde passam são os labirintos do desejo. Os sábios consideram o Eu como aquele que se deleita quando está unido ao corpo, aos sentidos e à mente. Quando um homem não possui discernimento e sua mente está desgovernada, seus sentidos são incontroláveis, como os cavalos rebeldes de um cocheiro. Porém, quando um home possui discernimento e sua mente está controlada, seus sentidos, como os cavalos bem domados de um cocheiro, obedecem alegremente às rédeas. Aquele que não possui discernimento, cuja mente está instável e cujo coração está impuro, nunca alcança o objetivo, e nasce sempre de novo. Mas aquele que possui discernimento, cuja mente está firme e cujo coração é puro, atinge a meta e, após tê-la alcançado, não nasce nunca mais. O homem que possui um entendimento sólido como cocheiro, uma mente controlada como rédeas, ele é que atinge o final da jornada, a morada suprema de Vishnu, o que tudo permeia (9). O sentidos originam-se dos objetos físicos, os objetos físicos, da mente, a mente do intelecto, o intelecto, do ego, o ego, da semente não manifestada, e a semente não manifestada, de Brahman, a Causa sem Causa. Brahman é o fim da jornada. Brahman é a meta suprema. Esse Brahman, esse Eu, profundamente oculto em todos os seres, não é revelado a todos, mas àqueles que veem, puros de coração, de mente concentrada, a eles é revelado. Os sentidos do homem sábio obedecem à sua mente, sua mente obedece ao seu intelecto, seu intelecto obedece ao seu ego, e seu ego obedece ao Eu. Acordai! Acordai! Aproximai-vos dos pés do Mestre e conhecei AQUELE. O caminho é como a lâmina afiada de uma navalha, dizem os sábios. É estreito e difícil de trilhar! Sem som, sem forma, intangível, imperecível, sem gosto, sem cheiro, eterno, sem começo, sem fim, imutável, além da Natureza, assim é o Eu. Quem o conhece como tal está livre da morte. O Narrador. O homem sábio, tendo escutado e aprendido a verdade eterna revelada a Nachiketa pelo Rei da Morte, é glorificado no céu de Brahman. Aquele que canta com devoção esse segredo supremo na assembleia dosBrahmins é recompensado com dádivas imensuráveis! O Rei da Morte. O Ato existente fez com que os sentidos se voltassem para fora. Consequentemente, o homem olha para o exterior, e não vê o que está no interior. Raro é aquele que, ansiando pela imortalidade, fecha os para o exterior e contempla o Eu. Os tolos seguem os desejos da carne e caem na armadilha da morte que tudo abrange, porém os sábios, sabendo que o Eu é eterno, não procuram as coisas transitórias. Aquele através de quem o homem vivência os estados de sono ou de vigília é o Eu que tudo permeia. Quem o conhece não sofre mais. Aquele que sabe que a alma individual, que aproveita os frutos da ação, é o Eu, que está sempre presente interiormente, senhor do tempo, do passado e do futuro, expulsa de si todo o medo. Pois esse Eu é o Eu imortal. Aquele que vê o Que Nasceu Primeiro, nascido da mente de Brahman, nascido antes da criação das águas, e o vê habitando o lótus do coração, vivendo entre elementos físicos, efetivamente vê Brahman. Pois esse Que Nasceu Primeiro é o Eu imortal (10). Aquele ser que é o poder de todos os poderes, e que nasceu como tal, que se incorpora nos elementos e existe nestes, e que penetrou no lótus do coração, é o Eu imortal. Agni, o que tudo vê, o que se esconde nos gravetos, como uma criança bem protegida no útero, que é venerado diariamente por almas despertas, e por aqueles que oferecem oblações no fogo do sacrifício, ele é o Eu imortal (11). Aquele no qual o Sol se levanta e no qual se põe, aquele que é a fonte de todos os poderes da Natureza e dos sentidos, aquele que não pode ser transcendido por nada, esse é o Eu imortal”. (9). Vishnu aqui equivale a Brahman. (10). Brahman, a existência absoluta, impessoal, quando associado com o poder denominado Maya, o poder de evoluir como universo empírico, é conhecido como Hiranyagarbha, o Que Nasceu Primeiro. (11). A referência diz respeito ao sacrifício védico. Agni, cujo nome significa fogo, é considerado como podendo ver tudo, a fogo simbolizando Brahman, o Revelador, os dois gravetos, que quando esfregados produzem o fogo, representam o coração e a mente do homem”. Do Livro Upanishad. O Sopro Vital do Eterno. Abraço. Davi.