quarta-feira, 30 de agosto de 2023

O PODER DO PENSAMENTO

 

Fraternidade Rosa Cruz. www.fraternidaderosacruz.net. O PODER DO PENSAMENTO. O pensamento pode ser um dos fatores mais significativos, embora menos compreendidos, na evolução. O processo de pensamento, se é que as pessoas o consideram, é geralmente um assunto puramente privado, tendo uma relação momentânea apenas com eles. Eles tendem a ignorar completamente as complicadas ramificações e consequências até mesmo dos pensamentos mais aparentemente insignificantes formados em suas mentes. Para ilustrar a importância do pensamento, os Ensinamentos da Sabedoria Ocidental nos dizem que tudo o que existe no universo foi primeiro um pensamento. O Novo Testamento, originalmente escrito em grego, usa a palavra "logos" para significar "palavra" e o pensamento que precede a palavra. A palavra pode ser considerada a forma manifestada de pensamento - um som que constrói todas as formas e, de acordo com o conhecimento oculto, as anima. O homem, evoluindo como um Deus potencial, possui as faculdades latentes da criação. Ele agora está aprendendo a criar; ele tem a capacidade de pensar e pode expressar seus pensamentos. Quando ele não é capaz de realizar suas idéias sozinho, ele pode conseguir a ajuda de outros por meio de sua fala. Conforme a evolução continua, chegará o tempo em que ele será capaz de criar diretamente pela palavra emitida de sua laringe espiritualizada. A escolaridade, por meio de uma série de incorporações físicas, é necessária para que ele não cometa erros. O homem ainda não se desenvolveu espiritualmente e, se agora pudesse criar diretamente pela palavra, suas criações seriam imperfeitas e prejudiciais. A grande maioria das pessoas adquiriu o hábito de pensar apático, o que as torna incapazes de se apegar a qualquer assunto até que seja totalmente dominado. Embora os pensamentos que passam pela mente possam ser bons, maus ou indiferentes - principalmente os últimos - a mente geralmente não se apega a nenhum deles por tempo suficiente para aprender sua natureza. O controle do pensamento costuma ser muito difícil de ser alcançado. Uma vez alcançado, no entanto, o possuidor tem em suas mãos a chave para o sucesso em qualquer ramo que esteja engajado. A força do pensamento é o meio mais poderoso de obter conhecimento. Se estiver concentrado em um assunto, ele abrirá caminho através de qualquer obstáculo e resolverá o problema. Se a quantidade necessária de força de pensamento for exercida, não há nada que esteja além do poder da compreensão humana. Enquanto a espalharmos, a força do pensamento pouco nos servirá, mas assim que estivermos preparados para dar o trabalho necessário para controlá-la, todo o conhecimento será nosso. Visto que o pensamento é a nossa principal força, devemos aprender a ter controle absoluto sobre ele, para que o que produzamos não seja ilusão induzida por condições externas, mas verdadeira imaginação gerada pelo Espírito de dentro. Esta é uma das razões pelas quais os estudantes dos Ensinamentos Rosacruzes são incentivados a realizar o exercício diário de concentração, regularmente e com persistência. Eles são ensinados a fixar suas mentes sem vacilar em um único assunto, tornando-se tão absortos nele que todo o resto é apagado com sucesso da consciência. Uma vez que o aluno tenha aprendido a fazer isso, ele é capaz de ver o lado espiritual de um objeto ou ideia iluminado pela luz espiritual e, assim, ele obtém um conhecimento da natureza interior das coisas nunca sonhadas por um homem mundano. Dizemos que os pensamentos são concebidos pela mente, mas, assim como o pai e a mãe são necessários na geração de um filho, também a ideia e a mente são necessárias antes que um pensamento possa ser concebido. As idéias são geradas por um Ego humano na substância espiritual dos mundos internos. Essa ideia é projetada na mente receptiva, dando origem a um pensamento. Assim, quando cada idéia se reveste de uma forma feita de matéria-prima mental, é então um pensamento, tão visível para a visão interior de um clarividente suficientemente desenvolvido quanto uma criança o é para seus pais. Assim, vemos que as idéias são pensamentos embrionários, núcleos de substância espiritual dos mundos internos. Impropriamente concebidos em uma mente doente, eles se tornam caprichos e delírios, mas quando gestados em uma mente sã e formados em pensamentos racionais, eles são a base de todo progresso material, moral e mental. No momento, porém, a mente não está focada de uma forma que a capacite a dar uma imagem clara e verdadeira do que o Espírito imagina. Não é direcionado. Dá imagens nebulosas e nubladas. Daí a necessidade de experimento para mostrar a inadequação da primeira concepção, e de trazer novas imaginações e ideias até que a imagem produzida pelo Espírito em substância mental tenha sido reproduzida em substância física. Na melhor das hipóteses, somos capazes de moldar através da mente apenas as imagens que têm a ver com a forma, porque a mente humana não foi iniciada até o presente Período Terrestre de nossa evolução e, portanto, está agora em sua forma, ou "mineral, " palco. (veja The Rosicrucian Cosmo-Conception p. 426) Portanto, em nossas operações, estamos confinados a formas e minerais. Podemos imaginar maneiras e meios de trabalhar com as formas minerais dos três reinos inferiores, mas podemos fazer pouco ou nada com os corpos vivos. Podemos de fato enxertar ramos vivos em árvores vivas, ou parte viva de um animal ou homem em outra parte viva, mas não é com a vida que estamos trabalhando; é apenas forma. Estamos criando condições diferentes, mas a vida que já habitava a forma continua fazendo isso ainda. Criar vida está além do poder do homem até que sua mente ganhe vida. Muitas pessoas acreditam que tudo isso resulta de outra coisa e não consideram a possibilidade de qualquer novo edifício original. Aqueles que estudam a vida geralmente falam apenas de involução e evolução; aqueles que estudam a forma, a saber, os cientistas modernos, estão preocupados apenas com a evolução. Os mais avançados entre eles, entretanto, estão agora começando a encontrar outro fator, que eles chamaram de epigênese, o impulso criativo. Já em 1787, Caspar Wolff publicou sua Theorea Generationis, na qual mostrava que, no desenvolvimento do óvulo, há uma série de novas edificações que não eram de todo antevistas. Nas formas de vida inferiores, onde as mudanças são rápidas, a epigênese pode ser demonstrada ao microscópio. Depois que a mente foi dada ao homem, esse impulso criativo original, a epigênese, foi a causa de todo o nosso desenvolvimento. É verdade que construímos sobre o que já foi criado. Mas também há algo novo devido à criatividade do Espírito. É assim que nos tornamos criadores. Se apenas imitássemos o que já nos foi estabelecido por Deus, nunca seria possível nos tornarmos inteligências criativas - seríamos simplesmente imitadores. E, novamente, o pensamento está por trás de tudo o que é criado por meio da epigênese. Fomos colocados neste mundo físico para que possamos aprender a pensar corretamente e desenvolver a epigênese de maneiras construtivas. Por exemplo, tomemos o exemplo de um inventor que tem uma ideia. A ideia ainda não é um pensamento; é um insight repentino que ainda não tomou forma. Gradualmente, entretanto, o inventor o visualiza em sua mente. Ele forma uma máquina em seu pensamento e, diante de sua visão mental, essa máquina aparece com as rodas girando para um lado e para outro, conforme necessário para realizar o trabalho exigido. Em seguida, ele começa a desenhar os planos para a máquina e, mesmo nesse estágio, certamente parecerá que modificações são necessárias. Assim, vemos que já as condições físicas mostram ao inventor onde seu pensamento não estava correto. Quando ele constrói a máquina em material adequado para a realização do trabalho, mais modificações geralmente são necessárias. Talvez ele precise descartar a primeira máquina e construir uma totalmente diferente. Assim, as condições físicas concretas permitiram que ele detectasse a falha em seu raciocínio; eles o forçam a fazer as modificações necessárias em seu pensamento original para apresentar uma máquina que fará o trabalho. Em empreendimentos mercantis ou filantrópicos, o mesmo princípio é válido. Se nossas ideias concernentes aos vários assuntos da vida estão erradas, são corrigidas quando postas em uso prático. Portanto, é absolutamente necessário que vivamos neste mundo físico e aprendamos a exercer o poder do pensamento - um poder que está sendo mantido em grande parte no tempo presente por nossas condições materiais. Para ilustrar a importância do pensamento, mencionemos que tudo o que há neste mundo feito pela mão do homem é pensamento cristalizado: as cadeiras em que nos sentamos, as casas em que vivemos, as várias conveniências que usamos - tudo isso já foi um pensamento na mente do homem. Se não fosse por esse pensamento, a coisa nunca teria aparecido. De maneira semelhante, as árvores, flores, montanhas e mares são as formas de pensamento cristalizadas das Forças da Natureza. Neste mundo, somos obrigados a investigar e estudar algo antes de sabermos sobre ele. No entanto, os investigadores ocultistas que conseguiram funcionar em um dos mundos espirituais, chamado Mundo do Pensamento, descobriram que ali é diferente. Quando desejamos saber sobre alguma coisa particular ali, voltamos nossa atenção para ela e a coisa fala conosco, por assim dizer. O som que emite imediatamente dá uma compreensão luminosa de todas as fases de sua natureza. Alcançamos a compreensão de sua história passada; toda a história de seu desdobramento é exposta e parece que vivemos todas essas experiências junto com o que estamos investigando. Todas essas informações, no entanto, fluem sobre nós com enorme rapidez em um momento, de modo que não têm começo nem fim. No Mundo do Pensamento, tudo é um grande AGORA. Quando queremos usar essa informação arquetípica em nosso Mundo Físico, portanto, devemos desemaranhá-la e organizá-la em ordem cronológica com início e fim antes que se torne inteligível para os seres que vivem em um reino onde o tempo é um fator primordial. Esse rearranjo é uma tarefa muito difícil, pois todas as palavras são cunhadas em relação às três dimensões do espaço e à unidade evanescente de tempo; portanto, muitas dessas informações permanecem indisponíveis. Muitas pessoas afirmam que temos o direito de pensar o que quisermos e que os pensamentos iníquos, se não traduzidos em atos iníquos, não são prejudiciais. Isso está longe de ser verdade, e o poder dos pensamentos maus, assim como o poder dos pensamentos bons e benéficos, é realmente grande. Ao longo dos séculos, por exemplo, os maus pensamentos humanos de medo e ódio se cristalizam no que conhecemos como bacilos. Os bacilos das doenças infecciosas são particularmente as personificações do medo e do ódio e, portanto, também são vencidos pela força oposta - a coragem. Se entrarmos na presença de uma pessoa infectada com uma doença contagiosa com medo e tremor, devemos seguramente atrair para nós os micróbios venenosos. Se, por outro lado, abordarmos essa pessoa em uma atitude perfeitamente destemida, escaparemos da infecção. No Sermão da Montanha, Cristo Jesus nos diz que "o homem que olhou com desejo para uma mulher, de fato, já cometeu adultério". Quando percebermos que "como um homem pensa em seu coração, assim é", teremos uma concepção da vida muito mais clara do que se levarmos em consideração apenas os atos dos homens. Todo ato é o resultado de um pensamento anterior, mas não necessariamente o pensamento da pessoa que comete o ato. Se um diapasão for tocado e outro diapasão do mesmo tom estiver nas proximidades, o segundo tocará junto com o primeiro. Da mesma forma, quando pensamos que um pensamento e outra pessoa em nosso ambiente estão pensando na mesma linha, nossos pensamentos se aglutinam com os dele e a fortalecem para o bem ou para o mal, de acordo com a natureza do pensamento. Quando vamos a uma baia do júri e vemos o criminoso, contemplamos apenas o ato; não temos conhecimento do pensamento que o motivou. Se temos o hábito de ter pensamentos malignos e maliciosos contra alguém, esses pensamentos podem ter sido atraentes para aquele criminoso. Com base no princípio de que uma solução saturada de sal exigirá apenas um único cristal para solidificá-la, assim também, se um homem saturou seu cérebro com pensamentos de assassinato, o pensamento de assassinato que outra pessoa envia pode revelar-se o último palha e destruir aquela última barreira que teria impedido o assassino de cometer seu ato maligno. Portanto, nossos pensamentos são muito mais importantes do que nossos atos. Se sempre pensarmos certo, devemos sempre agir certo. Nenhum homem pode ter amor para com seus semelhantes, ou pode tramar como ajudá-los espiritualmente, mentalmente ou fisicamente sem também agir de acordo com esses pensamentos. Se cultivarmos esses pensamentos, logo encontraremos a luz do sol se espalhando ao nosso redor; descobriremos que as pessoas nos encontrarão com o mesmo espírito que enviamos. Se, então, vemos mesquinharia e pequenez nas pessoas que encontramos, seria bom verificar se nós mesmos não estamos fazendo com que tais qualidades emanem de nós. O homem que é mesquinho e pequeno irradia essas qualidades e quem quer que ele encontre parecerá mau para ele porque seus pensamentos farão vibrar algo de intensidade idêntica na outra pessoa. Por outro lado, se cultivarmos uma atitude serena e pensamentos livres de cobiça e francamente honestos e prestativos, iremos destacar o melhor nas outras pessoas. Portanto, vamos perceber que só depois de cultivarmos as melhores qualidades em nós mesmos, podemos esperar encontrá-las nos outros. Portanto, certamente somos responsáveis ​​por nossos pensamentos. Na verdade, somos os guardiães de nossos irmãos, pois assim como pensamos quando os encontramos, assim aparecemos para eles e eles refletem nossa atitude. Se quisermos obter ajuda para cultivar melhores qualidades, procuremos a companhia de pessoas que já sejam boas, pois sua atitude mental nos ajudará imensamente a despertar nossas qualidades mais refinadas. Nem sempre parece fácil nos livrarmos dos pensamentos maus, e a maioria de nós não consegue evitar de encontrar pessoas ou situações que provocam pensamentos negativos, por mais que tentem combatê-los. Mas existe uma maneira simples de descartar esses pensamentos indesejados que não envolve "lutar contra eles" de forma alguma. Gostar e não gostar tendem a atrair um pensamento ou uma ideia para nós, e a força de pensamento adicional que enviamos para combater os maus pensamentos irá mantê-los vivos e trazê-los à nossa mente com mais frequência, da mesma forma que brigar pode causar uma pessoa não gostamos de nos emboscar por rancor. Em vez de lutar, portanto, adotemos a tática da indiferença. Se virarmos a cabeça para o outro lado quando encontrarmos uma pessoa de quem não gostamos, ela logo se cansará de nos seguir. Com base no mesmo princípio, se apenas nos afastarmos com indiferença quando pensamentos do mal vierem à nossa mente, e aplicarmos nossas mentes a algo que é bom e ideal, descobriremos em um curto espaço de tempo que estamos livres dos pensamentos maus e temos apenas os bons pensamentos que desejamos nutrir. Assim, vemos quão amplo e poderoso o pensamento realmente é. Todas as coisas, para o bem ou para o mal, podem ser realizadas com ele. Na verdade, o poder do pensamento é uma das forças mais poderosas conhecidas pelo homem. Somente quando a humanidade chegar a uma compreensão da verdadeira natureza e do uso adequado desta força divina, a humanidade poderá se libertar dos grilhões da materialidade e continuar o caminho ascendente para se tornar um Ser Criativo autoconsciente. www.fraternidaderosacruz.net. Abraço. Davi

segunda-feira, 28 de agosto de 2023

OS ORIXAS - OSSAIM

 

Religião Afro-brasileira. www.brasilescola.uol.com.br. Por Rainer Sousa. OS ORIXÁS. "A chegada dos escravos africanos ao Brasil foi responsável pela consolidação de uma nova experiência religiosa em nosso território. Contudo, ao contrário do que muitos chegam a imaginar, não podemos supor que esse movimento simplesmente instalou a mesma lógica e as mesmas divindades cultuadas no território africano. Ao mesmo tempo em que alguns deuses ficaram para trás, outros foram criados para compor uma experiência singular. Desse vasto panteão de divindades, os orixás se tornaram os mais conhecidos entre os praticantes e não praticantes das religiões de origem e influência africana. Segundo os ensinamentos do candomblé, todas as pessoas são filhas de orixás. Para que seja possível determinar a quais orixás um indivíduo pertence, ele precisa recorrer aos saberes oferecidos pelo jogo de búzios. O jogo de búzios consiste basicamente no lançamento de dezesseis conchas, também conhecidas como cauris, em uma peneira. O pai de santo é o único capaz de realizar o lançamento das conchas e realizar a correta leitura da posição de cada búzio. Além do jogo, os praticantes do candomblé também associam a pessoa ao seu orixá através das características físicas e psicológicas do praticante. Segundo a crença, cada pessoa recebe a influência de dois orixás principais. O primeiro é conhecido como o “orixá da frente” e o segundo como o “orixá de trás”, “segundo santo” ou “jutó”. Esse casal de divindades promove a proteção de seu seguidor e são reverenciados pelo pai de santo quando, este, toca a testa, para o orixá da frente, e a nuca para o orixá de trás. Além dessas duas divindades, uma pessoa pode incorporar a proteção de outros deuses, completando o número máximo de sete orixás." "No conjunto das religiões afro-brasileiras, os orixás podem assumir diferentes nomenclaturas segundo a crença que o adota. Na umbanda, os orixás não são diretamente incorporados pelas pessoas com aptidões mediúnicas. Geralmente, o orixá envia um representante, o falangeiro, que tem a função de repassar as ordens e orientações do orixá que o domina. Entre os mais conhecidos orixás podemos destacar as figuras de Exu, orixá mensageiro sem o qual nenhuma transformação acontece: Ogum, divindade que está correntemente associada às guerras e à agricultura. Oxossi, reconhecido como irmão de Ogum e associado à caça e proteção. Além disso, podemos destacar Omulu, poderosa divindade responsável pelos poderes de cura e doença. Xangô, senhor dos raios e trovões, Iemanjá, a mãe de todos os orixás. E Oxalá, o grande orixá da criação”.

 

OSSAIM. "Assim como Oxóssi, Ossaim é um orixá que tem a sua história ligada às matas e florestas. Em terras brasileiras, também aparece em vários cultos afro com a denominação de Catendê, Águê, Ossãe, Ossonhe e Ossanha. Sendo bastante próximo do reino das plantas, esse orixá é geralmente apresentado pelas tonalidades verdes. De fato, o seu verdadeiro poder está ligado à manipulação das folhas e à produção de poderosos remédios naturais. Segundo o mito que explica suas origens, Ossaim era portador de todos os vegetais existentes no mundo. Por conta do grande poder em mãos, os outros orixás necessitavam de sua intervenção para resolver certos problemas. Isso só mudou no momento em que Iansã, a rainha dos ventos, provocou um forte tufão que dividiu o poder das várias plantas entre os orixás. Apesar disso, Ossaim ainda manteve sua posição de detentor dos remédios e da medicina em geral." "Nas ocasiões ritualísticas, as ervas que representam Ossaim devem ser preferencialmente recolhidas do meio selvagem, onde não haja nenhum tipo de intervenção do homem. Ainda que outras plantas sejam utilizadas na celebração de outros orixás, Ossaim deve ser reverenciado por controlar o poder que a planta tem em seu interior. Dessa forma, esse orixá também acaba representando a ciência de desconhecidos mistérios. De acordo com os arquétipos de Ossaim, os filhos deste orixá são usualmente reconhecidos pela coerência e o equilíbrio entre a razão e as emoções. Reconhecido por muitos por ter uma única perna, Ossaim é geralmente associado a outras figuras da mitologia indígena como a Caipora e o Saci-Pererê. No culto católico ele é equalizado a São Jorge, São Roque ou São Benedito." www.brasilescola.uol.com.br. Abraço. Davi

sábado, 26 de agosto de 2023

OS ANALECTOS - LIVRO XIV

 

Confucionismo. www.https//rt.br. OS ANALECTOS – LIVRO XIV. 1. Hsien perguntou sobre a vergonha. O Mestre disse: “É vergonhoso fazer do salário seu único objetivo, indiferente quanto a se o Caminho prevalece no reino ou não”. “Manter-se longe da tentação de tentar agir em proveito próprio, de jactar-se de si mesmo, de guardar rancores e de ser ambicioso pode ser considerado ‘benevolente’?” O Mestre disse: “Pode ser considerado ‘difícil’, mas não sei se se trata de benevolência”. 2. O Mestre disse: “Um cavalheiro que é apegado ao conforto não merece ser chamado de Cavalheiro”. 3. O Mestre disse: “Quando o Caminho prevalece no reino, fale e aja destemidamente e com altivez; quando o Caminho não prevalece, aja destemidamente e com altivez, mas fale com reserva e de modo suave”. 4. O Mestre disse: “Um homem de virtude com certeza é o autor de dizeres memoráveis, mas o autor de dizeres memoráveis não é necessariamente virtuoso. Um homem benevolente com certeza é corajoso, mas um homem corajoso não necessariamente é benevolente”. 5. Nan-kung K’uo perguntou a Confúcio: “Tanto Yi, que era bom no tiro com arco, e Ao, que era tão bom marinheiro que podia fazer um barco navegar sobre a terra seca, tiveram mortes violentas, enquanto Yü e Chi, que ajudaram a semear as lavouras, dominaram o Império”. O Mestre nada replicou. Depois que Nan-kung K’uo foi embora, o Mestre comentou: “Quão cavalheiro é esse homem! Como ele reverencia a virtude!”. 6. O Mestre disse: “Podemos supor que há casos de cavalheiros que não são benevolentes, mas não há um homem vulgar que seja, ao mesmo tempo, benevolente”. 7. O Mestre disse: “É possível amar alguém sem fazer com que essa pessoa trabalhe duro? É possível dar o melhor de si por alguém sem educá-lo?”. 8. O Mestre disse: “Ao redigir o texto de um tratado, P’i Ch’en escrevia o rascunho, Shih Shu fazia comentários, Tzu-yü, o mestre de protocolo, fazia os retoques, e Tzu-ch’an de Tung Li o embelezava”. 9. Alguém perguntou sobre Tzu-ch’an. O Mestre disse: “Era um homem generoso”. Amesma pessoa perguntou por Tzu-hsi. O Mestre disse: “Aquele homem! Aquele homem!”. Então perguntou sobre Kuan Chung. O Mestre disse: “Era um homem. [145] Tomou trezentas casas do domínio da família Po na cidade de P’ien, e Po, obrigado a viver apenas de arroz comum, não disse uma só palavra em reclamação, até o fim dos seus dias”. 10. O Mestre disse: “É mais difícil não reclamar da injustiça quando pobre do que não se comportar com arrogância quando rico”. 11. O Mestre disse: “Meng-kung ch’uo seria mais do que qualificado para o cargo de administrador de grandes e nobres famílias como Chao ou Wei, mas ele não seria qualificado para o cargo de ministro, nem mesmo em um pequeno reino como T’eng ou Hsüeh”. 12. Tzu-lu perguntou sobre o homem completo. O Mestre disse: “Um homem tão sábio quanto Tsang Wu-chung, tão livre de desejos quanto Meng-kung-ch’uo, tão corajoso quanto Chuang-tzu de Pien e tão talentoso quanto Jan Ch’iu, que é mais refinado em matéria de ritos e música, pode ser considerado um homem completo”. Então acrescentou: “Mas para ser um homem completo hoje em dia não é necessário ter todas essas coisas. Se um homem, à vista de uma vantagem a ser obtida, lembra-se do que é certo, se, em face do perigo, está pronto para dar a própria vida e se não esquece seus princípios mesmo quando passa por longos períodos de dificuldade, então ele pode ser chamado de completo”. 13. O Mestre perguntou a Kung-ming Chia sobre Kung-shu Wen-tzu: “É verdade que o seu Mestre nunca falava, nunca ria e nunca aceitava?”. Kung-ming Chia respondeu: “Seja lá quem for que disse isso, exagerou. Meu Mestre falava apenas quando era o momento de ele falar. De modo que as pessoas nunca se cansavam da sua fala. Ria apenas quando se sentia feliz. De modo que as pessoas nunca se cansavam do seu riso. Aceitava alguma coisa apenas quando era certo que o fizesse. De modo que as pessoas nunca achavam que ele aceitava demais”. O Mestre disse: “Será que essa pode ser a explicação correta para o modo como ele era?, é o que me pergunto”. 14. O Mestre disse: “Tsang Wu-chung valia-se do seu domínio sobre o seu feudo para exigir que esse fosse reconhecido como hereditário. Se alguém dissesse que ele não estava coagindo o seu senhor, eu não acreditaria”. 15. O Mestre disse: “O duque Wen de Chin era hábil e lhe faltava integridade. O duque Huan de Ch’i, por outro lado, tinha integridade e não era hábil”. 16. Tzu-lu disse: “Quando o duque Huan mandou matar o príncipe Chiu, Shao Hu morreu pelo príncipe, mas Kuan Chung, não”. Ele acrescentou: “Nesse caso, faltou benevolência a este último?”. O Mestre disse: “Foi por causa de Kuan Chung que o duque Huan pôde, sem ter de demonstrar força, reunir nove vezes os senhores dos estados feudais. Essa era a sua benevolência. Essa era a sua benevolência”. 17. Tzu-kung disse: “Não acho que Kuan Chung fosse um homem benevolente. Não apenas ele não morreu pelo príncipe Chiu, mas viveu para ajudar o duque Huan, que havia mandado assassinar o príncipe”. O Mestre disse: “Kuan Chung ajudou o duque Huan a se tornar o líder dos senhores feudais e a evitar que o Império entrasse em colapso. Até hoje, o povo ainda goza dos benefícios dos seus atos. Não fosse por Kuan Chung, poderíamos muito bem estar usando os cabelos soltos e dobrando nossos trajes à esquerda. [146] Certamente ele não foi como o homem ou a mulher que, por causa de suas pequenas fidelidades, cometem suicídio em uma vala sem que ninguém se aperceba”. 18. O ministro Chuan, que tinha sido um oficial na casa de Kung-shu Wen-tzu, foi promovido a um alto cargo no governo, servindo lado a lado com Kung-shu Wentzu. Ao ouvir isso, o Mestre comentou: “Kung-shu Wen-tzu merecia o epíteto ‘wen’”. [147] 19. Quando o Mestre falou sobre a absoluta falta de princípios morais de parte do duque Ling de Wei, K’ang Tzu comentou: “Sendo esse o caso, como é que ele não perdeu seu reino?”. Confúcio disse: “Chung-shu Yü era o responsável pelos visitantes estrangeiros, o sacerdote T’uo pelo templo ancestral, e Wang-sun Chia pelas questões militares. Sendo esse o caso, que possibilidade haveria de o duque perder o reino?”. 20. O Mestre disse: “Promessas feitas imodestamente são difíceis de cumprir”. 21. Ch’en Ch’eng Tzu matou o duque Chien. Depois de lavar-se cuidadosamente, Confúcio foi à corte e reportou-se ao duque Ai, dizendo: “Ch’en Heng matou seu próprio senhor. Posso pedir que um exército seja enviado para puni-lo?”. O duque respondeu: “Diga isso aos Três Senhores”. [148] Confúcio disse: “Reportei-o ao senhor simplesmente porque tenho o dever de fazê-lo, já que ocupo lugar junto aos ministros, mas mesmo assim o senhor diz: ‘Diga aos Três Senhores’”. Ele foi e reportou-se aos Três Senhores, e eles recusaram seu pedido. Confúcio disse: “Reporto isso aos senhores simplesmente porque tenho o dever de fazê-lo, já que ocupo um lugar junto aos ministros”. [149] 22. Tzu-lu perguntou sobre o modo correto de servir um senhor. O Mestre disse: “Certifique-se de que não está sendo desonesto quando ficar frente a frente com ele”. 23. O Mestre disse: “O progresso do cavalheiro é para cima; o progresso do homem vulgar é para baixo”. [150] 24. O Mestre disse: “Os homens de antigamente estudavam para aprimorar a si próprios; os homens de hoje estudam para impressionar os outros”. 25. Ch’ü Po-yü enviou um mensageiro a Confúcio. Confúcio sentou-se com ele e perguntou-lhe: “O que faz o seu Mestre?”. Ele respondeu: “Meu mestre tenta reduzir seus erros, mas não tem obtido êxito”. Quando o mensageiro foi embora, o Mestre comentou: “Que mensageiro! Que mensageiro!”. 26. O Mestre disse: “Não se preocupe com questões de governo a menos que sejam da sua alçada”. [151] Tseng Tzu comentou: “O cavalheiro não permite que seus pensamentos devaneiem além do seu cargo”. 27. O Mestre disse: “O cavalheiro tem vergonha de que suas palavras sejam mais ambiciosas que suas ações”. 28. Os cavalheiros têm sempre três princípios em mente, nenhum dos quais consegui seguir: ‘O homem benevolente nunca fica aflito [152] ; o homem sábio nunca fica indeciso [153] ; o homem corajoso nunca tem medo’”. [154] Tzu-kung disse: “Aquilo que o Mestre acaba de citar é uma descrição de si mesmo”. 29. Tzu-kung era dado a classificar as pessoas. O Mestre disse: “Quão superior é Ssu! De minha parte, não tenho tempo para essas coisas”. 30. O Mestre disse: “Não é quando os outros falham em apreciar as suas habilidades que você deveria ficar incomodado, [155] mas sim quando essas habilidades de fato faltam”. 31. O Mestre disse: “Não é superior um homem que, sem antecipar traições ou prever atos de má-fé, é, ainda assim, o primeiro a perceber quando tais ações ocorrem?” 32. Wei-sheng Mu disse a Confúcio: “Ch’iu, por que está tão inquieto? Está, talvez, tentando se exibir?”. Confúcio respondeu: “Não sou tão impertinente a ponto de me exibir. Só que detesto a inflexibilidade”. 33. O Mestre disse: “Um bom cavalo é exaltado por suas virtudes, não por sua força”. 34. Alguém disse: “‘Pague uma injúria com uma boa ação’. [156] O que você acha desse ditado?”. O Mestre disse: “Com o quê, então, você paga uma boa ação? Deve-se pagar a injúria com a retidão, mas pagar com uma boa ação apenas uma boa ação”. 35. O Mestre disse: “Ninguém me entende”. Tzu-kung disse: “Como assim, ninguém o entende?”. O Mestre disse: “Não estou reclamando do Céu, tampouco culpo os homens. Em meus estudos, começo de baixo e vou em direção às coisas mais elevadas. Se sou compreendido de algum modo, é, talvez, pelo Céu.” 36. Kung-po Liao falou mal de Tzu-lu para Chi-Sun. Tzu-fu Ching-po relatou-o, dizendo: “Meu Mestre mostra sinais inequívocos de estar sendo influenciado por Kung-po Liao, mas ainda tenho influência suficiente para expor seu cadáver no mercado público”. O Mestre disse: “Se o Caminho prevalece, é o Destino; também é o Destino se o Caminho cai em desgraça. Como pode Kung-po Liao desafiar o Destino?”. 37. O Mestre disse: “Homens que evitam o mundo vêm em primeiro lugar; aqueles que evitam um lugar em particular vêm em seguida; aqueles que evitam um olhar hostil, em seguida; aqueles que evitam palavras hostis vêm por último”. O Mestre disse: “Houve sete que se levantaram”. [157] 38. Tzu-lu preparava-se para passar a noite no Portão de Pedra. O porteiro disse: “De onde você vem?”. Tzu-lu disse: “Da família K’ung”. “Do K’ung que continua perseguindo um objetivo que ele sabe ser impossível?” 39. Enquanto o Mestre estava tocando os sinos de pedra em Wei, um homem que passava em frente à porta, carregando um cesto, disse: “O modo com que ele toca os sinos de pedra está carregado de sentimento”. Mas logo em seguida, disse: “Que medíocre esta musiquinha. Se ninguém entende este homem, [158] então ele deveria desistir, isso é tudo. Quando a água é funda, caminhe devagar; Quando é rasa, erga seu traje e caminhe”. [159] O Mestre disse: “Ele é muito decidido, de fato. Contra tal determinação, não pode haver qualquer argumento”. 40. Tzu-chang disse: “O Livro da História diz: Kao Tsung confinou-se no seu casebre, enlutado, e por três anos permaneceu em silêncio. [160] O que isso significa?”. O Mestre disse: “Não há necessidade de recorrer a Kao Tsung para exemplo. Isso sempre foi assim entre os homens de antigamente. Quando o governante morria, todos os oficiais juntavam-se e apresentavam-se ao primeiro-ministro e, por três anos, aceitavam seu comando”. 41. O Mestre disse: “Quando aqueles que governam são observadores dos ritos, o povo será facilmente comandado”. [161] 42. Tzu-lu perguntou sobre o cavalheiro. O Mestre disse: “Ele cultiva a si próprio e, portanto, obtém respeito”. “Isso é tudo?” “Ele cultiva a si próprio e, portanto, traz paz e prosperidade aos seus semelhantes.” “Isso é tudo?” “Ele cultiva a si próprio e, portanto, traz paz e segurança às pessoas comuns. Até mesmo Yao e Shun achariam penosa a tarefa de trazer paz e segurança às pessoas.” 43. Yüan Jang esperava sentado, com as pernas bem abertas. O Mestre disse: “Não ser nem modesto nem deferente quando jovem, não conquistar nada válido na idade adulta e recusar-se a morrer quando velho, isto é o que eu chamo de um parasita”. E assim dizendo, o Mestre cutucou-lhe o queixo com seu cajado. 44. Depois que um garoto de Ch’üeh anunciou um visitante, alguém perguntou sobre ele: “Trata-se de alguém que progredirá?”. O Mestre disse: “Já o vi afirmando que ocupará um cargo e andando lado a lado com seus colegas mais velhos. Ele não quer progredir. Ele está atrás de resultados rápidos”. www.https//rt.br. Abraços. Davi

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

DEUS E O FACEBOOK PODEM SER AMIGOS?

 

Judaísmo. www.pt.chabad.org. Por Roched Hotzkenner. DEUS E O FACEBOOK PODEM SER AMIGOS? Eis aqui algo para se pensar: a tecnologia (facebook, whatsapp, twitter, instagram e outros) ajudou ou atrapalhou o comprometimento religioso? A Ciência e religião há muito têm tido um relacionamento tumultuado. No Século 16 as descobertas de Copérnico e Galileu deram um arrepio na espinha dos religiosos, e a ciência ameaçava substituir D'us pela razão. Mas a religião não foi deixada de lado. Na verdade, as descobertas científicas com frequência mostram o brilhante projeto de D'us para o universo. Vamos correr até o Século 21. A essa altura a ciência tem desvendado impressionantes desenvolvimentos que alteraram radicalmente as nossas vidas, e o progresso continua a toda velocidade. Os cientistas dizem que nos anos 1990-2000 houve mais avanços científicos que em toda a história combinada! Aqui surge a pergunta contemporânea: A tecnologia e a religião podem trabalhar em uníssono? Por um lado, a alta tecnologia parece na maior das hipóteses uma distração para aqueles que buscam o espiritual. Na pior, desvenda todo um mundo novo de tentação. Um judeu tem algo de significativo a ganhar de uma página de Facebook, o iPad com 3G, ou um smartphone Black Berry? Por mais vital que a comunicação instantânea possa ser, ela realmente torna o mundo um lugar melhor? O Zohar, escrito há quase dois mil anos, tem algo surpreendente a dizer sobre o valor da tecnologia. Segundo o Zohar, o desenvolvimento da tecnologia leva ao crescimento espiritual sendo na verdade um prelúdio para a vinda de Mashiach. O Zohar vê esta previsão na descrição vívida da Torá sobre o dilúvio de Nôach: “No ano 600 da vida de Nôach (…) todas as fontes da grande profundeza irromperam, e as janelas do céu se abriram.” A água jorrou dos céus e brotou da terra através de fontes naturais. Espelhando essa descrição, o Zohar prevê um futuro dilúvio – apenas este dilúvio seria um derramar de sabedoria. (A água é um símbolo cabalístico para sabedoria). Cada parte do futuro dilúvio está previsto na Torá: “No ano 600 da vida de Nôach (…)” Os seiscentos anos da vida de Nôach aludem ao sexto milênio da existência do mundo, mais especificamente o ano seiscentos do sexto milênio. Transposto para o Calendário Gregoriano, é a metade do Século 19, mais especificamente o ano 1840 EC. “As fontes da grande profundeza irrompem (…)” – Isto, diz o Zohar, é uma alusão ao desenvolvimento científico que vai emergir da engenhosidade humana e vai inudar a terra no sexto milênio. “E as janelas do céu se abriram.” – Os céus também brotarão com sabedoria esotérica e mística, uma referência ao profundo entendimento da Torá, a Cabalá. O Zohar conclui: Tanto a sabedoria elevada como a inferior virão para preparar o mundo para o sétimo milênio, a Era Messiânica, quando “o mundo estará repleto com o conhecimento de D'us como as águas cobrem o leito do oceano.”  Mil e quinhentos anos após serem escritas, as previsões do Zohar começaram a se desenrolar. Como um prelúdio desta mudança cósmica, passaremos a conhecer alguns empolgantes avanços. O ano 1820 marcou o surgimento da Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Tecnológica. Os avanços tecnológicos começam a surgir num movimento espiral ascendente. Estradas de ferro, eletricidade, telefone, e por fim automóvel e avião mudaram a vida como a conhecíamos. O início do século XIX também assinalou uma reviravolta maciça na sociedade judaica. Um século antes o Baal Shem Tov (1698-1760) tinha catalisado a Revolução Chassídica, e por volta de 1800, os ensinamentos mais profundos da Torá, conhecidos como Cabalá e Chassidismo, começaram a ser largamente estudados e disseminados. Os rituais judaicos que tinham sido entendidos de maneira mecânica por milênios agora eram ensinados com profundidade e amplitude inteiramente novas, vistos através da lente do misticismo judaico. Os segredos do universo que antes eram exclusividade para os místicos começaram a saturar a sociedade judaica na Europa e em outros locais. Duas escolas de sabedoria tinham surgido poderosamente. Assim como o Zohar tinha previsto, a metade do sexto milênio trouxe um diluvio torrencial de conhecimento. O Zohar previu que tanto o conhecimento elevado como o inferior viriam como um prelúdio da Era Messiânica. Na verdade, há um antigo costume de provar a comida do Shabat na sexta-feira. Da mesma forma, D'us está nos dando um sabor da sabedoria abundante que estará disponível no sétimo milênio, a época de Mashiach, um pouco mais cedo, no sexto milênio. Mas como a Revolução Tecnológica é parte de um prelúdio ao profundo conhecimento de D'us que estará disponível nos tempos de Mashiach? Como a tecnologia reforça uma realidade centrada em D'us? Como as “águas” superiores e inferiores trabalham em uníssono? Talvez você não perceba que acaba de se juntar à maior congregação virtual judaica do mundo. Bem-vindo ao nosso site que você agora está visitando. Talvez você não perceba que acaba de se juntar à maior congregação virtual judaica do mundo. Com milhões de visitantes por mês e milhares de artigos de Torá, a tecnologia permitiu que a esfera de influência da Torá se expandisse em proporções gigantes. Por muitos anos agora, transmissões ao vivo de rádio e televisão e a internet têm sido usadas para divulgar os ensinamentos da Torá e Chassidismo. Eles atingem pessoas que de outra forma não teriam acesso ou interesse no estudo de Torá. A tecnologia é como uma tela que avança em 3D criando uma rede enorme de influência sempre em expansão para saturar o mundo com a vibração judaica; no celular, ipad, em todas as formas e formatos possíveis sempre sendo redesenhados, ganhando sempre mais velocidade e fácil acesso. Além disso, a tecnologia nos ensina sobre D'us de maneira mais palpável do que poderíamos ter conhecido a partir de um texto filosófico. Os livros dizem que D'us tem “um olho que vê e um ouvido que escuta.”3 Ele é onipresente, observando a todos ao mesmo tempo. Há cem anos aceitávamos a palavra dos livros para isso, mas com o Google Earth, de repente não está mais tão longe de procurar. Os livros dizem que D'us dá vitalidade contínua às Suas criações. Cem anos atrás acreditávamos nisto. Agora entendemos isto. Se uma usina elétrica energiza milhões de aparelhos elétricos com uma corrente consistente passando através de cada aparelho, então o processo criativo de D'us se torna mais compreensível. É claro, D'us não pode dublar Sua criação. Portanto em vez de tornar óbvio que a principal função da tecnologia é espalhar o conhecimento de D'us, Ele lhe deu uma fachada humana. Para manter o equilíbrio entre bem e mal no mundo, D'us também deu às forças do mal a oportunidade de colocar seu dedo negro na torta da tecnologia – daí a Internet, “crackberries”, (pessoas viciadas em seus Black Berrys), e muita imoralidade para esconder a verdadeira natureza do nosso diluvio tecnológico. A Cabalá, no entanto, é inequívoca em sua declaração de que a tecnologia não apenas é boa, mas espetacular. Para isto é só selecionar, filtrar e transformar o mundo para o bem. E a favor dele. www.pt.chabad.org. Abraço. Davi

terça-feira, 22 de agosto de 2023

COMO DEUS IMAGINOU O CASAMENTO PARA O HOMEM CRISTÃO?

 

Cristianismo. www.chamada.com.br. Texto de Eberhate Platte. COMO DEUS IMAGINOU O CASAMENTO PARA O HOMEM CRISTÃO? Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida...” (1Pedro 3.7)“Então o príncipe casou com a princesa e os dois viveram felizes para sempre...” Muitas pessoas parecem pensar que um casamento romântico de conto de fadas (“... mas a gente se ama tanto...”) é base e garantia para um casamento feliz e uma vida em harmonia e segurança. E se ainda houver uma casinha caprichada, um carro bonito e duas crianças bem-comportadas, a felicidade será perfeita. Todos os tabloides vivem dessa ilusão humana. E alguns dos nossos conhecidos talvez ainda acrescentem: “É claro que para nós, bons cristãos, ainda é preciso frequentar uma igreja animada aos domingos, cantar no coro e mandar as crianças para a escola bíblica... isso é óbvio, não é?”. Mas, depois de pouco tempo, muitos percebem que nem mesmo as melhores circunstâncias, os desejos mais nobres e a casa mais bonita garantem um bom casamento. Em vez do céu na terra, em vez da vida nas nuvens, o que vem é frustração diária ou mesmo o inferno na terra. Desiludidos, muitos maridos, logo caem na real e resignam-se a viver uma irritação mútua diária. Não são poucos os que, por puro desespero, jogam-se no trabalho, refugiam-se em algum passatempo, consolam-se com uma “bebida” ou caem em permanente letargia. Mas com certeza não era isso que Deus imaginava quando pensou no casamento. POR QUE DEUS CRIOU O CASAMENTO? Deus não criou o casamento para que o ser humano levasse uma vida frustrada por causa da guerrinha diária dos sexos. Ele planejava algo muito maior! Procurou para seu filho amado uma noiva apropriada. Assim como criou uma esposa especialmente para Adão, ele deu vida à igreja para seu Filho, nosso Senhor e Salvador. Deus quer usar o relacionamento entre o homem e a mulher em um casamento harmonioso e feliz como metáfora para a relação singular entre Cristo e sua igreja (Efésios 5.22-33 “Vós mulheres sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor. Por que o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da Igreja, sendo ele próprio o Salvador do corpo”). Portanto, Deus deseja que nós, seres humanos – e especialmente nós cristãos –, vivamos, experimentemos e pratiquemos em nossos casamentos um pouco do amor, da fidelidade, do compromisso e da intimidade do Senhor conosco. QUAIS SÃO OS PRÉ-REQUISITOS PARA UM CASAMENTO HARMONIOSO E FELIZ? Justamente esse exemplo do relacionamento do nosso Senhor com sua igreja deixa claro quais são os pré-requisitos que nós homens precisamos atender para ter um casamento bom e abençoado: “Maridos, ame cada um a sua mulher” (Efésios 5.25 “Vós maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ele”; Colossenses 3.19 “Vós maridos, amai a vossas mulheres e não vos irriteis contra elas”; 1Pedro 3.7 “Igualmente vós maridos, coabitais com elas com entendimento, dando honra a mulher como o vaso mais fraco. Como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações ). Aparentemente essa ordem é especialmente necessária para nós homens. Muitas vezes o nosso amor (ou aquilo que entendemos por amor), afeto e respeito dependem de circunstâncias exteriores, das nossas emoções, do amor que recebemos ou da nossa pressão arterial. Mas o exemplo do nosso Senhor Jesus (Efésios 5.25) mostra que amor não é, em primeiro lugar, um sentimento. Reconhecemos o seu amor por nós em sua completa entrega a Deus e no seu sacrifício pessoal até a morte, por meio da qual nos comprou. Portanto, o amor também não é tanto algo para ser expresso em palavras (“Eu te amo tanto...”), mas ele se torna visível em atos, no compromisso, na atitude de assumir a responsabilidade. Isso significa que eu, como marido, não assumo apenas a responsabilidade pelo bem-estar físico da minha mulher; Deus espera também que eu cuide de seu bem-estar e crescimento espirituais (v. 26-27). SOMOS CONVOCADOS! Deus deu uma esposa a Adão, não para que fosse empregada, escrava, inferior, faxineira, símbolo de status, cozinheira particular, parideira, mãe substituta ou amante disponível para livre usufruto do homem. Deus a criou especificamente para completá-lo, para que lhe correspondesse (Gênesis 2.18 “E disse o Senhor Deus: Não é bom que o home esteja só, far-lhe-ei uma ajudadora idôneo para ele”), como uma parte dele mesmo. Ele diz que ambos formam uma unidade (Gênesis 2.24 “Portanto, deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegara a sua mulher, e serão ambos uma só carne”), e penso que isso não se refere apenas à alegria da sexualidade protegida pelo casamento, mas também à união de alma e espírito, isto é, uma unidade interior, em que ambos se entendem e são entendidos. “Unir-se à mulher” não significa agarrar-se a ela e não soltar, mas ligar-se a ela com fidelidade íntima. Mas isso também significa que nós homens temos responsabilidade total por nossas esposas perante Deus – inclusive por suas eventuais falhas. Deus, por exemplo, responsabiliza Adão pelo pecado de sua esposa (Gênesis 3.9 “E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?”). Assim como Adão, também nós gostamos de nos eximir dessa responsabilidade e de empurrar a culpa para os outros (Gênesis 3.12 “Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e eu comi”) – até mesmo para Deus. A CONVIVÊNCIA DIÁRIA. A convivência diária muitas vezes se mostra difícil. Deus sabe disso. Por isso ele nos convoca em Colossenses 3.19: “Maridos, ame cada um à sua mulher e não a tratem com amargura”. Em 1Pedro 3.7 ele aconselha: “... sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil”. Ele conhece bem a natureza e os sentimentos diferentes da mulher, e nos conclama a ter consideração com elas, não apenas aceitando-as, mas respeitando-as com essa sua diversidade. COMO PODEMOS CUMPRIR ESSA ORDEM? Apesar de toda a nossa boa vontade, nós maridos rapidamente descobrimos nossos limites, falhas e culpas nessa área, e praticamente nos desesperamos na tentativa de atender às expectativas de Deus em relação ao casamento. Mas Deus quer nos encorajar a viver essa harmonia interna e a bênção do casamento com a ajuda do Senhor Jesus. O sábio autor de Eclesiastes disse o seguinte: “Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade” (4.12). Isso significa: quando o Senhor Jesus se torna e continua sendo o fundamento, o centro e o objetivo do nosso casamento, o matrimônio feliz e abençoado se torna uma realidade. O CASAMENTO NÃO É UM FIM EM SI MESMO. Sempre que o Senhor Jesus é o centro da nossa vida em comum, quando nós, como marido e mulher, vivemos para ele e desejamos servi-lo, o casamento não será um fim em si mesmo. Assim como o relacionamento da igreja com Cristo almeja servir aos outros e engrandecer a Deus, também o casamento feliz quer servir ao próximo e apontar para Jesus. Há muitos anos, o líder de um retiro disse-me, de forma muito apropriada: “Quando dois cristãos se casam, na verdade eles deveriam produzir o dobro de resultados para o Senhor”. No entanto, muitos casamentos estão fechados ao serviço conjunto para Deus por causa das dificuldades internas. Por isso, é preciso que nós maridos nos arrependamos das nossas falhas no casamento, do nosso egoísmo e da nossa irresponsabilidade. Assim, nosso casamento poderá experimentar a harmonia, a segurança, a paz interior e a bênção do nosso Senhor, servindo para glorificar a Deus. COMO DEUS IMAGINOU O CASAMENTO PARA A MULHER CRISTÃ? Do mesmo modo, mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, a fim de que, se ele não obedece à palavra, seja ganho sem palavras, pelo procedimento de sua mulher, observando a conduta honesta e respeitosa de vocês.”.  (1Pedro 3.1-2).  “Na verdade, eu tinha imaginado e sonhado meu casamento de forma totalmente diferente. Depois da festa dos nossos sonhos, meu marido mudou totalmente! Ele não é mais o cavalheiro de antes. Ele adivinhava cada um dos meus desejos, e hoje não nota nem mesmo quando uso o mesmo vestido por três dias seguidos. E a rotina diária da casa e o estresse com as crianças estão acabando comigo. Às vezes gostaria de ainda estar trabalhando fora. Lá pelo menos eu era respeitada, e meu trabalho, pago. Hoje? Não passo de uma faxineira. Ai de mim se o almoço não estiver pontualmente na mesa ou se as crianças estiverem berrando quando ele chega do trabalho. Ele corre para se esconder atrás do jornal. Eu tinha uma ideia bem diferente do casamento! Nossas conversas não passam mais de resmungos...”. “Mas olhe aqui”, podem pensar alguns, “não se deve falar assim em círculos cristãos”. E o que não deveria acontecer, não existe! Então ninguém fala sobre isso. Mas infelizmente a realidade, inclusive em casamentos cristãos, muitas vezes é outra: o importante é manter as aparências! A realidade interna não é da conta de ninguém. Só espero que as crianças não deem com a língua nos dentes um dia desses... SERÁ QUE FOI ASSIM QUE DEUS PENSOU NOSSO CASAMENTO? Não foi assim que Deus queria o casamento. Não, realmente não foi assim que Deus queria o casamento! Muito pelo contrário! O casamento – dos cristãos de forma especial – foi feito para demonstrar algo muito mais precioso a este mundo: a relação íntima entre Cristo e sua igreja. Em Efésios 5.22-33 este amor, fidelidade, compromisso e entrega do nosso Senhor à sua igreja são comparados ao relacionamento entre homem e mulher no casamento. E penso que Deus deu à mulher uma capacidade especial de compreender, sentir e ansiar por esta relação profunda de amor e fidelidade no casamento. COMO A MULHER PODE CONTRIBUIR PARA ISSO? Os textos de Efésios 5.22-33, Colossenses 3.18-19 e 1Pedro 3.1-2 não descrevem apenas a tarefa e a responsabilidade do marido em relação à sua mulher e ao casamento, mas também a “tarefa de casa” da mulher cristã em relação ao seu marido. Com certeza Deus não deu esse encargo às mulheres a fim de oprimi-las, escravizá-las ou irritá-las. Afinal, ele a criou com um forte anseio por segurança e direcionamento, e por isso ele é quem melhor sabe como a mulher pode ter essas necessidades atendidas e obter bênção em seu casamento. Por um lado, ele chama o homem à responsabilidade e exigirá dele prestação de contas em relação à sua tarefa, mas por outro lado também a esposa cristã tem seus deveres para que Deus possa abençoar o casamento. Ainda que hoje o nosso pensamento marcado pelo humanismo e pela emancipação se oponha diametralmente ao “manual do casamento” dado por Deus, isso de forma alguma nos exime do dever de agir de acordo com a Palavra do Senhor. Nem mesmo quando o marido, por exemplo, não age de acordo com tais mandamentos. Os versos de 1Pedro 3.1-2, transcritos acima, deixam isso muito claro. O QUE SIGNIFICA SUJEITAR-SE? Hoje em dia, muitas mulheres têm dificuldade em entender essa expressão e a ordem de Deus. O comportamento do Senhor Jesus em relação às mulheres mostra claramente que isso de forma nenhuma representa desvalorizar ou diminuir a importância da mulher diante de Deus e dos homens. Na verdade, Deus propositadamente criou homem e mulher com naturezas, características e habilidades diferentes, para que eles pudessem assumir tarefas e responsabilidades diferentes na sociedade. Para o casamento, Deus determinou áreas de responsabilidade diferentes – uma distribuição de tarefas, mas não uma competição. Um exemplo: uma orquestra normalmente tem o primeiro violino e o segundo violino. Para ambos os instrumentos, o compositor escreveu melodias específicas. Não há lugar para concorrência ou inveja. Um toca em função do outro. Ambos precisam acompanhar o mesmo andamento, sendo que obviamente apenas um dos violinos pode ser responsável por determiná-lo. O compositor deu essa tarefa ao primeiro violino, mas isso não significa desprezo ao segundo. O primeiro violino tem a tarefa de conduzir. A harmonia completa só surge quando cada instrumentista ensaia e toca a parte que lhe cabe e quando o segundo violino acompanha o andamento do primeiro. Isso requer mente e ouvidos atentos e adaptação mútua. Assim Deus distribuiu tarefas e responsabilidades no casamento de forma diferente. Atenção, ouvido aberto e adaptação de um ao outro nos ajudarão a alcançar uma harmoniosa unanimidade no casamento. De forma bem-humorada, poderíamos dizer: “Numa bicicleta de dois lugares, só um pode pilotar – mas apenas segurar o guidão não leva a lugar algum. Assim, ambos pedalam e avançam – e as crianças podem ir junto na cadeirinha infantil...”. “NÃO CONSIGO FAZER ISSO!”. Talvez você pense que sua situação é muito diferente, e que Deus deveria libertá-la da necessidade de sujeitar-se de forma consciente. Talvez você pense que seu casamento só funcionaria se você tocasse o primeiro violino. Talvez você esteja decepcionada com sua situação, já amargurada ou talvez resignada. Como lidar com isso? Há esposas que “engolem”, “escondem” sua má vontade. Mas em algum lugar e em algum momento haverá uma explosão. A falta de perdão é como uma mina terrestre: pode até crescer grama por cima dela, mas em algum momento ela estoura! Há esposas que explodem logo ou restringem-se a reclamações. Não: você não conseguirá educar seu marido. Isso era responsabilidade dos pais dele, não da esposa. Há esposas que tentam retribuir, pagar na mesma moeda, castigar com falta de carinho ou impor sua vontade. Isso envenena o ambiente e sufocará o casamento. O QUE A BÍBLIA RECOMENDA NESSAS SITUAÇÕES DE RISCOO trecho acima, de 1Pedro 3.1-6, contém uma promessa grandiosa para o comportamento exemplar da mulher cristã para com seu marido. O marido pode ser ganho pelo procedimento calado da cristã, ou seja, sem sermões, acusações, castigos, reclamações ou explosões. A palavra-chave é “ganho”, não coagido! Um exemplo de procedimento calado é Sara, que em suas ocasiões se decepcionou amargamente em seu casamento com Abraão. Duas vezes ele negou ser casado com ela. Ele praticamente tirou a aliança da mão e declarou-a como sendo sua irmã. Só a intervenção de Deus foi capaz de salvar esse casamento (veja na p. 53). Ah, se pudéssemos reaprender a levar todas as nossas dores a este Deus que só quer o nosso bem. Vamos confiar que ele cumprirá suas promessas e curará nossos casamentos, esforçando-nos, com arrependimento e confissão, para ocupar a posição que Deus planejou para nós e ser um testemunho por meio da nossa dependência do Senhor. Só assim nossos casamentos realmente demonstrarão o amor e a dedicação que Cristo tem por sua igreja. — Do Livro Nosso Casamento Pode Ser Ainda Melhor. www.chamada.com.br. Abraço. Davi

 

domingo, 20 de agosto de 2023

IV. RAJA YOGA

 

Hinduísmo. Livro A Ciência do Yoga. IV. RAJA YOGA. Texto de I. K. Taimni (1898-1978). RAJA YOGA. SAMADHI PADA. Toda drastuh svraupe “vasthanam”. I-3. ENTÃO, O VIDENTE ESTÁ ESTABELECIDO EM SUA PRÓPRIA NATUREZA ESSENCIAL E FUNDAMENTAL. Este sutra assinala, de maneira geral, o que acontece quando todas as modificações da mente, em todos os níveis, foram completamente inibidas. O vidente é estabelecido em seu próprio svariipa ou, em outras palavras, atinge a autorrealização. Não podemos saber o que é este estado de autorrealização enquanto estivermos envolvidos no movimento das citta vrttis. Só pode ser percebido de dentro para fora, não pode ser compreendido de fora para dentro. Mesmo a compreensão parcial e superficial que podemos obter sob nossas limitações atuais, por meio do estudo e da reflexão, somente é possível alcançar após dominarmos por completo a teoria e a técnica do Yoga, apresentadas neste tratado. Os estágios mais elevados de consciência que se revelam no estado do samadhi, mencionados em I-44 e 45, são chamados de rtambhara ou geradores de verdade e retidão. À sua luz, o yogi pode conhecer a verdade subjacente em todas as coisas em manifestação. Mas ele pode conhecer a verdade dessa maneira, somente nas coisas que fazem parte de drsyam, o visto, e não de drasta, o vidente. Para isso ele tem que praticar nirbija samadhi (I-51). Vrtti sarupyam itaratra. I-4. NOS OUTROS EXISTE A ASSIMILAÇÃO DO (VIDENTE) COM AS MODIFICAÇÕES DA (MENTE). Quando as citta vrttis não estão no estado de nirodha, e drasta não está estabelecido em seu svarupa, ele está assimilado com aquele vrtti particular que ocorre ocupar, no momento, o campo de sua consciência. Uma comparação talvez ajude o estudante a compreender essa assimilação da consciência com a transformação da mente. Que ele imagine uma lâmpada elétrica acesa suspensa em um recipiente, cheio de água límpida. Se a água for violentamente agitada por um dispositivo mecânico, ele apresentará toda espécie de formas, em três dimensões, em torno da lâmpada, sendo essas formas iluminadas pela luz da lâmpada e mudando a cada momento. Mas, e a lâmpada? Ela se perderá de vista, e toda a luz dela emanada será assimilada, ou perdida, na água que a cerca. Que ele imagine, agora, que a agitação da água vá, aos poucos, diminuindo até que a água fique completamente parada. A medida que as formas tridimensionais começarem a desaparecer, a lâmpada elétrica irá aparecendo gradualmente e, quando a água estiver completamente tranquila, somente a lâmpada será visível. Esta comparação ilustra, de modo um tanto precário, tanto a assimilação da consciência do purusha, com a modificação da mente, quanto sua reversão a seu  próprio estado não modificado quando a mente entra em repouso. A mente entra em repouso, ou através de para vairagya, desenvolvido por Isvara pranidhana, ou através da prática do samadhi, o resultado em ambos os casos é o mesmo, ou seja, Iluminação e Liberação. Este sutra, a exemplo do anterior, tem o propósito de responder, de uma forma geral, apenas a pergunta “que acontece a purusha quando não está estabelecido em seu svarupa? Seu completo significado somente pode ser compreendido quando todo o livro tiver sido estudado, e os vários aspectos do assunto adequadamente entendidos. Vrttayah pancatayyah klistaklistah. I-5. AS MODIFICAÇÕES DA MENTE SÃO DE CINCO TIPOS E SÃO DOLOROSAS E NÃO DOLOROSAS. Após indicar a natureza essencial da técnica do Yoga, o autor classifica os vrttis. Ele os agrupa de duas maneiras. Primeiro, em relação aos nossos sentimentos, se eles são dolorosos, prazerosos ou de caráter neutro. Em segundo lugar, de acordo com a natureza do pratyaya produzido em nossa consciência. Consideremos, primeiramente, a reação desses vrttis sobre nossos sentimentos. Essa reação, de acordo com Patanjali, é dolorosa ou não dolorosa, o que parecerá ao estudante superficial, um modo um tanto estranho de classificar as modificações mentais. É claro que há certas modificações que têm um caráter neutro, isto é, não produzem em nossa mente qualquer reação prazerosa ou dolorosa. Quando, por exemplo, ao caminhar, notamos uma árvore, trata-se de mera percepção sensorial que não desperta em nós qualquer sentimento de prazer ou de dor. A grande maioria de nossas percepções sensoriais, que resultam nas modificações da mente, têm este caráter neutro e forma classificadas como “não dolorosas”. Mas há outras modificações da mente que despertam em nós prazer ou dor. Por exemplo, quando provamos um alimento saboroso, ou vemos um belo pôr do Sol, ou cheiramos uma rosa, temos um sentimento nítido de prazer. Por outro lado, quando vemos uma cena horrível, ou ouvimos um grito de angústia, a transformação resultante da mente é definitivamente dolorosa. Por que, então, Patanjali classificou todas essas modificações da mente, que despertam em nós algum sentimento, como dolorosas? A razão é dada em II-15, juntamente com a filosofia dos Klesas. Basta, de momento, mencionar que, de acordo com a teoria dos klesas, na qual se baseia a filosofia do Yoga, todas as experiências de prazer ou dor são realmente penosas para as pessoas que desenvolveram a faculdade de discernimento e não estão cegas pelas ilusões da vida inferior. É a nossa ignorância, causada por essas ilusões, que nos faz ver prazer em experiências que são fonte potencial de dor e, portanto, nos faz correr atrás desses prazeres. Se nossos olhos interiores estivessem abertos, veríamos a dor “potencial” oculta em tais prazeres, e não apenas quando a dor está presente de modo “ativo”. Veríamos, então, a justificativa para a classificação de todas as experiências que envolvem nossos sentimentos e, assim, dão origem a raga e dvesa como dolorosas. Isto pode parecer ao estudante. Isto pode parecer ao estudante um ponto de vista um tanto pessimista sobre a vida, mas que ele suspenda seu julgamento, até que tenha estudado a filosofia dos klesas, na seção II. Se todas as experiências envolvendo os nossos sentimentos são dolorosas, então, é lógico que se classifique as demais, que são de caráter neutro e não afetam nossos sentimentos, como não dolorosas. Ver-se-á, então, que a classificação primária de citta vrttis como dolorosas e não dolorosas não e desarrazoada, mas do ponto de vista do Yoga, perfeitamente lógica e razoável. O outro ponto de vista com base no qual as citta vrttis foram classificadas é a natureza do pratyaya produzido em citta. O objetivo de classificá-los dessa maneira é mostrar que todas as nossas experiências, ao domínio da mente, consistem em modificações mentais e nada mais. O controle e a total supressão dessas modificações, portanto, extinguem por completo nossa vida inferior e levam-nos, inevitavelmente, à aurora da consciência superior. Classificados dessa maneira, os vrttis ou modificações são de cinco tipos, como se mostra no próximo sutra. Pramana viparyaya vikalpa nidra smrtayah. I-6. (ELAS SÃO) CONHECIMENTO CORRETO, CONHECIMENTO ERRÔNEO, FANTASIA SONO E MEMÓRIA. Mais uma vez, num exame superficial, a classificação quíntupla pode parecer um tanto estranha, porém, um estudo mais profundo comprovará ser ela perfeitamente científica. Se analisarmos nossa vida mental, no que concerne ao seu conteúdo verificaremos que ela consiste em um grande número de imagens variadas. Um estudo mais acurado dessas imagens mostrará, todavia, que todas elas podem ser classificadas em cinco amplos subtítulos, enumerados neste sutra. Antes de examinarmos cada um desses subtítulos separadamente, nos cinco sutras subsequentes, tentemos entender, de maneira geral, o sistema fundamental de classificação. Pramana e viparyaya abrangem todas as imagens que são formadas por algum tipo de contato direto, através dos órgãos dos sentidos, com o mundo exterior dos objetos. Vikalpa e smrti abrangem todas as imagens ou modificações da mente que são produzidas sem qualquer contato direto com o mundo exterior. Elas são o resultado da atividade independente da mente inferior, usando as percepções sensoriais reunidas antes na mente e ai armazenadas. No caso de smrti ou memória, essas percepções sensoriais são reproduzidas na mente com fidelidade, isto é, na forma e na ordem em que foram obtidas previamente, através dos órgãos dos sentidos. No caso de vikalpa ou imaginação, elas são reproduzidas de qualquer forma e em qualquer ordem, a partir do material sensorial presente na mente. A imaginação pode combinar essas percepções sensoriais em qualquer forma ou ordem, coerente ou incoerente, mas o poder de combinar as percepções sensoriais está sob o controle da vontade. No estado de sonho, a vontade não tem controle sobre estas combinações, e elas aparecem ante a consciência, ao acaso, fantásticas e, frequentemente, absurdas, influenciadas até certo ponto pelos desejos presentes na mente subconsciente. O Eu Superior, com sua vontade e razão, retira-se, por assim dizer, para além do limiar da consciência, deixando a mente inferior parcialmente enredada, com o cérebro privado da influência racionalizante da razão e da influência controladora da vontade. Quando até mesmo os resquícios da mente inferior também se retiram para além do limiar da consciência cerebral, temos um sono sem sonhos ou nidra. Neste estado, não há imagens mentais no cérebro. A mente continua ativa em seu próprio plano, mas suas imagens não são refletidas na tela do cérebro físico. Que o estudante examine agora sua atividade mental, à luz do que se disse acima. Que ele adote qualquer modificação da mente concreta inferior, que opera com nomes e formas, e veja se não consegue inseri-la em um dos cinco grupos. Ele verificará, para sua surpresa, que todas as modificações da mente inferior podem ser classificadas sob um ou outro dos subtítulos e, portanto, o sistema de classificação é perfeitamente racional. É verdade que muitas das modificações, sob análise, apresentar-se-ão complexas e inseridas em dois ou mais grupos, mas logo se verificará que os vários ingredientes adaptam-se a um ou outro dos cinco grupos. Eis por que os vrttis são chamados pancatayyah – quíntuplos. Pode-se perguntar por que somente as modificações da mente concreta inferior podem ser levadas em consideração na classificação das citta vrttis. Citta inclui todos os níveis da mente, o mais baixo dos quais é chamado manas inferior, o qual funciona através de manomaya kosa e trata das imagens mentais concretas, com nomes e formas. A resposta a esta pergunta é óbvia. O homem comum, cuja consciência está confinada à mente inferior, pode conceber apenas as imagens concretas derivadas de percepções obtidas através dos órgãos sensoriais físicos. As citta vrttis correspondentes aos níveis mais elevados da mente, embora definidos, vividos e capazes de serem expressos indiretamente, através da mente inferior, estão além de sua compreensão e podem ser percebidas em seus próprios planos no estado do samadhi (liberação ou iluminação), quando a consciência transcende a mente inferior. O Yoga começa o controle e a supressão do tipo inferior das citta vrttis, com que o sadhaka está familiarizado e a qual ele pode compreender. Não haveria por que tratar das citta vrttis correspondentes aos níveis superiores da mente, mesmo que estas citta vrttis fossem suscetíveis de classificação comum. O sadhaka tem de esperar até que ele aprenda a técnica do samadhi. Consideremos agora os cinco tipos de modificações, individualmente, um a um. Livro A Ciência do Yoga. Abraço. Davi.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

O CONSUMISMO E SEUS MALES

 

Islamismo. www.mesquitadobras.org.br. Por Armed Ismail. O CONSUMISMO E SEUS MALES. O estilo de vida que se tornou predominante nas sociedades modernas, marcado pelo consumismo, tem sido objeto do estudo e da preocupação dos cientistas sociais e filósofos nas últimas décadas. O estilo de vida que se tornou predominante nas sociedades modernas, marcado pelo consumismo, tem sido objeto do estudo e da preocupação dos cientistas sociais e filósofos nas últimas décadas. Especialmente agora que se verifica a sua expansão por todos os continentes, formando algo que seus adeptos e propagandistas afirmam ser a nova cultura global que reflete, segundo eles, a marca da vida moderna. Há uma forte tendência entre os intelectuais críticos da cultura de massa a concordar em torno de certas características deletérias presentes nos padrões comportamentais típicos da sociedade de consumo. Padrões que parecem sugerir uma “nova religião” que substitui os templos pelos shopping centers e que, mais do que isso: “transforma os templos e a própria experiência místico-religiosa numa reprodução do mercado submetida à mesma lógica do capital e da competição. Ao mesmo tempo, seus efeitos têm contribuído de modo considerável para a desestruturação dos valores éticos e a identidade cultural dos povos, para o agravamento das desigualdades e de quase todos os males sociais. A estreita relação entre consumismo e violência torna-se um tema desconcertante para uma sociedade que venera o dinheiro e que assume o consumismo como um ritual dessa veneração; e que por outro lado, se vê submersa numa condição crônica de sintomas ameaçadores, tais como a violência e a criminalidade. Se na década de 60 do século passado, filósofos e cientistas sociais se dedicaram a entender os mecanismos sociais, econômicos e políticos que produziram a cultura de massa e o consumismo, na atualidade, os mesmos se encontram voltados para as consequências a médio e a longo prazo de uma progressiva e global onda de consumismo. A adoção, numa escala jamais vista, do que se pode denominar de um estilo predatório de vida, o qual demanda um consumo incessante de recursos naturais, maior do que o planeta pode suportar, torna-se agora um novo e mais ameaçador sintoma. Estudiosos do meio ambiente sustentam que no caso de um país como a China, o mais populoso da terra, integrar-se a onda consumista de maneira a que todos os seus cidadãos alcancem o mesmo poder de consumo do cidadão médio americano, será uma catástrofe planetária. Uma Percepção Distorcida da Realidade. Tais evidências nos parecem suficientes para demonstrar que esse estilo de vida é essencialmente pecaminoso e contrário às diretrizes divinas. Sua origem reside numa distorcida percepção da realidade e da condição espiritual do ser humano. A perspectiva do comportamento consumista é a do acúmulo e do estabelecimento do valor da vida nos bens materiais. Essa perspectiva só se torna possível com a ausência dos valores espirituais superiores; e isso explica o processo de degeneração dos valores éticos que acompanha uma sociedade submetida à lógica do consumo. O Alcorão Sagrado aborda esse tema a partir de uma descrição de um conjunto de características que definem esse estado de concepção materialista da vida, e que se tornam predominantes nos indivíduos quando reduzem suas expectativas a vida neste mundo. O Livro de Allah, orientação por excelência para nossa felicidade neste mundo e no além, descreve a vida neste mundo para despertar nossa consciência e nos libertar das falsas expectativas e diz: “Sabei que a vida terrena é tão-somente jogo e diversão, veleidades, mútua vanglória e rivalidade, com respeito à multiplicação de bens e filhos; é como a chuva, que compraz aos cultivadores, por vivificar a plantação; logo, completa-se o seu crescimento e a verás amarelada e transformada em feno. Na outra vida haverá castigos severos, indulgência e complacência de Deus. Que é vida terrena, senão um prazer ilusório?”. (C.57 – V.20). Com toda clareza o versículo sagrado define em poucas palavras, o resumo do que é o esforço humano em alcançar metas que satisfaçam seu ego neste mundo e o quão inúteis são suas pretensões, desde que não esteja atento para o significado maior de sua vida. Vemos, pois, que a tendência materialista que produziu o consumismo no mundo moderno se baseia numa total inconsciência quanto ao verdadeiro propósito da vida, e isso leva o indivíduo a tomar a si próprio como medida para todas as coisas. Esta visão hedonista o incapacita de perceber o profundo engano que o move. É interessante notar que o Islam, diferentemente da maioria dos filósofos modernos, aborda o problema de uma ótica focada no indivíduo e no âmago de seu ser. Isto é, não se limita aos sintomas (dos quais o consumismo é apenas um exemplo) ou às manifestações que terminam por surgir no tecido social. Ao contrário, diagnostica o problema essencial que habita o coração do homem e que o arrasta a um estado de miséria existencial e mais do que isso, oferece os meios de saná-lo. A abordagem sociológica e filosófica tende a situar o problema nos fenômenos históricos e econômicos que produziram o que se denomina “cultura de massa”. Não há dúvida sobre a importância dos mecanismos cada vez mais eficientes dessa cultura global do consumo, que em menos de um século tornou-se um poder que desafia culturas e tradições milenares impondo seus valores. Contudo, o Islam identifica o processo dessa degeneração cultural e social dentro dos indivíduos, ressaltando que a solução disso se encontra na vontade e na natureza do homem. Entender o padrão psicológico que define esse estado de distorção da realidade espiritual, nos parece fundamental para que percebamos o que é essencialmente esta tendência materialista que se manifesta na forma do consumismo. Esse padrão psicológico possui um conjunto de características, das quais as principais são: • O condicionamento ao desperdício. • O culto ao supérfluo e o gosto pela frivolidade. • A ostentação e a vaidade. • A inclinação ao que é falso. • A busca incessante do lazer. • O limitado entendimento da realidade da vida. Estas seis características resumem a essência do comportamento humano condicionado e submetido ao que chamamos hoje de “cultura de massa”. Essa incessante máquina de produzir “o Novo” e transformar desejos em “necessidades” num processo de sedução das mentes e dos corações no qual os indivíduos se tornam também “mercadoria”. Sem o sentirem se tornam desprovidos de um senso crítico ao ponto que seus valores e aspirações não são senão os valores e as aspirações da “massa” definidos pela máquina de produção e propaganda. Na realidade, essas características tornaram-se predominantes a medida que as sociedades sofreram um processo de decadência em seus valores tradicionais e os laços comunitários foram substituídos pela competição individualista. Como resultado, o que temos verificado é um irônico estado de infelicidade, frustração e solidão instalado na sociedade moderna, a despeito de tanto consumo de bens materiais e das inovações e comodidades ao alcance de tantas pessoas. A diretriz divina do Islam foi proporcionada pela misericórdia de Allah para libertar o gênero humano de todas as formas de escravidão. E esse padrão psicológico acima descrito é sem dúvida, uma prisão produzida na mente e no coração. Agora que abordamos o processo desse padrão psicológico que escraviza o homem a uma visão materialista, vejamos como o Islam nos orienta para que nos libertemos dele. O Condicionamento ao Desperdício. A desconexão com a sabedoria tradicional que se fundamentava numa relação direta com a natureza produziu o condicionamento ao desperdício. O Islam nos ensina que tudo o que a natureza nos proporciona é um bem, uma dádiva divina em relação a qual estamos comprometidos em fazer uso sábio. A inclinação ao desperdício surge a partir de uma incorreta noção da natureza e do valor dos benefícios que nos cercam. Diz o Sagrado Alcorão: “Deus foi Quem criou os céus e a terra e é Quem envia a água do céu, com a qual produz os frutos para o vosso sustento! Submeteu, para vós, os navios que, com a Sua anuência, singram os mares, e submeteu, para vós, os rios. (C.14 – V.32). E diz ainda: “Ó filhos de Adão, revesti-vos de vosso melhor atavio quando fordes às mesquitas; comei e bebei; porém, não vos excedais, porque Ele não aprecia os perdulários.” (C.7 – V.31). Assim, somos lembrados de que os benefícios e dádivas provém de Allah e não são produtos do acaso. Não podemos viver dirigidos por um sentido destrutivo de esbanjar tudo o que está a nosso alcance. Não detemos a posse absoluta de nenhuma das dádivas que provém de Deus, e portanto, devemos lembrar que as mesmas foram criadas para todas as criaturas, o que naturalmente não nos dá o direito de agirmos como “donos exclusivos”. É lamentável que tenha se tornado comum, por exemplo, o desperdício de água, pela simples razão de que “se possa pagar por ela”. O Islam nos ensina que tal atitude é uma forma de desrespeitar os direitos dos outros, não importa o pretexto que se use para tal. O remédio para esse condicionamento ao desperdício é adquirir a consciência de que todos os benefícios e recursos materiais que nos são dados provém da bondade de Allah e que a moderação no usufruto deles é um meio de adquirir felicidade neste mundo e no além. O Culto ao Supérfluo e o gosto pela Frivolidade. Trata-se de uma extensão natural do condicionamento ao desperdício. É um elemento importante do consumismo um apelo a eleger o supérfluo como uma necessidade vital. O Islam nos ensina a buscar a paz de espírito no cultivo da reflexão e na prática da bondade. Reflexão é o melhor antídoto para não fazermos de nossa própria mente o nosso pior inimigo. Isto é, considerar corretamente os nossos desejos e inclinações, descobrir qual o propósito que nos move, e então buscar o que for melhor e não o que seja conveniente aos nossos caprichos. Saibamos que não alcançaremos paz de espírito e felicidade segundo o número de peças de roupa que tenhamos em nosso guarda-roupa ou a quantidade de objetos que consigamos comprar e acumular em nossas casas. E é exatamente nisso que consiste o culto ao supérfluo e o gosto pela frivolidade: depositar expectativas de que essas coisas nos farão felizes e satisfeitos quando, na verdade, isso é impossível. Tal escolha e modo de pensar não leva senão a frustração, a angústia e ao medo da vida. Não por acaso, os que não crêem no que Deus revelou e que vivem segundo suas próprias concepções, são os que fazem dessas coisas a meta de suas vidas. Despendem grandes esforços e recursos para buscar satisfação naquilo que é supérfluo ou em preocupações com o que é leviano, até que a morte lhes chegue e reduza tudo isso a nada. Alguém que deseje escapar dessa armadilha da mente, deve preencher seu coração com a lembrança de Deus, examinar seu próprio coração à luz da orientação divina e se o fizer sinceramente, encontrará satisfação e clareza de entendimento. Substituir maus hábitos por bons embora nos pareça difícil, é uma tarefa que é facilitada quando substituímos nossos conceitos sobre a importância das coisas, e isso é possível quando adotamos o conhecimento correto proveniente do Livro de Allah, dos ensinamentos do Profeta (saas) e dos Imames de sua Casa (as). A Ostentação e a Vaidade. Como consequência lógica da anterior, esta característica se faz presente e se fundamenta na mesma visão incorreta sobre a condição humana no mundo. A busca de afirmação e segurança nos leva de maneira equivocada a acreditar que o nosso valor como pessoa é o resultado do quanto possamos incrementar nossa aparência e ostentar perante os demais os bens materiais que adquirimos. A palavra “sofisticação” ganhou uma posição de prestígio e distinção no mundo moderno; sintetiza a medida predominante que distingue o valor das coisas, ou ao menos a medida consagrada pela máquina de consumo. O grande equívoco neste caso se encontra na própria palavra “sofisticação” que significa apenas “falsidade, falácia, aparência enganosa”. Similar equívoco nos induz a supor que seremos mais felizes do que hoje somos se amanhã possuirmos mais e melhores bens de consumo, e, no entanto, esta é uma competição perdida; o culto ao “novo” decreta que tal esforço está fadado a frustração na medida que jamais há um fim para a “necessidade” de adquirir e ostentar. Então o que vemos é uma constante insatisfação e infelicidade instalada nas pessoas que, ironicamente possuem muito e do melhor e que não podem dizer-se de modo algum mais felizes do que aquelas que pouco ou nada tem. Esta constatação deveria por si só servir as pessoas para despertarem desse estado de autoengano. Não há qualquer possibilidade de libertar-se desse jugo senão reconhecer que toda Grandeza e Majestade pertence a Deus . O islã nos alerta para o fato de que a ostentação e a vaidade em qualquer maneira que se manifeste estão condenadas a encontrarem a ruína neste mundo ainda , desde que o tempo desfaz a boa aparência e o acúmulo de bens não nos livra do envelhecimento , da doença ou da morte. A Inclinação ao Que é Falso. Esta inclinação tem como principal fundamento a inconsciente tendência a negar aquilo que não “corresponde aos nossos desejos”. Enquanto uma pessoa elege seus próprios caprichos e desejos como “medida para a verdade” estará submetido a influência de tudo o que é falso e enganoso; porque a natureza da falsidade é conformar-se aos desejos humanos para atrair e dominar os incautos. Assim, vemos que a essência da propaganda e da publicidade é manipular nossos medos, nossos complexos e problemas pessoais. E atualmente essas técnicas tem sido empregadas mesmo em nome da “religião”; seitas e organizações religiosas com cuidadosas “encenações” prometem a “solução fácil” para os problemas e a satisfação dos desejos utilizando os mesmos métodos da publicidade. O Islam nos ensina que “soluções fáceis” e satisfação dos desejos são as principais armas que Xaitan utiliza para iludir os humanos e arrastá-los para a perdição neste mundo e no além. Ninguém pode livrar-se dessas armadilhas a menos que busque a compreensão da Verdade Revelada, não segundo seus caprichos pessoais tampouco com o intuito de conformar a Orientação Divina a seus desejos. Ou seja, somente renegando a adoração a nossos desejos e caprichos e buscando a adoração sincera a Deus alguém pode ser liberto dessa prisão da mente e do coração que o submete a falsidade. Ao contrário das características anteriores, esta não é um hábito a ser substituído, é, antes, uma má inclinação que sugere um desvio de caráter. Requer uma reforma pessoal a partir de uma atenta autocrítica, que possibilite a pessoa abandonar a visão egocêntrica que a leva a rejeitar o que não esteja de acordo com seus desejos. A Busca Incessante do Lazer. Esta característica, que tem sido explorada pela máquina de consumo, se apoia na reconhecida necessidade humana de um tempo para o lazer no qual a mente se refaça das atividades e tarefas da vida. Contudo, o que se constata em nossa época é uma obsessiva busca de lazer e entretenimento que reflete uma inconsciente e constante “fuga” da realidade. Como resultado, podemos dizer a visão da vida e do mundo que essas pessoas possuem é mais o produto de uma mescla de sonhos, projeções, sensações induzidas artificialmente e desejos inconscientes do que percepção da realidade. O Islam nos orienta a não negligenciarmos nem a necessidade do lazer e da distração tampouco renunciarmos a nossa obrigação de raciocinar sobre as questões essenciais da vida. Nos orienta a buscarmos o conhecimento da realidade espiritual e pautarmos nossas ações e escolhas segundo a diretriz divina, e não vivermos como se a nossa existência se passasse num imenso playground. Não há outro remédio para libertar o humano desse engodo para o qual sua própria mente o induz senão o reconhecimento da efemeridade da vida terrena e de seu objetivo real, tal como os profetas e mensageiros (as) predicaram. Ninguém, pois, que seja sensato tratará sua própria vida com semelhante descaso se tornar-se consciente de seu verdadeiro propósito. O Limitado Entendimento da Realidade da Vida.  Sendo a fonte de todas as características anteriores, esta é, na verdade, a que se puder ser eliminada, todas as outras o serão. O Sagrado Alcorão exemplifica a essência dessa mentalidade tacanha dizendo: “Distinguem tão-somente o aparente da vida terrena; porém, estão alheios quanto à outra vida. Porventura não refletem em si mesmos? Deus não criou os céus, a terra e o que existe entre ambos, senão com prudência e por um término prefixado. Porém, certamente muitos dos humanos negam o comparecimento ante o seu Senhor (quando da Ressurreição). (C.30 V.7 e 8). Os versículos sagrados descrevem a condição dessas pessoas definindo sua limitação de entendimento quer sobre a vida, sobre si próprios e sobre o mundo que os cerca; o que os leva a não acreditar na promessa divina do acerto de contas no dia do juízo. Em razão disso vivem de modo similar aos animais irracionais: para comer, beber, acumular, acasalar e satisfazer suas paixões, sem jamais considerar seriamente a razão de sua estada no mundo. É precisamente essa alienação da realidade espiritual que produziu inúmeras falsas concepções sobre o significado da existência; todas elas em harmonia com as conveniências e as inclinações pessoais. Quer os sistemas filosóficos ateístas ou a pura amoralidade, preconizam algo que pode se definir como “a ideologia do viver bem”. Segundo os que a seguem desde que “não há outra vida senão esta, o ser humano deve gozar o máximo dos prazeres do mundo”. O Sagrado Alcorão menciona a estes dizendo: “Não tens reparado, naquele que idolatrou a sua concupiscência! Deus extraviou-o com conhecimento, sigilando os seus ouvidos e o seu coração, e cobriu a sua visão. Quem o iluminará, depois de Deus (tê-lo desencaminhado)? Não meditais, pois? E dizem: Não há vida, além da terrena. Vivemos e morremos, e não nos aniquilará senão o tempo! Porém, com respeito a isso, carecem de conhecimento e não fazem mais do que conjecturar”. (C.45 - 23 e 24). Embora tal mentalidade não seja algo novo na história humana, podemos dizer que nessa como em nenhuma outra época tornou-se predominante. Alguns dos filósofos e cientistas sociais defendem a tese de que em razão da decadência do pensamento religioso e da ética revolucionária no ocidente, a chamada ideologia do “viver bem” efetivada pela lógica do consumo tornou-se algo como uma “nova religião” que prega a “felicidade possível nesse mundo”. Costumes e modas como o consumismo, a troca de casais, a gastronomia, o culto ao entretenimento, os esportes de alto risco, o consumo de drogas ou os jogos de azar são alguns exemplos da manifestação dessa mentalidade. Chega a ser impressionante que mesmo pessoas que se dizem religiosas quando perguntadas sobre suas concepções sobre a vida após a morte e um possível julgamento de Deus ou a existência do paraíso e do inferno, respondem que não acreditam senão na vida neste mundo. O Sagrado Alcorão resume a condição e o destino dessas pessoas dizendo: “Aqueles que não esperam o Nosso encontro, comprazem-se com a vida terrena, conformando-se com ela, e negligenciam os Nossos versículos.” (C.10 – V.7) “Quanto àqueles que preferem a vida terrena e seus encantos, far-lhes-emos desfrutar de suas obras, durante ela, e sem diminuição. Serão aqueles que não obterão não vida futura senão o fogo infernal; e tudo quanto tiverem feito aqui tornar-se-á sem efeito e será vão tudo quanto fizerem.”(C.11 – V.15 e 16). Assim, receberão no além na medida da consequência de sua descrença e suas obras más perdurarão enquanto suas eventuais boas obras se desvanecerão. Diante de tudo o que foi exposto aqui, percebemos que a oportunidade que nos é dada neste mundo deve ser aproveitada antes que a morte nos surpreenda. Não resta outra solução senão despertarmos para a realidade espiritual, e esse despertar significa libertar-se de todas as visões limitadas e falsas que pretendem escravizar nossa mente e nosso coração. Sanar a alma, tal como sanar o corpo significa adotar o tratamento adequado. Um homem fisicamente doente se apressa e se preocupa em buscar a cura, e, no entanto, prevalece no ser humano uma incompreensível tendência a negligenciar a doença de sua própria alma. Ao olhar ao nosso redor, vemos a todo instante os efeitos maléficos da mentalidade materialista e irreligiosa, vemos uma infelicidade que se aprofunda a despeito de tanta “alegria e prazer artificiais que o sistema proporciona”. Julgamos que a paz e a segurança possam ser garantidas pelo poder do cartão de crédito e, no entanto, não podemos explicar a depressão, a angústia e mesmo o suicídio de tantos “bem sucedidos”. Imam Asssadeq (as) disse: “aquele que devota seu coração a este mundo estará sujeito a três condições: preocupação sem fim, insaciáveis desejos e fútil esperança.” Possa Allah nos conceder a compreensão correta das coisas tal como são e nos guiar para o melhor neste mundo e no além. www.mesquitadobras.org.br. Abraço. Davi