sábado, 30 de outubro de 2021

ONDE ESTÁ DEUS NO MEIO DA TRAGÉDIA

 

Cristianismo. www.suaescolha.com.br. ONDE ESTÁ DEUS NO MEIO DA TRAGÉDIA. Deus é o criador do universo que anseia para que nós o conheçamos. É por isso que todos nós estamos aqui. É desejo dele que confiemos, experimentemos sua força, amor, justiça, bondade e compaixão. Então ele diz a todos que estão dispostos: “venham a mim”. Diferente de nós, Deus sabe o que acontecerá amanhã, na próxima semana, no próximo ano, na próxima década. Ele diz: “Eu sou Deus, e não há ninguém como eu, declarando o fim desde o início.” (Isaías 46,9) Ele sabe o que acontecerá no mundo. Mais importante, ele sabe o que acontecerá na sua vida e pode ajudá-lo, se você tiver escolhido incluí-lo em sua vida. Ele nos diz que pode ser “nosso refúgio e força, auxílio sempre presente em momentos de dificuldades.” (Salmos 46,1). Mas devemos fazer um esforço sincero para buscá-lo. Ele diz, “vocês me buscarão e me encontrarão, quando me procurarem de todo coração.”  (Jeremias 29,13) Isso não quer dizer que aqueles que conhecem a Deus escaparão de momentos difíceis. Não escaparão. Quando um terrorista ataca, causa sofrimento e morte, aqueles que conhecem a Deus estarão envolvidos nesse sofrimento também, mas com eles há uma paz e força que a presença de Deus dá. Um dos seguidores de Jesus colocou isso desta forma: “de todos os lados somos pressionados, mas não desanimados, ficamos perplexos, mas não desesperados; somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos.” ( 2º Coríntios 4,8-9) A realidade nos diz que experimentaremos problemas na vida. Porém, se nós passamos por eles enquanto conhecemos a Deus, podemos reagir a eles com uma perspectiva diferente e com uma força que não é nossa. Nenhum problema tem a capacidade de ser enorme demais para Deus. Ele é maior que todos os problemas que podem nos atingir, e não somos deixados sozinhos para lidar com eles. A palavra de Deus nos diz: “O Senhor é bom, um refúgio em tempos de dificuldade. Ele cuida daqueles que nele confiam” (Naum 1:7) e, “O senhor está perto de todos que o invocam, de todos que o invocam com sinceridade. Ele realiza os desejos daqueles que o temem; ouve-os gritar por socorro e os salva.” (Salmos 145,18-19). Jesus Cristo disse estas palavras confortantes a seus seguidores: “Não se vendem dois pardais por uma moedinha? Contudo, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês. Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Portanto, não tenha medo; vocês valem mais do que muitos pardais!” (Mateus 10:24-31) Se você se voltar verdadeiramente para Deus, ele cuidará de você como ninguém mais cuida, e de uma forma que ninguém mais pode. Tragédias, Desastres, Ataques Terroristas: Nosso Livre Arbítrio. Deus criou a humanidade com a habilidade de escolher. Isso quer dizer que não somos forçados a um relacionamento com ele. Ele nos permite rejeitá-lo e nos permite cometer atos ruins da mesma forma. Ele poderia forçar-nos a ser amáveis. Ele poderia forçar-nos a ser bons. Mas então que tipo de relacionamento teríamos com ele? Não seria de jeito nenhum um relacionamento, mas uma obediência forçada e absolutamente controlada. Ao invés disso, Ele nos deu a dignidade humana do livre arbítrio. Naturalmente, nós choramos do fundo das nossas almas (…) “mas Deus, como você poderia deixar algo desta magnitude acontecer?” Como gostaríamos que Ele agisse? Nós queremos que Ele controle as ações das pessoas? No caso de lidar com ataques terroristas, qual poderia ser um número possivelmente aceitável de mortes para Deus permitir?! Nos sentiríamos melhor se Deus permitisse somente o assassinato de centenas? Nos sentiríamos melhor se Deus permitisse somente a morte de uma pessoa? Mesmo se Deus evitar a morte de uma pessoa, já não há liberdade de escolha. Pessoas escolhem ignorar a Deus, desafiar a Deus, viver à sua própria maneira e cometer atos horríveis contra os outros. Tragédias, Desastres, Ataques Terroristas: Nosso Mundo. Este planeta não é um lugar seguro: alguém pode atirar em nós, ou podemos ser atropelados por um carro, ou podemos pular de um prédio atacado por terroristas. Qualquer número de coisas pode acontecer a nós neste momento, neste ambiente duro chamado Terra, o lugar onde a vontade de Deus não é sempre seguida. Mais ainda assim, Deus não está à mercê das pessoas, pelo contrário, nós é que estamos à sua mercê, felizmente. Esse é o Deus que criou o universo com suas estrelas incontáveis, simplesmente ao falar as palavras: “haja luz no firmamento do céu (Gênesis 1,14)esse é o Deus que diz que “reina sobre as nações” (Salmos 47,8); Ele é ilimitado em poder e sabedoria. Embora os problemas pareçam enormes demais para nós, nós temos um Deus incrivelmente capaz que nos lembra: “eu sou o Senhor, o Deus de toda a humanidade. Há alguma coisa difícil demais para mim?” (Jeremias 32,27) De alguma forma, Ele é capaz de manter a liberdade dos homens pecadores, e ainda assim fazer prevalecer sua vontade. Deus claramente diz: “meu conselho prevalecerá, e eu realizarei todo o meu propósito.” (Isaías 46,11) E podemos obter conforto se nossas vidas forem submetidas a Ele, “Deus se opõe aos orgulhosos, mas dá graça aos humildes.” (Tiago 4,6). Tragédias, Desastres, Ataques Terroristas: Onde está Deus Agora? Muitos de nós – não, todos nós – escolhemos às vezes nos desviar de Deus e seus caminhos. Comparados a outros, a um terrorista por exemplo, podemos até nos considerar pessoas respeitáveis e amáveis, mas sinceramente se tivermos que encarar Deus, vamos nos deparar com o conhecimento do nosso pecado. Ao começarmos a direcionar nossas orações a Deus, não somos surpreendidos, paralisados pelo sentido de que Deus conhece bem nossos pensamentos, ações e egocentrismo? Nós temos, com nossas vidas e ações, nos distanciado de Deus. Nós temos geralmente vivido como se pudéssemos levar nossas vidas muito bem sem Ele. A Bíblia diz que “Todos nós tal qual ovelhas, desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho.” (Isaías 53,6). As consequências? Nosso pecado nos separa de Deus, o que afeta mais do que nossa vida aqui e agora. A penalidade por nosso pecado é a morte, ou separação eterna de Deus, no entanto, Deus providenciou uma maneira para sermos perdoados e conhecê-lo. Força interior através do amor de Deus. Deus veio à terra para nos resgatar. “Pois Deus amou o mundo de tal maneira, que enviou seu filho unigênito para que o que nele crê não pareça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo pudesse ser salvo através dele.”  (João 3,16-17). Deus conhece a dor e o sofrimento que encontramos neste mundo. Jesus deixou o conforto e a segurança do seu lar, e entrou no duro ambiente em que vivemos. Jesus se cansou, conheceu a fome e a sede, sofreu acusações dos outros e foi banido pela família e pelos amigos. Mas Jesus experimentou muito mais que dificuldades diárias. Jesus, o Filho de Deus na forma humana, por vontade própria, levou sobre si todo o pecado e pagou a nossa penalidade de morte: “conhecemos o amor nisto, que ele deu a sua vida por nós.” (1 João 3,16) Ele passou por tortura, morrendo uma morte de sufocação lenta e humilhante na cruz, para que fôssemos perdoados. Jesus disse aos outros antecipadamente que seria crucificado. Ele disse que três dias depois de sua morte, retornaria à vida provando que Ele é Deus. Ele não disse que algum dia iria reencarnar (Quem poderia saber se ele realmente fizesse isso?). Ele disse que, três dias depois de ser enterrado, apareceria vivo fisicamente para aqueles que viram sua crucificação. Naquele terceiro dia, o túmulo de Jesus foi encontrado vazio e muitas pessoas testificaram tê-lo visto. Agora, Ele nos oferece vida eterna. Nós não merecemos; é um dom de Deus oferecido a nós, o qual nós recebemos quando o convidamos a entrar em nossas vidas. “O dom de Deus é a vida eterna em Jesus Cristo.” (Romanos 6,23) Se nos arrependermos do nosso pecado e nos voltarmos para Deus, nós poderemos ter o dom da vida eterna através de Jesus Cristo. É bem simples: “Deus nos deu a vida eterna, e esta vida está no seu filho. Quem tem o filho tem a vida, quem não tem o filho de Deus, não tem a vida.” (1 João 5,12) Ele quer entrar em nossas vidas. Força interior através do plano de Deus. E quanto ao céu? A Bíblia diz que Deus “pôs no coração do homem o anseio pela eternidade.” (Eclesiastes 3:11) Talvez isso signifique que nós saibamos, em nossos corações, como um mundo melhor seria. A morte das pessoas que amamos nos convence de que há alguma coisa muito errada com esta vida e este mundo. Em algum lugar no fundo de nossas almas, nós sabemos que deve haver um lugar melhor para viver, livre de dificuldades angustiantes e dor. Tenha certeza, Deus tem sim um lugar melhor, o qual Ele mesmo nos oferece. Lá haverá um sistema completamente diferente, no qual sua vontade é feita o tempo todo. Neste mundo, Deus enxugará toda lágrima dos olhos do seu povo. Não haverá mais tristeza, choro, morte ou dor (Apocalipse 21,8). E Deus, pelo seu Espírito, permanecerá nas pessoas de tal maneira que elas nunca pecarão novamente (Apocalipse 21,27; 1º Coríntios 15,28) Os eventos do ataque terrorista nos EUA são horríveis o suficiente. Recusar um relacionamento eterno com Deus, que Jesus oferece a você, seria muito pior. Não só à luz da vida eterna, mas não há nenhum relacionamento que se compare a conhecer a Deus nesta vida. Ele é nosso propósito na vida, nossa fonte de conforto, nossa sabedoria em tempos de confusão, nossa força e esperança. “Provai e vede que o senhor é bom, abençoado é o homem que nele se refugia.” (Salmos 34,8). Alguns dizem que Deus é somente um apoio para os fracos, mas é provável que Ele seja o único confiável. Jesus disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou, não como o mundo vos dá. Não se perturbe o vosso coração, nem se atemorize.” (João 14,27). Para aqueles que confiaram em Jesus durante suas vidas, Ele diz que é como construir sua vida em uma rocha. Qualquer que seja a crise que o ataque nesta vida, Ele pode mantê-lo forte. Força interior através do Filho de Deus. Você pode receber Cristo agora mesmo.” Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, Deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus. (João 1.12) É através de Jesus Cristo que podemos voltar a Deus. Jesus disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao pai senão por mim.” (João 14:6) Jesus ofereceu: “Eis que estou à porta e bato, se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo.” (Apocalipse 3,20). Agora mesmo você pode convidar a Deus para entrar em sua vida. Você pode fazer isso através da oração. Oração significa conversar honestamente com Deus. Neste momento, você pode falar com Deus dizendo sinceramente algo assim: “Deus, eu me distanciei de ti em meu coração, mas eu quero mudar isso, eu quero conhecê-lo, eu quero receber Jesus Cristo e seu perdão em minha vida. Eu não quero mais ficar separado de ti; seja o Deus da minha vida deste dia em diante. Obrigado, Deus”. Você acabou de convidar a Deus sinceramente a entrar em sua vida agora? Se sim, você tem muito por esperar ansiosamente. Deus promete fazer de sua vida atual a maior satisfação a medida que você o conhece. (João 10,10). Onde está Deus? Ele promete fazer morada em você (João 14,23). E ele lhe dá vida eterna (1ª João 5,11-13). Não importa o que aconteça no mundo ao seu redor, Deus pode estar lá por você. Embora as pessoas não sigam os caminhos de Deus, Deus é capaz de tomar circunstâncias horríveis e fazer com que seu plano aconteça de qualquer forma. Deus está completamente no controle dos eventos do mundo. Se você é de Deus, então você pode descansar na promessa de que “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.”  (Romanos 8,28). Jesus Cristo disse: “Deixo-lhes a minha paz; a minha paz lhes dou, não a dou como o mundo a dá; nada perturbe o seu coração. Neste mundo, vocês terão aflições, contudo tenham ânimo. Eu venci o mundo.” (João 14,27 e 16,33) Ele promete nunca nos deixar ou nos abandonar. (Hebreus 13,5) Para você crescer no conhecimento de Deus e de sua vontade para sua vida, leia os livros de Mateus, Marcos, Lucas e João na Bíblia. www.suaescolha.com.br. Abraço. Davi

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

SÓ A COMPAIXÃO É TERAPÊUTICA

 

Espiritualidade. Texto de Osho (1931-1990). Amado Osho. Você disse: SÓ A COMPAIXÃO É TERAPÊUTICA. Você poderia comentar sobre a palavra 'compaixão', compaixão por si mesmo e compaixão pelos outros? "Sim, somente a compaixão é terapêutica, porque tudo o que é doença no homem é causado pela falta de amor. Tudo o que está errado com o homem, está de alguma forma associado ao amor. Ele não tem sido capaz de amar ou ele não tem sido capaz de receber amor. Ele não tem sido capaz de compartilhar o seu ser. Essa é a miséria. Isso cria toda sorte de complexos internamente. Aquelas feridas internas podem vir à superfície de várias maneiras: elas podem se tornar doenças do físico e doenças mentais, mas no fundo o que o homem sofre é de falta de amor. Assim como o alimento é necessário para o corpo, o amor é necessário para a alma. O corpo não consegue sobreviver sem alimento e a alma não consegue sobreviver sem o amor. Na verdade, sem o amor a alma nunca nasce e nem há essa questão de sua sobrevivência”. Você simplesmente pensa que tem uma alma. Você acredita que você tem alma devido ao seu medo da morte. Mas você não a conheceu a não ser que você tenha amado. Somente no amor a pessoa vem a sentir que ela é mais do que o corpo, mais do que a mente. É por isso que eu digo que a compaixão é terapêutica. O que é compaixão? Compaixão é a forma mais pura de amor. No sexo, o contato é basicamente físico, na compaixão o contato é basicamente espiritual. No amor, compaixão e sexo estão misturados. O amor está no meio do caminho entre sexo e compaixão. Você também pode chamar a compaixão de prece. Você também pode chamar a compaixão de meditação. A forma mais elevada de energia é a compaixão. A palavra 'compaixão' é bela. Metade dela é 'paixão'. De alguma forma a paixão se tornou tão refinada que ela não é mais como uma paixão. Ela se tornou compaixão. No sexo, você usa o outro, você reduz o outro a um meio, você reduz o outro a uma coisa. É por isso que numa relação sexual você se sente culpado. Essa culpa nada tem a ver com ensinamentos religiosos, essa culpa é mais profunda que os ensinamentos religiosos. Numa relação sexual, enquanto tal, você se sente culpado. Você se sente culpado porque você está reduzindo um ser humano a uma coisa, a uma mercadoria para ser usada e jogada fora. É por isso que no sexo você também tem uma sensação de escravidão, você também está sendo reduzido a uma coisa. E quando você é uma coisa, a sua liberdade desaparece, porque a sua liberdade somente existe quando você é uma pessoa. Quanto mais você for uma pessoa, mais livre será; quanto mais você for uma coisa, menos livre será. Os móveis de seu quarto não são livres. Se você deixar o quarto fechado e voltar muitos anos depois, os móveis estarão nos mesmos lugares, com a mesma disposição, eles não se arrumarão numa nova disposição. Eles não têm liberdade. Mas se você deixar um homem num quarto, você não irá encontrá-lo do mesmo jeito, nem mesmo no dia seguinte, nem mesmo no momento seguinte. (...)Para uma coisa, o futuro está fechado. Uma pedra permanecerá uma pedra. Ela não tem qualquer potencial para o crescimento. Ela não pode mudar, ela não pode evoluir. O homem nunca permanece o mesmo. Ele pode retornar, ele pode ir adiante, ele pode ir para o inferno ou para o céu, mas nunca permanece o mesmo. Ele segue se movendo, deste ou daquele jeito. Quando você tem uma relação sexual com alguém, você reduz aquela pessoa a uma coisa. E ao reduzi-la, você também se reduz a uma coisa, porque isso é um acordo mútuo do tipo: 'Eu lhe permito reduzir-me a uma coisa e você me permite reduzi-lo a uma coisa. Eu lhe permito usar-me e você me permite usá-lo. Nós usamos um ao outro. Nós ambos nos tornamos coisas'. É por isso (...). Observe dois amantes: enquanto eles ainda não se acomodaram, o romance ainda está vivo, a lua de mel não termina e você vê as duas pessoas vibrando com a vida, prontas para explodir-se, prontas para explodir-se no desconhecido. E depois, observe um casal de marido e mulher, e você verá duas coisas mortas, dois cemitérios, lado a lado, ajudando um ao outro a se manter morto, forçando um ao outro a se manter morto. Esse é o conflito constante no casamento. Ninguém quer ser reduzido a uma coisa. O sexo é a forma mais baixa daquela energia 'X'. Se você é religioso chame isso de 'Deus"; se você é um cientista, chame isso de 'X'. Essa energia, X, pode se tornar amor. Quando ela se torna amor, então você começa a respeitar a outra pessoa. Sim, algumas vezes você usa a outra pessoa, mas você se sente agradecido por isso. Você nunca diz muito obrigado a uma coisa. Quando você está amando uma mulher e você faz amor com ela, você lhe diz: muito obrigado. Quando você faz amor com sua esposa, alguma vez você lhe disse muito obrigado? Não, você não dá valor algum. A sua esposa já lhe disse alguma vez obrigado? Talvez, muitos anos atrás, você consegue se lembrar de um tempo quando vocês ainda estavam indecisos, quando estavam experimentando, fazendo a sorte, seduzindo um ao outro, talvez. Mas uma vez que vocês se acomodaram, ela disse alguma vez muito obrigado a você por alguma coisa? Você tem estado fazendo tantas coisas por ela, ela tem estado fazendo tantas coisas por você, vocês ambos têm vivido um para o outro (...) mas a gratidão desapareceu. No amor existe gratidão, existe uma profunda gratidão. Você sabe que a outra pessoa não é uma coisa. Você sabe que o outro tem uma grandeza, uma personalidade, uma alma, uma individualidade. No amor você dá liberdade total ao outro. Na verdade você dá e você recebe, é uma relação de dar e receber, mas com respeito. No sexo há uma relação de dar e receber, mas sem respeito. Na compaixão, você simplesmente dá. Não há qualquer ideia, em lugar algum em sua mente, de receber algo em troca. Você simplesmente compartilha. Não que nada retorne. Mil desdobramentos retornam, mas espontaneamente, simplesmente como uma consequência natural. Não há qualquer espera por isto. No amor, se você dá alguma coisa, no fundo você fica esperando aquilo que deve vir em troca. Se aquilo não vem, você percebe uma reclamação interna. Você pode não dizer, mas de mil e uma maneiras você pode insinuar que você não está satisfeito, que você está se sentindo traído. O amor parece ser uma barganha sutil. Na compaixão, você simplesmente dá. No amor, você está agradecido porque o outro deu alguma coisa a você. Na compaixão você está agradecido porque o outro recebeu alguma coisa de você, porque o outro não rejeitou você. Você veio com energia para dar, você veio com muitas flores para compartilhar e o outro lhe permitiu, o outro estava receptivo. Você está agradecido porque o outro estava receptivo. A compaixão é a mais elevada forma de amor. Muita coisa vem em troca, mil desdobramentos eu digo, mas esse não é o ponto, você não fica esperando por isto. Se não vier, não há qualquer reclamação. Se vier, você simplesmente fica surpreso. Se vier, isso será inacreditável. Se não vier, não há qualquer problema, você nunca dá o seu coração a alguém por qualquer barganha. Você simplesmente distribui porque você tem. Você tem tanto que se você não distribuir, você se sentirá sobrecarregado. É exatamente como uma nuvem carregada que tem que chover. E da próxima vez quando uma nuvem estiver chovendo observe atentamente e você sempre ouvirá; quando a nuvem estiver chovendo e a terra tiver absorvido, você sempre ouvirá a nuvem dizendo à terra 'muito obrigado'. A terra ajuda a nuvem a se descarregar. Quando uma flor desabrocha, ela tem que compartilhar a sua fragrância ao vento. Isso é natural. Não é uma barganha, não é um negócio. Isso é simplesmente natural. A flor está repleta de fragrância. O que fazer? Se a flor mantiver a fragrância para si mesma, ela irá se sentir muito, muito tensa, em angústia profunda. A maior angústia na vida é quando você não pode expressar, quando você não pode comunicar, quando você não pode compartilhar. O homem mais pobre é aquele que nada tem a compartilhar, ou aquele que tem algo a compartilhar mas que perdeu a capacidade, a arte, a maneira de como compartilhar, aí o homem é pobre. O homem sexual é muito pobre. Em comparação, o homem amoroso é mais rico. O homem de compaixão é o homem mais rico, ele está no topo do mundo. Ele não tem qualquer confinamento, qualquer limitação. Ele simplesmente dá e segue o seu caminho. Ele nem mesmo espera você lhe dizer um muito obrigado. Com tremendo amor ele compartilha a sua energia. É isso que eu chamo terapêutico. (...). Para ser compassivo é preciso que se tenha, em primeiro lugar, compaixão por si mesmo. Se você não amar a si mesmo, você nunca será capaz de amar um outro alguém. Se você não for amável consigo mesmo, você não conseguirá ser amável com ninguém mais. Os seus chamados santos, que são muito duros consigo mesmos, estão simplesmente fingindo que são amáveis com os outros. Isso não é possível. Psicologicamente isso é impossível. Se você não puder ser amável consigo mesmo, como você poderá ser amável com os outros? Qualquer coisa que você for consigo mesmo, você será com os outros. Deixe que isso seja um ditado básico. Se você se detesta, você irá detestar os outros. E foi-lhe ensinado detestar a si mesmo. Ninguém jamais disse a você 'ame a si mesmo'. Essa própria ideia parece absurda: amar a si mesmo? A própria ideia não faz sentido: amar a si mesmo? Nós sempre pensamos que, para amar, nós precisamos de uma outra pessoa. Mas se você não aprender consigo mesmo, você não será capaz de praticar com os outros. Foi-lhe dito constantemente, você foi condicionado, que você não tem qualquer valor. De todas as direções lhe foi mostrado, lhe foi dito que você é sem valor, que você não é o que deveria ser, que você não é aceito como você é. Existem muitos 'deves' pendurados sobre a sua cabeça e todos esses 'deves' são quase impossíveis de serem satisfeitos. E quando você não consegue satisfazê-los, quando você tem um pequeno tropeço, você se sente condenado. Uma profunda raiva surge em você em relação a si mesmo. Como você pode amar os outros? Tão cheio de ódio, onde você irá encontrar amor? Assim, você simplesmente finge, você simplesmente demonstra que está amoroso. No fundo você não está amoroso com ninguém, você não pode estar. Esses fingimentos são bons por uns poucos dias, depois o colorido desaparece, então a realidade se revela por si mesma. Todo caso amoroso está em cima de pedras. Mais cedo ou mais tarde, todo caso amoroso se torna muito envenenado. E como ele se torna tão envenenado? Ambos fingem que estão amando, ambos seguem dizendo que amam. O pai diz que ama a criança, a criança diz que ama o pai, a mãe diz que ama a filha e a filha segue dizendo a mesma coisa. Irmãos dizem que amam um ao outro. Todo o mundo conversa a respeito de amor, canta canções de amor, e você poderia encontrar outro local tão destituído de amor? Nem uma pitada de amor existe, e  montanhas de falatórios, um Himalaia de poesias a respeito do amor. Parece que todas essas poesias são apenas compensações. Porque nós não conseguimos amar, nós temos que acreditar de alguma maneira, através da poesia, da canção, que nós amamos. Aquilo que nos falta na vida, nós colocamos na poesia. O que nós vamos perdendo na vida, nós colocamos no filme, na novela. O amor está absolutamente ausente porque o primeiro passo ainda não foi dado. O primeiro passo é: aceite-se como você é. Abandone todos os “deves". Não carregue qualquer 'deve' em seu coração. Não é para você ser algo diferente do que é. Não é de se esperar que você faça algo que não pertença a você. Você existe para ser exatamente você mesmo. Relaxe e seja simplesmente você mesmo. Seja respeitoso para com sua individualidade e tenha a coragem de assinar a sua própria assinatura. Não siga copiando as assinaturas de outros. Não é de se esperar que você se torne um JESUS ou um BHUDA ou um RAMAKRISHNA. O que se espera é que você se torne simplesmente você mesmo. Foi bom que RAMAKRISHNA nunca tentou se tornar alguma outra pessoa, assim ele se tornou RAMAKRISHNA. Foi bom que JESUS nunca tentou tornar-se ABRAÃO ou MOISÉS, assim ele se tornou JESUS. E é bom que BHUDA nunca tenha tentado tornar-se PATANJALI ou KRISHNA. Foi por isso que ele se tornou BHUDA. Quando você não está tentando se tornar um outro alguém, então você simplesmente relaxa e uma graça surge. Então você está cheio de grandeza, esplendor e harmonia, porque aí não existe qualquer conflito. Nenhum lugar para ir, nada pelo qual brigar, nada para forçar nem para obrigar-se violentamente. Você se torna inocente. Em tal inocência, você sentirá compaixão e amor por si mesmo. Você se sentirá tão feliz consigo mesmo que ainda que Deus venha bater em sua porta e diga: 'Você gostaria de se tornar uma outra pessoa?, você dirá: 'Você ficou louco? Eu sou perfeito! Obrigado, e nunca mais tente fazer isso, eu sou perfeito como sou.' (...). As rosas desabrocham tão lindamente porque elas não estão tentando se tornar lótus. E a flor de lótus desabrocha tão lindamente porque ela nunca ouviu as lendas a respeito das outras flores. Tudo na natureza segue tão belamente em harmonia porque ninguém está tentando competir com algum outro, ninguém está tentando se tornar algum outro. Tudo é do jeito que é. Simplesmente veja o ponto! Seja apenas você mesmo e lembre-se de que você não pode ser alguma outra coisa, faça o que você fizer. Todo esforço é fútil. Você tem que ser simplesmente você mesmo. Existem dois caminhos: um é: rejeitando, você pode permanecer o mesmo; condenando, você pode permanecer o mesmo. Ou, aceitando, entregando-se, curtindo, deliciando-se, você pode permanecer o mesmo. A sua atitude pode ser diferente, mas você vai continuar do jeito que você é, a pessoa que você é. Uma vez que você aceite, a compaixão surge. E então, você começa a aceitar os outros. (...). Mova-se lentamente, alerta, observando, estando amoroso. Se você for sexual, eu não digo para abandonar o sexo; eu digo faça-o mais alerta, faça-o como uma prece, faça-o mais profundo, assim ele pode tornar-se amor. Se você está amando, então faça isso com mais gratidão, traga uma gratidão, uma alegria, uma celebração e uma prece mais profunda ao amor, traga meditação para ele, assim ele pode se tornar compaixão. A não ser que a compaixão tenha acontecido para você, não pense que você viveu corretamente, ou que você viveu de alguma maneira. Compaixão é o florescimento. E quando a compaixão acontece para uma pessoa, milhões são curadas. Qualquer um que chegue ao seu redor será curado. A compaixão é terapêutica”. www.oshobrasil.com.br. Abraço. Davi.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

DIFERENÇAS ENTRE CATÓLICOS E ORTODOXOS ORIENTAIS

 

Cristianismo. www.ofielcatolico.com.br.  DIFERENÇAS ENTRE CATÓLICOS E ORTODOXOS ORIENTAIS. De tempos em tempos, surge algum leitor que nos propõe esta pergunta. Entendemos, então, que chega o momento de respondê-la: em síntese, são treze as diferenças doutrinárias e disciplinares que distanciam os ortodoxos orientais da Igreja Católica. É interessante notar que a maioria daqueles que de modo superficial simpatizam com a rica tradição ortodoxa oriental acabam por entender que ela perde, por assim dizer, o "encanto" quando conhecida a fundo e vista bem de perto. Apesar do grande respeito que temos por estes nossos queridos irmãos cismáticos, não temos como negar que boa parte dos argumentos que eles utilizam para justificar os desacordos entre eles e nós, como veremos, são flagrantemente desprovidos de qualquer fundamento. Os ortodoxos não aceitam: 1) o primado e 2) a infalibilidade do Papa; 3) a Processão do Espírito Santo a partir do Filho; 4) o Purgatório póstumo; 5) os dogmas da Imaculada Conceição e 6) da Assunção de Maria Santíssima (apenas enquanto dogmas); 7) o Batismo por infusão e não por imersão; 8) a falta da Epiclese na Liturgia Eucarística; 9) o pão ázimo (sem fermento) na Celebração Eucarística; 10) a Comunhão Eucarística sob a espécie do pão apenas; 11) o Sacramento da Unção dos Enfermos como é ministrado no Ocidente; 12) a indissolubilidade do Matrimônio; 13) o celibato do clero. Seja observado, logo de início, que em geral os orientais têm por ideal a volta da Igreja ao que ela era até o sétimo Concílio Geral (Nicéia II em 787), pois aceitam plenamente os Concílios de Nicéia I (325), Constantinopla I (381), Éfeso (431), Calcedônia (451), Constantinopla II (553), Constantinopla III (681), Nicéia II (787). O Concílio de Constantinopla IV, que excomungou o Patriarca Fócio em 869/870, evidentemente é rejeitado pelos orientais. Como se pode ver, nem todos esses pontos diferenciais são da mesma importância. O que mais concorre para a manutenção do Cisma é o da fidelidade ao Papa como Pastor Supremo, assistido pelo Espírito Santo em matéria de fé e de Moral. A seguir, comentamos e procuramos esclarecer cada um destes pontos: 1. Primado do Papa. Alega a Teologia ortodoxa que a jurisdição universal e suprema do Papa implicaria que os outros bispos são subordinados a ele como nada além de seus representantes, o que eles consideram um desvio ou um erro. A esta concepção equivocada, porém, respondeu o Concílio do Vaticano II: Aos Bispos é confiado plenamente o ofício pastoral ou o cuidado habitual e cotidiano das almas. E, porque gozam de um poder que lhes é próprio e com toda razão são antístites dos povos que eles governam, não devem ser considerados (meros) vigários (representantes) do Romano Pontífice.” (Constituição Lumen Gentium 27). Como demonstra muito facilmente a mais elementar noção do senso comum (entenda), não há nenhum sentido em se questionar o primado do Bispo de Roma, o Papa, que garante a unidade e a coesão da Igreja, preservando-a de iniciativas meramente pessoais e subjetivas. Exatamente por isso o discípulo Simão, e apenas ele, recebeu o nome-título de Pedra-Cefas (entenda). 2. Infalibilidade do Papa. Em 1870, fazendo eco à fé antiquíssima dos cristãos, o Concílio do Vaticano I declarou o Papa infalível quando fala em termos definitivos para a Igreja inteira e em matéria de fé de moral (entenda). – Já segundo a Teologia ortodoxa oriental, esta definição extinguiria a autoridade dos Concílios. Evidente que tal contestação não em nenhuma razão de ser, pelo simples fato de que o Papa não pode "decidir" nada contrário àquilo que foi definido dogmaticamente em qualquer Concílio da Igreja. Já no tempo dos Apóstolos ocorreu o primeiro Concílio, em Jerusalém1. Segundo a Igreja Católica, então, os Concílios gerais ou universais têm plena razão de ser, já que também o Papa participa deles (por si ou por seus delegados) e aprova as suas conclusões. Nos nossos dias, mais e mais se têm insistido sobre a colegialidade dos Bispos. 3. A procedência do Espírito Santo a partir do Filho (Filioque).  Esta é possivelmente a mais conhecida discordância entre católicos e ortodoxos e que, mais uma vez, não tem nenhuma razão de ser a não ser a pura incompreensão e a inflexibilidade para o diálogo aberto e fraterno, como era a característica de um determinado período histórico. A concepção da Igreja Católica decorre do fato de que em Deus não há distinções, a não ser onde haja oposição relativa, como no caso do Filho que possui Natureza humana, sedo que o mesmo não se pode afirmar do Pai e do Espírito Santo. Entretanto, não podemos jamais nos esquecer de que não somos politeístas: cremos e adoramos apenas um Deus, que se manifesta a nós em Três Pessoas diferentes, mas não separadas2. Se, portanto, entre o Filho e o Espírito Santo não há a separação de Espirante e Espirado, um não se distingue do outro ou, em outras palavras, o Filho e o Espírito Santo são um só em Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo, no Evangelho segundo S. João (15, 26) afirma textualmente que o Espírito procede do Pai; claramente, porém, não tenciona propor aí uma Teologia sistemática e exclusiva, mas põe em relevo um aspecto da verdade, – assim como em tantas e tantas outras ocasiões, – sujeito a ser completado pela reflexão. De fato, no caso desta questão, a dificuldade é mais de linguagem do que de doutrina. Tanto assim que os orientais preferem dizer que o Espírito Santo procede do Pai "através do Filho", – o que claramente é apenas uma maneira diferente de dizer praticamente a mesma coisa ou, no mínimo, algo muito parecido. Torna-se evidente que, com um pouco de boa vontade, poderia facilmente conciliar as posições. 4. Purgatório. Este é um caso curioso e que (infelizmente precisamos dizer) evidentemente depõe contra a boa vontade dos teólogos orientais. Ocorre que os ortodoxos do Oriente aceitaram a existência do Purgatório sem nenhuma dificuldade até o século XIII. Foi somente no ano 1231 ou 1232 que o metropolita Georges Bardanes, de Corfu, pôs-se a impugnar a doutrina bíblica e apostólica do fogo do Purgatório (entenda), apenas porque não haveria, literalmente, fogo no Purgatório! Os teólogos orientais subsequentes lamentavelmente vieram a apoiar a contestação de G. Bardanes, falecido em 1240. Mas nem por isso ousaram negar a realidade (como dissemos antes, plenamente bíblica e plenamente fundamentada na Tradição apostólica) da necessidade de um estado de purificação intermediário entre a vida terrestre e a bem-aventurança celeste para as almas daqueles que morrem com resquícios de pecado: estes seriam perdoados por Deus em vista da oração da Igreja; estariam assim fundamentados os sufrágios pelos defuntos. A recusa do Purgatório, então, só ocorreu entre os orientais, absurdamente, no século XVII e sob a influência de autores protestantes. Ora, admitir uma doutrina que teria, então, estado errada por dezessete séculos, não é o mesmo que admitir a sua fragilidade também depois da mudança? Por fim, o fato histórico é que daí por diante a Teologia oriental tornou-se em parte dividida; muitos teólogos ortodoxos continuam admitindo a necessidade de um estado intermediário entre a morte e a bem-aventurança celeste, assim como também reconhecem o valor dos sufrágios pelos defuntos. Eis aí mais um fato histórico e teológico que só vem a confirmar para todo o povo cristão a exclusividade da Igreja Católica no papel de única Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo e mantida pelo Espírito Santo. 5. A Imaculada Conceição de Maria. Esta, incrivelmente, é por vezes confundida com um pretenso nascimento virginal de Maria (segundo tal confusão absurda, Santa Ana teria concebido sem a colaboração de São Joaquim!). Assim, simplesmente porque tal concepção virginal carece de qualquer fundamento (evidente, e nunca foi parte da Teologia católica!), também a verdadeira doutrina da Imaculada Conceição é em algum nível contestada pelos orientais, embora não seja negada por eles. Contraditoriamente, porém, toda a literatura, a Liturgia e as mais tradicionais devoções dos ortodoxos enaltecem grandemente e com insistência (provavelmente até maior do que o fazem as obras clássicas católicas) a pureza plena e absoluta da Virgem Maria, professando a mesma coisa que nós, católicos, de modo implícito. Concretamente, a única diferença real é que eles não formularam nem definiram um dogma de fé específico a respeito desta realidade, que na prática creem de modo idêntico ao nosso, – e isto é algo bastante fácil de se confirmar, bastando que se observe a arte sacra oriental, eivada do princípio ao fim de belos e múltiplos ícones em honra à santidade incomparável de Maria Santíssima. 6. A Assunção de Maria Santíssima. Este ponto, juntamente com o anterior, é de surpreender o leigo, pois como já dissemos a devoção dos ortodoxos por Nossa Senhora é evidente e profundíssima, tanto que á primeira vista dá a impressão de ser tão grande quanto a católica ou até mesmo maior, em certas cerimônias, usos e costumes. Crida pelos cristãos desde a Antiguidade, foi proclamado este dogma de fé pela Igreja Católica em 1950, pelo Papa Pio XII, de acordo com as tradições teológicas ocidental e oriental. Merece especial atenção, novamente, a iconografia oriental, que representa de maneira muito expressiva a Virgem sendo assunta aos Céus por seu Divino Filho (daí a diferença entre os termos 'Ascensão do Senhor' e 'Assunção de Maria': ela, elevada por Ele, que é Deus e se eleva por seu próprio Poder Divino). Qual é, então, o problema? De fato, o que fere os orientais neste caso, – assim como no caso da Imaculada Conceição, – não é a proclamação da Assunção em si, simplesmente porque eles também creem nisto; o problema está, apenas e tão somente, na promulgação do dogma, a qual eles consideram que não deveria ter ocorrido (até por não terem tomado parte em sua elaboração). 7. Batismo por infusão ou aspersão da água. Aqui está um problema difícil de compreender, não só pelos católicos como também pela maior parte dos próprios cristãos orientais, que discordam da estranha posição ortodoxa oriental. Dizem esses teólogos que é importante no Batismo o contato da água com o corpo inteiro da pessoa, simbolizando purificação. Para nós, católicos, tanto os de rito romano quando de rito oriental, o Sacramento é um sinal que realiza o que significa; logo, a Água batismal significa e realiza a purificação da alma. Basta lembrar que os Apóstolos, nos primeiríssimos anos, quando saíram aos quatro cantos do mundo para levar o Evangelho, nas mais diversas situações nem sempre dispunham de rios ou de grandes volumes de água para imergir os batizandos que surgiam a todo instante. Foi este, aliás, o caso do próprio S. Paulo Apóstolo, sem dúvida o mais emblemático38. Epiclese.  Os orientais julgam essencial na Liturgia Eucarística a Invocação do Espírito Santo (Epiclese) antes das palavras da Consagração; ora, estas faltam no Cânon Romano (Oração Eucarística nº 1), pois os latinos julgam que a Consagração do pão e do vinho se faz pela repetição das palavras do Cristo, assim como Ele ordenou: “Isto é o meu Corpo… Isto é o meu Sangue…”. Assim, as Orações Eucarísticas compostas depois do Concílio VII (1962-65) têm a Epiclese não para corrigir uma pretensa "falha" anterior, mas para salvaguardar uma antiga Tradição. 9. Pão ázimo. Jesus, em sua última ceia, observou o ritual da Páscoa judaica, que prescrevia (como ainda prescreve) o uso do pão ázimo ou não fermentado. A Igreja Católica também guardou o costume, – que foi, assim, guardado pelo próprio Cristo, – na Celebração da Eucaristia. Está mais do que bem respaldada, como se vê. Uma observação importante: o uso do pão fermentado não é excluído por nós, católicos, pois, em última análise, se trata sempre de pão. 10. A Comunhão Eucarística sob as espécies do pão apenas. Até o século XII, a Comunhão era ministrada sob as duas espécies, pão e vinho; o uso foi abolido em razão dos graves inconvenientes que gerava (profanação, sacrilégios…). Todavia, após o Concílio VII é permitido que se dê a Comunhão sob as duas espécies a grupos devidamente preparados. 11. Unção dos Enfermos. Baseados na Epístola de S. Tiago (5,14), os orientais ortodoxos têm a Unção dos Enfermos como Sacramento. Divergem, porém, dos ocidentais em dois pontos: a) A Unção não é reservada aos gravemente enfermos nem tem a marca de preparação para a morte, mas, ao contrário, vem a ser um rito de cura para qualquer enfermo; b) A Unção, no Oriente, tem forte caráter penitencial, a tal ponto que ela é conferida também aos pecadores, mesmo os sadios, a título de satisfação pelos pecados. Pode-se dizer, portanto, que a Unção “dos Enfermos” nas comunidades orientais ortodoxas é dada a todos os fiéis que tenham algum problema de saúde corporal ou espiritual. Isto ocorre especialmente na Semana Santa e entre os russos. Essas diferenças, bastante suaves e simples de contornar, infelizmente foram muito exploradas nos debates entre latinos e gregos. Os ocidentais reservam a Unção para os casos de moléstias graves ou sério perigo de vida (entenda a Unção dos Enfermos). 12. Divórcio. Baseados no Evangelho segundo S. Mateus (5,32 e 19, 9) mas indo contra ao que dizem os Evangelhos segundo S. Marcos (10, 11s) e S. Lucas (16,18), e a 1ª Carta de S. Paulo aos Coríntios (7,10ss), os ortodoxos reconhecem o divórcio. A Igreja Católica, por coerência, não interpreta S. Mateus em sentido contrário a S. Marcos, S. Lucas e S. Paulo, o que seria absurdo; assim, não reconhece o divórcio de um Matrimônio sacramental validamente contraído e consumado, mas entende que em Mt 5 e 19 se trata da dissolução dos casamentos ilícitos, o que ela pratica até hoje (entenda). 13. Celibato do Clero. Segundo a compreensão desses nossos irmãos, seria está uma restrição imposta nos séculos posteriores, contrária à decisão do primeiro Sínodo Ecumênico no ano 325. Há alguma verdade nisso? O celibato do clero tem seu fundamento na 1ª Carta de S. Paulo aos Coríntios (7, 25-35), onde S. Paulo recomenda expressamente a vida una ou indivisa. Esta foi sendo praticada espontaneamente pelo clero até que, em aproximadamente 306, o Concílio regional de Elvira (Espanha) a sancionou para os eclesiásticos de grau superior. A legislação de Elvira foi-se propagando no Ocidente por obra de outros Concílios regionais. Diferentemente, os orientais estipularam que, após a Ordenação, os clérigos de grau superior (do diaconato para cima) não poderiam contrair Matrimônio, mas eram autorizados a manter o uso do Matrimônio os que tivessem casado antes da ordenação. O Concílio de Niceia I (325) rejeitou a proposta segundo a qual o celibato no Oriente seria observado sem exceções, como no Ocidente; isto por protesto do Bispo egípcio Pafnúncio, o qual guardava pessoalmente o celibato. Os Bispos orientais são todos celibatários e, por isto, recrutados entre os monges. Como se vê, no último item como em outros, muitas das diferenças são disciplinares e não impedem a volta à unidade entre cristãos orientais e ocidentais. Podem-se admitir o pão fermentado na Eucaristia, a Epiclese como regra, que parte do clero seja casada. Outros pontos podem ser discutidos com muita tranquilidade, e com alguma revisão de termos, chegar-se a um termo, como é o caso da procedência do Espírito Santo. O maior obstáculo permanece o do primado do Papa. Paulo VI e João Paulo II, falecido em 2005, demonstraram compreender bem o problema, que acreditavam (como a Igreja ainda crê) que pode ser resolvido satisfatoriamente sem que se abra mão dos pontos inegociáveis de nossa fé e doutrina. Escreveu S. João Paulo II em sua encíclica Ut Unum Sit ('Para que seja um'), a qual é muito recomendável que seja lida e compreendida por todos os católicos: Entre todas as Igrejas e Comunidades Eclesiais, a Igreja Católica está consciente de ter conservado o Ministério do sucessor do Apóstolo Pedro, o Bispo de Roma, que Deus constituiu como perpétuo e visível fundamento da unidade e que o Espírito ampara para que torne participantes deste bem essencial todos os outros”. Segundo a feliz expressão do Papa Gregório Magno, falecido em 604, o meu Ministério é de Servus servorum Dei. Por outra parte, como pude afirmar por ocasião do Encontro do Conselho Mundial das Igrejas em Genebra – Suíça aos 12 de junho de 1984, a convicção da Igreja Católica de, na fidelidade à Tradição apostólica e à fé dos Padres, ter conservado, no Ministério do Bispo de Roma, o sinal visível e a garantia da unidade, constitui uma dificuldade para a maior parte dos outros cristãos, cuja memória está marcada por certas recordações dolorosas. Por quanto sejamos disso responsáveis, como o meu Predecessor Paulo VI, falecido em 1978, imploro perdão. Com o poder e a autoridade sem os quais tal função seria ilusória, o Bispo de Roma deve assegurar a comunhão de todas as Igrejas. Por este título, ele é o primeiro entre os servidores da unidade. Tal primado é exercido em vários níveis, que concernem à vigilância sobre a transmissão da Palavra, a celebração sacramental e litúrgica, a missão, a disciplina e a vida cristã. Compete ao Sucessor de Pedro recordar as exigências do bem comum da Igreja, se alguém for tentado a esquecê-las em função dos interesses próprios. Tem o dever de advertir, admoestar e, por vezes, declarar inconciliável com a unidade da fé esta ou aquela opinião que se difunde. Quando as circunstâncias o exigirem, fala em nome de todos os Pastores em comunhão com ele. Pode ainda – em condições bem precisas, esclarecidas pelo Concílio do Vaticano I – declarar ex cathedra que uma doutrina pertence ao depósito da fé. Ao prestar este testemunho à verdade, ele serve à unidade. Dirigindo-me ao Patriarca Ecumênico Sua Santidade Dimitrios I (1914-1991), disse estar consciente de que, 'por razões muito diferentes, e contra a vontade de uns e outros, o que era um serviço pôde manifestar-se sob uma luz bastante diversa'. Mas é com o desejo de obedecer verdadeiramente à Vontade de Cristo que eu me reconheço chamado, como Bispo de Roma, a exercer este Ministério. (…) O Espírito Santo nos dê sua Luz e ilumine todos os pastores e os teólogos das nossas Igrejas, para que possamos procurar, evidentemente juntos, as formas mediante as quais este Ministério possa realizar um serviço de amor reconhecido por uns e por outros.. (Ut Unum Sit nºs 88/94-95, 25/5/1995). Vemos que o Papa não abdica (nem poderia abdicar) do seu Ministério, que garante a unidade da Igreja, antes o afirma com todas as letras; mas pede que os teólogos proponham modalidades de exercício desse Ministério que satisfaçam a todos os cristãos. (leia a Ut Unum Sit na íntegra). Suplicamos, humildes, ao Espírito Santo que inspire os responsáveis para que realmente colaborem para a solução das dificuldades que os cristãos não católicos enfrentam no tocante ao primado do Papa! www.ofielcatolico.com.br. Abraço. Davi

terça-feira, 26 de outubro de 2021

A LEI DO CARMA

 

Editor do Mosaico. A LEI DO CARMA. É um dos pilares do pensamento teosófico e religiões orientais como hinduísmo e budismo. Além da ocidental espiritismo. Esse assunto é complementar a reencarnação, sendo importante para entendermos o processo evolutivo humano. É compreendido que as doenças psicossomáticos são manifestações físicas relacionadas diretamente com as emoções e sensações. Quando estudamos a astrologia percebemos a influência que os astros celestes (sol, lua e planetas) exercem em nosso comportamento físico e emocional. Um planeta quase na periferia da via láctea chamado Plutão por estar distante em relação a Terra e ter pouca luminosidade sem perspectiva de vida orgânica, atrai negativamente com suas vibrações de ondas eletromagnéticas em nosso psiquismo. Assim devido a essa interação de movimentos cósmicos doenças como gastrite, úlcera, estomatite e muitas outras acabam por tornarem-se um câncer. Nossos maus hábitos alimentares misturado com o sedentarismo (falta ou grande diminuição de atividades físicas. O conceito não é associado a falta de atividade desportiva. O sedentário é o indivíduo que gasta pouca caloria por semana com atividades ocupacionais. O gasto calórico semanal define se o indivíduo é sedentário ou ativo. Para deixar de fazer parte do grupo dos sedentários, o indivíduo precisará gastar o mínimo de 2.200 calorias por semana em atividades físicas) que cultivamos teimosamente tem peso decisivo nessa situação que extrapolamos para um estado quase de morbidade (doença ligada ao excesso de peso). O astro maior de nossa galáxia o Sol é no estudo da astrologia o positivismo que nos energiza e vitaliza, fazendo a vida orgânica evoluir em seu sentido pleno. Não se conhece câncer no coração a não ser num estado de metástase (migração por via sanguínea ou linfáticas de produtos patológicos - vírus, bactérias, parasitas e espécie cancerosa - proveniente de uma lesão celular) celular e nas enciclopédias médicas especializadas. O Sol é uma representação do coração humano dentro da linguagem onde nos concebemos como um microcosmo introduzidos num macrocosmo. É urgentemente necessário procurarmos cultivar hábitos alimentares saudável e praticarmos exercícios físicos, mesmo que minimamente, mas frequentemente. A lei do carma é entendida a partir do quaternário inferior em suas partes que são: o corpo físico, o corpo energético e o corpo mental e o corpo emocional. Esses quatro aspectos constituem nossa personalidade, a chamada casca que um dia se desintegrará. Aqui temos a ideia de integração de mundos visíveis e invisíveis. O que somos hoje é o resultado do que estamos pensando, falando e praticando. Como mencionamos no início de nosso comentário, o corpo emocional recebe influências internas e externas. Ele é ativado por sensações e percepções dos nossos sentidos físicos e sensoriais, vejamos alguns exemplos: situações de desgosto, ansiedades, momentos agradáveis e desagradáveis, lembranças boas e ruins. As vezes uma música nos remeter a uma situação que vivemos no passado. Ao ouvir um "nome" particular alguns de nós ficamos assustados ou eufóricos. Esses estados emocionais ativam energias positivas ou negativas para o corpo mental que como resultado produzirá reações prazerosas ou perturbadoras no corpo físico. As perturbações se não tratadas adequadamente  resultarão em doenças e patologias. Dependendo do impacto psíquico os entraves emocionais podem levar tempo para se manifestarem, mas nem sempre isso é uma regra pois cada organismo reage diferentemente. A lei do carma ou da retribuição está baseada na seguinte premissa lógica: para toda causa há um efeito e para toda ação há uma reação. Gálatas 6, 7 "Pois o que o homem semear isso também colherá". Como ponderei no início o carma e a reencarnação são irmãs gêmeas, pois um é consequência do outro. Um dos pais da igreja primitiva Orígenes (185-254) de Alexandria pensava desse modo quando em suas apologias citava João 9, 2 "E os seus discípulos lhe perguntaram dizendo: Rabi quem pecou este ou seus pais para que nascesse cego? Aqui percebemos um argumento forte em relação a reencarnação, possivelmente este cego vivenciava seu carma que não fora retificado em sua vida passada. Outro texto que Orígenes usava como pertinente a reencarnação esta em Mateus 11, 13-14 "Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir". Ele entendia que João Batista era uma reencarnação do profeta Elias. Orígenes estudou com São Clemente (150-215) de Alexandria um místico conhecedor das tradições espirituais dos Egípcios, Caldeus, Babilônios e Hindus e ambos  praticavam um cristianismo esotérico, onde os irmãos iniciados investigavam os mistérios menores e conheciam muito dos mistérios maiores do cristianismo primitivo. O ensino do carma e da reencarnação postulam que o corpo é um instrumento de transição para a expiação da alma humana. Aqui a redenção é realizada pelo próprio indivíduo através de suas atitudes virtuosas, condizentes com a santidade, pureza, amor, ética e boa vontade para com o próximo. A matéria física conhecido como o corpo é onde o carma se solidifica, havendo no plano físico um aumento da dimensão temporal. Significando que enquanto não for quitado sua dívida - carma negativo - sua futura vida deverá passar pelo processo da disciplina pedagógica do aprendizado. Assim o mental e o emocional vão diminuindo e podemos considerar que tudo o que existe no plano físico tem seu correspondente (guardando-se as devidas proporções) nos outros planos - energético, mental e emocional. A doutrina mística do islã Suffi fala do "desenrolar o tapete". Uma alusão ao carma em movimento onde nosso destino  vai aparecendo. Os orientalista compreendem  a lei do carma como sendo a base da justiça divina onde a existência de Deus pressupõe sua justiça. Isso é o que os antigos gregos conheciam como Teodiceia, os atributos e a justiça divina eram inquestionáveis. Se Deus é amor como alguns indivíduos morrem na miséria e outros na fartura? O processo cármico pode ser acelerado ou retardado. Nessa situação um elemento é acrescentado para agir nesse processo que é o livre arbítrio, sendo o agente condutor da passividade ou dinamismo cármico. Na tradição mística da cabala (zohar) há um outro elemento  que é a possibilidade da retificação ou reparação cármica. Pagaríamos a divida antecipadamente e assim não haveria aquela cobrança ou correção. Tudo o que fazemos um dia iremos prestar contas. Romanos 2, 5- 6 "Manifestação do juízo de Deus. O qual recompensará a cada um segundo as suas obras". Novamente a tradição esotérica do Islã Suffi diz "o mundo é perfeito para atingir os seus fins e, a unidade de Deus se fragmentou". João 14, 20 "Naquele dia conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós". A união do espírito com a matéria faz surgir a evolução. Outra premissa lógica é: reencarnação mais carma mais evolução é igual ao Mahatma, Mestre de Sabedoria. Este se tornará o homem perfeito. Aquilo que o Mestre Jesus disse em Mateus 5, 48 "Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus". Cada um é seu próprio legislador. Somos os únicos donos de (carma) nosso destinos, e responsáveis pelo sucesso ou insucesso, fracasso ou vitória. Nossos pensamentos e intenções podem influenciar (livre arbítrio) até mudar nosso destino. Há quatro tipos de carmas: maduro, acumulado, em formação e o coletivo. O carma maduro apresenta-se quando os maus pensamentos do passado, formam uma couraça de hábitos maus em volta do homem, a qual o aprisiona e torna sua vida um inferno. O carma acumulado se mostra como caráter, estando sempre sujeito a modificações. Consiste em tendências fortes ou fracas, de acordo com a força pensamento que contribui para sua formação. O carma em formação são nossas intenções, que geradas nas emoções são responsáveis por atitudes virtudes ou viciosas nos sucessivos renascimentos. O carma coletivo ou familiar tem o poder te nos atrair para suas consequências, mas nosso carma individual nos protege  dos danos e cobranças do carma passado. Existe também o carma nacional e um bom exemplo é a escravidão negra no Brasil Colônia e Império. Muitas das maldades que praticamos contra os negros e as antigas populações indígenas ainda nos rendem pesados impostos (pobreza, fome, miséria, desigualdade, imoralidade, injustiça social e corrupção na política e sociedade em geral) e só Deus sabe o montante dessa dívida e quando ela será quitada. Leiam o poema de Castro Alves (1848-1871) chamado O Navio Negreiro e vejam a crueldade e a perversidade praticada contra os negros trazidos da África pelos navios Portugueses e Espanhóis, levados para serem vendidos como escravos (eram considerados como mercadorias) em suas respectivas colônias. Graças a Deus temos a Providencia Divina que nos protege das consequências desses carmas coletivos, pois nossos pouco méritos, beatitudes e fraternidade para com o próximo funcionam como anteparo contra essas descargas cósmicas negativas. Orígenes disse: "A imagem nos foi dada a semelhança deve ser conquistada". Aristóteles (384 AC 322) fala "a potencia deve tornar-se em ato". A lei do carma é como um pedra jogada em um lago que produz  perturbações de ondas concêntricas. Outro exemplo dessa lei é quando arremessamos um bumerangue a uma certa distância, fatalmente ele retorna para a nossa direção. Abraço. Davi.     

domingo, 24 de outubro de 2021

TRATE A TODOS COMO UM BUDA

 

Budismo. www.budavirtual.com.br.  Texto de Yongey Mingyur Rinpoche (1975-  ). Tradução de Marcos Bauch. TRATE A TODOS COMO UM BUDA. “As poucas vezes em que pessoas me perguntam sobre ética são quando ocorrem escândalos ou controvérsias nas comunidades budistas”, diz Mingyur Rinpoche. Mas, como ele observa, a conduta ética sempre foi central para o caminho budista. Aqui, ele explica o que significa viver uma vida virtuosa, o que um aluno deve procurar em um professor, o que fazer quando ocorrerem violações éticas graves e muito mais. Como professor budista, muitas vezes me perguntam sobre meditação e princípios budistas profundos, tais como interdependência e vacuidade. Fico feliz em compartilhar o que sei sobre esses tópicos. Mas tenho notado que as pessoas raramente me perguntam sobre ética e como viver uma vida virtuosa. É verdade que a meditação é importante na tradição budista. Não há dúvida sobre isso. O mesmo pode ser dito sobre estudar ideias e filosofias budistas. Mas, em muitos aspectos, a ética e a virtude são o fundamento do caminho budista. O próprio Buda viveu uma vida de bondade, humildade e compaixão. Ele incorporou completamente os ensinamentos que deu, e a sangha que cresceu ao seu redor seguia seu exemplo. Houve muitas ocasiões em que os alunos começaram a sair dos trilhos e agiram de forma inadequada – algumas vezes de forma hilária -, mas esses incidentes foram utilizados como oportunidades para esclarecer valores importantes e para mostrar à comunidade como viver uma vida de virtude. Desde os primórdios do budismo, a conduta ética foi tão central para o caminho quanto a meditação, o estudo e a contemplação. Hoje em dia, as poucas vezes em que as pessoas me perguntam sobre ética são quando ocorrem escândalos ou controvérsias nas comunidades budistas. Apesar da clara importância da não-violência e da compaixão na tradição budista, muitos estudantes não sabem como lidar com essas situações. Eu consigo entender por que eles ficam confusos. Existem muitas linhagens e escolas budistas diferentes e é difícil acompanhar todos os seus diferentes ensinamentos, práticas e estruturas éticas. Isto é especialmente verdadeiro na tradição tibetana, onde temos TRÊS ABORDAGENS DIFERENTES – QUE CHAMAMOS DE YUNAS OU “VEÍCULOS” – unidas em um único caminho de prática budista. Estes são, o veículo Fundamental da liberação individual, o veículo Mahayana da grande compaixão e o veículo Vajrayana do despertar indestrutível. Essa combinação é um dos aspectos únicos e belos do budismo tibetano, mas que nem sempre torna as coisas mais simples. ÉTICA NO BUDISMO TIBETANO. No budismo tibetano praticamos os três yanas juntos, e isso inclui a prática da ética. Deixe-me esclarecer. O princípio ético mais básico no yana da liberação individual é a não-violência, o compromisso de evitar prejudicar os outros a todo custo. Quando adicionamos o Mahayana, não nos esquecemos da não-violência, mas damos um passo adiante, com a prática de bodhichitta. Este é o compromisso de ajudar todos os seres a se tornarem completamente iluminados. Por fim, o Vajrayana traz a noção de percepção pura. Ao praticar o Vajrayana, permanecemos firmemente fundamentados na não-violência e na motivação altruísta de bodhichitta, mas tomamos a visão da fruição. Nós tratamos tudo e todos como a personificação do despertar. Comprometemo-nos a ver a nós mesmos, aos outros e ao mundo que nos rodeia como fundamentalmente puro, completo e perfeito. Este ideal de percepção pura é incorporado no princípio de samaya, os compromissos formais aos quais um praticante Vajrayana adere. Há muitos detalhes sobre samaya, mas colocando de forma simples, a essência de samaya é praticar a percepção pura da melhor forma, dentro de suas habilidades. Muitas pessoas não compreendem samaya e pensam que se refere apenas a ver o professor como um buda, um ser completamente iluminado. Isso é parte dosamaya, mas falta o ponto chave. Samaya é sobre ver tudo e todos pela da lente da percepção pura. O único propósito de ver o professor como um buda é para que possamos ver essas mesmas qualidades despertas em nós mesmos, nos outros e no mundo que nos rodeia. É uma ferramenta que nos ajuda a ganhar confiança na pureza da nossa verdadeira natureza. A prática Vajrayana está enraizada nos ideais de não-violência e grande compaixão. Não há Vajrayana sem eles. Então como podemos usar esses princípios para nos guiar em questões importantes, como encontrar um professor autêntico e trabalhar com os inevitáveis desafios que surgem na vida em comunidade? O PONTO DA PRÁTICA. O primeiro ponto que eu gostaria de trazer é, provavelmente, óbvio. Nossa prática deveria revelar o melhor em nós enquanto seres humanos. Ela deveria aflorar a nossa sabedoria inata, a nossa sanidade básica e a bússola moral que todos nós temos (mesmo que a gente não saiba disso). A maneira mais básica de medir nossa prática, portanto, é o grau em que nos aproximamos dos ideais simples de bondade, humildade, honestidade e sabedoria. Se – como indivíduos ou como comunidades – nos vemos indo na direção contrária, algo está fora do trilho. Nenhum de nós atuará perfeitamente em todas as situações, mas com o tempo deveria haver um movimento claro em direção a esses valores humanos básicos e universais. Isto é especialmente verdadeiro para professores espirituais. Professores budistas são modelos e guias para as comunidades que lideram, e representam a tradição budista para o mundo não-budista. Se, como estudantes dos ensinamentos do Buda, nos esforçamos em sermos gentis, humildes e dedicados à prática, então faz sentido achar que nossos guias deveriam personificar essas qualidades. Eles deveriam nos inspirar com a sua bondade e devoção. Eles deveriam incutir confiança pelo cuidado e preocupação que eles demonstram com os outros. Claro, não devemos esperar a perfeição, mas nem é preciso dizer que as pessoas que guiam outro deveriam praticar o que pregam. ENCONTRANDO UM PROFESSOR GENUÍNO. Quando se trata de encontrar um professor genuíno, existem quatro coisas que são especialmente importantes. O primeiro é que o professor deveria fazer parte de uma linhagem autêntica. Os professores genuínos não se promovem; eles promovem sua linhagem. Se um professor se gaba de suas qualidades e realização e faz de sua prática um show, isso provavelmente é uma indicação de que algo não está certo. Mas se um professor estudou e praticou sob a orientação de outros professores respeitados e honra sua linhagem ao defender seus valores e tradições, isso é um bom sinal. A linhagem sozinha não faz um professor ser genuíno, mas é importante. A segunda qualidade que devemos procurar é o comprometimento em estudar e praticar. Este é bastante óbvio. Você não tomaria aulas de piano de alguém que não toca bem, não é mesmo? Claro que não. O mesmo se aplica aqui. Se você confia seu bem-estar espiritual à alguém, você deve ter certeza de que essa pessoa conhece o caminho em primeira mão. Para isso, eles devem ter um compromisso claro com sua própria prática e treinamento. A terceira qualidade essencial é a compaixão. Como estudantes, precisamos ter certeza de que nosso professor está do nosso lado – de que eles levem nossos melhores interesses no coração e se preocupem profundamente conosco e com nosso progresso no caminho. A confiança é fundamental aqui. Um professor genuíno é confiável e coloca as necessidades do aluno em primeiro lugar. O sinal de que um professor tem essa qualidade é que os alunos se sentem seguros e protegidos sob seus cuidados. Eles sabem que, não importa o que estiver acontecendo em sua vida, seu professor sempre estará lá para orientá-los e apoiá-los. A quarta e última qualidade é aquela que se relaciona mais diretamente com a ética. Um professor genuíno deveria sustentar seus votos e preceitos. Na tradição tibetana, isso significa que ele mantém todos os votos monásticos ou leigos que tenha tomado, adere aos votos de bodhisattva do Mahayana e mantém os votos de samaya do Vajrayana. Isso não é algo fácil, mas é muito importante. Há muitos detalhes incluídos neste ponto, e, como estudantes, talvez não possamos saber exatamente quais os votos que uma pessoa detém. Mas podemos perguntar e verificar se há alguma dúvida sobre o comportamento ou a conduta de um professor. Esse é uma boa forma de começar. Nestes tempos, não é fácil encontrar um professor perfeito. O tempo do Buda, quando as pessoas pareciam se iluminar simplesmente aparecendo na frente dele, já se foi. Podemos não encontrar um professor que incorpora perfeitamente essas quatro qualidades, mas ele deve ter todas elas até certo ponto. Se uma ou mais dessas qualidades está completamente ausente em um professor, provavelmente é melhor seguir procurando. DEIXANDO UM PROFESSOR. Essas quatro qualidades são uma boa orientação geral a seguir ao procurar um professor. Mas, mesmo quando fazemos o nosso melhor para primeiro investigar um professor, muitas vezes nós só conhecemos o professor realmente depois que nos tornarmos seus alunos. No mundo moderno, a maioria de nós não tem um mosteiro ou um especialista budista por perto. Nós não conhecemos, necessariamente, todos os detalhes sobre um professor, ou nem mesmo temos alguém a quem possamos perguntar. Então, o que fazemos quando descobrimos que um professor não é exatamente o que esperávamos? Muitos estudantes do budismo tibetano pensam, erroneamente, que não podem ou não devem abandonar um professor depois de se comprometerem com ele. Não é bem o caso. O ponto principal da relação professor-aluno é que ela deve beneficiar o aluno. Não deveria visar o ganho ou lucro do professor. Se você tentou o seu melhor e descobriu que não deu certo, você pode procurar outro professor. Isso não é um problema ou falha pessoal. É bom senso. A melhor maneira de sair é fazê-lo sem falar mal do professor ou criar dificuldades para aqueles que podem se beneficiar do professor e da comunidade. Saia de forma amigável, ou pelo menos, não saia em condições ruins. Basta seguir em frente com humildade e não se sinta mal com o fato de que não funcionou. A ressalva que eu gostaria de acrescentar aqui é que é importante ser honesto consigo mesmo. Deixar um professor ou uma comunidade em que você não se ajustou bem é compreensível, mas se você achar todos os professores indignos do seu tempo, então talvez você possa olhar mais fundo, olhar os seus próprios padrões, para ver o que está acontecendo. Pode ser difícil fazer qualquer progresso no caminho se você estiver procurando pela perfeição. VIOLAÇÕES ÉTICAS GRAVES. Contudo, o assunto é totalmente diferente quando um professor está cometendo graves violações éticas. Deixar um professor em condições amigáveis faz sentido quando o caso é apenas uma questão de adequação entre professor e aluno. Quando o caso é que pessoas estão sendo feridas ou leis estão sendo quebradas, a situação é diferente. Nesse caso, a violação das normas éticas precisa ser abordada. Se ocorreu abuso físico ou sexual, ou se há impropriedade financeira ou outras violações éticas, é do melhor interesse dos alunos, da comunidade e, em última instância, do professor, resolver os problemas. Acima de tudo, se alguém está sendo prejudicado, a segurança da vítima vem em primeiro lugar. Este não é um princípio budista. Este é um valor humano básico e nunca deve ser violado. A resposta apropriada depende da situação. Em alguns casos, se um professor atuou de forma inadequada ou prejudicial, mas reconhece o erro e se compromete a evitá-lo no futuro, então, lidar com o assunto internamente pode ser adequado. Mas se existe um padrão recorrente de violações éticas, ou se o abuso é extremo, ou se o professor não está disposto a assumir a responsabilidade, é apropriado trazer o comportamento à público. Nestas circunstâncias, não é uma violação de samaya trazer informações dolorosas à tona. Apontar comportamentos destrutivos é um passo necessário para proteger aqueles que estão sendo prejudicados ou que correm o risco de serem prejudicados no futuro e salvaguardar a saúde da comunidade. LOUCA SABEDORIA. A tradição Vajrayana tem histórias de iogues, ioguines e professores excêntricos que usaram métodos extremos para orientar seus alunos. A história de Marpa pedindo a Milarepa para construir e depois desmantelar uma série de torres de pedra é, talvez, o exemplo mais famoso disso. Esta tradição de “louca sabedoria” pode ser autêntica, mas, infelizmente, muitas vezes é invocada como uma racionalização para comportamentos antiéticos que não tem nada a ver com sabedoria ou compaixão. A coisa mais importante a saber sobre esses estilos de ensino incomuns é que eles são destinados a beneficiar o aluno. Se eles não estão enraizados na compaixão e na sabedoria, eles não são genuínos. Ações que são enraizadas na compaixão e na sabedoria – mesmo quando pareçam ser estranhas, excêntricas ou mesmo iradas – não provocam medo ou ansiedade. Elas fazem florescer a compaixão e sabedoria no aluno. Em outras palavras, os resultados de uma verdadeira “louca sabedoria” são sempre positivos e visíveis. Quando um professor usa uma abordagem extrema, enraizada na compaixão, o resultado é crescimento espiritual e não trauma. Trauma é um sinal claro de que o comportamento de “louca sabedoria” não contava com a sabedoria para ver o que realmente beneficiaria o aluno, ou a compaixão que coloca o interesse do aluno em primeiro lugar, ou ambos. Também vale a pena notar que esses estilos de ensinamentos extremos que vemos na história do Vajrayana ocorreram em um contexto de vínculo espiritual muito maduro entre professor e aluno. Eles não eram tão comuns. Marpa não fez todos os seus alunos construírem torres de pedra. Na verdade, ele tratou seus outros alunos de forma muito diferente de como tratou Milarepa. Mas ele viu o potencial de Milarepa e a abordagem que o beneficiaria mais. O resto é história. Milarepa se iluminou e se tornou um dos maiores sábios do Tibete. Não só esses métodos de ensino extremos são usados apenas com estudantes muito maduros e no contexto de uma relação de confiança e devoção estáveis, eles também são um último recurso. Diz-se que existem quatro tipos de atividades iluminadas: pacíficas, magnetizadoras, enriquecedoras e iradas. A atividade irada é usada apenas para aqueles que não são receptivos a abordagens mais sutis. Então, novamente, esse estilo não é uma norma, mas algo assim só é empregado em certas circunstâncias. Assim, devemos distinguir os professores excêntricos ou provocativos – mas fundamentalmente compassivos e habilidosos – daqueles que realmente estão prejudicando os alunos e causando trauma. Estas são duas coisas muito diferentes, e é importante que não as misturemos. Há muitos professores que forçam e provocam estudantes para ajudá-los a aprender sobre suas próprias mentes, mas isso não é abuso. O abuso físico, sexual e psicológico não são ferramentas para ensinar. O VAJRAYANA NO MUNDO MODERNO. Agora que o mundo está tão interligado, a ética é mais importante do que nunca. Em certo sentido, nós, praticantes budistas, estamos todos representando os ensinamentos do Buda para o mundo. Qualquer um pode aprender sobre este professor ou aquela sangha com alguns cliques do mouse e uma rápida pesquisa no Google. Isso é bom, porque torna toda a tradição mais transparente. O comportamento ético – e as violações éticas – são mais visíveis do que em tempos anteriores. Nem é preciso dizer que, quando se espera que escolas, empresas e outras instituições públicas adotem um código de conduta e as leis da terra, as organizações espirituais deveriam ser modelos de comportamento ético. E os professores ainda mais. Ao longo da história, um dos papéis mais importantes dos professores budistas e da sangha budista foi exatamente esse. Eles serviam como modelos de comportamento ético para suas comunidades. O budismo Vajrayana é considerado um tesouro precioso pelos tibetanos. É nossa herança espiritual e nosso presente para o mundo. Agora que os ensinamentos e práticas dessa tradição estão se espalhando pelo mundo, é importante entendermos a tradição e como trabalhar com seus ensinamentos poderosos. Como eu disse, o cerne da tradição Vajrayana é que nos esforcemos para personificar a visão pura. Olhamos nossos pensamentos e emoções – até os mais difíceis – como manifestações da consciência além do tempo. Vemos cada pessoa como um Buda, e nós as tratamos como tal. Vemos o mundo em que vivemos como uma terra pura, iluminada do jeito que é. Esta tradição, de tratar tudo e todos como se estivéssemos encontrando o Buda face-a-face, é a nossa principal prática no Vajrayana. É o sangue da nossa tradição e o padrão ético mais elevado a que podemos aspirar. Hoje em dia, com confusão e conflito por todos os lados, o mundo precisa disso mais do que nunca. www.budavirtual.com.br. Abraço. Davi

 

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

O MUNDO DOS ORIXÁS - IANSÃ

 

Religião Afrodescendente. Candomble. www.ocandomble.com. O MUNDO DOS ORIXÁS – IANSÃ. A missão divina da Mãe Terra (Edan – Onile). Quando a divina e poderosa mãe Edán (Onile Ogboduora) fez sua aparição nesta Terra, ela fez isso com um propósito específico e sagrado. Sua manifestação nesta Terra sinalizou uma nova oportunidade para a humanidade se renovar, progredir e ter uma vida equilibrada. Sua aparição marcou um novo começo para toda a humanidade e não apenas o povo privilegiado dos yorùbá. Seu objetivo e propósito era, e é, de alcance universal. Èdán veio para trazer cura, ordem, harmonia, abrigando preceitos divinos e equilíbrio para as comunidades da Terra em geral e cada ser humano em particular. Você deve se lembrar e ter em mente que Èdán não é um ser humano. Èdán não é yorùbá, chinês, americano, oriental ou ocidental. Èdán é uma personagem divina de habilidades extraordinárias e poderes supra-humanos. Èdán não é deste mundo. Ela vem de um reino glorioso e inconcebível de santidade, beleza e poder. A inteligência, compreensão, força, atratividade e carisma da mãe divina Èdán é extraordinária, penetrante e excepcional. Èdán pode ver a profundidade e a realidade das coisas. Ela não pode ser enganada, manipulada ou subornada, ela não comete erros na administração de sua dispensação (ato de dividir). Ela está além do alcance da influência humana. Ela nunca cairá ou balançará à mesquinhez e a inconstância, que é comum entre a humanidade. Sua visão divina nunca é obstruída e sua atividade não pode ser prejudicada. Sua virtude, caráter, personalidade e carisma são sem igual. Mesmo Ọrúnmìlà reconheceu sua grandeza, eficiência, capacidade e singularidade. Foi, afinal, Ọrúnmìlà quem invocou Èdán, sua amiga e sócia divina para apoio, soluções e alívio! Quando Èdán desceu do reino dos Irunmọlẹ a esta Terra, ela apareceu com a plenitude da autoridade divina, poder e comando. Todos Ajogùn interno, externo e Elénìní fugiram diante dela. Com o poder de sua majestosa personalidade, divinamente atraente, beleza, carisma e àşé ela foi capaz de libertar e entregar os corações e as mentes dos pensamentos negativos, atitudes e energias prejudiciais que oprimiam e dominavam os seres humanos. Èdán foi capaz de desarmar as pessoas de suas preocupações, medos e inseguranças. Para aqueles que faziam, que se deliciavam em fazer o errado, o engano, a opressão e a corrupção ela colocava medo nos seus corações para que talvez eles pudessem mudar suas maneiras sob sua administração do perdão, da ordem, da capacitação e da renovação. Tais era, e é, o poder e a influência da mãe divina Èdán. Juntamente com o inseparável, a importação do ase aos membros sensíveis da humanidade, ela deu preceitos e injunções divinas para seus alunos-discípulos para praticar e implementarem em todos os níveis da sociedade e da vida pessoal. Estes seguidores obedientes e confiáveis ​​de Èdán são os Ogboni porque só existe sabedoria, saúde e longa vida com Èdán se as pessoas obedecerem e praticarem seus preceitos. Do lado de fora uma pessoa constituiria um Ogberi (ignorante) porque aparentemente tinha conhecimento e não praticava a verdade, o que é isso, se não o maior ignorância, infelicidade e loucura. Os princípios divinos de Èdán tornaram-se os veículos de sua divina presença, carisma, poder, apoio e influência-retificando a cura. Ter vivido na época do aparecimento de Èdán sobre esta Terra sagrada foi a experiência mais extraordinária, gratificante e maravilhosa. Isto é, a forma divinamente sancionada, a vida que ela estava revelando à humanidade e continua revelando à humanidade. O teimoso, obstinado e beligerante que não fizer, não vai durar muito tempo sob a administração de Èdán. Èdán é naturalmente amável, justa e compreensiva, como a Sagrada Mãe preciosa e amável que ela é, ela proporcionou a todos o perdão, um novo começo sem referência a erros do passado, uma oportunidade para mudar e a bênção para fazer uso de seu apoio pessoal, garantia, inspiração e poder. Èdán está ciente de nossas fragilidades e fraquezas como seres humanos. Ninguém precisa ter medo por causa de suas fraquezas ou falhas. Èdán não pareceu para fazer-nos ricos e famosos. Èdán apareceu para nos fazer participantes da verdadeira vida, saúde, paz, segurança e prosperidade através da prática de seus ensinamentos claros. Èdán apareceu para nos permitir descobrir a nossa nobre e bela natureza divina. Ela veio para restaurar a dignidade, clareza, transparência, saúde moral e limpeza moral de nossas vidas. Èdán inculca a verdade divina para seus seguidores inteligentes e humildes, quando estamos individual e coletivamente para a direita e para dentro, em seguida, nesta ordem interna, a saúde e a retidão serão reveladas e expressas no mundo. As instruções de Èdán não foram e não são sugestões, mas comandos divinamente concedidos e leis. Eles são vinculativos e obrigatórios para toda a humanidade e especialmente para aqueles que se dedicam a Èdán. Para ser Ogboni significa ser o melhor dos melhores. Significa ser um modelo de impecabilidade, idoneidade e confiabilidade. Para ser Ogboni significa estar pessoalmente convencido a perseguir e fazer o que é certo, correto e adequado independentemente de tempos, lugares e / ou circunstâncias. Para ser Ogboni significa ter auto iniciativa, ser responsável e fazer o que é certo para o bem do amor da verdade e não ser visto, elogiado e aplaudido por outros. Iniciação formal sozinha não faz de você um seguidor de Èdán. O que é importante não é que outras pessoas te chamem de Ogboni, mas que Èdán te reconhece e o aceita como um dos seus verdadeiros, leais e obedientes filhos. O que é importante é que você seja Ogboni 24 horas por dia em seus pensamentos, atitudes, ações e relacionamentos. Ogboni é uma forma global e abrangente de viver. Uma delas é ser Ogboni o tempo todo para que Èdán, ela mesma, possa garantir que você é um Ogboni genuíno, verdadeiro, com honra, humildade, alegria e realização digna. Os ritos de iniciação Ogboni foram desenvolvidos mais tarde por Èdán e seus seguidores, mas, inicialmente, a verdadeira iniciação era uma mudança espiritual de coração, mente e vida como um resultado do encontro com Èdán, sua personalidade, seu caráter, seu carisma, encantamento, inspiração, autoridade e poder, tudo foi expresso e manifestado através de tudo que Èdán fez. Tudo que Èdán fez foi cheio de graciosidade, dignidade e poder. Não foi através de ritos e rituais que Èdán mudou o mundo, mas pela graça divina, pelas maneiras, inteligência e conduta. Èdán por suas maneiras, caráter, personalidade e conduta comandou o respeito, reverência, confiança e obediência de todos aqueles com coração sincero e bom. O verdadeiro símbolo de honra e título de um Ogboni autêntica o caráter, a virtude, a bondade e a imparcialidade que ele pratica. Conformidade exterior e aderência superficial com o protocolo Ogboni para o bem das pessoas não faz de você um Ogboni, não importa o seu título ou o quanto você está velho. Èdán deu seu amor, vida e foco total e dedicação à humanidade. Para ser Ogboni você tem que dar o seu tudo para a missão divina de Èdán e você deve procurar com sua força, habilidade, atividade e meios transferir o conhecimento de Èdán a todos os povos do mundo. Isto é o que é significa ser Ogboni. Ogboni não é uma instituição humana. Ogboni não é um negócio. Ogboni não é um clube. Ogboni é uma vocação divina e sagrada. Èdán era uma revolucionária espiritual, divina, missionária, diplomática e embaixadora da boa vontade e da esperança. Nós também devemos ser isso. Devemos buscar a propagação do Ogbonismo. Não os chamados clubes Ogboni e instituições formais, devemos propagar a verdade e a realidade que Èdán promoveu e instituiu para toda a humanidade. A humildade e o serviço vêm antes da honra, do orgulho, da presunção. Èdán diz que a indiferença precede a queda. Ancestral Pride Temple. Templo Orgulho Ancestral. ORIXÁ IANSÃ. Os orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada Orixá, aproxima-os dos seres humanos, pois eles manifestam-se através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada orixá tem ainda o seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários. Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, cada orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem os seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente. Estes deuses da Natureza são divididos em 4 elementos – Água, Terra, Fogo e Ar. Alguns estudiosos ainda vão mais longe e afirmam que são 400 o número de Orixás básicos divididos em 100 do Fogo, 100 da Terra, 100 do Ar e 100 da Água, enquanto que, na Astrologia, são 3 do Fogo, 3 da Terra, 3 do Ar e 3 da Água. Porém os tipos mais conhecidos entre nós formam um grupo de 16 deuses. Eles também estão associados à corrente energética de alguma força da natureza. Assim, Iansã é a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras analogias. No Candomblé cultuam-se muitos outros orixás, desconhecidos por leigos, por serem menos populares do que Xangô, Iansã, Oxossi e outros, mas com um significado muito forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns são necessariamente cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que regem, para a saúde, morte, prosperidade e diversos assuntos que afligem o dia-a-dia das pessoas. Estes deuses africanos são considerados intermediários entre os homens e Deus, e por possuírem emoções tão próximas dos seres humanos, conseguem reconhecer os nossos caprichos, os nossos amores, os nossos desejos. É muito frequente dizer-se que as personalidades dos seus filhos são consequência dos orixás que regem as suas cabeças, desenvolvendo características iguais às destes deuses africanos. Apresento a seguir as descrições dos 16 Orixás mais cultuados. Recordo, no entanto, que existem diversas correntes no Candomblé e por essa razão as informações poderão ser diferentes de acordo com a tradição ou região. ORIXÁ IANSÃ. Dia: Quarta-feira. Cores: Marrom, Vermelho e Rosa. Símbolos: Espada e Eruexin. Elementos: Ar em movimento,qualquer tipo de vento, Fogo. Domínios: Tempestades, Ventanias, Raios, Morte. Saudação: Epahei! O maior e mais importante rio da Nigéria chama-se Níger, é imponente e atravessa todo o país. Rasgado, espalha-se pelas principais cidades através de seus afluentes por esse motivo tornou-se conhecido com o nome Odò Oya, já que ya, em iorubá, significa rasgar, espalhar. Esse rio é a morada da mulher mais poderosa da África negra, a mãe dos nove orum, dos nove filhos, do rio de nove braços, a mãe do nove, Ìyá Mésàn, Iansã (Yánsàn). Embora seja saudada como a deusa do rio Níger, está relacionada com o elemento fogo. Na realidade, indica a união de elementos contraditórios, pois nasce da água e do fogo, da tempestade, de um raio que corta o céu no meio de uma chuva, é a filha do fogo-Omo Iná. A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios, das ventanias, do tempo que se fecha sem chover. Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é a sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra o seu amor e a sua alegria contagiantes, na mesma proporção que exterioriza a sua raiva, o seu ódio. Dessa forma, passou a identificar-se muito mais com todas as atividades relacionadas com o homem, que são desenvolvidas fora do lar; portanto não aprecia os afazeres domésticos, rejeitando o papel feminino tradicional. Iansã é a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento. O fato de estar relacionada com funções tipicamente masculinas não afasta Iansã das características próprias de uma mulher sensual, fogosa, ardente; ela é extremamente feminina e o seu número de paixões mostra a forte atracção que sente pelo sexo oposto. Iansã (Oyá) teve muitos homens e verdadeiramente amou todos. Graças aos seus amores, conquistou grandes poderes e tornou-se orixá. Assim, Iansã tornou-se mulher de quase todos os orixás. Ela é arrebatadora, sensual e provocante, mas quando ama um homem só se interessa por ele, portanto é extremamente fiel e possessiva. Todavia, a fidelidade de Iansã não está necessariamente relacionada a um homem, mas às suas convicções e aos seus sentimentos. Algumas passagens da história de Iansã relacionam-na com antigos cultos agrários africanos ligados à fecundidade, e é por isso que a menção aos chifres de novilho ou búfalo, símbolos de virilidade, surgem sempre nas suas histórias. Iansã é a única que pode segurar os chifres de um búfalo, pois essa mulher cheia de encantos foi capaz de transforma-se em búfalo e tornar-se mulher da guerra e da caça. Oyá é a mulher que sai em busca do sustento; ela quer um homem para amá-la e não para sustentá-la. Desperta pronta para a guerra, para a sua lida do dia-a-dia, não tem medo do batente: luta e vence. Características dos filhos de Iansã / Oyá. Para os filhos de Oyá, viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas, tudo para elas é festa. Escolhem os seus caminhos mais por paixão do que por reflexão. Em vez de ficar em casa, vão à luta e conquistam o que desejam. São pessoas atiradas, extrovertidas e diretas, que jamais escondem os seus sentimentos, seja de felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões e de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido. Isso não é prova de promiscuidade, pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam. Estas pessoas tendem a ser autoritárias e possessivas; o seu génio muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para essas guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam os seus impulsos, aí, são capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa, que deve permitir que se tornem os senhores da situação. Os filhos de Oyá, na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis, mas cuidado, os mais prudentes, no entanto, não ousariam confiar-lhe um segredo, pois, se mais tarde acontecer uma desavença, um filho de Oyá não pensará antes de usar tudo que lhe foi contado como arma. O seu comportamento pode ser explosivo, como uma tempestade, ou calmo, como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa o tira do sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte: batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, matam se for preciso. Orikí de Oyá. Eèpàrìpàà! Odò ìyá! “ORI O! ORI OYA, MO GBE DE. OYA MESAN, MESAN, MESAN. OYA ORIRI, O, O, O. OYA MESAN, A JI LODA ORISA. ORI O. ORI OL’ OYA, MO GBE DE. ORI MI! ORI OYA , MO GBE DE.” “O ORI do iniciado, O ORI daquele que é iniciado em OYA está aqui. OYA , que se desdobra em nove partes. OYA , a grande mulher, charmosa e elegante. OYA , que se desdobra em nove partes. ORISA que usa a espada ao acordar. O ORI do iniciado, O ORI daquele que é iniciado em OYA está aqui. Meu ORI. O ORI daquele que é iniciado em OYA está aqui”. www.ocandomble.com. Abraço. Davi