Islamismo. O Alcorão Sagrado.
AAL IMRAN (A FAMÍLIA DE IMRAN). Revelada em Medina com 200 versículos. 3ª
Surata. Quanto àqueles, cujos rostos resplandecerão, terão a misericórdia de
Deus, da qual gozarão eternamente. Estes são os versículos de Deus, que em verdade
te recitamos. Deus jamais deseja a injustiça para a humanidade. A Deus pertence
tudo quanto há nos céus e na terra, e todos os assuntos retornarão a Deus. Sois
a melhor nação que surgiu na humanidade, porque recomendais o bem, proibis o
ilícito e credes em Deus (173). Se os adeptos do Livro cressem, melhor seria
para eles. Entre eles há fiéis; porém, a sua maioria é depravada. Porém, não
poderão vos causar nenhum mal; e caso viessem a vos combater, bateriam em
retirada e jamais seriam socorridos. Estarão na ignomínia onde se encontrarem,
a menos que se apeguem ao vínculo com Deus e ao vínculo com o homem. E
incorreram na abominação de Deus e foram vilipendiados, por terem negado os
Seus versículos, morto iniquamente os profetas, bem como por terem desobedecido
e transgredido os limites. Os adeptos do Livros não são todos iguais: entre
eles há uma comunidade justiceira, cujos membros recitam os versículos de Deus,
durante a noite, e se prostram ante o seu Senhor. Creem em Deus e no Dia do
Juízo Final, aconselham o bem e proíbem o ilícito, e se emulam nas boas ações.
Estes contar-se-ão entre os virtuosos. Todo o bem que façam jamais lhes será
desmerecido, porque Deus bem conhecem os que o Temem. Aos incrédulos de nada
valerão a fortuna e os filhos, ante Deus, porque serão condenados ao inferno,
onde permanecerão eternamente. O exemplo deles, ao despenderem (174) neste
mundo, é como o exemplo de um povo condenado, cujas semeaduras são açoitadas e
arrasadas por um vento glacial. Mas não é Deus que os condena, mas sim eles
próprios. Ó fiéis, não tomeis por confidentes a outros que não sejam vossos,
porque eles tratarão de vos arruinar e de vos corromper, posto que só
ambicionam a vossa perdição. O ódio já se tem manifestado por suas bocas;
porém, o que ocultam em seus corações é ainda pior. Já vos elucidamos os
sinais, e sois sensatos. E eis que vós os amais; porém, eles não vos amam,
apesar de crerdes em todo o Livro (175); porém, eles, quando vos encontram,
dizem: Cremos! Mas quando estão a sós mordem os dedos de raiva. Dize-lhes:
Morrei, com a vossa raiva! Sabei que Deus bem conhece o íntimo dos corações.
Quando sois agraciados com um bem, eles ficam aflitos; porém, se vos açoita uma
desgraça, regozijam-se. Mas se perseverardes e temerdes a Deus, em nada vos
prejudicarão as suas conspirações. Deus está inteirado de tudo quanto fazem.
Recordar-te (ó Mensageiro) de quando saíste do teu lar, ao amanhecer, para
assinalar aos fiéis a sua posição no campo de batalha (176). Sabe que Deus é
Oniouvinte, Sapientíssimo. E de quando dois grupos dos teus pensaram em
acovardar-se, apesar de ser Deus o seu Protetor. Que a Deus se encomendem os
fiéis. Sem dúvida que Deus vos socorreu, em Badr (177), quando estáveis em
inferioridade de condições. Temei, pois, a Deus e agradecei-Lhe. E de quando
disseste aos fiéis: Não vos basta que vosso Senhor vos socorra com o envio
celestial de três mil anjos? Sim! Se fordes perseverantes, temerdes a Deus, e
se vos atacarem imediatamente, vosso Senhor vos socorrerá, com cinco mil anjos
bem treinados. Deus não o fez como anúncio para vós, a fim de sossegar os
vossos corações. Sabei que o socorro só emana de Deus, o Poderoso, o
Prudentíssimo. Assim o fez para aniquilar um falange de incrédulos (178) e
afrontá-los, fazendo com que fugissem frustrados. Não é da tua alçada, mas de
Deus, absolvê-los ou castigá-los, porque são iníquos. A Deus pertence tudo
quando há nos céus e na terra. Perdoa a quem Lhe apraz e castiga a quem deseja,
porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo. Ó fiéis, não exerçais a usura,
multiplicando (o emprestado) e temei a Deus para que prospereis, (179). E
precavei-vos do fogo infernal, que está preparado para os incrédulos. Obedecei
a Deus e ao Mensageiro, a fim de que sejais compadecidos. Sacrificai-vos em
obter a indulgência do vosso Senhor e um Paraíso, cuja amplitude é igual à dos
céus e da terra, preparado para os tementes, (180). Que fazem caridade, tanto
na prosperidade, como na adversidade; que reprimem a cólera; que indultam o
próximo. Sabei que Deus aprecia os benfeitores. Que, quando cometem uma
obscenidade ou se condenam, mencionam a Deus e imploram o perdão por seus
pecados – mas quem, senão Deus perdoa os pecados? – e não reincidem, com
conhecimento, no que cometeram. Para estes a recompensa será uma indulgência do
seu Senhor, terão jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde morarão
eternamente. Quão excelente é a recompensa dos diligentes! Já houve exemplos,
antes de vós (181); percorrei, pois, a terra e observai qual foi a sorte dos
desmentidores. Este Alcorão é uma declaração aos humanos, orientação e
exortação para os tementes. Não desanimeis, nem vos aflijais, porque sempre
saireis vitoriosos, se fordes fiéis. Quando receberdes algum ferimento (182),
sabei que os outros já sofreram ferimento semelhante. E tais dias de infortúnio
são alternados, entre os humanos, para que Deus Se assegure dos fiéis e
escolha, dentre vós, os mártires; sabei que Deus não aprecia os iníquos. E
assim faz Deus para purificar os fiéis e aniquilar os incrédulos. Pretendeis,
acaso, entrar no Paraíso, sem que Deus Se assegure daqueles, dentre vós, que
combatem e são perseverantes? Aneláveis a morte antes de vos terdes deparado
com ela. Viste-la, então, como os vossos próprios olhos (183)! Mohammad não é
senão um Mensageiro, a quem outros mensageiros precederam. Porventura, se
morresse ou fosse morto, voltaríeis à incredulidade? (184) Mas quem voltar a
ela em nada prejudicará Deus; e Deus recompensará os agradecidos. Não é dado a
nenhum ser morrer, sem a vontade de Deus; é um destino prefixado. E a quem
desejar a recompensa terrena, concederemos (185); e a quem desejar a recompensa
da outra vida, concederemos, igualmente; também recompensaremos os agradecidos.
Quantos profetas e, com eles, quantos grupos lutaram pela causa de Deus, sem
desanimarem com o que lhes aconteceu; não se acovardaram, nem se renderam! Deus
aprecia os perseverantes. Eles nada disseram, além de: Ó Senhor nosso,
perdoa-nos por nosso pecados e por nossos excessos; firma os nossos passos e
concede-nos a vitória sobre os incrédulos! Deus lhes concedeu a recompensa
terrena e a bem-aventurança na outra vida, porque Deus aprecia os benfeitores.
Ó fiéis, se obedecerdes aos incrédulos, eles vos farão voltar ao que éreis
antes, e sereis desventurados. Mas Deus é vosso Protetor, e é o melhor dos
socorredores. Infundiremos terror nos corações dos incrédulos, por terem
atribuído parceiros a Deus, sem que Ele lhes tivesse conferido autoridade
alguma para isso. Sua morada será o fogo infernal. Quão funesta é a morada dos
iníquos! Deus cumpriu a Sua promessa quanto, com a Sua anuência, aniquilastes
os incrédulos, até que começastes a vacilar e disputar acerca da ordem (186) e
a desobedecestes, apesar de Deus vos Ter mostrado tudo o que aneláveis (187).
Uma parte de vós ambicionava a vida terrena, enquanto a outra aspirava à
futura. Então, Deus vos desviou dos vossos inimigos, para provar-vos; porém,
Ele vos indultou, porque é gracioso para com os fiéis. Recordai-vos de quando
subistes a colina às cegas, enquanto o Mensageiro ia pela retaguarda,
incitando-vos ao combate. Foi então que Deus vos infligiu angústia após
angústia, para ensinar-vos a não lamentardes pelo que haveis perdido (188), nem
pelo que vos havia acontecido, porque está bem inteirado de tudo quanto fazeis.
Logo depois da angústia, infundiu-vos uma calmo sono (189), que envolveu alguns
de vós, enquanto outros, preocupados consigo próprios, puseram-se a conjecturar
ignomínias acerca de Deus, como na era da idolatria, dizendo: Tivemos, acaso,
alguma escolha (190)? Responde-lhes: A escolha pertence inteiramente a Deus! E
eis que eles guardam para si o que noa te manifestam, dizendo mais: Se
houvéssemos tido escolha, não teríamos sido chacinados. Dize-lhes: Sabei que,
mesmo que tivésseis permanecido nas vossas casas, certamente, àqueles dentre
vós, aos quais estava decretada a morte, esta apareceria, no local de sua
morte. Isso, para que Deus comprovasse o que ensejáveis e purificasse o que
havia em vossos corações; sabei que Deus conhece dos peitos as intimidades.
Aqueles que desertaram (191), no dia do encontro dos dois grupos, foram
seduzidos por Satanás pelo que haviam perpetrado; porém Deus os indultou porque
é Tolerante, Indulgentíssimo. Ó fiéis, não sejais como os incrédulos, que dizem
de seus irmãos, quando estes viajam pela terra ou quando estão em combate: Se
tivessem ficado conosco, não teriam morrido, nem sido assassinados! Com isso,
Deus infunde-lhes a angústia nos corações, pois Deus concede a vida e a morte
(192), e Deus bem vê tudo quando fazeis. Mas, se morrerdes ou fordes
assassinados pela causa de Deus, sabei que a Sua indulgência e a Sua clemência
são preferíveis a tudo quando possam acumular (193). E sabei que, tanto se
morrerdes, como ser fordes assassinados, sereis congregados ante Deus. Pela
misericórdia de Deus, foste gentil para com eles (194); porém, tivesses tu sido
insociável ou de coração insensível, eles se teriam afastado de ti. Portanto,
indulta-os implora o perdão para eles e consulta-os nos assuntos do momento. E
quando te decidires, encomenda-te a Deus, porque Deus aprecia aqueles que a Ele
se encomendam. Se Deus vos secundar, ninguém poderá vencer-vos; por outra, se
Ele vos esquecer, quem, em vez d’Ele, vos ajudará? Que os fiéis se encomendem a
Deus! É inadmissível que o profeta fraude (195); mas, o que assim fizer,
comparecerá com o que tiver fraudado, no Dia da Ressurreição, quando cada alma
será recompensada segundo o que tiver feito, e não será injustiçada.
Equiparar-se-á quem tiver seguido o que apraz Deus com quem tiver suscitado a
Sua indignação, cuja morada será o inferno? Que funesto destino! Há distintos
graus de graça e de condenação, aos olhos de Deus, porque Deus, bem vê tudo
quanto fazem. Deus agraciou os fiéis, ao fazer surgir um Mensageiro da sua
estirpe, que lhes ditou os Seus versículos, redimiu-os, e lhes ensinou o Livro
e a Prudência, embora antes estivessem em evidente erro. Qual! Ando sofreis um
revés do adversário, embora inflijais outro duas vezes maior (196), dizeis:
Donde nos provém isto? Responde-lhes: De vós mesmos. Sabei que Deus é
Onipotente. O que vos aconteceu, no dia do encontro das duas hostes, aconteceu
com o beneplácito de Deus, para que se distinguissem os verdadeiros fiéis. E
também se distinguissem os hipócritas, aos quais foi dito: Vinde lutar pela
causa de Deus, ou defender-vos. Disseram: Se soubéssemos combater,
seguir-vos-íamos! Naquele dia, estavam mais perto da incredulidade do que da
fé, porque diziam, com as suas bocas, o que não sentiam os seus corações.
Porém, Deus bem sabe tudo quanto ocultam. São os que, ficando para trás, dizem
de seus irmãos: Se nos tivessem obedecido, não teriam sido mortos! Dize-lhes:
Defendei-vos da morte, se estiverdes certos. E não creiais que aqueles que
sucumbiram pela causa de Deus estejam mortos; ao contrário, vivem, agraciados,
ao lado do seu Senhor (197). Estão jubilosos por tudo quanto Deus lhes concedeu
da Sua graça, e se regozijam por aqueles que ainda não sucumbiram, porque estes
não serão presas do temor, nem se atribularão. Regozijam-se com a mercê e com a
graça de Deus, e Deus jamais frustra a recompensa dos fiéis, Que, mesmo feridos
(198), atendem a Deus e ao Mensageiro. Para os benfeitores e tementes, dentre
eles, haverá uma magnífica recompensa. São aqueles aos quais foi dito: Os
inimigos concentraram-se contra vós; temei-os! Isso aumentou-lhes a fé e
disseram: Deus nos é suficiente. Que excelente Guardião! Pela mercê e pela
graça de Deus, retornaram ilesos. Seguiram o que apraz a Deus; sabei que Deus é
gracioso por excelência. Eis que Satanás induz os seus sequazes. Não os temais;
temei a Mim, se sois fiéis. Que não te atribulem aqueles que se precipitam na
incredulidade, porquanto em nada prejudicam Deus. Deus não os fará compartilhar
da bem-aventurança da vida futura, e assim, sofrerão um severo castigo. Aqueles
que trocam a fé pela incredulidade, em nada prejudicam a Deus, e sofrerão um
doloroso castigo. Que os incrédulos não pensem que os toleramos, para o seu
bem; ao contrário, toleramo-los para que suas faltas sejam aumentadas. Eles
terão um castigo afrontoso. Não é do propósito de Deus abandonar os fiéis no
estado em que vos encontrais, até que Ele separe o corrupto do benigno, nem
tampouco de seu propósito é inteirar-vos do incognoscível (199); Deus escolhe,
para isso, dentre os Seus mensageiros, quem Lhe apraz. Crede em Deus e em Seus
mensageiros; se crerdes em temerdes, obtereis magnífica recompensa. Que os
avarentos, que negam fazer caridade daquilo que com que Deus os agraciou (200),
não pensem que isso é um bem para eles; ao contrário, é prejudicial, porque no
Dia da Ressurreição, irão, acorrentados (201), com aquilo com que mesquinharam.
A Deus pertence a herança dos céus e da terra, porque Deus está bem inteirado
de tudo quanto fazeis. Deus, sem dúvida, ouviu as palavras daqueles que
disseram: Deus é pobre e nós somos ricos. (202) Registramos o que disseram,
assim como a iníquo matança dos profetas, e lhes diremos: Sofrei o tormento da
fogueira. Isso vos ocorrerá, por obra das vossas próprias mãos. Deus não é
injusto para com Seus servos. São aqueles que disseram: Deus nos comprometeu a
não crermos em nenhum mensageiro, até este nos apresente uma oferenda, que o
fogo celestial consumirá. Dize-lhes: Antes de mim, os mensageiros vos
apresentaram as evidências e também o que descreveis. Por que os matastes, então?
Respondei, se estiverdes certos. E se te desmentem, recorda-te de que também
foram desmentidos os mensageiros que, antes de ti, apresentaram as evidências,
os Salmos e o Livro Luminoso (203). Toda a alma provará o sabor da morte (204)
e, no Dia da Ressurreição, sereis recompensado integralmente pelos vossos atos;
quem for afastado do fogo infernal e introduzido no Paraíso, triunfará. Que é a
vida terrena, senão um prazer ilusório (205)? Sem dúvida que sereis testados
quanto aos vossos bens e pessoas(206), e também ouvireis muitas blasfêmias
daqueles que recebem o Livro antes de vós, e dos idólatras; porém, se
perseverardes pacientemente e temerdes a Deus, sabei que isso é um fator
determinante, em todos os assuntos. Recorda-te de quando Deus obteve a promessa
dos adeptos do Livro (207), comprometendo-se a evidenciá-lo (o Livro) aos
homens, e a não ocultá-lo. Mas eles jogaram às costas, negociando-o a vil
preço. Que detestável transação a deles! Não creias que aqueles que se
regozijam pelo que causaram, e aspiram ser louvados pelo que não fizeram (208),
não os creias a salvo do castigo, pois sofrerão doloroso castigo. A Deus
pertence o reino dos céus e da terra, e Deus é Onipotente. Na criação dos céus
e da terra e na alternância do dia e da noite há sinais para os sensatos. Que
mencionam Deus, estando em pé, sentados ou deitados(209), e meditam na criação
dos céus e da terra, dizendo: Ó Senhor nosso, não criaste isto em vão.
Glorificado sejas! Preserva-nos do tormento infernal! Ó Senhor nosso, quanto àqueles
a quem introduzirás no fogo, Tu o aviltarás! Os iníquos não terão socorredores!
Ó Senhor nosso, ouvimos um pregoeiro que nos convoca à fé dizendo: Crede em
vosso Senhor! E cremos. Ó Senhor nosso, perdoa as nossas faltas, redime-nos das
nossas más ações e acolhe-nos entre os virtuosos. Ó Senhor nosso, concede-nos o
que prometeste, por intermédio dos Teus mensageiros, e não aviltes no Dia da
Ressurreição. Tu jamais quebras a promessa. Seu Senhor nos atendeu, dizendo:
Jamais desmerecerei a obra de qualquer um de vós, seja homem ou mulher (210),
porque procedeis uns dos outros. Quanto àqueles que foram expulsos dos seus
lares e migraram, e sofreram pela Minha causa, combateram e foram mortos,
absorvê-los-ei dos seus pecados e os introduzirei em jardins, abaixo dos quais
corres os rios, como recompensa de Deus (211). Sabei que Deus possui a melhor
das recompensas. Que não te enganem, pois (ó Mohammad), as andanças
(mercantilistas) dos incrédulos, na terra. Porque é um gozo transitório e sua
morada será o inferno. Que funesta morada! Entretanto, aqueles que temem a seu
Senhor terão jardins, abaixo dos quais correr os rios, onde morarão
eternamente, como dádiva de Deus. Sabei que o que está ao lado de Deus é o
melhor para os virtuosos. Entre os adeptos do Livro há aqueles que crêem em
Deus, no que vos foi revelado, assim como no que lhes foi revelado,
humilhando-se perante Deus; não negociam os versículos de Deus a vil preço.
Terão sua recompensa ante o seu Senhor, porque Deus é Destro em ajustar contas.
Ó fiéis, perseverai, sede pacientes, estai sempre vigilantes e temei a Deus,
para que prospereis (212). Aláh seja louvado e seu Profeta Muhhamad
abençoado. http://www.ibeipr.com.br. Abraço. Davi.
quinta-feira, 30 de junho de 2016
terça-feira, 28 de junho de 2016
II. O EVANGELHO DE BUDHA.
Budismo.
Texto do Yogi Kharishnanda Saraswati (1922-2001). Capítulo três. A VERDADE
REDENTORA. As coisas do mundo e seus habitantes estão sujeitos a mudanças. São
produtos de algo que já existiu anteriormente. Todo ser vivente é produto de seus anteriores, porque a lei de causa e
efeito é inflexível e sem exceções. Porém, nas coisas que mudam sem cessar
existe sempre um Verdade oculta. A Verdade dá realidade às coisas. A Verdade é
imutável. E a Verdade deseja revelar-se; a Verdade aspira ser consciente; a Verdade
se esforça por conhecer-se a si mesma. A Verdade existe na pedra, porque a
pedra existe verdadeiramente, e não há força no mundo. Deus, homem ou demônio,
que possa fingir que não exista. Porém, a pedra não é consciente. A Verdade
existe na planta e sua vida pode expressar-se: nasce, floresce e frutifica. Sua
beleza é maravilhosa, mas não é consciente. A Verdade existe na animal; o
animal se move, percebe as coisas que o rodeiam, distingue e escolhe. Nele há
consciência; porém, não tem ainda a consciência da Verdade. Existe unicamente a
consciência do eu. A consciência do eu cega os olhos do espírito e oculta a
Verdade. É a origem do erro, a fonte das ilusões e o germe do pecado. O eu (1)
engendra o egoísmo. Todo mal procede do eu. Toda injustiça é produto da
afirmação do eu. O eu é o princípio de todo ódio, da iniquidade, da calúnia, da
impudicícia, da obscenidade, do roubo, da fadiga, da opressão e do derramamento
de sangue. O eu é Mara, o tentador; o malfeitor, o criador do mal. O eu seduz
pelos prazeres. O eu promete um paraíso encantador. O eu é o véu do feiticeiro
Mara. Porém, os prazeres do eu são ilusórios; seu labirinto paradisíaco é o
caminho do inferno, e sua beleza uma chama ao calor do desejo. Quem nos livrará
da tirania do eu? Quem nos salvará de nossas misérias? Quem nos restabelecerá a
vida feliz? Tudo é miséria no mundo de Samsara; tudo é miséria e sofrimento.
Porém, a felicidade da Verdade sobrepuja toda miséria. A Verdade dá a paz ao
espírito ansioso; vence o erro, extingue as chamas do desejo e conduz ao
nirvana. Bem aventurado é aquele que encontra a paz no nirvana. Está livre das
lutas e tribulações da vida, está ao abrigo de todas as transformações, desafia
o nascimento e a morte, e permanece indiferente nos males da vida. Bem aventurado
é aquele em que encarnou a Verdade, porque conseguiu seu fim e se unificou com
a Verdade. É vencedor sem que nada mais possa feri-lo; é glorioso e feliz sem
sofrimento; é forte mesmo sobrecarregado sob o peso do trabalho; é imortal
embora morra. A imortalidade é a essência de sua alma. Bem aventurado aquele
que alcançou o sacro estado de Budha, porque salvará os seus irmãos. A Verdade
reside nele. A perfeita sabedoria esclarece o seu entendimento. A justiça
inspira as suas ações. A Verdade é um poder ativo para o bem, indestrutível e
invencível. Cultivem a Verdade em seu espírito e difundam-na pela humanidade,
porque unicamente a Verdade salva do pecado e da miséria. A Verdade é o Budha,
e o Budha é a Verdade. Bendito seja o Budha. (1). A filosofia hindu divide o
ser humano em Eu superior, que é imortal, espiritual e eterno, e o eu inferior,
que é mortal, material e transitório. O texto se refere ao eu inferior. O
PRÍNCIPE SIDHARTA ALCANÇA O BUDHADO. Capítulo um. O NASCIMENTO DE BUDHA. Havia
em Kapilavastu um rei sákia, firme em seus propósitos e reverenciado pelos
homens, um dos descendentes de Ikchvaku, chamado Suddhodana. Sua esposa,
Mayadevi, era maravilhosamente bela, como um lírio aquático, e de coração tão
puro quanto o lótus. Qual rainha do céu, vivia na Terra, imaculada e pura de
desejos. Seu real marido a reverenciava pela sua santidade, e o espírito da
Verdade desceu sobre ela. Quando
compreendeu que a hora de ser mãe estava próxima, pediu ao rei que a levasse
à casa de seu pai, e Suddhodan, atencioso para com sua esposa e pelo filho que
ia nascer, atendeu, feliz, a esse pedido. Quando Mayadevi atravessava o jardim
de Lumbini, (atual Nepal), chegou a hora: preparou-se então um leito sob uma
árvore com um enorme tronco, e a criança nasceu no alvorecer do dia, radiante e
perfeita. A feliz notícia chegou ao palácio, e o rei Suddhodana mandou que
levassem ao jardim de Lumbini o palanquim de cores refulgentes para transportar
o recém nascido. Então os Anjos, os Lípicas que anotam as ações dos homens,
ocultando o seu angélico esplendor sob humildes roupas de carregadores,
desceram dos mundos superiores para segurar os varais de palanquim. O rei
Suddhodana, porém, que ignorava a presença dos quatro Anjos na Terra, receou
presságios funestos que só findaram no momento em que seus adivinhos previram
que o menino seria um príncipe dominador
do mundo e dotado dos sete dons celestiais. Naquele tempo, o rishi (2) Asita
levava no bosque uma vida de eremita. Era um brâmane de cabelos grisalhos,
cujos ouvidos há muito tempo estavam cerrados às coisas da Terra e percebiam
somente os sons celestiais. Estando ele em oração sob a árvore baniana, ouviu
os cânticos pelos devas (anjos) em louvor ao nascimento do Budha. Pela sua
idade e pelos jejuns que fazia. Asita era afamado tanto pela sua sabedoria como
pela sua habilidade de interpretar os desígnios humanos e fazer profecias. Por
isso, o rei o convidou para ver a regia criança recém nascida. Quando o velho
contemplou o príncipe, chorou e suspirou profundamente. O rei, ao ver as
lágrimas de Asita, perguntou-lhe assustado: O que o Senhor viu em meu filho que
lhe causou tanto sentimento e tanta mágoa? Mas o coração de Asita transbordava
de felicidade, e reconhecendo que o rei estava preocupado, respondeu-lhe: Ó
rei, qual Lua em sua plenitude, Sua Majestade deve sentir viva alegria, porque
gerou um filho de maravilhosa nobreza. Não adoro o Brahma, porém adoro este
menino, que os próprios deuses abandonaram seus templos para virem adorá-lo.
Afaste todo temor e toda dúvida. Os presságios (prognóstico) espirituais
indicam que o recém nascido libertará o mundo. Porém, lembre-se de que sou
velho e não pude reter as lágrimas, pois o meu fim se aproxima. O seu filho
governará o mundo. Nasceu para o bem de toda criatura e de todo ser vivente. A
pureza de sua doutrina se assemelhará à margem que recebe o náufrago. Seu poder
de meditação será com o fervor de um lago, e toda criatura inflamada no ardor
da luxúria se tranquilizará espontaneamente. Sobre o fogo da concupiscência se
estenderá a nuvem da compaixão, apagando-o com a chuva da Lei. Ele abrirá as
pesadas portas do desespero, e livrará todas as criaturas da trama das redes
que elas mesmas teceram com sua loucura e ignorância. O rei da Lei apareceu
para libertar da escravidão os pobres, os miseráveis e os desesperados. E
prostrando-se diante do berço da criança. Asita exclamou: Ó criança! Eu adoro
você. Você é Ele. Vejo a rosada luz impressa na planta dos pés, o suave desenho
da suástica, os 32 sagrados signos capitais e os 80 secundários. Você será
Budha. Pregará a Lei e salvará a todos os que a aprenderem. Não o ouvirei,
porque estou próximo da morte. E dirigindo-se o rei, Asita acrescentou: Sabe, ó
rei, que este seu filho é a Flor da árvore humana, que só produz uma flor após miríades
de anos; porém, quando aberta, enche o mundo como o aroma da Sabedoria e o mel
do Amor. Depois, disse à rainha: E a senhora, doce rainha, amada dos deuses e
dos homens. Devido a este magno acontecimento, já está sagrada demais para
continuar sofrendo. Como a vida é sofrimento, daqui a sete dias chegará sem dor
ao fim da dor. Quando o rei e a rainha ouviram essas palavras de Asita, ficaram
felizes em seus corações e deram ao menino que acabara de nascer o nome de
Savarthasiddh, que quer dizer: Completa prosperidade, ou Êxito feliz, e num
diminutivo carinhoso e familiar o chamaram de Sidharta. Então, a rainha disse à
sua irmã Pradjapati: A mãe que deu à luz um futuro Budha não terá outro filho.
Eu abandonarei logo este mundo, o rei meu esposo e meu filho Sidharta. Quando
eu não mais existir, seja você a mãe dele! E Pradjapati, chorando, prometeu
isso a ela. Na sétima noite, a rainha Mayadevi dormiu sorrindo e não despertou
mais do seu sono. Passou feliz ao seu Trayastrinshas, onde inumeráveis devas
(anjos) adoram e servem a radiante Mãe. Quando a rainha morreu. Pradjjapati
tomou o menino Sidharta e o educou. E assim como pouco a pouco brilha cada vez
mais a luz da Lua, a régia criança cresceu dia a dia em espírito e em corpo: a
Verdade e o amor residiam em seu coração. (2). Rishi, literalmente revelador.
Trata-se de um santo sábio ou iluminado, cantor ou poeta de divina
inspiração. Capítulo dois. SUA JUVENTUDE
E SEU CASAMENTO. Quando o príncipe Sidharta completou 18 anos, o rei mandou
construir para ele três magníficos palácios; um de madeira de cedro, quente,
para o inverno; outro de mármore betado, para o estio, e outro de ladrilhos
cozidos para o outono. Ao redor desses palácios floresciam amenos jardins
regados de alegres arroios e soalhados de formosos bosquezinhos com lindos
caramanchões, onde Sidharta passava horas felizes, pois sua vida era saudável e
em suas veias corria sangue jovem. Logo, porém, as sombras do tédio
obscureceram a alegria do príncipe, como se algo lhe faltasse para completar
esse bem estar. O rei consultou seus ministros, e o mais ancião deles lhe
respondeu: O amor curará esse leve descontentamento. Seu coração virgem deve
ser entretido com o feitiço da graça feminina. Que sabe este jovem da
formosura, o que sejam os encantadores lábios, ou os olhos que jogam o céu no
esquecimento? Una-o uma doce esposa, porque facilmente um cabelo de mulher ata
melhor os pensamentos que nem cadeias de bronze poderiam sujeitar. E o rei
replicou: Se lhe buscarmos esposas, o amor seguramente escolherá com outros
olhos, e se lhe apresentarmos um jardim de belezas para que escolha a flor que
mais o agrade, receberá com doce sorriso o gozo que ignora. O ministro
retrucou: O rei deve ordenar um festival em que as donzelas do reino desfilem
em graça e juventude nos famosos desportes dos sákias. Que o príncipe outorgue
o prêmio à formosura, e quando as vencedoras passarem em frente do seu trono,
notaremos se alguma consegue desvanecer a persistente tristeza de seu semblante
juvenil. Desse modo poderemos escolher para o Amor com os próprios olhos de
Amor. O rei aceitou esse conselho, e, consequentemente, a partir do dia
seguinte os pregoeiros convidaram donzelas formosas para participarem do
concurso de beleza que se celebraria no palácio, onde o príncipe distribuiria
prêmios; um objeto de arte para cada uma, e um de maior valor para a mais
formosa. As donzelas de Kapilavastu encheram os jardins do palácio, vestidas de
vistosos trajes de lindas cores. Lentamente, elas desfilaram diante do trono,
com os olhos fixos no chão, sem se atreverem a erguê-los. Chegou a última, a
jovem Yasodhara. Os que estavam junto ao príncipe viram que ele pareceu ficar
perturbado quando a radiante jovem, cujas formas pareciam esculpidas no céu, se
aproximou. Seu ar era como o da deusa Parpati, seus olhos como os de uma corça
na estação do amor, e seu rosto de inefável encanto. Foi a única que ousou
olhar o príncipe de frente, com as mãos cruzadas sobre o peito e erguido o
graciosos colo. A donzela perguntou-lhe sorridente: Há prêmio para mim? O
príncipe respondeu-lhe: Acabaram-se os prêmios; porém toma este em compensação,
querida irmã, porque de sua graça se orgulhará toda a nossa ditosa cidade. Dito
isso, o príncipe tirou o seu colar de esmeraldas e colocou o fio de contas
verdes no pescoço da jovem Yasodhara. Seus olhos se encontraram e desse olhar
brotou o amor. Yasodhara era filha de Suprabudha, monarca do reino vizinho, e,
segundo a lei dos sákias, quando alguém pedia em casamento uma mulher de nobre
estirpe, tinha que demostrar sua destreza nas artes da guerra e em torneios
contra os demais pretendentes. Sidharta venceu todos seus rivais nas provas de
arco, de espada e de corrida hípica. O rei Suprabudha disse então a Sidharta:
Nosso coração desejava ver você alcançar o prêmio, porque você é o preferido;
porém, como conseguiu aprender em meio a uma vida calma e sonhadora o que
outros não conseguiram aprender na caça nem na guerra, nem nas porfias do
mundo? Receba, ó príncipe, o tesouro a que fez jus. A essas palavras a amável
jovem levantou-se de seu assento e, passando entre a multidão, pegou uma
grinalda de jasmins, cobriu sua fronte com o véu preto salpicado de ouro e
aproximou-se de onde estava Sidharta. A jovem, cujo semblante irradiava a
alegria celeste de um amor feliz, inclinou-se diante do príncipe e, apoiando a
cabeça no peito de Sidharta, prostrou-se aos seus pés, dizendo com os olhos
radiantes de felicidade: Amado príncipe. Olhe-me. Sou sua. O rei Suddhodana deu
a eles o belo palácio de Vishramvan. Do Livro O Evangelho de Budha. Vida e
doutrina de Sidharta Gautama. Abraço. Davi.
segunda-feira, 27 de junho de 2016
I. O EVANGELHO DO BUDHA.
Budismo.
Vida e doutrina de Sidharta Gautama – o
Inspirador do Budismo. Escrito por Yogi Kharishnanda Saraswati (1922-2001). Da
Lua cheia de maio de 1954 à Lua cheia do mesmo mês de 1956, realizou-se na
República da união de Burma ou Myanmar o Sexto Grande Congresso Budista, que
foi o 60º dos congressos desde a fundação do Budismo. Tratou-se de um
acontecimento histórico notável. A ele compareceram dois mil representantes de
povos budistas, dos mais eruditos, com a finalidade principal de estudar,
comparar, corrigir ou aprovar textos doutrinários. O primeiro congresso foi
realizado pouco depois da morte de Budha, sob os auspícios do Rei Ajatasattu,
do norte da Índia. O segundo Grande Concílio teve lugar no ano 443 AC, apoiado
pelo Rei Kalasoka. O terceiro, sob o patrocínio do Imperador Asoka, foi
celebrado no ano 308 AC, o quarto, em Ceilão ou Sri Lanka entre os anos 29 e 13
AC, quando pela primeira vez foram escritos os textos que antes eram preparados
de memória. O quinto Grande Concílio foi efetuado em Mandalay – Myanmar, no ano
de 1871, sob o Rei Mindon, quando então os textos foram escritos em 729 em
lousas de mármores. Com a técnica moderna de impressão e vulgarização, e o
substancial auxílio prestado pelo Parlamento da União República de Burma (Myanmar),
o Setxo Grande Congresso foi de inigualada eficiência, e a sua difusão teve uma
amplitude jamais alcançada no passado. Manifestando sua descrença nos processos
simplesmente materiais adotados pelos povos e governos para solucionar os
problemas que afligem a humanidade, e justificando sua assistência ao referido
Congresso, o Parlamento Burmense proclamou sua firma crença de que esses
processos proporcionam aos povos uma solução meramente parcial de seus
problemas, e que era necessário planejar e levar a cabo outras medidas, que
visassem ao bem estar moral e espiritual do homem e o ajudassem a vencer a
avareza, o ódio e o engano, as inveteradas raízes de toda violência, destruição
e conflagração que consomem o mundo (...). Essas raízes foram assinaladas por
Budha em sua época. Outra não é ainda hoje a opinião de todos os que, como nós,
sentem que a ausência de princípios espirituais sadios na conduta dos
indivíduos tem sido a maior fonte proliferadora de seus desatinos e
sofrimentos. Esse foi o sentimento que nos levou a promover a publicação deste
pequeno Evangelho dos ensinos fundamentais de Gautama Budha. Figura ímpar entre
os mais aureolados instrutores espirituais que a humanidade conheceu. Sua
Majestade tem se agigantado e projetado ao compasso de marcha dos séculos
tormentosos, qual rutilante Sol sobre densas e encapeladas nuvens. Somente esse
fato bastaria para comprovar a veracidade e segurança de sua doutrina, pois só
a verdade pode resistir ao embate destruidor do tempo. A essência dos
ensinamentos de Budha se acha condensada em três livros ou coleções, chamados
os cânones budistas (Tripitakas), cuja idade se pode fixar, de maneira geral,
no século IV AC, e possivelmente na época do grande Instrutor. O primeiro
(Vinaya Pitaka), atribuído aos primeiros budistas, trata da Disciplina da Ordem
(Sangha); o segundo (Sutta Pitaka) se refere às Pregações Leigas, ou às regras
para os sacerdotes e ascetas, e o terceiro (Abidharma), condensa dissertações
filosóficas e metafísicas, e instruções a respeito da meditação (Dhyana). Foi
dessa fonte, sobre a qual têm se debruçado e abeberado tantos e tão notáveis
sábios e orientalistas, que o autor desta obra colheu os preciosos ensinamentos
e informações que ele denominou: “O Evangelho de Budha” e que com feliz maestria
procurou amoldar à mentalidade ocidental num estilo simples e elegante. O fato
de ter sido também um oriental, e acima de tudo, de ter podido aprender,
assimilar e viver a cultura oriental em sua mais pura nascente, o capacitou,
naturalmente, para penetrar até o âmago dos ensinamentos budistas, e assim
sentir todo o seu calor, luz e dinamismo, para formar uma verdadeira antologia
do que há de mais magnífico, essencial e inspirador na vida do venerando sábio
que um terço da humanidade adora. Neste formoso livro existem, por certo,
frases que pertencem totalmente ao seu autor, mas é inegável que elas exalam o
mesmo perfume da fonte que as inspirou e visam acomodar alguns ensinos por
demais metafísicos à inteligência ocidental, não raro objetiva e prática em excesso.
Mas o fundamento e o espírito das ideias expostas em toda a obra são
nitidamente budistas, ou seja, práticos, lógicos e enquadrados num impecável
bom senso, que é a sua característica dominante. Para muitos, poderá ser um
poderoso foco de inspiração em sua vida moralmente atribulada, e para outros
constituirá um pequeno, mas bem acabado vestíbulo que os poderá conduzir ao
interior da nave de uma das mais esplêndidas e antigas filosofias do mundo.
Esse livro foi escrito tendo em vista esse objetivo, e tem sido traduzido para
várias línguas das mais cultas, tendo encaminhado muitas almas para o caminho
da retidão, do dever e do amor a todas as criaturas vivente. Eis o motivo de
sua publicação, agora; em nosso idioma. Capítulo Um. ALEGRIA. Regozijem-se com
a boa nova. Nosso Senhor descobriu a raiz do mal. Ele nos mostra o caminho da
salvação. O Budha dissipa as ilusões da nossa mente e nos livra dos terrores da
morte. O Budha, nosso Senhor, traz descanso ao fatigado, ao desanimado e ao
descontente; proporciona paz aos acabrunhados sob o pesa da vida. Dá valor aos
fracos, que estão prestes a perder a esperança e a confiança em si mesmos.
Todos os que sofrem as tribulações da vida, que lutam e padecem, que aspiram à
vida verdadeira, regozijem-se com a boa nova. Eis aqui um bálsamo para os
feridos, bem como o pão para os famintos. Eis aqui a água para os sedentos, e a
esperança para os desesperados. Eis aqui a luz pra os que estão nas trevas, e a
inesgotável ventura para os justos. Os feridos serão curados de suas feridas;
os famintos terão pão para se fartarem; os sedentos serão saciados. Ergam os
olhos para a luz, vocês que estão nas trevas e recobrem ânimo, vocês que estão
abatidos. Tenham confiança na verdade os que amam, porque o reinado da Verdade
está fundado na Terra. A luz da Verdade já dissipou as trevas do erro. Podemos
ver o nosso caminho e andar com passos firmes e seguros. O Budha, nosso Senhor,
revelou a Verdade. A verdade cura as nossas enfermidades e nos salva da
perdição. A Verdade fortalece-nos na vida e na morte. Só a Verdade pode
destruir os males do erro. Regozijem-se com a boa nova. Capítulo dois. SAMSARA
(1) E NIRVANA (2). Olhem ao redor e contemplem a vida. Tudo é passageiro, nada
dura para sempre. Só nascimento e morte, crescimento e decadência, combinação e
dissolução. A glória do mundo é como uma flor esplêndida pela manhã que murcha
à tarde. Para onde quer que olhemos, ali está o receio e o impulso, a corrida
ávida aos prazeres, o medo da dor e da morte, a vaidade e o desejo de mudanças
e transformações. Tudo é Samsara. Não há nada permanente no mundo? Na
inquietude universal não há um lugar de repouso onde o nosso coração encontre a
paz? Nada, há de eterno? Nunca cessará a angústia? Não se extinguirão os
desejos ardentes? Quando o espírito poderá estar sossegado e tranquilo? O
Budha, nosso Senhor, sentiu os males da vida. Viu a vaidade na infelicidade do
mundo, e procurou a salvação em algo que não se deteriora, que é imperecível e
permanente. Aqueles que aspiram à vida saibam que a imortalidade se oculta no
ser perecível. Aqueles que desejam a felicidade sem os germes da inquietude ou
do desgosto sigam os conselhos do Grande Mestre e conduzam-se retamente.
Aqueles que desejam avidamente riquezas venham para receber os tesouros eternos.
A Verdade é eterna; não conhece nascimento nem morte; não tem começo nem fim.
Chamem a Verdade, ó mortais. Que a Verdade se aposse de suas almas. A Verdade é
o dom imortal do espírito. A posse da Verdade é grandeza, e uma vida de Verdade
é felicidade. Estabeleçam a Verdade no espírito, porque a Verdade é a imagem do
eterno. O seu retrato é imutável; revela o perdurável; imortaliza os homens.
(1). O termo sânscrito Samsara significa literalmente ação de vagar, constante
mutação ou transição. É a passagem alternativa da alma pelos três mundos:
físico, astral e mental; os sucessivos renascimentos e mortes. (2). Nirvana, o
oposto de Samsara; é um estado permanente e eterno de consciência desperta e
liberta. Esse termo significa, literalmente, sem combustível, extinto, e foi
definido primitivamente por alguns orientalistas ocidentais como um estado de
aniquilamento do ser. A semelhança de uma gota d’água diluída no oceano, o que
é totalmente incorreto. Representa, ao contrário, um estado de plena
consciência, cuja beleza, intensidade e poder excedem toda capacidade
descritiva da linguagem humana. É a vida do Espírito, que se desabrochou e
expandiu em seu próprio mundo ou lar, liberto de qualquer limitação de espaço e
tempo a que se condicionam as formas transitórias. Quem tem a ventura de
atingi-los, longe de se aniquilar, converte-se numa tremenda força liberadora,
que perpetuamente projeta poderosas torrentes de espiritualidade e vida sobre a
humanidade sofredora. Livro O Evangelho de Budha. Vida e Doutrina de Sidharta
Gautama. Abraço. Davi.
sexta-feira, 24 de junho de 2016
TAI CHI CHUAN.
TAI CHI CHUAN. O Tai Chi Chuan no
seu Estilo Yang foi criado por Yang Luchan (1799-1872) que aprendeu com Chen
Changxing (1771-1853), 14ª geração da Família Chen (1771-1853). Yang Luchan
praticava artes marciais e tinha muita habilidade e persistência para aprender
e aperfeiçoar suas técnicas. Na época em que Yang Luchan tomou contato com o
Tai Chi Chuan da família Chen a característica da arte era voltada para os
aspectos marciais, com muitas explosões de energia (fa jing) e altos e baixos
na forma. Quando Yang Luchan saiu do seio da família Chen foi desafiado por
muitos praticantes de outras artes e suas performances nas lutas eram tão
excelentes que recebeu o apelido de "O INVENCÍVEL YANG!". Foi
inclusive convidado a ensinar na corte do imperador da época, sendo treinador
da Guarda Imperial da Dinastia Qing (1644-1912). Percebendo que muitos tinham
dificuldades em acompanhar os treinos árduos e que inclusive os parentes do
Imperador tinham a saúde muito fraca, e que através dos treinos os soldados
feridos se recuperavam mais rapidamente, compreendeu os benefícios que o Tai
Chi Chuan trazia para a saúde. Foi modificando gradualmente as formas para
adaptar as necessidades dos praticantes, tornando o Tai Chi mais acessível.
Estas mudanças graduais tiveram grande influência nas próximas gerações de
mestres de Tai Chi Chuan. A forma que Yang Luchan desenvolveu, ficou conhecida
como a "Velha Forma". O Tai Chi Chuan da Família Yang nasce então no
condado de Yong Nian na província de Hebei na China Continental, por volta do
ano 1830. O nome regional para o local de nascimento da Arte, era cidade de
Guangfu, Condado de Guangpin na Província de Hebei. Yang Luchan teve 3 filhos:
Yang Qi (Feng Hou), Yang You (Bao Hou) e Yang Jian (Jian Hou). O primeiro
filho de Yang Luchan, faleceu cedo. O segundo filho, Yang You, conhecido como
Bao Hou, era um homem extremamente versado nas técnicas do Tai Chi, mas por seu
caráter duro, não teve muitos discípulos. Foi respeitado grandemente por suas
habilidades com lança. Foi Yang Bao Hou que desenvolveu a chamada "Forma
Curta", que mais tarde foi aprimorada por seu sobrinho Yang Sao Hou, que
apesar de filho de Jian Hou, tinha grande afinidade com a forma mais feroz de
Bao Hou. O terceiro filho de Yang Luchan, Yang Jian Hou, tinha um caráter mais
amoroso e teve muitos discípulos. Era versado em diversas técnicas excelentes
como sabre (cutelo), espada, lança e outras armas. E, quanto a forma de Tai Chi
Chuan, foi Yang Jian Hou que baseado na "Velha Forma", desenvolveu a
"Forma Média" do Tai Chi Chuan. Conta a história que Yang Jian Hou
sonhou com a própria morte e então, preparou-se, despediu-se de toda a família
e permaneceu sorrindo até o seu último suspiro. Yang Jian Hou, teve três
filhos: Zhao Xiong, Zhao Yuan (que faleceu cedo) e Zhao Qing (Cheng Fu). O
primeiro filho Zhao Xiong, fiou conhecido como o Mister Big, por suas
habilidades especiais em defender os fracos e teve muita afinidade com as
técnicas de seu tio Bao Hou. Inclusive desenvolvendo de forma mais depurada a
"Forma Curta", com explosões, mudanças de velocidade e altura, além
da emissão de sons. Uma forma bastante voltada para o aspecto marcial do Tai
Chi Chuan. Yang Zhou Qing, o terceiro filho de Jian Hou, ganhou o apelido de
Yang Cheng Fu e desde cedo praticou arduamente todas as técnicas da família
Yang. Por seu caráter aberto e amoroso, teve muitos discípulos e foi chamado a
oferecer instruções por toda a China. Durante seus anos de estudos, aprofundou
a "Forma Média" de seu pai, e realizando mudanças estruturais para
que a forma pudesse ser aprendida por qualquer pessoa, desenvolveu a
"Forma Longa" de Tai Chi Chuan, com suas características atuais, com
movimentos suaves, amplos, executados numa velocidade constante. Esta forma
pode ser praticada nas alturas baixo, média ou alta, de acordo com as
possibilidades e habilidades de cada praticante e ainda guarda todas as
técnicas de aplicações marciais que podem ser vistas na medida em que é
praticada, além de ser uma forma que fortalece completamente o corpo de seus
praticantes, especialmente estimulando ossos, músculos, tendões, ligamentos e
promovendo uma massagem de todos os órgãos internos. Foi Yang Cheng Fu que
viajou por toda a China, divulgando e ensinando o Tai Chi Chuan da Família Yang
e teve milhares de discípulos. Yang Cheng Fu teve três filhos e um deles
é Yang Zhenduo, nosso Mestre
atual. Foi Yang Cheng Fu que através de seus estudos e práticas, nos deixou os
10 Princípios Importantes do Tai Chi Chuan, que atualmente tem sido utilizados
por praticantes de todos os estilos da arte, como uma guia para o
desenvolvimento constante das suas técnicas. Na medida em que os anos passam
todos os praticantes sinceros percebem, que estes dez pontos importantes, vão
se tornando claros e que se não fizerem parte de nossa prática diária do Tai
Chi Chuan, não conseguimos evoluir e não bebemos dos grandes benefícios que
esta arte maravilhosa nos brinda. O Estilo
Yang é simples, elegante e de fácil aprendizagem, usando a força interna.
Apropriado para pessoas de todas as idades e condições de saúde, tornou-se o
estilo mais popular de Tai Chi Chuan em todo o mundo. Os movimentos fluem
continuamente mantendo uma velocidade constante, sendo suaves, imponentes,
circulares e equilibrados. A postura corporal é equilibrada e centralizada,
expressando uma aparência majestosa e graciosa. Existem naturalmente muitas variações de estilos como resultado das
diferentes abordagens dos professores e mestres. Devido a estas variações, o atual
Mestre do Estilo Yang Tradicional, Mestre Yang Zhenduo (bisneto
de Yang Luchan) e seu neto Mestre Yang Jun,
vem trabalhando para preservar os princípios mais importantes do Tai Chi Chuan
que são o coração do Tai Chi. Ele diz que estes princípios devem ser estudados
e praticados cuidadosamente, com consciência, atenção e dedicação, para que a
arte não se deturpe e perca o seu grande valor tanto externo, melhorando a
saúde das pessoas, como interno, na formação do caráter e desenvolvimento
interno e espiritual, dos indivíduos da sociedade atual. Mestre Yang Zhenduo nasceu
em Pequim, na China Continental em 1926. É bisneto de Yang Luchan, o criador do
estilo Yang de Tai Chi Chuan. Seu avô Yang Bai-hou (Jianhou) é a segunda
geração da linhagem de transmissão do Estilo Yang. Seu pai Yang Chengfu é a
terceira geração na linhagem de transmissão do Estilo Yang; foi quem
estabeleceu as posturas de Tai Chi Chuan que perduram até hoje. Yang Zhenduo é
o terceiro filho de Yang Chengfu, a quarta geração na linhagem de transmissão
do Estilo Yang de Tai Chi. Mestre Yang
Zhenduo estudou diligentemente desde tenra idade com seu pai e com seu irmão
mais velho. Não apenas praticou duro, mas também tinha interesse em pesquisar e
melhorar suas técnicas e se esforçou muito para compreender os conceitos mais
avançados do Tai Chi. O resultado disto foi o desenvolvimento de uma técnica
muito depurada. Além disso, Mestre Yang Zhenduo desenvolveu uma paciência e boa
vontade para com seus alunos semelhante à de seu pai, e assim, é grandemente
procurado por muitos que querem receber seus conhecimentos. Em 1960 mudou-se
para a cidade de Taiyan na Província de Shanxi, na República Popular da China,
e auxiliado por muitas pessoas tem difundido o Tai Chi Chuan do Estilo Yang de
província em província, em vilas, fábricas, escolas e praças, através da China
toda. Seu conhecimento atingiu outros países e durante estes últimos 40 anos
Mestre Yang Zhenduo tem trabalhado duro para manter o nível de suas instruções
e sempre desenvolvê-las. Aos 83 anos (2009) é incansável e um grande exemplo a
ser seguido por todos. Só na Província de Shanxi, onde reside atualmente, conta
com 70 centros de difusão do Tai Chi Chuan tradicional e cada centro possui por
volta de 1000 alunos. Sem contar com os centros na Europa, Estados Unidos,
Canadá, Brasil e outros países que já contam com muitos adeptos do Tai Chi
Chuan da Família Yang. Mestre Yang Zhenduo hoje é Presidente da Associação
Internacional de Tai Chi Chuan Estilo Yang, membro do Clube Profissional da
Associação Chinesa de Wu Shu, membro do Quartel General de Esportes de Shanxi.
Vice Presidente da Associação de Wu Shu de Shanxi, professor de honra da
Academia Chinesa de Tai Chi de Yongnian e Presidente de muitas outras
Associações na China e no estrangeiro. Desde 1985 tem ido aos EUA para oferecer
Seminários além da Europa, Canadá e Brasil. Recebeu muitos prêmios, medalhas e
títulos de honra na China e fora dela. Sua dedicação ao ensino da arte é
integral, viajando durante o ano todo, encontrando os diversos grupos dentro e
fora da China, organizando encontros, seminários, campeonatos, instruções,
livros, vídeos e outros. De acordo com as instruções do Mestre Yang Zhenduo, os
princípios mais importantes do Tai Chi Chuan, devem ser sempre preservados e o
trabalho milimétrico com a atenção nos movimentos, tem importância fundamental
para que os princípios sejam compreendidos pelos praticantes. Ele diz:
"Atualmente existem muitas pessoas praticando Tai Chi Chuan pelo mundo
todo, mas muito poucos respeitam os princípios, o que lhes impede de colherem
os resultados mais elevados em sua prática". "Os princípios deixados
por meu pai, Yang Chengfu, são o coração do Tai Chi Chuan, devem ser estudados
e praticados cuidadosamente, com consciência, atenção e dedicação, para que a
arte não se deturpe e perca o seu grande valor tanto externo, melhorando a
saúde das pessoas, como interno, na formação do caráter dos indivíduos na
sociedade atual". Através das práticas os benefícios obtidos pelos
praticantes tem sido grandiosos, principalmente no que diz respeito à cura de
enfermidades de todos os tipos. O empenho do Mestre Yang Zhenduo atualmente
está em preservar e difundir a prática do Tai Chi Chuan tradicional, junto com
seu neto Mestre Yang Jun, para que um maior número de pessoas possa usufruir
dos benefícios desta arte. Mestre Yang Jun.
Nasceu em 1968 na cidade de Taiyuan, capital da Província de Shanxi, na
República Popular da China. É a sexta geração da Família Yang, descendente do
criador do Estilo Yang de Tai Chi Chuan (Yang Luchan). Filho de Yang Dao Fang e
neto do Mestre Yang Zhenduo é o futuro portador da herança da Família Yang.
Mestre Yang Jun começou seu treinamento com o Mestre Yang Zhenduo com apenas 5
anos de idade. É um perito em Tai Chi Chuan, Espada, Sabre, Tui Shou e muitas
outras formas de Tai Chi. A partir de 1982 quando Mestre Yang Zhenduo e Mestre
Yang Jun foram para Singapura, Mestre Yang Zhenduo começou a levar o neto
sempre que ia para o exterior ensinar. Agora, após mais de 20 anos e dezenas de
seminários ao redor do mundo, Yang Jun tornou-se um grande professor. Sua
habilidade é inquestionável. Suas formas combinam suavidade com firmeza,
sutileza com precisão. Mestre Yang Jun formou-se pela Universidade de Shanxi em
1989 no curso de Educação Física. Em 1995 a Academia Chinesa de Wushu
reconheceu-o como um famoso Mestre de Wushu na Província de Shanxi. Em 1996 ele
foi certificado como o maior juiz a nível nacional e serviu como Juiz dirigente
em 1998 na Competição Nacional de Tai Chi Chuan, na China. Desde 1995, Yang Jun
tem trabalhado como Vice-Presidente de operações e treinamentos na Província de
Shanxi, na Associação do Estilo Yang de Tai Chi Chuan com mais de 30.000
membros. Em Agosto de 1999, Yang Jun mudou-se para Seattle (EUA) com sua esposa
Fang Hong para formalmente começar a trabalhar pela Associação Internacional e
para estabelecer uma escola, divulgando e difundindo o Tai Chi Chuan da Família
Yang no ocidente. Yang Jun é o primeiro membro da Família Yang a viver fora da
China. Mestre Yang Jun está ativamente envolvido na organização e crescimento
do Tai Chi Chuan. Ele trabalha com seu avô, Mestre Yang Zhenduo, para melhorar
a popularidade e o desenvolvimento do Tai Chi Chuan. Yang Jun trabalhou na
organização das atividades de comemoração do 10o, 15o e 20o aniversários de
fundação da Associação de Tai Chi Chuan Estilo Yang da Província de Shanxi. Por
muitos anos ele tem sido responsável por coordenar competições e torneios da
Associação. Atualmente Mestre Yang Jun dirige a Associação Internacional de Tai
Chi Chuan do Estilo Yang Tradicional, ministrando seminários em vários países
da Europa, América do Norte e América do Sul. http://www.taichichuan.com.br. Abraço.
Davi.
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