segunda-feira, 30 de junho de 2014

A Sabedoria Divina da Gnose. Parte I.

(C.027) Nessa dissertação a seguir tenho o propósito de conversar com os leitores sobre um assunto imprescindível para a compreensão do pensamento Teosófico que é a Sabedoria Antiga como fundamento do conhecimento humano e espiritual sendo o suporte de toda a Revelação Divina que pelo inconsciente arquetípico viajou através de todas as eras e lugares chegando até nós como os mistérios menores - exotéricos - e os mistérios maiores - esotéricos - que construíram o edifício do conhecimento espiritual e humano que as religiões ocidentais e orientais usam em suas tradições e culturas sociais e para esse estudo empregaremos um texto da escritora inglesa Anne Besant (1847-1933) que sendo uma mulher de tradição anglicana praticou o cristianismo quando criança, adolescente e jovem com rigor ascético fazendo jejuns, dietas rigorosas, regras sistemáticas em relação a leitura das Sagradas Escrituras, orações devocionais em horários marcados e havendo alguma indisciplina quanto a esses itens sofria a punição física e as vezes psicológica. Tempos da era clássica dos Vitorianos ingleses que mesmo na alta burguesia os crentes faziam de tudo para alcançarem a perfeição moral e espiritual mas como sabemos essas coisas acabam produzindo ansiedade, insegurança e culpa na consciência pois nunca é atingido o alvo desejado. Assim nesse contexto Anne Besant viveu grande parte de sua vida mas depois que entrou para o Universidade de Oxford as coisas mudaram passando a enxergar o mundo com outros olhos descortinando-se novos panoramas de culturas e tradições bem como acessando o pensamento universal humano e contraindo núpcias não sei se ao término da graduação superior ou antes mas o certo é que teve filhos e o matrimônio não durou muito devido talvez a sua inquietação e busca por experiências que pudessem fazer diferença em sua vida levando à contribuir de alguma forma para o bem dos povos e nessa perspectiva teve contato com a tradição hinduísta e budista que permaneceram em sua vida e com o encontro com Helena P. Blavastski (1831-1933) uma grande amizade nasceu entre as duas colaborando para a afirmação do pensamento Teosóficos como base para a ciência oculta. Minhas ponderações serão seguidas de trechos do livro As Revelações Secretas da Religião Crista em seu capítulo um então comecemos. "Clemente de Alexandria (182-254) menciona essa divisão dos mistérios quando diz: A purificação sucedem os mistérios menores eles constituem uma base de instrução e de preparação para o grau seguinte que em seguida os mistérios maiores nos quais nada mais resta a aprender no universo mas somente em contemplar e compreender a natureza e as coisas". O Cristianismo Primitivo praticava a tradição clássica da espiritualidade advinda das Escolas Iniciáticas onde os discípulos deveriam passar por rituais de iniciação para começarem a percorrer a Senda Espiritual aqui Clemente fala dum importante passo que deveria ser dado nessa direção que é a purificação do corpo demonstrada numa moral equilibrada e uma ética sensata e justa devendo acompanhar o neófito em seu cotidiano na comunidade onde desenvolvia junto com os demais irmãos sua evolução espiritual estando assim apto para compreender os mistérios da natureza entrando no mundo oculto dos pensamentos e das emoções. "No que concerne as religiões da antiguidade essa afirmação não poderia ser acusada de inexatidão. Os mistérios do Egito foram a glória desta terra venerável e os maiores filhos da Grécia tal como Platão (427 AC 347) se transportaram a Sais e Tebas para serem ai iniciados por egípcios Instrutores da Sabedoria". Percebe-se que Besant não se preocupa em provar as afirmações que faz pois para ela são categóricas quando se contempla um quadro amplo e numa perspectiva de interação como é o que está sendo sugerido assim Platão estudou na academia Egípcia localizada nas antigas cidades de Sais e Tebas os mistérios da cosmologia e cosmogonia que ele descreve muito bem em seus vários diálogos como: Phebo, Menon, Sofista, Parmênides, Teeto, Banquete, Gorgias e o mito da caverna assim inferimos que sua obra em grande parte foi inspirada pelos mestres que viviam as margens do rio Nilo. "Na Pérsia os mistérios de Mitra na Grécia os mistérios de Orfeu e Baco e mais tarde os de Elêusis da Samotrácia da Cítia e da Caldeia de todos os conhecidos pelo menos de nome. Embora sob uma forma extremamente degenerada os mistérios de Elêusis mereceram o respeito dos homens mais eminentes da Grécia, tais como Píndaro, Sofocles, Isócrates, Plutarco e Platão. Ligava-se aos mistérios especial importância sob o ponto de vista da existência do além túmulo - o iniciado adquiria os conhecimentos que lhe asseguravam a felicidade futura". Mitra ou amigo é o Deus Sol da sabedoria e da guerra na mitologia Persa entretanto na Índia e Pérsia representava a luz significando a divindade solar também tipificando o bem e a libertação da matéria. Mitra era filho do deus Persa do Bem Aura Mazda lutando contra os inimigos deste com suas armas e com seu javali Verethra identificando-se como o sol viajando todos os dias pelo céu com sua carruagem para espantar as forças das trevas sendo uma das mais populares divindades Persas assim foi adotado pelos romanos tornando conhecido entre os soldados que lhe ofereciam sacrifícios com touros. A biografia de Orfeu é a de um herói pois casa-se com a ninfa Eurídice que certo dia quando colhia flores é mordida por uma serpente vindo a falecer e Orfeu não aceitando a vontade do destino e inconformado vai ao inferno para tentar resgatá-la da morte. Cantor e tocador de lira Orfeu consegue vencer os obstáculos que o separam da amada e por fim vê-se frente a frente com os senhores do inferno que são Plutão e sua esposa Persépolis e estes autorizam-no a levar de volta Eurídice para o mundo dos vivos mas fazem uma exigência que ao sair com ela do inferno caminharia na frente não podendo sob qualquer pretexto voltar pra trás até o momento em que se encontrasse fora do Hades contudo não resistindo a curiosidade Orfeu se volta para rever sua companheira assim desobedecendo aos deuses do inferno como resultado de sua transgressão Eurídice desaparece na escuridão. Orfeu também participava com os argonautas de uma expedição liderada por Jasão com a finalidade de conquistar o velocino de ouro que se encontrava sob a guarda de um dragão sendo que na referida aventura cada participante contribuía com uma virtude que possuía e Orfeu contribui com o poder mágico de seu canto e de sua lira capaz de dominar a discórdia dos homens e da natureza e sua tutela espiritual. O mito de Orfeu nos diz ainda que este era sacerdote de Apolo - filho de Zeus e Leo e irmão de Ártemis - identificado por sua vez com o sol ao passo que sua irmã era com a lua e deusa da beleza, da serenidade, do equilíbrio e da advinhação assim em dado momento Orfeu se converte a religião de Baco uma espiritualidade de mistérios porém acaba reformando a religião de Baco de acordo com o espírito de Apolo harmonizando o Apolônio com o Dionisíaco tendo como resultado o surgimento do Orfismo. Os mistérios de Elêusis ninguém sabe ao certo os detalhes pois não há relatos deixados por pessoas que participaram realmente da cerimônia sendo esse mistério o mais famoso ritual religioso secreto da Grécia Antiga realizado entre os séculos VI AC e IV DC sendo as primeiras referência a eles de autores cristãos que viveram bem depois e que estavam mais interessados em menospreza-los identificando maldosamente  como coisa dos pagãos. Além disso tudo o que ocorria nos mistérios sempre foi cercado de segredo e os participantes que revelassem algo podiam ser condenados a morte assim com tanta dificuldade para desvendar esse enigma os historiadores tem apenas algumas pistas  e dizem que os mistérios de Elêusis eram cerimônia de iniciação com algum ritual pessoal a ser executado pelo novo participante sendo o culto complexo desenvolvido em vários dias havendo fragmentos de informações que permite perceber relances da celebração é o que nos afirma a arqueóloga da USP Elaine Veloso Hirata. A inspiração para os mistérios de Elêusis está num poema hino a Deméter atribuído ao poeta grego Homero (800 AC 701) que segundo a lenda Perséfone filha de Zeus e Deméter deusa da agricultura que fora raptada por Hades rei do mundo subterrâneo forçando-a à casar com ele assim desolada Deméter sai em busca da filha esquecendo suas responsabilidade como deusa prejudicando a colheita que trouxe fome aos mortais e nessa jornada Deméter teria ido a Elêusis uma cidade a 23 KM de Atenas vindo a se tornar amiga da família que governava o local e construíram para ela um templo onde a deusa passou a morar. Quando Deméter recupera a filha Perséfone as colheitas voltaram mas como parte de um acordo entre os deuses Perséfone seria obrigada a ficar um terço do ano ao lado do marido Hades debaixo da terra sendo esse mito a simbologia dos períodos da agricultura grega. Os quatro meses que Perséfones passava no reino subterrâneo representava o período improdutivo logo após a colheita e o ápice do verão e o retorno dela marcava o renascimento trazidos pela chuva de outono que permitiam a semeadura da próxima safra sendo toda cerimônia dos mistérios de Elêusis recheada de referência a essa mitologia. Não havia restrições para quem quisesse participar dos rituais que reuniam até 3 mil pessoas assim qualquer um que falasse grego incluindo mulheres, escravos e crianças podiam ir ao culto mas a cerimônia entrou em declínio quando o Império Romano tomou o controle das cidades gregas e o Imperador Constantino passou a promover o Cristianismo no início do século IV sendo as religiões supostamente pagãs proibidas e seus templos destruídos. Píndaro (522 AC 443) considerado um dos mais importantes poetas líricos da história sendo ainda hoje visto como um escritor único, sublime na expressão, criativo na linguagem e inigualável na maneira de lidar com os aspectos formais da poesia. De todos os criadores da lírica grega sua obra foi a única que resistiu a passagem do tempo pois dela restou uma grande parte como estudos poéticos que realizou em Atenas, literatura, música e dominava com maestria a flauta com seu Escopélino. Sófocles (496 AC 406) belo, inteligente e estimado de todos os seus concidadãos sendo nomeado em 440 AC junto com Péricles estrátego e encarregado da vigilância do tesouro da acrópole  pelo seu gosto artístico e pelo equilíbrio de seu caráter era considerado o ateniense ideal nunca abandonou a Ática onde morreu aos 80 anos sem nunca ter estado doente sendo compositor de mais de 100 peças de teatro mas até nós chegaram apenas 7 Ajax, Electra, Édipo Rei, Édipo em Colono, Antígonas, Traquínias e Filoctetes. Isócrates (436 AC 338) foi discípulo de Górgias em Tesália dedicando-se ao ensino e fundou sua escola de retórica contemporânea e rival da Academia Platônica sendo que em sua primeira obras chamada Contra os Sofistas atacava a retórica meramente formalista e erística praticada pelos Sofistas mas defendia a retórica como núcleo assencial de formação combatendo a filosofia platônica que julgava inapta para a formação ética e política do homem grego. Plutarco (46-119) deixou uma obra variada com cerca de 230 livros dos quais a grande maioria sobreviveu até os nossos dias em versões integrais sendo seu período mais prolífico da época de seu regresso a Queronéia após a exitosa vida profissional em Roma tendo uma grande variedade de assuntos abordados desde ensaios sobre a obra de Platão, retórico e religião passando por comparações entre a inteligência dos animais e a dos homens. Merece destaque sua obras Biol Paraleloi ou Vidas Comparadas ou ainda Vidas Paralelas que consiste numa coletânea de 64 biografias de vultos gregos e romanos incluíndo entre esses personagens lendários - ou pelo menos de existência duvidosa - sendo abordado aos pares como Alexandre e Cesar, Demóstenes e Cícero, Péricles e Fábio Máximo dentre outros e tal obra é de suma importância para se ter uma melhor visão panorâmica da Antiguidade Clássica. "Ligava-se aos mistérios especial importância sob o ponto de vista da existência do além túmulo o iniciado adquiria os conhecimentos que lhe asseguravam a felicidade futura". Considerava-se a participação nos mistérios como um meio de obter esperança na vida após a morte sendo isso percebido no comentário de Cícero (106 AC 43), "Entre as muitas excelentes e divinas instituições que a sua Atenas desenvolveu e com que contribuiu para a vida humana não existe nenhuma outra na minha opinião melhor do que esses mistérios pelos quais somos resgatados do nosso modo de existência rústico e selvagem para um estado de civilização culto e refinado com esses ritos chamados de iniciação então na verdade aprendemos com eles os primeiros princípios da vida e chegamos à compreensão não só para vivermos felizes mas também para morrer com mais esperança". "Sópatro afirma ainda mais que a iniciação estabelecia uma aliança entre a alma e a Natureza Divina e no hino exotérico a Deméter encontramos alusões veladas a crença sagrada sobre Íaco sua morte e sua ressurreição ensinada nos mistérios". Sópatro foi um estrangeiro que viveu em Atenas em época remota quando as criaturas humanas alimentavam-se apenas de frutas, grãos e legumes não sendo acostumados a oferecer sacrifícios cruentos aos deuses possuindo uma propriedade em Atenas em uma certa ocasião quando realizava um sacrifício incruento  apareceu um touro que comeu as ervas e grãos por ele posto no altar que indignado Sópatro matou o animal com um machado em seguida pensando que cometera uma impiedade partiu para Creta onde foi viver. Os Atenienses saíram a procura de Sópatro e foram encontrá-lo em Creta ainda acabrunhado pelo remorso assim sem saber o que fazer diante da pergunta dos enviados ele pediu que Atenas lhe concedesse a cidadania então concordaram e ele voltou com eles e a primeira ideia surgida foi compartilhar a culpa com todos os atenienses e para isso se reuniu dando-lhes instrução no sentido de trazerem um touro igual ao que ele matara e depois de o animal ser purificado pelas moças da cidade Sópatro purificou um cutelo afiado pelos demais atenienses e matou o touro em seguida o animal foi cortado em pedaços pelos presentes de tal maneira que todos passaram a ser culpados pela morte da vítima. Continuamos esse assunto. Abraço. Davi.

domingo, 29 de junho de 2014

Destas Pedras Deus pode suscitar Filhos a Abraão.

(C.026) O texto bíblico que refletirei a partir de agora é elucidativo para pensarmos alguns princípios da filosofia oculta pois está no Evangelho de Mateus um dos sinóptico sendo os demais os Evangelhos de Marcos e Lucas que são conhecidos assim devido a conterem uma grande quantidade de histórias em comum na mesma sequência e algumas vezes utilizando os mesmos esquemas de palavras nesses termos existe um grau de paralelismo relativo ao conteúdo, linguagem e estruturas das frases ocorrendo somente em uma literatura interdependente assim muitos estudiosos acreditam que esses evangelhos compartilham o mesmo ponto de vista e são claramente ligados entre si. Uma esclarecedora mística quanto a esses Evangelhos é que cada um tem uma simbologia específica dessa forma Mateus traz a representação do Cristo como o Leão o rei entronizado para governar seu povo com majestade e glória, João 19: 19,20 "E Pilatos escreveu também um título e pô-lo em cima da cruz e nele estava escrito: Jesus Nazareno o Rei dos Judeus. E muitos dos judeus leram este título porque o lugar onde Jesus estava crucificado era próximo da cidade e estava escrito em hebraico, grego e latim". Marcos traz a tipologia de Jesus como o Boi ou o Cordeiro que é oferecido como holocausto pelos pecados de toda a humanidade também nesse contexto se entende aquele que serve e ara a terra deserta preparando-a como nutriente sendo o calcário para diminuir sua acidez e proporcionar mais alcalinidade para uma melhor semeadora e boa colheita além de pulverizar e irrigar o solo, Marcos 10: 45 "Porque o Filho do homem também não veio para ser servido mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos". Lucas enfatiza em seus escrito o Cristo como um Homem de carne e osso frágil e tendo necessidades físicas, emocionais e sentimentais igual a qualquer ser humano sendo um assunto para ser investigado mais minuciosamente pela ciência oculta pois a tradicional teologia tem medo de mensurá-lo como homem em sua completude pois segundo alguns essa compreensão estereotiparia o sentido misterioso da encarnação - Deus Homem - reduzindo o Cristo a uma figura insignificante e sem expressão de herói ou mártir coisas que se evidenciam por esses tais de forma emblemáticas em sua época por feitos milagrosos, ideologias, simplicidade, mansidão, amor, pureza e santidade mas quando leio os Evangelhos entendo que Jesus escondia sua divindade na maioria das vezes não reivindicando pra si a deidade preferindo ser tratado como um simples mortal pois nessa condição ele veio pra esse mundo cumprir sua missão divina - dharma - e na situação de Deus era impossível morrer vicariamente pela humanidade. Assim tendemos a acompanhar a argumentação exotérica dos técnicos em exegese e com medo não seguimos a intuição oculta que nos diz para considerá-lo também como um homem que cometeu deslizes morais e resvalos éticos até em alguns momentos se irou justamente percebendo a insensibilidade humana em querer manter o status cor sistematizado e religioso vigente em sua época, Lucas 12: 8 "E digo vos que todo aquele que me confessar diante dos homens também o Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus". O texto que analisaremos está em Mateus 3: 1-10 então iniciemos "Naqueles dias apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia e dizia: arrependei-vos porque está próximo o reino dos céus", para compreendermos melhor  vamos fazer uma conexão com outro trecho bíblico em que Jesus compara João Batista a Elias em Mateus 17: 11-13 "E Jesus respondendo disse-lhes: Em verdade Elias vira primeiro e restaurará todas as coisas mas digo-lhes que Elias já veio e não o conheceram mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padece o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista". Segundo a Sabedoria Antiga o Mestre Jesus sendo um Essênio viveu em uma comunidade que existiu no ano 150 AC a 70 DC isso conforme os escritores Filon (10 AC 50 DC) e Flávio Josefo (37 - 100) eram uma ordem religiosa que tinham revelações manifestadas e esotéricas pois haviam se afastado do Judaísmo por motivos desconhecidos mas tinham leis, documentos sagrados, usos e costumes diferenciados sendo isso mostrado pela famosa descoberta dos Manuscritos do Mar Morto (1950) que são uma centena de textos e fragmentos encontrados nas Cavernas de Qunram. Os Essênios alimentavam-se basicamente de frutas e legumes banhando-se em águas para equilibrar o corpo e talvez tenha surgido dai o rito do batismo pois João Batista era Essênio. Eles assim como os Judeus tinham Escolas para Iniciados e possivelmente o Mestre Jesus frequentou em sua juventude e maioridade essa Academia do Conhecimento Oculto e alguns ponderam que os sábios essênios trocavam comunicação com os Mestres da Escola de Alexandria (século I) e o Mestre Jesus estudou também nessa Casa do Saber Universal. Assim pensando no conhecimento oculto que o Mestre Jesus como Iniciado adquirirá podemos inferir que João Batista é uma encarnação do profeta Elias continuando o seu ministério de "preparar o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas" os dois evidenciaram-se em diferenças e semelhança vejamos: Elias executou milagres e maravilhas e João não fez nenhum sinal, Elias teve problemas com os profetas de Baal e João teve dificuldades com os Fariseus, Elias feriu o rio Jordão atravessando-o sem se molhar e João batizava no rio Jordão e  todos saiam molhados, Elias viu uma pequena nuvem do tamanho de uma mão do homem e João Batista viu nascer o sol da justiça, Elias lutou contra a idolatria de Baal o deus Cananeu - Fenício da chuva, do clima, da tempestade que molha a terra e João pregava principalmente o arrependimento e a vinda do Messias, Elias não morreu subindo ao céu arrebatado numa carruagem puxada por cavalos de fogo dentro dum redemoinho e João Batista morreu decapitado, João foi preso por Herodes e Elias não foi preso mas sofreu perseguição, Elias tinha como discípulo Eliseu e João Batista tinha discípulos e alguns deles se tornaram discípulos do Mestre Jesus, Elias predisse profeticamente acontecimentos futuros e João Batista foi alvo concretizador de profecias passadas cumprindo as previsões de Malaquias e Isaías  essas comparações podem provar que a encarnação dos dois é perfeitamente plausível em termos lógicos. Podemos pensar João Batista como um iniciado ou adepto dos mistérios ocultos pois sua roupa dissemelhante das originais vestes sacerdotais judaicas denunciavam sua maneira excêntrica de servir ao Eterno. Assim como o Mestre Jesus que não deixou nenhum código de doutrinas exotéricas e nem fundou nenhuma nova religião mas apenas proclamou o amor ao próximo e a fraternidade universal entre os homens João Batista apesar de judeu não enfatizou nada de preceitos ou normas ritualísticas de sua religião judaica que aproximassem o fiel do seu Deus assim por ser diferente teve autoridade para falar com intrepidez dos mistérios maiores que estavam guardados enfrentando com coragem os desmandos e a hipocrisia moral da autoridade do governador Herodes Antipas (20 AC 39 DC) da Palestina que foi malignamente influenciado por sua amante na festa de seu aniversário mandou decapitar João Batista no cárcere, Marcos 6: 24 - 26 "Saindo ela perguntou a mãe: Que pedirei? Esta respondeu: a cabeça de João Batista. E enviando logo o executor mandou que lhe trouxessem a cabeça de João. Ele foi e o decapitou no cárcere, e trazendo a cabeça num prato a entregou à jovem e esta por sua vez a sua mãe". O versículo 20 do texto acima diz que "Herodes temia a João sabendo que era homem justo e santo e o tinha em segurança e quando o ouvia ficava perplexo escutando-o de boa mente", os Mestres iniciados tem testemunho dado por pessoas que os observam mostrando que estão caminhando pela Senda Espiritual. Voltando para Mateus 3: 6 "E eram por ele batizados no rio Jordão confessando os seus pecados", incrível imaginar que a mensagem do profeta João Batista eram tão curta e simplesmente dizia: "arrependei-vos porque está próximo o reino dos céus" bastante diferente do que estamos acostumados a ouvir nos dias de hoje onde as pregações tentam converter as pessoas para sua bandeira de fé e prática sempre mostrando as vantagens e recompensas advindas dessa decisão aqui particularmente parece que João não oferece nenhum galardão apenas a esperança da evolução espiritual para entrar em um reino superior e elevado acima do interesse e glórias humanas que fariam com que o discípulo percebesse que lhe aguardavam futuros processos de renascimentos à completude de seu ser espiritual. O batismo era o primeiro passo para o iniciado percorrer esse caminho estreito entrando pela porta apertada nada de organização ou filiação religiosa ou partidária mas um compromisso consigo mesmo de trilhar pela prece, meditação, contemplação e auto conhecimento o desenvolvimento da espiritualidade superior mas a referencia a "raça de víboras quem vos induziu a fugir da ira futura" é uma advertência de que apenas o conhecimento que alcançamos por nossa inteligência dos mistério maiores e menores da natureza e da mente humana não são suficientes para completar nossa formação espiritual pois João sabia que na tradição mística a serpente simboliza o conhecimento humano a chamada doutrina do olho dita por Buda (563 AC 483) nos seus evangelhos mas também como o Buda enfatiza precisamos da doutrina do coração revelado numa atitude de altruísmo e resignação para com o próximo acolhendo-os e não considerando imundo aquilo de Deus santificou  usando a tolerância e o amor para com todos sem discriminação de cor, sexo, raça, opinião e religião mas considerando todos como irmãos que mesmo em situações de espiritualidade, culturas e tradições diferentes buscam a evolução integrada com todos os seres da natureza que vivem na Criação feita pelo Criador. Assim os hipócritas fariseus se orgulhavam de seu conhecimento achando que isso era suficiente para encontrarem os segredos que estavam encobertos e classificavam aqueles que não podiam consegui-los como gentios e pubicanos desmerecedores das recompensas celestiais sendo seu orgulho e mesquinhez o que os condenavam desviando-os da caminho da verdade. João Batista conhecia o processo natural da evolução humana e infiro que tinha conhecimentos ocultos da Cabala judaica pois a referencia "Temos por pai a Abraão porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão" que é o tema de nossa reflexão mostra o conteúdo de um dos textos - Livro da Criação - dessa doutrina mística quando diz que: "do mineral tornou-se vegetal do vegetal tornou-se animal do animal tornou-se humano e do humano tornar-se-á espírito". Pra mim está claro nesse trecho bíblico o desejo do Espírito Divino de continuar sua obra de evolução em nossa matéria - espírito ou espírito - matéria que foi insuflada pela centelha divina a milhões de encarnações passadas percorrendo os planetas de nosso sistema solar até aportar em nossa terra mas é interessante pensar que como a monada fomos germinados por esse raio luminoso sendo mineralizados em um dos planetas para iniciarmos nossa ronda evolutiva existencial e acessando a astrologia através de um mapeamento podemos ter uma previsão de sabermos onde iniciamos esse enigmático processo. Na terra estamos segundo os estudiosos da ciência oculta perfazendo um total de aproximadamente 777 encarnações um número imaginário é claro para podermos entender esse complexo veículo de evolução que junto com nosso carma positivo ou negativo proporciona nosso tempo nos entre vidas onde reparamos ou retificamos aquilo que precisa ser debitado como vício ou compensado como virtude para desfrutarmos o período de conforto antes das novas encarnações. Esse processo evolutivo na terra é feito primeiramente por uma pré consciência elemental bem primitivo e sem coordenação estrutural nervosa seguindo posteriormente uma consciência primitiva mineral ainda se organizando mesmo que incipiente tentando formular relações de compartilhamentos moléculas e partículas onde átomos eletrovalentes se conectam a valências negativas nos elementos inorgânicos surgindo as interações de compostos que representam os atuais elementos químicos existentes dos quais somos uma totalidade de carbono, nitrogênio, hidrogênio e oxigênio. Continuando evoluímos para avançarmos como um vegetal em uma consciência adaptativa centrada em nosso próprio sustento mas agora tendo a necessidade de interdependência com outros reinos e cadeias alimentares principalmente a precedente da qual tiraremos nosso sustento e nutrientes e posteriormente uma consciência instintiva animal já bem organizada e sabedora de alguns processos de relacionamentos coletivos mesmo que para uma individualidade da espécie sem entender que os vários reinos da natureza são intercambiáveis e o equilíbrio é feito com a harmonia de todos eles. E finalmente chegamos a uma consciência intuitiva, imaginativa e cognitiva humana a compreensão de que fazemos parte do todo - da natureza - sendo fundamental estarmos conectados e atuando para o bem de todos os seres na face da terra pois dependemos de cada pedra, cada árvore e cada animal que estão vivendo sua existência e com eles os demais humanos construiremos uma fraternidade universal onde a Criação representa o Criador e o Criador tipifica a Criatura. Abraço. Davi.      

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Nós os Filhos Pródigos.

(C.025) São Lucas 15: 11-31 "E disse um certo homem tinha dois filhos. E o mais moço deles disse ao Pai: Pai dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por ele a fazenda. E poucos dias depois o filho mais novo ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou os bens vivendo dissolutamente. ( ... )  E tornando em si disse: quantos jornaleiros de meu Pai tem abundância de pão e eu aqui pereço de fome. ( ... ) E levantando foi-se para seu Pai, e quando ainda estava longe viu o seu Pai e moveu-se de íntima compaixão e correndo lançou-lhe ao pescoço e o beijou". A conhecida parábola do Filho Pródigo é apresentada sob várias interpretações e todas partem do princípio de que o filho que se afastou estava errado ao tomar essa decisão e não deveria sair da proteção da família e nem do regaço - abrigo - de seu pai mas nossa versão dessa narrativa tem o propósito de enfatizar a importância das experiências pessoais realizadas através de escolhas legítimas baseadas no livre arbítrio dado por Deus tendo o propósito do crescimento e evolução espiritual onde a aprendizagem produz a maturidade humana e uma consciência em transformação aberta a interação com os diferentes reinos da natureza. Confúcio (551 AC 479) diz "Há três métodos para ganhar a sabedoria: primeiro por reflexão que é o mais nobre, segundo por imitação que é o mais fácil e terceiro por experiência que é o mais amargo". Vamos pensar em uma analogia para entendermos a Casa do Pai e o relacionamento com seus filhos assim a figura de um ninho de águia é bem recorrente como ilustração pois os pais águias com seus filhotes vivem em harmonia e convivência estando com os olhos para o futuro dos filhotes quando esses terão condições de voar e caçar seu alimento através do esforço pessoal de cada um mas até lá muitas coisas irão acontecer que envolverão um treinamento e estágios de adaptação as inúmeras fases que deverão ser percorridas. Primeiro os pais águias fazem seus ninhos nos penhascos mais altos das montanhas sendo esse fato importante para a segurança e proteção dos filhotes contra os pássaros predadores que voam em altitudes acima da média como os corvos, abutres, urubus e falcões mas um detalhe curioso e sabido entre os ornitólogos - estudam os pássaros - pois as mamães águias para guardarem seus ninhos voam e caçam em distâncias consideráveis que vejam no rochedo seus ninhos e geralmente perseguem suas presas em pleno voo deixando para os papais águias a responsabilidade de trazerem alimentos mais consistentes pois eles vão a regiões mais distantes avistando suas presas com suas apuradas visões das alturas e numa precisão milimétrica dificilmente erram em seus ataques. Num certo momento da vida dos filhotes sua mãe começa as aulas de treinamento de voos havendo vários tipos deles como: o planado, planado térmico e o planado aerodinâmico específicos para aves de grandes portes e avantajada envergadura de asas como as águias sendo um esforço em tentativas de erros e acertos para os frágeis filhotes que nessas aulas inauguram as aventuras pela existência como classe de animais vertebrados, bípedes, endotérmicos e ovíparos. O momento mais importante desse aprendizado é quando a mamãe águia coloca seu precioso filhote para dar um voo rasante em pleno ar a procura de uma pequena presa estando ela parada no ar como professora observando a performance de seu aluno e ele é aprovado no teste quando segura com firmeza o alimento levando-o para ser devorado no ninho estando assim apto para sair de casa e constituir sua própria família. Um princípio a destacar entre as águias é sua fidelidade para com seu companheiro isso acontecendo até a morte de um deles e não se sabe entre os ornitólogos se elas voltam a se acasalarem novamente. Ressaltando uma etapa fundamental entre essas aves é que num determinado período de suas vidas as garras e picos se fragilizam devido ao desgaste das caças, lutas, e intempéries da natureza assim o instinto de sobrevivência lhes ensinou que deveriam buscar refúgio no mais alto penhasco e lá sozinhas começarem o doloroso processo de transformação de suas garras, bicos e renovação de sua plumagem que é realizado quando elas batem na rocha seus bicos até que eles soltem desgrudando de suas faces e as garras são friccionadas contra as pedras até que se despreguem de seus pés um sofrimento indescritível pra esses pássaros que voluntariamente se submetem a esse processo na solidão da montanha esperando pacientemente por novas e vigorosas garras, bicos e plumagem assim voltar renovados para continuarem suas vidas no reino animal. Essas aves são realmente misteriosas e dotadas de uma consciência perceptiva bem evoluída em comparação as demais espécies de pássaros existentes sendo seu processo de morte até hoje pouco explicado pelos entendidos pois ninguém ainda encontrou um cadáver de águia por ai pois quando sentem que chegou a hora de partir não se lamentam e nem ficam com medo mas tirando as últimas forças de seu cansaço corporal voam aos picos mais altos quase inatingíveis esperando resignadamente o momento final partindo para a outra vida heroicamente tendo cumprido sua missão aqui na terra. Isso mostra a importância da atitude do filho que saiu da Casa do Pai e infiro que o Pai ocultamente aprovou sua atitude pois sabia que ele passaria por experiência que trariam à ele sofrimento, medo, perigo, expectativa, escolha, risco, equilíbrio, bom senso, esperança, alegria e maturidade. O primeiro ponto percebido nesse jovem foi sua necessidade de conhecer novos ambientes, novas pessoas, sair do mesmismo, enfrentar a vida de peito aberto evidente que tinha uma boa economia advinda da parte que lhe coube da herança mas isso representava apenas o motivo para viver a aventura da existência e pelo seu próprio esforço e possibilidade se sentir dono de si mesmo e criar a esperança de novos caminhos pela tentativa do erro e acerto. Outro aspecto foi sua coragem e determinação mesmo em uma situação desfavorável quando pensamos que ele sai de sua zona de conforto e lançando-se ao desconhecido sem segurança ou expectativa de uma situação cômoda a curto ou médio prazo apenas com o desejo de ter experiências que evoluiriam sua espiritualidade dando-lhe o sabor de vencer ou o amargor de ser derrotado como precisamos viver essas duas situações reconhecendo a importância delas com diz Abraham Lincoln (1809-1865) "O campo da derrota não está povoado de fracassos, mas de homens que tombaram antes de vencer". A princípio teve experiências negativas pois gastou todo o dinheiro com futilidades e promiscuidade mas cogito que fica claro a presença oculta do Eterno em cada situação que ele passou mesmo quando buscou as prostitutas para satisfazer seu desejo sexual pois esotericamente pensando não era isso o que ele queria tanto que seu carma foi cobrado logo a seguir quando esteve naquela deprimente situação de apascentar porcos comendo do que eles comiam. Ele tinha um coração simples e amava os animais mesmo aqueles que a tradição religiosa considerava como imundos isso demonstra que percebia que no reino animal não havia nenhuma imundície sendo uma invenção descabida pois reconhecia Deus não apenas como o Criador mas também como a Criação. Sua prece manifestando o desejo de voltar ilustra bem seu coração compungido e contrito quando diz "Levantar-me-ei e irei ter com meu Pai, e dir-lhe-ei Pai pequei contra os céus e perante Ti, já não sou digno de ser chamado seu filho faze-me como um dos teus jornaleiros", a experiência do perdão nos situa em nosso microcosmo como seres que dependemos uns dos outros estamos conectados pela vida e a consciência evoluída onde intuição, recordação, imaginação, cognição e abstração dão-nos o direito de escolher pelo livre arbítrio nosso destino onde a divindade não impede que tomemos nossa decisão seja qual for se para o bem ou para o mal por isso a importância das circunstâncias vividas pois através delas saberemos distinguir o melhor do pior, o bom do ruim, o doce do amargo, a luz das trevas. O reencontro com seu Pai é uma expressão do amor altruísta e incondicional pois ele aguardava a volta do filho desde o primeiro minutos que ele saiu de sua casa vendo nele aquele que "esteve morto e reviveu estava perdido e foi achado", um processo natural pensando ocultamente que ele passou para sua evolução espiritual assim a roupa nova, o anel e as sandálias são símbolos de maturidade e idoneidade manifestados na festa que foi dada pelo seu retorno ao lar. Podemos cogitar esses fatos narrados acima pela filosofia esotérica e percebemos que nossa evolução deve passar por estágios a princípio inferiores e experiências de sofrimentos, vergonhas, dores e humilhações pois ainda em um corpo físico e emocional que acentua a personalidade estamos presos ao mundanismo dos prazeres, desejos egoístas e narcisismos manifestados no nosso centralismo. Assim alguns de nós precisam passar um período no chiqueiro - porcos -  aprendendo com eles a necessidade de companheirismo e reciprocidade nos relacionamentos reconhecendo nossa real constituição viciosa e pecaminosa e percebendo que nossa consciência em muitos casos ainda está instintiva como a dos animais e podemos pela vivencia humana mudar essa situação evoluindo conscientemente nosso aparelho psíquico pela observação dos demais reinos da natureza e procurando no auto conhecimento, meditação e contemplação o sentido para nossa vida humana e espiritual. Saindo do nosso casulo podemos passar pelo processo da metamorfose de lagarta para borboleta uma nova perspectiva agora não mais como uma personalidade rastejante que presencia apenas as coisas superficiais do mundo palpável mas evoluindo em uma consciência pré intuitiva vivida numa individualidade superior podendo voar para conhecer novas espécies aéreas e flores com fragrâncias indescritíveis como as begônias, hortências, lírios e orquídeas além de polimerizar outras espécies vegetais assim a vida evoluiu para um aspecto mais adiantado na cadeia do progresso existencial interagindo de forma orgânica pelos processos de simbiose e comensalismo com vantagens para todos os integrantes dos níveis evolutivos. O retorno a Casa Paterna é um percurso longo e demorado pois precisamos passar por inúmeras estações de tratamento de nossos pecados e iniquidades são as rondas carmicas na vida atual e nas futuras encarnações que produzirão esse equilíbrio entre os nossos vícios e virtudes, méritos e deméritos, bondade e maldade praticados a favor ou contra nosso próximo mas sobressaindo nossa boa vontade teremos um momento de gozo e consolo quando - entre vidas - desencarnarmos provavelmente um período de uns mil e quinhentos anos ou mais ou menos - Devachan - dependendo de como evoluímos o dom da vida dado a nós pelo Espírito Divino. O filho que ficou na Casa do Pai optando pela segurança, comodidade e conforto de tudo que possuía era infeliz e entediado pois não compreendia o verdadeiro motivo da existência humana imaginando que uma vida tranquila e inalterada desprovida de experiência boas ou más eram suficientes para agradar o coração do Pai nessa condição ele involuiu impedindo que o progresso da existência fosse realizado nele custando uma fase de atraso em seu desenvolvimento espiritual que deveria ser alcançado posteriormente. Ocultamente percebemos que o Pai queria também que esse filho tivesse suas próprias experiências para crescimento e evolução do seu Ego Inferior saindo de sua casa para ganhar a idoneidade moral, ética e espiritual pelo sofrimento e a dor de início mas logo a aprendizagem produziria os "frutos do espírito que são amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, fé, benignidade, domínio próprio" esses são vistos apenas como atitudes do Ego Superior que compartilha com o Ego Divino as bem aventuranças destinadas a todos os seres minerais, vegetais, animais e humanos da natureza que estão debaixo, sobre e acima da terra. A festa com vestes novas, anel no dedo e sandálias nos pés demonstra o último estágio da evolução da alma humana pois esse filho que saiu da Casa do Pai e retornou esotéricamente podemos compará-lo ao próprio Pai - Deus - pois o longo processo evolutivo - homem, Mestre de Sabedoria, Homem Perfeito e Espírito Divino - o mesclara intrínsecamente  a Deidade assim estão no Nirvana a completude da consciência humana que viajando pelos vários reinos e planetas de nosso sistema solar chega a seu ponto de origem plenamente aperfeiçoada e capacitada pelas sucessivas reencarnações vividas em seu processo de inteireza e perfeição cósmica. Isso é o que diz São Paulo em II Timóteio 4: 7,8 "Combati o bom combate acabei a carreira e guardei a fé. Desde agora a coroa da justiça me está guardada a qual o Senhor justo juiz me dará naquele dia, e não somente a mim mas a todos os que amaram a sua vinda". Seria bom se ganhássemos a sabedora pela reflexão ou imitação como disse Confúcio mas sinto em meu caso que necessito também do caminho amargo da experiência para alcançar esse propósito. Estritamente falando todos saímos da Casa do Pai foi o nosso primeiro ambiente de acomodação e suprimento e tendo essa indestrutível partícula divina em nós estamos prosseguindo nossa caminhada espiritual com muitos tropeços é claro mas também enfrentando e vencendo pequenos e grandes obstáculos assim chegaremos infalivelmente de volta como seres evoluídos e perfeitos para a Casa do Pai novamente. Abraço. Davi.
      

domingo, 22 de junho de 2014

Ponderações de um Neófito ou Iniciante.

Olá! Mestre In. essa é nossa primeira conversa e nem sei como começar a dizer alguma coisa mas vou falando a medida que os pensamentos vierem a tona. Não sei exatamente como nos conhecemos e tento recordar o momento que isso aconteceu  e acabo me perdendo no tempo apenas tenho a certeza que foi no início do ano (2014) quando procurava um equilíbrio em minhas incertezas e depois de alguns meses caminhando junto com outras ideias e postulações - Pensamento Teosófico - percebo que preciso acostumar com meu próprio vazio e vivê-lo no cotidiano sem uma preocupação de preenchê-lo com pressupostos ou conceitos pois o mundo dos pensamentos deve ser acessado em momentos convenientes e precisos quando estamos necessitados de presenciar as imaginações e abstrações dessa órbe invisível. Assim não entendemos claramente esses interlúdios onde as situações parecem desajustadas a princípio e ficamos amarrados no palco desse circo da vida sem podermos vestir nossa roupa e maquiar-nos para  contracenar com os demais atores dessa roda existencial mas sabemos que quando colocamos os motivos acima dos desejos conseguimos visualizar o panorama do alto da montanha e sabemos distinguir entre o vale e a superfície o plano e o altiplano. Mestre mencionei apouco o vazio fortuitamente pois acho difícil conceituá-lo no aspecto mental mas considero que ele seja um dos aspectos de nossa alma anímica aquela ainda ligada a personalidade e sujeita ao mundanismo habitual onde acomodamo-nos em futilidade e trivialidade do temporal mas ao pensarmos o Nada associamos a nossa mente a ausência de qualquer coisa até que seja o Vazio Absoluto. O Nada foi cogitado como conceito por filósofos que questionavam inclusive se o Nada existe? assim nesses termos Kant (1724-1804) em a Fundamentação da Metafísica de 1785 apresentou a existência do Nada como um pseudo problema sendo uma falsa questão metafísica mas Sartre (1905-1980) vai tratar o Nada em sua principal obra O Ser e o Nada em oposição ao Ser sendo o existir de algo mas Heiddeger (1889-1976) em Ser e Tempo de 1927 cujo pensamento foi influenciado pelos místicos trata em sua aula inaugural - O que é Metafísica - que a pergunta fundamental da metafísica é: porque existe o Ser e o Não Ser? Fisicamente é preciso distinguir três coisas o Vácuo, o Vazio e o Nada. O Vácuo é o espaço não ocupado por qualquer matéria, nem sólida, nem líquida, nem gasosa, nem plasma e nem a matéria escura mas pode conter campo elétrico, campo magnético, campo gravitacional, luz, ondas de rádio, raio X ou outros tipos de radiações e campos e a denominada energia escura. Ele pode estar sendo atravessado por partículas não materiais mediadoras das interações, o Vácuo também possui energia e suas flutuações quânticas dando origem à produção de pares de partículas e de anti partículas. O Vazio seria um espaço em que não existe qualquer matéria campos gravitacionais ou qualquer radiação mas no Vazio haveria ainda o espaço isso é a capacidade de caber algo ainda que não houvesse nenhum objeto para preenchê-lo assim todo espaço mesmo que não contenha matéria é preenchido pelo campo gravitacional. No Nada não existe nem o espaço isso é não há coisa alguma nem um lugar Vazio para caber algo sendo que o conceito de Nada inclui a inexistência das leis físicas que alguma coisa existente obedeceria dentre elas a conservação da energia o aumento da entropia e a própria passagem do tempo desse modo sendo o espaço o conjunto dos lugares isso é das possibilidade de localização sua inexistência implica na possibilidade de conter qualquer coisa isso é não se pode estar no Nada nesse raciocínio portanto o Nada é um não lugar. Por definição quando se fala da existência se pensa na existência de algo mas o Nada não sendo coisa alguma logo não existe pra alguns é um signo uma representação linguística do que se pensa ser a ausência de tudo ele existe como representação mental. Como uma definição ou conceito é uma afirmação sobre o que uma coisa é mas o Nada não é positivamente definido apenas representado fazendo-se entre seu símbolo e a ideia que se tem da não existência de coisa alguma. O Nada não existe mas é concebido por operações da mente sendo isso o que postula Bergson (1859-1941) em sua obra A Evolução Criadora em oposição a Hegel (1770-1831) que em sua obra Fenomenologia do Espírito  modernamente com Heiddeger (1889-1976) e Sartre (1905-1980) reabilitou o conceito de que o Nada seria uma entidade de existência real em oposição ao Ser. Percebe-se distintamente pelas elucubrações acima que os filósofos modernos têm ideias e conjecturas quanto ao Vazio, Vácuo e o Nada sem determinarem a verdade sobre essas postulações e isso demonstrado de maneira sábia pois a perenidade da consciência humana não chegou a sua completude para paralelamente ao corpo mental inferior e superior alcançarem a infinitude cerebral vislumbrado pela futura interação com a Consciência Universal mas sou propenso a inferir que meu Vazio como um fenômeno mensurado pelo espaço e tempo está sendo ocupado partícula por partícula pelo conteúdo do Nada em sua manifestação pela radiação cósmica e o magnetismo da luz eterna invisível. Êxodo 3: 13,14 "Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós e eles me dizerem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? E disse o Senhor a Moisés: Eu Sou o que Sou. E disse mais assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós". Fica claro nesse texto que não temos necessidade nenhuma de provar a existência de Deus e nem ficarmos preocupados com os Teístas e os Ateístas quando uns querem justificar a existencial de Deus e os outros querem demonstrar que Ele não existe pois Ele próprio nessa passagem não precisou de si auto afirmar como divindade ou deidade existente apenas disse Eu Sou o que Sou. Então podemos deduzir que o Vazio e o Vácuo estão contido no Nada e a possível da Inexistência de Deus está contida em sua Existência sendo aparentemente uma tautologia mas é como falar que o finito está dentro do infinito e o infinito está incluído no finito o todo é maior que a parte mas também a parte é maior que o todo logo a questão principal quanto a Deus se estou entendo o texto bíblico citado é reconhecermos Ele Sendo o que É e não apenas como existindo pois Ele Sendo o que É transcende tempo e espaço, materialidade e imaterialidade, forma e informe, perene e imperene mas existindo o limitamos na eternidade e o enclausurados no infinito recorrendo à analogias antropomórficas inadequadas dando-lhe - Deus - atributos humanos viciosos e virtuoso para compreende-lo em sua essência sendo esses artifícios os que mais atrapalham nossa percepção de quem Ele realmente É. Assim concluo que precisamos é entende-lo como O Eu Sou e desse modo não O humanizaremos com atributos e qualidades positivas e negativas que O limitam retirando sua verdadeira característica de Ser o Criador e a própria Criação como é reconhecido na Sabedoria Antiga da Gnose. Mestre o que expliquei acima é pra mim mesmo pois não estou preocupado quanto ao certo ou errado mas sinto que a comunicação entre os mundos superiores e inferior trazem novas perspectivas de racionalização de fatos que a princípio não temos como cogitar mas abrindo o leque da abstração imaginamos conceituações nos mundos das ideias que fazem sentido num patamar evolucionário da existência do Ser e do Nada. Mestre como sabes rasguei alguns escritos dias atrás pois percebi que estava dissimulando naquele propósito - os leitores não precisam saber quais eram - de saber alguns fundamentos da ciência oculta que dizem respeito aos neófitos e sua maneira de enxergar os fenômenos psíquicos e naturais pois na ânsia de prosseguirmos nos primeiros passos queremos obter asseveradas certezas metafísicas e materiais então compreendi que o terreno do ocultismo traz ao investigador mais hipóteses e considerações a luz da ciência esotérica em contraposição a crença dogmática que captura o fiel de pouco raciocínio para o extremo da cegueira espiritual sem uma atitude de bom senso e comedimento para discernir o que é real do que é irreal. Assim fico satisfeito pela experiência passada e o descobrir que não precisamos ver um fenômeno para refletir sobre sua autenticidade isso pensando no misticismo oculto esotérico e exotérico mas nossa atitude deve está voltada para a pesquisa científica e racional para entendermos tal fato e nesse momento tirarmos nossas conclusões à luz da Metafísica Divina baseada na Sabedora Arcana vinda dos primórdios das civilizações humanas e passadas inconscientemente pelo mundo mental concreto e abstratos das gerações anteriores que detiveram esse conhecimentos e o têm entregado em pequenas porções - devido a riscos de caírem em mãos erradas e também nós humanos não estamos preparados para muitos desses conceitos ainda -  aqueles que abrem seu coração em piedade, pureza e santidade para acessarem esses tesouros que nesse século XXI ao que parece com a movimentação dos Mestres de Sabedoria em todas as direções da terra desde o extremo sul antártico ao extremo norte ártico desde as Ilhas Sacalinas no sul da Federação Russa até o Território do Alasca no USA esses Homens Perfeitos - que segundo alguns estudiosos do ocultismo habitam em sua grande parte nas montanhas do Himalaia no Tibet - em seus corpos astrais não desgastado pelo tempo tem recrutado aqueles que estão dispostos a escolher passar pela porta estreita e andar pelo caminho apertado - Senda Espiritual - revelando a humanidade os segredos e mistérios da mente humana e o enorme potencial da natureza para suprir em abundância as carências físicas, alimentares e materiais das sociedades pós modernas de hoje. O trabalho desses neófitos e iniciantes da Academia da Sabedoria Divina é conhecer preliminarmente o processo de aprendizagem dos mecanismos psíquicos e mentais que proporcionam a comunicação - in loco - entre os seres humanos uma maior abertura de consciências telepáticas e transmigracionais dentro de um estudo científico e investigativo nessa área pra que num futuro esse sonho torne-se em realidade. Outro aspecto com desdobramentos nos variados campos dos sabedores seria a aproximação alquímica feita por experimentos em laboratórios ou pesquisas de campo realizada na natureza mineral, vegetal e animal para descobrir como utilizar esse misterioso potencial guardado nas pré consciências, consciências despertas e nas consciência instintivas desses reinos isso seria a solução da fome, miséria e confusão em que se tornou as nações da terra proporcionando num futuro razoável a fraternidade universal ampla e a cooperação com o objetivo comum de paz e conservação de todos os reinos da vida orgânica e inorgânica. Mas é necessário dar os primeiros passos e quem está disposto? Mestre não me sinto plenamente seguro e talvez não seja o discípulo adequado para nenhuma missão comum ou especial pois carrego uma personalidade viciosa e pecaminosa estando constantemente embaraçado em minhas teias aracnídeas que parecem frágeis mas são fortíssimas prendendo meu Ego inferior em meus egoísmos e avarezas pessoais estando centrado no meu próprio mundo físico e emocional preso a minha casca perecível como se fosse um caramujo tenho que confessar cristãmente como disse São Paulo em Romanos 7: 24 "Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou quem me livrará do corpo dessa morte", mas há esperança pois em minha individualidade posse conectar o Ego Superior ao Ego Divino - Budhy - assim vivenciando as virtudes e beneméritos humanos que trarão a continuidade da evolução espiritual sendo o que o mesmo apóstolo mencionado disse em Romanos 8: 1,3 "Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito e da Vida em Cristo Jesus me livrou da lei do pecado e da morte". Assim desejo avançar junto com aqueles que estão lendo esses textos da filosofia oculta na perspectiva da tolerância e compreensão de todas as religiosidades e espiritualidades conhecidas e as que vierem a surge nesse ínterim para no livre pensamento podermos buscar o que há de melhor em todas elas e trocando experiências místicas evoluirmos para a completude com o Todo Absoluto. Com amizade. Abraço. Davi.        

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Preceitos das Antigas Escolas de Cabala. Parte III.

(C.024) Falando agora da tradição mística oral da Cabala há unanimidade entre os estudiosos dessa ciência que seja qual for o primeiro homem a ter recebido o conhecimento esotérico da Cabala ninguém discute que os ensinamentos foram transmitidos oralmente ao longo de muitas gerações até que alguém resolveu eternizá-los na escrita. Os primeiros escritos conhecidos com referências a esses ensinamentos datam do século I sendo livretos reunidos numa coleção chamada Heichalot (Os Palácios) que versam sobre os passos necessários para ascender evolutivamente através de 7 palácios celestiais com ajuda de espíritos angelicais. Mas os livros mais importantes da Cabala são o Sefer Yitizirah (Livro da Criação) e o Zohar (Livro do Esplendor) sendo ambos de origem incerta onde o primeiro teria sido escrito no século II de duvidosa autoria e o segundo a situação é mais complexa pois para alguns cabalistas ele foi escrito pelo rabino Shimon Bar Yochai também no século II (101-200), mas a maioria dos estudiosos porém acredita que o Livro do Esplendor seja de autoria do cabalista judeu espanhol Moisés de León que divulgou os manuscritos no século XIII. Embora o Sefer Yitizirah e o Zohar concentrem em suas páginas os principais ensinamentos da Cabala é importante lembrar que a Torá é tão importante quanto eles isso porque segundo a Cabala a Torá contém ensinamentos esotéricos preciosos codificados dentro do texto sagrado. Decifrar esses ensinamentos ocultos é por sinal um dos principais propósitos do misticismo judaico assim uma das maneira de interpretar a Bíblia (Tannach) Hebraica é recorrer a códigos e números a chamada guematria que é a face matemática da Cabala que atribui valores numéricos a cada uma das 22 letras do alfabeto hebraico sendo a ordenação dessas letras no texto bíblico uma das maneiras que Deus teria encontrado para revelar ao homem os segredos do universo. Entre o período final da Idade Média e o fim da Idade Moderna houve um ressurgimento da Cabala assim no século XIII o Zohar foi distribuído pelo cabalista espanhol Moisés de León (1250-1350) mas no século XVI os conhecimentos foram sistematizados pelo místico Moisés Cordovero (1522-1570) um dos sábios a se refugiar na cidade Israelense de Safed em seguida Isaac Luria (1534-1572) divulgou novas interpretações dos ensinamentos esotéricos que foram espalhados por vários mestres pela Europa fazendo da Cabala a teologia dominante em círculos escolásticos e no imaginário popular judaico entretanto no século XVIII o rabino Baal Shem Tov (1698-1758) que fundou o hassidismo variante ortodoxa do Judaísmo que ensinava uma versão mais fácil da Cabala sendo de todo modo a essência inalterada por mais de 4 mil anos como é dito por Ian Mecler (1967-    ) "O conhecimento não muda assim como as leis da física não mudam, mudando somente a forma de transmitir". Hoje com o advento da internet o conhecimento da Cabala é acessível a qualquer interessado ainda que de forma simplificada dentro desse contexto nos séculos XX e XXI foram feitas diversas traduções do Zohar para o hebraico moderno (o idioma original é o aramaico) e para o inglês não existindo uma versão completa em português, mas o fato contribuiu para a popularização da mística judaica bem como celebridades que passaram a estudar o pensamento cabalístico como Madonna, Mick Jagger, Britney Spears e outras. Assim como a religião Judaica a Cabala em seu ensino esotérico considera fundamental prosseguir no caminho da evolução espiritual sendo um dos estudos mais importantes para isso o que diz respeito à natureza da divindade e nesse plano os cabalistas preferem o termo Deus Infinito uma tradução de Ein Sof lendo da direita para a esquerda sendo seu significado aquele que veio antes de tudo que precede a Criação. Veja o que diz o Zohar sobre o Ein Sof : "Antes de dar qualquer formato ao mundo antes de produzir qualquer forma Ele estava só sem forma e sem semelhança com qualquer coisa. Quem então pode compreender como Ele era antes da Criação? Por isso é proibido emprestar-lhe qualquer forma ou similitude, ou mesmo chamá-lo pelo Seu nome sagrado ou indicá-lo por uma simples letra ou um único ponto ( ... ). Mas depois que Ele criou a forma do Homem Celestial Ele a usou como um veículo por onde descer e Ele deseja ser chamado por Sua forma que é o nome sagrado YHWH". Pode parecer estranho não poder dar um nome a Deus tornando-o de certa maneira inacessível para os homens mas afinal se é assim como pode existir uma experiência mística que permite esse acesso? Bem a Cabala explica que o contato com Deus é realizado indiretamente por meio de um de seus desdobramentos. "Para tornar-se ativo e criativo Deus criou as 10 Sefirot ou emanações sendo elas formadoras da Árvore da Vida que representa os aspectos de Deus existentes dentro de nós", instrui o rabino Leonardo Alanati que o contato místico com Deus é através de uma das 10 Sefirot que são as mesmas representadas no famoso diagrama da Sefirot. Vamos falar resumidamente sobre as Sefirot um estudo que está baseado na Árvore da Vida da Cabala que busca a correta compreensão das forças que regem o universo assim a Árvore da Vida é uma diagramação sistematizada que representa o cosmo (micro e macro) em toda a sua complexidade e também o espírito humano em suas inter relações sendo esta estrutura composta por 10 Sefirot termo mencionado pela primeira vez no Livro da Formação escrito a mais de 4 mil anos pelo Patriarca Abraão designando os 10 números primordiais que somados às 22 letras do alfabeto hebraico formam os 32 Caminhos da Sabedoria. Por cada Sefirá onde passa a Luz ela se manifesta de forma diferente mas sem nunca mudar sua essência sendo como se colocássemos um filtro colorido na luz do sol onde nós a veremos azul, vermelha ou verde, mas a Luz não muda nunca o que muda é o recipiente sendo elas também como os atributos divinos ou emanações sagradas já que cada uma delas está relacionada a um atributo ou qualidade de Deus. (1) Keter (Coroa, Semente) como a primeira Sefirá está ligada ao Mundo do Adam kadmo o Homem Primordial que faz parte do triângulo superior ou supremo (junto com Chochma e Binah) que está além da nossa realidade física situando-se no topo da coluna central pilar do equilíbrio. (2) Chochma (Sabedoria) está localizada no topo da coluna direita pilar de misericórdia mantendo-se em uma figura do Pai Universal sendo o primeiro recipiente a conter toda a Sabedoria do universo e contendo a totalidade da Luz. (3) Binah (Entendimento, Compreensão) é a figura da Mãe Cósmica ou Divina e situa-se no topo da coluna esquerda pilar da severidade sendo uma usina geradora de energia cósmica desde aquela que motiva o empenho humano até aquela que mantém as galáxias em movimento. (4) Chesed (Misericórdia, Compaixão) situa-se na coluna direita logo abaixo de Chochma. sendo também a primeira das Sete Sefirot inferiores com as quais nos relacionamos e o canal para acessar Chesed é o patriarca Abraão pois ele foi o canal que manifestou a inteligência, misericórdia e gentileza.  De acordo com a Guematria a numerologia cabalística as letras hebraicas que formam a palavra Chesed somam 72 relacionando-a com o poder dos 72 nomes de D us. (5) Gevurah (Severidade, Julgamento, Força) situa-se na coluna esquerda logo abaixo de Binah sendo o canal para acessá-la o patriarca Isaque filho de Abraão e no nosso corpo essa Sefirá se relaciona com o braço esquerdo enquanto Chesed se doa incondicionalmente Gevurah é avarenta. (6) Tiferet (Beleza, Equilíbrio) estando relacionada com a coluna central localizada abaixo e entre as Sefirot de Chesed e Gevurah formando a tríade superior do Maguen Davi (Escudo e Estrela de Davi). O canal para Tiferet é Jacó e no corpo humano está relacionada ao tronco (coração, pulmões, etc). (7) Netzach (Vitória, Eternidade) situa-se na coluna direita logo abaixo de Chesed sendo um armazém de energia positiva que irradia o desejo de compartilhar e se tornar um canal dessa energia na medida em que começa a abordar o mundo físico no qual vivemos. É vitória no sentido de vencer as próprias limitações e Eternidade ao expressar os pensamentos eternos. (8) Hod (Glória, Esplendor) localizado na coluna esquerda abaixo de Gevurah e no corpo humano corresponde à perna portanto o canal que nos conecta a energia de Hod é o sacerdote Arão. (9) Yesod (Fundamento, Alicerce) conhecida como receptáculo das emanações situa-se como um grande reservatório abaixo das oito Sefirot das quais falamos anteriormente todavia as Sefirot acima enumeradas emanam sua inteligência e seus atributos para o vasto recipiente de Yesod onde são misturados, equilibrados e preparados para transferência de um esplendor radiante de influxo divino a uma próxima Sefirá. (10) Malchut (Reino) a última das Sefirot contendo o mundo da fisicalidade e o nível de revelação esotérica sendo a única das Sefirot onde a matéria física parece existir mas mistura-se pelo despejar depositário de Yesod endurecendo como pedra e adquirindo estrutura física. Em nosso corpo está relacionada aos pés e o canal para Machut é o Rei Davi com a finalidade de também relacionar-se ao mundo da manifestação, da ação, e tendo a ver com nossa existência física como comer, trabalhar, dançar, estudar etc. É em Malchut que ocorre o maior desejo de receber porque essa dimensão em nosso universo é a que está mais distante da fonte de Luz. Abraço. Davi. 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Preceitos das Antigas Escolas de Cabala. Parte II.

(C.023) Vimos na parte I desse tema a importância da constituição sócio histórica do povo Judeu e que a variedade de culturas e tradições herdadas dos povos da Civilização Mesopotâmica manifestadas nos Sumérios, Caldeus, Babilônios, Assírios e os Egípcios apesar de não fazer parte dessa região influenciaram enormemente o legado místico mostrado nos mistérios ocultos e revelados bem como os milagres realizados pelos patriarcas nos primórdios da formação do povo Hebreu. Ousarei traçar um perfil sequencial dos eventos relacionados ao sofrimento desse povo que parece marcado pela vergonha e dor para expressar a grandeza e a glória de Jeová um paradoxo enigmático que nossa mente racional é incapaz de entender mas tentarei esboçar algumas circunstâncias vinculadas a esse contexto. O primeiro templo foi chamado de Templo de Salomão pois foi construido por ele no século XI AC sobre um terreno comprado pelo rei Davi no monte Moriá sendo a construção desse templo desejada pelo seu pai com o objetivo de ter uma casa para a Arca da Aliança. A tradição diz que o desejo de Davi (1000 AC 962) em construí-lo não foi realizado por causa dos seus pecados cabendo assim ao seu filho Salomão essa tarefa sendo que o árduo trabalho durou 7 anos com madeiras vinda do Líbano trazidas por um contingente de 30 mil homens enviados com essa finalidade mais 70 mil homens foram convocados como carregadores e 80 mil como cortadores. Além desses o rei Salomão (962 AC 922) nomeou 550 homens como responsáveis pelos serviços e outros 3300 como ajudantes sendo o gigantesco templo erigido  e a Arca da Aliança colocada no interior do edifício, mas infelizmente esse templo foi destruído por Nabucodonosor em 586 AC depois de 2 anos de cerco à cidade de Jerusalém pelos exércitos dos babilônios que levaram para o cativeiro em suas terras os judeus derrotados. O segundo templo tem uma história mais complicada pois algumas décadas depois da destruição do templo de Salomão os judeus voltaram da Babilônia e puderam reconstruir o antigo templo sendo que essa primeira construção terminou em 515 AC e sua reforma foi liderada por Judas Macabeu em 164 AC. Esse segundo Templo em Jerusalém adquiriu fama e opulência devido a intervenção de Herodes o grande (37 AC 4) que ampliou de forma monumental aquilo que existia sendo que essas obras iniciadas por Herodes duraram diversos anos tendo terminado somente em 64 DC e logo a seguir no ano 70 DC esse templo foi destruído pelo Imperador Romano Tito. Um fato marcante nessa invasão foi que alguns judeus depois da queda dos muros de Jerusalém resistiram por alguns meses sobre uma fortaleza mas os exércitos de Tito conseguiram penetrar por um canal existente embaixo da cidade e os últimos amotinados não se entregarem  preferindo o suicídio coletivo. A destruição do Segundo Templo marca a dispersão (diáspora) dos judeus ocupando diferentes regiões pelo mundo convivendo em pequenas comunidades que apesar de não possuírem um Estado (Território) eram considerados uma nação (povo) procurando conservar sua identidade cultural por meio da língua, religião, cultura e hábitos. Na Europa Medieval ocuparam principalmente a região da Península Ibérica (Portugal e Espanha) isso antes do ano 1000 pois tinham liberdade religiosa influenciando o desenvolvimento cultural e científico mas no ano 1095 começaram a ser perseguidos pelos cristãos porque a Igreja Católica julgou os Judeus responsáveis pela morte de Cristo assim a partir desse fato a Civilização Judaica sofreu constantes ataques nas cidades Europeias sendo enclausurados nos guetos os milhares de judeus foram  vítimas da Santa Inquisição (Tribunal da Igreja Católica que julgava os hereges). A partir da Idade Moderna os judeus foram expulsos da Península Ibérica emigrando em sua grande maioria  para regiões protestantes ao norte da Europa, mas após os direitos universais do homem serem instituídos (liberdade, fraternidade e igualdade)  durante a Revolução Francesa eles passaram a gozar de certa liberdade religiosa desenvolvendo várias atividades no continente Europeu em diversos setores tais como: bancos, indústrias além de atividades intelectuais notadamente nas ciências, artes, e principalmente na filosofia. Com a grande ascensão econômica e intelectual no século XIX (1801-1900) vários países começaram a acusar a comunidade judaica de querer dominá-los assim nesse contexto começaram a surgir ideias de aversão e preconceitos (antissemitismo) contra os judeus sendo esse século marcado entre eles por um forte sentimento de retornarem à sua terra de origem a Palestina criando um Estado Judaico nesse território sendo esse fato conhecido na história como (sionismo) onde milhares de judeus regressariam fugindo da perseguição na Europa. No século XX (1901-2000) a comunidade judaica foi vítima de uma das maiores atrocidades da história o chamado holocausto planejado e executado por Adolf Hitler (1889-1945) e a Alemanha Nazista bem como alguns cooperadores dentre eles Benito Mussolini (1883-1945) da Itália e seu fascismo durante a segunda guerra Mundial (1939-1945) onde 6 milhões de judeus foram submetidos aos campos de concentração na Polônia e Bielorússia sendo torturados e mortos, mas após o término da guerra o Movimento Sionista liderados por intelectuais judeus como Davi Ben Gurion (1886-1973), Theodor Herzl (1860-1904), Achad Haam (1856-1927), Golda Meir (1898-1978), Moshe Dayan (1922-1995) e outros reivindicaram à Organização das Nações Unidas (ONU) a criação do Estado de Israel na Palestina sendo milagrosamente no dia 15 de maio de 1948 criado o Estado Judeu contrariando os palestinos e árabes que viviam na região junto com milhares de judeus que haviam retornado da diáspora começando assim os vários conflitos étnicos e guerras que passaram a ser constantes nas regiões conhecidas como Faixa de Gaza, Cis Jordânia ocupada e Colinas de Golan. A digressão foi necessária para entendermos  as Academias de Cabala de uma maneira voltada para o misticismo e espiritualidade dos judeus sendo ela (Cabala) a tradição esotérica por trás do judaísmo revelando uma variante do ensinamento oculto universal, mas a doutrina exotérica oral e vivencial não está contida nas obras que ela abarca. O mais antigo texto cabalista o Sepher Yetzirah ou Livro da Formação atualmente costuma ser datado entre os séculos III e IV (201-399) e o Sefer Há Bahir ou livro da Iluminação foi publicado na região da Provença nos Alpes Franceses durante o século XII (1100-1200) embora considere-se que contenha elementos mais antigos, mas o volumoso Zohar chamado de Livro do Esplendor é uma obra em vários volumes que até o presente momento não foi totalmente traduzida para nenhum idioma sendo ele originalmente em hebraico e tendo apenas três compêndios traduzidos para o inglês. Apesar do Zohar ser atribuído ao rabino Talmúdico Shimon Bar Yochai século II a maioria dos estudiosos concorda que a obra seja de um cabalista espanhol do século XIII (1201-1300) Moisés de Leon (1250-1305) com acréscimos de comentarista posteriores. Já o livro Asch Metzareph ou Fogo Purificador explica os sephiroth (Princípios) cabalísticos em termos alquímicos sendo provavelmente uma obra de tradição cristã também o Sepher Sephiroth ou o livro das Emanações explica a evolução gradual da Divindade desde uma existência negativa a uma positiva. Para compreendermos o que é a Cabala vamos partir do princípio daquilo que ela não é religião, superstição, magia, sociedade secreta, meditação, adivinhação, interpretação de sonhos, ioga, hipnose ou espiritismo embora possa estar relacionada a todas essas coisas assim Cabala é um conjunto de ensinamentos esotéricos sobre Deus, o homem, o universo, o caminho, a verdade e coisas afins sendo uma revelação de Deus para o homem. Ela nos diz porque o homem existe porque nasce porque vive qual o objetivo de sua vida de onde vem para onde vai e quando completa seu ciclo existencial nesse mundo assim independentemente de quando a Cabala tenha surgido o modo como a conhecemos hoje é o resultado da transmissão desses ensinamentos por meio da tradição judaica e seu significa é recebimento sendo uma forma de misticismo pois ensina que é possível ao homem ter um contato direto com esferas superiores da realidade ou mesmo com manifestações do próprio criador portanto grosso modo a Cabala está para o Judaísmo assim como o Gnosticismo está para o Cristianismo e o Sufismo para o Islamismo. Como misticismo essas três correntes têm muito em comum sendo que a maior parte da diferença está no modo de transmissão do conhecimento adaptado a tradição em que aquele tipo de misticismo se desenvolveu entretanto esse raciocínio não vale apenas para as três religiões chamadas Abraãmicas (por serem todas herdadas do patriarca Abraão) mas também para as místicas orientais como o Hinduísmo, Taoismo, Budismo além do Zoroastrismo só para citar as mais conhecidas. Nesse misticismo Cabalístico as interpretações da Torá (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento) são tão importantes que foram divididos em quatro níveis de profundidade sendo o primeiro Peshat como  aquele que os leitores estão acostumados pois compreende apenas o sentido literal do texto o segundo nível Remez considera o significado alegórico da linguagem e no terceiro Derash entram as comparações entre textos similares e metáforas mas o último nível (quarto) é aquele que entende o sentido secreto e misterioso da mensagem divina chamado de Sod. Assim juntando os nomes das interpretações elas possuem um significado próprio e combinando-se as letras de cada um obtêm-se a palavra PARDES que significa paraíso e remete a realidade última do esforço de interpretação isso é compreendendo a mensagem que Deus colocou nos textos sagrados o cabalista recebia de volta o conhecimento do paraíso como se lhe fosse devolvida a chave para retornar ao Jardim do Éden do qual Adão foi expulso por desobediência nessa esfera o rabino Leonardo Alanati da Congregação Israelita Mineira diz: "É como uma gota retornando ao oceano de volta à realidade divina". Durante séculos especialmente após a destruição do Segundo Templo em Jerusalém pelos romanos no ano 70 a sabedoria da Cabala foi cuidadosamente transmitida por Mestres Iluminados somente à pequenos grupos de seus discípulos mais brilhantes e inspirados conta o rabino Alanati sendo os discípulos ideais homens maduros com mais de 40 anos pais de família de comportamento exemplar e ávidos por descobrir os segredos do universo assim eram poucos aqueles que se tornavam Mestres dando continuidade a transmissão do conhecimento oral. Para boa parte dos Cabalistas as restrições tinham razões claras pois o público não estava preparado para receber esse ensinamento dos mistérios maiores mas hoje a evolução da ciência ajuda a compreender muitos dos ensinamentos esotéricos antigos. Na verdade o motivo maior de tanto segredo não era apenas a escassez de discípulos adequados mas em diversas épocas por razões diferentes os judeus foram proibidos de professarem publicamente sua fé e a perseguição aos Cabalista atingiu o clímax no século XVI (1501-1600) durante a inquisição espanhola além disso a Cabala tem uma reinterpretação revolucionária dos textos bíblicos usando uma simbologia complexa e uma linguagem ambígua sendo essa a justificativa pela qual os Cabalistas eram considerados como hereges e alguns foram queimados nas fogueiras como bruxos ou feiticeiro e até hoje o estudo da Cabala é por várias vertentes do Judaísmo inoportuno e inconveniente mas nos últimos anos esta diferença tem diminuído. É curioso observar que na Cabala Iuriânica desenvolvida no século XVI pelo rabino Isaac Luria Arizal (1534-1572) há um conceito que lembra a teoria do Big Bang segundo essa linha Cabalística a primeira ação de Ein Sof para criar o universo teria sido uma contração por si mesmo que provocou uma catástrofe inicial chamada Tohu gerando um vácuo que em seguida teria sido preenchido com as emanações divinas de uma maneira explosiva tendo em vista a grande velocidade dos acontecimentos narrados e a seguir retificado nos mundos visíveis e invisíveis. Durante o Renascimento a Cabala despertou o interesse de grupos místicos cristãos intrigados com a compatibilidade entre as duas tradições tendo como resultado a criação da Cabala Cristã ou católica que levou novos níveis de interpretação dos textos das Sagradas Escrituras. Um sincretismo mais profundo resultou no surgimento da chamada Cabala Hermética que reúne ensinamentos esotéricos do gnosticismo, alquimia, astrologia, religiões egípcias, grego romanas e pagãs, tarô, tantra, maçonaria, hermetismo, neo platonismo, hinduísmo e budismo em uma espécie de síntese de todas as tradições místicas autênticas. Assim como a religião Judaica a Cabala ensina que tudo o que existe vem de Deus entretanto o Deus Único não é compreendido exatamente da mesma maneira assim se para a religião tradicional Deus é Todo Poderoso Criador de todas as coisas para a Cabala Ele não é somente o Criador mas é também a criação ou seja a criação não é dissociada do Criador mas parte Dele. Nesse contexto a existência de Deus não seria portanto distinta do espaço e tempo mas eles estariam contidos no próprio Deus Infinito. Mas não vá pensando que já entendeu porque isso não é assim tão simples e nem imagine que essas racionalizações vão proporcionar a você um entendimento profundo de Deus pois segundo a Cabala ou mesmo a religião Judaica o Deus Infinito não pode ser compreendido plenamente pela nossa mente física limitada. Concluo na parte III. Abraço. Davi.     

terça-feira, 17 de junho de 2014

Preceitos das Antigas Escolas de Cabala. Parte I.

(C.022) O povo Judeu é rico em tradições, culturas, filosofias,  espiritualidades e religiosidades isso advindo de um longo processo de formação histórica e social de mais de 4000 anos de existência começando com o chamamento do primeiro Patriarca desse povo O Hebreu Abrão onde em Gênesis 12: 1-2 diz: "Ora o Senhor disse a Abrão: Saí da tua terra e da tua parentela e vai para uma terra que te mostrarei. Far-te-ei uma grande nação e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção". Antes de continuarmos nossas ponderações é importante esclarecer que as datas que serão mencionadas a seguir são possibilidades baseadas em estudos de cronologias e historiografias comparadas já que não temos dados concretos e palpáveis quanto a esses eventos, também não nos deteremos em muitas referência bíblica correndo assim o perigo de um esvaziamos do tema principal. A região da Mesopotâmia onde Abrão vivia com sua família era cortada por dois importantes rios o Tigre e o Eufrates e provavelmente ele teve que atravessar esse dois rios quando de sua saída sendo depois conhecido como o Hebreu aquele que transpõe rios. Uma região composta de quatro povos os Sumérios que envolvidos com a astronomia e astrologia criavam seus códigos geométricos e estudando os astros (planetas e similares) como iniciações em mistérios ocultos e exoterismo matemático, pois os números nesse tempo eram considerados sagrados e num nível que só os adeptos da Comunidades Ecléticas Ocultistas podiam acessar como raciocínio lógico e abstrato. Os Babilônios tinha na espiritualidade sua referência pois através dos ofícios de sacerdotes, profetas e escribas organizaram uma religião com ensinamentos menores e maiores para que os principiantes e neófitos alcançassem pela iniciação os mistérios ocultos nas proto ciências que surgiam como meio de explicação dos mundos revelados e escondidos. Sua cosmogonia e cosmologia foram tomadas quase por empréstimo dos Sumérios. Existia uma grande quantidade de reis divinos à frente dos quais estava Marduk. Importante era também a divindade Samas o deus sol e da justiça representado no Código de hamurabi havendo também Ishtar a deusa da guerra e do amor. Além desses existiam divindades dos mundos inferiores e alguns espíritos angelicais sendo que cada deus principal tinha em cada cidade Babilônica um grande templo no qual diariamente se realizavam sacrifícios de animais, oferendas e libações. As crenças éticas e morais dos babilônios depositavam-se na bondade e na verdade, na lei e na ordem, na justiça e na liberdade, na sabedoria e na aprendizagem, no valor e na lealdade sendo que os atos imorais ou poucos éticos eram considerados uma ofensa aos deuses. Sentiam terror à morte já que não existia uma esperança de uma recompensa para as pessoas honradas estando todos destinados ao inframundo. Considerando isso não é de estranhar que a obra mais popular da literatura babilônica seja o poema de Gilgamesh centrado em uma angústia e inútil busca pela eternidade. Gilgamesh foi um rei Sumério que viveu no ano 2750 AC e era um iniciado nos mistério do ocultismo esotérico que influenciou com sua espiritualidade e devotação meditativa as religiões dos povos da Mesopotâmia inclusive o Judaísmo.  Os Caldeus faziam trabalhos e estudos mostrando as posições de estrelas e planetas também realizando previsões de eclipses solares e lunares pela produção de modelos (mapeamento) geométricos do céu sendo considerados os mágicos e astrólogos que preparavam e equipavam as academias de iniciação para a pesquisa e conhecimento das filosofias e espiritualidade  desses povos de entre rios sendo eles (Semitas) descendiam do filho mais velho de Noé, e Abrão era da linhagem deles. Por último temos os Assírios que eram o lado guerreiro e militarista dessas etnias pois nessa época dois milênios antes de Cristo eles já fabricavam armas de ferro e tinham uma avançada escrita com a qual comunicavam-se com os demais povos da região empreendendo muitas conquistas e tendo o costume de preservar as culturas e tradições dos povos dominados. Nesse contexto dos primórdios do conhecimento científico e o misticismo da Sabedoria Divina Antiga revelado na espiritualidade, religiosidade e iniciação nos mistérios abertos e fechados foi que Abrão teve sua educação moral, espiritual e filosófica aperfeiçoada pelos Mestres e Adeptos daquelas distantes e importantes civilizações humanas isso em meados de 2027 AC quando já com 70 anos sendo por uma visão ordenado que saísse  dessa região para uma remota terra que lhe fora prometida. Essa caminhada à terra juramentada para Abrão e seus descendentes é relatada no Antigo Testamento onde eventos relacionados fazem dele o Pai dos Judeus e dos Muçulmanos pois os dois povos são de sua linhagem onde uns vêm de Jacó e os outros de Esaú seus respectivos filhos. Um fato a destacar na vida desse patriarca foi sua ida ao Egito aparentemente um contrassenso pois mentiu ao Faraó dizendo que sua mulher era sua irmã com medo dos Egípcios o matarem por causa da beleza de Sara, mas no final foi humilhado e expulso do país sendo esse fato relatado na bíblia dando a impressão de ter sido rápido, mas ocultamente percebemos que Abrão esteve nesse país por um tempo bem razoável e aprendeu com a Escola Iniciática dos Faraós os segredos do ocultismo e o conhecimento esotérico dos sábios e mestres adeptos egípcios versados nos mistérios maiores e poderes da mente humana. Interessante um momento em que Abraão recebe três personagem que estavam visitando aquelas terras (Canaã) em Gênesis 18: 1-2 "Depois apareceu-lhe o Senhor nos carvalhais de Manré, estando ele assentado a porta da tenda no calor do dia. E levantou os olhos e olhando viu três homens em pé junto a ele, e vendo-os correu da porta da tenda ao seu encontro inclinando-se à terra". Esses três presumo que eram Mestres da Sabedoria que abdicando de seus serviços mais relevantes em outros planetas e sistemas solares entregaram-se a causa da fraternidade humana em nossa terra individualizados em seus corpos astrais materializados apareceram a Abraão agora com o nome mudado Gênesis 17: 5 "E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão será o teu nome porque por pai de muitas nações te tenho posto", como prova de que o mundo oculto pode ser revelado para aqueles que tem um coração puro e desejam conhecer esses mistérios e comunicarem com esses homens perfeitos que já alcançaram pelo processo evolutivo uma situação para serem usados auxiliando pessoas que também querem cooperar com a filantropia universal entre os homens. Abraão teve um filhos por nome Isaque que nasceu de sua esposa Sara isso no ano de 1927 AC quando ele tinha 100 anos. Isaque como um dos patriarcas contribuiu para o legado e afirmação cultural e espiritual de seu povo judeu com sua obediência e submissão a seu pai, pois num momento de extrema prova de fidelidade a seu Deus foi pedido a Abraão que sacrificasse seu único filho como holocausto à Jeová. Abraão como um iniciado nos mistérios talvez tivesse ideia do que isso representava para a concretização da promessa feita a ele de torná-lo uma grande nação assim subiu ao monte para oferecer seu filho, mas Isaque como um jovem poderia impedir sua execução apenas dizendo não querer participar dessa situação que não lhe era devidamente clara, mas como um tipo do Cristo foi abnegado e altruísta deixando-se oferecer como libação no holocausto para agradar a divindade mostrando nesse ato sua iniciação aos mistérios esotéricos da religião de seu pai Abraão, claro que como filho Isaque já teria recebido toda a instrução filosófica e espiritual nos ensinamentos exotericos e nas tradições familiares que transmitiria como herança para seu futuros filhos. O terceiro patriarca foi Jacó que nasceu em 1867 AC quando seu pai Isaque tinha 60 anos e teve uma experiência no Egito assim como seu avó, mas em seu caso foi devido a uma terrível fome que assolou a terra de Canaã obrigando-o a se refugiar por lá com sua prole nesse período contendo 12 filhos fora os netos, bisnetos e tataranetos oportunidade criada para que também tivesse contato com os sábios Egípcios e Caldeus conhecedores das ciências ocultas e dos mistérios da natureza e da mente humana, mas antes sua adolescência e fase adulta é conhecida por eventos não muito comuns como mentir para seu pai Isaque, apropriando-se da bênção da primogenitura destinada a seu irmão Esaú bem que em Hebreu 12: 16 é dito "E ninguém seja devasso ou profano como foi Esaú que por uma refeição vendeu o seu direito de primogenitura", esclarecendo que esse direito ocultamente falando era realmente de Jacó que tinha o genuíno desejo por essa bênção em seu coração ao passo que seu irmão fazia pouco caso dessa tão importante iniciação nos mistério esotéricos revelado apenas para aqueles que tem um anelo profundo de entrarem na senda espiritual. Ele teve também a bênção da multiplicação de sua família, pois Deus levantou situações para que a promessa dada a seu avó começasse a se cumprir e assim com suas 4 esposas conseguidas em situação incomum pluralizou sua descendência aumentando seus bens materiais tanto que ao entrarem no Egito eram em número de 70 pessoas isso está dito em Êxodo 1: 5 "Todas as almas pois que procederam dos lombos de Jacó, foram 70 almas, José porém estava no Egito", e o prodígio aconteceu pois quando os Hebreus (Judeus) saíram do Egito após 430 anos de cativeiro eram em torno de 1 600 000  pessoas levando-se em consideração o texto de Êxodo 12: 37 "Assim partiram os filhos de Israel de Ramessés para Sucote, cerca de 600 000 a pé somente de homens sem contar os meninos", também as mulheres e os escravos não foram listados nessa relação. Adiantando falemos rapidamente de um dos grandes profetas e mestre iniciado nos mistérios exotérico e esotérico do misticismo judaico que é Moisés sendo o significado do seu nome um segredo revelado pois traduzido é tirado das águas. Esse místico viveu intensamente sua existência desde o nascimento escolhendo o risco como seu modo de vida e aprendendo pela experiência pessoal que a evolução espiritual depende de cada um buscar seu auto conhecimento e numa vida de contemplação e meditação entrar em contato com o Espírito Eterno. Moisés viveu em 1593 AC e sendo educado no palácio de faraó para ser um rei pois nessa época o faraó governante não tinha filhos do sexo masculino assim seria Moisés seu futuro herdeiro no trono, isso o levou a ter uma educação aprimorada em todos os conhecimentos científicos, matemático, astronômicos, astrológicos, religiosos e espirituais tornando-se um iniciados nas ciências esotéricas conhecedor dos mistérios que a natureza reserva para o bem da humanidade e acessados por esses que desejam contribuir preservando, cuidando e repartindo no momento certo essas riquezas inesgotáveis do saber filosófico e material como suprimento de vida física e espiritual. Penso que esses fatos justificam uma possível explicação científica dos milagres realizados posteriormente por Moisés não esquecendo que tudo começou no deserto quando ele viu que uma árvore incandescente que não era consumida pelas chamas  destacava-se entre os arbustos sendo a seguir ouvida de dentro dessa árvore uma voz que dizia para que ele tirasse as sandálias de seus pés pois aquele lugar era santo. Essa é uma prova do poder oculto por traz da natureza que deve ter causado um impacto profundo em Moisés recebendo naquela hora no meio daquele rebanho de ovelhas muitas instruções dos seres espirituais iniciados materializados que ali estavam para explicar a grande missão que o aguardava como libertador de seu povo judeu do cativeiro no Egito. Assim como exemplo de que ele era um iniciado nos poderes ocultos da mente e conhecedor dos mistérios da natureza enumeramos alguns eventos de sua capacidade e conhecimento esotérico advindo de sua busca pela pureza e santidade perante o Logos Divino. Quando seu cajado tornando-se em cobra engoliu as serpentes dos magos da corte de Faraó, a vara de amendoeira de seu irmão Arão colocada na arca da aliança floresceu estando anteriormente seca e sem vida, o manã que caia do céu pela manhã para os Hebreus no deserto do Sinai e depois por enjoarem do manã Deus enviou codornizes como carne, a pedra ferida por seu cajado jorrou água para saciar a sede do seu povo que murmurava no deserto. Os milagres realizados no cativeiro do Egito antes da partida para Canaã onde o rio Nilo transformou-se em sangue, a chuva de pedra que destruiu as plantações, o enviou de milhões de moscas e piolhos para atormentar o povo egípcio, a nuvem de gafanhotos arrasando as lavouras  e a morte dos primogênitos egípcios revelam que Moisés foi um Mestre de Sabedoria junto com os demais líderes judeus que foram nominados. Mencionamos para efeito de justiça nomes como Elias, Samuel e o Mestre dos Mestre Jesus. Continuamos na parte II. Abraço. Davi.    

domingo, 15 de junho de 2014

A Doutrina do Coração.

(C.021) Helena P. Blavatsky (1831-1891) diz: "Aprende a discernir o real do falso, o fugaz do permanente. Aprende, sobretudo, a separar a erudição da Cabeça da sabedoria da alma, a Doutrina do olho da Doutrina do Coração", aforismo do livro A Voz do Silêncio. O discernimento pode muito bem ser incluído nos frutos do espírito listados na epístola aos Gálatas 5: 22,23 "Mas o fruto do espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei", pois para podermos discernir o real do falso precisamos de concentração mental e um interior em quietude esvaziado de todo desapego mundano e egoísmo auto centrado onde priorizamos nossas particularidades e desmerecemos as pessoalidades e dificuldades do outro. o real aqui é principalmente a nível de coração e emoção mas com a razoabilidade da mente posta em nossa individualidade superior manifestada pela alma espiritual que está conectada ao Espírito Divino. O falso presumo tudo aquilo que embaraça nossa busca pelo verdadeiro como caminho para a evolução do ser no processo da perfeição humana, Mateus 5: 48 "Portanto sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai Celeste". Na cabeça temos o cérebro que é o órgão físico capaz de cogitar os pensamentos acumulando as informações percebidas pelos sentidos físicos e sistematizando-as como conhecimento racional e imaginação associativa resultando em experiências de aprendizagem e formação do saber moral, ético e intelectual. A sabedoria da alma é o misticismo oculto adquirido apenas pelos que desejam trilhar a senda espiritual um saber contraído pelo altruísmo e virtudes humanas manifestadas em atitudes beneméritas para com nosso próximo que é a representação de Deus em nossos relacionamentos. A Doutrina do olho é uma referência ao sexto chacka humano localizado entre os olhos que em sânscrito é chamado de (ajna) o centro de comando tendo a função de revitalizar o sistema nervoso e a visão estando na tradição hinduísta ligado à capacidade intuitiva e a percepção sutil tendo como qualidades positivas a concentração, devoção, intuição, imaginação, realização da alma e a sabedoria. As qualidades negativas são dor de cabeça, medo, pesadelo, problemas nos olhos e tensão. Para realizar o equilíbrio desse chakra imagine uma luz azul índigo na região da testa. Na dieta escolha alimentos ricos em vitamina B como ovos e leite usando também perfume que contenha hortelã e jasmim sendo o tipo de música relacionado a esse chakra o new age também é estimulado pela observação do azul profundo do céu e sonorizado pelo mantra do Om. A Doutrina do Coração é uma menção ao quarto chackra o do coração conhecido como Anahata que significa invicto e inviolado relacionando-se ao timo e ao coração tendo a função de energizar o sangue e o corpo físico sendo as qualidades positivas o amor incondicional, compaixão, equilíbrio, harmonia e paz, mas particularizado pelas qualidades negativas do desequilíbrio, instabilidade emocional, problemas de coração e circulação, entretanto para equilibrar esse chackra deve-se adotar os tons de verde claro no vestuário ou mentalize-os iluminando seu peito na altura do coração sendo as folhas e legumes os alimentos mais indicados para fortalece-los e a sonorização deve conter música clássica usando o mantra Yan não esquecendo de escolher aromas florais como unguentos para seu cotidiano, quando estiver passeando em campos floridos e parques lembre-se que estará harmonizando esse importante chackra. A Doutrina do Coração tem o objetivo de conduzir o discípulo até a Senda Espiritual para isso ele deverá passar por algumas etapas como condição de estar capacitado a percorrer esse caminho que todos os iniciados nos mistérios ocultos da natureza e na investigação dos poderes da mente transpõem como testes e provas de seu compromisso com a pureza e santidade pessoais manifestadas na fraternidade universal. Assim o caminhar começa pela Senda Normal onde os tropeços e escorregões são constantes sendo aquele ditado popular "um homem não tropeça duas vezes na mesma pedra" inverossímil pois na experiência cotidiana a mesma pedra nos incomoda inúmeras vezes sem termos coragem de removê-la.  Nessa fase é acentuado nosso descompromisso com as virtudes humanas pois estamos mais preocupados com nossos interesses e damos vazão a pensamentos egoístas e mesquinhos vendo-nos no centro do universo como um sol a irradiar luz intra vermelha e ultra violeta na "pele" das pessoas causando-lhes doenças de insolação e cegueira pela exposição de uma luz mortificadora e não vitalizadora. A Senda Aberta é o engajamento do discípulo num compromisso meritório e virtuoso com seu semelhante pois as várias situações de erros e acertos serviram como nível de equilíbrio para que ele pudesse distinguir as situações onde pode atuar com precisão exercendo seus dons de filantropia e altruísmo numa esfera onde a paz, harmonia e amor são produzidas pelo bom senso da humildade e caridade na despretensão de recompensa exterior, mas uma mobilidade profunda vinda de um coração contrito e sincero com sua alma espiritual mesclada ao Espírito Divino. Aqui inicia-se os primeiros passos para que o discípulo adentre pela trilha apertada com se diz em Mateus 7: 13,14 "Entrai pela porta estreita porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz a perdição, e muitos são os que entram por ela. E porque estreita é a porta e apertado o caminho que leva a vida e poucos há que o encontrem", mas isso não significa que mesmo andando por essa trilha espremida não existirão problemas e obstáculos a serem ultrapassados pois agora o discípulo terá a sutileza de sua individualidade superior onde emana suas beatitudes espirituais atraída pela sua personalidade terrena que está atrelada ao mundanismo passageiro e vicioso. O livro A Voz do Silêncio é dividido em três partes sendo a primeira os Fragmentos onde o discípulo é confrontado em suas virtudes e pecados pelos seus sentidos físicos advindos da percepção e imaginação onde em cada esquina da vida seu ego superior (individualidade) é testado para ser aprovado no crescimento da sua evolução espiritual, mas na reprovação ele gera carmas negativos que deverão ser retificados ou quitados na atual vida ou nas futuras sendo esse processo comparado ao caminho da normalidade de que falamos. Na segunda parte desse livro temos a Senda Provacionária onde pelo discernimento o discípulo agora sabendo como se portar frente a situações embaraçosas relacionadas a seu ego pessoal não permite que ele se manifeste fazendo-o passar pelo crivo do domínio próprio, assim consegue suportar o peso da pressão da personalidade egoísta vivendo mais sua individualidade altruísta e abnegada tendo o próximo como alvo de sua procura e cooperação numa abertura para convivências pacíficas e tolerantes. O terceiro aspecto do livro focaliza as duas senda de que falamos (olho e coração) que tipificam a instrução do discípulo para estar apto a seguir pela Senda Espiritual reconhecendo em sua intuição o direcionamento para uma vida contemplativa e voltadas para o equilíbrio da mente pela meditação e o auto conhecimento dado pela compreensão feita a partir da pesquisa e investigação das ciências esotéricas e os mistérios que cercam os iniciados e Mestres da Sabedoria. Nessa parte a autora da Voz do Silêncio cita  sete requisitos que precisam ser exercitados pelo discípulo para que ele alcance um estágio elevado de misticismo e conhecimento dos mistérios maiores com o objetivo de chegar a ser um Mestre da Sabedoria estágio obtidos apenas por poucos seres humanos que desenvolveram sua espiritualidade e conhecimento evolucionário chegando a Perfeição Humana como exemplos temos O Mestre Jesus como sendo o mais proeminente dentre esses além de Buda (563 AC 483), Krisna (900 AC    ), Lao Tse (604 AC 531), Confúcio (551 AC 479) e outros que pela santidade e pureza produziram frutos dignos de arrependimentos como é dito em Lucas 3: 8 "Produzi pois frutos dignos de arrependimentos, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos a Abraão por pai, porque eu vós digo que até dessas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão". O Logos divino deseja que também alcancemos esse estágio de perfeição que evidentemente não será numa vida apenas, mas teremos o tempo de encarnações que forem necessários para que isso possa se realizar em nossa substância eterna e perdurável que o Espírito Divino implantou em nós nos primórdios de nossa viagem evolutiva interplanetária. Concluo com os sete passos que devemos realizar com perfeição para sermos um Mestre de Sabedoria que são 1. (Dana)  Generosidade. 2. (Shila) Equilíbrio. 3. (Kshanti) Paciência. 4. (Viraga) Desprendimento. 5. (Virya) Energia. 6. (Dhyana) Controle da Mente. 7. (Prajna) Sabedoria. Uma outra maneira de falar sobre os frutos do espírito que são amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. Abraço. Davi.      

sábado, 14 de junho de 2014

Os Mestres de Sabedoria.

(C.020) Abordaremos abaixo um assunto que desde os primeiros anos de criação da Sociedade Teosófica (1875) vem sendo discutido e investigado pelos interessados no assunto,na verdade antes pois a Senhora Helena Blavatsky (1831-1891) tinha contato permanente com esses Mestre ou Mahatmas trocando com eles correspondências ou participando de fenômenos para normais em situações que se exigiam a afirmação categórica do ocultismo como ciência esotérica. A doutrina Teosófica em seus primórdios não foi bem entendida pelos lideres espíritas da época como Emanuel Swedenberg (1688-1772) com os livros Do Inferno, Do Céu e dos Anjos, Quatro Doutrinas vindo a seguir o expoente desse pensamento Hippolyte Leon D. Rivail mais conhecido com o pseudônimo de Allan Kardec (1804-1869) com seus títulos publicados O Livro dos Médiuns, O Livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, A Gênese, O Céu e o Inferno bem como um de seus principais colaboradores o Italiano Afonso Angelli Torterolli (1849-1928) tradutor de várias obras de Allan Kardec para o português e outras línguas sendo um pioneiro na pesquisa científica dos fenômenos para normais mais notoriamente a mediunidade assunto que antes costumava ser considerado inadequado para uma investigação desse tipo pois esses autores colocavam a mediunidade como produtora dos fenômenos extra mundo e os guias (espíritos desencarnados) de pessoas já falecida eram as que realizaram os feitos de telepatia, telecinese, projeção de consciência, para psicologia e outros. A Teosofia não entende que a mediunidade é prerrogativa de espíritos desencarnados que sendo invocados em sessão espíritas voltam em corpos físicos ou fantasmagóricos para atuarem em certas atividades para normais expressando poderes do mundo oculto aos espectadores humanos do mundo relevado. Esse aspecto da mediunidade tem alguns princípios no incidente bíblico em que o rei de Israel Saul vai consultar um vidente na cidade de En-Dor mostrado em Gênesis 28: 7-12 "Então disse Saul aos seus criados: buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira, para que vá a ela e a consulte. E os seus criados lhe disseram: eis que em En-Dor há uma mulher que tem o espírito de adivinhar. E Saul se disfarçou e vestiu outras roupas e foi ele com dois homens e de noite chegaram a mulher e disse: peço-te que me adivinhes pelo espírito de feitiçaria, e me faças subir a quem eu te disser. A mulher então lhe disse: a quem te farei subir? E ele disse: faze-me subir a Samuel. Vendo pois a mulher a Saul gritou em alta voz e falou a Saul dizendo: Porque me tens enganado pois tu mesmo eis Saul?". Esse trecho bíblico traz alguns esclarecimentos, penso, com relação a mediunidade pois Saul perturbado foi procurar auxílio naqueles que ele havia banido da Terra de Israel os videntes e magos ocultistas sendo motivado pela perde de contato com Deus que lhe falava anteriormente pelos profetas e através de sonhos. O disfarce do rei descoberto pela vidente mostra que seu coração não estava puro pois usando um artifícios para dissimular sua real situação depreciava sua condição de autoridade como soberano. Não há quanto a esse texto nenhum consenso entre os teólogos bíblicos se aquele que aparece a Saul (1049 AC 1004) é realmente o profeta Samuel ou não, mas podemos conjecturar que dentro de um ambiente de impureza e mascaramento onde se vê o egoísmo da personalidade humana querendo satisfazer seu interesse particular não tem como um corpo astral em seu magnetismo superior de individualidade atuar de uma maneira sóbria e imparcial num contexto de negativismo moral e ante ético como o que Saul expressava. Assim opino que esse espírito não era uma encarnação do profeta Samuel (1103 AC 1014) tanto que os renascimentos futuros são um período longo já que esse santo místico procurou a pureza e santidade para com seu Deus e tinha morrido a poucos anos então considero que a teoria da mediunidade onde espíritos desencarnados voltam recentemente parece não ter base esotérica científica. Entendo que a Teosofia caminha pela vertente dos fenômenos psíquicos baseado em nossa individualidade manifestada em aspecto superior  pelo corpo astral e mental onde a alma humana e a alma divina se misturam realizando as aparições sobre humanas sendo essas situações explicadas pela ciência esotérica como uma construção feita no mundo invisível com um correspondente no mundo visível no caso específico citado acima não havia uma relação entre o espírito que se mostrou e o profeta falecido. São aprendizagem de técnicas ocultas daqueles que como iniciados dos mistérios esotéricos trazem para o mundo das aparências objetos, realizam transcrições de cartas ocultas, fazem criptografias de mensagens e materializam pequenas coisas do cotidiano das pessoas, assim podemos pensar num misticismo científico que a evolução proporciona a partir do desenvolvimento da consciência humana com seu infinito poder de investigação e pesquisa para o bem da humanidade e da coletividade fraternal. Não estou dizendo que os espíritas estão errados apenas trazendo evidencias argumentativas para um possível posicionamento do leitor quanto a essa questão mas pondero que cada um deve procurar sua linha de raciocínio naquilo que achar mais conveniente e dentro da tradição espiritual que já pratica percebemos se essa situação tem levado sua vida interior a uma evolução no aspecto emocional e individual rumo ao Logos Divino mas se do contrário há dúvidas e desconforto quanto a esse posicionamento sugiro que está na hora de rever a situação e procurar um terreno mais sólido e firme para dar seus passos dirigindo-se a senda espiritual. Agora falemos dos Mestres ou Mahatmas especificamente e iniciarei com um trecho do livro O Mundo Oculto de Alfred P. Sinnett (1840-1921). "Com isso eu registrei todos os fatos externos relacionados às revelações que tive o privilégio de fazer. A porta que dá para o conhecimento oculto continua entreaberta e ainda é permitido que peregrinos do mundo externo possam ultrapassar seu umbral. Esta possibilidade se deve a circunstâncias excepcionais e pode não continuar por muito tempo. ( ... ) Alguns leitores que estão interessados, mas que tardam a perceber quais medidas práticas podem adotar, podem também perguntar o que lhes é possível fazer para aproveitar essa oportunidade. Minha resposta guia-se pela famosa afirmação feita por Sir Robert Peel (1788-1850): Participe, participe, participe! Dê o primeiro passo na direção de apresenta uma resposta à oferta que emana no mundo oculto". Sinnet foi um dos primeiros presidentes da Sociedade Teosófica em Simla na Índia que se correspondia com um Mahatma ou Mestre da Sabedoria de nome Koot Hoomi sendo esses eventos relatados no livro supra citado. Sinnet no final de seu livro após inúmeras experiências fenomênicas relacionadas ao poder do psiquismo humano superior convida os leitores de seu livro a adentrarem pelo portal do ocultismo para reconhecerem com seus próprios olhos que a filosofia esotérica é uma realidade que a ciência e a técnica humana um dia poderão comprovar através de experimentos lógicos e matemáticos pois seus fundamentos vieram dos antigos sábios egípcios, caldeus, babilônios e gregos que iniciados da Sabedoria Divina preservaram esses conhecimentos nas escolas de adeptos desses mistérios profundos que foram passados praticamente ao pé do ouvido daqueles que se comprometiam por juramento pessoal a não revelar esses ensinos esotéricos isso tinha um motivo plausível pois se fossem acessados por mentes de iniciados orgulhos e egoístas que sem responsabilidade e comprometimento com a fraternidade universal para o bem da humanidade poderiam usá-los para seus intentos malignos e profanos resultando em grande perigo para a coletividade onde esses seres tem influência. Assim em todas as épocas esses Mestre de Sabedoria tem guardado esses conhecimentos e apenas quando encontram mentes receptivas e abertas pela evolução da vida em indivíduos que com sede de um saber mais intrínseco e íntimo vindo da gnose esotérica manifestado nos mistérios da natureza no micro e macro cosmo e no psiquismo humano liberam essa emanação magnética em forma de ondas que segundo a física moderna são perturbações que se propagam no espaço ou em meios materiais transportando energia. De acordo com sua natureza as ondas podem ser classificadas em dois tipos: (1). Ondas Mecânicas são as que se propagam em meios materiais, ondas sonoras, ondas sísmicas etc. A descrição do comportamento desses tipos de ondas é feito pelas Leis de Newton (1643-1727). (2). Ondas Eletromagnéticas são o resultados da combinação de campo elétrico com campo magnético. Sua principal característica é que não precisam de um meio material para propagarem-se. São exemplos desses tipos de ondas a luz, o raio x, as micro ondas, ondas de transmissão de sinais dentre outras. Essas leis são descritas pela equação de Maxwell (1831-1879). Com esses e outros fenômenos físicos relacionados a materialização de objetos que é o momento em que partículas de átomos que estão na atmosfera são interligadas pelo processo de transmigração de polos contrários onde as eletronegatividades são atraídas pela eletropositividade formando a substância heterogênia onde íons covalentes são multiplicados aos milhões na eletrosfera. As partículas de polos similares formam campos magnéticos de interação atômica onde a energia concentrada é potencialmente ilimitada mas de um modo inexplicável cabe no núcleo do átomo que circunscrita a essa região pode ser usada para fins de fissão e fusão nuclear. Assim esses Mestres de Sabedoria, penso, conhecem essas leis da física e as adotam (usam) em seus relacionamentos com os seus "afilhados" ou protegidos que cooperam com a fraternidade universal de alguma maneira. As desmaterializações de objetos que também são outro processo que os Mahatmas usam é o inverso do que foi conceituado acima só que nesse estágios as partículas atômicas recebem uma carga de valência negativa em sua polaridade positiva fazendo com que o núcleo atômico seja desacelerado pelas vibrações menores de energia acumulada no eletromagnético de ondas transversais e longitudinais assim as partículas podem ser movimentadas e transportadas para uma outra situação ou ambiente de condições, pressão e temperatura semelhantes ao originalmente que estavam percebendo-se claramente que não existe nenhuma mágica envolvida apenas  os conceitos que a física moderna tem usada em pesquisas de laboratório com sucesso pelo mundo acadêmico mas ainda sem uma segurança para caracterizá-los como um experimento fidedigno mesmo com as evidências estatísticas corroborando o fato. Talvez o temor científico quanto a isso se justifique pois as pesquisas são mostradas a nível de partículas atômicas e subatômicas e não se conseguiu criar um ambiente para uma materialização ou desmaterialização de uma substância de proporções com volume, peso ou densidade significativos. Esses Mestres de Sabedoria são seres do mundo oculto e espiritual que pelo processo da evolução chegaram a um estágio de elevação de suas consciência mostrado por suas aptidões em se envolveram com questões de fraternidade universal onde esse princípios de Mateus 19: 19 "Honra a teu pai e a tua mãe e amarás ao teu próximo como a ti mesmo" é empregado como alicerce no relacionamento e convivência em filantropia. Dizem que a maioria desses Mahatmas vivem na belíssima  região do Tibete localizado no chamado Planalto Tibetano a região mais alta do mundo onde a maior parte da cadeia de montanhas do Himalaia encontra-se nessa região. Seu pico mais conhecido o Monte Everest com seus 8848 metros se encontra na fronteira do Nepal com o Tibete sendo a altitude média de 3000 metros no sul e de 4500 metros no norte. A atmosfera é serenamente seca por nove meses no ano e o índice de queda de neve é extremamente baixo devido às massas de ar seco que chegam a região. Penso também que alguns desses Mestres estejam na América alguns habitando as Montanhas Rochosas localizada a oeste do Canadá até o Novo México nos USA sendo seu pico mais alto o Monte Elbert com 4401 metros no Estado do Colorado. Outros três lugares que suponho exista comunidade de fraternidade dos Mestres são a região do Monte Roraima com sua exuberante paisagem localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana sendo seu ponto culminante elevando-se ao extremo sul no Estado Venezuelano de Bolivar com 2810 metros. O Arquipélago de Galápagos formado por um grupo de 13 ilhas das quais apenas 4 são habitadas situadas no Oceano Pacífico a aproximadamente 1000 quilômetros  a oeste da costa do Equador país a que pertencem presumo que seja morada desses Avatares. O evolucionista inglês Charles Darwin (1809-1882) visitou Galápagos em 1835 quando tinha 26 anos em sua famosa expedição a bordo do navio Beagle observando grande parte das espécies que inspiraram sua revolucionária teoria da evolução sendo sua obra prima A Origem das Espécies fruto dessa viajem. E finalmente a chamada Terra do Fogo situada no extremo sul da Argentina da qual está separada pelo Estreito de Magalhães sendo banhada pelos Oceanos Pacífico, Atlântico Sul e Antártico. Nessas ilhas está localizado o Cabo Horn o ponto mais meridional da América do Sul, o clima é úmido com ventos moderados e fortes e temperaturas que variam em média entre -15C no inverno e os 20C no verão. Nesses exuberantes cenários acima que a natureza criou com tanto carinho e amor imagino que também existam colônias de Mestres da Sabedoria. Os quatro últimos lugares que acabo de fazer referência é por minha conta e risco não li em nenhuma literatura esotérica essa possibilidade apenas conjecturei imaginando ocultamente e procedendo essa hipótese esses lugares seriam passagens desses Mestres de Sabedoria Antiga para descanso e aperfeiçoamento dos seus conhecimentos praticando em "sítios" privativos os mistérios relacionados a natureza e investigando mais atentamente o poder da mente humana. Cogito que ainda existam outros lugares no mundo onde esses Mahatmas costumam usar como transito para descanso e pesquisas científicas. Aos que desejarem uma análise mais detalhada desse assunto leiam os livros O Mundo Oculto e O Budismo Esotérico de A. P. Sinnett. Cartas dos Mahatmas para A. P. Sinnett volumes I e II. Cartas dos Mestres de Sabedoria de C. Jinarajadasa.  É isso por enquanto. Abraço. Davi.