segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

COMO COMEÇAR O ANO NOVO


Islamismo. www.arresala.org.br. Aula ministrada por Nasser Khazraji. 14/12/2019. COMO COMEÇAR O ANO NOVO. Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso
Como começar o ano novo?
Neste período do ano muitos passam por um impasse e dúvidas internas (…).
1) Auto avaliação e julgamento
O ser humano precisa passar por um autojulgamento. O sentimento de fiscalização e controle interno é sinal de uma alma livre e viva. Um ser humano que não se julga todos os dias para fazer um balanço geral de suas práticas e ações é um humano falho. Não está seguindo o método certo, pois o Mensageiro de Deus (S.A.A.S.) dizia: “Julguem-se antes de serem julgados, e avaliem vossas ações antes que façam isso por vocês”. Esta passagem é uma referência de cobrança, julgamento e auto critica antes que isso seja feito sobre nós no dia do juízo final, pois se isso for feito ainda aqui na Terra a pessoa ainda poderá corrigir o seu defeito ou apontar a falha e corrigir o erro. Já se acontecer lá no dia do juízo final, se por nossas ações formos cobrados e julgados, não teremos mais como corrigir e voltar atrás. O dia do juízo final é o julgamento, e não haverá mais recursos ou correções.
Na verdade, o princípio da autojulgamento e cobrança é tão importante no Islam que é classificado como uma das características de um verdadeiro seguidor dos Ahlul Bait (A.S.), pois o Imam Al-Kadhem (A.S.) dizia: “Não é de nós aquele que não se avalia todos os dias”.
2) Objetivo e visão
Uma das questões mais importantes na vida de um muçulmano é que ele trace seus objetivos e coloque suas metas num papel. Isso deve ser feito, pois todo dia deve ser muito bem aproveitado, e será um grande desperdício se não for. É como um dia de compras que a pessoa vai ao supermercado para fazer as compras do dia a dia. A pessoa deve aproveitar para encher o seu carrinho de boas coisas, frutas suculentas, compras gostosas e dentro do prazo de validade, coisas úteis que a pessoa leva para sua própria casa e aproveita delas. Ninguém gostaria de levar comida estragada, frutas podres e produtos fora do prazo de validade para sua casa. Temos que nos perguntar: O que gostaríamos de levar conosco para a outra vida? Que tipo de bagagens? A podre ou a boa? Todo santo dia temos uma nova chance e oportunidade de carregar nosso carrinho com coisas boas para que nos acompanhem dentro do nosso túmulo e na outra vida, e temos que observar muito bem o que iremos levar pois tudo deve ser útil. Aqui iremos citar as coisas mais importantes pelas devemos nos empenhar para levar junto:
a) O agrado e a satisfação de Deus
Antes de fazer qualquer coisa devemos pensar se aquilo que pretendemos fazer irá agradar ou desagradar a Deus. A principal referência é esta para tudo e qualquer coisa. Deus disse no Alcorão Sagrado: “Dize: Obedecei a Deus e ao Mensageiro!”. (3:32). O Imam Al-Baquir (A.S.) dizia: “Aquele que obedecer a Deus e nos amar é o nosso súdito. Já se desobedecer a Deus o seu amor por nós não lhe será útil”. Ou seja, a obediência a Deus deve ser a nossa principal referência em tudo.
b) A bondade com os pais
Deus disse no Alcorão Sagrado: “O decreto de teu Senhor é que não adoreis senão a Ele; que sejais indulgentes com vossos pais…” (17:23). A bondade com todos, especialmente com os pais, é o que todo muçulmano deve focar também, estejam eles vivos ou mortos. Vivos é ser obediente a eles e atender suas necessidades, e quando falecidos é relembrar deles e orar por eles, fazendo boas ações em seus nomes.
c) Redução e aumento
Redução nos erros e aumento das boas práticas. Sempre recordar do seguinte versículo de Deus que diz: “Quem tiver feito o bem, quer seja do peso de um átomo, vê-lo-á (7). Quem tiver feito o mal, quer seja do peso de um átomo, vê-lo-á (8)” (99). Devemos sempre lembrar que todo e qualquer erro será contabilizado, e toda e qualquer boa ação será contabilizada em nossos livros de registros também. Portanto, valorizar mais o nosso tempo para praticar mais boas ações do que más é de extrema importância no Islam.
3) Organização e valorização do tempo
Um dos piores problemas que grande maioria da sociedade vive hoje em dia é a falta de organização e a desvalorização de seu tempo. Uma boa parcela de pessoas cai no prejuízo por falta de organização, o que por sua vez desvaloriza e diminui o valor do tempo. Sabemos que nosso tempo é limitado, e todo ser humano tem um prazo nesta vida, portanto, valorizar nosso tempo depende de um fator, que é a organização. Sem organização a pessoa irá perder seu tempo em vão. Seu tempo passa e ela estará totalmente perdida e sem rumo. Já se for organizada ganhará tempo livro para aproveitar mais da vida. O Imam Ali (A.S.) dizia momentos antes de sua morte em seu testamento a seus filhos Hassan e Hussein (A.S.): “Aconselho a todos vocês, a todos os demais filhos, a minha família e a todos que receberam esta mensagem, a temer a Deus e a organizar vossos assuntos”. Quando a pessoa está no leito de morte normalmente costuma falar dos temas mais importantes a serem levados em consideração, e aqui o Príncipe dos Fiéis (A.S.) os classificou em dois focos: “Temor a Deus”, que é a pratica das obrigações e a distância dos atos ilícitos, e o segundo elemento é a “Organização”, ou seja, organizar sua vida, seu tempo, seu dia a dia, fazer um cronograma, o que fará durante o dia de hoje, esta semana ou no mês. O que deve ser feito no decorrer do ano, enfim, uma melhor organização leva ao melhor aproveitamento da vida, e isto é um dos elementos de sucesso das pessoas.
4) Cada dia melhor que o anterior
Se empenhar e viver cada dia melhor que o anterior. Isto é um princípio da doutrina islâmica, pois um muçulmano de verdade deve estar em progresso constante e evolução continua. O Imam Assadiq (A.S.) dizia: “Aquele cujo seu dia for igual ao anterior é um perdedor, aquele que seu dia for melhor que o anterior é um vencedor (e desejado por outros), e aquele cujo seu dia for pior que o anterior é amaldiçoado, pois ele estará em perdição, e quem estiver em perdição a morte é melhor para ele”.
5) Economia e valorização do ganho
Um dos piores hábitos de hoje em dia é o consumismo sem fim da sociedade. Este hábito é condenado no Islam, sendo que um verdadeiro muçulmano é aquele que tem um certo equilíbrio entre suas despesas. As necessidades da vida são diversas, mas o luxo não é uma boa prática. Um muçulmano deve realizar as despesas de acordo com seus ganhos, atendendo suas necessidades e equilibrando a sua posição social e suas necessidades. Este é a base para que a pessoa não sinta falta de nada e ao mesmo tempo busque atender suas necessidades diárias, fazendo que viva uma vida digna, sem estender as mãos para os outros. O Imam Assadiq (A.S.) dizia: “Garanto que economiza não ficará pobre” Por outro lado, o Imam (A.S.) também dizia: “A perfeição está em conhecer as jurisprudências da religião, ter paciência diante das adversidades e saber administrar as finanças”.
Estas são questões que podemos colocar como metas e planos para o ano de 2020. Desejamos um feliz ano novo, cheio de prosperidade e sucesso para todos. www.arresala.org.br. Abraço. Davi
Aula ministrada por: Nasser Khazraji

Data: 14/12/2019



quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

COMO DEUS IMAGINOU O CASAMENTO PARA O HOMEM CRISTÃO?


Cristianismo. Texto de Eberhate Platte. COMO DEUS IMAGINOU O CASAMENTO PARA O HOMEM CRISTÃO? Do mesmo modo vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida...” (1Pedro 3.7)“Então o príncipe casou com a princesa e os dois viveram felizes para sempre...” Muitas pessoas parecem pensar que um casamento romântico de conto de fadas (“... mas a gente se ama tanto...”) é base e garantia para um casamento feliz e uma vida em harmonia e segurança. E se ainda houver uma casinha caprichada, um carro bonito e duas crianças bem-comportadas, a felicidade será perfeita. Todos os tabloides vivem dessa ilusão humana. E alguns dos nossos conhecidos talvez ainda acrescentem: “É claro que para nós, bons cristãos, ainda é preciso frequentar uma igreja animada aos domingos, cantar no coro e mandar as crianças para a escola bíblica... isso é óbvio, não é?”. Mas, depois de pouco tempo, muitos percebem que nem mesmo as melhores circunstâncias, os desejos mais nobres e a casa mais bonita garantem um bom casamento. Em vez do céu na terra, em vez da vida nas nuvens, o que vem é frustração diária ou mesmo o inferno na terra. Desiludidos, muitos maridos, logo caem na real e resignam-se a viver uma irritação mútua diária. Não são poucos os que, por puro desespero, jogam-se no trabalho, refugiam-se em algum passatempo, consolam-se com uma “bebida” ou caem em permanente letargia. Mas com certeza não era isso que Deus imaginava quando pensou no casamento. POR QUE DEUS CRIOU O CASAMENTO? Deus não criou o casamento para que o ser humano levasse uma vida frustrada por causa da guerrinha diária dos sexos. Ele planejava algo muito maior! Procurou para seu filho amado uma noiva apropriada. Assim como criou uma esposa especialmente para Adão, ele deu vida à igreja para seu Filho, nosso Senhor e Salvador. Deus quer usar o relacionamento entre o homem e a mulher em um casamento harmonioso e feliz como metáfora para a relação singular entre Cristo e sua igreja (Efésios 5.22-33 “Vós mulheres sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor. Por que o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da Igreja, sendo ele próprio o Salvador do corpo”). Portanto, Deus deseja que nós, seres humanos – e especialmente nós cristãos –, vivamos, experimentemos e pratiquemos em nossos casamentos um pouco do amor, da fidelidade, do compromisso e da intimidade do Senhor conosco. QUAIS SÃO OS PRÉ-REQUISITOS PARA UM CASAMENTO HARMONIOSO E FELIZ? Justamente esse exemplo do relacionamento do nosso Senhor com sua igreja deixa claro quais são os pré-requisitos que nós homens precisamos atender para ter um casamento bom e abençoado: “Maridos, ame cada um a sua mulher” (Efésios 5.25 “Vós maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ele”; Colossenses 3.19 “Vós maridos, amai a vossas mulheres e não vos irriteis contra elas”; 1Pedro 3.7 “Igualmente vós maridos, coabitais com elas com entendimento, dando honra a mulher como o vaso mais fraco. Como sendo vós os seus co-herdeiros da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações ). Aparentemente essa ordem é especialmente necessária para nós homens. Muitas vezes o nosso amor (ou aquilo que entendemos por amor), afeto e respeito dependem de circunstâncias exteriores, das nossas emoções, do amor que recebemos ou da nossa pressão arterial. Mas o exemplo do nosso Senhor Jesus (Efésios 5.25) mostra que amor não é, em primeiro lugar, um sentimento. Reconhecemos o seu amor por nós em sua completa entrega a Deus e no seu sacrifício pessoal até a morte, por meio da qual nos comprou. Portanto, o amor também não é tanto algo para ser expresso em palavras (“Eu te amo tanto...”), mas ele se torna visível em atos, no compromisso, na atitude de assumir a responsabilidade. Isso significa que eu, como marido, não assumo apenas a responsabilidade pelo bem-estar físico da minha mulher; Deus espera também que eu cuide de seu bem-estar e crescimento espirituais (v. 26-27). SOMOS CONVOCADOS! Deus deu uma esposa a Adão, não para que fosse empregada, escrava, inferior, faxineira, símbolo de status, cozinheira particular, parideira, mãe substituta ou amante disponível para livre usufruto do homem. Deus a criou especificamente para completá-lo, para que lhe correspondesse (Gênesis 2.18 “E disse o Senhor Deus: Não é bom que o home esteja só, far-lhe-ei uma ajudadora idôneo para ele”), como uma parte dele mesmo. Ele diz que ambos formam uma unidade (Gênesis 2.24 “Portanto, deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegara a sua mulher, e serão ambos uma só carne”), e penso que isso não se refere apenas à alegria da sexualidade protegida pelo casamento, mas também à união de alma e espírito, isto é, uma unidade interior, em que ambos se entendem e são entendidos. “Unir-se à mulher” não significa agarrar-se a ela e não soltar, mas ligar-se a ela com fidelidade íntima. Mas isso também significa que nós homens temos responsabilidade total por nossas esposas perante Deus – inclusive por suas eventuais falhas. Deus, por exemplo, responsabiliza Adão pelo pecado de sua esposa (Gênesis 3.9 “E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?”). Assim como Adão, também nós gostamos de nos eximir dessa responsabilidade e de empurrar a culpa para os outros (Gênesis 3.12 “Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e eu comi”) – até mesmo para Deus. A CONVIVÊNCIA DIÁRIA. A convivência diária muitas vezes se mostra difícil. Deus sabe disso. Por isso ele nos convoca em Colossenses 3.19: “Maridos, ame cada um à sua mulher e não a tratem com amargura”. Em 1Pedro 3.7 ele aconselha: “... sejam sábios no convívio com suas mulheres e tratem-nas com honra, como parte mais frágil”. Ele conhece bem a natureza e os sentimentos diferentes da mulher, e nos conclama a ter consideração com elas, não apenas aceitando-as, mas respeitando-as com essa sua diversidade. COMO PODEMOS CUMPRIR ESSA ORDEM? Apesar de toda a nossa boa vontade, nós maridos rapidamente descobrimos nossos limites, falhas e culpas nessa área, e praticamente nos desesperamos na tentativa de atender às expectativas de Deus em relação ao casamento. Mas Deus quer nos encorajar a viver essa harmonia interna e a bênção do casamento com a ajuda do Senhor Jesus. O sábio autor de Eclesiastes disse o seguinte: “Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade” (4.12). Isso significa: quando o Senhor Jesus se torna e continua sendo o fundamento, o centro e o objetivo do nosso casamento, o matrimônio feliz e abençoado se torna uma realidade. O CASAMENTO NÃO É UM FIM EM SI MESMO. Sempre que o Senhor Jesus é o centro da nossa vida em comum, quando nós, como marido e mulher, vivemos para ele e desejamos servi-lo, o casamento não será um fim em si mesmo. Assim como o relacionamento da igreja com Cristo almeja servir aos outros e engrandecer a Deus, também o casamento feliz quer servir ao próximo e apontar para Jesus. Há muitos anos, o líder de um retiro disse-me, de forma muito apropriada: “Quando dois cristãos se casam, na verdade eles deveriam produzir o dobro de resultados para o Senhor”. No entanto, muitos casamentos estão fechados ao serviço conjunto para Deus por causa das dificuldades internas. Por isso, é preciso que nós maridos nos arrependamos das nossas falhas no casamento, do nosso egoísmo e da nossa irresponsabilidade. Assim, nosso casamento poderá experimentar a harmonia, a segurança, a paz interior e a bênção do nosso Senhor, servindo para glorificar a Deus. COMO DEUS IMAGINOU O CASAMENTO PARA A MULHER CRISTÃ? Do mesmo modo, mulheres, sujeite-se cada uma a seu marido, a fim de que, se ele não obedece à palavra, seja ganho sem palavras, pelo procedimento de sua mulher, observando a conduta honesta e respeitosa de vocês.”.  (1Pedro 3.1-2).  “Na verdade, eu tinha imaginado e sonhado meu casamento de forma totalmente diferente. Depois da festa dos nossos sonhos, meu marido mudou totalmente! Ele não é mais o cavalheiro de antes. Ele adivinhava cada um dos meus desejos, e hoje não nota nem mesmo quando uso o mesmo vestido por três dias seguidos. E a rotina diária da casa e o estresse com as crianças estão acabando comigo. Às vezes gostaria de ainda estar trabalhando fora. Lá pelo menos eu era respeitada, e meu trabalho, pago. Hoje? Não passo de uma faxineira. Ai de mim se o almoço não estiver pontualmente na mesa ou se as crianças estiverem berrando quando ele chega do trabalho. Ele corre para se esconder atrás do jornal. Eu tinha uma ideia bem diferente do casamento! Nossas conversas não passam mais de resmungos...”. “Mas olhe aqui”, podem pensar alguns, “não se deve falar assim em círculos cristãos”. E o que não deveria acontecer, não existe! Então ninguém fala sobre isso. Mas infelizmente a realidade, inclusive em casamentos cristãos, muitas vezes é outra: o importante é manter as aparências! A realidade interna não é da conta de ninguém. Só espero que as crianças não deem com a língua nos dentes um dia desses... SERÁ QUE FOI ASSIM QUE DEUS PENSOU NOSSO CASAMENTO? Não foi assim que Deus queria o casamento. Não, realmente não foi assim que Deus queria o casamento! Muito pelo contrário! O casamento – dos cristãos de forma especial – foi feito para demonstrar algo muito mais precioso a este mundo: a relação íntima entre Cristo e sua igreja. Em Efésios 5.22-33 este amor, fidelidade, compromisso e entrega do nosso Senhor à sua igreja são comparados ao relacionamento entre homem e mulher no casamento. E penso que Deus deu à mulher uma capacidade especial de compreender, sentir e ansiar por esta relação profunda de amor e fidelidade no casamento. COMO A MULHER PODE CONTRIBUIR PARA ISSO? Os textos de Efésios 5.22-33, Colossenses 3.18-19 e 1Pedro 3.1-2 não descrevem apenas a tarefa e a responsabilidade do marido em relação à sua mulher e ao casamento, mas também a “tarefa de casa” da mulher cristã em relação ao seu marido. Com certeza Deus não deu esse encargo às mulheres a fim de oprimi-las, escravizá-las ou irritá-las. Afinal, ele a criou com um forte anseio por segurança e direcionamento, e por isso ele é quem melhor sabe como a mulher pode ter essas necessidades atendidas e obter bênção em seu casamento. Por um lado, ele chama o homem à responsabilidade e exigirá dele prestação de contas em relação à sua tarefa, mas por outro lado também a esposa cristã tem seus deveres para que Deus possa abençoar o casamento. Ainda que hoje o nosso pensamento marcado pelo humanismo e pela emancipação se oponha diametralmente ao “manual do casamento” dado por Deus, isso de forma alguma nos exime do dever de agir de acordo com a Palavra do Senhor. Nem mesmo quando o marido, por exemplo, não age de acordo com tais mandamentos. Os versos de 1Pedro 3.1-2, transcritos acima, deixam isso muito claro. O QUE SIGNIFICA SUJEITAR-SE? Hoje em dia, muitas mulheres têm dificuldade em entender essa expressão e a ordem de Deus. O comportamento do Senhor Jesus em relação às mulheres mostra claramente que isso de forma nenhuma representa desvalorizar ou diminuir a importância da mulher diante de Deus e dos homens. Na verdade, Deus propositadamente criou homem e mulher com naturezas, características e habilidades diferentes, para que eles pudessem assumir tarefas e responsabilidades diferentes na sociedade. Para o casamento, Deus determinou áreas de responsabilidade diferentes – uma distribuição de tarefas, mas não uma competição. Um exemplo: uma orquestra normalmente tem o primeiro violino e o segundo violino. Para ambos os instrumentos, o compositor escreveu melodias específicas. Não há lugar para concorrência ou inveja. Um toca em função do outro. Ambos precisam acompanhar o mesmo andamento, sendo que obviamente apenas um dos violinos pode ser responsável por determiná-lo. O compositor deu essa tarefa ao primeiro violino, mas isso não significa desprezo ao segundo. O primeiro violino tem a tarefa de conduzir. A harmonia completa só surge quando cada instrumentista ensaia e toca a parte que lhe cabe e quando o segundo violino acompanha o andamento do primeiro. Isso requer mente e ouvidos atentos e adaptação mútua. Assim Deus distribuiu tarefas e responsabilidades no casamento de forma diferente. Atenção, ouvido aberto e adaptação de um ao outro nos ajudarão a alcançar uma harmoniosa unanimidade no casamento. De forma bem-humorada, poderíamos dizer: “Numa bicicleta de dois lugares, só um pode pilotar – mas apenas segurar o guidão não leva a lugar algum. Assim, ambos pedalam e avançam – e as crianças podem ir junto na cadeirinha infantil...”. “NÃO CONSIGO FAZER ISSO!”. Talvez você pense que sua situação é muito diferente, e que Deus deveria libertá-la da necessidade de sujeitar-se de forma consciente. Talvez você pense que seu casamento só funcionaria se você tocasse o primeiro violino. Talvez você esteja decepcionada com sua situação, já amargurada ou talvez resignada. Como lidar com isso? Há esposas que “engolem”, “escondem” sua má vontade. Mas em algum lugar e em algum momento haverá uma explosão. A falta de perdão é como uma mina terrestre: pode até crescer grama por cima dela, mas em algum momento ela estoura! Há esposas que explodem logo ou restringem-se a reclamações. Não: você não conseguirá educar seu marido. Isso era responsabilidade dos pais dele, não da esposa. Há esposas que tentam retribuir, pagar na mesma moeda, castigar com falta de carinho ou impor sua vontade. Isso envenena o ambiente e sufocará o casamento. O QUE A BÍBLIA RECOMENDA NESSAS SITUAÇÕES DE RISCOO trecho acima, de 1Pedro 3.1-6, contém uma promessa grandiosa para o comportamento exemplar da mulher cristã para com seu marido. O marido pode ser ganho pelo procedimento calado da cristã, ou seja, sem sermões, acusações, castigos, reclamações ou explosões. A palavra-chave é “ganho”, não coagido! Um exemplo de procedimento calado é Sara, que em suas ocasiões se decepcionou amargamente em seu casamento com Abraão. Duas vezes ele negou ser casado com ela. Ele praticamente tirou a aliança da mão e declarou-a como sendo sua irmã. Só a intervenção de Deus foi capaz de salvar esse casamento (veja na p. 53). Ah, se pudéssemos reaprender a levar todas as nossas dores a este Deus que só quer o nosso bem. Vamos confiar que ele cumprirá suas promessas e curará nossos casamentos, esforçando-nos, com arrependimento e confissão, para ocupar a posição que Deus planejou para nós e ser um testemunho por meio da nossa dependência do Senhor. Só assim nossos casamentos realmente demonstrarão o amor e a dedicação que Cristo tem por sua igreja. — Do Livro Nosso Casamento Pode Ser Ainda Melhor. www.chamada.com.br. Abraço. Davi

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

O DESÂNIMO DE ARJUNA


Bhagavad Gita – A Mensagem do Mestre. Capítulo I. O DESÂNIMO DE ARJUNA. AUM (1). Neste capítulo se descreve o combate entre o “Bem” e o “Mal”, que provém do rompimento da Unidade. O Homem, representado por Arjuna, acha-se rodeado de ilusões que pertencem à sua natureza inferior, mortal, e deve vencê-las: porém, como se acostumou a identificar-se com elas, falta-lhe o necessário ânimo.

1. Disse Dhritarashtra (2), rei dos Kurus, falando com o fiel Sanjaya: Conta-me, ó Sanjaya, os feitos dos meus guerreiros e os do exército dos Pandavas, quando se reuniram para se combaterem no sagrado campo dos Kurus. 2. Pôs-se a relatar Sanjaya: Quando o teu filho Duryodhana (3), o comandante supremo dos teus exércitos, ó rei, avistou as falanges dos Pandavas (4), preparadas para o combate, se aproximou do seu preceptor Drona, o filho de Bharadvaja, e disse: 3. Vê, ó Mestre, as poderosas multidões dos filhos de Pandu, que constam de vastas fileiras de guerreiros experientes e audaciosos, comandadas pelo valente e sábio filho de Drupada, teu discípulo. 4. Vê como é grande o número daqueles combatentes fortes que ali estão em seus carros de guerra e com seus arcos e flechas. Há, entre eles, heróis iguais a Bhima (5) e Arjuna (6). 5. Lá estão: Virata, Yuyudhana, Drupada, Dhristaketu, Chekitana, o rei dos Kasis, Purujit, Kuntiboja, Saivya. 6. Ali estão: o audas Yudhamanyo, o forte Uttamauja, o filho de Subhadra e todos os filhos de Drupada (7). 7. Porém, igualmente do nosso lado, sob o meu comando, encontras os melhores generais e heróis do nosso povo. 8. Aqui estas tu mesmo, e conosco se vê Bhishma, Karna, Kripa, Asvatthaman, Vikarna, Somadatti. 9. Todos estes e muitos outros guerreiros fortes, valentes e experimentados, trazendo as suas armas favoritas, prontos estão para combater por nossa causa e, com entusiasmo, arriscarão a vida por mim. 10. Porém, ó Mestre, hei de confessar-te que este nosso exército, se bem que muito valente e comandado por Bhishma (8), na minha opinião não tem o número e a força suficientes, enquanto em nossa frente está o inimigo, comandado por Bhima, em posição ameaçadora, e muito mais forte. 11. Ordena, pois, aos capitães do meu exército que todos ocupem os seus lugares e que se preparem para auxiliar e defender o nosso comandante Bhishma. 12. Soprou então Bhishma, o velho chefe dos Kurus, em sua grande corneta e o seu toque soou com o rugido do leão, excitando a coragem e o ânimo de seus guerreiros. 13. E, em resposta, imediatamente se ouviu o som tumultuoso e inumeráveis outras cornetas e conchas, címbalos, tambores e trombetas, nas falanges dos Kurus. 14. Igualmente deram sinal bélico Krishna, a encarnação de Deus, e Arjuna, filho de Pandu, que estavam em seu magnífico carro de guerra, ornado com ouro e pedras preciosas, e puxado por cavalos brancos (9). E responderam os instrumentos dos Pandavas em som repetido e desafiador, como o som de trovão violento. 15. A corneta que tocava Krishna, o dominador dos sentidos, fora feita de osso de gigante. O nome da corneta de Arjuna era Devadatta (dom de Deus). 16. O forte Bhima tocava a corneta com o nome de Paundra (o povo). Yudishtira, filho de Kunti, a Vitória; Nakula e Sahadeva tocavam a Harmonia e a Glória. 17. Ouvia-se o toque dos famosos guerreiros Kasya, Sikhandin, Dhrishtadyumna, Virata, Satyaki. 18. E de Drupada e seu povo, e dos filhos valentes de Subhadra. 19. E vibrou o ar, como quando se prepara uma horrível tempestade, e a superfície da terra vibrou no mesmo ritmo. E o povo de Dhritarashtra estremeceu aterrorizado. 20. Então Arjuna, em cuja cimeira figurava um macaco (10), vendo que os Kurus estavam já em ordem de batalha, e que as flechas começavam a voar pelos ares, tomou na mão o seu arco e disse a Krishna, que estava com ele no carro: 21. Faze parar, ó Imutável, o nosso carro no meio do espaço entre estes dois exércitos opostos. 22. Quero ver de perto os que aqui estão reunidos com o desejo de nos matarem, e com os quais devo travar sangrento combate. 23. Deixa-me ver os meus inimigos, os partidários insensatos do malicioso e vingativo filho de Khritarashtra. 24. Quando Arjuna assim falou, Krishna fez parar o carro no meio do espaço entre os dois exércitos contrários (11). 25. Ali, em frente de Bhishma, Drona e dos outros principais da terra, disse Krishna a Arjuna: Vê, ó filho de Prithi, a família dos Kurus, ali reunida! 26. E viu Arjuna que, divididos em dois partidos bélicos, ali estavam seus parentes: pais e filhos, irmãos, cunhados, avós e netos, tios e sobrinhos, sogros e genros. 27. Notou também que mestres, benfeitores, amigos e camaradas ali estavam, preparados para se combaterem recíproca (12). 28. E quando Arjuna viu isso, entristeceu-se no seu nobre coração e, cheio de aflição e dó, proferiu estas palavras:  29. Ó Senhor, vendo eu as faces e os vultos dos parentes que querem lutar uns contra os outros, sinto exaustos de forças os meus membros e sem sangue o meu coração. 30. As minhas pernas tremem, os meus braços não me obedecem; a minha face está em agonia; a febre queima-me a pele. Os pensamentos se confundem no meu cérebro; todo o meu corpo está em convulsões de horror. O arco caí das minhas mãos. 31. Maus sinais vejo nos ares, e estranhas vozes ouço falar ao redor de mim; estou todo confuso e indeciso. Não vejo nada de bom em matar em guerra os meus parentes e meus companheiros. 32. Não desejo a glória de vencedor, ó Krishna! Não aspiro nem ao reino nem aos prazeres, nem ao domínio. Para que me serve o domínio, a riqueza ou a vida mesma? 33. Todas estas coisas me parecem muito vãs e sem agrado, enquanto que aqueles para quem tudo isso seria desejável desprezam a própria vida! 34. Tutores, pais e filhos, avós e netos, tios e sobrinhos, primos, cunhados, mestres e companheiros vejo perante mim: não quero mata-los, embora eles tenham sede do meu sangue. 35. Não quero mata-los, embora com isso obtivesse o reino dos três mundos, quanto mais pelo governo de um pedaço de terra! 36. Se eu matar os meus consanguíneos, os filhos de Dhritarashtra, que felicidade ou gozo poderia me alegrar! Se nós os derrotarmos, o remorso seria o nosso companheiro contínuo. 37. Penso que devemos abster-nos de matarmos os nossos parentes e consanguíneos. Porque, como poderemos ser felizes, se exterminamos a nossa própria raça? 38. Não podemos desculpar-nos dizendo que eles são tão depravados e sedentos de sangue, que não vêm mal algum em derramarem o sangue de seus parentes e amigos. 39. Tal argumento não nos justifica, porque nós sabemos melhor que a matança dos parentes é grande pecado e horror. 40. Tem-nos sido ensinado que, com o extermínio de uma geração, se destrói a virtude, e com a destruição da virtude e da religião de um povo, apoderam-se de toda a raça, o vício e a impiedade. 41. Onde reina a impiedade, corrompem-se também as mulheres nobres, e onde a mulher está corrompida, desaparece a pureza do sangue. 42. A adulteração do sangue é precursora do esquecimento dos ritos devidos aos antepassados, e estes (se as doutrinas do povo são verdadeiras), (13) sendo privados dos sacrifícios de que se sustentam, caem das alturas celestes. 43. A consequência de tal corrupção é o aniquilamento dos destruidores da raça e dos direitos eternos da família. 44. Os homens que destroem a religião da família vão para o inferno. Assim nos ensinam os nossos livros sagrados. 45. Ai de mim! Ai de nós, que estamos preparando para cometer o horrível crime de matar os próprios parentes e consanguíneos pela bagatela de obter o domínio pelo desejo do poder! 46. Eu preferiria entregar o meu peito descoberto às armas dos Kurus, e deixá-los beber o sangue do meu coração. Eu preferiria esperar a sua chegada, desarmado, e receber deles o golpe mortal, sem me defender. De certo, isto seria melhor para mim do que cometer esse horrível crime! Ai de mim! Ai de nós todos! 47. Assim clamando, sentou-se Arjuna no banco do carro e deixou cair o arco e as flechas da sua mão, todo entregue à aflição e ao desespero que lhe consumiam o coração.

Referência: 1. Em nome de Deus! A Palavra Sagrada entre os hindus, alusiva a Trindade Divina. 2. Representante da Vida material (forças cegas). 3. Dificilmente vencível; obstinação. 4. Os Kurus representam as forças inferiores da alma humana. Os Pandavas (ou filhos de Pandu) as forças superiores. 5. Bhima (terrível) é vontade espiritual. 6. Arjuna é o homem em seu desenvolvimento. 7. Os heróis mencionados aqui e nos seguintes versículos representam forças intelectuais, inclinações, faculdade, paixões, artes e ciência. Os “carros” são os corpos pelos quais essas forças se manifestam no homem. As forças inferiores são servidoras do egoísmo e do instinto cego. Ao passo que as superiores agem em harmonia com a Vontade Divina. 8. Bhishma (terror) é o egoísmo. O exército dos Kurus, isto é, as forças inferiores têm por chefes o Egoísmo e a obstinação. O exército pandava, isto é, as forças espirituais superiores obedecem à vontade Divina. 9. Branco é o símbolo da pureza; cavalo, o símbolo da força e da obediência. 10. Tomado como símbolo da audácia e engenho. 11. Antaskarana, a ponte ou o caminho entre a terrena e a divina parte da mente. 12. Também as forças inimigas são nossos amigos e mestres, pois por meio delas é que alcançamos a experiência. Elas são os degraus pelos quais o homem sobe até ao conhecimento perfeito de si mesmo. 13. A tradição, que prescrevia o respeito à família, aos parentes, aos instrutores, aos ritos, à instituição e deveres das castas, sem o que a alma cairia em condições piores, antes e depois da morte. Bhagavad Gita – A Mensagem do Mestre. Abraço. Davi


segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

BHAGAVAD GITA - INTRODUÇÃO


Bhagavad Gita – A Mensagem do Mestre. INTRODUÇÃO. O Bhagavad Gita (1), isto é, A Sublime Canção, também designada como a Canção do Senhor ou a Mensagem do Mestre, é uma das obras mais importantes que existem no mundo. Este livro é altamente prezado pelos budistas e venerado como Escritura Sagrada pelos brâmanes, que, frequentemente, o citam como autoridade no que se refere à religião hindu. A filosofia nele exposta é um conjunto harmonioso das doutrinas de Patanjali, Kapila e dos Vedas. O Bhavagad Gita é um episódio da grande e antiga epopeia hindu, intitulada Mahabharata (2), que contém 250.000 versos, descrevendo a grande guerra entre os Kurus e os Pandavas, que tinha por objetivo a posse de Hastinapura, um dos centros mais importantes da civilização ariana. Em sua forma literal, apresenta o Bhagavad Gita um interessante entre Krishna (3) e Arjuna (4), tratando de um fato histórico. Mas os Mestres hindus dizem que este livro maravilhoso tem sete sentidos, e aconselham ao leitor esforçar-se por penetrar no seu mais profundo sentido interior ou espiritual. A leitura desta sublime canção é útil para todos: cada um, porém, poderá assimilar e compreender só aquilo que estiver em harmonia com o desenvolvimento de suas faculdades psíquicas e espirituais. A nossa tradução, baseando-se na edição inglesa do Yogi (5) Ramacháraca, comparada com a edição em sânscrito e latim, publicada por Aug. Guilh, von Schlegel (1767-1845), e com a edição do doutor Franz Hartmann (1838-1912), tem por fim auxiliar os leitores nesse desenvolvimento, a que todo o ser pensante deve dedicar a sua vida. Não podemos desvendar totalmente o sentido esotérico deste precioso livro, porque – conforme as leis da natureza superior – cada um há de descobri-lo por si mesmo. Acrescentamos, entretanto, notas e observações que serão úteis para aqueles que aspiram à Iniciação. A cena da ação histórica do Bhagavad Gita transporta-nos à planície da Índia, entre os rios Jumma e Jheed. Na capital do país, chamada Hastinapura (6), reinava, em tempos remotos, o rei Vichitraviria (7). Casou-se com duas irmãs, mas faleceu sem deixar filhos. Conforme o costume dos antigos povos orientais, Vyasa (8), irmão do falecido, tomou essas viúvas por esposas e teve delas dois filhos: Dhritarasshtra (9) e Pandu (10). Dhritarasshtra, o mais velho, gerou cem filhos (simbólicos) dos quais o primogênito chamava-se Duryodhana (11). O mais moço, Pandu, teve cinco filhos, todos grandes guerreiros, conhecidos como os cinco principais Pandavas. Dhritarashtra perdeu a vista, e continuou a ser rei só nominalmente, entregando o poder real a seu filho Duryodhana. Este, com o consentimento do pai, baniu do país os cinco filhos de Pandu, seus primos, os quais, porém, depois de muitas vicissitudes, viagens e aventuras, voltaram à sua terra natal. Acompanhados de muitos amigos e partidários, e formaram um poderoso exército aproveitando os guerreiros que lhes forneceram os reis vizinhos. Com as suas forças, marcharam para o campo dos Kurus, empreendendo uma campanha contra o ramo mais velho da família, os partidários de Dhritarashtra, os quais se reuniram sob o comando de Duryodhana, que substituía o seu pai cego. E, em nome da família dos Kurus , começou o ramo mais velho a opor resistência à invasação e aos ataques dos Pandavas. O Bhagav Gita apresenta-nos esses dois exércitos, preparados para o combate. O comando ativo dos Kurus, cujo chefe é Duryodhana, está nas mãos do velho general Bhishma (12), ao passo que o supremo comando dos Pandavas é o famoso guerreiro Bhima (13). Arjuna, um dos cinco príncipes Pandavas e um dos principais caracteres desta história, estava presente, ao lado de seus irmãos e acompanhado em seu carro de guerra por Krishna, reputado pelos hindus como encarnação humana do Espírito Supemo. Krishna, amigo e companheiro de Arjuna, a quem amava por causa de sua nobre alma e a resignação, com que esse suportava as perseguições. A batalha começou, quando Bhishma, o comandante dos Kurus, deu o sinal, tocando a sua corneta ou concha, sendo seu toque imitado pelos seus partidários, e respondido pelos Pandavas. Arjuna pediu a Krishna, ao princípio da batalha, que deixasse parar o carro no meio do espaço entre os dois exércitos inimigos, para ver de perto as principais pessoas que tomavam parte na luta. Vendo, então, seus parentes e amigos, tanto de um como do outro lado, ficou horrorizado por constatar que se tratava de uma guerra fraticida, e declarou à Krishna que antes queria morrer inerme e sem se defender, do que matar seus parentes. Krishna respondeu-lhe com um notável discurso filosófico que a maior parte do Bhagavad Gita, fazendo Arjuna reconhecer a necessidade dessa luta, em que ele e os seus partidários, finalmente, alcançariam completa vitória sobre os Kurus. O autor põe a narração de tudo isso na boca de Sanjaya (14), fiel servidor do rei cego, Dhritarashtra. Como já dissemos, além do sentido histórico, material ou literal, tem o Bhagavad Gita (como toda Escritura Sagrada: a Bíblia, os Vedas, o Alcorão, etc). Ainda vários graus do sentido espiritual ou esotérico. E para que os nossos leitores possam, com facilidade, descobri-lo, lhes diremos que a luta aqui descrita é a que se trava no interior de cada homem, entre o “Bem” e o “Mal”. Arjuna, o homem, acha-se colocado no campo de suas ações, entre dois exércitos inimigos, dos quais os Pandavas representam as forças superiores, e os Kurus, as forças inferiores da alma. Ali está ARjuna, o filho de Kunti (isto é, da alma) contra os seus parentes, os filhos de Dhritarashtra (vida material) ameaçado pelo egoísmo, pelos seus prazeres e pelas suas paixões. Que formam um poderoso exército de ilusões: a sua tarefa é vencê-las, para chegar ao conhecimento de sua verdadeira essência divina. Mas, como muitas dessas ilusões se lhe tornaram agradáveis, acha difícil combate-las. A seu lado, entretanto, tem valentes guerreiros: a sua Consciência, o Amor do Bem e da Verdade, a Obediência à Lei Suprema, a Fé, a Convicção, etc. Krishna, que lhe explica a verdadeira natureza humana e a sua relação com Deus, é o Verbo de Deus, Logos ou Cristo em nós, o nosso Superior, Imortal Ego Divino. Livro Bhagavad Gita – A Mensagem do Mestre.

Referência: 1. Bhagavad, variação do bhagavant, em sânscrito significa sublime: Gita, pronuncie-se guitá – canção. Nota-se que, nas palavras sânscritas, g tem sempre o som gutural. H é aspirado, sh lê-se como o ch ou x chiante (em chá, xarope). Â, i, û têm o som prolongado, y é um i brevíssimo, ch soa tch. 2. Moha – grande; Bhârata – Índia. 3. Krishna (sh lê-se x) representa o Homem-Deus, o nosso Ego (ou Eu) Superior. 4. Arjuna representa o homem no estado evolutivo. 5. Yoga significa união; yogi é aquele que realizou a sua união consciente com a Alma Divina. 6. Cidade (pura) do Elefante (hastina). 7. Vichitra – multicor, de muitas espécies; virya – poder. 8. Agrado, prazer. 9. Representante da vida material; instinto. 10. Representante do elemento espiritual; intelecto. A palavra pandu significa claro, pálido. 11. Dificilmente vencível; obstinação. 12. Terror; egoísmo. 13. Terrível; a vontade espiritual. 14. Sanjaya – vitorioso.

sábado, 21 de dezembro de 2019

RELACIONAMENTO DO SIGNO DE LEÃO COM OUTROS SIGNOS


Astrologia – Zodíaco. www.universa.uol.com.br. Sinastria (1) dos Signos. RELACIONAMENTO DO SIGNO DE LEÃO (22 de julho a 23 de agosto) COM OUTROS SIGNOS.

LEÃO E ÁRIES. São dois signos de fogo apaixonados, fortes e guerreiros, que gostam de liderar e dominar. A atração física, geralmente, é imediata, e o estímulo despertado na relação pode se dar em vários níveis: físico, emocional, intelectual e espiritual. Mas é comum ter choque de egos, portanto, doses de humildade são necessárias como antídoto. Para que o relacionamento perdure, devem aprender a somar, respeitar tomar decisões juntos – se conseguirem compartilhar o protagonismo, conseguirão superar as desavenças. Profissionalmente, um tem o poder de incentivar a criatividade do outro: Áries e Leão conseguem se estimular e se apoiar, mas se estiverem dispostos a um complementar as capacidades, talentos e habilidades do outro, superando a competição. Outro cuidado é com a vaidade, pois a franqueza de ambos deve ser adoçada com amor e compaixão para que não ultrapassem os limites. Sexualmente, são grandes as chances de haver química. Uma boa ideia é fazer passeios, aventuras, esportes e tudo o que traga movimento, celebrando a vida juntos. LEÃO E TOURO. Quando estes dois signos se conhecem, geralmente, há uma atração mútua instantânea, pois são sexualmente compatíveis. Gostam de explorar os prazeres da vida e a relação tende a ser muito calorosa. Ambos são carinhosos, amigáveis e românticos. Mas, com o tempo, as diferenças afloram: o taurino é paciente, cauteloso, reservado, caseiro e busca harmonia e segurança em suas relações. Já o leonino é conquistador, confiante, autoritário, gosta de festa, de ficar rodeado por pessoas e ser o centro das atenções, de se sentir vencedor em tudo o que faz. Portanto, pode ficar entediado ao lado de um taurino. Touro tem tendência para o ciúme e a possessividade, o que deve controlar. Já Leão precisa policiar seus impulsos conquistadores, seu desejo de independência ou irá magoar o taurino. O desafio é cultivar uma base de cumplicidade, sinceridade, amor e respeito mútuo e combater a teimosia. Em termos profissionais, a parceria tem chance de ser produtiva. Apesar das diferenças, se houver verdadeiro amor e boa vontade conseguirão superar as dificuldades. LEÃO E GÊMEOS. Esta é uma união com potencial estimulante, pois se trata de signos alegres, joviais, criativos e festivos. Ambos gostam de novidades, aventuras, diversão, atividades culturais e de lazer – pontos que fazem muito bem ao casal. Leão é um signo do elemento Fogo, confiante e ambicioso. Gêmeos é um signo do Ar, inteligente, adaptável e inquieto. O resultado desta combinação é explosivo. Sexualmente, eles têm chances de viver momentos de muita química, paixão, brincadeiras e carinho, além de uma bela cumplicidade. Se trabalharem juntos, haverá possibilidade de sucesso em atividades criativas: Gêmeos com seu potencial intelectual e Leão com seu toque ambicioso e glamoroso. Mas é importante que fiquem atentos às armadilhas do ego quando estiverem em ambientes sociais. Se o orgulho de Leão vier à tona, Gêmeos deve evitar enfrentá-lo e relevar. Por vezes, a língua afiada de Gêmeos pode ferir o ego de Leão. Se conseguirem respeitar suas diferenças e relaxar, a relação certamente se tornará interessante, divertida e duradoura. LEÃO E CÂNCER. São signos com qualidades muito diferentes. Leão é confiante, alegre, entusiasmado, orgulhoso e ambicioso. Câncer é tímido, retraído, emotivo e acolhedor. É possível que haja forte paixão no início, mas ambos devem se conhecer e se compreender para se complementarem. Sexualmente, Leão aprecia uma companhia carinhosa a atenciosa. Câncer já é mais precavido, pelo menos no começo do relacionamento – com tempo e paciência conquistarão cumplicidade nos momentos íntimos. Leão é festivo, social, extrovertido e adora de ser o centro das atenções. Câncer não gosta de chamar a atenção e prefere as reuniões mais íntimas. É essencial amor e comprometimento para que consigam superar as diferenças. Há necessidade de uma atenção maior para não se magoarem mutuamente. É importante que Câncer forneça apoio emocional e incentive as ambições de Leão, para que possam progredir juntos na vida. Ao mesmo tempo, o leonino deve respeitar a sensibilidade e as particularidades de Câncer, sem se irritar com ele. LEÃO E LEÃO. Os leoninos são confiantes, conquistadores e líderes. Portanto, um casal com essas qualidades enfrentará embates, alternando paixões com brigas. Também são divertidos, alegres e criativos. Sexualmente, demonstram grande energia. Leão é um signo de Fogo, regido pelo Sol: brilho, força e poder estão presentes. Na via positiva, podem buscar juntos aprendizados e autoconhecimento programando estudos, viagens, esportes e passeios culturais. A vida tende a ser uma celebração constante. Na via negativa, há risco de caírem nas armadilhas da competitividade, da arrogância, da vaidade e do orgulho. O ideal é que haja sintonia e apoio mútuo, para que não entrem em competição pelo sucesso. Também devem trocar elogios e gentilezas – um leonino aprecia aplausos e gosta de se sentir especial. É preciso ainda confiança e sinceridade, pois podem se envolver em acusações, inspiradas em fatos reais ou imaginários de deslealdade e infidelidade. Por tudo isso, o grande desafio do casal é superar as armadilhas do ego para que o amor de seus grandes corações cresça e floresça. LEÃO E VIRGEM. Com naturezas muito diferentes, contraditoriamente podem se complementar, principalmente na questão profissional. A praticidade, o detalhismo e as habilidades estratégicas de Virgem servirão de grande suporte para os projetos criativos e ambiciosos de Leão. Numa relação amorosa, se houver comprometimento e respeito por suas diferenças, eles conseguirão permanecer juntos. Essa tendência será fortalecida ainda se tiverem outros aspectos favoráveis em seus mapas astrológicos. O desafio é que encontrem um equilíbrio entre o lado exuberante, exibicionista, sociável, divertido e extrovertido de Leão, com a natureza tímida, objetiva, retraída, racional e observadora de Virgem. A tendência é que Leão dê as ordens e Virgem as execute. É importante que o Leonino abaixe a guarda do orgulho, da vaidade e da arrogância para reconhecer seus limites, suas falhas, aceitar as sugestões e as observações de Virgem, que provavelmente serão realistas e objetivas. Por sua vez, Virgem absorverá o bom humor e a confiança de Leão, adoçando suas palavras com amor para que suas críticas sejam ouvidas. LEÃO E LIBRA. Esta é uma parceria estimulante e promissora. O elemento Ar de Libra, mental, inteligente e ponderado, complementa o elemento Fogo de Leão, impetuoso, confiante e ambicioso. O relacionamento é produtivo também para projetos profissionais: são sociais, criativos, interessados pelos assuntos culturais e artísticos. Ar e Fogo são elementos que geram combustão. Essa mistura é boa também para a vida sexual do casal. Promete calor, paixão, química, harmonia e cumplicidade. Os dois gostam de namoro, requinte e romance. O Ar de Libra estimula o Fogo de Leão, o que pode ajudá-lo a crescer e a se desenvolver. A força de vontade, os dons de liderança e a segurança de Leão tendem a neutralizar a hesitação e a indecisão de Libra. Leão oferecerá seu apoio e sua confiança para que o libriano possa caminhar com passos mais firmes e determinados. Com empenho e dedicação, o casal conquistará a beleza, a harmonia e o equilíbrio tão sonhados por Libra. Além de tudo isso a generosidade de Leão, combinada com o senso de justiça libriano oferecem grande potencial para que a parceria realize trabalhos sociais e humanitários. LEÃO E ESCORPIÃO. Esta pode ser uma combinação de muita força, química e paixão, mas que tende a passar por conflitos de autoridade e crises de ciúme. São signos apaixonados, temperamentais e determinados. Não é bom que trabalhem juntos, pois há risco de confrontos e disputas pelo poder – ambos gostam de comandar. No caso de Escorpião (signo da Água: misterioso, sensível, profundo e intenso), esse desejo é velado. No caso de Leão (signo do Fogo: extrovertido, confiante, exuberante e ambicioso), suas intenções ficam às claras. Escorpião é mais intuitivo, percebe quando o orgulho de Leão está ferido. Por sua vez, os leoninos devem ser cuidadosos para não ferir os sentimentos do sensível Escorpião. Quando estão furiosos, é quase impossível tranquilizá-los. O leonino é conquistador, divertido, espontâneo bem-humorado, gosta de festas e celebrações. Escorpião é mais retraído, desconfiado, magnético e misterioso. Para que união seja duradoura, devem se respeitar, conhecer suas reações instintivas para que possam se complementar. O grande aprendizado nesta relação é que ambos saibam respeitar suas individualidades, sem querer controlar ou invadir o território do outro. LEÃO E SAGITÁRIO. Esta é uma combinação dinâmica e favorável, já que ambos são signos do elemento Fogo: entusiasmados, extrovertidos, criativos, confiantes e aventureiros. Uma parceria como esta promete movimento, novidades, viagens, esportes e ricas experiências. Na vida sexual, contam com uma energia ardente, vibrante e apaixonada. Mas vale lembrar que Leão precisa moderar seu autoritarismo, pois Sagitário é amante da liberdade. É possível que haja alguns atritos, já que são orgulhosos e impetuosos. Na hora de defender suas ideias e convicções, devem ser abertos para ouvir e compreender os pontos de vista do outro. Isso pode fazer com que aproveitem melhor seu tempo juntos. De qualquer forma, têm muitos interesses em comum: Sagitário conta com a generosidade e a natureza expansiva de Júpiter, seu regente; e Leão com o brilho e o calor benevolente do Sol. Também são generosos, de bem com a vida e têm muito bom humor. O entusiasmo contagiante e a positividade da parceria pode ser uma fórmula para o sucesso: eles acumulam força suficiente para atingir metas elevadas e ambiciosas. LEÃO E CAPRICÓRNIO. Esta união tem tudo para ser muito produtiva, especialmente se, além da vida amorosa, houver colaboração em parcerias de trabalho. A sobriedade, a determinação e a visão estratégica de Capricórnio, combinadas com a confiança, a ambição e energia de Leão podem levar ao sucesso e ao prestígio. Os dois são ambiciosos, almejam projeção e status social. Também possuem qualidades de liderança. Mas há algumas diferenças: Leão (signo do Fogo) é mais exuberante, espontâneo, efusivo, festivo e divertido. Capricórnio (signo de Terra) é mais pragmático, sério, frio e analítico. Leão é orgulhoso, mas o terrestre Capricórnio é ainda mais teimoso e autoritário. Porém, com mais discrição, com menos ostentação. Leão é conquistador; Capricórnio é estruturador e organizador. É importante que ambos cultivem doses de humildade para reconhecerem que não são perfeitos e para não haver competição na relação, nem passem a vida tentando mudar, dominar ou controlar o temperamento do parceiro. A tendência é que o casal cultive admiração mútua. LEÃO E AQUÁRIO. Esta parceria traz potencial tanto para o romance quanto para a colaboração em projetos profissionais. É possível que, sexualmente, tenha muita química, inclusive atração à primeira vista. A natureza extrovertida de Leão se encaixa muito bem com o comportamento excêntrico de Aquário e podem viver juntos experiências recheadas de surpresas e originalidade. Aquário e Leão são signos sociáveis, adoram propostas ousadas e programas inusitados. Ambos são generosos e inteligentes, se interessam pela vida cultural, gostam de aprender e cultivam uma mentalidade progressista. No entanto, os dois têm tendência para a teimosia. Doses de humildade são essenciais para que possam reconhecer suas falhas e admitir seus erros. Aquário gosta de trabalhar em grupo. Leão é líder, prefere comandar. O leonino deve aprender a ser mais racional, fraternal, igualitário e analítico com Aquário. Por sua vez, Aquário precisa ser mais confiante, caloroso e confiante com Leão. Caso contrário, é provável que sabotem o relacionamento. LEÃO E PEIXES. Estes são signos com natureza, interesses e personalidades muito distintas. A não ser que haja outros pontos favoráveis no mapa astrológico dos parceiros, esta será uma relação difícil e com poucas chances de sucesso. Peixes é sensível, introspectivo, romântico e sonhador. Leão é extrovertido, confiante, orgulhoso e dominador. Sexualmente, Peixes anseia por uma união mágica, uma fusão emocional completa, com pitadas de mistério e encantamento. Por sua vez, Leão busca por prazer, carinho e paixão, e gosta de elogios e da expressão verbal dos sentimentos. Mas ao longo do tempo, possivelmente Leão não terá paciência para os sentimentalismos de Peixes. Por sua vez, Peixes não irá apreciar a vaidade e o exibicionismo de Leão. É importante que haja sinceridade e que se conheçam muito bem antes de se comprometerem sério. Quanto mais generosos e compreensivos forem, melhor será a união: Peixes aprenderá com Leão lições de confiança, autoestima e coragem; e Leão aprenderá com Peixes lições de compaixão, inspiração, solidariedade e fé.

(1) Sinastria - é uma técnica utilizada na astrologia para verificar o grau de compatibilidade numa relação (afetiva, profissional ou familiar entre duas pessoas. Esse procedimento faz uso do mapa astral, recorrendo aos perfis astrológicos. Requer encontrar um profissional recomendado e capacitado na ciência astrológica. Bem conceituado na comunidade onde está inserido. De preferência tendo registro profissional na instituição ou sindicato que regula a prática em sua região. www.universa.uol.com.br. Abraço. Davi

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

ADOLF HITLER E O OCULTISMO


Gnosticismo. www.gnosisonline.org.br. Por Ali Onaissi. ADOLF HITLER E O OCULTISMO NAZISTA. O “misticismo nazi” é um termo usado para descrever uma subcorrente do nazismo quase religiosa, caracterizando-se pela combinação do nazismo com o ocultismo, o esoterismo, a cripto-história e o paranormal. Em alguns casos atribui uma importância religiosa à pessoa de Adolf Hitler (1889-1945) e à sua doutrina. Para o venerável mestre Samael Aun Weor (1917-1977), o líder alemão conheceu profundamente os mistérios do ocultismo. Hitler conheceu os mistérios tântricos e os praticou com sua esposa-sacerdotisa, porém, como não trabalhou sobre si, eliminando seu ego, seus defeitos e valores mentais negativos, levou o mundo todo ao caos da Segunda Guerra Mundial. Hitler, para os gnósticos, teria sido um grande líder para seu povo e talvez para o mundo se tivesse, além de defender o povo germânico de seus inimigos, levantado a bandeira da paz, em vez da guerra. O orgulho (orgulho ferido, complexo de superioridade e megalomania), a cobiça (desejo doentio de conquista) e a violência foram seus principais defeitos psicológicos. Para falar sobre esse personagem, que foi um iniciado em escolas de ocultismo europeias, é necessário conhecermos os fatores que nos levaram aos aspectos econômicos e sociais da atual Nova Ordem Mundial. Que relação tiveram Hitler e o Nacional Socialismo (nazismo) com o esoterismo? Hitler conheceu realmente grandes Iluminados, por ele chamados de “Super-Homens”? Ele teve contato com mestres da Venerável Loja Branca ou da terrível Loja Negra? Vamos analisar, neste texto do GnosisOnline, todo o movimento esotérico que rodeou Adolf Hitler e suas consequências atuais. O que diz Samael sobre Adolf Hitler. O VM Samael comenta algumas vezes sobre Adolf Hitler. Na primeira vez, Samael comenta que ele conheceu pessoalmente a Hitler, em suas viagens jinas pela Europa. Na segunda o mestre fala que depois de morrer, Hitler foi para os Mundos Infernos da Lua Negra Lilith. E na terceira fala que Hitler não morreu em seu bunker em Berlim, como a imprensa teima em defender. Quem na verdade morreu ali foi seu sósia. Hitler, para o mestre Samael, fugiu da Alemanha em um submarino e estabeleceu-se em algum lugar secreto na Argentina. Também podemos encontrar algumas afirmações do VM Samael em sua obra magistral O Quinto Evangelho, sobre Hitler: “Desta forma, podemos afirmar que a Força Hipnótica é geral, podemos ver, por exemplo, milhões de soldados que estão hipnotizados, não só eles, mas todo mundo. É certo que existem, mesmo no exército, pessoas que têm a Consciência Desperta. No caso da Segunda Guerra Mundial, Hitler estava adormecido, se estivesse desperto não faria o que fez, mas sonhava que estava desperto, pensou em até criar uma raça superior, que tinha chegado a hora do Super-Homem. Estava envenenado pelas teorias de Nietzsche, lembremos aquela frase do Führer quando disse com euforia que tinha conhecido o Super-Homem, que era terrivelmente cruel e que ele tinha sentido medo (...). Realmente, o que Hitler viu não era o Super-Homem, e sim um Mago Negro, que veio lá da Ásia, do Tibete, do Clã de Dag-Dugpa, com uma Força Hipnótica extraordinária. Esse Mago Negro visitou Berlim e chamaram-no de “O Homem das Luvas Verdes”, e ele dizia que tinha as chaves de Agartha, onde viviam os Deuses Guardiães do Mundo. É claro que com uma linguagem tão altissonante, as multidões não poderiam fazer outra coisa que se assombrar, e o Führer não teve nenhum inconveniente em render culto àquele Mago Negro Dugpa, criando uma Instituição de tipo esotérica em Berlim, porém era uma Instituição de Magia Negra. Ele acreditava que era um Profeta, não da palavra, mas da espada, chamado a revolucionar o mundo. Mas os esoteristas sabem muito bem que Hitler é o Retorno ou Reincorporarão daquele terrível Átila, dos tempos antigos, aquele a quem chamavam de “Castigo de Deus”. Quanto a Benito Mussolini (1883-1945) em suas vidas passadas, foi um membro ilustre da Fraternidade Tenebrosa. Todos eram Magos Negros, são pessoas que agora vivem nos Mundos Infernais, esta é a crua realidade dos fatos (…). Continuando, o verdadeiro Homem não existe, os poucos Homens que temos na face da Terra, como Saint-Germain (1712-1784), Gagliostro (1743-1795), Raimundo Lúlio (1232-1316), Nicolas Flamel (1330-1418), fazem um Círculo Esotérico à parte. O que existe, então? O “bípede tricerebrado”, equivocadamente chamado de “homem” incluo também as nossas companheiras, as mulheres, realmente ainda que doa a vocês, tenho de ser um pouco cruel, vocês não alcançaram o Estado de humanos, são “humanoides intelectuais”, ou, não se ofendam por favor, “mamíferos racionais”. Friedrich Nietzsche (1844-1900) cometeu um erro gravíssimo ao falar do Super-Homem. Ele dizia em sua obra Zaratustra que havia chegado a hora do Super-Homem, e que este estava para o homem, assim como o animal para o homem. Que equívoco Nietzsche cometeu, falando do Super-Homem, quando nem sequer o Homem nasceu. Hitler seguiu Nietzsche ao pé da letra, a mística da Alemanha de então era a de Nietzsche. Naquela época, qualquer policial, soldado, se sentia um Super-Homem, e tal mística serviu como fundamento para a Segunda Guerra Mundial (1º de setembro de 1939 – 2 de setembro de 1945). Nestes instantes devemos ser analíticos e refletir bastante, pois se acreditarmos que somos Homens, estão equivocados; para ser homens, é necessário possuir um Corpo Astral, um Corpo Mental e um Corpo Causal, além do Corpo Físico. Quando examinamos o humanoide, vamos perceber que possui um Assento Vital, um Lingam Sharira, que serve de base à mecânica da célula viva, mas não possui os Corpos Existenciais Superiores do Ser.” Na obra Revolução da Dialética, Samael comenta sobre as verdadeiras e ocultas causas que originaram a Segunda Guerra Mundial: “A suástica em movimento gera a eletricidade sexual transcendental. Hitler entendeu sobre essas coisas e por isso tomou a Suástica como símbolo de seu Partido. O Homem das Luvas Verdes pertenceu ao clã dos Dag-Dugpas. Hitler deixou-se enganar por esse homem e foi ensinado a cristalizar tudo negativamente. Quando Franz Von Lizst (1851-1919) capitulou em Lhasa – Tibete, os monges dag-dugpas se lançaram às ruas, celebrando a capitulação de Berlim – Alemanha. A Segunda Guerra Mundial foi um duelo entre os ensinamentos de George Ivanovic Gurdjieff (1866-1949) e os dos dag-dugpas. Este duelo foi importado do Tibet e foi uma verdadeira luta entre os magos brancos e os negros do Tibete.” Eis aí os ensinamentos transcendentais de Samael Aun Weor (1917-1977) sobre Hitler (…). Afinal, quem eram os magos brancos e os magos negros do Tibete aos quais Samael se refere? São os mais distintos membros das duas escolas mais poderosas das Lojas Branca e Negra: A Sagrada Ordem do Tibete, regida pelo meritíssimo senhor Bhagavan Aclaiva, e o Clã Dag-Dugpa, que teve como um de seus membros mais destacados o homem que se chamou, quando encarnado, Mao Tsé-tung (1893-1976) (não sendo à toa que Samael, comentando sobre Mao, dizia que MAO é o contrário de AOM). Hitler e os Judeus, segundo Samael. Alguém pergunta ao VM Samael Aun Weor por que Hitler odiava os judeus, e o Mestre se limita a responder o seguinte: “Numa certa ocasião, achando-me no Mundo Astral, invoquei Karl Marx (1818-1883) e ele apareceu e eu lhe perguntei: ‘Tonto, não te dás conta que você escreveu uma farsa? Não te dás conta disso?’. Percebi uma coisa curiosa, esse homem está desperto e consciente e ele é seguido por Wladimir Lenin (1870-1924), que parece um sonâmbulo, está inconsciente e o segue como uma sombra, mas Karl Marx está desperto e consciente no Mal e para o Mal! Entretanto, eu não vou me pronunciar contra o povo judeu, porque isso seria um absurdo! Existe uma multidão de anciães, mulheres e crianças que jamais na vida souberam alguma coisa sobre os Protocolos de Sião. Atacar todos os judeus é um delito, os culpados são os governos e o Sanedrim (Sinédrio), com os seus 300 membros, que possuem um projeto, há mais de 3 mil anos para dominar o mundo”. Pergunta: ‘Eles têm dominado o mundo?’ Samael Aun Weor: “Até agora o projeto está dando resultado. Hitler sabia, mas ele preferiu atacar as mulheres, os velhos e as crianças nas câmaras de gás, essas criaturas nada sabiam dos planos do Sanedrim, os membros estavam rindo de Hitler nos Estados Unidos, na França, Inglaterra e Rússia. Eles, o Sanedrim, foram os que acabaram com Hitler (…)”. Analisemos, a partir de agora, outros aspectos sobre os diversos aspectos que permitiram que o nazismo tivesse êxito nos campos militar e político, sempre auxiliado pelo ocultismo. Ordens Ocultistas. Hitler, aficionado por tudo o que se relacionasse com o autoconhecimento, com o esoterismo e magia, foi membro de algumas ordens ocultistas germânicas. Vejamos a história de algumas delas para compreender um pouco mais como funcionava a psique desse personagem: 1. Sociedade Ahnenerbe. A Sociedade de estudos para a antiga história do espírito (Deutsche Ahnenerbe), mais conhecida como a Herança dos Ancestrais, foi criada no dia 1º de Julho de 1935. Em seu começo funcionou como um instituto de investigações avançadas das SS para logo tornar-se independente. Seus mentores foram Henrich Himmler (1900-1945), Herman Wirth (1885-1981) e Walter Darre (1895-1953). Havia 43 departamentos na Ahnenerbe, dos quais um era insólito, aquele que se dedicava às atividades ocultistas. Os interesses dessa verdadeira confraria, altamente seleta, versavam sobre: a busca do Santo Graal, escavações de vestígios atlantes, exploração e contato com as culturas místicas do Tibete, práticas de yoga, estudos de antigos cultos pagãos, viagens ao interior da Terra para comprovar se esta é realmente oca etc. O grande líder dessa seção, depois de Himmler, era Friedrich Hielscher (1902-1990), um homem enigmático e do qual há poucos dados. Hielscher incentivou a famosa expedição ao Tibete (1938-1939). A missão foi comandada pelo antropólogo Ernst Schaefer, acompanhado por cinco sábios alemães e 20 membros da SS. Juntamente com a Ahnenerbe, coexistiram outras organizações que também tiveram uma vinculação esotérica. Uma delas foi a Thule, de onde surgiriam dois importantes desprendimentos: a Ordem do Sol Negro e a Loja Sociedade Vril. 2. Ordem do Sol Negro. Foi um corpo especial batizado como SS Schwarze Sonne, estabelecido para pôr em prática os ensinamentos do monge tibetano conhecido como o Homem das Luvas Verdes, o qual trouxe técnicas tenebrosas para atrair a energia do Sol Negro de nosso Sistema Solar. As teorias geológicas e astronômicas que os cientistas nazis manejavam asseguravam que a Terra, como o resto dos corpos cósmicos, é na realidade um satélite de dois sóis, e não um somente, um branco e luminoso que nos dá vida, e outro, de matéria astral, que nos desequilibra. Essa Ordem do Sol Negro teve um objetivo: atrair energias cósmicas negativas do Sol Negro e pôr em marcha projetos secretos de dominação mundial. 3. Sociedade Vril. A Loja Luminosa ou Sociedade Vril foi fundada pelo professor de geopolítica e esoterista berlinense Karl Haushoffer (1869-1946). Diz-se que a fonte de inspiração para a sua criação, baseou-se no livro intitulado Vril – A Raça Futura, do escritor inglês e discípulo de Eliphas Levi (1810-1875), Edward Bulwer-Lytton (1803-1873), onde se descreveria uma sociedade subterrânea que utilizava uma misteriosa energia tântrica, o Vril. Entre os objetivos dessa loja estava: Investigar as origens da raça ariana e saber como essas capacidades mágicas que dormem no sangue podem ser reativados para convertê-las em veículos sobre-humanos. Documentos nazis capturados após a queda do Terceiro Reich indicam que Hitler e seus partidários lançaram várias expedições em busca de uma entrada rumo ao mundo interior, à Terra Oca. Geógrafos e cientistas alemães receberam a ordem de encontrar túneis que conduzissem os Vril-ya (como se denominou a esse povo subterrâneo oculto). Foram pesquisadas minas alemãs, suíças e italianas para encontrar possíveis poços, e inclusive Hitler ordenou a um coronel de inclinações intelectuais que investigasse a vida do lorde Bulwer-Lytton con a esperança de conhecer onde e quando o autor havia visitado o mundo dos Vril-ya. (Lytton é autor do livro VRIL, O PODER DA RAÇA FUTURA – clique aqui.). Os nazis acreditavam que através da energia Vril eles poderiam “ter acesso a profundos conhecimentos no campo da tecnologia atômica, muitos dos quais ainda não foram descobertos, e cujo manejo errôneo teria provocado o abrupto desaparecimento de civilizações antigas das que apenas há algum registro, como é o caso de antigos textos hindus em que aludem a Vimanas voadores e armas com raios atômicos”. 4. Thule-Gesellschaft A Sociedade do Thule foi uma sociedade esotérica alemã fundada em 1918 pelo ocultista e nobre alemão Rudolf von Sebottendorff (1875-1945). A ela pertenceram importantes personalidades do Terceiro Reich, como o próprio Adolf Hitler e seu braço direito Rudolf Hess (1894-1987). Aparentemente, o Partido Nacional-socialista (e, portanto, o próprio Terceiro Reich) teve sua origem nessa sociedade, sendo o DAP (Deutsche Arbeiter-Partei, depois transformado em NSDAP) seu braço político. Como escudo da Sociedade Thule escolheu-se a suástica colocada atrás de uma reluzente espada disposta verticalmente. O nome Thule foi escolhido por causa do legendário Reino de Thule dos nórdicos e a Tula dos astecas, a ilha encantada do norte do mundo, onde se encontrariam os regentes da raça ariana e da evolução espiritual da humanidade. Em 1919, o membro da Thule Karl Haushofer (1869-1946) fundou uma segunda ordem, que se chamou Brüder des Lichtes (Irmãos da Luz), depois denominada Vril-Gesellschaft. A esta nova sociedade uniram-se os membros de outras ordens, tais como a Die Herren von Schwarzem Stein (Os Senhores da Pedra Negra), que era a refundação de uma Ordem Templária. Entre os membros da Sociedad Thule encontravam-se, ademais dos pagãos Heinrich Himmler e Alfred Rosenberg (1893-1946), também sacerdotes (como o confessor de Hitler, Bernhard Stempfle(1882-1934), monges cistercienses (Guido von Lizst (1848-1919) e membros da Ordem do Temple Refundada (os chamados Herren von Schwarzem Stein), além de nacionalistas, patriotas, antimarxistas e anti-sionistas. O autor alemão Jan Udo Holey (1967 - ) afirmava em seu livro Sociedades Secretas e seu Poder no Século 20 que os homens mais destacados dessa ordem, e que influenciaram os destinos da Alemanha e mesmo da própria humanidade na época foram: Freiherr Rudolf von Sebottendorff; Guido von Lizst e Jörg Lanz von Liebenfels (1874-1954), mestres da Ordem; Adolf Hitler, Führer, chanceler do Reich e Führer da Alemanha; Rudolf Hess; Hermann Göring (1893-1946), marechal do Reich; Heinrich Himmler, Reichsführer SS; Alfred Rosenberg, ministro do Reich; Hans Frank; Julius Streicher; Karl Haushofer; Gottfried Feder; Dietrich Eckart; Bernhard Stempfle; Franz Gürtner; Rudolf Steiner (1861-1925); Theo Morell; W. O. Schumann; Trebisch-Lincoln e a Condessa Westrap. A Morte de Hitler. O suicídio de Adolf Hitler e sua mulher, Eva Braun (1912-1945), é considerado por todos como uma verdade incontestável. Mas será mesmo que ele e sua família se mataram em seu bunker, em Berlim? Por que será que isso foi contestado logo após o fim da Segunda Guerra Mundial por inúmeras autoridades? Para muitos, a farsa armada em torno do suicídio de Hitler está ultrapassada, pois vários pesquisadores coincidem na falta de provas de sua morte na Alemanha. Não há cadáver, nem autópsia, nem perícia jornalística. Para o jornalista argentino Abel Basti, autor de um interessante livro (Hitler em la Argentina), Hitler desembarcou em Caleta de los Loros, entre as cidades de Viedma e San Antonio Oeste. Protegido pela colônia alemã e mesmo pelo serviço secreto argentino, Hitler e Eva Braun teriam vivido sossegados neste país da América do Sul, até sua morte por velhice. A versão de Basti consiste em que o casal Hitler-Eva no dia 29 de abril de 1945, em um avião JU-52, após passar sem prejuízo a defesa aérea soviética, aterrissou na Espanha e daí em um submarino chegou à Patagônia. Josef Stalin (1878-1953), dias depois da invasão soviética de Berlim, comentou com seus principais generais: “Ele não está morto. Ele escapou para a Argentina ou Espanha”. Como o Terceiro Reich entrou em colapso na primavera de 1945, a primeira coisa que o Exército soviético fez ao entrar em Berlim foi chegar o mais rápido possível ao bunker onde estaria escondido Hitler para capturá-lo antes das demais tropas aliadas. Depois, os russos fizeram uma série de afirmações contraditórias sobre a morte do líder alemão. No dia 17 de julho do mesmo ano, em Potsdam, Stalin comentou, durante um café da tarde, ao presidente americano Harry Truman de que eles não haviam achado o corpo de Hitler, e o que havia sido encontrado foi o sósia dele, morto com um tiro na cabeça, segurando uma foto de Eva Braun. Mas que o verdadeiro Hitler não se encontrava mais no local. Stalin também confidenciou que divulgaria as fotos desse sósia de Hitler como se fosse o próprio, até que o verdadeiro fosse encontrado. Os vencedores da Segunda Guerra Mundial nunca o encontraram. No dia 19 de abril de 1945, o New York Times escreveu: “Rumores estão circulando sobre o dublê de Hitler. Pode ter sido ele o que foi encontrado no bunker, ele foi treinado para ‘ser’ o próprio Hitler e iria se transformar num mártir no lugar de Hitler, enquanto este se tornaria o verdadeiro mártir”. Um relatório da KGB, o serviço secreto soviético, afirmava o seguinte: “No bunker com Hitler estava seu doppleganger (sósia), Gustav Weber. Estavam sempre juntos para o caso de Hitler precisar dele”. Se Hitler não morreu, pois o cadáver achado foi o de seu sósia, seu dublê, então por que isso não foi relatado pelos vencedores? Por que os soldados soviéticos simplesmente cremaram o cadáver do suposto Führer, em vez de apresentá-lo como objeto de exposição? Para onde teria ido Hitler? Talvez seja por isso que C. J. Heimlich, coronel do serviço de informações da presidência norte-americana afirmou que “nenhum ser humano pode afirmar conclusivamente que Adolf Hitler morreu”. À época, um dos agentes do FBI afirmou, depois de alguns anos de investigações: “Ele realmente escapou para a Argentina e se diz que ele ainda viveu mais 11 anos. Depois desse tempo, ninguém mais soube de seu paradeiro”. Realmente, informações de diversas fontes sobre o verdadeiro paradeiro de Adolf Hitler vêm coincidir com as afirmações do VM Samael Aun Weor (1917-1977) sobre a vida e morte desse líder do povo germânico. Samael disse que Hitler realmente morreu de velho em um país qualquer da América do Sul, país esse que seria nada menos que a ARGENTINA. www.gnosisonline.org.br. Abraço. Davi

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

II. A REENCARNAÇÃO SEGUNDO ORÍGENES DE ALEXANDRIA NO CRISTIANISMO PRIMITIVO


Cristianismo Primitivo. Texto de Ricardo Lindemann. www.ricardolindemann@uol.com.br. Mestre em Filosofia pela Universidade de Brasília (UnB) Brasil, aluno cursando o Doutorado em Ciência da Religião na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Licenciado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Engenheiro Civil (UFRGS). Atua em Projetos de Pesquisa de História da Filosofia da Religião no Grupo de Filosofia da Religião da UnB, e de As Tradições Soteriológicas dos Upanishads do Núcleo de Estudos em Religiões e Filosofias da Índia da UFJF. II. A REENCARNAÇÃO SEGUNDO ORÍGENES DE ALEXANDRIA NO CRISTIANISMO PRIMITIVO. O FATO HISTÓRICO. A PERSEGUIÇÃO SISTEMÁTICA (44) do Imperador Justiniano I (482-565) à obra é a causa do problema maior para seu estudo: O fato de que foi perdido o original grego do livro Peri Archon em que há evidências do tratamento deste tema da QUEDA E TRANSMIGRAÇÃO das ALMAS até a APOCATÁSTASE, tendo sido apenas parcialmente reconstituído pelo magistral trabalho de Paul Koetschau a partir de diversas fontes e fragmentos, e que a controvertida tradução remanescente feita ao latim por Rufino de Aquileia (340-410), intitulada De Principiis, ser comprovadamente imprecisa por ter sido teologicamente censurada (46), ou seja, foi até intencionalmente alterada em alguns pontos por motivos religiosos, a fim de se contornar o problema das condenações da Igreja. Talvez a posição sensata tenha sido a de Butterworth, quando compara e sistematicamente em sua tradução as versões grega reconstituída e latina em toda sua extensão, de modo a possibilitar ao leitor à sua própria opinião, mas ponderando que: “Então, qualquer leitor de Primeiros Princípios (De Principiis), se tomar em consideração, como deve fazer, a irrefutável evidência de São Jerônimo (347-420) e do Imperador Justiniano, será forçado a admitir que Orígenes pelo menos concedeu a possibilidade da TRANSMIGRAÇÃO. Isto para pôr o caso pelo seu mínimo”. Nesta direção, Butterworth ainda considera que se deve lembrar que Orígenes apresentava suas “opiniões não como dogmas estabelecidos, mas como especulações delineadas para responder a problemas do pensamento humano”, apoiando-se em declarações de Orígenes citadas por São Jerônimo. O FATO HISTÓRICO é que até a resolução do Concílio Constantinopla II em 553 DC, ainda havia espaço oficial no Cristianismo para a DOUTRINA DA REENCARNAÇÃO e que Orígenes ou seu grande número de seguidores (50) em seu nome sustentaram a TRANSMIGRAÇÃO das ALMAS pelo menos por três séculos ocupando tal espaço. Foi o Imperador Justiniano I (482-565) quem não mediu esforços e usou todos os meios, inclusive destituindo e exilando o Papa anterior, O Papa Silvério (480-537) que assim morreu de subnutrição, e nomeando seu sucessor. O Papa Vigílio que recusou a comparecer ao supramencionado Concílio, para condenar os três capítulos que acabaram por atingir a doutrina da PREEXISTÊNCIA DA ALMA de Orígenes, condição sine qua non para a TRANSMIGRAÇÃO DAS ALMAS, conforme considera Butterworth: “O fato de que havia muitos seguidores de Orígenes mesmo no século VI – foi a sua existência e influência que fez Justiniano tão ávido de assegurar a condenação de Orígenes – teria tornado necessário ser cauteloso. Havia abundante material para condenação, de acordo com as ideias de Justiniano, sem a necessidade de perverte-lo ou exagerá-lo. A supramencionada alegação das supostas interpolações heréticas que teriam sido feitas ainda em grego no texto do Peri Archon de Orígenes foi negada pelo próprio São Jerônimo, conforme comenta Butterworth: “Jeronimo nega a afirmação de que as obras de Orígenes tenham sidas corrompidas por heréticos: tanto Eusébio quanto Dídimo admitiram como certo que Orígenes sustentou os pontos de vista incriminados. Portanto, não há evidências de interposições de heréticos, senão muito pelo contrário o que de fato há são evidências de interpolações e omissões de Rufinus de aquileia (340-410) na sua tradução do Peri Archon para a versão latina ou De Principiis, a que Butterworth escolhe como exemplo a contradição entre o texto da obra Defesa de Orígenes, escrito por Pânfilo de Cesareia (240-309) e Eusébio de Cesareia (263-339). Onde Pânfilo cita em grego passagens do Peri Archon que foram deliberadamente omitidas por Rufinus na sua tradução para o latim do De Principiis. Butter Worth comenta que tal ponto “enfraquece consideravelmente a alegação de Rufinus de que o texto de Orígenes teria sido corrompido por heréticos; se alguma coisa sofreu alteração foi a teologoa autorizada pela Igreja. Conforme Butterworth também comenta, Rufinus não podia acreditar que o texto grego do Peri Archon fosse autêntico, pois seria impossível que um erudito como Orígenes pudesse divergir da teologia aceita no século IV, de modo que se autorizou subjetivamente a corrigir o texto onde ele acreditava que os heréticos haviam introduzido interpolações, “sem qualquer dúvida em total honestidade”, como justifica a si mesmo no texto de sua autoria A Corrupção das Obras de Orígenes, o qual anexou a sua tradução para o latim do De Principiis de Orígenes. TRÊS DOUTRINAS INTERDEPENTES. EM RESUMO, TUDO PARECE indicar que pelo menos três das criativas doutrinas de Orígenes são interdependentes, a saber a PREEXISTÊNCIA DA ALMA e sua eventual queda da condição angelical original, a sua TRANSMIGRAÇÃO que possibilita a expiação ou purificação progressiva, e finalmente o retorno à condição primordial chamada APOCATÁSTASE ou SALVAÇÃO UNIVERSAL. O fato é que entre os autores e Dicionários citados há consenso somente quanto a PREEXISTÊNCIA e APOCATÁSTASE, não havendo consenso quanto a TRANSMIGRAÇÃO. Poder-se-ia ver, mas para tanto se necessitaria muito mais espaço do este trabalho se propõe, que aceitar a PREEXISTÊNCIA da ALMA e a APOCATÁSTASE, sem aceitar a TRANSMIGRAÇÃO enquanto necessário processo intermediário. Criaria uma inconsistência lógica, porém Reale e Antiseri resumem magistralmente o essencial de Origens sobre a TRANSMIGRAÇÃO DA ALMA, como segue: Tal visão relaciona-se estreitamente com a concepção origeniana segundo a qual, no fim, todos os espíritos se purificarão, resgatando suas culpas, mas para se purificarem inteiramente é necessário que sofram longa, gradual e progressiva expiação e correção, passando, portanto, por muitas reencarnações em mundos sucessivos”. Tudo, parece, pois indicar que a doutrina da TRANSMIGRAÇÃO DAS ALMAS sustentada por Orígenes é algo distinta da doutrina pitagórica particularmente na ideia dos mundo sucessivos, mencionada acima por Reale e Antiseri. Pois quando argumenta em seu Comentário Sobre Mateus contrariamente à doutrina pitagórica parece mais preocupado em evitar argumentos contrários à sua doutrina da APOCATÁSTASE, mas que ele parece melhor conciliar com a TRANSMIGRAÇÃO em mundos sucessivos levando à APOCATÁSTASE no De Principiis, publicado aproximadamente “entre 219 e 230 DC. Quando ele ainda era mais jovem e talvez mais ousado como também argumenta Butterworth: É possível que a opinião de Orígenes tenha mudado ao longo dos anos intermediários. Ou ele pode ter sentido que mais cautela fosse necessária num comentário que circularia amplamente entre todas as classes de cristãos, do que num tratado (De Principiis) que refletia na maior parte as discussões entre ele e seus alunos na Escola Catequética. Assim Butterworth estaria justificando por que as alusões de Orígenes favoráveis à TRANSMIGRAÇÃO encontram-se no De Principiis. É sempre importante ter também em mente que a maioria das Homilias e Comentários remanescentes de Orígenes chegou a nossa época por meio das duvidosas traduções de Rufinus. Além disso, quando Butterworth considera que “de um caráter diferente são os oito livros de Contra Celso, obra publicada aproximadamente em 248 DC, quando Orígenes já tinha 63 anos. Tais possibilidades acima sugeridas por Butterworth parecem também aplicáveis à uma rápida passagem de Contra Celso onde Orígenes critica a fundamentação da METEMPSICOSE na dieta pitagórica e parece não asseverar “qualquer queda da alma ao nível de criaturas irracionais. Concordando mais nesse ponto com a teosofia neoplatônica de Jâmblico (245-325) e Proclo (412-485), pois naquela idade ele já havia sido condenado pelo menos duas vezes. Parece, pois, muito plausível a hipótese acima sugerida por Butterworth de que Orígenes, que, como foi visto acima, sustentava os distintos níveis históricos, alegóricos e esotéricos para a interpretação da Escritura Sagrada, tenha adotado um certo tipo de ensinamento interno para seus discípulos intencionalmente distinto do que ele divulgava ao público. Como Butterworth sugere acima particularmente em relação ao caso do Peri Archon ou De Principiis de Orígenes para seus discípulos da Escola Catequética de Alexandria. O que também era próprio de uma época em que o exercício da liberdade de pensamento podia acabar em martírio, como aliás foi o seu caso. Dessa forma, poderia se explicar a natureza declaradamente velada de sua linguagem quando no Contra Celso parece declarar-se contrário à METEMPSICOSE. Mas simultaneamente vela a sua opinião a respeito afirmando que “não devemos expor aos ouvidos profanos a doutrina sobre a entrada das ALMAS NO CORPO, citando inclusive a Escritura: “É bom manter oculto o segredo do rei”, Tobias 12,7; e também que “não se deve dar aos cães o que é santo, nem pérolas aos porcos”, Mateus 7,6. Concluindo o mesmo parágrafo com a utilidade da divisão dos níveis de interpretação da Escritura Sagrada, e, nesse caso, da linguagem histórica ou nível literal da Escritura para encobrir intencionalmente um significado mais interno: “Basta haver exposto, em forma história, o que, ao estilo de história, foi ocultamente dito, para que aqueles que sejam capazes elaborem para si mesmos o que o tema encerra”. REFERÊNCIAS: (44). Conforme considera Roque Frangiotti no prefácio da obra Contra Celso: “Orígenes permanece, sem dúvida, o gênio maior que a Igreja cristã de língua grega produziu (...). Por causa de sua exegese alegórica e pela influência da filosofia platônica, sua ortodoxia foi questionada e pelos anos 400, as disputas se acirraram violentamente. As discussões e os ataques se acalmaram só a partir do edito do Imperador Justiniano I, de 543, e do II Concílio de Constantinopla, em 553, que condenou nove proposições de Orígenes, o que provocou o desaparecimento sistemático de sua imensa obra (...) 2 mil “livros”, conforme informa Jerônimo”. (46). Bettenson chega a se referir sobre tais traduções como “as livres, e com frequência teologicamente censuradas, versões de Rufinus de Aquilea. Butterworth dedica várias páginas para analisar a censura teológica de Rufinus: “Somente em poucos casos nós possuímos o (original) grego que nos capacita a checa-lo (checar a tradução de Rufinus), e quando podemos fazê-lo o resultado não é satisfatório. Butterworth também cita São Jeronimo clamando a Rufinus: “Quem te deu licença, clama Jeronimo, para omitir tanto em tua tradução”? (50). Deve ficar claro que nem todos os cristãos seguiam as doutrinas da PREEXISTÊNCIA DA ALMA, sua possível TRANSMIGRAÇÃO até a SALVAÇÃO UNIVERSAL – APOCATÁSTASE – no juízo final que eram sustentadas pelo padre Orígenes de Alexandria (185-253). Mas sim que seus inúmeros seguidores tiveram a liberdade de sustentar por três séculos uma linhagem dentro do cristianismo, o origenismo. Esse foi oficialmente aceitável até 553, data da condenação dessas doutrinas de Orígenes no Concílio Constantinopla II, convocado arbitrariamente pelo Imperador Justiniano I, que destituiu e exilou o Papa Silvério, morto nesse exílio “poucos meses depois de subnutrição”. Esse tornou-se um dos casos mais controversos e polêmicos de cesaropapismo, ou seja, de interferência do Estado na história da Igreja. O Papa Vigilio, indicado pelo Imperador, nem compareceu ao referido Concílio, inicialmente alegando estar doente. Mesmo na insistência do Imperador e dos Bispos, Vigilio não compareceu ao Concílio. www.ricardo lindemann.@uol.com.br. Abraço. Davi