quarta-feira, 28 de maio de 2014

Prece Judaico - Cristã.

Uma oração que o Eterno me concedeu. Esses insights que vêm de nossas entranhas em momentos místicos de contemplação e meditação espiritual. Como a memorizei cito-a tácita ou verbalmente em situações de medo, receio, perigo ou uma expectativa boa ou ruim. "Oração do Cavaleiro do Cavalo Branco. Cavaleiro do Cavalo Branco que tem o seu manto branquíssimo, finíssimo e puríssimo manchado de sangue. Tem em sua mão direita uma espada afiada tinta de sangue bem como todo o poder, governo, autoridade e soberania sobre todos os seres espirituais nos céus, sobre a terra e debaixo da terra. Principados, potestades, tronos e poderes estão sob seu governo assim como os demônios, anjos, arcanjos, serafins e querubins estão debaixo de seu domínio. Abadom o anjo do abismo ou apoliom estão debaixo de sua autoridade. O ancião de dias se curva ante a sua majestade também os vinte e quatro anciões se prostram e adoram sua face Oh! Cavaleiro do Cavalo Branco. O anjo da morte o que ceifa as vidas humanas nada faz sem sua autorização do mesmo modo todas as hostes infernais ao ouvir sua voz se curvam e adoram seu nome. Satanás, Vésper, Lúcifer, o diabo, a antiga serpente e o dragão se rendem aos seus pés Oh! Cavaleiro do Cavalo Branco. O anticristo, o Falso Profeta e a Besta estão totalmente debaixo de sua soberania. Tu és o Senhor da guerra e o Senhor da paz o Deus da vida e o Deus da morte. YHWH Jiré (Provedor), Rafah (Curador), Nissi (Bandeira), Shalom (Paz), Chamma (Presença), El Shadday (Todo Poderoso), Elohim (Forte), Adonai (Soberano), Hashem (O Nome), Emanuel (Deus Conosco), Tsedkenu (Justiça), Rohi (Pastor), Sabaoth (Exército), Makadesh (Santíssimo), Kaddosh Yisrael (Santo de Israel), Ehyeh Asher Ehyeh (Eu Sou o que Sou)".  Referências das Escrituras Sagradas Versão Católica. Apocalipse 6: 2 "Vi aparecer então um cavalo branco. O seu cavaleiro tinha um arco, foi lhe dado uma coroa e ele partiu como vencedor para tornar a vencer". Apocalipse 9: 11 "Têm eles por rei o anjo do abismo, chama-se em hebraico abadom e em grego apoliom". Daniel 7: 13 "Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinham nas nuvens do céu um como o filho do homem e dirigiu-se ao ancião de dias e o fizeram chegar até ele". Apocalipse 11: 16 "E os vinte e quatro anciãos que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre os seus rostos e adoraram a Deus". Êxodo 12: 29 "E aconteceu a meia noite que o Senhor feriu a todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de faraó que se assenta em seu trono até ao primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais". Segundo estudiosos das Sagradas Escrituras Cristãs esse versículo é a única citação ao anjo da morte, pois é uma inferência a morte dos primogênitos no Egito sendo que em toda a bíblia esse termo não é mencionado. A morte é misteriosa tanto que será o último inimigo a ser vencido conforme São Paulo em I Coríntios 15: 29 "Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte". Mateus 4: 10 "Então disse-lhe Jesus: vai-te Satanás porque escrito. Ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele servirás". Apocalipse 19: 6 "E ouvi como que a voz de uma grande multidão e como que a voz de muitas águas e como que a voz de grandes trovões, que dizia: aleluia! pois já o Senhor Deus Todo Poderoso Reina". Apocalipse 19: 8 "E foi lhe dado que vestisse de linho fino, puro e resplandecente, porque o linho fino são os atos de justiça dos santos". Abraço. Davi.

domingo, 25 de maio de 2014

A Lei da Reencarnação.

(C.017) Já pensou por que você foi  nascer no Brasil? Por que constituiu a família que você tem hoje?  Em São João 9: 1-3 lemos "E passando Jesus viu um cego de nascença. E os seus discípulos lhe perguntaram, dizendo: Rabi, quem pecou, este eu seus pais para que nascesse cego? Jesus respondeu: nem ele pecou nem seus pais, mas foi assim para que se manifestem nele as obras de Deus". Esse texto é para introduzirmos alguns pressupostos da reencarnação pois a primeira parte dele traz um indicação de que o homem nasceu cego devido a uma anterior situação que não fora resolvida em sua encarnação passada. Se pensarmos logicamente perceberemos que não há injustiça em Deus, sendo ele justo por que a cegueira do homem? não tem sentido imaginar que foi para que ele não visse o quanto o mundo é injusto e muitas pessoas são egoístas havendo mais sofrimento que conforto. É razoável que exista coerência no sofrimento pois do contrário perde-se o significado da vida e o por que estamos vivendo nesse mundo. Sem respostas racionais ficamos presos aos conceitos dogmáticos do céus e infernos eterno pouco para certezas quanto ao sentido da vida. Não vejo razão para duvidar da existência de Deus pois o mundo não existe por acaso e indubitavelmente uma inteligência superior anterior a tudo fez surgir controlando e mantendo esse processo evolutivo cósmico. Quando observamos particularmente as pessoas reconhecemos que para algumas as coisas são mais fáceis  e para outras são difíceis sendo isso uma evidencia de que há um destino (determinismo) expresso por leis de fatos e causas onde os primeiros resultam no segundo e nas mesmas condições a recíproca é verdadeira. Mas também o livre arbítrio é um ingrediente importante nesse sistema de desenvolvimento da vida e essa premissa  foi postulada  por Charles Darwin (1809-1882) "A evolução é o plano que particulariza a vida". Orígenes (182-254) de Alexandria considerado um dos Pais da Igreja defendeu em suas apologias a ideia da reencarnação. Ele se reunia com uma comunidade de cristãos primitivos tendo uma vida casta e piedosa sendo rigoroso na observância dos preceitos de santidade e pureza. Sua erudição e inteligência acima do normal o levou a escrever uma gigantesca obra que segundo fonte fidedignas incluíam mais de 3 mil volumes de próprio punho. Trocou correspondências com Clemente de Alexandria (150-215), Hipólito de Roma (199-217) e Irineu de Lyon (130-202) falando sobre o tema da transmigração das almas sendo que algumas dessas cartas estão guardadas em alguns museus da Europa. Essas cartas são um capítulo a parte que envolvem a política dos interesses pessoal e eclesiásticos da Igreja manipulados para impedir o ensino sobre a reencarnação pois segundo consta os originais que falam sobre esse assunto foram alterados por um certo padre chamado Rufino de Aquiléia (344-410) sendo esse fato determinante no Concílio de Constantinopla II como uma suposta contraprova da autenticidade dos escritos de Orígenes sobre esse tema. A doutrina da reencarnação foi adotada como dogma pela Igreja até o século VI quando no referido Concílio em 553 a questão deveria ser revisada dando-se um parecer favorável ou desfavorável terminativo. O Imperador Romano do Oriente  na época era Justiniano I (482-565) que indiretamente era o chefe oficial da Igreja Cristã Bizantina. O Papa Silvério I (480-557) por simpatizar com a doutrina da reencarnação e não queremos assinar o edito para que ela fosse retirada da ortodoxia clerical foi destituído do cargo e condenado por traição morreu no exílio (deixado sem pão e nem água) por inanição. Justiniano I para referendar o Concílio de Constantinopla II (553) nomeou o Papa Virgílio (537-555) que desobedecendo a ordem do Imperador não compareceu a sessão do Concílio que decidiria o veto contra a doutrina da reencarnação. Assim o Papa Virgílio foi também deposto acusado de perjuro foi exilado por 8 anos e de regresso à Roma morre ante de chegar a cidade. Assim O Colégio de Cardeais sem seu representante máximo decidiram a revelia excluir dos dogmas oficiais da Igreja a doutrina da reencarnação em 5 de maio de 553. Esse é mais um triste capítulo da história do cristianismo que sob ameaças, intrigas e mortes aprovaram uma lei que convinha aos interesses pessoais de alguns Cardeais e do soberano que representava o Império Romano naqueles dias. São Mateus 5: 18 "Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido". O ensino da reencarnação que tem pressupostos bíblicos foi desde então (553) retirado da ortodoxia oficial da Igreja Cristã. Da gigantesca obra de Orígenes infelizmente apenas 3 volumes resistiram as chamas que destruíram a famosa Biblioteca de Alexandria em (415) pulverizando o acervo inestimável de milhares de pergaminhos e papiros que compreendiam a sabedoria humana e divina disponível  para todos os interessados e iniciados nos mistérios menores e nos mistérios maiores da ciência oculta. Os 3 volumes escritos por Orígenes disponível em português são: Sobre os Princípios, Exacta e Contra Celsius onde ele sustentava a doutrina da reencarnação, da pré existência da alma, da transmigração da alma e da apocatástase (a redenção e salvação de todos os seres inclusive os que estavam no inferno). Orígenes pensava  não haver um inferno eterno, mas sim um lugar de disciplina temporária e após esse estágio todos continuariam evoluindo para encontrarem o Logos Eterno. São Lucas 15: 20-22 "E levantando-se foi para seu pai, e quando ainda estava longe viu o pai, e se moveu de íntima compaixão e correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. E o filho lhe disse: pai pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado seu filho". Em uma vida não temos como pagar todo o nosso carma é necessário outras vidas para que o ajuste e reparação possam acontecer e continuemos nosso processo evolutivo dentro das fases que distinguem nossos corpos sutis. O inferno eterno era relativizado por Orígenes em seus escrito quando ele usa a referência de Isaías 50: 11 "Eis que todos vós que acendeis fogo e vos cingis com faíscas, andai entre as labaredas dos vossos fogos, e entre as faíscas que acendestes. Isso vos ocorrerá pela minha mão e em tormentos morareis". Orígenes era flexível quanto a interpretações de textos bíblicos onde se percebiam um juízo sumário e executório preferindo uma alegoria representativa para fugir do dogmatismo. A interpretação neo platônica da reencarnação foi ensinada pelos Pais da Igrejas. São Mateus 11: 11 "Em verdade em verdade vos digo que dentre os que de mulher têm nascidos, não apareceu alguém maior do que João Batista, mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele". A reencarnação tem a premissa de voltar à vida para reparar o carma continuando  o processo evolutivo sendo um aspecto de aprendizado para não incorrer nos mesmos erros em renascimentos posteriores. Esses estágios não estão restritos aos humanos, mas alcançam todos os reinos orgânicos evidenciados nos minerais, vegetais e animais.dentro de suas restritas constituições de matérias e formas conscientemente primitivas e mais adiantadas. Podemos inferir um silogismo: A reencarnação e a lei da ação é reação produzem a evolução que tem como resultado o homem perfeito para ascender no Logos Eterno. São Mateus 5: 48 "Sede vós perfeitos, como é perfeito o vosso pai que está nos céus". Orígenes foi discípulo de Amônio Saccas (175-242) um mestre místico que viveu em Alexandria na primeira  metade do século III e na época era corrente dizer-se que "Amônio o que aprendeu com Deus". Outro mestre que influenciou Orígenes  foi Plotino (204-270) que dizia: "O Único (O Deus Supremo) é exaltado acima do Nous e das ideias. Ele está absolutamente acima da existência escapando a razão. Permanecendo sempre em repouso. Ele faz jorrar de Sua própria plenitude como um raio uma imagem de Si mesmo, chamada Nous e que forma o conjunto das ideias do mundo inteligível". Orígenes teve um fim como de todos os mártires por suas ideias iluminadas que se opunham ao dogmatismo vigente da Igreja cristã foi torturado e morto no ano de 254. O conceito de Teosofia ou Sabedoria Arcana foi pensado inicialmente  em Alexandria no século III pelos dois mestres de Orígenes que citamos acima. Romanos 8: 28 "E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem aqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito". Beijo. Davi.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

A Lei da Unidade da Vida.

(C.011) Há sete princípios que regem a organização evolutiva setenária do homem e veremos dois deles que são o Princípio da Periodicidade e o Princípio da Correspondência que estão detalhados no livro A Doutrina Secreta volume II da Helena P. Blavatski (1831-1891). Ela esteve nas montanhas do Tibet durante 7 anos fazendo pesquisas e catalogando documentos e depoimentos de mestres orientais sobre variados assuntos das espiritualidades e filosofias Budista, Hindu e Brâmane. Alguns desses fatos são mostrados no livreto A Voz do Silêncio e no livro O País das Montanhas Azuis. A proposta dessa lição é montar um universo hipotético onde a representação lógica dos pressupostos que serão desenvolvidos estruturarão os princípios acima que atuarão como pano de fundo de nossas pesquisas filosóficas creditando uma elaboração baseada nas leis físicas que determinarão a evolução da vida em suas fases específicas de densidade e fluidez, a medida que o desenvolvimento prosseguir rumo ao Uno Universal. Esses princípios formam a base da filosofia esotérica que foi chamada por diferentes nomes ao longo das épocas dentre esses temos Sabedoria Antiga, Religião Sabedoria, Sabedoria Arcana, Doutrina Secreta, Ciência Oculta, Sabedoria Divina e atualmente é usado o nome de Teosofia. A Teosofia busca os conhecimentos das tradições, culturas, filosofias, religiões e espiritualidades provenientes dos antigos sábios e filósofos que com suas observações formaram a base científica e espiritual do arcabouço cultural e filosófico dos antigos povos que deram origem ao sistema intelectivo, racional e cosmológico do pensamento universal. Compreende-se que o conhecimento é poder e deve ser usado para o bem da humanidade sendo um dos motivos pelos quais  ele não é disponibilizado em sua completude, pois os irresponsáveis e interesseiros tomariam da situação para intentarem objetivos nocivos e perniciosos contra a humanidade. Os iniciados em mistérios ocultos que tem compromissos éticos, morais e de fraternidade universal são aqueles a quem é desvelado os conhecimentos mais profundos para serem usados em conexões de respeito, tolerância e compreensão dos arbítrios desiguais unindo os polos harmoniosamente. Esses conhecimentos de que estamos falando também eram percebidos através de signos geométricos e hierogrifos (sinais gráficos de antigas civilizações) e como exemplos temos o símbolo da cruz no Cristianismo, a estrela de Davi e o candelabro no Judaísmo, o mantra Hindu Om e a Roda Dharmica Budista . O conhecimento é mostrado também no olhar iluminado dos místicos que perceberam o lado sutil da vida e captaram as imagens e projeções além da aparência visível, pois mantendo-se no corpo astral em fluidez classificaram esses signos para que arquétipos humanos culturais fossem preservados como legado histórico e cultural. Quando nos primórdios das raças raízes surge a humanidade o conhecimento é passado, mas os aspectos profundos foram ocultados por muitos motivos dentre eles o ocorrido na Civilização perdida de Atlântida em que um cataclismo dizimou esses povos e sucumbiu com o acervo de conhecimento acumulado por milhares de gerações, fato que Platão (428 AC 347) narra em seus contos. A Lei da Unidade da Vida traz a premissa que o planeta terra é uma única matéria e estamos interligados em um sistema sui generis gerando causa e sofrendo os efeitos. Famílias, sociedades, natureza mineral, vegetal e animal tudo está unificado sendo que em essência somos iguais e o princípio onipresente, eterno, sem limite e imutável habita em cada substância viva na terra e o Logos Divino busca uma experiência, pois sendo o Espírito Eterno quer emanar suas vibrações cósmica de infinito alcance em todo o universo. Guimarães Rosa (1908-1967) em seu livro Grande Sertão Veredas traz a ideia da compreensão argumentativa da Consciência Cósmica permeando e interagindo com todos os elementos constituintes dos vários aspectos da natureza. Esse livro é místico e bem parecido com um tratado de metafísica, pois na leitura podemos distinguir dimensões espirituais, antropológicas, psicológicas e cosmológicas. Na introdução Guimarães Rosa usa um neologismo chamado de nonada para introduz a discussão das leis que regem o universo mostrando os conflitos entre matéria e espírito. Na ciência esotérica o Logos  está relacionado ao sistema solar sendo imanente em cada átomo no aspecto da dualidade. Como exemplos temos vida e forma, matéria e espírito, claro e escuro, dias e noites, calor e frio, uma polaridade de contingências e necessidades que geram o mundo. No caso da matéria e do espírito fica claro que há um desnivelamento entre potência e ato dentro das categorias das consciências minerais, vegetais, animais e humanas. Nos seres menos evoluídos a consciência é potencializada primitivamente onde as ligações neuronais tem pouquíssimas funcionalidades no mundo visível como exemplo temos as rochas sedimentares, mas os cristais de quartzo são diferentes pois fazem ligações atômicas e têm capacidade de vibrações em intervalos bem definidos. Nos seres mais evoluídos a consciência é sensivelmente capacitada para transformar a potência latente da vontade e desejos em atitudes e práticas que interagem no mundo visível podendo percorrer em corpos sensível e fluídos os mundos invisíveis e imateriais. A doutrina Teosófica pensa os elementos primordiais da formação da vida material e espiritual como indissociáveis e inseparáveis até o momento em que a personalidade ou casca passa pelo processo da desintegração dando lugar ao nível espiritual da individualidade que no estado de sutilidade busca se aproximar do Espírito Divino. O Princípio da Periodicidade é manifestado pelos intervalos regulares de eventos como a hora de dormir, tomar café, almoçar, trabalhar etc. Uma lei fundamental do ocultismo diz que não há repouso ou cessação de movimento na natureza. Como diz Heráclito (535 AC 475) "Tudo flui, tudo passa, tudo se move sem cessar. A vida se transforma em morte, a morte em vida e o úmido seca, o seco umedece. (...) O mundo é um sono, o sono cede à vigília, o jovem torna-se velho. (...) Tudo tem o seu ser, mas também o não ser". Esse é o princípio hermético da vibração sendo que nada está parado e tudo se move. O Princípio da Correspondência  diz que o que está em embaixo é como o que está em cima. Esse princípio traz a ideia que existe uma correspondência entre as leis e os fenômenos dos diversos planos da existência e da vida. Isso dá ao homem os meios de explicar muitos paradoxos obscuros e segredos da natureza. Existem planos fora dos nossos conhecimentos, mas quando lhes aplicamos o Princípio da Correspondência chegamos a compreender muita coisa que de outro modo nos seria impossível entender. Esse princípio é de aplicação e manifestação universal nos diversos planos do universo material, mental e espiritual sendo uma lei universal. Esse princípio pode ser aplicado as Sagradas Escrituras quando dizem em Gênesis 1: 26, 27 "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança, e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou". Como diz Orígenes o cristão (182-254) "a imagem nós adquirimos a semelhança devemos conquistar". Alguns cientistas usaram esse princípio da correspondência em suas pesquisas científicas como exemplos temos Galileu Galilei (1564-1642) que desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente acelerado e do movimento do pêndulo consequentemente a lei dos corpos e o princípio da inércia tudo contribuindo para a conclusão de que a terra girava em torno do sol (heliocentrismo) e não o contrário (geocentrismo) como sustentava a Igreja por séculos. Infelizmente para não ser condenado a morte Galileu teve que emitir uma nota na qual dizia que o modelo apresentado devia ser interpretado apenas como uma ferramenta matemática que simplificava as órbitas dos corpos celestes e nunca como uma descrição da realidade. Issac Newton (1643-1727) ao postular suas três leis da física usou esse princípio como vejamos.  A primeira lei diz que todo corpo continua em seu estado de repouso ou movimento uniforme em linha reta a menos que seja forçado a mudar aquele estado por forças imprimidas sobre ele. A segunda lei diz que a mudança de movimento é proporcional a força motora imprimida sendo produzida na direção da linha reta na qual aquela força é imprimida. A famosa terceira lei diz que a toda ação a sempre oposta uma reação igual ou as ações mútuas de dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas as partes opostas.  Futuramente estudaremos com detalhes os 7 princípios herméticos que são: 1. Princípio do Mentalismo. 2. Princípio da Correspondência. 3. Princípio da Vibração. 4. Princípio da Polaridade. 5. Princípio do Ritmo. 6. Princípio da Causa e do Efeito. 7. Princípio do Gênero. Abraços. Davi.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Filme O Gato do Rabino. Parte II.

O filme O Gato do Rabino tem o propósito de mostrar a temática das religiões monoteísta que são o Cristianismo, Islamismo e Judaico, evidenciados nas pessoas dos principais personagens do enredo que são o rabino, o líder árabe, o padre e o comunista. Essas três religiões nas primeiras décadas do século XX disputavam a supremacia como filosofia espiritual de vida das potências europeias e asiáticas hegemônicas. O Cristianismo em sua ambição colonizadora tinha uma filosofia religiosa intolerante e dogmática. Sua ortodoxia era pregada pela força psicológica e usava-se a energia física  para a obrigatoriedade da conversão do incrédulo e infiel. As colonizações imperialistas dos séculos XV e XVI traziam os missionários da Companhia de Jesus (Jesuítas) para a catequização de índios e negros, nesse processo apesar de atuarem clérigos de renomes e de um coração puro  e compromissados quanto a evangelização e amor ao próximo como os padres Manoel da Nóbrega (1517-1570), José de Anchieta (1534-1597) e Antônio Vieira (1608-1697) que sendo cultos e sensível as necessidades dos fracos e desamparados fizeram o que foi possível para mitigar o sofrimento de milhares de indigentes naqueles terríveis dias de dominação e supremacia do explorador branco europeu, mas infelizmente entre esses existiam os jesuítas oportunistas que trabalhando para o Estados Imperialistas se vendiam por migalhas financeiras e posições na hierarquia eclesiástica cooperando com os governos das metrópoles Portuguesa e Espanhola oprimiam, trocavam, vendiam, torturavam e matavam os índios e escravos negros. Como nesse período ainda não existia consenso entre os teólogos católicos sobre a condição da alma deles (índios e negros), usaram esse pretexto para tentar atenuar a culpa em suas consciências cauterizadas,  mas esses crimes terríveis ainda estão sendo cobrados (lei do carma) pela justiça divina que é perfeita e eterna. A história comprova que 50 milhões de indígenas e outros milhares de negros perderam a vida nessas incursões exploradoras e missionárias. Com o advento da reforma protestante com Martinho Lutero (1483-1546) as coisas melhoram um pouco, mas os princípios estreitantes e exclusivistas das facções liberais cristãs continuaram numa ortodoxia de cunho apelativo para uma fé pura e simples baseada no livre arbítrio e na predestinação da alma. Assim os conceitos do Cristianismo Primitivo como gnose, mistérios menores e mistérios maiores, reencarnação, a dualidade da matéria e espírito, o Cristo Mítico, a Senda Espiritual, Cristo Histórico e a evolução da vida humana que através de estágios densos ou compactos para os mais sutis ou fluidos que São Clemente (150-215) e seu discípulo Orígenes de Alexandria (185-253) pregavam para os primeiros cristãos  não mais existiam como conteúdo de apreciação pública exotérica para os ouvintes e nem os tópicos aos iniciados de análises esótericas (ocultas) que deveriam disciplinar a senda espiritual. Os ensinos do Mestre Jesus foram substituídos por dogmas e crenças absolutas e nesse âmbito o amor ao próximo e o amor a Deus foram enclausurados pela institucionalização das doutrinas. O apóstolo São Paulo (5 DC 67) foi o principal idealizador organizacional dos preceitos, normas e regras da vida cristã. Isso trouxe benefícios e também prejuízos, pois se secularizou e mundanizou a pureza e a santidade do evangelho. O Mestre Jesus deve está triste com o que se tornou aquilo que ele iniciou. O Islamismo tem semelhanças históricas de expansionismo e colonização parecidas com o Cristianismo, pois no afã de multiplicar seus adeptos pelo sul da Europa, norte e sul da África e Ásia Oriental deixou marcas de destruição e mortes por onde passava. Os seguidores do Profeta Maomé, contrários as palavras do Alcorão que pregam o amor ao próximo e condescendência com os desiguais, desamparados e desfavorecidos inverteram a ordem de evolução espiritual que deveriam obedecer. Alá nunca quis que seu povo muçulmano estabelecesse a dominação pela guerra e o derramamento de sangue, isso foi uma contingência que o Profeta Maomé assumiu pessoalmente conclamando seus seguidores a Jihah ou guerra santa contra os infiéis e pagãos. O expansionismo do Império Muçulmano se deu pelas línguas, costumes, hábitos, culturas e guerras promovidas pelos exércitos Árabes para dominar e sub julgar os povos das regiões citadas acima. O Alcorão é a base dos seus ensinos e dois grandes grupos étnicos os Xiitas e os Sunitas lutam política e religiosamente para manter a supremacia sobre a religião do Profeta Maomé sendo que cada um tem seu modo particular de pensar os preceitos que Alá deixou na revelação divina do Alcorão. As mulheres muçulmanos ainda tem poucos direitos sociais adquiridos constitucionalmente e até religiosamente sofrendo uma condição de submissão quase absoluta ao homem, sendo-lhes reservado serviços inferiores na hierarquia social e segundo os preceitos religiosos sustentados por clérigos conservadores a função principal da procriação. Mas as coisas tem mudado, pois países como a Arábia Saudita já autorizaram as mulheres a dirigirem automóveis e ingressarem em universidades públicas, A República Islâmica do Irã  tem um dos governos teocráticos com mais liberdades constitucionais para as mulheres, pois elas a anos fazem graduação superior e têm acesso a várias profissões dos homens. A muçulmana iraniana Shirin Ebadi (1947-     ) juíza e ex ativista dos direitos humanos ganhou em 2003 a prêmio nobel da paz uma conquista feminina impressionante de uma mulher corajosa e destemida que mesma sob ameaças de morte defendeu presos políticos e mulheres sentenciadas a morte por supostas infidelidades conjugais. O Judaísmo é um dos formadores da cultura cristã ocidental com suas Escrituras Sagradas Torá, Talmud e Thanach além do rico misticismo da cabala oculta oral e escrita. Abraão que iniciou a gêneses dos Hebreus partindo da Babilônia de Ur dos Caldeus e Moisés que recebeu as tábuas da lei no monte Sinai são os representantes máximos dessa religião. No filme O Gato do Rabino o jovem artista judeu que fugiu da Rússia por motivos de perseguição política usa a palavra pogrom que de origem russa significa os vários momentos históricos e maneiras usadas pela monarquia Ksarista de Nicolau I (1817-1855) e a Revolução Russa lideradas por Wladimir Lenin (1870-1924) e Josef Stalin (1878-1953) para perseguir, prender, enviar para os campos de concentração da Sibéria os Judeus, um período que ceifou a vida de 1 milhão e meio de judeus em números aproximados tendo esses eventos lugares nos século XIX e XX. Na década de 40 Adolf Hitler (1889-1945) usou a palavra shoá a solução final um processo de genocídio em escala programada para exterminar o maior número de judeus nos campos de concentração espalhados por alguns países da Europa Central e o resultado foi a morte de mais de 6 milhões de judeus de várias nacionalidades incluindo mulheres, velhos e crianças que foram executadas de maneira monstruosa e desumana. Lamentavelmente a ideia do antissemitismo sempre foi difundida mundialmente em todas as épocas sendo uma ideologia satânica que tem como premissa principal que os judeus são os responsáveis pelas desgraças da humanidade, mas quanto mais são odiados, envergonhados, humilhados e mortos se apegam veementemente a Jeovah e recebem dele o amor e proteção. Um povo de uma fé inabalável em seu Deus sendo um exemplo de coragem e altruísmo que devemos seguir em nossa caminhada espiritual. Uma importante ideia que infiro da projeção O Gato do Rabino é que mesmo na diversidade religiosa e cultural é possível uma convivência pacífica e ordeira usando como princípio para que isso ocorra o respeito e a compreensão por cada indivíduo e a sua maneira de pensar, de ver o mundo, de adorar seu Deus, de falar sua língua e nunca querer colonizá-lo ou sub julgá-lo fazendo-o nosso adepto e seguidor seja pela força física ou psicológica. Outra concepção que podemos tirar da filmagem é que Deus é de todos os povos e nenhuma nação ou ideologia religiosa têm a prerrogativa de ter exclusividade sobre Ele, pois sua Deidade é expansiva e inclusiva alcançando através do Logos Divino cada partícula atômica em todos os seres minerais, vegetais, animais e humanos tornando sua casa as mais variadas culturas e tradições espiritualistas recebidas das originárias gerações passadas que construiram o arcabouço arquetípico sociológico de cada povo. Saúde. Davi.    

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Filme O Gato do Rabino. Parte I.

Na animação  O Gato do Rabino do diretor Joann Star produzido em 2011 é mostrada a temática das religiões monoteístas que são o Cristianismo, Judaísmo e Islamismo que aferradas a conceitos dogmáticos verossímeis a seus próprios interesses fecham-se nas ortodoxias que praticam. Isso é evidenciado nas crenças defendidas com rigor em nome de seu Deus com a própria vida. A fé na doutrina religiosa  (lei) é mais importante que o adepto seguidor. Na animação o rabino judeu tenta superar a recente perda de sua esposa que convenhamos quando esse relacionamento é baseado no amor, companheirismo e cumplicidade é uma situação dificílima. Como sentiu fortemente esta ausência uma crise existencial de caráter espiritual provocou um ceticismo a ponto de culpar Deus indiretamente por suas orações para restabelecer a esposa não terem sido respondidas naqueles dias de conflitos e tristeza interiores. A figura do gato na animação é justificada, pois os cães na tradição judaica são considerados animais imundos bem como os porcos. Assim esses bichos para os judeus ortodoxos não devem ser criados e nem domesticados constituindo a desobediência a esse preceito um pecado. Esse gato era estimado pelo rabino e por sua filha. Mas com a chegada de um papagaio ele teve que dividir as atenções dos seus donos com esta ave e isso o provocava e irritava bastante. Então subitamente olhando para o papagaio pulou em cima dele e o devorou adquirindo a característica de falar. Assim esse gato começou a questionar os valores religiosos que o judaísmo tinha como verdades absolutas para confusão da mente do rabino, dando explicações alternativas fora dos pressupostos da Torá, Talmud e Tanach. Vários aspectos podem ser abordados como componentes do enredo da projeção. Quando o gato pede ao rabino para fazer o bar mitzvah o rito de introdução do jovem judeu na comunidade local onde ele com 13 anos faz pela primeira vez a leitura da Torá na presença da congregação recebendo as credenciais simbólicas de maioridade. Esses questionamento do gato traz a ideia da dispensabilidade desse rito como ofício de iniciação, pois deveria ser estendido a todos inclusive aos animais e não somente aos humanos. Porque o indivíduo precisa formalizar publicamente sua crença para tornar-se um membro de uma comunidade espiritual. O Judaísmo tem dois ritos de iniciação a circuncisão e o bar mitzvah. No Cristianismo temos o batismo nas águas e os sacramentos do pão e do vinho bem como a leitura das Escrituras Sagradas. No Islamismo o egresso é chamado de muçulmano e a partir desse momento deve ler regularmente o Alcorão e as doutrinas normativas contidas na suna e na hadith devendo se tiver condições financeira visitar a cidade sagrada de Meca na Arábia Saudita e se possível beijar a pedra escura sagrada que se encontra dentro da Kaaba a Tenda Negra. Isso é árduo, pois na semana da festa do Hamadan (jejum coletivo) a cidade de Meca é visitada por 3 milhões de fieis muçulmanos. É discutível o conceito de monoteísmo (único Deus) quanto as três religiões que estamos abordando, pois cada uma delas tem seu Deus de características e especificidades diferentes. Para os Judeus ele é Yavé isso no aspecto exotérico (público), pois no misticismo esotérico (oculto) da Cabala Jeová tem 99 nomes e o número 100 é uma combinação de consoantes YHWH que por ser santíssimo é impronunciável por qualquer mortal e segundo os judeus ortodoxos sua menção é pecado de blasfêmia. No Cristianismo Jesus Cristo é a figura central sendo o Deus encarnado que trouxe a redenção substitutiva e a salvação pessoal a todo aquele que crê no filho de Deus. Mas há controvérsias históricas começando nos primórdios do Cristianismo Primitivo com os pais da igreja, pois a deidade de Cristo desde aquela época e ainda hoje é motivo de indagações e esclarecimentos mais profundos e o caminho para a solução dessa questão passa a ser a fé pura e simples, pois não há argumentos lógicos para uma explicação científica. Já os Muçulmanos têm Alá como o Deus Todo Poderoso e não me arrisco a dizer se eles consideram Alá como o mesmo Deus dos cristãos e judeus. Pra mim não há dúvida que os três nomes tem a mesma representação entre as religiões em estudo, mas com competências singularizadas em seus ritos e doutrinas exotéricas e esotéricas. Os muçulmanos compreendem Maomé e Jesus Cristo como profetas de Alá sendo que Maomé tem preeminência na religião Islâmica exotérica e no misticismo esóterico islâmico Sufista. O processo de chegada aos céus do muçulmano é através de virtudes morais e éticas sendo que este lugar de conforto e descanso têm conotação humana e material onde o fiel desfrutará os benefícios da vida terrena que não foram alcançados em vida. A ideia de que política e religião são coisas muitíssimo parecidas é mencionada na animação. O comunista russo que viaja à África com o rabino e o maulá (clérigo muçulmano) com sua ideologia tenta impressiona os dois religiosos expondo opiniões socialistas e comunitárias, conseguindo que os símbolos da foice e do martelo estivessem na bandeira que usaram na viajem para o Continente Africano. Quando as ideologias políticas suplantam os ideais espirituais e de fraternidades humanas instala-se o conflito de interesses que fatalmente por ser irreconciliáveis terminam com a mortes e esse foi o fim do cidadão comunista. O comunismo foi claramente a partir de segunda década do século XX (1917) a "religião" da Rússia apesar de oficialmente ser o Catolicismo Ortodoxo do patriarcado de Constantinopla. O imperialismo socialista destitui a monarquia Ksarista instalando um regime de perseguição, medo, terror e mortes. Judeus e opositores políticos foram aprisionados e enviados para os campos de concentração na Sibéria onde torturas físicas e psicológicas eram aplicadas aos detentos além de exposição a temperaturas negativas de mais de 50ºC despidos de qualquer vestimentas no rigoroso frio siberiano eles definhavam até a morte. É interessante a cena em que o jovem judeu artista (pintor de quadro) da pinceladas em sua tela em pleno ar livre na belíssima natureza das savanas africanas. A representação do belo e da natureza na forma artística trazem uma autonomia do ser integrando-se em harmonia com o mundo visível e invisível. Dos quatro personagens principais (rabino, muçulmano, comunista e o jovem judeu) esse último parece o mais trabalhado em caráter moral e espiritualidade, pois ousou expondo a própria vida conhecer a primitiva tribo africana que supostamente era guardiã da arca da aliança o testemunho vivo e representativo de Jeová com seu povo escolhido. Para sua surpresa foi perseguido pelos gigantes primatas que tinham sua particular maneira de adorar Yavé e junto com sua corajosa esposa milagrosamente conseguiu escapar. Continuo o comentário na parte II. Abraço. Davi.   

terça-feira, 20 de maio de 2014

O Ciclo da Vida e o Ciclo da Morte.

(C.010) Avançando sobre o curso de introdução ao pensamento teosófico estudaremos O Ciclo da Vida e o Ciclo da Morte e pretendo esboçar algumas ideias que suponho ter entendido. Pensar a vida e a morte como um ciclo evolutivo concêntrico acoplado em camadas distintas de renascimentos manifestados nas encarnações e reencarnações, sendo esse processo percebido num plano contínuo traz a ideia de que os dois aspectos da vida e da morte tipificam um objeto com dois lados. Um exemplo dessa característica é uma moeda onde um lado representa a vida e o outro representa a morte, assim esse argumento entende que evoluímos por estágios consecutivos passando primeiro por fases densas e depois alcançando fases fluidas. Nessa consideração a morte é uma forma de existência inconsciente como num sono ou sonho manifestado no estado de adormecimento, uma passividade onde o corpo físico perde suas funções básicas fenecendo junto com o eu inferior especificado pelo ego pessoal. Esse corpo físico sendo o envólucro da personalidade precisa ser adequadamente desintegrado para entrarmos imediatamente na fase de descanso astral chamada de devachan. O que pode atrasar esse processo de conforto astral são nossas atitudes contrárias a fraternidade e filantropia onde expressamos nossos vícios, mazelas e pecados interiores, assim no pós morte precisaremos passar pela reparação da justiça cármica disciplinatória que é o mecanismo de ajuste compensatório capaz de nos justificar antes de começarmos as reencarnações futuras. Nosso corpo orgânico espiritualizado é a base do trabalhar da lei da causa e efeito. A vida é o produto daquilo que praticamos como méritos ou deméritos ao longo de nossa existência. Vícios e virtudes são estados conscientes no estágio humano simbolizado pelo quaternário inferior e eles determinarão os ajustes e desajustes na fase da passagem (pós morte) para o estado mental abstrato. Nesse estado imaterial existiremos no âmbito da tríade superior manifestada pelo ego superior, ego divino e o Eu Superior. Em relação a essas duas divisões anteriores (quaternário e tríade) do homem podemos imaginar um indivíduo onde seus malefício e benefícios ao próximo decidirão o tempo de conforto (devachan) ou o tempo de ajuste para as próximas vidas. Segundo a literatura teosófica há diversos tipos de acerto (reparação) após a morte dependendo de como ocorreu o falecimento. Acontecendo mortes por assassinato ou acidentes pensando hipoteticamente, existindo mais méritos nas ações  dos indivíduos eles voltarão a vida numa vigília de sono e entrarão no devachan no tempo estabelecido. Mas se esses indivíduos mortos por assassinato ou acidente tiveram praticado mais deméritos em suas ações passarão por um processo de punição, onde deverão ser ajustados seus carmas e esse tempo será proporcional aos pecados cometidos. Na questão do suicídio a doutrina teosófica é rigorosa, pois é um processo de obstaculização da alma. Evidentemente várias razões levam alguém a tirar sua própria vida, mas nenhuma é justificativa plausível. Como opinião pessoal infiro que os doentes mentais comprovadamente atestados por psiquiatras devem ter um tratamento diferenciado nesse âmbito, apesar de até onde compreendi a Senhora Helena Blavatsky (1831-1891) não comentar sobre esse assunto das patologias psíquicas influenciando essas situações. O suicídio como um forte apego a um ato extremo contra a vida acarretará um grande esforço de ajuste (castigo) compensatório pelo indivíduo que o cometeu. Esses indivíduos vivenciarão após a morte um estado mental intangível numa espécie de um grande pesadelo como num sonho sendo atormentado e fustigado por sofrimentos terríveis padecendo como punição num período consideravelmente longo. Após quitadas as dívidas cármicas esses dois grupos os mortos por assassinatos e acidentes mais os que cometeram suicídio continuarão seus estágios evolutivos. Com relação a vida humana ela tem início em Atma/Buddhi que representa o Eu Superior a Consciência Universal que é o agente originador da vida. A monada esse bilionésimo fragmento de átomo a substância indivisível e indissolúvel é mineralizada começando o processo evolutivo do ser humano. Milhares de anos depois passa por uma transformação tornando-se uma planta. A seguir pelo mesmo sistema adquire uma alma animal e finalmente aproximadamente quatro milhões de anos de viajem da monada temos a espécie hominídeo, nossa abstração supõe a duração de uma raça raiz em torno de um milhão de anos. A doutrina teosófica mensura que vivemos a quarta ronda da quinta raça raiz e a completude evolutiva acontecerá quando perpassarmos a sétima ronda da sétima raça raiz. Isso daria pensando abstratamente mais de oito milhões de anos, começando o processo do nirvana eterno da evolução infinita pelo macrocosmo. Abraço. Davi.        

segunda-feira, 19 de maio de 2014

O Corpo Astral.

(C.009) Continuando nosso estudo sobre a constituição setenária do homem vimos que no corpos físico há diferentes camadas sobrepostas de energia que vitalizam e potencializam nossa interação com o mundo visível e invisível. Exemplos dessa energização são o corpo etérico e o corpo mental inferior e superior. Agora veremos mais uma camada chamada de Corpo Astral ou Emocional. Ele é uma energia sutil na qual se refletem as emoções e os desejos de cada indivíduo sendo uma de suas funções entrar em contato com o nosso meio circundante manifestado na natureza, os planetas, o micro e o macrocosmo  e aquilo que sentimos e percebemos. O Corpo Astral penetra os corpos mais densos o físico e o etérico envolvendo-os em seus movimentos energéticos. A reação pode produzir saúde ou estados de patologias isso nos casos de vibrações inadequadas quanto aos pontos vitalizadores. Outra função do Corpo Astral é o armazenamento das memórias cármicas que são as recordações e as impressões das vidas passadas onde a lei da ação e reação toma forma de compensação ou reparação. Nossas várias reencarnações são o processo de concessão usado para nossa evolução alcançar os estágios necessários para voltarmos ao encontro com o Eterno a Consciência Cósmica Universal. Essas memórias cármicas  vibram constantemente e influenciam-nos a todo instante sendo a porta de entrada entre os planos celestes e os planos terrestres. Os chackras pontos irradiadores de energia e vitalidade estão presentes no Corpo Astral com a mesma função que no Corpo Etérico, mas isso no plano após a morte. Aqui notamos a importância dos chackras, pois estando evoluindo  e cooperando na sintonia do ser poderão trabalhar em nosso sistema de recompensa e retificação nos futuros renascimentos. Isso propicia que nossa fraternidade se expanda e alcancemos uma convivência com o outro singularizada por relacionamentos pacíficos, tolerantes e respeitosos.Nesse âmbito geramos beatitudes expressas em virtudes e méritos que funcionam como bônus nas outras vidas, diminuindo os deméritos demonstrados nas práticas de maus costumes e maus hábitos que revelam deformações morais que precisaremos prestar contas nas reencarnações vindouras. No Corpo Astral a energia sutil em deslocamento tem o poder de se teletransportar isso pode acontecer num momento de transe ou meditação mística em que o indivíduo é capaz de saindo de seu corpo físico aparecer em outro lugar. Uma questão levantada a nível da ciência oculta é a seguinte: existe a possibilidade de no Corpo Astral escaparmos da lei do carma? A primeira vista isso é impossível visto que essa lei é inexoravelmente baseada na justiça daquilo que você semeou você colherá. Mas haveria uma alternativa praticada numa situação compensatória antes dessa lei ser cumprida? Na literatura teosófica essa contingência inexiste, mas no misticismo judaico no livro Faróis de Sabedoria o Rabino Ytschac Luria Arizal (1534-1572) tem relatos que comprovam esta contingência. Neste caso foram os estudos profundos e herméticos feitos na Cabala e na Torá Oculta que abriram essa precedente. Nesse pensamento místico judaico aquilo que iremos passar irrevogavelmente pode ser retificado através de uma compensação anterior realizado pelo arrependimento e penitência sendo especificamente para o vício ou demérito objetivado. Evidentemente apenas os grandes Mestres, Mahatman e místicos podem realizar esse processo, pois é necessário um altíssimo grau de pureza e santidade perante o Eterno. Deixando claro essa é a visão circunscrita ao esoterismo judaico e evidentemente o Cristianismo compartilha essa ideia em um belíssimo texto um I  São João 1: 7-10 "Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado. Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça. Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós". O Corpo Astral é a dimensão fluida onde habitaremos quando desencarnarmos. Um mundo onde viveremos uma materialidade das aparições num plano de sutilidade física, uma realidade num nível energizado. Um exemplo seria nosso estado de sonho e sono que representa níveis de nossa consciência. O Corpo Físico e Etérico são a morada de nossa personalidade o nível mortal do ser em contato com o mundo terreno expresso em elemento que produzem a involução e retardamento do progresso espiritual. O Corpo Astral é a representação de nossa individualidade que expressa nossa parte imortal que entrando em contato com Atma o Espírito Eterno eleva nossa constituição evoluindo para um processo de santidade e pureza. Para permanecer em nossa individualidade precisamos praticar atos de justiça e desenvolver nossas virtudes humanas pelo amor ao próximo, meditação, contemplação e a busca pelo auto conhecimento assim viveremos e espelharemos a divindade em forma humana na terra. Saúde. Davi.  

domingo, 18 de maio de 2014

As Eras Mais Primitivas da Terra e a Teosofia. Parte III.

Estou concluindo minhas observações quanto ao livro As Eras Mais Primitivas da Terra em seu capítulo 13 que diz respeito a Teosofia. Lembrando que estamos tirando alguns trechos e fazendo alguns comentários. (4). As doutrinas e a aliança entre os grandes sistemas religiosos do mundo: o caminho para a manifestação do Anticristo. A partir da página 413 Pember faz poucas referências aos livros da teosofia citando apenas o livro O Caminho Perfeito e começando um ataque aberto ao pensamento teosófico. "Os cristãos que se dão ao trabalho de fazer um reconhecimento no escurecer crepuscular (...) forças hostis estão convergindo de vários quadrantes (...) ficando reduzido em virtude das deserções (...) daqueles que deixam de crer na Bíblia como a única revelação de Deus e no Senhor Jesus como o Único Cristo e Salvador". Pember começa aqui um discurso apocalíptico parecido com as caças as bruxas impetrado pela Santa Inquisição da Igreja Católica onde aqueles que discordassem dos ensinamentos eclesiásticos e não se retratassem deveriam passar pelo Tribunal do Santo Ofício. Os suspeitos eram interrogados para apurar a sua culpabilidade ou não, isso através de métodos que podiam incluir a tortura. Em caso de denúncia o nome do acusado era ocultado e as possibilidades do réu de defesa eram nulas. As sentenças eram lidas em sessão pública e posteriormente marcado o dia da execução também pública. A história testemunha de muitos cristãos e santos que foram mortos nas fogueiras em nome de Cristo e da Santa Igreja Católica. Uma vergonha e blasfêmia que o Papa João Paulo II, Karol Jozét Woytyla (1920-2005) teve a coragem e hombridade de pedir perdão ao mundo por esses horrível e tenebrosos crimes. O trecho acima de Pember epigrafado considero-o, respeitando e honrando o pensamento cristão de exclusivista e estreitante, pois outras tradições e espiritualidades tem formas de redenção e salvação diferenciadas do cristianismo. Nosso Deus é infinitamente maior que as conjecturas que formulamos para provar que aquilo que acreditamos é a única verdade no universo. "Comparando, porém, a Bíblia com velhas mitologias e opiniões de teosofistas modernos, mostramos que todo o sistema de Mistérios  provavelmente foi passado adiante por aqueles anjos caídos". Aqui Pember faz uma acusação grave comparando o sistema de mistérios ocultos tendo origem em demônios. Está claro que essa fala traz argumentos infundados, pois não são apresentados elementos comprovatórios. "Enquanto isso, o cristianismo ainda não teve o mundo sob seu poder como os iniciados o tiveram por tantos século". Essa é uma afirmação duvidosa, pois não é explicado que poder os iniciados tiveram e em que condições eles dominaram o mundo se é que o fizeram e também o sonho de dominação do cristianismo levando suas verdades para todos os continentes, convertendo os incrédulos e pagãos para sua religião é visto como a salvação para todos os selvagem e bárbaros incivilizados. "O título era Philosophumena e estava inserido numa cópia beneditina das obras do religioso grego Orígenes. O estilo, entretanto, não era nem um pouco parecido como o de Orígenes, nem as alusões pessoais se adequam a suas circunstâncias". Essa crítica tentando descredenciar Orígenes (185-254) de Alexandria não procede, pois esse filósofo cristão em suas apologias cita os mistérios esotéricos e os mistérios exotéricos praticando com a comunidade local primitiva a Sabedoria Divina ou Gnose manifestada nos poderes da mente e nas investigações dos mistérios da natureza. Orígenes usava os evangelhos como fonte de exposição dos ensinamentos públicos para os ouvintes e empregava os mesmo como doutrina oculta para os iniciados na senda espiritual. "Assim como os iniciados eram inimigos confessos e perseguidores da igreja primitiva (...) já está começando a soprar um terrível espírito de ódio contra o cristianismo puro, que as vezes chamam de Paulismo". As palavras ditas por Pember não se justificam, pois o cristianismo tem perdido adeptos não pelas críticas exteriores, mas por se vulgarizar deixando-se envolver com ideologias capitalista bem como multiplicando seus rituais e formalismos quase apagando a centelha divina que milagrosamente ainda brilha. "A teosofia ensina a existência do elemento feminino na divindade. As antigas religiões pagãs também (...) a Bíblia é que a última exclui tal ideia rigorosamente". Pember critica um ponto que já é praticado no Cristianismo  através do Advento de Maria a mãe de Deus que introduz o conceito da divindade feminina em seu dogma. Pember parece não querer mencionar este fato, mas é uma ideia inclusive aceita pela sensata ortodoxia católica atual. Na página 418 há esse trecho em Lucas 20: 34-36 "Os filhos desse mundo casam-se e dão-se em casamento, mas os que são havidos por dignos de alcançar a  era vindoura e a ressurreição dentre os mortos não casam, nem se dão em casamento. Pois não podem mais morrer, porque são iguais aos anjos e são filhos de Deus, sendo filhos da ressurreição". Aqui há polêmicas se pensarmos em Gênesis 6: 2 onde se diz. "Vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram", assim o segundo texto fala dos filhos de Deus misturando-se as filhas dos homens. Esses filhos de Deus como é entendido entre os estudiosos das ciências ocultas eram híbridos (hermafroditas) de outros mundos possíveis, o que Pember nega. Dessa união foram gerados seres mais evoluídos e resistentes que os da raça passada. "A doutrina de que a mulher é a verdadeira cabeça da criação e que sua atual subordinação ao homem é anormal, um sinal da queda e razão de toda aflição". Esse assunto é profundo e preciso de tempo para desenvolvê-lo e Pember não abre mão dos conceitos bíblicos quanto a eles, mas segundo a astrologia a próxima casa milenar do zodíaco que entraremos será a de virgem que corresponde a mulher guardiã e responsável por impulsionar a evolução em nosso planeta. Na página 420 lê-se o trecho. "Acreditando, como fazemos, que muito da sabedoria primitiva foi comunicada aos anjos caídos, e que estes anjos (...) facilmente decifraram os planos de Deus a partir de (...) usando assim o que descobriram para seus próprios propósitos". Os argumento usados por Pember nessa página concluem que os seres existentes no mundo invisível são anjos caídos a serviço das forças infernais que cooperam com a teosofia. Aqui usou-se o perigoso  artifício da generalização que na maioria dos casos é injusto e não trata com imparcialidade os eventos e situações variáveis, artificializando temerariamente o juízo desejado. "Dessa forma ele (...) uma religião universal que reconhecerá os Messias de todas as nações". Considero sensato esse pensamento se imaginarmos uma redenção temporal e espacial para todos os povos e religiões onde os homens da atual quinta raça raiz estão incluídos num particular e coletivo processo evolutivo cósmico. G. H. Pember (1837-1910) teve uma breve passagem pela Teosofia e por motivos que desconheço resolveu sair e combater abertamente os pressupostos filosóficos da Sociedade Teosófica. Depois de ler este capítulo do livro que citei sou inclinado a reconhecer que Pember foi alguém de um coração puro e de uma mente limpa devotada aos princípios cristãos. Imagino que a era Vitoriana (1819-1901) onde a rainha Vitória da Inglaterra reinou influenciou enormemente o pensamento acadêmico de Pember. Uma época de prosperidade e desenvolvimento em todos os setores da sociedade inglesa. A população duplicou e melhorou sensivelmente sua condição social e no campo espiritual o Movimento Pietista advindo da Reforma Protestante feita por Martin Lutero (1483-1546) trouxe a necessidade de conversão pessoal ao cristianismo, confissão de pecados, experiência religiosa em comunidades e um puritanismo moral exagerado como condição para ser salvo das chamas do inferno entrando no reino de Cristo. Foram dias de austeridade espiritual que incluíam penitências físicas e psicológicas como condição de santidade. Nesta época a sexualidade fora dos moldes bíblicos mesmo entre cônjuges  eram vistas como possessão demoníaca. Sigmund Freud (1856-1939) teve dificuldades para mostrar que histerias e neuroses não eram espíritos imundos incorporados nas damas religiosas da aristocracia ingleses. Os religiosos de então desacreditavam e criticavam da emergente psicanálise preferindo as violentas e expositoras sessões de exorcismo. Esse foi o contexto histórico onde Pember criou sua particular teologia e baseou sua pesada crítica a Teosofia. Parece claro que em nenhum momento ele dialoga com seus párias sobre a Teosofia e no final do século XIX e início do XX haviam renomados teólogos e filósofos como: Soren Kierkegaard, John Henry Newmann, Charles Hodge e outros que ele não foi capaz de citar para alicerçar suas conjecturas. Chego a pensar que esse foi o equivoco de Pember usar sua influência e seu apelo ao argumento de autoridade unipessoal para amparar sem comprovação filosófica e científica seu ponto de vista em relação a Teosofia. Como era de família aristocrata pôde estudar em uma excelente universidade tradicional inglesa e usou essa influencia político religiosa para induzir e propagar sua hipótese como uma verdade dogmática nos corações dos ingleses simples e incultos sem um mínimo de conhecimento da Sabedoria Antiga. Abraço. Davi.         

As Eras Mais Primitivas da Terra e a Teosofia. Parte II.

Prosseguindo em meu comentário sobre o livro As Eras Mais Primitivas da Terra veremos alguns tópicos a partir da página 402. Lembrando que o tema desse capítulo é a Teosofia. "Contudo, apesar de transformar-se em espírito puro ou Deus, o indivíduo retém sua individualidade. Por isso, ao invés de todos os seres finalmente fundirem-se no Um, o Um se torna muitos". Aqui Pember entende que a doutrina teosófica nega a trindade divina. O estudo de religiões comparadas mostram que algumas delas em maior ou menor grau tem sua trindade divina. Isso é evidenciado no Hinduísmo com Brahma, Vishnu e Shiva. Na tradição Egípcia temos Hórus, Osíres e Ísis. A divindade Babilônica era constituída de Istar, Sin e Shamash. Esse tema é controversa mesmo nas religiões monoteístas (Cristianismo, Islamismo e Judaísmo), pois há variações quanto a deidade do Filho e uma suposta representação feminina nesse âmbito. O Budismo é considerado uma religião não teísta isso é afirma a existência de Deus e sua ação providencial no mundo, mas não O concebe como pessoalidade manifestada por atributos humanos. Não é o momento de falarmos detalhadamente sobre esse assunto e fugiria do tema principal. Pember cita Gênesis 3: 5 "E serei como Deus" insinuando negativamente que o ensinamento teosófico enxerga Deus em tudo e em todos. É estranho esse posicionamento, pois o próprio Mestre citou o Salmos 82: 6 "E eu disse sois deuses, sois todos filhos do Altíssimo". Na página 404 é falado. "Desde que o príncipe deste mundo aparentemente determinou que já havia chegado a hora de conseguir a mesma unanimidade em seu reino humano (...) propagar essa filosofia evolucionária em terra". O argumento aqui é que a filosofia teosófica baseada nas tradições orientais são do diabo e estão arquitetando um plano maligno para tomar de assalto toda a terra. Apesar da Sociedade Teosófica ter mais de 100 anos de existe (1875) os adeptos não passam de 30.000 em todo o mundo incluindo mais de 800 brasileiros. Por causa do livre pensamento e tolerância religiosa a S.T. sofre ataques e censuras. Se a obra de Deus é mensurada por quantidade numérica essa generalização não se aplica nesse caso particular. No trecho que se segue Pember furta-se a confrontar os argumentos da teosofia com refutações racionais e lógicas usando na contradita um dogmatismo aleatório e sem base científica, pois critica claramente a doutrina da reencarnação citando São João 21: 22 "Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa", esse texto segundo a teosofia tem implicações relacionadas a novos nascimentos. Pember se escandalizaria ao ler na Cabala no livro Zohar o Salmos 19: 7 "A lei da Torá é perfeita e faz voltar a alma". A alma humana volta a terra renascendo em diversas formas dependendo da retificação ou reparação que terá que fazer, pode vir como um mineral, vegetal, animal ou outro humano. Pember insiste em não dialogar com outras tradições espiritualistas. "O Senhor Jesus é descrito por São Paulo como o Capitão da nossa salvação (Hebreus 2: 10), aperfeiçoado por meio do sofrimento". Isso é verdade, mas São Paulo como iniciado na seita dos fariseus em seu passado no judaísmo deve ter entrado em contato com a tradição mística da cabala, mas resolveu omitir esse conceito (reencarnação) para que fosse enfatizado o emergente cristianismo. "Qualquer que seja o sexo da pessoa fisicamente, cada indivíduo é dualista, composto de exterior e interior". Esse fragmento foi bastante criticado por Pember, mas parece que ele desconhecia as apologias de Platão (428 AC 348) quanto a criação do primeiro homem, pois no pensamento desse filósofo andrógino o Adão do Jardim do Éden tinha conjuntamente dois sexo o andro (homem) gyno (mulher), portanto era um hermafrodita. O misticismo da Cabala judaica relata uma história bem semelhante e Adão recebe o nome de Kadmo. O arquétipo do antropos o homem primordial. Conta o mito que Zeus dividiu andrógino e assim puderam se reproduzir livremente. Esse conceito da androgenia foi importante para a fundamentação e desenvolvimento das nascente ciências da psicologia e psicanálise no final do século XIX quanto ao entendimento da sexualidade humana. Na página 410 há um lindo período que diz: "Tal afirmação nos prepara para a declaração de que o Cristianismo não é um rival do Budismo (...) sendo ambos parte de um contínuo e harmonioso". Uma frase tolerante e condescendente que eu queria que estivesse sido escrita por Pember nesse capítulo. "Aqueles que buscam unir Buda a Jesus são do celestial e superior. Os que se opõem são do astral e inferior. Entre os dois hemisférios, encontram-se o domínio e a fé do Islamismo (...) como o cordão umbilical uni-los". Evidentemente que o texto acima guardando as devidas proporções está sem aplicação prática hoje, mas mostra o anseio de que um dia as barreiras filosóficas e doutrinárias deem lugar a aceitação, compreensão e respeito à tradição e ponto de vista do outro. "Nas palavras de encerramento deste parágrafo, o leitor notará uma tentativa dissimulada de tornar nula a promessa da volta do Senhor". O primeiro fundamento da teosofica é a fraternidade universal expressa pelas virtudes humanas direcionadas ao próximo bem como o cuidado e amor para com a natureza em seus variados reinos. O segundo é a tolerância e respeito para com os dogmas e tradições de todas as religiões sejam monoteístas, politeísta e não teistas. Assim a promessa da volta do Senhor no Cristianismo ou o advento do Messias no Judaísmo são verdadeiros no contexto doutrinário de ambas. É lamentável que muitos de nós cristãos estamos mais interessados na vinda do anti Cristo sendo de proporções realmente mundiais como os teólogos imaginam que na própria volta do Senhor Jesus. "Tanto espiritualistas quanto teosofistas, porém, têm uma aversão especial a essas doutrinas (vinda do anti Cristo e volta do Senhor) e estão ávidos por invalidar, por meio de explicações, qualquer Escritura que se refira a elas". Os argumentos de "autoridade" usados por Pember enfraquece suas hipóteses, mas impressionam o leitor menos esclarecido, pois em nenhum momento dialoga ou cita alguns de seus párias para confirmarem ou discordarem de seus pressupostos sobre esse tema da teosofia. Concluiremos o assunto na terceira parte. Saúde. Davi.     

sexta-feira, 16 de maio de 2014

As Eras Mais Primitivas da Terra e a Teosofia. Parte I

Ao longo de alguns textos refletirei sobre um famoso livro considerado um clássico da literatura cristã chamado As Eras Mais Primitivas da Terra, Tomo II. Essa obra é do teólogo e erudito inglês G. H. Pember (1836-1910) e nosso objeto de ponderação se restringirá ao capítulo 13 que tem por título: Teosofia.  Antes de começar a discutir esse assunto é necessário trazer a luz alguns importantes esclarecimento. Primeiro não será questionado a pessoa do autor, pois sabe-se que em vida teve um reputação louvável, um caráter apreciável e contribui para a evolução do pensamento cristão moderno. Segundo não tenho interesse algum em menosprezar ou diminuir as teses e doutrinas que ele levanta quanto ao tema abordado. Terceiro reconheço que ele não é a única autoridade com voz ativa a falar sobre o assunto, pois os argumentos que ele defende são pessoais e em nenhum momento reivindica a cobertura de alguma instituição religiosa ou espiritual quando faz sua explanação. Quarto sua linha de raciocínio um século depois de sua morte pode não representar unanimemente as postulações dos teóricos e hermeneutas cristãos relacionados a esse assunto, principalmente quando percebemos a realidade do cristianismo atual multifacetado entre conservadores, progressistas, ortodoxos, pentecostais e neo pentecostais além das milhares de denominações e facções modernas. Quinto Pember usa quatro livros da Sociedade Teosófica para apresentar seus argumentos: Ísis sem Véu. O Caminho Perfeito. O Budismo Esotérico. O Mundo Oculto.  Diante dessa introdução começo as ponderações sobre o tema. Para facilitar a compreensão enumerarei os tópico desse capítulo e usarei algumas frases  para emitir minha opinião dentro daquilo que entendo sobre os argumentos defendidos por G. H. Pember. (1). Um Renascimento da Filosofia Comunicada Pelos Nefilin. Nesse tópico não tive interesse em abordar nenhum assunto. (2). A Sociedade dos Irmãos e Seus Objetivos. Aqui dou iniciou aos meus comentários. Na página 396 é dito "Posteriormente, um quinto objetivo foi revelado a destruição do cristianismo". Segundo Pember um dos objetivos da Sociedade Teosofica fundada por Helena P. Blavatsky (1831-1891) era destruir o cristianismo. Isso é inverossímil, falacioso, infelizmente Pember não leu o livro As Revelações Secretas da Religião Cristã de Anne Besant (1847-1933) onde ela postula o revigorar dos ensinamentos exotéricos comprometido com os mistérios da sabedoria divina dada aos cristãos primitivos e um engajamento esóterico para a evolução dos membros iniciados nas comunidades locais. "Mais tarde determinou-se espalhar entre os pobres pagãos incultos tantas evidências quantos fossem necessárias (...) dentre as quais os missionários trabalhavam". Aqui insinua-se que as lojas teosóficas nos países da Ásia oriental semeavam contenda e confusão contra os missionários. Um comentário duvidoso e calunioso, mas naquela época já eram conhecida as atividades ilegais e colonialistas que os missionários (Companhia das Índias Ocidentais) cometeram contra negros e índios no século XV escravizando-os e convertendo-os forçosamente ao cristianismo. Nessa época ainda não era reconhecido formalmente a alma humana entre os negros e índios. "Em um livro intitulado Budismo Esotérico  ainda mais notável (...) O Perfeito Caminho reivindicava inspiração (...) embora, no caso das Escrituras em hebraico e grego". Pember sarcasticamente compara esses livros da teosofia com as Sagradas Escrituras Cristãs sugerindo que a Sociedade Teosofica não as tem com relevância. (3). A Doutrina da Evolução da Alma. Na página 398 fala-se: "Agora, a teoria fundamental presente em todos esses livros, apesar de diferirem em si (...) doutrina da evolução da alma (...) repetidas reencarnações". Não entrarei no mérito desses dois sub tópicos (evolução e reencarnação), pois precisaria de muito tempo e nosso propósito de pensar o capítulo como um todo ficaria prejudicado, mas esta página mostra o uso de uma linguagem dogmática e excludente baseada em argumentos fechados e intolerantes. Se lerem o livro neste ponto perceberão também a inveja (espiritual) de G. H. Pember por reconhecer já em seu tempo a superficialidade e baixeza da teologia cristã tradicional. Um ensinamento religioso exotérico imediatista e contaminado por um secularismo idealista, materialista e consumista. Na página 400 é falado "O sistema todo é condenado pela resposta: o casamento é proibido ao neófito, que deve abster da carne e do álcool". Não existe nenhuma recomendação de proibição de casamento como é insinuado por Pember na doutrina exotérica teosófica. Chamar de apostasia o abster-se de carne e álcool é uma absurda insensatez. O vegetarianismo é reconhecidamente saudável e menos agressivo ao nosso organismo sendo um hábito alimentar  praticado hoje por muitas pessoas pelo mundo. "Declarando, então, que sua informação foi obtida por meio da memória intuitiva". Pember critica a memória intuitiva como armazenadora de informações, mas é infundada sua observação pois a neurociência constatou que ela funciona como uma das camadas do consciente intelectivo. A memória intuitiva tem entre suas funções armazenar as recordações passadas fazendo o indivíduo se reconhecer no mundo da realidade e no da aparência. A crítica nesse caso é improcedente, pois a ciência testemunha a favor do pensamento teosófico. "O éter interplanetário, conhecido na terminologia ocultista como fluido astral". O filósofo grego Aristóteles (384 AC 322) na Grécia Antiga falava de quatro elementos primordiais na natureza a terra, a água, o fogo e o ar, mas já nessa época falava-se no éter o quinto elemento que em sua composição fluida transmitia eletromagnetismo e luz sendo um dos constituintes das estrelas. Pember desacreditava da existência desse elemento e novamente erra no prognóstico, pois confirmando as observações dos filósofos gregos a física quântica tem provado experimentalmente em laboratório através da abstração e cálculos matemáticos que o éter realmente existe e que suas nano partículas transmigram substâncias atômicas de prótons e elétrons. Na página 400 fala-se "A forma na qual a Substância se manifesta é a evolução de sua Trindade". Nesse trecho do livro e em alguns parágrafos mais adiante há uma forte desconfiança quanto ao legado das tradições filosóficas e espiritualista dos povos orientais. Faz-me lembrar de sábios como Giordano Bruno (1548-1600), Nicolau Copérnico (1473-1543) e Galileu Galilei (1564-1642) que por pensarem diferentemente  da doutrina eclesiástica da igreja foram ameaçados, presos e alguns queimados como bruxos na fogueira da inquisição. O caso de Giordano Bruno (1548-1600) é interessante pois pesavam sobre ele as seguintes acusações: sustentar opiniões contrárias a fé católica e falar dela a seus ministros, discordar da doutrina da trindade bem como da divindade de Cristo e sua encarnação, divergir sobre a virgindade de Maria mãe de Jesus, não concordar com a transubstanciação dos sacramentos na missa, reivindicava uma pluralidade de mundos pela eternidade, acreditar em metempsicose e na transmigração da alma humana. Sua execução ocorreu no dia 17 de fevereiro de 1600, primeiro silenciado com um instrumento cortante depois queimado na fogueira "No plano intelectual, encontram-se a Vida, a Substância e o Fenômeno". A ciência tem evoluído na direção de que há um único princípio ativo nos minerais, vegetais, animais e humanos. Continuamos na parte II. Abraço. Davi.      

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Sofrimento e Injustiça.

Uma breve reflexão sobre dois temas profundos do pensamento universal que são o sofrimento e a injustiça. Esses tópicos são discutidos por sábios e estudiosos a milênios sem uma unanimidade razoável. Quanto a isso o que podemos fazer é compreender os fatos, pois respostas definitivas para os mesmos dificilmente obteremos. Quando olhamos na rua uma criança maltrapilha, descalça, os cabelos duros, cheirando mau por não tomar banho a dias, esquelética, sem família, faminta, vivendo num ambiente social disfuncional e violento com um olhar distante pedindo esmola nas praças e sinaleiros das grandes cidade, somos tocados, mas logo esquecemos do sofrimento alheio e voltamos a rotina de nossos pensamentos vazios e mesquinhos. A injustiça social é uma das maiores sangrias que expõe a insensibilidade e a indiferença de governos, empresários, comunidades e indivíduos (nós mesmos) com relação aos menos favorecidos, pobres, indigentes e carentes de todos os recursos básico que uma pessoa precisa ter para sobreviver. Usamos o artifício de culpar as autoridades responsável por essa situação, mas não temos coragem de mover um dedo para ajudar a minimizar a vergonhosa e indigna condição que infelizmente muitos dentre nós estão vivendo. Pensemos primeiro no sofrimento humano. Nossa visão é individualista a respeito desse tema pois o enxergamos de uma maneira estanque, desprovido de uma conexão interna (esotérica) e externa (exotérica) mostrada nas circunstâncias de causa e efeito. Nada no mundo macrocósmico e microcósmico acontece aleatoriamente sem uma justificativa plausível. Geralmente em relação ao sofrimento nos damos por satisfeitos com o argumento do determinismo (leis específicas que regram fatos e causas) e conjecturamos foi Deus quem quis assim. O sofrimento é inerente ao indivíduo um processo que todos nós passamos em vida e em alguns casos nas futuras reencarnações, cada um dentro da proporção de seu carma mostrados pelos mérito ou demérito que praticou em sua jornada pela evolução existencial. Devemos reconhecer as atitudes que provocam a involução de nosso ser, pois essas impede-nos que prossigamos para uma espiritualidade manifestada pela pureza e santidade interior, como exemplo temos as situações onde não assumimos nossa responsabilidade e compromisso com a fraternidade mesmo em pequenas coisas. Mateus 10: 42 "E se alguém der mesmo que seja apenas um copo de água fria a um destes pequeninos, porque ele é meu discípulo, eu lhe asseguro que não perderá a sua recompensa". O Mestre nos mostra o ensinamento esotérico (oculto) quanto a receber a recompensa, um simples copo com água fria dado ao próximo torna-nos possuidor do galardão. Precisamos reconhecer esse fato sem inventar uma exegese dogmática espiritualizada que confundirá completamente o princípio do que está sendo dito nesse texto bíblico anterior. Essa narrativa do apóstolo São Paulo a seguir é um claro exemplo da involução da vida um processo de retroação mundano e terrenal  mostrado nos pecados, mazelas e vícios humanos.   Gálatas 5: 19 - 22 "Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acercas das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus". Este suposto fatalismo que julgamos fazer parte das situações de sofrimento são na verdade nossa mesquinhez fazendo "olhos de mercador" agindo negativamente sem um mínimo de esforço para trazer conforto a alma que suporta a dor do abandono físico ou psíquico. Como precisamos aprender de maneira completa e ampla o sentido da fraternidade humana. Em termos práticos podemos visitar os orfanatos onde crianças nos esperam, necessitadas de uma cesta básica, um brinquedo, um livro especifico para os pequeninos, peças de roupas usadas ou novas. Os idosos também precisando de nossas visitas nas casas que os abrigam, levando um sorriso em nossos lábios, um abraço carinhoso no vovó ou na vovô. Eles tem histórias fantásticas de vidas que nos farão dar boas gargalhadas ou quem sabe até possamos chorar de algumas. Será reconfortante e revigorante emprestarmos nossos ouvidos a escutá-los, uma experiência terapéutica  que Madre Tereza de Calcutá (1910 - 1997) viveu ao dizer "Temos que ir à procura das pessoas, porque podem ter fome de pão ou de amizade". A injustiça é  outro tema para o qual desviamos nosso olhar, racionalmente procuramos explicar este fato jogando a culpa na natureza humana corrompida. O pecado original é o álibi  que hipoteticamente usamos para justificar as misérias e flagelos da humanidade. Adão e Eva comeram do fruto proibido desobedecendo a ordem divina, assim criamos um arquétipo dogmático para substituir as virtudes humanas dando ênfase na religiosidade polarizada entre a maldade e bondade, nesse modelo espiritualizado enxergamos esse tópico da injustiça sob a luz do materialismo idealista. Gênesis 3: 6 "E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto e comeu e deu também a seu marido, e ele comeu com ela". Temos inúmeros exemplos de injustiça e citarei dois guardando as devidas proporções quanto a não generalização, pois usando este artifício enfraquecemos o argumento. Quando sabemos de crianças que estão trabalhando em condições sub humanas em fazendas de grandes pecuaristas sendo usadas como escravas (para colher frutas ou verduras) é algo revoltante. Temos notícias de doentes que entram com ação no Ministério Publico para conseguirem uma internação num hospital particular para fazerem uma cirurgia de emergência, mas a demora em atender o pedido da justiça infelizmente levam muitos deles a morte, isso é terrivelmente vergonhoso. O idealismo baseado num devaneio leva-nos a cogitar que alguns precisam perder para que outros venham a ganhar, é necessário existirem os ignorantes  para que existam os esclarecidos e chegamos arrogantemente a premissa de que os submissos são a massa de manobra da classe dominante. Nosso conforto material é um dos entraves para não combatermos o câncer da injustiça social. Martin Luther King disse: "A injustiça num lugar é uma ameaça à justiça em todo o lugar". Pondero que uma mudança de consciência seja o primeiro passo para desenvolvermos nossos valores éticos, morais, sociais, culturais e espirituais que possibilitarão um equilíbrio quanto ao senso de justiça. O amor é um dos aspectos da equidade (imparcialidade) para com o próximo. Gálatas 5: 22 " Mas o fruto do espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (domínio próprio). Contra essas coisas não há lei". Virtudes como essas vivenciadas em nosso cotidiano podem ser um caminho para diminuirmos nosso orgulho e repartir com o injustiçado a paz que permeia o nosso coração. Precisamos ter um olhar para a injustiça a partir de nós mesmos e não a partir do outro. Abraço. Davi.   

quarta-feira, 14 de maio de 2014

O Corpo Mental Superior.

(C.008) O curso de introdução ao pensamento teosófico avança para completarmos o setenário humano. Dessa vez meditaremos no Corpo Mental Superior ou Manas Superior em (uma antiga língua hindu) sânscrito. Entraremos agora na chamada tríade superior constituída do Manas superior que tipifica nossa alma humana, Buddhi que representa nossa alma divina e Atma que é o espírito universal ou consciência cósmica. O filósofo grego Platão (428 AC 347) concebia o homem em três distintas partes que eram: o corpo, a alma e o espírito, bem antes do Apóstolo São Paulo (5 DC 67) falar em I Tessalonicenses 5: 23 "O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo e, o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis". Muitos cristãos pensam que os grandes mistérios humanos foram primeiramente semeados nas Sagradas Escrituras Cristãs, um equívoco pois quando estudamos as principais religiões mundiais vemos que há uma fio que conduz todas as verdades, passando por cada uma das tradições espirituais com formas, maneiras e práticas diferentes. A germinação das verdades pela Sabedoria Divina ou gnose como os antigos sábios a chamavam vem dos primórdios distantes, mas milagrosamente esses mistérios menores e maiores foram conservados intactos até hoje. Vamos refletir agora sobre uma famosa narrativa grega chamada de O Mito de Eros. Os dois principais personagens dessa fábula são: Eros o deus do amor ou Cupido e Psique uma das mais belas mortais que havia na época. O conto tem características de um drama pois, a mãe de Eros que se chamava Afrodite a deusa da beleza e do amor enciumada por Psique está sendo mais cortejada e apreciada pelos homens resolve arquitetar um plano onde uma terrível criatura (uma serpente) se apaixonaria por ela prendendo-a em um castelo. O responsável por aplicar o plano era seu filho Eros que devia atingir o réptil com sua flecha encantada, mas acidentalmente fere-se com sua própria seta. Assim acaba enamorando-se de Psique. O rei Menelau pai de Psique tinha mais duas filhas que já eram casadas e nem de longe chegavam na beleza de Psique. Preocupado com Psique seu pai foi consultar o Oráculo de Apolo sobre a situação e o Oráculo influenciado pelo semideus Eros disse a Minelau que o destino de sua filha era ficar com uma assustadora serpente em um palácio sobre uma montanha. Conformado com o vaticínio Psique foi levada a uma alta montanha e cansada da subida adormece sendo levada pelas asas do vento Zéfiro para o suntuoso palácio. Como Eros nada falou sobre o incidente com sua mãe ele assumiu a proteção de Psique no palácio. Assim os dois estavam junto e comunicavam-se apenas audivelmente pois Eros se mantinha invisível, mas quando se amavam Psique o percebia sem contemplar o rosto do seu amado sendo esse um segredo que nunca deveria ser desvendado. Psique por está isolada no palácio sente saudades da família e pede autorização à Eros para visitá-los, mas ele a adverte quanto a inveja de suas irmãs. Estando em casa suas irmãs falam que o personagem misterioso que mora com ela é na verdade uma monstruosa serpente e apenas aguarda o momento oportuno para matá-la. Retornando ao palácio Psique induzida pelas irmãs espera que seu amado adormeça para conhecer sua verdadeira identidade e para isso usaria uma lamparina com azeite e uma faca caso se confirmasse a previsão das irmãs. Quando Eros entrega-se a um profundo sono Psique com a luz reconhece que a beleza de seu amado é indescritível, mas deixa cair um pingo de azeite no ombro dele e isso o faz despertar. Vendo seu mistério revelado Eros enlouquece e foge gritando repentinamente: a amor não sobrevive sem confiança. Até aqui é a metade do conto, mas vou parar. Adiantando a narrativa do conto os dois se reencontram novamente e casam-se. Psique recebe permissão de Zeus deus do Olimpo para tornar-se uma semideusa e tem uma filha que foi chamada de Prazer. A alegoria é agora necessária para pontuarmos algumas questões. Primeiro as filhas do rei Menelau representam nossa constituição humana: o corpo físico, o corpo mental e o corpo emocional. Psique simboliza nossos pensamentos, desejos, vontades, sentimentos, prazeres e tudo que diz respeito ao mundo terrenal. A necessidade de conquistarmos aquilo que produzirá satisfação e alegria numa comodidade que tem o propósito de realizar o equilíbrio mental, mas geralmente isso é inverossímil pois demonstra a interminável guerra dos conflitos interiores. O Corpo Mental Superior é exemplificado por Eros. Esse corpo está na parte espiritual do homem onde se evidencia a luta entre o material e o espiritual. São Paulo na epístola aos Gálatas 5: 17 diz: "Porque a carne cobiça contra o Espírito e o espírito contra a carne e, estes opõem-se um ao outro para que não façais o que quereis". O misticismo oculto costuma comparar o homem como uma carruagem puxada por três cavalos. O cocheiro é o corpo mental superior tentando controlar os cavalos que são o corpo físico, o corpo mental inferior e o corpo emocional, conduzi-los numa mesma direção mas, na experiência isso não é fácil. A carruagem nos levará ao destino (devachan) para continuarmos nosso processo evolutivo. II Reis 2: 11 "E sucedeu que indo eles (Elias e Eliseu) andando e falando eis que, uma carruagem de fogo com cavalos de fogo os  separou". A menção da serpente na narrativa do conto leva-nos a pensar no Jardim do Éden. Os orientalistas tem um conceito diferente do nosso em relação a serpente pois no misticismo esotérico este réptil simboliza a eternidade, imortalidade e a regeneração. No filme O Pequeno Buda (1993) do diretor: Bernardo Bertolucci uma cena chama a atenção quando em seu processo de iluminação numa posição de meditação surge sobre a cabeça de Sidarta Gautama (563 AC 483) uma serpente. Os orientalistas entendem este réptil como símbolo da sabedoria exemplo disso é que as profissões na civilização ocidental como medicina, nutrição e farmácia usam este conceito em seus emblemas (cobra) representativos. O princípio místico da volta a origem completando o ciclo evolucionário da vida é tipificado pela serpente que com sua cabeça alcança a própria calda. Cogitando na alegoria da cobra no Jardim do Éden não há a conotação negativamente dogmática compreendida pelos teólogos cristãos. A árvore do conhecimento do bem e do mal sugerida pela serpente para ser comida por Eva não era tão ruim assim, pois dentro do pensamento evolucionista tanto Adão como Eva poderiam sair do estado de inocência e começar a vivenciar o livre arbítrio da consciência concreta e abstrata, um desenvolvimento intelectual que não seria possível caso o fruto não fosse comido. O lado ruim do fruto tipificado pelo mal precisava aparecer, pois só desta maneira o homem saberia distinguir nas circunstâncias diárias o melhor para sua existência. Deus nunca quis controlar o homem ou manipulá-lo, em sua presciência usou o livre arbítrio e a predestinação para efetivá-lo como ser único e singular, a volta para nossa origem pela lei da causa e do efeito (carma) produzindo a escolha humana como instrumento para individualização da personalidade. O bem e o mal são mecanismo para definirmos nossa (dharma) missão divina nesta terra. Como ainda estamos nesse corpo terreno devemos esforçar-nos para alcançarmos o desapego da materialidade mundana, elevando nossa alma espiritual à Consciência Cósmica para através da fraternidade e filantropia junto ao outro, vivamos pela meditação, contemplação e oração os nossos méritos e beatitudes, diminuindo os vícios e deméritos para um ajuste compensatório nas reencarnações futuras. Saúde. Davi.   

O Corpo Mental Inferior.

(C.007) Continuando nossa jornada pelo planeta homem abordaremos alguns aspectos do Corpo Mental Inferior. Recapitulando o processo de desenvolvimento humano começa com a germinação da monada, um feixe luminoso atômico idealizado pelo filósofo alemão Gottfried Leibniz (1646-1716) sendo uma substância indestrutível e inseparável, infinitamente pequena, originária de um dos planetas de nosso sistema solar e dando inicio aos primórdios da evolução humana. Posteriormente estudaremos o zodíaco a influência dos astros em nossas vidas, mas adiantando as mulheres estão sob atração de ondas eletromagnéticas da lua em suas variadas fases: cheia, minguante, nova e crescente. Esse fato produz consequências no sistema endócrino feminino influenciando as emoções e o humor. Os homens diferentemente recebem uma forte atração do sol em seus variados movimentos de afastamento e aproximação da terra, dentre esses temos o afélio, periélio, zênite, solstício e equinócio. Segundo o pensamento oriental e teosófico estritamente falando nossa existência mineral, vegetal, animal e humana vêm a milhões de anos. O princípio da causa primeira pressupõe a geração humana a partir de sete raças raízes sendo que cada uma dessas raças tem aproximadamente um milhão de anos havendo sub raças nessas raças raízes. Segundo a Doutrina Secreta de Helena P. Blavatsky (1831-1891) estamos vivendo a quinta raça raiz, assim teremos mais duas raças raízes para completar a evolução humana. A monada está presente em todo esse processo evolutivo humano. Vimos o quaternário humano representado pelo corpo físico, corpo etérico, corpo emocional e agora veremos o corpo mental. O Corpo mental tem duas partes a inferior e a superior. Ele é basicamente constituído dos pensamentos que são nossas ideias e representações daquilo que percebemos, sentimos e imaginamos. Os pensamentos são singularizados em nossos cinco sentidos físicos que são visão, audição, paladar, olfato e tato, mas a filosofia acadêmica mostra que quanto aos sentidos físico evidenciados na percepção e sensação, eles são insuficientes para que conheçamos a realidade última das coisas. Em outras palavras o que ouvimos, enxergamos, apalpamos e cheiramos não são necessariamente a realidade dos sentidos, como exemplos temos as ilusões, miragens, ficções e quimeras. Enquanto estamos no corpo físico os pensamentos expressam nossa personalidade humana, mas quando deixarmos este corpo passaremos a manifestar nossa individualidade pelo Corpo Astral. A personalidade é limitada pelos sentidos, mas a individualidade num plano mais sutil representa nossa existência espiritual livre e desobstruída para a interação e intervenção no mundo sensível. Os pensamentos são o conteúdo da consciência humana formada por várias camadas mais ou menos claras dos fenômenos que nos informa a respeito da nossa própria existência. Os chackras estão presentes no desenvolvimento do Corpo Mental e energizados por mantras, meditações, movimentos de Yoga proporcionam uma elevação dos sentidos. Há dois sentidos físicos que possivelmente serão ativados nas próximas raças raízes, eles estão localizados no cérebro e são representados por duas glândulas a pineal e o hipotálamo. O hipotálamo liga o sistema nervoso central ao sistema endócrino sintetizando a secreção do neuro hormônio. Ele está ligado as emoções e a atividade sexual. Segundo estudos da neuro ciência e das tradições esotéricas existe a contingência da ativação dessa glândula (hipotálamo) que produzirá uma super consciência que se comunicará com outras consciências, bastando para isso ter um mínimo de sistema nervoso em seu cérebro. Espécies como insetos, peixes, aves, repteis, animais e outros humanos seriam amplamente conhecidos em seu modo de ser, viver e pensar, além de uma interação com os mais evoluídos intelectivamente. A glândula pineal segundo René Descartes (1596-1650) é o centro de informação do pensamento humano. No misticismo espiritualista ela é a união substancial entre o corpo e a alma, um órgão com funções transcendentes. A glândula pineal é considerada o terceiro olho devido a sua semelhança estrutural com o órgão da visão tendo a função de regular a passagem das sensações e sentidos pelo cérebro. Assim a aceleração da pineal proporcionaria uma realidade abstrativa e material dos pensamentos o uso dos sentidos além da aparência física. Um exemplo tomando a abstração seria entender em planos matemáticos e lógicos o possível mundo dos números pensando como os antigos sábios que os consideravam como sagrados. O desenvolvimento da glândula pineal também tornaria nossos ouvidos sensíveis a hiper sons acima dos decibéis normais, além dos supra sons que morcegos e cães escutam. Outra facilidade seria enxergar cores como o infravermelho e o ultravioleta, privilégio de poucos animais e insetos como o camaleão, abelha e libélula. Imagina o desenvolvimento científico quando estes sentidos forem ativados. Alguns yogues e místicos tem se adiantado no uso desses hiper sentidos e vivenciam experiências interessantes baseadas nesses aspectos como a clarividência, áudio vidência e telepatia. Os profetas e líderes espirituais bíblicos como: Moisés, Josué, Elias, Eliseu dentre outros manifestaram esses poderes ocultos da mente humana. O que dizer de nosso Mestre Jesus, viveu situações onde praticou esses mistérios maiores acessando-os totalmente. Abraço. Davi.        

domingo, 11 de maio de 2014

A lei do carma.

(C.016) A lei do carma é um dos pilares do pensamento teosófico. Esse assunto é complementar a reencarnação, sendo importante para entendermos o processo evolutivo humano. É entendido que as doenças psicossomáticos são manifestações físicas relacionadas diretamente com as emoções e sensações. Quando estudamos a astrologia percebemos a influência que os astros celestes exercem em nosso comportamento físico e emocional. Um planeta quase na periferia da via láctea chamado Plutão por estar distante em relação a terra e ter pouca luminosidade sem perspectiva de vida orgânica, atrai negativamente com suas vibrações de ondas eletromagnéticas nosso psiquismo. Assim devido a essa interação de movimentos cósmicos doenças como gastrite, ulcera, estomatite e muitas outras acabam por tornarem-se um câncer. Nossos maus hábitos alimentares misturado com o sedentarismo que cultivamos teimosamente tem peso decisivo nessa situação que extrapolamos para um estado quase terminal. O astro maior de nossa galáxia o sol é no estudo da astrologia o positivismo que nos energiza e vitaliza, fazendo a vida orgânica evoluir em seu sentido pleno. Não se conhece câncer no coração a não ser num estado de metástase celular e nas enciclopédias médicas especializadas. O sol é uma representação do coração humano dentro da linguagem onde nos concebemos como um microcosmo introduzidos num macrocosmo. É urgentemente necessário procurarmos cultivar hábitos alimentares saudável e praticarmos exercícios físicos, mesmo que minimamente, mas frequentemente. A lei do carma é entendida a partir do quaternário inferior em suas partes que são: o corpo físico, o corpo mental e o corpo astral ou emocional. Esses três aspectos constituem nossa personalidade, a chamada casca que um dia se desintegrará. Aqui temos a ideia de integração de mundos visíveis e invisíveis. O que somos hoje é o resultado do que estamos pensando, falando e praticando. Como mencionamos no início de nosso comentário, o corpo emocional recebe influências internas e externas. Ele é ativado por sensações e percepções dos nossos sentidos físicos e sensoriais, vejamos alguns exemplos: situações de desgosto, ansiedades, momentos agradáveis e desagradáveis, lembranças boas e ruins. As vezes uma música nos remeter a uma situação que vivemos no passado. Ao ouvir um "nome" particular alguns de nós ficamos assustados ou eufóricos. Esses estados emocionais ativam energias positivas ou negativas para o corpo mental que como resultado produzirá reações prazerosas ou perturbadoras no corpo físico. As perturbações se não tratadas adequadamente  resultarão em doenças e patologias. Dependendo do impacto psíquico os entraves emocionais podem levar tempo para se manifestarem, mas nem sempre isso é uma regra pois cada organismo reage diferentemente. A lei do carma ou da retribuição está baseada na seguinte premissa lógica: para toda causa há um efeito e para toda ação há uma reação. Gálatas 6: 7 "Pois o que o homem semear isso também colherá". Como ponderei no início o carma e a reencarnação são irmãs gêmeas, pois um é consequência do outro. Um dos pais da igreja primitiva Orígenes (185-254) de Alexandria pensava desse modo quando em suas apologias citava João 9: 2 "E os seus discípulos lhe perguntaram dizendo: Rabi quem pecou este ou seus pais para que nascesse cego? Aqui percebemos um argumento forte em relação a reencarnação, possivelmente este cego vivenciava seu carma que não fora retificado em sua vida passada. Outro texto que Orígenes usava como pertinente a reencarnação esta em Mateus 11: 13, 14 "Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir". Ele entendia que João Batista era uma reencarnação do profeta Elias. Orígenes estudou com São Clemente (150-215) de Alexandria um místico conhecedor das tradições espirituais dos Egípcios, Caldeus, Babilônios e Hindus e ambos  praticavam um cristianismo esotérico, onde os irmãos iniciados investigavam os mistérios menores e conheciam muito dos mistérios maiores do cristianismo primitivo. O ensino do carma e da reencarnação postulam que o corpo é um instrumento de transição para a expiação da alma humana. A matéria física conhecido como o corpo é onde o carma se solidifica, havendo no plano físico um aumento da dimensão temporal. Assim o mental e o emocional vão diminuindo e podemos considerar que tudo o que existe no plano físico tem seu correspondente (guardando-se as devidas proporções) nos outros planos. A doutrina mística do islã Suffi fala do "desenrolar o tapete". Uma alusão ao carma em movimento onde nosso destino  vai aparecendo. Os orientalista compreendem  a lei do carma como sendo a base da justiça divina onde a existência de Deus pressupõe sua justiça. Isso é o que os antigos gregos conheciam como Teodiceia, os atributos e a justiça divina eram inquestionáveis. Se Deus é amor como alguns indivíduos morrem na miséria e outros na fartura? O processo carmico pode ser acelerado ou retardado. Nessa situação um elemento é acrescentado para agir nesse processo que é o livre arbítrio, sendo o agente condutor da passividade ou dinamismo carmico. Na tradição mística da cabala (zohar) há um outro elemento  que é a possibilidade da retificação ou reparação carmica. Pagaríamos a divida antecipadamente e assim não haveria aquela cobrança ou correção. Tudo o que fazemos um dia iremos prestar contas. Romanos 2: 5, 6 "Manifestação do juízo de Deus. O qual recompensará a cada um segundo as suas obras". Novamente a tradição esotérica do Islã Suffi diz "o mundo é perfeito para atingir os seus fins e, a unidade de Deus se fragmentou". João 14: 20 "Naquele dia conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós". A união do espírito com a matéria faz surgir a evolução. Outra premissa lógica é: reencarnação mais carma mais evolução é igual ao Mahatma ou Mestre. Este se tornará o homem perfeito. Aquilo que o Mestre disse em Mateus 5: 48 "Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus". Cada um é seu próprio legislador. Somos donos de (carma) nosso destinos. Nossos pensamentos e intenções podem influenciar (livre arbítrio) até mudar nosso destino. Há quatro tipos de carmas: maduro, acumulado, em formação e o coletivo. O carma coletivo ou familiar tem o poder te nos atrair para suas consequências, mas nosso carma individual nos protege  dos danos e cobranças do carma passado. Existe também o carma nacional e um bom exemplo é a escravidão negra no Brasil Colônia e Império. Muitas das maldades que praticamos contra os negros e as antigas populações indígenas ainda nos rendem pesados impostos (pobreza, fome, miséria, desigualdade, imoralidade e injustiça social) e só Deus sabe o montante dessa dívida e quando ela será quitada. Leiam o poema de Castro Alves (1848-1871) chamado O Navio Negreiro e vejam a crueldade e a perversidade praticada contra os negros trazidos da África por navios Portugueses e Espanhóis, levados para serem vendidos como escravos (eram considerados como mercadorias) em suas respectivas colônias. Graças a Deus temos a Providencia Divina que nos protege das consequências desses carmas coletivos, pois nossos pouco méritos, beatitudes e fraternidade para com o próximo funcionam como anteparo contra essas descargas cósmicas negativas. Orígenes disse: "A imagem nos foi dada a semelhança deve ser conquistada". Aristóteles fala "a potencia deve tornar-se em ato". A lei do carma é como um pedra jogada em um lago que produz  perturbações de ondas concêntricas. Outro exemplo dessa lei é quando arremessamos um bumerangue a uma certa distância, fatalmente ele retorna para a nossa direção. Falaremos desse assunto posteriormente. Com amizade. Davi.     

sexta-feira, 9 de maio de 2014

A reencarnação no Livro da Sabedoria de Salomão.

(C.012) Leio atualmente as Escrituras Sagradas na versão católica. Em minha leitura cheguei ao livro da Sabedoria de Salomão. Os livros apócrifos ou pseudo canônicos como: Tobias, Judite, I e II Macabeus, Sabedoria de Salomão e Baruque são vistos como uma pedra de tropeço na ortodoxia do cristianismo atual, principalmente entre a histórica dissidência protestante chamados hoje de evangélicos. Esses nem querem vê-los, desaconselhando-os como leitura alegórica e muito menos para meditação espiritual, considerando-os como supersticiosos e mitológicos. Uma pena, pois perde-se o contato com um grande acervo de tradições e culturas mostrado pelo rico pensamento revelado aos antigos estudiosos da sabedoria divina. Os nossos irmãos católicos foram mais sensatos e corajosos incluindo-os em sua Escritura Sagrada. Especificamente o livro da Sabedoria tem a suposta autoria do rei de Israel Salomão e até o século V continuava sendo aceito pela tradição cristã. O Segundo Concilio de Constantinopla no ano de 553 na atual Turquia, ratificou (autenticou) um edito inserindo o Livro da Sabedoria de Salomão definitivamente no canon, mas sem afinidade inspirativa, apenas como leitura histórica e de aconselhamento pessoal. Um texto desse livro causa desconforto e inquietação aos estudiosos da teologia tradicional cristã que pela exegese procuram entender os mistérios maiores da revelação divina. O trecho é esse: Sabedoria 8: 19-21, versão  da Editora Ave Maria. "Eu era um menino vigoroso, dotado de uma alma excelente, ou antes, como era bom, eu vim a um corpo intacto; mas, consciente de não poder possuir a sabedoria, a não ser por dom de Deus, e já era inteligência, o saber de onde vem o dom, eu me voltei para o Senhor, e o invoquei dizendo do fundo do meu coração: Deus de nossos pais, ( ... ).". Os dois primeiros versos trazem escrito, um menino vigoroso com alma excelente tinha existido anteriormente bom em um corpo intacto. O argumento mencionado aqui é o da pré existência da alma, popularmente conhecido como reencarnação ou renascimentos, um ensinamento aceito pelas culturas orientais e visto aqui de forma inequívoca. O sábio rei de Israel Salomão é reconhecidamente o escritor dos Livros canônicos de Cântico dos Cânticos, Provérbios, Eclesiastes e alguns Salmos, mas também entrou em contato com esse conceito da reencarnação. Suponho que ele tenha estudado com alguns rabinos e mestres judeus que entendiam as ciências ocultas. A Sabedoria Divina tinha no misticismo antigo uma fonte que investigava os poderes latentes da alma e do espírito humano bem como as forças misteriosas da natureza. Na cabala judaica, em seu principal livro chamado Zohar há alusões a esse princípio espiritual. O  rabino Yitschac Luria Arizal (1534-1572) diz: "O estudo da reencarnação é um dos ramos da Cabala. A reencarnação é a oportunidade que o Tribunal Celestial dá a uma pessoa depois de sua morte para corrigir algumas coisas que ficou pendente em sua vida. Para a alma é dada a possibilidade de descer a este mundo por meio de um novo nascimento, como um bebê, e na nova vida, a alma tenta corrigir as máculas das vidas anteriores. As almas reencarnam e voltam a vir ao mundo em diferentes formas, segundo as máculas que causaram. Nos livros dos Sábios de Israel está escrito que aqueles que cometeram um pecado  relacionado à idolatria reencarnam em um animal ora cães, porcos e gatos ". Os que fizeram beatitudes e méritos em vida reencarnam em peixe, folhas ou pequenos galhos de árvores. Uma forma de retornar logo para o gozo das entre vidas. Expandindo o tema agora vejamos um entendimento do misticismo judaico em um livro canônico (inspirado) das Sagradas Escrituras. Em Salmos 19: 7. "A lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma". No livro cabalístico Taamei Hamin Haguim esse texto é traduzido assim: "A Torá do Eterno é perfeita, faz voltar a alma". "A Torá do Eterno é perfeita, completa e quem a cumpre em sua totalidade consegue ser uma pessoa perfeita e completa. No entanto, quem não consegue fazer isso, quem não atinge esta perfeição e plenitude, faz voltar a alma. A Torá faz com que esta alma volte a este mundo, para completar aquilo que ficou faltando da Torá". Os místicos judaicos (estudiosos cabalistas) especialistas em reencarnação, explicam que "existe uma diferença entre as almas que vêm novamente ao mundo como seres humanos, e aquelas que reencarnam em uma pedra, em um vegetal ou em um mineral; quando os homens nascem em sua nova encarnação, ele não se lembram de nada do que fizeram nas vidas passadas, e não sabem que eles são, na verdade uma reencarnação, mas quem volta ao mundo como um animal, um vegetal ou uma pedra, sabe e reconhece o que aconteceu em vidas passadas. Durante todo o período de tempo em que ele fica nesse mundo ele sente pena e dor por ter cometido o erro e não ter conseguido alcançar a perfeição e a plenitude em sua encarnação anterior e ele fica procurando por sua retificação ou correção". Os cristãos preferem evidenciar a ressurreição das almas no último dia. As Sagradas Escrituras na tradição do Novo Testamento escrito pelo apóstolo São Paulo em I Coríntios 15: 17-20, "Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem". Os orientalistas (hindus e budistas) preferem a referência abordada no livro da Sabedoria de Salomão e nos Salmos 19. Como não entendem a pessoalidade do Eterno Deus, concebem um processo evolutivo da alma e do espírito humano pelos vários carmas e reencarnações, onde num longuíssimo tempo alcançarão o nirvana que é a completude e retorno ao ponto de origem de onde vieram: a Consciência Cósmica. A diversidade de conceitos abre um leque de possibilidades para que expressemos nossas opiniões. Nossas verdades são confrontadas e percebemos que há pessoas em outras culturas e tradições que vêm diferente de nossos dogmas cristãos. Pondero não ser o caso de especularmos quem estar com a razão. Hoje concebo a verdade como um prisma, quando recebe um feixe de luz sobre sua superfície reflete várias cores visíveis aos nossos olhos. O que dizer das cores infra vermelho e da ultra violeta que não vemos com os nossos sentidos físicos. Moshe Ben Maimônide (1135-1204) diz: A reflexão eleva o indivíduo, permitindo-lhe dominar e assenhorear-se da própria dignidade". Saúde. Davi.
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