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Por Al–Balagh Foudation. Tradução Ahmed Ismail. A PROTEÇÃO AMBIENTAL NA SHARIA
ISLÂMICA. Em Nome de Deus, o Clemente o Misericordioso. "E não
causeis corrupção na terra, depois de ter sido pacificada..." Alcorão
(A`raf 7:56). Uma Palavra da Fundação. "Enobrecemos os filhos de
Adão e os conduzimos pela terra e pelo mar, agraciamo-los com todo o bem e os
preferimos acima da maior parte do que criamos." Alcorão (Isra` 17:70).
Por certo que Deus Onipotente depositou suas bênçãos e riquezas neste mundo, de
modo excedente às necessidades humanas, para que o homem vivesse tranquilo e
livre de problemas, e também, criou-o na mais apropriada forma e deu-lhe uma
mente e um corpo que o auxiliam a utilizar as bênçãos concedidas; como o dia e
a noite, a terra e o céu, os rios e as árvores, o sol e a lua (...)
etc. Porém, com todas essas bênçãos e tesouros que nos rodeiam, presentes
na superfície e no interior da terra, um quinto da população mundial, isto é,
um bilhão e duzentos milhões de pessoas, vivem à beira da miséria. Não
obstante todo avanço tecnológico na atualidade, com a diversificação dos
produtos industriais e dos serviços, um temor obsessivo ainda está presente na
mente do homem do ocidente e do oriente, no qual ele se vê mais ansioso do que
seus antepassados, em razão do que o ameaça: os perigos da poluição ambiental,
da radioatividade nuclear, da carência de recursos naturais e da
guerra. Neste mundo atual, uma pessoa que tenha abundância de alimentos
não pode ser considerada alguém que vive confortavelmente, porque é possível
que uma epidemia, doenças ou outros elementos destrutivos, como micro radiações
imperceptíveis, a ataquem sob condições em que ela esteja familiarizada ou não,
que podem entrar em seu lar por meio de (por exemplo) recipientes de leite
contaminados ou pelo ar envenenado que respire. Portanto, não é surpresa
que o presidente da "Conferência para o Desenvolvimento Social"
realizada em Copenhague em março de 1995, tenha anunciado aos líderes mundiais
que o objetivo da conferência era "reduzir a intranquilidade e a
insegurança que ameaça as pessoas por todo o mundo e dedicar mais esforços para
assegurar uma vida digna para a sociedade." E antes disso, outra
conferência foi realizada, que enfatizou a quase impossibilidade de separar os
fatores do desenvolvimento e do ambiente em quaisquer
circunstâncias. Então, existem os perigos da poluição ambiental, a
infiltração de raios solares destrutivos à camada de ozônio, o risco da
deformidade em crianças e o crescimento da incidência de câncer provocado por
contaminação nuclear, acrescidos dos riscos de secas com o desaparecimento de
rios, o desflorestamento e a extinção de plantas e animais não estão confinados
a uma região particular, nem ao hemisfério norte nem ao hemisfério sul, quer
seja nos países desenvolvidos ou nos subdesenvolvidos. Assim, há uma séria
necessidade de um esforço coletivo para se cumprir as resoluções internacionais
para a proteção do meio ambiente e das espécies vegetais e animais, a fim de se
proteger e garantir a existência humana. A qual também é a resolução da ONU,
UNESCO e da Décima Segunda Conferência da Terra. Mas, infelizmente, alguns
países, sobretudo os industrialmente desenvolvidos, não estão respeitando essas
resoluções e continuam seus testes nucleares e a produção de outros elementos
destrutivos em nome de seus interesses materiais, sem a menor consideração
pelos seres humanos e o futuro do mundo. Isso é o que é confirmado pela
UNESCO em sua análise dos problemas ambientais no mundo: "Certamente, a
questão da produção e do consumo dos países industrializados influencia
sobremaneira todos esses problemas, nessa questão o esforço no sentido de
auferir grande lucro e muito rapidamente desconsidera os problemas e as
dificuldades decorrentes da desordem ambiental... e esse tipo de procedimento e
comportamento criará um grande dano, que virá a provocar a exaustão dos fatores
naturais nos países em desenvolvimento..." A evidência da ação
desumana e do egoísmo dos países desenvolvidos pode ser percebida na insistência
da França em realizar testes nucleares no mar do Caribe, e na manutenção de
testes nucleares pelos norte-americanos depois de todos os acordos contrários
que foram assinados e o risco da propagação dos armamentos nucleares. Os
acidentes em usinas nucleares, na América em 1985, que confirma somente a
ocorrência de 2.300 eventos, a exportação de resíduos nucleares, como também a
destinação de lixo nuclear para alguns países do terceiro mundo, e a perigosa
exploração dos recursos naturais em alguns países africanos sem qualquer
consideração aos riscos ambientais. E ainda, a exportação britânica de carne
contaminada (a doença da vaca louca) a outros países, e outros inúmeros
exemplos que vemos, estão causando grande prejuízo e desconforto a existência
humana neste planeta. Al-Balagh Foundation. Definição de
Ambiente. "Ambiente é o complexo de fatores físicos, químicos e
biológicos (clima, solo e seres vivos) que interagem num organismo ou
comunidade ecológica e que principalmente determina sua forma e sobrevivência;
(ambiente) o agregado de condições sociais e culturais que influenciam a vida
de um indivíduo ou comunidade. Trata-se das condições e circunstâncias
naturais em que as pessoas, os animais e os vegetais vivem, condições e
circunstâncias que se referem ao ambiente natural, social e político. Portanto,
o ambiente significa as condições e circunstâncias que rodeiam algo em
particular. O meio ambiente é um entorno natural, e se refere às condições
naturais, a atmosfera e as circunstâncias que estão relacionadas ao homem, e
isso inclui os vegetais, as florestas, a água, o ar, os oceanos, os animais e
as outras formas de vida, a natureza da terra e o que há nela, como as
montanhas, os rios, os pântanos, os desertos, e abrange a água quente ou fria,
a chuva e as nuvens, os raios solares... etc. Todas as criaturas e
entidades estão inter-relacionadas e produzem efeitos recíprocos, e isso também
age positiva ou negativamente na vida do homem, sobretudo na atualidade, depois
do avanço industrial e o aumento da interferência humana e de suas ações
transformadoras na condição natural. Outras fontes científicas definiram o ambiente
como "a condição em que o homem vive e obtém os componentes de sua vida,
como o alimento, a moradia e os medicamentos, e que conduz a relação com seu
semelhante”. Assim, esta é a definição de ambiente que considera o homem um
ponto central dentro dele. O Homem e o Meio Ambiente. O homem é parte do
mundo natural em sua formação, crescimento e na continuidade de sua existência
nesta terra; interage com os componentes naturais e suas condições ambientais a
todo momento. O Alcorão, em muitas passagens, se referiu ao relacionamento do
homem com a natureza e o ambiente. Aqui, citamos alguns desses
versículos: "E Deus vos produziu da terra, paulatinamente…" (Nuh
71:17). "...e criamos todos os seres vivos da água ..." (Anbiya
21:30. "E ao povo de Çamud enviamos seu irmão Saleh, que lhes disse: Ó
povo meu, adorai a Deus porque não tereis outra divindade além Dele. Ele foi
quem vos criou da terra e nela vos enraizou. Implorai, pois, seu perdão, voltai
a Ele arrependidos, porque meu Senhor está próximo e é exorável." (Hud
11:61). "Criou os céus sem colunas aparentes, fixou na terra firmes
montanhas, para que não oscile convosco, e disseminou nela animais de toda
espécie; e emviamos a água do céu, com que fazemos brotar toda a nobre espécie
de casais." (Lukman 31:10). "Não reparais em que Deus vos submeteu
tudo quanto há nos céus e na terra, e vos cumulou com Suas mercês, conhecidas e
desconhecidas? Sem dúvida, entre os humanos há os que disputam nesciamente
acerca de Deus, sem orientação ou Livro lúcido." (Lukman 31:20).
"...e enviou-vos água do céu, para com ela vos purificardes, vos livrardes
da imundície de Satã ..." (Anfal 8:11). "...e enviamos do céu, água
pura." (Furqan 25:48). "(...). Submeteu a vós os navios que, com Sua
anuência, singram os mares, e submeteu a vós, os rios." (Ibrahim 14:32).
"E foi Ele quem submeteu a vós, o mar, para que dele comêsseis carne
fresca..." (Nahl 16:14). "Dela vos criamos e a ela retornareis, e
dela vos faremos surgir outra vez." (Taha 20:55). "E quando se
retira, eis que sua intenção é percorrer a terra para causar corrupção,
devastar as semeaduras e o gado (...)" (Baqara 2:205). Os textos
alcorânicos acima tratam do homem como uma parte do ambiente natural, que
interage com o mesmo; tirando proveito dele e de modo similar, fornecendo algo
a ele. O homem é também, responsável pelo desenvolvimento desse ambiente e o
zelo por sua incorruptibilidade. O homem, esta criatura viva, representa uma
parte do sistema natural que age em seus componentes no sentido de entendê-los
e coordená-los. O mundo natural pode ser definido como o equilíbrio calculado,
científico e acurado do Ser mais Sábio e Prudente. A quantidade de água em
estado sólido, a salinidade de um mar, a água doce de um rio, o índice de
oxigênio, o grau dos raios solares, de calor ou a quantidade de chuva, de
peixes, de animais ou plantas (...) tudo isso é perfeitamente calculado sem o
mínimo erro. A terra e sua força gravitacional, a taxa de movimento, a força de
absorção, agem na vida do homem, dos animais e dos vegetais, e sua continuada
existência neste universo demonstra que o Sábio Criador ordenou tudo isso
cuidadosamente. Por conseguinte, os versículos citados abordaram a
realidade da vida humana - no que tange a natureza e o ambiente, ou seja: (1)
Que o homem foi criado da terra e se desenvolve por meio dela, como as plantas;
que a água é uma base para a vida, e que Deus Onipotente colonizou a terra com
o homem; isto é, confiou ao homem o desenvolvimento dela utilizando de seus
recursos naturais e condições ambientais - para o correto entendimento humano
do poder de Deus Onipotente e de suas bênçãos. (2) Que o ambiente natural deste
mundo, como as montanhas, têm por razão a proteção do equilíbrio da terra e dos
seres viventes, pela produção e consumo, do que vive sob o sistema de
equilíbrio da vida. As chuvas que caem, as plantas que crescem, tudo isso
é uma prova da Grandeza, do Poder, da Sabedoria e da Prudência de Deus, e que
qualquer ação do Sábio Conhecedor é calculada sem a mínima contradição, e que
mesmo se houver abuso de algum recurso o mesmo produzirá o efeito de acordo com
o sistema natural resguardando o equilíbrio ambiental, de um do modo ou de
outro, é a evidência da grandeza e da sabedoria do Criador Tudo neste mundo e
em seu entorno natural, como a água, os animais, as florestas e as plantas, as
criaturas aquáticas, os raios solares, o calor, a chuva, a salinidade do mar e
a água doce dos rios, foi criado para o homem, para tornar sua vida melhor. Em
vista disso, o Alcorão ordena ao homem que reflita sobre as bênçãos de Deus e o
convoca ao monoteísmo, ao louvor e a adoração de Deus somente. Este é o modo
que o Alcorão põe o homem no ambiente natural: como parte
dele. Entretanto, depois de explicar essa relação entre a vida, o
intelecto e a natureza, o Alcorão discute as atividades, as responsabilidades e
os sistemas sociais que protegem o bem estar do meio ambiente e a vontade
divina do mundo da existência sob a autoridade da Shari'ah. Organização e
Equilíbrio Natural do Ambiente. O meio ambiente é um preciso e equilibrado
mundo que está edificado na experiência, no conhecimento e na sabedoria. Assim,
a natureza, o ambiente e a vida são uma unidade completa e inter relacionada,
como um único corpo; água, terra, ar e vento (...) etc, são todos criados com
um propósito e objetivo. Não existe nada criado na terra sem um objetivo, ou
incompleto, ou com metas contraditórias. Glória seja dada a Deus que criou
todas as coisas, moldou-as e as fez cuidadosamente equilibradas. Os
teólogos discutiram duas questões fundamentais nos princípios islâmicos que
tratam das ações e da sabedoria de Deus, que são: 1 - Deus predestinou a
criação de cada coisa, o que é benéfico para as criaturas, e a vida não pode
prescindir delas. 2 - As ações de Deus são intencionais (ou seja, não
existem sem um objetivo) e que todas Suas ações se fundamentam na
sabedoria. Em vista disso, a escola dos Ahlul Bayt entabulou um debate
candente com outras escolas de pensamento islâmico com respeito a essa questão
controversa no mundo natural, intelectual e social, que o conhecimento humano e
os pesquisadores confirmam, para maior esclarecimento da análise islâmica desse
assunto, devemos examinar os livros que abordam essas duas questões
ideológicas. As ações de Deus são claramente dotadas de propósito, porque
Ele é Sábio em suas ações, e as ações um sábio não contrariam a sabedoria.
Aquele que age sem um propósito é um tolo, Deus está muito acima
disso. "Não criamos os céus, a terra e tudo que há entre eles por
diversão" Alcorão (Dukhan 44:38) "...`Senhor Nosso! Não criaste
tudo isso em vão! Glorificado Sejas!...” Alcorão (Al-i-Imran 3:191) Todo
esse propósito e benefício não produz retorno em benefício a Deus, porque Ele
se encontra isento de qualquer necessidade em relação a suas criaturas, antes,
produz benefício para elas próprias mediante a aquisição do Paraíso e o
contentamento de Deus, além da salvação do castigo e da perdição sem que ocorra
nenhum decréscimo da parte de Deus Onipotente, porque Ele é perfeito e completo
em Sua essência e em todos os aspectos. Porém, os asha'ritas sustentam que:
"é impossível que Deus faça algo com um propósito, e não por algum
interesse. É possível e permissível para Ele punir Seus servos sem qualquer
benefício ou interesse." (n.2) Os asha'ritas tinham rejeitado o
princípio da finalidade e interpretado erroneamente o fato de que qualquer um
que realize uma ação com um propósito necessita desta mesma ação. Entretanto,
como já vimos, o propósito e a meta são pelo interesse das criaturas, e Ele
(Deus), o Altíssimo, está muito acima da necessidade. O filósofo islâmico,
Nasruddin Tusi, escreveu enfatizando a necessidade do interesse (maslaha):
"O interesse pode ser necessário devido a existência da razão e da
ausência (não-existência) do que possa restringir sua realização." Allamah
Hilli comenta essa afirmação dizendo:" As pessoas divergem, Abu Ali, Abu
Hashim e seus companheiros dizem, "interesse não é necessário para Deus
Onipotente," e Balkhi os contradiz afirmando, "interesse é necessário
e este é o entendimento adotado pelas pessoas de Baghdad e alguns de
Basra," enquanto Abul Hassan Basri conclui: "é necessário sob certas
circunstâncias, mas não todas." Esta é, também, a opinião do
escritor." (n3) Assim, podemos deduzir que o pensamento ideológico,
no Islam, já confirmou o princípio ideológico, que é: "Deus Onipotente não
faz ou cria coisa alguma neste universo natural ou no mundo do homem senão com
um propósito ou interesse que produza benefício ao homem ou as demais
criaturas. E, naturalmente, sábios e pesquisadores em diferentes campos
científicos têm apoiado essa opinião ideológica, o que, de um modo ou de outro,
afirma a autenticidade dessa opinião e idéia. Para um maior entendimento da
questão, citaremos o que o químico Thomas David Parkinson, escreveu:
"Porém o sistema que testemunhamos à nossa volta não é um sinal do poder
das coisas, mas, está acima disso em sabedoria e se move no sentido do
estabelecimento dos interesses do homem, o que confirma que a preocupação do
Senhor Deus em relação a Seus servos não é menor do que Sua preocupação com os
sistemas e as leis que governam o universo." Atente para a perfeita
sabedoria que está imprimida a seu redor, que às vezes contradiz o habitual,
por exemplo, a água. Uma pessoa espera encontrar o peso molecular (da água)
(18) gasoso ao ponto do congelamento, e por exemplo, o peso molecular da
ammonia (17) gasoso ao ponto imperfeito de fervura (73) na atmosfera normal, e
o hidrogênio sulfídrico, que aproximadamente possui as mesmas características
da água, com um peso molecular de (53), gasoso ao ponto imperfeito de fervura
(53), em vista disso, o estado de liquefação da água ao ponto contrastante de
fervura, a deixará confusa. Além disso, a água possui outra importante
característica, que somente por observá-la, a pessoa compreenderá que se trata
de algo bem planejado. A água cobre 3/4 da superfície terrestre, e em razão
disso, tem um grande efeito na atmosfera geral e no grau da temperatura, que se
for reduzida, uma grande e indesejável mudança ocorrerá. Uma outra preciosa
característica que a água possui, e que indica que o Criador deste universo a
ordenou a fim de servir aos interesses de Suas criaturas, é que a água é o
único elemento conhecido cuja densidade diminui quando se solidifica, e essa
característica tem grande influência e importância na vida (no planeta). E
assim, o gelo, que flutua na superfície da água quando a temperatura esfria, em
vez de afundar se torna um bloco sólido que nem derrete nem se fende. Assim, o
gelo, água em seu estado sólido, flutua na superfície e cria uma camada que
protege a água embaixo dele. Com isso, os peixes e as demais criaturas
aquáticas subsistem e na primavera o gelo derrete rapidamente. (n4) De sua
parte, Dr. Christie Morrison em sua obra "Science call for Faith", ao
discutir o equilíbrio natural, a coordenação entre seus componentes, a precisão
e a perfeição do sistema ambiental, a proteção do sistema da vida e a Grandeza
do Criador, escreveu: "O ar denso, possuindo a necessária magnitude
retirada da passagem dos raios químicos, necessário para as plantas, que
destrói os micróbios e produz vitaminas, sem o mínimo dano ao homem, a não ser
na ocorrência de um longo tempo de exposição, permanece puro (sem contaminação)
e inalterável em seu equilíbrio natural para a existência do homem. O grande
(fator) de equilíbrio é a superfície de água, ou seja, o entorno natural em que
a vida, o alimento, a chuva, o clima equilibrado, as plantas e o próprio homem,
se desenvolvem. Certamente, aquele que compreender isso, ficará perplexo com a
Sua Grandeza (de Deus) e se submeterá à Sua Ordem." Dr. Lawrence
Kolino Woker, botânico, fisiologista, conferencista na Universidade de Geórgia,
escreveu: "Estou escrevendo um artigo como especialista em pesquisa
florestal, e também, como alguém que dá muita atenção aos estudos ambientais e
a fisiologia vegetal, para mostrar a importância da floresta como prova da
existência de Deus. Mais adiante, discutiremos mais sobre isso, quando
discutirmos o Sagrado zelo e o Poder Divino que se manifesta na restauração da
fertilidade da terra. Numa floresta virgem que não sofre nenhuma ação
humana, as árvores crescem e suas diferentes espécies se desenvolvem de geração
em geração até que seu número aumente; exceto se as atividades humanas
interfiram nisso, ou que sejam destruídas pelo fogo ou outra calamidade
sobrevenha. A interrupção pelas atividades humanas da floresta natural, suas
plantas e fertilidade, levará a redução de sua fertilidade e por fim,
perderemos as árvores e o solo, o que dará oportunidade à ocorrência de enchentes.
Então, ele acrescenta: "O homem gasta uma imensa quantia de dinheiro
construindo grandes represas a fim de impedir as enchentes, mas, esta é apenas
uma solução temporária para essa gigantesca força que nem barreiras de pedra,
nem grandes edificações podem repelir. Portanto, é necessário encontrar uma
solução real para esse problema a partir de sua fonte, e isso não pode ser
realizado por meio da construção de represas, nem por meio do florestamento, é
algo que somente a própria natureza pode realizar." (n5) Dr. Christie
Morison, ao discutir o sistema ambiental da terra e dos seres viventes,
escreveu: "Certamente, a admirável relação que existe entre o oxigênio e o
dióxido de carbono, no que tange a (vida) animal e vegetal, atrai a atenção de toda
pessoa sensata.". E continua: "Este é o modo que todo vegetal e
planta, bem como toda forma de vida primária, etc., surge do carbono e da água.
Ademais, o oxigênio atmosférico é convertido em dióxido de carbono na
respiração animal e regenerado pelas plantas na fotosíntese. Daí que, sem o
relacionamento cordial, a vida dos animais e das plantas se exauriria, ou seja,
sempre que o equilíbrio da vida se alterar a condição de ambos será
inteiramente modificada." (n6) O Que Surpreende no Equilíbrio Sistêmico.
O seguinte fato é um claro exemplo de um importante critério com respeito à
existência humana. Há alguns poucos anos atrás, um tipo de cacto foi cultivado
na Austrália, e logo, essa planta cobriu uma extensa área de terra ao ponto de
perturbar toda a comunidade e suas atividades agrícolas. Todos os esforços para
impedir seu alastramento foram inúteis, e a Austrália continuou afetada por
essa praga. Posteriormente, as pesquisas conduzidas por alguns entomologistas
descobriram que um inseto, que dependia desse cacto para sobreviver, se
reproduzira rapidamente por toda a Austrália. Em breve tempo, esse inseto
destruiu o cacto. Assim sendo, eis o critério e como o equilíbrio foi alterado.
(n7) O Meio Ambiente e as Práticas Destrutivas. Um levantamento ou uma acurada
análise no mundo natural, em seus componentes, na relação, no equilíbrio e nas
mudanças que ocorrem nele, mostrará a sabedoria, a precisão e a perfeição que o
envolve, porque, não há nada criado inutilmente ou para o prejuízo de alguém, e
mesmo se prejudicar os seres humanos, é um prejuízo relativo, devido o fato de
que o ser humano foi primeiramente proibido de praticá-lo. E frequentemente,
tal elemento prejudicial é alterado por processos naturais para ser útil ao
vegetais, a terra e mesmo ao próprio homem. Por certo, se for permitido que as
leis naturais ajam segundo foram criadas por Deus, protegerão a sanidade, a
beleza natural e ambiental e a vida de todos. A distribuição da água, das
montanhas, das florestas, das correntes de vento, das faixas climáticas, da
proporção de gases, dos raios solares, etc.. atua sob um sistema
inter-relacionado e bem organizado, como as bactérias e o cadáver de um animal
ou uma planta morta entram nos processos químicos naturais para o
reconhecimento dos interesses ambientais e a garantia do bem estar do entorno
natural. O Alcorão, quando desenvolve o tema do meio ambiente, e a perfeição
natural, como também o papel destrutivo do homem, diz: "E quando se
retira, eis que sua intenção é percorrer a terra para causar corrupção,
devastar as semeaduras e o gado..." (Baqara 2:205) "E não
causeis corrupção na terra, depois de ter sido pacificada, mas invocai-o com
temor e esperança, porque sua misericórdia está próxima dos benfeitores."
(A`raf 7:56) O Alcorão enfatiza que a terra e seus componentes de vida e
natureza são perfeitos e saudáveis; e que é o homem que atua em sua perfeição e
os destrói. Em razão disso, vemos esse cenário ampliado no homem atuando na
capacidade da terra em sua forma natural, como um elemento destrutivo; ceifando
a vida dos vegetais, dos animais e dos seres humanos. Nosso mundo atual tem
testemunhado os mais temíveis tipos de corrupção sobre a terra e o meio
ambiente, como também, a destruição do que o homem recebeu a ordem de proteger
e cuidar. Deus criou o homem da terra como um de seus componentes e ordenou a
ele que a protegesse. Deus Onipotente enfatiza essa responsabilidade, através
do Profeta Salih que diz: "E ao povo de Çamud enviamos seu irmão
Saleh, que lhes disse: Ó povo meu, adorai a Deus porque não tereis outra
divindade além Dele. Ele foi quem vos criou da terra e nela vos enraizou.
Implorai pois, seu perdão, voltai a Ele arrependidos, porque meu Senhor está
próximo e é Exorável." (Hud 11:61) Este é o aviso alcorânico sobre a
corrupção na terra e a destruição ambiental; o chamado para a implementação e a
proteção de suas leis equilibradas. A terrível e destrutiva ação humana se
manifesta na produção de armamentos químicos, nucleares e biológicos, que
provocam grande dano ao mundo; e também na destruição da natureza que se
manifesta no corte de árvores (em grande escala) e na poluição atmosférica
através da combustão e da produção (crescente) de lixo. Estudos
científicos e estatísticas dirigidos por especialistas demonstram que a
interferência humana nas leis naturais pela destruição ambiental, e mesmo em
ações supostamente benéficas ao homem, como o uso de fertilizantes químicos e
outras substâncias tóxicas para controlar as pragas; causam grande dano ao
equilíbrio ambiental, e à estabilidade da vida no planeta. O problema mais
evidente de nossa era é a poluição, causada pela indústria e mesmo pela ação
bélica. Assim, a poluição, mediante a utilização do carbono e do dióxido de
carbono, a destruição da camada de ozônio ou a poluição química provocada por
substâncias tóxicas, pela radioatividade, a água poluída por óleo cru ou lixo
produzido pelo homem, o uso de fertilizantes agrícolas como os compostos de
fosfato e nitrato, etc.. são provas contundentes do que Deus Onipotente proíbe
ao dizer: "E não causeis corrupção na terra, depois de ter sido
pacificada..." Alcorão (A`raf 7:56) Entretanto, tudo no mundo natural
age de acordo com o sistema de pureza, perfeição e equilíbrio. Daí que, a
proporção natural de carbono é fixa e equilibrada, de modo que as plantas
absorvam uma grande quantidade de dióxido de carbono natural para o seu
crescimento. Os estudos científicos confirmam que a quantidade média de
carbono no mundo natural é aproximadamente 300 partes em cada 10.000 partes de
ar. Contudo, essa proporção aumentou em 1984 para 354 partes em cada 10.000; e
esta proporção atual dobrará por volta de 2020 se a combustão mecânica e a
queima de florestas continuarem (nos mesmos índices). (n8) Mencionamos
aqui, que há um grande aumento na proporção do dióxido de carbono na atmosfera,
e isso se deve ao calor atmosférico, que pode ser detectado e que trará um
grande prejuízo num futuro próximo. Causará o derretimento do gelo polar e uma
elevação descomunal do nível das águas, o que afetará o equilíbrio natural, mudará
a composição natural da terra, o que por sua vez provocará um grande dano ao
homem… para sempre. (n9) Em seu relatório sobre as práticas destrutivas
para a Conferência do Clima da Terra e Direitos Humanos, a Liga árabe para os
Direitos Humanos escreveu: "As estatísticas mostram que 160.000 gases
tóxicos estão pondo em risco a camada atmosférica somente nos EUA. Por exemplo,
os EUA estão usando 350 milhões de toneladas de Hidro-floro carbonos, que são
utilizados na manufatura de aerossóis, isto é, a média de 25% da utilização
mundial que chega a 1.400 milhões de toneladas. Esta ação, apenas, causará o
enfraquecimento da camada de ozônio. Ao mesmo tempo, os países desenvolvidos,
sozinhos, produzem 800.000 toneladas de lixo tóxico, o que é aproximadamente 30%
do lixo produzido no mundo, e esses países descartam esse lixo no Saara e nos
rios dos países subdesenvolvidos." A Liga ainda diz em seu relatório
que 600 milhões de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza, 100 milhões de
africanos estão morrendo de fome, 43 milhões de acres de floresta são
devastados anualmente e 80% da população mundial enfrentará dificuldades e
inutilização em termos de terras cultiváveis, de alimentação e água potável no
próximo século. Porém, sobre essa dura realidade, a linha geral do clima
terrestre impõe aos países pobres o ônus dessa destruição da camada de ozônio.
Além do que foi mencionado antes, a conferência demonstra que os países do
terceiro mundo importam mercadorias dos países do norte, que provocam poluição
ambiental. E ao mesmo tempo, enfatiza que mãos estrangeiras realizam esse
projeto naqueles países em vista de sua necessidade por trabalho industrial,
baixos salários e impostos, matérias primas disponíveis e leis liberais, onde
não serão questionados ou forçados a proteger o meio ambiente ou enfrentar
duras penalidades por abusar disso. O que podem os países pobres fazer
para enfrentar esse grave problema, diante de sua pobreza, subdesenvolvimento,
seus problemas diários e a fome que atinge seus cidadãos? Podem superar
sozinhos tais problemas? Para enfrentar esse terrível perigo, se presumiu
que a soma de aproximadamente 600 bilhões de dólares fosse suficiente para
curar o problema, mas, a maioria dos países industrializados se recusa a acatar
a proposta da ONU, que declara que os países ricos devem sacrificar 7% de sua
renda anual até 2000, para auxiliar os países pobres em seus projetos de
desenvolvimento. Todavia, a organização fica mais preocupada quando o governo
americano se recusa a assinar o acordo alcançado com o intuito de parar a
difusão de armamentos biológicos. Ademais, o governo norte-americano não
somente se recusa a assinar o acordo, como também se recusa a se comprometer
com a meta de decréscimo da emissão do dióxido de carbono no meio ambiente ao
fim deste século. E, na verdade, enfatiza que essa emissão poderá aumentar 1,76
% nos próximos oito anos. Sem dúvida, as atividades humanas atualmente são
os fatores responsáveis da produção de aproximadamente 7,5 milhões de toneladas
de dióxido de carbono lançado no meio ambiente, que, é o principal fator na
mudança do clima mundial e causa da poluição do ar. Não obstante a
proteção do meio ambiente seja considerada um fator básico no processo
econômico e no desenvolvimento social, atividades humanas que incluem a
destruição das florestas, a poluição marinha, os produtos agrícolas químicos e
outras invenções modernas, levam a fonte biológica, as plantas, os animais e os
outros fenômenos naturais a um perigoso estágio, que pode ameaçar a própria
existência do homem. Entretanto, se diz que o homem seja o responsável
pelo crime de poluição do ar, da terra, da água e de todo o meio ambiente, mas
quem é este homem? É o homem da Somália, da Índia, do Sudão ou do Iêmen, ou o
homem que vive na América, no Canadá ou no Japão? Uma análise mais cuidadosa e
uma reflexão sobre as estatísticas nos dará maior esclarecimento sobre a
importância da injunção alcorânica com respeito a destruição ambiental e a
poluição. E também teremos um bom entendimento sobre a diferença entre a civilização
islâmica e a civilização ocidental (materialista) que ameaça a sanidade do meio
ambiente e a existência humana, revelando a tendência legislativa islâmica e
sua precisa solução para as questões culturais e sociais, e sua preocupação com
as questões humanas e ambientais. Como Proteger o Ambiente Humano. A
proteção do ambiente natural e social está entre as mais importantes metas
existenciais islâmicas, bem como a explicação do sentido de seu cuidado e
preocupação com o bem estar humano e a proteção do meio ambiente, a aderência
ao sistema da vida, a felicidade humana e sua existência permanente. A razão
disso é que o bem estar da espécie humana e dos seres viventes e inanimados ao
redor dela, como a terra, a água e o ar dependem da proteção em relação a
poluição e a destruição. O Islam adotou algumas medidas para a proteção
ambiental. Eis algumas delas: 1. Esclarecer e educar o homem no sentido de
como zelar pela saúde e a natureza, como proteger as criaturas da terra. E isso
está baseado no princípio de que tudo o que Deus Onipotente criou é perfeito,
preciso e possui o propósito da reforma; não há nada criado em vão ou por mera
diversão. O Alcorão explicou esse ponto quando disse: "...Tal é a
obra de Deus, que tem disposto prudentemente todas as coisas..." (Naml
27:88) Porém, quando o homem se torna egoísta e agressivo, tais
posicionamentos o inclinam à destruição do meio ambiente e a poluição da
natureza. A esse respeito, o Alcorão considera o homem responsável pela
poluição ambiental, ao dizer: "A corrupção surgiu na terra e no mar por
causa do que as mãos dos humanos lucraram...." (Ar Rum 30:41) E além
disso, se dirige ao homem e o encoraja a proteger a natureza e a levar uma vida
saudável , quando diz: "E não causeis corrupção na terra, depois de ter
sido pacificada..." (A`raf 7:56) "E quando se retira, eis que
sua intenção é percorrer a terra para causar corrupção, devastar as semeaduras
e o gado (...)" (Baqara 2:205) 2. A exortação à pureza: O mais
evidente processo de proteção do ambiente humano é a orientação islâmica para a
educação do homem na pureza e na higiene e seu apelo para a purificação do
corpo, das roupas, dos utensílios, etc; Deus Onipotente diz: "E tuas
vestes, purifica !" (Muddathir 74:4) "(...) E quando estiverdes
impuros, higienizai-vos (...)" (Ma'ida 5:6) "(...) Deus não
deseja impor-vos carga alguma; porém, quer purificar-vos e agraciar-vos, para
que Lhe agradeçais." (Ma`ida 5:6) Em vista disso, a pureza e a
proteção do ambiente contra a poluição são consideradas bênçãos de Deus, e que
devem ser apreciadas. Daí, entendemos que bênçãos como por exemplo, a saúde, o
bem viver e os bens materiais, etc, são incompletas sem a pureza do meio
ambiente e sua proteção contra a poluição e a destruição, porque, sem isso,
continuaremos à mercê dos riscos e ameaças da destruição e da extinção. O
Profeta (saas), falando sobre a proteção da saúde, da pureza do ambiente que
rodeia o homem, diz, "Em verdade, vosso corpo tem um direito sobre
vós." (n10) E disse também, quando explicava a importância da
proteção da natureza: "Varrei vossos quintais e não sejais como os
judeus." (n11) Imam Ali Bin Musa Al Rida (as), falando da pureza e da
higiene, diz: "A purificação está entre os princípios dos profetas."
(n12) Jabir Bin Abdullah Ansari relatou o repúdio do Santo Profeta (saas)
à falta de higiene, e diz: "Um dia o Santo Profeta (saas) veio ao nosso
encontro e viu um homem com os cabelos desgrenhados e mal cuidados. Então
disse: Este não tem com que se pentear?" (n13) E também foi relatado
dele (saas) o seguinte dizer quando viu um outro homem vestido com roupas
sujas: "Este não tem algo para lavar suas roupas?” (n14) Sem dúvida,
o pensamento e a civilização islâmica estão muito acima dos demais, no que
tange a sua ênfase de que Deus Onipotente deseja para seus servos uma vida
prazeirosa, a pureza e um ambiente isento de poluição. O Profeta (saas)
explicou esse ponto ao dizer: "Certamente que Deus é bom e Ele ama a
bondade; Ele é puro e ama a pureza." (n15) E quando falando da pureza e da
higiene no Islam, convocando à limpeza do ambiente, ele (saas) diz: "Em
verdade o Islam é puro, portanto sede puros, porque não entrará no Paraíso quem
não for puro, (n16) 3. Proibindo a poluição ambiental: Como o Islam exorta
seus seguidores à purificação, também, proíbe a poluição e a destruição
ambiental. Sobre essa questão, foi relatado do Santo Profeta (saas) que ele
tenha proibido o cuspir na terra, em razão de seus efeitos prejudiciais à saúde
e sua contradição com a natureza humana. O Santo Profeta (saas) também proibiu
e alertou para que não se defecasse sob uma árvore frutífera ou se urinasse num
local de água parada, na água corrente ou no caminho, para que se protegesse o
ambiente da poluição, e se mantivesse a saúde e a pureza. Podemos destacar
a importância dessa recomendação se entendermos o perigo que o lixo produzido
pelo homem representa para nossa saúde e para o meio ambiente, sobretudo, o
papel que esses contaminantes na água desempenham na propagação de doenças para
a comunidade que a consome, seja bebendo, se banhando ou consumindo frutos
regados com essa água. Relatou-se de Imam Sádiq (as) que: "O Santo
Profeta (saas) proibiu a defecação na beira de um poço, rio ou debaixo de uma
árvore frutífera." (n17) Também relatou do Profeta (saas) que tenha dito:
"é proibido urinar na água estagnada." (n18) E ele (as)
mencionou ainda do Profeta (saas) que tenha dito: "em verdade, Deus vos
alerta, "Oh, minha nação! Eu vos proíbo vinte e quatro coisas," e ele
recitou-as até que disse, "Ele vos previne contra o ato de urinar à beira
de um rio." (n19) 4. A proibição de permanecer em estado de
"najasah" (estado de impureza) e a purificação: Quando estudamos a
filosofia das leis islâmicas, percebemos a preocupação e o cuidado dessas leis
com a proteção do homem. Os juristas resumiram a filosofia das leis islâmicas e
as analisaram numa fórmula simples, que é, "atrair o melhor interesse
(masalaha) e repelir o mal (a corrupção) (mafasid)." Assim sendo,
"masalaha" e "mafasada" são dois critérios de uma lei
particular e a razão de sua legislação. E, naturalmente, quando da prática
desse princípio legislativo sobre coisas que a lei islâmica prescreve, como a
impureza de determinadas coisas, e a proibição de consumí-las ou vendê-las, e a
necessidade de purificar-se delas antes da oração, uma pessoa compreenderá o
valor das leis islâmicas e sua exortação contra o mal que é prejudicial à
saúde. Em vista disso, a shari'ah denomina as seguintes coisas de
"najis" e exige a purificação em relação a elas antes da oração ou do
tawaf (o ato de rodear a Kaaba): 1. A urina e as fezes humanas, bem como
os dejetos dos animais que sejam proibidos para o consumo. 2. O cadáver
humano, dos animais cujo sangue jorra quando sacrificados. 3. O esperma
humano e o dos animais cujo sangue jorra quando sacrificados. 4. O sangue
humano e o sangue dos animais cujo sangue jorra quando sacrificados. 5. As
bebidas alcoólicas. 6. Os porcos e os cães. Sem dúvida, o atual
problema humano, especialmente nas grandes cidades, se trata de como nos livrar
dos dejetos humanos e animais e de como dar uma correta destinação aos
cadáveres, pois constituem fontes evidentes de micróbios e de perigosas doenças
que acometem o ser humano. Além disso, a utilização das impurezas acima
mencionadas, poluindo o meio ambiente foi proibida e o homem recebeu a ordem de
se livrar delas. Deus Onipotente diz: "...Deus não deseja impor-vos
carga alguma; porém, quer purificar-vos e agraciar-vos, para que Lhe
agradeçais." (Ma`ida 5:6) Com efeito, a pessoa que examinar cuidadosamente
essas normas de purificação, perceberá que o método de purificação islâmico é o
mais perfeito sistema para proteção da saúde e do meio ambiente. Menciona a
água, a terra, o sol como sendo purificadores naturais de todos os elementos
impuros, como os dejetos humanos, os cadáveres, o sangue e o sêmen de alguns
animais. Também considera a transformação (istihala) de um determinado estado
para outro, como a transformação de um cadáver em cinzas pela combustão, um dos
elementos de purificação. Ademais, o método de purificação islâmico é composto
de diferentes modalidades, que se encontram entre os mais perfeitos processos e
práticas de proteção ambiental, que são: a. O Islam, ao considerar os
cadáveres, o sangue, o sêmen e os dejetos do homem e de alguns animais como
"najis" (impuros), o que as pesquisas científicas confirmam serem
fontes de algumas doenças e de poluição ambiental, ordena que sua purificação e
remoção do corpo humano e de utensílios como as roupas, os tapetes, etc, pelo
uso da água e dos demais purificadores como obrigatório. O Islam também
legisla a purificação de alguns "mutanajjisat" (objetos que se tornam
impuros pelo contato com impurezas) por meio da terra, dos raios de sol,
elementos que cientificamente são provados serem microbicidas. Mediante esta
medida, o Islam preconiza a purificação do ambiente e a proteção do mesmo em
relação aos riscos da poluição. b. A inumação dos cadáveres: o Islam
tornou obrigatória a inumação dos cadáveres humanos, que é uma das mais
importantes medidas no sentido da eliminação dos micróbios e a proteção do
ambiente humano. c. O banho: O Islam legislou diferentes tipos de banho
(ghusl) para a limpeza e proteção do corpo em relação as impurezas e demais
fontes de doenças, com isso, tornou compulsório o "ghusl" e outras
práticas, recomendadas. As compulsórias são: Ghusl al Janabah: É
obrigatório para um "junub" (uma pessoa em estado de impureza ritual
devido a ejaculação ou relação sexual) se purificar através do banho ritual
para que possa realizar o sallah (a prece) ou o jejum. O Islam legislou como
"makruh" indesejável, que uma pessoa em estado de impureza durma,
coma ou beba algo sem antes realizar o banho ritual. Ghusl al-Haidh. Ghusl
al-Istihadhah. Ghusl-e-Massil-e-Mayyit. Ghusl an-Nifas. Os banhos mustahab (meritórios) que o Islam
recomenda que se faça, são muitos, o mais importante deles é o ghusl da
sexta-feira para a purificação do corpo. d. A ablução (wudhu): a ablução
na perspectiva islâmica, é o método mais evidente de purificação do homem. O
Islam tornou compulsórias aos muçulmanos cinco preces diárias (a partir dos
nove anos para as meninas e dos quinze anos para os meninos) e essas preces não
podem ser cumpridas sem o devido estado de ablução. Assim, a pessoa se ablui
cinco ou pelo menos três vezes ao dia para a prece, quer seja a compulsória ou
a voluntária, que sem o estado de pureza ritual não é válida. Por conseguinte,
a ablução é considerada purificação, na qual o ato de lavar a face e as mãos é
compulsório e o enxaguar a boca e lavar as narinas são práticas
recomendadas. Além de legislar como obrigatória a ablução, o Islam exorta
os fiéis para que estejam em estado de pureza ritual quando realizarem alguns
atos recomendados de adoração, como a leitura do Alcorão, e também recomenda a
realização da ablução antes de dormir. e. A limpeza dos móveis e dos
demais utensílios domésticos: a preocupação do Islam com a limpeza do ambiente
pode ser atestada também por sua proibição do consumo de coisas impuras ou que
tenham sido contaminadas por coisas impuras. Portanto, é obrigatório para
aquele que deseja comer ou beber utilizando um prato ou um copo, que
eventualmente tenha sido contaminado por algo impuro, purificá-lo com água, ou
em alguns casos, com água e areia (terra limpa), antes de utilizá-lo. Os livros
de jurisprudência discutiram o método de purificação de tais itens quando
entram em contato com substâncias impuras (para maiores detalhes, favor
pesquisar os livros sobre o assunto). 5. A proibição de alguns alimentos e
bebidas e algumas outras práticas, como o se alimentar da carne de animais
mortos por razões desconhecidas (ou sacrificados de modo incorreto), beber o
sangue, as bebidas inebriantes ou o uso de drogas, que são elementos
destrutivos da saúde e do bem estar da sociedade. 6. A proibição das
relações sexuais (ou prática sexuais) ilícitas, como a homossexualidade, o
lesbianismo, a masturbação, etc. 7. A criação do conceito de "nem
dano ou prejuízo deliberado” (ladharara wa la dhirara). Com este grande
conceito ou princípio que dá o direito de impedimento de qualquer prática ou
ato que produza algum resultado prejudicial, podemos dizer que o Islam proibiu
qualquer coisa que seja danosa ao ambiente. Portanto, cabe aos sábios e
eruditos religiosos, em outras palavras, é sua responsabilidade especificar
tais atos ou práticas prejudiciais. Em seguida, se torna responsabilidade do
governo proibi-los, como também proteger o bem estar e a coexistência pacífica
de seus cidadãos. 8. A responsabilidade de "ordenar o bem e proibir o
mal" (al amru bil ma'rufi wan nahayi anil munkar): esta injunção, bem como
o direito e a jurisdição dada a um governante pelo Islam para o cumprimento de
seus deveres, forma uma atmosfera reformadora na sociedade islâmica. E isso
compreende todos os requerimentos necessários que possam assegurar a proteção
do ambiente e seu desenvolvimento para o interesse dos seres humanos. Assim, as
leis islâmicas se baseiam na fórmula: "Atrair os melhores interesses e
repelir a corrupção." E que o princípio de "auxiliai-vos mutuamente
no bem e na piedade, e não auxiliai-vos no pecado e na agressão" é uma
ampla base para a proteção do ambiente (social) e para a preservação do sistema
natural, pois o versículo proíbe a agressão à natureza e à vida e exige um
relacionamento coletivo em prol da bondade e da reforma. A Flora. "É
Ele quem envia a água do céu, da qual bebeis, e por meio da qual brotam
arbustos com que alimentais o gado. E com ela faz germinar a plantação, a
oliveira, a tamareira, a videira, bem como toda a sorte de frutos, Nisto há um
sinal para os que refletem." (Nahl 16:10-11). Em nossa discussão anterior,
apresentamos a opinião e o ponto de vista de alguns eruditos e pesquisadores na
área da botânica, e a relação dos vegetais e o equilíbrio ambiental. Também,
demonstramos o papel das plantas na vida dos animais e do homem, não no campo
têxtil, alimentar ou medicinal, mas na organização e no equilíbrio do meio
ambiente. A importância do equilíbrio da proporção de oxigênio e dióxido de
carbono, da prevenção e debelação de enchentes, da retificação da atmosfera e
da renovação da fertilidade do solo, foram também destacadas. Os vegetais são a
terceira criatura vivente neste mundo e a primeira forma de vida, criatura
produzida, são companheiras dos homens e dos animais. Sobre essa questão, em
diferentes passagens o Alcorão trata das plantas, das colheitas, das árvores,
das terras aráveis, do ambiente vegetal e da relação do homem e as
plantas. A mensagem islâmica encoraja a agricultura e o plantio de
árvores, e proíbe o corte e a remoção de árvores durante a guerra como alguns
governantes de nosso tempo praticam, devido a sua brutalidade. Portanto, o
Islam apela para a proteção da flora e o cultivo de árvores para a preservação
da sanidade ambiental. Ademais, o Islam considera o plantio de árvores e a
preservação da terra como um ato de adoração e uma caridade, um ato que se
conforma com a condição de companheirismo do homem, das plantas e dos animais.
Deus evidencia isso, dizendo: "Ele foi quem vos criou da terra e nela
vos enraizou." (11: 61) Também na tradição profética, narrou-se do
Santo Profeta (saas) que: "Não há muçulmano que cultive uma planta ou
semeie uma safra que pássaros, animais ou pessoas comam dela, que não tenha uma
recompensa por isso. (n20) "Nenhum homem cultiva uma planta a menos
que Deus registre uma recompensa para ele, tanto quanto os frutos que cresçam
dela" (n21) O Profeta(saas) enfatiza ainda o plantio quando diz:
"Se uma pessoa possui uma semente de palmeira e pode semeá-la antes de ser
ressuscitada no Dia do Julgamento, ela deve fazê-lo." (n22) E foi
relatado dele (saas) que tenha dito: "Um muçulmano não cultivará uma
planta que um homem ou animal coma de seus frutos, sem que tenha uma recompensa
por isso." (n23) Ibn Umar relata: "Estávamos na presença do
Santo Profeta (saas) quando um caroço de tâmara foi trazido, então ele (saas)
disse: "Em verdade, entre as árvores, há uma que é como um
muçulmano," e eu quis dizer que era a plameira, mas quando olhei em volta
percebi que eu era o mais jovem dos presentes ali. Então, o Santo Profeta
(saas) disse: "É a tamareira." (n24) Esta foi a maneira que o
Profeta (saas) tornou a agricultura e a preocupação com a proteção ambiental
para o benefício do homem e dos animais um ato de adoração, uma caridade e por
outro lado, comparou a tamareira com o muçulmano que proporciona um grande
benefício à comunidade. Quando discute a questão do crime ou da agressão
contra a vida, o Alcorão condena os destruidores do ambiente animal, humano e
vegetal, denomina tal agressão como um agressão a humanidade, pois, a agressão
contra as fontes da vida do ser humano é uma agressão contra ele próprio. Com
respeito a isso o Alcorão diz: "E quando se retira, eis que sua
intenção é percorrer a terra para causar corrupção, devastar as semeaduras e o
gado (...)" (Baqara 2:205) Neste versículo, o Alcorão compara a
destruição das plantas e dos animais com a corrupção da terra, e a considera
uma agressão contra o sistema da vida, um mal que deve ser eliminado. Portanto,
a partir disso, podemos perceber como os princípios da lei islâmica e suas
ideologias correspondem às leis naturais e do sistema equilibrado da vida.
Esses dois pontos mostram bem a sabedoria e a vontade de Deus em Sua legislação
e criação. Protegendo a Fauna. "Na criação dos céus e da terra ; na
alteração do dia e da noite; nos navios que singram o mar para o benefício do
homem; na água que Deus envia do céu, com a qual vivifica a terra, depois de
ter sido árida e onde disseminou toda espécie animal; na mudança dos ventos; nas
nuvens submetidas entre o céu e a terra, (nisso tudo) há sinais para os
sensatos." (Baqara 2:164) "Não existe seres que andem sobre a
terra, nem que voem no céu, que não constituam nações semelhantes a vós. Nada
omitimos no Livro; então, serão congregados ante seu Senhor." (An`am
6:38) "Não existe criatura sobre a terra cujo sustento não dependa de
Deus; Ele conhece sua estância temporal e permanente; porque tudo está
registrado num Livro lúcido." (Hud 11:6) "Não reparas acaso, em
que tudo o que há nos céus e tudo o que há na terra se prostra diante de Deus?
O sol, a lua, as estrelas, as montanhas, as árvores, os animais e muitos
humanos?... (Hajj 22:18) "Não reparas, acaso, em que tudo o que há
nos céus e na terra glorifica a Deus, inclusive os pássaros, ao estenderem suas
asas? Cada um está ciente de seu(modo de ) orar e louvar (...)” (Nur
24:41) "(...) Nada existe que não glorifique Seus louvores; porém,
não compreendeis suas glorificações" (Isra` 17:44) "E criou o
gado, do qual obtendes vestimentas, alimento e outros benefícios. E tendes nele
encanto, que quando o conduzis aos apriscos, quer quando, pela manhã, os levais
para o pasto." (Nahl 16:5-6) "E (criou) o cavalo, o mulo e o
asno para serem cavalgados e para o vosso deleite, e cria coisas mais, que
ignorais." (Nahl 16:8) "É Ele quem envia água do céu, da qual
bebeis e mediante a qual brotam arbustos com que alimentais o gado. E com ela
faz germinar a plantação, a oliveira, a tamareira, a videira, bem como toda
sorte de frutos. Nisto há um sinal para os sensatos." (Nahl
16:10-11) "E fixou na terra sólidas montanhas, para que ela não
estremeça convosco, bem como os rios e caminhos pelos quais vos conduzis."
(Nahl 16:15) "Bem como em tudo o que vos multiplicou na terra, de
variegadas cores, certamente nisto há um sinal para os que meditam." (Nahl
16:13) "E foi Ele quem submeteu a vós, o mar, para que dele comêsseis
carne fresca e retirásseis certos ornamentos com que vos enfeitais. Vedes nele
os navios sulcando a água, à procura de algo de Sua graça; quiçá sejais
agradecidos." (Nahl 16:14) "Se pretendeis contar as mercês de
Deus, nunca podereis enumerá-las. Sabei que Deus é Indulgente, Mui
Misericordioso." (Nahl 16:18) Nesta coletânea de versículos, o
Alcorão descreve o meio ambiente de um modo admirável, e reúne seus diferentes
componentes, o homem, a terra, o ar, a atmosfera, os rios, os mares, a chuva,
as plantas, os animais, os pássaros, os peixes, etc, numa mesma circunstância e
numa perfeita e complexa formação servindo um propósito interrelacionado e
específico. Daí que, tudo isso tenciona o interesse e o bem estar do homem, e
por isso ele é o centro e o responsável pela proteção do meio
ambiente. Relacionado a isso, o Alcorão alerta aqueles que destróem e
poluem o meio ambiente, da seguinte maneira: "E não corrompais a terra ,
depois dela ter sido pacificada..." (A`raf 7:56) Em outra passagem, o
Alcorão descreve os que espalham a corrupção na terra e tratam o sistema da
vida na terra e no mar de modo irresponsável, como pessoas nefastas e
pervertidas, o Alcorão declara: "A corrupção surgiu na terra e no mar
por causa do que as mãos dos humanos lucraram...." (Ar Rum
30:41) "E quando se retira, eis que sua intenção é percorrer a terra
para causar corrupção, devastar as semeaduras e o gado..." (Baqara 2:205) De
fato, a partir desses versículos, podemos compreender a preocupação do Islam
com o mundo animal e com todo ambiente da vida. O Islam se dirige ao homem e
apresenta a ele uma fórmula essencial de como viver com as outras criaturas que
compartilham o mesmo ambiente, a fim de estar apto a dispô-las à seu serviço,
com a permissão de Deus. O Alcorão descreve essa questão
dizendo: "Para que vos acomodásseis sobre eles, para assim
recordar-vos das mercês de vosso Senhor, quando isso acontecesse. Dizei: Glorificado
seja Quem no-los submeteu, o que nunca teríamos conseguido fazer."
(Zukhruf 43:13) Na mesma consideração, porém, o Alcorão descreve o mundo
animal como um mundo independente, que tem seu próprio sistema, suas próprias
leis, formações sociais e relações entre seus elementos, com seu Senhor, com o
homem, as plantas e o mundo material. O Alcorão descreve isso
dizendo: "Não existem seres que andem sobre a terra, nem que voem no
céu, que não constituam nações semelhantes a vós. Nada omitimos no Livro; então,
serão congregados ante seu Senhor." (An`am 6:38) Portanto, os animais
são criaturas como nós, que possuem seus próprios sistemas, dos quais até agora
o homem não foi capaz de descobrir muito. O Alcorão retrata os animais
como criaturas que conhecem seu Senhor, se dirigem a ele e têm suas próprias
formas de oração, "dhikr" e prostração de acordo com a sua
existência, ainda que os homens, em sua maioria, não sejam capaz de perceber
isso. E como o homem, os animais possuem sua própria riqueza no mundo natural,
que é o propósito de Deus Onipotente para eles. Além disso, Deus, através
de Sua graça e bençãos, criou animais para o serviço do homem, para que se
sirva de suas carnes e derivados, utilize seu pêlo e outras partes (para
vestimenta e propósitos de agricultura) ou os use como montaria, transporte ou
no cultivo da terra, ou ainda, os mantenha como fonte de beleza, decoração ou
riqueza. O Alcorão põe o mundo animal lado a lado com o mundo dos homens,
para que o homem viva com essa criatura como parte de seu ambiente, e ainda,
que seja responsável por sua proteção. Por isso o Islam proíbe a agressão e a
crueldade com os animais e proíbe sua caça (exceto em época de necessidade) ou
matança inútil. O direito e a superioridade dada ao homem sobre os animais
consiste em que os use com bondade e tolerância. As leis islâmicas advertem
contra o dano aos animais ou a seu ambiente, como por exemplo, a destruição de
suas pastagens ou a matança (injustificada); com exceção dos animais que são
prejudiciais ao homem, quando necessário. Em situações que matá-los significa
preservar a saúde e a vida (serpentes, escorpiões, etc). Com efeito,
quando analisamos as leis islâmicas, percebemos as admiráveis razões para a
proteção dos animais. Narrou-se do Santo Profeta (saas) que ele advertiu contra
a matança das abelhas e dos asnos selvagens (para comer sua carne).
Mencionou-se que a segunda proibição teria sido para impedir a extinção desses
muares. Em outra tradição, proíbe-se o pegar os pássaros em seus ninhos durante
a noite ou antes de que tenham crescido o suficiente para voar. A razão disso é
que os princípios islâmicos respeitam a lei do equilíbrio ambiental entre o
homem e os animais, por conseguinte, os animais possuem o direito de se
protegerem de qualquer intruso quer seja pela fuga ou revoada, sendo que na
situação mencionada não podem exercê-lo. A lei que mencionamos
anteriormente,"la dharara wa la dhirara" tem um efeito predominante
no campo da proteção e da preservação do ambiente animal. Como na proibição da
caça e da pesca na estação reprodutiva, ou na proibição de se lançar
substâncias venenosas nos rios para matar os peixes, ou da destruição das
árvores e colheitas, ou de se provocar o alastramento da corrupção na terra.
Dessa descrição alcorânica, podemos inferir a visão islâmica com respeito aos
animais e nossa responsabilidade com este universo, e de como devemos conviver
com ele. Já vimos a tradição profética que diz: "Um muçulmano não
cultivará uma planta que um homem ou animal coma de seus frutos, sem que tenha
uma recompensa por isso." Portanto, toda boa ação que um homem realiza,
como proteger um outro ser humano ou algum animal, tem uma recompensa. O que
demonstra que o Islam se preocupa e encoraja a proteção e a preservação dos
animais, e que estes possuem seus próprios direitos e recursos, como os
seguintes versículos afirmam: "Comei e apascentais vosso gado! Em
verdade, nisto há sinais para os sensatos." (Taha 20:54) "E o
fruto e a forragem, para o vosso uso e do vosso gado." (Abasa
80:31-32) "Não existe criatura alguma sobre a terra cujo sustento não
dependa de Deus..." (Hud 11:6) Do ponto de vista islâmico a proteção
e a alimentação dos animais são atos de caridade e a matança (desnecessária) e
o tratamento cruel a eles é uma ação proibida (passível de severa punição). Por
outro lado, as leis islâmicas proíbem a mutilação dos animais ou a mudança de
suas formas, como corte de orelhas, a castração, etc., quer seja manual ou
mecanicamente, com o uso de instrumentos modernos. Deus amaldiçoou Satã que ilude
o homem, que tenta seduzi-lo para realizar esse ato agressivo, e Deus
Onipotente, citando a astúcia de Satã contra o homem, diz: "(Disse
Satã) Ordenarei a eles aparar as orelhas do gado e os incitarei a desfigurar a
criação de Deus! Contudo, aquele que tomar Satã por protetor , em vez de Deus,
claramente ter-se-á perdido." (Nisa` 4:119) Mediante esses textos,
leis e conceitos podemos compreender os princípios islâmicos que conclamam à
proteção dos animais e do meio ambiente. O Governo e a Proteção Ambiental.
O Islam denomina como governo uma força política responsável pela proteção do
bem estar de seus cidadãos, pela administração e o planejamento das questões da
sociedade. Essa orientação ou proteção abrange todos esses diferentes
empreendimentos, políticos, financeiros, sociais e sanitários... etc, para
preservar o sistema da vida, o qual inclui a personalidade, o físico, o
intelectual e o âmbito material. Os eruditos islâmicos resumiram esse conceito
como o principal componente no sistema social do Islam, e o que possui o
princípio mais amplo e universal, que é: O Islam veio com o intuito de proteger
os melhores interesses do homem e repelir a corrupção da terra. De modo
semelhante, esses princípios agem no sentido de organizar as leis naturais, a
lei do "la dharara wa la dhirara", que um texto profético, que atua
no campo da vida legislativa do homem. Assim sendo, existem normas ou
princípios intelectuais e legislativos que habilitam o governo, e o obrigam à
proteção ambiental, que são: La dharara wa la dhirara" 2. O Islam
veio com o intuito de proteger os melhores interesses do homem e repelir a
corrupção da terra. 3. O governo islâmico é responsável pela proteção do
bem-estar de seus cidadãos e por seus interesses gerais, como o Santo Profeta
(saas) disse: "O líder é um pastor e é responsável por seu rebanho.
"De acordo com esses princípios, um governo, do ponto de vista islâmico, é
responsável pela preservação do ambiente e da natureza, pois a preservação do
ambiente humano, dos animais e dos vegetais é o mais evidente aspecto dos
interesses do homem, da preservação e o impedimento da corrupção na vida
material. Assim, essas normas intelectuais e legislativas habilitam o governo a
proibir o corte de florestas, ou a destruição das árvores frutíferas, a caça ou
a pesca nas estações reprodutivas, ou a caça em regiões que o número de animais
é menor, para preservá-los da extinção (...) etc. O governo também é
responsável pelo impedimento ou proibição de qualquer ato que seja prejudicial
ao meio ambiente, como o uso de substâncias tóxicas ou venenosas, ou que
contenham micróbios com o risco de contágio, ou a construção de indústrias que
causem poluição dentro da cidade depositando resíduos na proximidade de
habitações ou comunidades. Porque todas essas práticas são danosas e
destrutivas do sistema da vida e espalham a corrupção na terra, após ela ter
sido bem organizada e edificada, o Alcorão proíbe isso em sua declaração:
"E não corrompais a terra, depois dela ter sido pacificada..." (A`raf
7:56) Louvado seja Deus, o Senhor dos Mundos. www.mesquitadobraz.org.br.
Abraço. Davi