segunda-feira, 25 de maio de 2015

Refutação ao Suposto Niilismo Budista.



Desde o dia mesmo em que o primeiro místico encontrou os meios de comunicação entre este mundo e os mundos das hostes invisíveis, entre a esfera da matéria e a do puro espírito, concluiu ele que abandonar essa misteriosa ciência à profanação do vulgo seria perdê-la. Abusar dela levaria a humanidade a uma rápida destruição; seria o mesmo que fornecer bombas explosivas a um grupo de crianças e dar-lhes fósforos. O primeiro adepto iniciou apenas uns poucos selecionados, e guardou o segredo das multidões. Ele reconheceu seu Deus e sentiu que o grande Ser estava consigo. O Atman, o Si Mesmo, o Poderoso Senhor e Protetor, assim que o homem o conheceu como o Eu Sou, o Ego Sun, o Asmi, deu a prova de todo o seu poder àquele que era capaz de reconhecer a voz do silêncio. Desde os dias do homem primitivo, descritos pelo primeiro poeta védico (Vedas são escrituras sagradas hindus), até a nossa época moderna, não houve um único filósofo digno desse nome que não tenha conquistado, no santuário silencioso de seu coração, a grande e misteriosa verdade. Se era um iniciado, ele a aprendeu como uma ciência sagrada; se não, como Sócrates (469 AC 399), que repetia a si mesmo, assim como a todos os seus colegas, o nobre preceito, "OH! homem, conhece-te a ti mesmo", conseguiu reconhecer seu Deus em si mesmo. Salmos 82:6 "Eu disse: vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo". Diz o rei salmista, e vemos que Jesus lembra aos escribas que a expressão "sois deuses", João 10:33,34 "Os judeus responderam, dizendo-lhe: não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia, porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo. Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse; Sois Deus?”, se dirigia a outros homens mortais e que ele reclamava para si o mesmo privilégio sem incorrer em qualquer blasfêmia. E, como um eco fiel, Paulo, embora afirmando que somos todos "o templo do Deus vivo" I Coríntios 3:16 "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós", acrescenta cautelosamente que afinal de contas todas essas coisas são apenas para os sábios, e que não é licito falar delas. Portanto, devemos aceitar o convite, e anotar simplesmente que mesmo na fraseologia bárbara e torturada do Codex Nazaraeus, encontramos a mesma ideia. Como uma corrente subterrânea, rápida e clara, ela flui sem misturar sua pureza cristalina com as ondas lodosas e pesadas do dogmatismo. Encontramo-la no Codex, assim como nos Vedas, na Avesta, no Abhidharma, tanto nos Sankhya Sutras de Kapila como no Quarto Evangelho. “Explicações complementares sobre o Abhidharma. O Tipitaka ou cânone em Pali foi compilado durante os três grandes concílios que ocorreram na Índia depois da morte do Budha. O primeiro concílio ocorreu em Rajagaha três meses depois do Parinibbana do Budha. Nesse concílio se reuniram 500 monges arahants liderados pelo venerável Mahakassapa, onde foram recitados todos os ensinamentos do Budha. A recitação do Vinaya pelo venerável Upali foi aceita como o Vinaya Pitaka; a recitação do Dhama pelo venerável Ananda ficou estabelecida como o Sutta Pitaka. O terceiro concílio ocorreu em Pataliputra, duzentos anos depois do Parinibbana do Budha e nesse concílio o Abhidharma foi recitado. Mas esta explicação não é suficiente para dar resposta à questão sobre como surgiram esses textos. Ao contrário dos Suttas e dos relatos das regras monásticas no Vinaya, os livros do Abhidharma não trazem qualquer informação quanto à sua origem. Os comentários, no entanto, atribuem essa dissertação ao próprio Budha. O Atthasalini, que traz o relato mais explícito, menciona que o Budha concretizou o Abhidharma na noite da sua iluminação e que a investigação em detalhe foi realizada durante a quarta semana após a iluminação. Depois disso, durante o sétimo retiro das chuvas o Budha ensinou o Abhidharma para as divindades do Paraíso de Tavatimsa que incluía uma divindade que havia sido antes a sua mãe. Como demonstração de gratidão para com a sua mãe, que havia falecido sete dias depois do seu nascimento, o Budha ensinou o Abhidharma durante três meses, para que aquela divindade pudesse alcançar a libertação final. A cada manhã, durante esse período, ele voltava ao plano humano para a sua refeição diária, quando então, ensinava os métodos ou princípios da doutrina que ele havia tratado para o seu discípulo principal Sariputra. A elaboração detalhada dos ensinamentos do Abhidharma a partir dos princípios gerais definidos pelo Budha é atribuída a Sariputra que teria transmitido esses ensinamentos aos seus discípulos mais próximos. http://www.acessoaoinsight.net. Não podemos atingir o Reino dos Céus sem antes nos unir indissoluvelmente com nosso Rex Lucis, o Senhor do Esplendor e da Luz, nosso Deus Imortal. Devemos primeiro conquistar a imortalidade e "tomar o reino dos céus pela força" Mateus 11:12 "Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus é tomado à força, e os que usam da força se apoderam dele", oferecido ao nosso Eu material. I Coríntios 15:47, 51 "O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do Céu. (...). Eis aqui vos digo um mistério; na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados". Na região de Sakyamuni, o Budha, que os eruditos comentadores se têm comprazido em considerar como puramente Niilista, (niilismo é o ponto de vista que afirma ser as crenças, as verdades e os valores tradicionais sem fundamento, sentido e utilidade. Figurativamente seria a ausência absoluta de fé e crença. Aniquilamento, destruição ou aniquilação completa, não existência) a doutrina da imortalidade é definida com muita clareza, não obstante as ideias europeias, ou antes, cristãs, sobre o Nirvana (estado onde não mais o Karma exerce sua causa e efeito, a essência divina d’alma está totalmente liberta do ciclo de nascimento, morte e renascimentos). Nos livros sagrados jainistas de Pattana, o Gautama Budha desfalecido é assim interpelado: "Sobe ao Nirvi (Nirvana) saindo desse corpo decrépito ao qual foste enviado. Sobe à tua morada anterior, Oh! abençoado Avatar!". Isto não nos parece o próprio oposto ao Niilismo. Se Budha é convidado a retornar à sua "morada anterior", e essa morada é o Nirvana, então é incontestável que a filosofia Budista não ensina a aniquilação final. Assim como se pretende que Jesus apareceu a seus discípulos após a morte, do mesmo modo acredita-se ainda hoje que Budha retornará do Nirvana. E se ele existe ai, tal estado não é um sinônimo de aniquilação. Gautama Budha, assim como todos os  grandes reformadores, tinha uma doutrina para os seus "eleitos", esotérica, e outra para as massas, exotérica, embora o objetivo principal de sua reforma consistisse em iniciar, na medida em que era permissível e prudente fazê-lo, sem distinção de castas ou riquezas, nas grandes verdades até então mantidas em segredo pela egoísta classe bramânica. Budha Sakyamuni foi o primeiro, na história humana, quem, movido pelo generoso sentimento, reúne toda a humanidade num único amplexo (abraço), convidando o "pobre", o "aleijado" e o "cego" à mesa do festival real, da qual excluiu aqueles que haviam até então se sentado a sós, em orgulhoso isolamento. Por ele quem, com mão enérgica, abriu pela primeira vez a porta do santuário ao pária, ao decaído e a todos os "aflitos dos homens" vestidos em ouro e púrpura, porém que eram amiúde (frequentemente) mais dignos de piedade do que os proscritos (exilado) a quem apontavam desdenhosamente o dedo. Tudo isso fez Sidhartha Budha seis séculos antes de Cristo, tão nobre quanto bondoso, embora favorecido pela sorte, em outra terra. Se ambos, conscientes do grande perigo de fornecer a uma população inculta a espada de dois gumes do conhecimento que dá poder, deixaram na mais profunda sombra o quadrante mais interno do santuário, quem, familiarizado com a natureza humana, poderá censurá-lo por isso? Mas ao passo que um agiu por prudência, o outro foi forçado a censurá-lo por isso. Sakyamuni Budha deixou intacta a parte esotérica e mais perigosa do "conhecimento secreto", e viveu até a idade avançada de oitenta anos, com a certeza de ter ensinado as verdades essenciais, e de a elas ter convertido um terço do mundo; Jesus prometeu a seus discípulos o conhecimento que confere ao homem o poder de produzir milagres ainda maiores do que aqueles que ele fizera, João 14:12 "Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crer em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai", e morreu, deixando apenas uns poucos homens fieis, a meio caminho do conhecimento, para lutarem com o mundo ao qual não podiam comunicar senão o que eles próprios conheciam pela metade. Mais tarde, seus seguidores desfiguraram a verdade ainda mais do que eles próprios o haviam feito. Não é verdade que Budha nunca ensinou qualquer coisa a propósito da vida futura, ou que ele negou a imortalidade da alma. Perguntai a qualquer budista inteligente quais são suas ideias sobre o Nirvana, e ele expressar-se-á como fez o conhecido Wong Ching Foo (1847-1898), o orador chinês, agora em viagem a este país, a autora se expressa assim pois este livro do qual o texto é retirado foi publicado em 1877, numa recente conversa conosco sobre o Niepang (Nirvana), Este estado, observou ele, segundo todos entendemos, significa uma reunião final com Deus, que coincide com a perfeição do espírito humano por sua libertação final da matéria. É exatamente o contrário da aniquilação pessoal. O Nirvana significa a certeza da imortalidade pessoal no Espírito, não na alma, que como uma emanação finita, deve certamente desintegrar suas partículas, um composto de sensações humanas, paixões e anseios por alguma espécie objetiva de existência, antes que o espírito imortal do Ego esteja completamente livre, e por conseguinte certo de não mais sofrer qualquer forma de transmigração. E como pode o homem atingir esse estado, enquanto o Upadhana (no budismo theravada é apego ou combustível, aquilo que os alimenta ou dá sustento. O apego é uma intensificação do desejo Tanha. Os quatro tipos de apego são: às sensualidade, às ideias, a preceitos e rituais e as ideias da existência de um Eu), esse estado de anseio pela vida, e mais vida, não desaparece do ser senciente (capaz de sentir ou perceber através dos sentidos), do Ahamkara (significa Ego, referindo-se ao Eu e suas diversas manifestações, identificando-se com elas) vestido, contudo, com um corpo sublimado? (sublime, elevado) É o Upadana, o intenso desejo, que produz a vontade, e é a vontade que desenvolve a força, e esta gera a matéria, ou qualquer objeto provido de forma. Assim, o Ego desencarnado, movido por esse desejo imortal que nele reside, fornece inconscientemente as condições de suas sucessivas auto procriações em várias formas, que dependem de seu estado mental e de seu Karma, as boas e más ações de sua existência anterior, comumente chamadas de "mérito e demérito". Eis por que o "Mestre" recomendava a seus mendicantes o cultivo dos quatros graus de Dhyana (se refere a um dos aspectos da contemplação ou meditação), o Nobre Caminho das Quatro Verdades, essa aquisição gradual da indiferença em face da vida ou da morte; esse estado de auto contemplação espiritual durante a qual o homem perde completamente de vista sua dupla individualidade física, composta de corpo e alma, e unindo-se com seu terceiro Eu Imortal e Superior, o homem real e celeste, mergulha, por assim dizer, na Essência Divina, donde o seu próprio espírito procede como uma centelha oriunda de uma chama comum. Assim, o Arhant, o santo mendicante liberto dos entraves da sabedoria psíquica terrestre e demoníaca, como a designa São Tiago, e sendo natureza onisciente e onipotente, pode sobre a terra, por meio simplesmente de seu pensamento, produzir os maiores fenômenos. Tiago 3:1,2,5 " Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavras, o tal é perfeito, e poderoso para também refrear todo o corpo. Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grande coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia". Do livro Ísis Sem Véu de Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891). Abraço. Davi.

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