sábado, 16 de maio de 2015

Caminho e Fruto.



Este texto é de Ayya Khema (1923-1997), de nacionalidade alemã, tornando-se monja budista em 1979, no Sri Lanka, e foi uma das mais influentes líderes budistas. Ela estabeleceu o Wat Budha Dhamma, um monastério na tradição das florestas perto de Sidney, Austrália, em 1978. No Sri Lanka, ela criou o International Buddhist Women’s Center, em Colombo, para treinamento de monjas e na Alemanha estabeleceu o Budha Haus, em Berlim, inaugurado em 1989. “Ter ambição parece ser um fenômeno natural na constituição humana. Algumas pessoas querem ser ricas, poderosas ou famosas. Algumas querem ser muito versadas, com muitos diplomas. Outras querem apenas encontrar um pequeno nicho para si mesmas de onde possam olhar pela janela e ver a mesma paisagem todos os dias. Algumas querem encontrar um companheiro(a) perfeito(a) ou tão perfeito(a) quanto possível. Mesmo quando não estamos vivendo no mundo, mas num monastério, temos ambições: tornarmo-nos excelentes meditadores, estarmos perfeitamente em paz, que esse estilo de vida produza resultados. Sempre há algo pelo qual esperar. Porque isso? Porque isso está no futuro, nunca no presente. Ao invés de dar atenção ao presente, estamos esperançosos por algo melhor que possa vir, talvez amanhã. Então, quando surge o amanhã, ele se converte novamente no dia seguinte, porque ainda não foi perfeito o suficiente. Se mudássemos essa rotina no nosso hábito de pensar e ao invés disso nos tornássemos atentos àquilo que está ocorrendo, então poderíamos encontrar algo que nos satisfizesse. Mas como estamos buscando algo que ainda não existe, mais perfeito, mais maravilhoso, mais recompensador, então não iremos encontrar absolutamente nada, porque estamos buscando algo que não está presente. O Budha descreveu dois tipos de pessoas, a comum, Puthujjana, e a nobre, Ariya. Obviamente, tornar-se uma pessoa nobre é uma ambição que vale a pena, mas se continuarmos buscando isso em algum momento no futuro, isso nos irá escapar. A diferença entre uma pessoa nobre e uma pessoa comum é que a primeira experimentou na consciência o "caminho supramundano e o seu fruto", Magga Phala. O momento do primeiro caminho supramundano é denominado "entrar na correnteza", Sotapatti, e a pessoa que o experimenta é chamada "aquela que entrou na correnteza", Sotapanna. Se colocarmos isso na nossa mente como um objetivo para o futuro, isso não irá se concretizar, porque não estaremos usando toda a nossa energia e força para reconhecer cada momento. Apenas no reconhecimento de cada momento, poderá ocorrer o momento do caminho supramundano. O fator que distingue uma pessoa comum de uma pessoa nobre é a eliminação dos três primeiros grilhões que nos aprisionam ao ciclo de existências. Esses três, que obstruem a pessoa comum são: a ideia incorreta em relação ao Eu, a dúvida e o apego a preceitos e rituais, Sakkayaditthi, Vicikiccha e Silabbatta Paramasa. Todos aqueles que não entraram na correnteza estão aprisionados por essas três crenças incorretas e por ações que os afastam da libertação e que os conduzem ao cativeiro. Analisemos primeiro a dúvida. É aquele pensamento irritante no fundo da mente: "Deve haver um modo mais fácil" ou "Tenho certeza que poderei encontrar a felicidade em algum lugar neste mundo enorme." Enquanto houver dúvida de que o caminho da libertação conduz para fora do mundo, e a crença de que a satisfação pode ser encontrada dentro do próprio mundo, não existe possibilidade da realização nobre, porque a pessoa estará olhando na direção errada. Dentro deste mundo com suas pessoas e coisas, animais e posses, paisagens e contatos sensuais, não há nada que possa ser encontrado além daquilo que já conhecemos. Se houvesse mais, porque isso não seria facilmente discernível, porque não o encontramos? Deveria ser muito fácil de ser visto. O que então estamos procurando? É óbvio que estamos procurando a felicidade e a paz, da mesma forma como todas as demais pessoas. A dúvida, essa alarmista, diz: "Tenho certeza que se eu lidar com isso com um pouco mais de destreza do que da última vez, serei feliz. Tem algumas coisas que ainda não tentei." Talvez ainda não tenhamos pilotado nosso próprio avião ou vivido numa caverna no Himalaia, ou velejado ao redor do mundo, ou escrito aquele romance best seller. Todas essas são coisas maravilhosas para serem feitas no mundo, exceto que são um desperdício de tempo e energia. A dúvida se manifesta quando não estamos muito seguros em relação a qual deve ser o nosso próximo passo. "Para onde irei, o que farei?" Ainda não descobrimos o rumo. A dúvida é um grilhão na mente enquanto a luminosidade que provém do momento do caminho supramudano que é superior ao mundo ou está fora dele ainda estiver ausente. A consciência que surge nesse momento remove toda a dúvida, porque experimentamos a evidência por nós mesmos. Quando mordemos uma manga, sabemos qual é o seu sabor. A ideia incorreta em relação ao Eu é o grilhão mais prejudicial que acossa (perseguir com empenho) a pessoa comum. Ela contém a noção "isso sou Eu" que está profundamente arraigada. Talvez até nem seja "meu" corpo, mas há "alguém" que está meditando. Esse "alguém" deseja se iluminar, deseja entrar na correnteza, deseja ser feliz. Essa ideia incorreta relacionada a um Eu é a causa de todos os problemas que possam quiçá (saltar, pular) surgir. Enquanto houver "alguém" ali, essa pessoa estará sujeita a ter problemas. Quando não há ninguém ali, quem é que poderia enfrentar dificuldades? A ideia incorreta em relação a um Eu é a raiz que gera toda a dor, angústia e lamentação subsequentes. Com isso também surgem o temor e as preocupações: "Estarei bem, feliz, em paz, encontrarei aquilo que estou procurando, obterei aquilo que quero, terei saúde, riqueza e sabedoria?" Esses temores e preocupações são justificados com base no próprio passado. Nós nem sempre fomos saudáveis, ricos e sábios, nem obtivemos aquilo que queríamos, nem nos sentimos maravilhosos. Então há uma boa razão para estarmos preocupados e temerosos enquanto prevalecer a ideia incorreta relacionada a um Eu. Preceitos e rituais em si mesmos não são prejudiciais, apenas acreditar que eles sejam parte do caminho para Nibbana é danoso. "O Nibbana é libertação, em termos literais o desatamento da mente das impurezas mentais, contaminações do ciclo de renascimentos, e de tudo que pode ser descrito ou definido. Também denota a extinção de um fogo; carrega a conotação de acalmar, esfriar e pacificar. De acordo com a física que se ensinava nos tempos do Budha, o fogo se agarra ou adere ao seu combustível; quando extinto ele está desativado". Eles não necessitam sequer ser religiosos, embora pensemos neles dessa forma. Tal como oferecer flores e incenso num santuário, prostrando-se ou celebrando certos festivais e acreditando que isso irá acumular mérito suficiente para conduzir ao mundo dos Devas (deuses no budismo). É a devoção, respeito e gratidão com relação à Joia Tríplice que conta. Mas esse tipo de crença não está confinado apenas às atividades religiosas. Todas as pessoas vivem com preceitos e rituais, muito embora possamos não ter consciência deles. Nas relações humanas existem certas formas definidas sobre como agir em relação aos pais, aos filhos, aos companheiros. Como nos devemos portar no trabalho, em relação a amigos e estranhos, como devemos ser reconhecidos pelos outros, tudo está conectado a ideias preconcebidas com respeito ao que é correto e adequado numa certa cultura e tradição. Nada disso possui algum tipo de verdade intrínseca, tudo é fabricado pela mente. Quanto mais ideias tivermos, menos capazes seremos de ver a realidade. Quanto mais acreditarmos nelas mais difícil será abandoná-las. Quando imaginamos ser um certo tipo de pessoa, comportamo-nos de acordo com essa ideia em todas as situações. Não só pela maneira como colocamos as flores num santuário, mas também pela maneira como cumprimentamos as pessoas, e se o fazemos de acordo com um ritual estereotipado e não ditado por um coração e mente abertos. Essas obstruções se enfraquecem quando experimentamos o momento do primeiro caminho supramundano e o seu fruto. Ocorrem mudanças significativas na pessoa, que não são, é claro, visíveis externamente. Seria gracioso possuir uma auréola e uma aparência bem aventurada. Mas a mudança interior, em primeiro lugar, é que a experiência não deixa nenhuma dúvida quanto àquilo que deve ser feito nesta vida. O evento é totalmente distinto de qualquer coisa que tenha sido experimentada antes, tanto que a vida da pessoa até aquele momento passa a não ter mais importância. Nada que tenha importância fundamental será encontrado no passado. A única coisa importante é dar seguimento à prática para que aquela experiência mínima do primeiro momento do caminho possa ser fortificada, revivida e estabelecida com firmeza dentro da própria pessoa. O momento do caminho supramundano e o seu fruto se repete para aquele que retorna uma vez, Sakadagami, para aquele que não retorna, Anagami, e para o Iluminado, Arahant. Eles, não só são cada vez mais profundos, como também podem ser alongados. Poderíamos compará-los aos exames numa carreira universitária. Se alguém estiver estudando durante quatro anos numa universidade para obter um certo diploma, ele terá que ser aprovado nos exames ao fim de cada ano. Terá que responder a questões relativas ao conhecimento que foi absorvido a cada exame. E as questões se tornarão mais profundas, mais complexas e difíceis a cada exame. Apesar de estarem relacionadas sempre com o mesmo assunto, elas irão a cada vez requerer maior profundidade de entendimento. Até que ele finalmente consiga o diploma e não tenha mais que retornar para a universidade. Ocorre o mesmo com o desenvolvimento espiritual. Cada momento do caminho está baseado no anterior e diz respeito ao mesmo assunto, no entanto o seu alcance será mais profundo e maior. Até que se obtenha a aprovação no exame final e não seja mais necessário retornar. O momento do caminho supramundano não possui nenhum tipo de pensamento ou sensação. Não é comparável às absorções meditativas, Jhanas, embora esteja baseado nelas, pois só a mente concentrada é capaz de penetrar o momento do caminho, ele não possui as mesmas qualidades. As absorções meditativas possuem, nos seus estágios iniciais, os ingredientes de êxtase, felicidade e paz. Mais tarde, a mente experimenta a expansão, o nada e uma mudança de percepção. O momento do caminho não possui nenhum desses estados mentais. Ele possui uma qualidade de Não Ser. É um alívio tão grande, e muda a visão do mundo tão completamente, que é totalmente compreensível que o Budha tenha feito tamanha distinção entre uma pessoa comum e uma pessoa Nobre. Enquanto as absorções meditativas proporcionam uma sensação de unificação e de unidade, o momento do caminho nem isso contém. O momento do fruto, subsequente ao momento do caminho, é a compreensão da experiência e resulta numa reviravolta na percepção da existência.  Esse novo entendimento reconhece cada pensamento, cada sensação, como insatisfatório, Dukkha. O pensamento mais elevado, a sensação mais sublime, ainda possui essa qualidade. Apenas quando não há nada, não há sofrimento. Não há nada interno ou externo que contenha a qualidade da satisfação total. Devido a essa visão interior, a paixão por querer alguma coisa é descartada. Tudo foi visto como realmente é, e nada pode proporcionar a felicidade que surge através da prática do caminho e dos seus resultados. Nibbana não pode ser descrito corretamente como êxtase, porque o êxtase possui uma conotação de regozijo. Empregamos a palavra "êxtase" para as absorções meditativas, nas quais se inclui um senso de excitação. Nibbana não contém êxtase porque tudo aquilo que surge é visto como insatisfatório. "O êxtase de Nibbana" pode dar a impressão que a perfeita felicidade será encontrada, mas o oposto é verdadeiro. O que se descobre é que não há nada e assim não há mais infelicidade, apenas paz. Procurar pelo momento do caminho supramundano e pelo seu fruto não fará com que estes ocorram, porque somente a atenção momento a momento é capaz de realizar essa tarefa. Essa atenção irá por fim culminar na verdadeira concentração, onde o pensamento é abandonado e a absorção é total. Podemos então abandonar o objeto da meditação. Não precisamos empurrá-lo para o lado, ele irá desaparecer espontaneamente e a absorção mental ocorrerá. Se é necessário ter uma ambição na vida, esta é a única que vale a pena. Todas as demais não trarão satisfação. Não é necessário forçar a si mesmo para abandonar a dúvida. O que mais poderá ser colocado em dúvida quando a verdade foi experimentada? Se alguém golpeia a si mesmo com um martelo, irá sentir dor e não haverá dúvida quanto a isso. A pessoa saberá através da própria experiência. Os preceitos e rituais têm um fim interessante porque a pessoa que experimentou o momento do caminho, não irá se permitir desempenhar um papel sob nenhuma hipótese. Todos os papéis são ingredientes do irreal. A pessoa poderá dar seguimento a rituais religiosos, porque estes contêm aspectos de respeito, gratidão e devoção. Mas não haverá mais cerimônias no modo de relacionar-se com outras pessoas, ou situações, ou na maneira de inventar estórias sobre si mesmo, porque as reações serão com um coração aberto, espontâneo. Abandonar a ideia incorreta em relação ao Eu, é com certeza, a mudança mais profunda, que causa todas as demais mudanças. Para aquele que entrou na correnteza a ideia incorreta em relação ao Eu nunca mais surgirá intelectualmente, mas poderá ocorrer em termos de sensação, porque o momento do caminho foi tão efêmero que ainda não produziu o impacto total. Se tivesse produzido, teria resultado na Iluminação. Isso é possível e está mencionado nos discursos do Budha que isso ocorreu durante o período em que ele estava vivo, todos os quatro estágios de santidade realizados ao ouvir um discurso do Dhamma. "O Dhamma é constituição ou natureza de alguma coisa, norma, lei, doutrina; justiça, retidão, qualidade, objeto da mente, fenômeno. também princípios de comportamento que os seres humanos deveriam seguir de forma a se encaixar dentro da ordem natural das coisas. Qualidades da mente que devem ser desenvolvidas de forma a compreender a mente em si mesma". O fruto do momento do primeiro caminho supramundano tem que ser revivido, é necessário ressuscitá-lo repetidamente, até que o momento do segundo caminho supramundano possa surgir. É como repetir aquilo que se sabe, sem esquecer, para que se possa obter benefício disso. É muito benéfico recordarmo-nos em todos os momentos em que estivermos despertos que o corpo, sensação, percepção, formações mentais e a consciência são todos impermanentes e não possuem uma essência, mudando de momento a momento. Quer se tenha obtido uma visão direta do Não Eu, Anatta, ou apenas o entendimento disso, de qualquer modo deve-se trazer isso de volta para a mente e revivê-lo tão frequentemente quanto possível. Continuando a fazer isso, os problemas comuns irão surgir cada vez com menos frequência. Se nos mantivermos atentos à impermanência de tudo aquilo que existe, as nossas dificuldades irão parecer muito menos importantes e a ideia de um Eu irá mudar de modo sutil. A ideia que temos de nós mesmos é o nosso pior inimigo. Todos construímos um personagem, uma máscara que usamos, sendo que não queremos ver o que está por detrás dela. Tampouco permitimos que outrem possa ver. Depois de experimentar o momento do caminho, isso não será mais possível. Ao invés disso, a máscara, o temor e a rejeição vêm à tona. O melhor antídoto é relembrar repetidamente de que na verdade ali não há ninguém, apenas fenômenos, nada mais. Muito embora a visão interior possa não ser concreta o suficiente para dar substância a tal afirmação, essa declaração ajuda a enfraquecer o agarramento e o apego. O rumo da prática com certeza está direcionado para Entrar na Correnteza. No entanto, não existe nada para ser obtido, e tudo para ser abandonado. A não ser que isso seja feito, o momento do caminho supramundano não poderá ocorrer e continuaremos a viver da mesma forma como sempre vivemos. Acossados por Dukkha, obstruídos por Dukkha, sujeitos ao elogio e à crítica, ganho e perda, fama e má reputação, alegria e tristeza. "Dukkha tem várias traduções, mas segundo o glossário de termos budista em pali, num sentido tradicional Dukkha significa que nascimento é sofrimento, envelhecimento é sofrimento, enfermidade é sofrimento, morte é sofrimento; tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero são sofrimento; união com aquilo que é desprazeroso é sofrimento, a separação daquilo que é prazeroso é sofrimento; não obter o que si deseja é sofrimento; em resumo, os cinco agregados influenciados pelo apego são sofrimento". Os problemas usuais, todos causados pelo Eu, irão surgir repetidamente. A mudança verdadeira ocorre quando existe uma alteração decisiva na forma como nos vemos, de outro modo as dificuldades permanecem porque a mesma pessoa as estará gerando. Estar plenamente atento dentro e fora da meditação é a prática que irá produzir resultados. Significa fazer uma coisa de cada vez, com atenção à mente e para o corpo. Ao ouvir o Dhamma, apenas ouça. Ao sentar em meditação, apenas dê atenção ao objeto da meditação. Ao plantar uma árvore, apenas plante. Sem extravagâncias, sem julgamentos. Isso habitua a mente a estar presente em cada momento. Só assim poderá ocorrer o momento do caminho supramundano. Isso não se encontra num futuro distante, é possível, aqui e agora. Não há motivo porque uma pessoa inteligente, saudável, comprometida, não seja capaz de realizar isso com paciência e perseverança. Ouvimos que o desencantamento e o desapego são passos no caminho para a liberdade. Estes não terão significado e impacto a não ser que exista a visão de uma realidade totalmente diferente, uma que não contenha a proliferação do mundo. Quando alguém senta para meditar e começa a pensar, essa é a tentação da proliferação e diversificação, Papañca. O elemento Nibbana é único e não múltiplo. Poderíamos dizer que ele está vazio de tudo aquilo que conhecemos. Até que isso seja visto, o mundo continuará chamando, mas nós não precisamos acreditar em tudo. É uma tarefa difícil. Por isso é necessário que nos recordemos com frequência, de outro modo seremos aprisionados pela tentação. Não deveríamos nos surpreender quando não encontramos a felicidade; a proliferação e a diversificação não criam a felicidade, apenas a distração. Com certeza podemos experimentar o prazer através dos sentidos. Se alguém possuir bom karma haverá muitas ocasiões. Boa comida, belas paisagens, pessoas agradáveis, boa música, livros interessantes, uma casa confortável, sem muitos desconfortos físicos. Mas isso trará satisfação? Como não a tivemos no passado, porque deveríamos tê-la no futuro? Os caminhos supramundanos e os seus frutos trazem a satisfação porque estão vazios de fenômenos. O vazio não muda nem se torna desagradável e não lhe falta a paz, já que não há nada que possa perturbá-lo. Quando as pessoas ouvem ou leem sobre Nibbana, elas podem dizer: "Como posso não querer nada?" Quando a pessoa vir que tudo aquilo que pode ser desejado tem o propósito de preencher o vazio e a insatisfação interior, então terá chegado o momento de não querer nada. Isso vai além de "não querer", porque a pessoa agora aceita a realidade de que não há nada que valha a pena ter. Não querer nada possibilitará a experiência de que na verdade não há nada, apenas a paz e a tranquilidade. Budismo Theravada. http://www.nossacasa.net/shunya/. Abraço. Davi.

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