Neste primeiro capítulo se
descreve o combate entre o Bem e o Mal, que provêm do rompimento da Unidade,
tanto no Homem como na Natureza. O Homem em evolução, representado por Arjuna,
acha-se rodeado de ilusões que pertencem à sua natureza inferior, mortal, e
deve vencê-las; porém, como se acostumou a identificar-se com elas, falta-lhe o
necessário ânimo. Disse Dhritarâshtra (2), rei dos Kurus (1), falando com o
fiel Sanjaya: Conta-me, ó Sanjaya, os feitos dos meus guerreiros e os do
exército dos Pândavas (3), quando se reuniram para se combaterem no sagrado
campo dos Kuros. (2). Representa a vida material e as forças
cegas; (1) representam as forças inferiores da alma. (3). Significam as forças
superiores. Pôs-se a relatar Sanjaya: Quando o teu filho Duryôdhana (4), o
comandante supremo dos teus exércitos, ó rei, avistou as falanges dos Pandavas,
preparadas para o combate, se aproximou do seu preceptor Dro-na, o filho de
Bharadvaja, e disse: (4). Dificilmente vencível, obstinado.
Vê, ó Mestre, as poderosas multidões dos filhos de Pându, que constam de vastas
fileiras de guerreiros experientes e audaciosos, comandadas pelo valente e
sábio filho de Drupada, teu discípulo. Vê como é grande o número daqueles
combatentes fortes que ali estão em seus carros de guerra e com seus arcos e
flechas. Há, entre eles, heróis iguais a Bhima (5), e Arjuna (6).
(5). É a vontade espiritual. (6). É o homem em seu desenvolvimento. Lá estão:
Virâta, Yuyudhâna, Drupada, Dhristakêtu, Chekitâna, o rei dos Kasis, Purujit, Kuntiboja,
Saivya. Ali estão: o audaz Yudhâmanyo, o forte Uttamauja, o filho de Subhadra e
todos os filhos de Drupada (7). (7). Os heróis mencionados aqui e
nos seguintes versículos representam forças intelectuais, faculdades, paixões,
artes e ciência. Os "carros" são os corpos pelos quais essas forças
se manifestam no homem. As forças inferiores são servidoras do egoísmo e do
instinto cego, ao passo que as superiores agem em harmonia com a Vontade
Divina. Porém, igualmente do nosso lado, sob o meu comando, encontras os
melhores generais e heróis do nosso povo. Aqui estás tu mesmo, e conosco se Vê
Bhishma, Karna, Kripa, Asvatthâman, Vikarna, Somadatti. Todos estes e muitos
outros guerreiros fortes, valentes e experimentados, trazendo as suas armas
favoritas, prontos estão para combater por nossa causa, e com entusiasmo,
arriscarão a vida por mim. Porém, ó Mestre hei de confessar-te que este nosso
exército, se bem que muito valente e comandado por Bhishma (8), na minha
opinião não tem o número e a força suficiente, enquanto em nossa frente está o
inimigo, comandado por Ma, em posição ameaçadora, e muito mais forte (...) (8).
É o egoísmo. O exército dos Kurus, isto é, as forças inferiores, tem por chefes
o Egoísmo e a Obstinação; o exército Pândava, isto é, as forças espirituais
superiores, obedecem a Vontade Divina. Ordena, pois, aos capitães do meu
exército que todos ocupem os seus lugares e que se preparem para auxiliar e
defender o nosso comandante Bhima. Soprou então Bhima, o velho chefe dos Kurus,
em sua grande corneta e o seu toque soou como o rugido do leão, excitando a
coragem e o ânimo de seus guerreiros. E, em resposta, imediatamente se ouviu o
som tumultuoso de inumeráveis outras cornetas e conchas, címbalos, tambores e
trombetas, nas falanges os Kurus. Igualmente deram sinal bélico. Krishna, a
encarnação de Deus, e Arjuna, filho de Pându, que estavam em seu magnífico
carro de guerra, ornado com ouro e pedras preciosas, e puxado por cavalos
brancos (9). E responderam os instrumentos dos Pândavas em som repetido o
desafiador, como o som de trovão violento. (9). É o símbolo
da pureza; cavalo, o símbolo da força e da obediência. A corneta que tocava
Krishna, o dominador dos sentidos, fora feita de osso de gigante. O nome da
corneta de Arjuna era Devadatta (dom de Deus). O forte bhima tocava a corneta
com o nome de Paundra (o povo). Yudishtira, filho de Kunti, a (Vitória), Nakula
e Sahadeva tocavam a Harmonia e a Glória. Ouvia-se o toque dos famosos
guerreiros Kâsya, Sikhandin, Dhrishtadyumna, Virâta, Sâ-tyakij. E de Drupada e
seu povo, e dos filhos valentes de Subhadra. E vibrou o ar, como quando se
prepara uma horrível tempestade, e a superfície da terra vibrou no mesmo ritmo.
E o povo de Khritarâshtra estremeceu aterrorizado. Então Arjuna, em cuja
cimeira figurava um macaco (10), vendo que os Kurus estavam já em ordem de
batalha, e que as flechas começavam a voar pelos ares, tomou na mão o seu arco
e disse a krishna, que estava com ele no carro: (10). Tomado
como símbolo de audácia e empenho. Fazei parar, ó Imutável, o nosso carro no
meio do espaço entre estes dois exércitos opostos. Quero ver de perto os que
aqui estão reunidos com o desejo de nos matarem, e com os quais devo travar
sangrento combate. Deixa-me ver os meus inimigos, os partidários insensatos, os
partidários insensatos do malicioso e vingativo filho de Dhritarâshtra. Quando
Arjuna assim falou, Krishna fez parar o carro no meio do espaço entre os dois
exércitos contrários (11). (11). Antaskârana, a ponte ou o caminho entre a
terrena e a divina parte da mente. E viu Arjuna, que divididos em dois partidos
bélicos, ali estavam seus parentes: pais e filhos, irmãos, cunhados, avós e
netos, tios e sobrinhos, sogros e genros. Notou também que mestres,
benfeitores, amigos e camaradas ali estavam, preparados para se combaterem
reciprocamente (12). (12). Também as forças inimigas são
nossos amigos e mestres, pois por meio delas é que alcançamos a experiência;
elas são os degraus pelos quais o homem sobe até o conhecimento perfeito de si
mesmo. E quando Arjuna viu isso, entristeceu-se no seu nobre coração e, cheio
de aflição e dó, proferiu estas palavras: Óh Senhor, vendo eu as faces e os
vultos dos parentes que querem lutar uns contra os outros, sinto exaustos de
forças os meus membros e sem sangue o meu coração. As minhas pernas tremem, os
meus braços não me obedecem; a minha face está em agonia; a febre queima-me a
pele; os pensamentos se confundem no meu cérebro; todo o meu corpo está em
convulsões de horror; o arco cai das minhas mãos. Mais sinais vejo nos ares, e
estranhas vozes ouço falar ao redor de mim; estou todo confuso e indeciso. Não
vejo nada de bom em matar em guerra os meus parentes e meus companheiros. Não
desejo a glória de vencedor, Oh! Krishna! Não aspiro nem ao reino nem aos
prazeres, nem ao domínio; para que me serve o domínio, a riqueza ou a vida
mesma? Todas estas coisas me parecem muito vãs e sem agrado, enquanto que
aqueles para quem tudo isso seria desejável a própria vida! Tutores, pais
e filhos, avós e netos, tios e sobrinhos, primos, cunhados, mestres e
companheiros vejo perante mim; não quero matá-los, embora eles tenham sede do
meu sangue. Não quero matá-los, embora com isso obtivesse o reino dos três
mundos, quanto mais pelo governo de um pedaço de terra! Se eu matar os meus consanguíneos,
os filhos de Dhritarâshtra, que felicidade ou gozo poderia me alegrar! Se nós
os derrotarmos, o remorso seria o nosso companheiro contínuo. Penso que devemos
abster-nos de matarmos os nossos parentes e consanguíneos; porque como
poderemos ser felizes, se exterminamos a nossa própria raça? Não podemos
desculpar-nos dizendo que eles são tão depravados e sedentos de sangue, que não
vêm mal algum em derramarem o sangue de seus parentes e amigos. Tal argumento
não nos justifica, porque nós sabemos melhor que a matança dos parentes é
grande pecado e horror. Tem-nos sido ensinado que, com o extermínio de uma
geração, se destrói a virtude, e com a destruição da virtude e da religião de
um povo, apoderam-se de toda a raça o vício e a impiedade. Onde reina a
impiedade, corrompem-se também as mulheres nobres, e onde a mulher está
corrompida, desaparece a pureza do sangue. A adulteração do sangue é precursora
do esquecimento dos ritos devidos aos antepassados, e estes (se as doutrinas do
povo são verdadeiras) (13), sendo privados dos sacrifícios de que se sustentam,
caem das alturas celestes. (13). A tradição, que prescrevia o
respeito à família, aos parentes, aos instrutores, aos ritos, a instituição e
deveres das castas (14), sem o que a alma cairia em condições
piores, antes e depois da morte. Terminam aqui as palavras do primeiro capítulo. Bhagavad Gita. A mensagem do Mestre. Tradução Francisco Valdomiro Lorenzo. Editora Pensamento. São Paulo - Brasil. A seguir faremos um breve resumo, (14) do sistema de castas
hindu. O Sistema de Castas (Varna) Indiano é dividido de acordo com a estratificação
do corpo de Brahma, sendo quatro principais as seguintes: A cabeça (Brahmanes)
representa os sacerdotes, filósofos e professores. Os braços (Xátria) são os
governantes e lideranças sócio comunitárias. As pernas (Vaixás) são os
comerciantes e os agricultores. Os pés (Sudras) são os artesãos, os operários e
os camponeses. A "poeira dos pés", não foram originados do corpo de
Brahma, por isso pertencem às castas, são os Dalit ou Párias, chamados de
intocáveis a quem Mahatma Gandhi (1869-1948), que combateu com todas as suas
forças esse injusto e ultrajante sistema social, deu o nome de Harijan ou os
filhos de Deus. Esses são considerados "impuros", e ninguém ousa
tocar-lhes. Os Harijan ou Párias. fazem os trabalhos considerados mais
desprezíveis como: recolha de resíduos (lixo), dejetos das vacas, coveiros,
talhantes, etc. Na sequência das invasões Mongóis na Índia (século XIII)
milhões de Párias converteram-se ao Islamismo, uma religião que não os
ostracizava (discriminava). Oficialmente, desde quando a Índia adotou uma
Constituição (1950), o Sistema de Castas foi abolido em todo seu território.
Contudo as tradições e a forte religiosidade ainda resistem as ações
governamentais e transformações econômicas, que atingem a realidade presente
dos indianos. Enquanto isso o regime tradicional já contabilizou mais de três
mil classes e sub classes que organizam esse complexo sistema de estratificação
social. Infelizmente as injustiças sociais estão presentes em todos os
continentes e países, sejam eles ricos ou pobres. Vejamos na Europa os recentes
imigrantes que chegam do continente africano, ilegalmente, sendo traficados por
homens avarentos e corruptos, que por quantias ilícitas e extorquindo essas
pessoas fazem-nas seguir viagem em botes, precariamente instalados ou em barcos
sem nenhum aparelhamento de segurança. Esses indivíduos pobres, simples e
humildes, enganados, em muitos casos com famílias; arriscam suas vidas na
travessia pelo mar Mediterrâneo para chegarem à costa italiana ou suas ilhas
transcontinentais da Córsega, Sardenha e Sicília. O inescrupuloso e temível
líder líbio deposto Moama Kadaffi (1969-2011), quando vivo, fazia algo de
positivo, pois sendo a Líbia uma rota ilegal de tráfico humano, mais acessível
a viagem pelo mar, "negociava" com os governos europeus cotas de
imigrantes africanos à viagem para países do Velho Mundo com um mínimo de
segurança em embarcações vistoriadas por seu governo. Desse modo os incidentes
em alto mar eram menos frequentes, e essas pessoas chegavam com documentos e em
alguns casos passaportes, como garantia de entrada, para seus respectivos
países de destino. Mas hoje, as coisas mudaram. A Líbia está fracionada em
várias regiões governada por rebeldes de facções contrárias, não havendo
consenso em coisas básicas e a população civil sofre com a fome, o medo e a
insegurança com esse desgoverno; e o pior sem perspectiva de uma reconciliação
nacional a curto ou médio prazo. Assim temos assistido pela TV, os noticiários
relatarem as tragédias em que grande parte desses imigrantes africanos
morrem em alto mar; e lamentavelmente poucos os que são resgatados pela
guarda costeira italiana, conseguindo chegar ao continente em segurança. E os
que alcançam seu intento, quando não têm documentação pessoal são presos e
repatriados. Uma condição claramente percebível de "casta social",
pois ao chegarem acabam vivendo em "guetos" ou favelas coletivas
nesses países, devido a não terem profissões e não balbuciando nada em suas
línguas; como agravante às condições sócio profissionais entre os europeus está
cada vez mais difícil. Exceção feita, talvez, a Alemanha, mas seu alto padrão
científico não comporta trabalhadores desqualificados em seu mercado formal de
emprego concorrido e restrito. Evidentemente esse grande contingente humano que
chega não tem mão de obra habilitada, causando problemas sócios culturas e
acirrando a xenofobia entre os europeus. Esse problema tem sido compartilhado
por países da União Europeia, sendo uma questão humanitária ajudar esses
africanos que fogem de seus territórios por causa das guerras tribais, fome,
epidemias, endemias, desemprego, mortalidade infantil, desgovernos nacionais,
levantes de rebeldes, terrorismo do Boko Haram no norte da África e outras
situações. O mínimo que a Europa pode fazer é estender a mão para consolo e
esperança desses pessoas e seus familiares, que buscam uma mínima condição
social em lugares estranhos à seu habitat normal. Isso é uma ótima maneira de
diminuir o carma negativo nacional, acrescentando méritos e beatitudes para as
futuras gerações de seus párias. Outro exemplo gritante de "castas
sociais" acontece atualmente no Estado de Israel. Segue a notícia no
http://www1.folha. uol. com.br. "Uma manifestação anti racismo promovida
por judeus etíopes no centro da capital de Israel, Tel Aviv, neste domingo
(03/04/15) terminou em conflito com a cavalaria israelense, que resultou em
mais de 50 feridos; 46 policiais e 7 manifestantes segundo a polícia, sendo que
26 manifestantes foram presos. O estopim do ato que reuniu mais de 3000
pessoas, foi a divulgação, na última semana, do vídeo de uma câmara de circuito
fechado que mostrou policiais espancando um soldado negro de origem etíope.
Dois soldados foram suspenso e estão sendo investigados por uso excessivo da
força. Os participantes do protesto viraram um carro policial e atiraram pedras
e garrafas contra integrantes da tropa de choque da polícia israelense que
estavam na praça Rabin, no coração da cidade. Os policiais usaram canhões
d'água e bombas de efeito moral pra dispersar a multidão. Segundo a TV de
Israel foram usadas bombas de gás lacrimogênio; informação que a polícia não
confirmou. "Chega desse comportamento da polícia. Não confiou mais neles;
quando vejo um policial eu cuspo no chão, declarou um manifestante, que não se
identificou ao Canal 2 de Israel antes da intervenção da polícia montada.
"Nossos pais foram humilhados por anos. Não estamos dispostos a esperar
mais tempo para ser reconhecidos como cidadãos iguais", afirmou outro dos
participantes do protesto ao Canal 10. Dezenas de milhares de judeus etíopes
foram levados a Israel em operações secretas nas décadas de 80 e 90, batizadas
de Operação Moisés e Operação Salomão, para resgatá-los da fome e da
instabilidade política na África. A comunidade etíope israelense, cerca de 135
mil dos mais de 8 milhões de habitantes do país, queixa-se de discriminação,
pobreza, raras oportunidades no mercado de trabalho formal, dificuldades de
inserção nas escolas e universidades, baixos remuneração em comparação aos
demais israelenses. Tudo isso agravado por episódio de brutalidade policial
como o registrado no vídeo. O premiê de Israel, Benyamin Netanyahu (1945- ), pediu calma
e prometeu conversar com o soldado espancado e com os atividades etíopes nesta
segunda feira (04/05). "Todas as reclamações serão ouvidas, mas não há
justificativas para o uso da violência, declarou Netanyahu". A ligação de
Israel com a Etiópia como os leitores do Mosaico sabem é desde os tempos
bíblicos. A rainha de Sabhá visitou o rei Salomão para conhecer sua afamada
sabedoria divina e o esplendor de seu reino, recebendo desse presentes e
riquezas; também o rei mandou construir em homenagem a esta visita um palácio
para a rainha na Etiópia. Especula-se entre o misticismo da cabala e o
esoterismo dos ortodoxos judeus que o original da Arca da Aliança,
confeccionada pelo profeta Moisés, sob as ordens de D'us, relatadas no Êxodo
22:10-22 estão na Etiópia. Verossimilhança é confirmada pela Igreja Ortodoxa
Etíope que assevera que a Arca da Aliança foi levada à Etiópia por Menelik I,
filho do rei Salomão com Makeda, a famosa rainha de Sabhá. A Arca estaria
guardada, secretamente, numa capela da Igreja de Santa Maria de Sion na cidade
de Aksum, no norte da Etiópia, onde um único sacerdote pode vê-la. A narrativa
desta tradição etíope, encontra-se no Kebra Negast, o Livro da Glória dos Reis
da Etiópia. O rei etíope Haile Selassie (1892-1975), que governou a Etiópia de
1930 a 1974, segundo algumas hipóteses tem sua ascendência na Tribo de Judá,
uma das doze tribos oriundas do Patriarca Hebreu Jacó. Assim as reivindicações
dos judeus etíopes é justa, pois passaram-se mais de três décadas e continuam
numa subliminar (não explícita) situação de "casta social". Em nome
da tradição histórica, fraternidade e solidariedade humanas, eles precisam
expandir suas conquistas tendo acesso aos bens materiais, direitos e obrigações
que os demais judeus israelenses e árabes já tem assegura legalmente através
(Constituição) das Leis Básicas de Israel. Os quase 1 milhão e meio de árabes israelenses, são um capítulo
a parte nessa questão. Com menos voz, os árabes em território israelense vivem hoje um regime de segregação parecido com o apartheid; têm menos direitos políticos, cidadãos e sociais. Não votam em todas as eleições, vivem em zonas mais pobres e, em geral, ocupam posto de trabalho menos qualificados, em setores como construção, serviços (garçons, faxineiros, cozinheiros), e em menor número na agricultura. De um modo geral, os judeus em Israel ganham mais do que os árabes que vivem em território israelense, que, por sua vez, ganham mais que os árabes que vivem na Cisjordânia e da Faixa de Gaza. Abraço. Davi.
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