Quando ouvimos sobre o termo mestre e discípulo, geralmente
encaramos como algo desnecessário para os dias atuais, tendo a impressão que
este tipo de relacionamento somente ocorria no distante passado. Entretanto,
nos campos da arte, esportes e no mundo acadêmico, a existência de um mentor
como exemplo e que possa direcionar para o caminho correto, é algo
absolutamente necessário para a obtenção do conhecimento e técnicas suficientes
para que o aprendiz consiga demonstrar todo o seu potencial. Em outras palavras,
a direção e o desenvolvimento de um indivíduo é profundamente influenciada pelo
mentor que se escolhe. A
influência de um mentor sobre os seus discípulos é crucial em qualquer campo de
atuação. E quando este está relacionado com os pilares da vida, se torna mais
importante no curso individual, pois a felicidade ou infelicidade pode ser
determinada pelo mestre que se escolhe para seguir. Por esta razão, o Budismo
enfatiza a relação entre mestre e discípulo. Que tipo de mestre devemos buscar? No décimo capítulo do Sutra de
Lótus consta: Se seguir este mestre e praticar seus ensinos, irá enxergar
miríades de Budhas. Quem é o mestre que nos
ensina como alcançar a revolução humana? Quem é o mestre que nos promete uma
felicidade indestrutível? Não é preciso dizer que seria Nitiren
Daishonin e o objeto de adoração do Nam myoho rengue kyo. O termo seguir significa
abraçar a fé, e praticar seus ensinos significa orar à Lei Mística. Quando se
escolhe abraçar Nitiren como mestre e praticar de
acordo com os seus ensinos, é possível visualizar miríades de Budhas que equivalem ao número de grãos de areia de seis
centenas de bilhões de rios Ganges. Em outras palavras, esta passagem nos
ensina que o budismo de Nitiren é capaz de levar
todas as pessoas ao estado de Budha, uma condição de
vida livre de todos os medos.
Muitos podem pensar que a relação entre mestre e discípulo é algo
ultrapassado, devido a discrepância entre os dois polos. O discípulo é encarado
como um ser subserviente (servil) ao mestre. Entretanto, este conceito é
totalmente descartado no budismo e esta relação tem como base a perfeita
igualdade. Como consta no capítulo Hoben do Sutra de
Lótus, não há diferenças essenciais entre mestre e discípulo. Aqui, o mestre é
referido como o Budha, e o discípulo é o indivíduo
que está no processo de se tornar iluminado. Assim, um Budha
expõe o ensino de sua iluminação com o claro objetivo de direcionar os seus
discípulos a despertarem para a Lei e atingir o mesmo estado iluminado. Embora
sejam independentes, ambos são inseparáveis, pois a partir do momento que o
discípulo atinge a iluminação, ele se torna o mestre de novos discípulos, num
processo de contínuo aperfeiçoamento em direção ao futuro. Neste ponto, reside
o significado do princípio de unicidade entre mestre e discípulo. O budismo não escraviza seus
adeptos com dogmas pré concebidos. Ao contrário, é uma filosofia viva e prática
que é transmitida de pessoa a pessoa, de mestre para discípulo. É dito que os
ensinos de um mestre somente pode ser transmitido para um discípulo munido de
um puro espírito de procura. Se não fosse desta forma, o budismo não poderia
ser compreendido, nem a vida e os ensinos de um mestre podem fluir
continuamente para as novas gerações. Assim, unir-se com o mestre significa
criar ondas de paz com o mesmo espírito exibido por ele. O princípio de unicidade de
mestre e discípulo, abre as portas do nosso próprio estado de Budha nesta existência, pois nos estimula a atingir e
superar os ideais do nosso mestre. Este representa o princípio, enquanto o
discípulo representa a ação e o desenvolvimento. Desta forma, os ideais do
mestre se concretizam através da atuação e trabalho do discípulo. Em outras
palavras, a grandiosidade do mestre se reflete na figura projetada pelo
discípulo. Na Grécia antiga, a pessoa que transmitiu os ensinos do filósofo
Sócrates (469 AC 399), foi o seu discípulo Platão (428 AC 347). No Budismo, Kasho e Ananda transmitiram os ensinos do Budha Sakyamuni; Shoan, os ensinos de Tientai e Gishin, as palavras de Dengyo. Os ensinos de Nitiren Daishonin (1222-1282)
foram transmitidos para Nikko Shonin
(1246-1333) e nos dias atuais, a Soka Gakkai, sob a presidência de Daisaku
Ikeda (1928- ), está promovendo em uníssono a veracidade do budismo em
meio a sociedade moderna. Em suas palavras ao membros da divisão dos
estudantes, o presidente Ikeda incentivou: "Pode ser dito que a prosperidade
ou declínio do pensamento de um mestre é determinado pelos seus sucessores. Eu
gostaria que todos os senhores se tornassem como o filósofo Platão, divulgando
os ideais da SGI, para as futuras gerações". http://www.maisbelashistoriasbudistas.com.br.
Abraço. Davi.
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