quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Shitei Funi. Unicidade entre o Mestre e o Discípulo



Quando ouvimos sobre o termo mestre e discípulo, geralmente encaramos como algo desnecessário para os dias atuais, tendo a impressão que este tipo de relacionamento somente ocorria no distante passado. Entretanto, nos campos da arte, esportes e no mundo acadêmico, a existência de um mentor como exemplo e que possa direcionar para o caminho correto, é algo absolutamente necessário para a obtenção do conhecimento e técnicas suficientes para que o aprendiz consiga demonstrar todo o seu potencial. Em outras palavras, a direção e o desenvolvimento de um indivíduo é profundamente influenciada pelo mentor que se escolhe. A influência de um mentor sobre os seus discípulos é crucial em qualquer campo de atuação. E quando este está relacionado com os pilares da vida, se torna mais importante no curso individual, pois a felicidade ou infelicidade pode ser determinada pelo mestre que se escolhe para seguir. Por esta razão, o Budismo enfatiza a relação entre mestre e discípulo. Que tipo de mestre devemos buscar? No décimo capítulo do Sutra de Lótus consta: Se seguir este mestre e praticar seus ensinos, irá enxergar miríades de Budhas. Quem é o mestre que nos ensina como alcançar a revolução humana? Quem é o mestre que nos promete uma felicidade indestrutível? Não é preciso dizer que seria Nitiren Daishonin e o objeto de adoração do Nam myoho rengue kyo. O termo seguir significa abraçar a fé, e praticar seus ensinos significa orar à Lei Mística. Quando se escolhe abraçar Nitiren como mestre e praticar de acordo com os seus ensinos, é possível visualizar miríades de Budhas que equivalem ao número de grãos de areia de seis centenas de bilhões de rios Ganges. Em outras palavras, esta passagem nos ensina que o budismo de Nitiren é capaz de levar todas as pessoas ao estado de Budha, uma condição de vida livre de todos os medos. Muitos podem pensar que a relação entre mestre e discípulo é algo ultrapassado, devido a discrepância entre os dois polos. O discípulo é encarado como um ser subserviente (servil) ao mestre. Entretanto, este conceito é totalmente descartado no budismo e esta relação tem como base a perfeita igualdade. Como consta no capítulo Hoben do Sutra de Lótus, não há diferenças essenciais entre mestre e discípulo. Aqui, o mestre é referido como o Budha, e o discípulo é o indivíduo que está no processo de se tornar iluminado. Assim, um Budha expõe o ensino de sua iluminação com o claro objetivo de direcionar os seus discípulos a despertarem para a Lei e atingir o mesmo estado iluminado. Embora sejam independentes, ambos são inseparáveis, pois a partir do momento que o discípulo atinge a iluminação, ele se torna o mestre de novos discípulos, num processo de contínuo aperfeiçoamento em direção ao futuro. Neste ponto, reside o significado do princípio de unicidade entre mestre e discípulo. O budismo não escraviza seus adeptos com dogmas pré concebidos. Ao contrário, é uma filosofia viva e prática que é transmitida de pessoa a pessoa, de mestre para discípulo. É dito que os ensinos de um mestre somente pode ser transmitido para um discípulo munido de um puro espírito de procura. Se não fosse desta forma, o budismo não poderia ser compreendido, nem a vida e os ensinos de um mestre podem fluir continuamente para as novas gerações. Assim, unir-se com o mestre significa criar ondas de paz com o mesmo espírito exibido por ele. O princípio de unicidade de mestre e discípulo, abre as portas do nosso próprio estado de Budha nesta existência, pois nos estimula a atingir e superar os ideais do nosso mestre. Este representa o princípio, enquanto o discípulo representa a ação e o desenvolvimento. Desta forma, os ideais do mestre se concretizam através da atuação e trabalho do discípulo. Em outras palavras, a grandiosidade do mestre se reflete na figura projetada pelo discípulo. Na Grécia antiga, a pessoa que transmitiu os ensinos do filósofo Sócrates (469 AC 399), foi o seu discípulo Platão (428 AC 347). No Budismo, Kasho e Ananda transmitiram os ensinos do Budha Sakyamuni; Shoan, os ensinos de Tientai e Gishin, as palavras de Dengyo. Os ensinos de Nitiren Daishonin (1222-1282) foram transmitidos para Nikko Shonin (1246-1333) e nos dias atuais, a Soka Gakkai, sob a presidência de Daisaku Ikeda (1928-  ), está promovendo em uníssono a veracidade do budismo em meio a sociedade moderna. Em suas palavras ao membros da divisão dos estudantes, o presidente Ikeda incentivou: "Pode ser dito que a prosperidade ou declínio do pensamento de um mestre é determinado pelos seus sucessores. Eu gostaria que todos os senhores se tornassem como o filósofo Platão, divulgando os ideais da SGI, para as futuras gerações". http://www.maisbelashistoriasbudistas.com.br. Abraço. Davi.

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