sábado, 8 de agosto de 2015

Benevolência Budista.

Tirar o sofrimento e levar felicidade. DAISHONIN TOMOU OS SOFRIMENTOS DE TODOS OS SERES VIVOS COMO PRÓPRIOS. Há uma parte "egoísta" em nós que funciona pensando constantemente em nós mesmos, e depois nos outros, somente se for necessário. Isto não é necessariamente algo ruim; é parte importante do que significa estar vivo. Quando o interesse próprio se converte na força dominante na nossa vida, porém, pode fazer-nos agir insensivelmente e até prejudicialmente para com os outros. Tem o potencial de fazer-nos egoístas e, se fica sem controle, inclusive criminosos. Por um lado, há momentos, especialmente nas emergências, quando o não ver-nos a nós mesmos pode ter resultados catastróficos. Se bem que todos temos à resolver nossos problemas, alguns destes não podemos resolvê-los sozinhos. Devemos confiar na ajuda de outros. Por outro lado, há momentos nos quais, estendendo a mão à outros, podemos ajudá-los de uma maneira na qual eles não podem ajudar-se a si mesmos. O que é necessário em tais circunstâncias é benevolência. Nos textos chineses e japoneses, incluindo as escrituras de Nitiren Daishonin (1222-1282), a palavra para benevolência compreende dois caracteres chineses. Pronuncia-se “ci bei” em chinês e “jihi” em japonês. O primeiro caractere, “ci” ou “ji”, é uma tradução da palavra sânscrita “maitri”, que significa "dar felicidade". O segundo, “bei” ou “hi”, provem do sânscrito “karuna”, que significa "tirar o sofrimento". Juntos, descrevem a função de aliviar os seres vivos do sofrimento e dar-lhes felicidade. Quase todos podem sentir amabilidade quando alguém lhes demonstra amabilidade. O espírito do Budismo é desenvolver um senso de benevolência para todas as pessoas para qualquer pessoa. É com este espírito que Nitiren Daishonin escreveu: "Os diversos sofrimentos experimentados por todos os seres vivos são, sem exceção, sofrimentos próprios de Nitiren(Gosho Zenshu, pág. 758). O COMPORTAMENTO DE UM BODHISATTVA (um ser empenhando-se pela iluminação. O termo para descrever o Budha antes dele tornar-se Budha, desde a sua aspiração inicial ao estado de Budha, até o momento de sua completa iluminação. A benevolência da iluminação budista, o desejo de "tirar o sofrimento e levar felicidade", manifesta-se no comportamento humano de um Budha ou um bodhisattva. Nitiren Daishonin também escreve: "Até um vilão desalmado ama sua esposa e seus filhos. Ele também possui uma parte do estado de Bodhisattva”. Esta afirmação esclarece que todas e cada uma das pessoas possuem o potencial de um bodhisattva, o potencial de comportar-se com benevolência para com outra pessoa. Porém, é uma tendência humana preocupar-se primeiro e principalmente por mesmos. Este pode ser o impulso humano mais forte. Ademais, faz muito tempo que existem aqueles que sustentam a opinião de que a benevolência é sinal de fraqueza; que a generosidade somente estraga à pessoa que a recebe. Esta afirmação pode ter sua pitadinha de verdade. A amabilidade que não dá força ao receptor cria muito pouco valor perdurável. Da perspectiva budista, a verdadeira benevolência é a que tem o poder para erradicar a causa da miséria na vida das pessoas e as conduz para a causa da felicidade. Essa benevolência, por sua própria natureza, requer coragem. Então, como podem as pessoas comuns, governadas pelo impulso para o próprio interesse, manifestar benevolência de uma maneira construtiva e significativa? Um exemplo natural o vemos nas ações de uma mãe para com seu filho. Uma mãe fará qualquer coisa para proteger seu filho, até mesmo significando enfrentar incêndios e enchentes. A BONDADE DE UM PAI E DE UMA MÃE. Nitiren Daishonin escreveu, "Eu, Nitiren, serei o soberano, o mestre, o pai e a mãe de todos no Japão" (END, vol. II, pág. 177). Ele fez esta declaração para transmitir seu estado de vida como Budha Original, um estado de vida capaz de abraçar todas as pessoas com a benevolência de um pai e uma mãe para com seus filhos. Agora bem, isto não é nada fácil. As vezes perdemos a paciência com nossos próprios filhos, para não mencionar os estranhos. Sendo este o caso, a maioria de nós, sem ajuda, tendemos a carecer da qualidade definida como benevolência budista. O que podemos fazer a respeito? Bom, começando pela conclusão, podemos expor nosso coração e mente ao estado de benevolência manifestado pelo próprio Budha. Quando acreditamos no Nam-myoho-rengue-kyo e o recitamos ao Gohonzon, que personifica o benevolente estado de vida do Budha Original, estimulamos e fazemos emergir uma fonte de ilimitada benevolência latente no nosso interior. Tomando a forma de uma lição, as escrituras de Daishonin também são úteis para aplicar o modelo de um pai ou mãe, ou mestre, para desenvolver a benevolência pelos outros. Qualquer pai ou mãe, ou mestre, bem sucedido conhece a importância de ver as coisas da perspectiva do filho. Esforçar-se no cuidado e educação dos seus filhos, querer vê-los crescer e desenvolver sua humanidade. Essas pessoas ultrapassam as divisões do eu e o outro para ver os sofrimentos e alegrias dos seus filhos ou alunos como próprios. A preocupação pelos seus filhos é constante. Sempre estão pensando neles, estão ansiosos para oferecer ajuda, ajuda e a oportunidade de aprender. Este tipo de preocupação, com certeza, chegará ao coração dos outros, sejam crianças ou adultos. O vencedor do Prêmio Nobel, o francês André Gide (1869-1951) o disse claramente: "A verdadeira amabilidade pressupõe a faculdade de imaginar como próprias os sofrimentos e alegrias dos outros" (Pretexts, "Portraits and Aphorisms" (1.903). A benevolência também inclui a capacidade de reconhecer nos outros a força e a capacidade das quais nós mesmos podemos carecer, e nosso desejo de aprender dessas qualidades. Sendo fácil identificar os pontos fracos em outras pessoas, é mais difícil pensar em reconhecer claramente e apreciar os pontos fortes dessas pessoas. Não obstante, se enfocamos os pontos fortes, naturalmente chegaremos a apreciar, sentir-nos mais perto, e inclusive desenvolver um afeto por elas. Como resultado, podemos encontrar-nos pensando nessas pessoas mais frequentemente e sentindo preocupação pelo seu bem-estar. Nós praticamos o Budismo pela nossa própria felicidade e pela dos outros. Estes dois objetivos da fé não podem estar separados. Quando nossos pensamentos no bem estar dos outros torna-se parte das nossas orações diárias, transcendemos o impulso inato à estar preocupados somente por nós mesmos, e iluminamos a ignorância fundamental que é a fonte dos sofrimentos com a luz da nossa Budhicidade inerente. Tradução do texto Ariel Ricci. http://www.maisbelashistoriasbudistas.com.br. Abraço. Davi.

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