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BRIT MILÁ – TRAUMA OU ALEGRIA? (In) Decisão. Nenhum outro costume, hábito ou ritual tem atravessado tantas eras e
vencido tantas perseguições. A CIRCUNCISÃO seja na paz ou na guerra, tem
sobrevivido, de Avraham Avinu até os dias de hoje. Atualmente, no entanto,
muitos judeus têm deixado de realizar a MISTVÁ de BRIT MILÁ em seus bebês, um
dos mais antigos preceitos ordenados por D'us na Torá. Alegam as mais diversas
razões para isto, indo desde trauma psicológico, diminuição da tolerância à dor
até a diminuição do desejo sexual. Sem base científica, ou fatos que apontem
para qualquer uma destas conclusões, o resultado tem sido desastroso. Estes
mitos e medos transformam-se em desafios onde a única lógica na decisão a tomar
é a proteção natural que pais desejam garantir ao futuro e ao bem-estar de seus
filhos. "Porque eu deveria fazer o BRIT MILÁ em meu filho? É cruel. Não
posso fazer algo tão bárbaro que o marcaria psicologicamente para o resto da
vida!" "Por que o faria sem dar-lhe o direito de escolha?"
"Este procedimento é arcaico, fora de moda e arriscado." "Não
sou religioso e nem acredito nisto. Estaria sendo hipócrita!" Mas porque,
antes de tomar qualquer iniciativa ou decisão, não escutam o outro lado da
questão? Afinal, deve haver prós, senão, nenhum judeu, e felizmente ainda há
muitos, arriscariam a vida emocional de seus filhos submetendo-os ao BRIT MILÁ.
Então, que tal dar uma chance? DO
PONTO DE VISTA MÉDICO. Um estudo no New England Journal of
Medicine (1990) registrou uma taxa de complicação por volta de 0,19% quando a
circuncisão é realizada por um médico. Quando é feita por um mohel, a taxa cai
para 0,13%, aproximadamente 1 em 1.000. Quando ocorre uma complicação,
geralmente trata-se de sangramento excessivo, que é facilmente contornável.
Nenhum outro procedimento cirúrgico chega a tais índices de operações livres de
complicações. Um estudo mostrou que em torno do oitavo dia, os níveis de
protombina atingem 110 por cento do normal. Uma razão pela qual há tão poucas
complicações envolvendo o sangramento deve-se aos agentes coaguladores mais
importantes, a protombina e a vitamina K, quando não atingem os níveis máximos
no sangue até o oitavo dia de vida. Os níveis de protombina são normais ao
nascer, caem a níveis muito baixos nos dias seguintes, e voltam ao normal no
fim da primeira semana. Um estudo demonstrou que por volta do oitavo dia, os
níveis de protombina atingem 110% do normal. Nas palavras do Dr. J. Quick,
autor de diversas obras sobre controle de hemorragia, "Não parece
acidental que o ritual da circuncisão fosse adiado até o oitavo dia pela Lei
Judaica." Além disso, a CIRCUNCISÃO é conhecida por oferecer proteção
praticamente completa contra o câncer peniano. Segundo um recente artigo no New
England Journal of Medicine, nenhum dos mais de 1.600 homens com este tipo de
câncer no estudo tinham sido circuncidados na infância. Nas palavras dos
pesquisadores Cochen e McCurdy, a incidência de câncer peniano nos Estados
Unidos é "praticamente zero" entre homens CIRCUNCIDADOS. Diversos
estudos relataram que meninos circuncidados tinham de 10 a 39 vezes menos
probabilidade de desenvolver infecções do trato urinário durante a infância que
meninos não circuncidados. Além disso, a CIRCUNCISÃO protege contra bactérias,
fungos e infecções parasitárias, além de uma série de outros problemas
relacionados com a higiene. A taxa extremamente baixa de câncer cervical em
mulheres judias (de 9 a 22 vezes menor que entre mulheres não-judias) é
atribuída à prática da CIRCUNCISÃO. Como resultado de estudos como esses,
diversas organizações médicas de prestígio reconheceram os BENEFÍCIOS DA
CIRCUNCISÃO, e a Associação Médica da Califórnia tem endossado a circuncisão
como uma "efetiva medida de saúde pública." No entanto, não é por
nenhuma destas razões que realizamos a MITSVÁ de BRIT MILÁ. UMA CONEXÃO ESPIRITUAL.
A CIRCUNCISÃO tem sido praticada em judeus do sexo masculino há quase 4.000
anos, desde que Avraham assim foi ordenado por D'us. A verdade é que não há
argumento "lógico" para cortar um pedaço de carne de um bebê
indefeso. Em lugar algum a pessoa tem mais potencial para expressar
comportamento "bárbaro" que no desejo sexual. É por isso que o BRIT é
feito neste órgão específico. Se trouxermos santidade em nossa vida ali,
tornaremos fácil a tarefa de trazer santidade em todas as outras partes de
nosso ser. O judaísmo nos direciona a sermos os verdadeiros donos de nossos
impulsos e emoções e a controlar nossos desejos mais primitivos direcionando-os
a buscas espirituais. Em termos cabalísticos, o prepúcio simboliza uma barreira
que impede o crescimento. Quando a Torá fala sobre aproximarmo-nos de D'us, nos
conclama a "remover a Orlah, (o invólucro) de seu coração" (Devarim
10:16). Quando Avraham fez sua própria circuncisão aos 99 anos, D'us adicionou
a letra "heh" ao seu nome. "Heh" é parte do próprio nome de
D'us, significando que por meio do BRIT MILÁ, o ser humano acrescenta uma
dimensão de espiritualidade ao corpo físico. MÉDICO OU MOHEL? A escolha não é tão
difícil se você conhecer os argumentos. Os métodos são diferentes, as
circunstâncias são diferentes, e os resultados são diferentes. A circuncisão
feita no hospital, longe da mãe da criança, é realizada com tenazes dolorosas e
pode demorar até 15 minutos. Em contraste, o trabalho de um mohel é completado
em segundos. No hospital, é uma prática cirúrgica: luzes, ambiente frio, uma
equipe de estranhos "homens de branco" debruçados, mãos e pezinhos do
bebê amarrados numa mesa impessoal cirúrgica, ao passo que num BRIT ele repousa
no colo tranquilo de um vovô carinhoso, em um ambiente aquecido e familiar.
Estas e outras diferenças foram registradas em 1997 pela Associated Press, que
relatou serem as "circuncisões judaicas mais suaves" que aquelas
realizadas em ambientes seculares, e que os "mohels, hábeis praticantes do
antigo ritual judaico da CIRCUNCISÃO, parecem infligir menos dor nos
recém-nascidos que a maioria dos médicos." Cicatrizes psicológicas,
anestesia, barbarismo e crueldade - tudo isso fala da circuncisão ao estilo do
hospital. Nas palavras de um mohel da Califórnia, "Se eu tivesse de fazer
um brit usando a técnica hospitalar, não desejaria ser um mohel." UMA LIVRE ESCOLHA?
"E quanto à livre escolha de nossos filhos, podemos nos impor sobre este
direito?" Como pais, é nossa obrigação nos impor a nossos filhos. E na
verdade, é isso que fazemos. Escolhemos seu quarto (antes mesmo de nascerem!)
suas roupas, babás e escolas. Os vacinamos pontualmente para que não estejam
expostos a riscos e contraiam doenças. O que estamos fazendo? Impomos nossos
padrões de comportamento! Como pais responsáveis nos sentimos no dever de
incutir em nossos filhos valores, na esperança de que quando eles crescerem,
também os adotarem. Não deveríamos fazer o mesmo com a identidade e valores
judaicos? Se o BRIT é o símbolo do Judaísmo da pessoa, por que não podemos
"impô-lo," com tudo aquilo que representa, ao nosso filho
recém-nascido? Alguém poderia argumentar: "Mas a circuncisão é diferente, porque
possui caráter permanente." Certo, mas as impressões feitas na mente e no
coração de uma criança também são permanentes. Tudo na verdade que os pais
fazem afeta profundamente os filhos. Se para os pais o Judaísmo ocupa um
significativo espaço em suas vidas, então a responsabilidade de introduzi-lo e
torná-lo desde cedo familiar a seus filhos passa a ser fundamental. O BRIT é
apenas o primeiro passo na direção destes valores. Do contrário, jamais poderão
reivindicar uma posição judaica no futuro. Fomos o povo instruído a utilizar
nosso corpo e toda a matéria existente a fim de elevá-los a níveis espirituais.
Não sabemos até aonde estes níveis são capazes de nos conduzir, mas com
certeza, ao conduzir nosso filho em nossos braços e entregá-lo por segundos nas
mãos hábeis de um MOHEL pode ser justamente este o único gesto que garantirá
nossa identidade mais íntima como judeus e nossa mais profunda e eterna relação
com D'us. www.ptchabad.org.br.
Abraço. Davi
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