quinta-feira, 22 de março de 2018

III. OS PILARES DA FÉ ISLÂMICA


Islamismo. III. OS PILARES DA FÉ ISLÂMICA. CRENÇA NOS PROFETAS. Rassul é o singular de Russul palavra derivada de Rissalah que significa mensagem, quem transmite a mensagem é chamado Rassul, Nabi é o singular de Ambiya, que vem de Nabuwat que é derivada de Naba que significa ‘’noticia importante’’. Nos termos da Chari'ah quer dizer noticia importante que deus revelou aos Seus servos favorecidos para eles transmitirem às pessoas, estes servos chamam-se Ambiya. Russul e Ambiya (plural de Rassul e Nabi) são seres humanos e servos piedoso de Deus, escolhidos por Deus para transmitir as Suas palavras, explicarem as pessoas porque é que existem para onde irão após a morte, para conduzirem a humanidade ao caminho da salvação a fim de viver em harmonia e paz aqui neste mundo e no outro. Eles são seres humanos, possuem todas as tendências e qualidades humanas, pois só assim serviriam de modelo para nós, o número exato dos Profetas e Mensageiros, só Deus é quem sabe. O Islam ordena aos muçulmanos, para crerem em todos os Enviados de Deus sem qualquer discriminação; afirmamos a nossa fé na piedade e veracidade deles. É inútil e sem nenhum benefício acreditar sé em deus e não nos seus Mensageiros, tal o homem não pode ser considerado muçulmano e, por conseguinte não terá salvação, todos os Ambiyia e Russul são verdadeiros, e seres devotados a Deus. Deus protegeu-os da prática do pecado, portanto devemos acreditar na sua inocência, pois é, a razão pela qual Deus nos ordena tê-los como modelo exemplar a ser seguido. Apesar da grande diferença espiritual, moral e intelectual entre eles e nós, e apesar da sua relação especial com Deus, eles sempre foram seres humanos, servos de Deus, pois procriam e são procriados, eles comem, bebem e andam pelas praças, eles dormem e morrem. ‘’Antes de ti jamais enviamos mensageiros que não comessem os mesmos alimentos e caminhassem pelas ruas, e fizemos alguns, dentre vós, tentarem os outros. Acaso (ó fiéis), sereis perseverantes? Eis que o teu Senhor é Onividente.’’ (Alcorão Sagrado 25:20). ‘’Jamais concedemos a imortalidade a ser humano algum anterior a ti. Porventura, se tu morresses, seriam eles imortais?’’ (Alcorão Sagrado 21:34). A missão deles foi apenas a de transmitir as pessoas à palavra de Deus, e nem são de forma alguma responsável pelas ações praticadas pelas pessoas, depois deles as terem transmitido claramente a mensagem. Deus deu ao ser humano o poder de compreender a diferença entre a verdade e a falsidade e deu-lhe também a habilidade e inteligência para aceitar ou rejeitar a verdade por livre vontade. Será nessa base que o Homem vai ser recompensado ou castigado, embora o Profeta Muhammad (saws) ) ardentemente desejasse, que todos no mundo aceitassem e aderissem a verdade adquirindo assim a salvação, contudo o Alcorão Sagrado; diz que isso não estava nas suas mãos, ele nem podia guiar a quem ele amasse. O primeiro Profeta foi Adão e o último foi Muhammad (saws) Os Profetas antes de Muhammad (saws) eram enviados para uma comunidade definida. Inclusivamente Jesus (que a Paz esteja sobre ele) foi enviado somente para os judeus (às ovelhas perdidas de Israel). Como consta na Bíblia. ‘’E ele respondendo disse: eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.’’ (Mateus 15:24). O Profeta Muhammad (saws) foi enviado para toda a humanidade, assim como Deus diz no Alcorão: ‘’Dize: Ó humanos, sou o Mensageiro de Deus, para todos vós; Seu é o reino dos céus e da terra. Não há mais divindades além d’Ele. Ele é Quem dá a vida e a morte! Crede, pois, em Deus e em Seu Mensageiro, o Profeta iletrado, que crê em Deus e nas Suas palavras; segui-o, para que vos encaminhes.’’ (Alcorão Sagrado 7:158). ‘’Bendito seja Aquele que revelou o Discernimento ao Seu servo – para que fosse um admoestador da humanidade, o Qual possui o reino dos céus e da terra. Não teve filho algum, nem tampouco teve parceiro algum no reinado. E criou todas as coisas, e deu-lhes a devida proporção. Não obstante, eles adoram, em vez d’Ele, divindades que nada podem criar, posto que elas mesmas foram criadas. E não podem prejudicar nem beneficiar a si mesmas, e não dispõem da morte, nem da vida, nem da ressurreição. ‘’ (Alcorão Sagrado 25, 1 ao 3). O Profeta Muhammad (saws) trouxe uma orientação completa o chegou numa altura em que a mensagem, verdadeira de Deus transmitida pelos Profetas que o antecederam estava alterada e esquecida. Ele sofreu para que a verdade fosse conhecida, para o homem viver a vida de paz e obediência a Deus e conseguir a vitória na outra vida, após a morte. Ele veio como, uma benção para todos. O exemplo da sua vida é muito conhecido; e com muitos pormenores, e servirão para sempre de guia para a humanidade. O Nubuwah e Rissalah são dádivas de Deus, Ele escolhe a quem Ele quer para esse grande cargo, não podem ser adquiridos através de esforço, devoção e nem de sacrifício de alguém. ‘’Deus escolhe os mensageiros, entre os anjos e entre os humanos, porque é Oniouvinte, Onividente.’’ (Alcorão Sagrado 22:75). Deus nunca retira esse cargo depois de o ter atribuído a alguém, pois o Seu conhecimento é Eterno, a Ele nada está oculto, e Ele conhece o futuro, o presente e o passado de cada um de nós. Por isso não é possível alguém ser escolhido para esse cargo e depois mais tardo vir a revelar-se ineficiente o incapaz. Deus realiza milagres, pelas mãos dos Profetas, para lhes servirem de apoio contra descrentes, o milagre realizado por um Profeta chama-se ‘’Mujizah’’, palavra derivada de ‘’Ijaz’’ que significa tornar alguém impotente, isto é, fora de poder de qualquer pessoa. Ao vê-lo uma pessoa fica convencida que é o fenômeno realizado através do poder Divino. Assim Mujizah são atos que ninguém os pode realizar. Por exemplo, Jesus ressuscitou os mortos pela ordem de Deus, O fenômeno da abertura do Mar Vermelho, por Moisés foi outro milagre e o Profeta Muhammad (saws) o seu maior milagre, que será eterno; o Alcorão Sagrado, dentre muitos outros. Cada Profeta teve o seu Mujizah para assim as pessoas os aceitassem como enviados de Deus, e o milagre realizado por um piedoso (Wali, plural Auliya) pela ordem de Deus chama-se Karámah. Wali é o muçulmano piedoso e justo, que evita o máximo possível o pecado e se por acaso comete algum pecado imediatamente volta-se para Deus e pede perdão com sinceridade. O Wali tem um grande amor por Deus e Seu Mensageiro, é pontual e sincero na sua adoração a Deus. Contudo um piedoso ‘’Wali’’, por mais devoto que seja nunca poderá atingir o grau deu m Profeta e nem mesmo de um Sahabi, (companheiro do Profeta). Se um ato sobrenatural (milagre) for demonstrado por um Káfir ou por um muçulmano malvado, cuja vida não está em conformidade ao Chari'ah e a Sunnah, é chamado Istidraj, que vem da parte de Shaytan (Satã) designada para confundir as pessoas. O critério através do qual as pessoas podem com toda a facilidade distinguir o Karámah do Istidraj é o Chari'ah. Consta no Alcorão Sagrado que Deus enviou para cada nação um guia; Profeta. O número e os nomes de todos os Profetas, só Deus é que sabe, o Alcorão mencionou alguns, muitos deles inclusive mencionados na Bíblia. Para se ser crente é obrigatório acreditar em todos eles; acreditar em alguns o rejeitar outros é considerado descrença. Nenhum dentre os Profetas é considerado Deus nem eles reivindicaram a divindade, pois todos eles foram seres criados, enviados como modelo para nós. O Alcorão menciona os nomes de alguns DESTES PROFETAS: 1- Adam (Adão); 2- Idris (Enoc); 3-Nuh (Noé); 4- Hud (Heber); 5- Salih (Saleh); 6- Ibrahim (Abraão); 7- Lut (Lot); 8- Ismail (Ismael); 9- Ishaq (Isaac); 10- Yaqub (Jacó); 11- Yussif (José); 12- Xuaib (Jetro); 13- Ayiub (Jó); 14- Zul-Kafil (Ezequiel); 15- Mussa (Moisés); 16- Harun (Araão); 17- Daud (Davi); 18- Sulaiman (Salomão); 19- Ilias (Elias); 20- Aliassa (Eliseu); 21- Yunus (Jonas); 22- Zakaria (Zacarias); 23- Yáhia (João Batista); 24- Issa (Jesus); 25- Muhammad. Citaremos alguns versículos em que eles são mencionados: "Tal foi o Nosso argumento, que proporcionamos a Abraão (para usarmos) contra seu povo, porque Nós elevamos a dignidade de quem Nos apraz. Teu Senhor (Ó Muhammad) é Prudente, Sapientíssimo. Agraciamo-lo com Isaac e Jacó, que iluminamos, como havíamos iluminado anteriormente Noé e sua descendência, Davi e Salomão, Jó e José, Moisés e Aarão. Assim, recompensamos os benfeitores. E Zacarias, Yáhia(João), Jesus e Elias, pois todos eles se contavam entre os virtuosos. E Ismael, Eliseu, Jonas e Lot, cada um dos quais preferimos sobre os seus contemporâneos." (Alcorão Sagrado 6:83 ao 86). "Sem dúvida que Deus preferiu Adão, Noé, a família de Abraão e a de Imran, aos seus contemporâneos." (Alcorão Sagrado 3:33). "E enviamos ao povo de Ad seu irmão Hud..." (Alcorão Sagrado 11:50). "E (recorda-te) de Ismael, de Idris (Enoc) e de Dulkif (...)” (Alcorão Sagrado 21:85). "E ao povo de Samud enviamos seu irmão Sáleh (...)" (Alcorão Sagrado 11:61). "E enviamos ao povo de Madian seu irmão Xuaib (Jetro)..." (Alcorão Sagrado 11:84). Destes, alguns profetas como Idris e Ezequiel, o Alcorão limita-se a mencionar os seus nomes. De outros, como Ismael, Isaac e Jonas, relata-se um resumo de sua história. Entre eles, há também aqueles cuja história veio detalhada, como ocorre com Abraão, Moisés, José e Jesus; sendo que o último foi Muhammad (saws). Inspiramos-te (Muhammad), assim como inspiramos Noé e os profetas que o sucederam: (...)" (Alcorão Sagrado 4:163). "Em verdade, Muhammad não é o pai de nenhum de vossos homens, mas sim o Mensageiro de Deus e o principal dos profetas; sabei que Deus é Onisciente." (Alcorão Sagrado 33:40). Aparece nos ditos do profeta, que o número total de profetas enviados para os diferentes povos, em épocas diversas, é de 124.000 e o Alcorão nos relata que Deus nos informou os nomes de alguns deles apenas: "E enviamos alguns mensageiros, que te mencionamos, e outros, que não te mencionamos; e Deus falou a Moisés diretamente."( Alcorão Sagrado 4:164). Há no Alcorão 6 capítulos que levam o nome de profetas, que são: Yunus (Jonas), Hud, Yussef (José), Ibrahim (Abraão), Nuh (Noé) e Muhammad (saws). No Alcorão, 5 profetas foram qualificados como fortes, pelo que suportaram da maldade de seus povos, e pelo que legaram de grandes feitos no campo da pregação. E eles estão citados neste versículo: "Recorda-te de quando instituímos o pacto com os profetas: contigo, com Noé, com Abraão, com Moisés, com Jesus, filho de Maria, e obtivemos deles um solene compromisso." (Alcorão Sagrado 33:7). Nem sempre Deus enviou apenas um profeta para um povo. A certa altura, Deus enviou, ao mesmo tempo, dois profetas ou mais. "E lembra-lhes a parábola dos moradores da cidade, quando se lhes apresentaram os mensageiros. Enviamos-lhes dois (mensageiros), e os desmentiram; e, então, foram reforçados com o envio de um terceiro; (os mensageiros) disseram-lhes: ficai sabendo que fomos enviados a vós."( Alcorão Sagrado 36:13-14). Consta no Alcorão o seguinte versículo: "Em verdade, Muhammad não é o pai de nenhum de vossos homens, mas sim o Mensageiro de Deus e o póstermo dos profetas; sabei que Deus é Onisciente."(Alcorão Sagrado 33:40). E o próprio Muhammad (saws) confirmou ser o último Profeta o disse que já não viria outro Profeta depois dele. Nenhum dos Profetas antes do Profeta Muhammad (saws) dissera que era, o último. Pelo contrário Jesus e Moisés disseram que depois deles viria outro Profeta. O Profeta Ibrahim também tinha pedido que Deus enviasse outro Profeta depois dele. Portanto quem hoje declarar que é Profeta é um mentiroso, é um falso, deve ser rejeitado, aqueles que aceitam estes falsos profetas são considerados Káfir. A humanidade não precisa de outros Profetas depois de Muhammad (saws) porque os seus ensinamentos estão vivos, intactos e completos. A Revelação que Muhammad (saws) recebeu está viva, completa, perfeita e intacta. É dirigida a todos em todas, as eras o em todos os locais. É suficientemente flexível o que faz com que seja aplicável, em todos os tempos e acima de tudo Deus prometeu conservá-la eternamente na sua forma original, assim como Ele diz no Alcorão Sagrado: ‘’Nós revelamos a Mensagem e somos o Seu Preservador.’’ (Alcorão Sagrado 15:9). Por isso Muhammad (saws) é considerado o último Profeta e o selo dos Profetas. OS SAHABAS - (OS COMPANHEIROS DO PROFETA). Um Sahabi é a pessoa que no estado de Iman (crença) viu ou esteve na presença do Profeta Muhammad (saws) como no caso de Abdallah Ibn Ummi Maktum que era um cego; e faleceu nesse mesmo estado de Iman. O Alcorão e o Hadith estão repletos de testemunhos de que o Sahabas são virtuosos, e são os critérios da verdade. Eles são os mais ilustres no Islam. A dignidade e honra reservada a eles é tão grande que até Deus os escolheu para fazerem companhia ao Seu último Profeta e escutarem o Alcorão diretamente do Profeta Muhammad (saws). Foi também a firmeza dos Sahabas que engrandeceu o Islam, eles apoiaram o Profeta Muhammad (saws) nos momentos difíceis do Islam, sacrificaram as suas vidas para contentarem a Deus e o seu Mensageiro. A história não pode mostrar outro grupo de pessoas que se sacrificou tanto para glorificar o nome de Deus. Há aproximadamente cem Ayats (versículos) no Alcorão que coloca o selo da santidade a elevada posição dos Sahabas. Amor pelos Sahabas é um constituinte importante do Imam. Quem tem o mínimo de Imam nunca se atreverá ir contra os Sahabas. O Profeta Muhammad (saws) ) disse: “Que nenhum de vós fale mal dos meus Sahabas, pois se alguém de vós gastar (em caridade) ouro do tamanho da montanha de Uhud, jamais chegará a uma mão cheia de tâmaras gastas pelos Sahabas no caminho de Deus”. Deus diz no Alcorão que Ele está satisfeito com os Sahabas e os Sahabas estão satisfeitos com Ele. O Profeta Muhammad (saws) disse: ‘’Os meus companheiros são como os Astros, a qualquer um deles que seguirdes estareis bem encaminhados (guiados)”. Eis aqui alguns Ayats relacionados com os Sahabas: ‘’Quanto aos primeiros muçulmanos, dentre os muhajirin e os ansar, que imitaram o glorioso exemplo daqueles, Deus se comprazerá com eles e eles se comprazerão n’Ele; e lhes destinou jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde morarão eternamente. Tal é o magnífico benefício.’’ (Alcorão Sagrado 9:100). ‘’Porém, o Mensageiro e os fiéis que com ele sacrificaram seus bens e pessoas obterão as melhores dádivas e serão bem-aventurados. Deus lhes destinou jardins, abaixo dos quais correm os rios, onde morarão eternamente. Tal é a magnífica recompensa.’’ (Alcorão Sagrado 9:88 e 89). Foi através dos Sahabas que o mundo aprendeu o Din, estabeleceu a verdadeira Chari’ah e obteve a Sunnah do Profeta Muhammad (saws). Pois, eles foram os primeiros narradores do Din trazido por Muhammad (saws) a humanidade. Dentre os Sahabas os mais ilustres e célebres são os quatro Khulafá Rashidun (sucessores bem guiados); Abu Bakr, o primeiro Khalifa, seguido de Umar, o segundo Khalifa, depois o Uthman, o terceiro Khalifa e é ‘Ali, o quarto Khalifa. OS CALIFAS PROBOS. ABU BAKR. Abu Bakr, o primeiro Califa (632-634). "Se eu tivesse que ter um amigo além de meu Senhor, eu teria Abu Bakr com meu amigo." (hadith). A ELEIÇÃO PARA O CALIFADO. Abu Bakr, o Companheiro mais próximo do Profeta (saws) não estava presente quando ele deu seu último suspiro na casa de sua amada esposa dos últimos anos, Aisha, filha de Abu Bakr. Quando ele soube da morte do Profeta, correu para a casa da filha, com tristeza, "Quão abençoada foi sua vida e quão beatificada é sua morte," sussurou, enquanto beijava o rosto de seu amado amigo e mestre que agora já não mais estava presente. Quando Abu Bakr saiu da casa do Profeta e trouxe a notícia, a descrença e a consternação espalharam-se pela comunidade dos muçulmanos de Medina. Mohammad (saws) tinha sido o líder, o guia e o portador da Divina revelação. Através dele, eles tinham sido afastados da idolatria e da barbárie e entrado no caminho de Deus. Como ele podia ter morrido? Até Omar, um dos mais bravos e dos mais fortes entre os Companheiros do Profeta, perdeu a compostura, sacou de sua espada e ameaçou matar quem quer que dissesse que o Profeta estava morto. Abu Bakr gentilmente o afastou, subiu os degraus do púlpito da mesquita e se dirigiu ao povo, dizendo: "Ó gentes, aquele que adora a Mohammad, eis que Mohammad está morto. Mas aquele que adora a Deus, eis que Deus está vivo e nunca morrerá”. E concluiu com um versículo do Alcorão: "E Mohammad não é senão um mensageiro. Muitos mensageiros o precederam; se ele morresse ou fosse morto, voltaríeis à incredulidade?" (3:144). Ao ouvirem estas palavras, as pessoas se consolaram. O abatimento cedeu lugar à confiança e tranquilidade. O momento crítico tinha passado, mas a comunidade muçulmana agora enfrentava um problema extremamente grave, que era a escolha de um líder. Após algumas discussões entre os Companheiros do Profeta, que estavam reunidos com o objetivo de escolher um substituto, ficou evidente que não havia outro mais adequado para a responsabilidade do que Abu Bakr. Uma parte de seu discurso, logo após sua eleição, já foi citada na introdução. A VIDA DE ABU BAKR. Abu Bakr ('O proprietário de camelos') não era seu nome verdadeiro. Ele passou a usar esse nome mais tarde, por causa de seu grande interesse na criação de camelos. Seu nome verdadeiro era Abdul Ka'aba (Servo da Caaba), que depois foi mudado pelo Profeta para Abdullah ('Servo de Deus'). O Profeta (saws) também lhe deu o nome de 'Siddiq', o Testemunhador da Verdade'. Abu Bakr era de uma rica família de mercadores e, ainda antes de abraçar o Islam, era um cidadão respeitado de Mecca. Ele era três anos mais jovem do Mohammad (saws) e uma natural afinidade surgiu entre eles desde a infância. Foi o mais próximo Companheiro do Profeta durante toda a vida dele. Quando Mohammad convidou seus amigos mais íntimos e parentes para o Islam, Abu Bakr estava entre os primeiros a aceitar. Ele também persuadiu Osman e Bilal a aceitarem o Islam. No início da missão do Profeta, quando um punhado de muçulmanos foram submetidos a perseguição e tortura implacáveis, Abu Bakr teve a sua parcela de sofrimento. Finalmente, quando a permissão de Deus chegou para migrar de Mecca, ele foi o único escolhido pelo Profeta para acompanhá-lo numa perigosa viagem para Medina. Abu Bakr sempre esteve ao lado do Profeta nas inúmeras batalhas que aconteceram durante a existência dele. Certa vez, ele trouxe todos os seus pertences para o Profeta, que estava levantando fundos para defender Medina. O Profeta perguntou "Abu Bakr, o que você deixou para a sua família?" A resposta veio imediata: "Deus e Seu Profeta”. Mesmo antes do Islam, Abu Bakr era conhecido como um homem de caráter honrado e amável e de natureza compassiva. Por toda sua vida ele foi sensível ao sofrimento humano e gentil com os pobres e necessitados. Muito embora fosse rico, viveu modestamente e gastava seu dinheiro na caridade, na libertação dos escravos e pela causa do Islam. Muitas vezes ela passava parte da noite em súplicas e orações. Ele partilhou com sua família uma vida afetuosa e alegre. O CALIFADO DE ABU BAKR. Este era o homem sobre quem o peso da liderança recaiu, no período mais delicado da história dos muçulmanos. Quando a notícia da morte do Profeta se espalhou, várias tribos se rebelaram e se recusaram a pagar o zakat (o imposto do pobre), dizendo que ele era devido somente ao Profeta (saws) Ao mesmo tempo, começaram a surgir inúmeros impostores, alegando que a missão de profeta tinha passado para eles, e começaram a surgir revoltas. Além do mais, dois poderosos impérios, o Romano do Oriente e o Persa, também ameaçavam o recém-nascido estado de Medina. Sob tais circunstâncias, muitos Companheiros do Profeta, inclusive Omar, aconselharam Abu Bakr a fazer concessões aos sonegadores do zakat, pelo menos por um tempo. O novo Califa não concordou. Ele insistia que era uma Lei Divina e que não podia ser desrespeitada, que não havia diferença entre as obrigações do zakat e do salat (oração) e que qualquer transigência com as injunções de Deus fatalmente minariam as fundações do Islam. Omar e os outros rapidamente perceberam seu erro de julgamento. As tribos revoltosas atacaram Medina mas os muçulmanos estavam preparados. O próprio Abu Bakr liderou a defesa, forçando-os a se retirarem. Ele também declarou uma guerra implacável contra aqueles que se diziam profetas, muitos dos quais se submeteram e voltaram a professar o Islam. A ameaça do Império Romano, na verdade, tinha surgido mais cedo, durante a existência do Profeta. O Profeta tinha organizado um exército, sob comando de Usama, o filho de um escravo liberto. O exército não tinha ido muito longe quando o Profeta caiu doente e eles interromperam o avanço. Após a morte do Profeta, a questão surgida foi se o exército deveria ser enviado de novo ou se deveria permanecer em Medina, para defender a cidade. Mais uma vez Abu Bakr mostrou uma firme determinação. Ele disse: "Mandarei o exército de Usama da mesma forma que foi ordenada pelo Profeta, ainda que eu esteja sozinho”. As instruções finais que ele transmitiu a Usama prescreviam um código de conduta na guerra que permanece até os dias de hoje. Parte de suas instruções para o exército muçulmano foram: "Não desertem nem sejam culpados de desobediência. Não matem o velho, a mulher ou a criança. Não destruam as tamareiras e nem cortem as árvores frutíferas. Não matem carneiros, ou vacas, ou camelos, a não ser que seja para comer. Vocês encontrarão pessoas que passam suas vidas em monastérios. Deixem-nas em paz e não as molestem”. Em muitas ocasiões, Khalid bin Walid foi escolhido pelo Profeta (saws) para chefiar os exércitos muçulmanos. Um homem de enorme coragem e um líder nato, seu gênio militar desabrochou em plenitude durante o Califado de Abu Bakr. Durante o governo de Abu Bakr, Khalid levou seus homens de vitória em vitória contra o ataque dos romanos. Uma outra contribuição de Abu Bakr para a causa do Islam foi a coleta e compilação dos versículos do Alcorão. Abu Bakr morreu no dia 21 de jamadi-al Akhir, do ano 13 d.H. (23 de agosto de 634), com a idade de 63 anos e foi enterrado ao lado do Profeta (saws) Seu Califado teve a duração de 27 meses. Neste curto período, no entanto, Abu Bakr foi importante, com a graça de Deus, para o fortalecimento e consolidação de sua comunidade e do estado e protegeu os muçulmanos dos perigos que ameaçavam sua existência. www.ccib.org.br. Abraço. Davi

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