Opinião.
Crise Europeia. “O Mediterrâneo registra mais de 700 mortes nos últimos dias.
Cálculos são da agência Ansa da ONU para refugiados. Ao menos 700 pessoas podem ter morrido nas águas do Mar
Mediterrâneo nos últimos dias enquanto tentavam chegar à Itália, apontou
relatório da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) divulgado
neste domingo, dia 29/05/2016. Dados foram fornecidos com base em testemunhos
de imigrantes sobreviventes. Para a porta-voz da
Acnur, Carlotta Sami, "nunca saberemos o número exato, nunca conheceremos
sua identidade, mas os sobreviventes nos disseram que há mais de 500
mortos". Na última quarta-feira, calcula-se que ao menos 100 pessoas
tenham morrido após o naufrágio de uma embarcação superlotada que vinha da
costa africana. No dia seguinte, outras cerca de 500 vítimas morreram em
tragédia similar. Outros 45 corpos foram encontrados na última sexta-feira no
Canal da Sicília e muitas pessoas continuam desaparecidas, quando mais uma
embarcação virou. Apesar dos dados alarmantes, na última sexta-feira, o
primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, disse acreditar "fora de
lugar" falar de uma emergência migratória no Mediterrâneo neste momento, embora tenha reconhecido um
aumento das chegadas ao litoral do país nos últimos dias. Só em 2015, a Itália
foi porta de entrada para mais de 150 mil pessoas que fugiam das guerras, da
miséria e de perseguições, especialmente, de países do norte da África, do
Afeganistão e do Iraque. O país é a segunda "rota de imigrantes" pelo
mar, ficando atrás apenas da Grécia que recebeu mais de 840 mil imigrantes no
ano passado. A maior tragédia registrada na região nos últimos anos foi em
abril de 2015, quando mais de 800 pessoas perderam a vida num naufrágio”. http://www.jb.com.br. OPINIÃO DO MOSAICO. A ONU
declarou recentemente que a crise migratória na Europa é uma situação
humanitária que precisa ser resolvida com a guarida dos refugiados pelas nações
europeias envolvida nessa delicada questão também política e econômica. A
Europa tem uma característica em relação a outros continentes, pois vários
países são trans continentais; exemplos temos a Rússia, Azerbaijão, Turquia,
Armênia, Chipre e Geórgia. Esse fator penso ser relevante. apesar de apenas, a
Turquia servir de trânsito à que os emigrantes alcancem a Europa; pois a
cultura da miscigenação étnica, teoricamente, deve produzir mais sensibilidade
aos nacionais que recepcionam este imenso contingente que foge das guerra,
fomes, doenças endêmicas, opressão de governos ditatoriais, falta de
perspectiva social, bem como liberdade de expressão e pensamento para o
indivíduo e seus familiares. No entanto, o que tem se revelado é o contrário.
Tem crescido proporcionalmente a xenofobia (desconfiança, temor ou antipatia por pessoas estranhas ao meio daqueles que a ajuíza. Ou pelo que é incomum ou vem de fora do país) entre as nações
acolhedoras, enquanto os contingente de emigrantes chegam as fronteiras
europeia, e “amontoados” entre familiares e particulares aguardam autorização à
ingressarem. São vistos com suspeita, ameaça a estabilidade dos postos de
trabalho, embaraço em questões sociais quanto a saúde, educação, habitação e
segurança. Muitos são de origem árabe, e o estereótipo falsamente criado no
Ocidente de que há “semelhanças” entre muçulmanos e extremistas islâmicos faz
surgir o fantasma do potencial terrorista. Um argumento que não se sustenta,
pois a maioria desses estrangeiros dentro da faixa ativa de trabalho, não tem
qualificação profissional, carecendo que, os governos nacionais os preparem ao
mercado formal, depois de um mínimo de aprendizado da língua onde foram
recepcionados. Nesse ambiente os radicais Neo Nazista ganham força na Europa.
Difundem ideais nacionalistas e estreitantes, que priorizam interesses de
coletividades fechadas em doutrinas de exclusão de negros, homossexuais,
ciganos, judeus, muçulmanos, os recém expatriados e os indigentes das
periferias de suas cidades. Uma questão que é sempre apreciada quando esse
assunto é mencionado, é a participação turca em todo esse processo. É sabido
que esse governo intermedia sistematicamente a ida dos refugiados à Europa. Uma
situação que dentro da perspectiva humanitária, acaba sendo vista como
referencial econômico e político. A Turquia recebe milhares de refugiados em seu
território em acampamentos provisórios. Como pleiteia a anos sua entrada na
União Europeia, é suspeita de usar politicamente a situação para pressionar sua
aceitação no Bloco. Outro agravante está, segundo analista, no uso dos
refugiados como “moeda” de troca nessa intrincada circunstância; já que o
governo turco, recebe da Comissão Europeia, através de um fundo criado pela
União Europeia algo em torno de 3 bilhões de euros anuais. Sendo que desse
total o banco central alemão contribui com 500 milhões de euros. Não se
questiona a ajuda financeira, já que é impossível qualquer países bancar
sozinho esse ônus excedente em todos os sentidos imagináveis. Haja vista, o
governo de Ankara ter recebido, até hoje, mais de 2 milhões de refugiados só de
nacionalidade síria, além de milhares expatriados de outros países. Tanto pela
Líbia, na clandestinidade, quanto pela Turquia na “legalidade” a situação dos
refugiados ao transpor o mar Mediterrâneo é dramática. No primeiro caso em
botes salva vidas improvisando, barcos e embarcações superlotados, pagam
quantias exorbitantes aos traficantes líbios, já que o país segue desgovernado,
dividido em várias facções; por uma viagem arriscada e perigosíssima onde um
percentual considerável das embarcações acabam afundando antes de chegar a
costa europeia da Sicília, Sardenha e Grécia que são os destinos mais usados.
No segundo caso, a viagem é teoricamente formalizada, com um destino (país) pré
fixado. Supervisionado os aparelhos de embarque náutico pelo governo turco sem
uma taxação financeira e dentro da legalidade jurídica, mas evidentemente sem
garantias devida a contingência perigosa da travessia. Milhões já chegaram
nestas desumanas situações no tão sonhado destino (Europa), mas milhares
tiveram seus sonhos sepultados no mar, inclusive crianças e família inteiras. A
população de emigrantes vem de países africanos como Senegal, Mali, Guiné
Bissau, Gâmbia, Líbia, Eritréia, Sudão e Marrocos e da Ásia como os do
Afeganistão, Paquistão, Síria, Índia e Iraque. Mais de 1 milhão e meio de
emigrantes já entraram na Europa e outros tantos correspondentes são esperados
para os próximos anos. É explícito entre os governos europeus, a clara
divergência quanto ao tema migração dos refugiados. Não há consenso em relação
a números (visto permanente) que os países disponibilizam a ofertar para essa
população carente e necessitada que chega ao continente. O Parlamento Europeu
discute o assunto sem votar uma proposta conciliadora que agrade a maioria dos
membros da União Europeia. A mídia sensacionalista faz (opositora da política
de recepção) apologia contra a vinda dos refugiados incitando veladamente a
população dos países acolhedores a pressionarem seus governos e parlamentares à
não cotizar números quanto aos estrangeiros à receber. Também os países que
aderem abertamente a política de hospedagem têm o nome de seus líderes
desaprovados nas pesquisas de opinião pública. Isso é um fator de risco à
permanência do Premier ou Presidente no cargo máximo de executivo federal.
Exemplo temos a Primeira Ministra Angel Merkel que tem índice de 60% de
aprovação segundo recentes pesquisas, sendo os alemães os maiores financiadores
do fundo para os refugiados. O Reino Unido, sob a direção do ex Primeiro
Ministro Tony Blair, desde o início do movimento migratório foi contrário a
política da União Europeia. Os ingleses argumentavam que já tinham uma
população considerável de imigrantes, mais de 6 milhões de pessoas. Agora com a
saída do Bloco, já que nunca usaram o euro como moeda, adotarão uma política
independente dos países do continente Europeu. Os recentes atentados
terroristas em Paris e Nice na França, bem como em Wurzburg reivindicados pelo
ISIS, além do incidente em Colônia na Alemanha envolvendo refugiados acirram as
discursões sobre o tema da migração. A opinião pública quando estes fatos de
vulto ocorrem, culpam os governos pela política de “portas aberta” aos
estrangeiros. Todos que leram um pouco de história da colonização africana e
asiática, concluirão, penso, que o continente europeu, principalmente as atuais
potências: Alemanha, França, Itália, Inglaterra, além de Portugal, Bélgica,
Holanda e Espanha têm uma dívida em relação ao continente africano.
Os países desses continentes foram explorados a exaustão pelo colonizador e
imperialista europeus no fim do século XIX e início do XX. Levaram “tudo” o que
eles tinham de melhor em minérios (ouro, prata, diamante, ferro, níquel,
alumínio), plantas (ervas medicinais) e recolheram os homens e mulheres negros como escravos,
vendendo-os em praça pública, para trabalharem nos centros cafeicultores e
comerciais das emergentes cidades europeias. Nada mais justo que saldar um
pouco da impagável dívida com esses povos contraído pela injustiça, opressão e
tirania. A acolhida e receptividade humana dos refugiados e emigrantes nos
Estados Nacionais Europeus, com incentivo de políticas públicas, socialização,
educação e inserção no mercado de trabalho mostrarão a objetividade manifestada
em atitudes de fraternidade e irmandade, indispensável ao surgimento do
sentimento mundial pela paz e harmonia entre as nações. O papa Francisco deu um
excelente exemplo (17/06) quando de sua visita a Ilha grega de Lesbos; ao
final, levou para Roma três famílias de refugiados. No total foram nove
pessoas, sendo três crianças e nove adultos, dentre eles dois cristãos e sete
sírios muçulmanos, que morarão nas dependências do Vaticano. Foram escolhidos
de forma aleatória pelo sumo pontífice. Espero que nenhum interesse duvidoso ou
corporativista na União Europeia impeça essa marcha de “hospedagem” destes
nossos irmãos necessitados, que fogem das mazelas em seus países, para
encontrar guarida na Europa. Que as nações se unam e superem os entraves
burocráticos e políticos, dando mais transparência as medidas e ações, tendo
como objetivo o “resgate” destas pessoas desde os locais de embarque até a
chegada nos respectivos países com um mínimo de conforto. É urgente impedir o
tráfico de refugiados na Líbia, postulando com o governo responsável pela
região, maneiras formais e civilizadas de transportar com segura as pessoas que
desejam tomar o caminho da emigração. Os diplomatas do Parlamento Europeu
poderão sugerir medidas que minimizem o sofrimento dos que arriscam suas vidas
juntamente com suas famílias na aventura da travessia do mar Mediterrâneo. Mais
coordenação entre os governos europeus deve facilitar o trâmite das decisões.
Todo recurso gasto nesse empreendimento é honroso e nobre, digno de pessoas
comprometidas com a fraternidade universal, solidariedade e bem estar das
famílias mundiais, as quais fazemos parte, nos incluindo para o benefícios dos
povos que vivem em nosso planeta Terra. Segue lista de alguns países europeus e
o quantitativo de refugiados recebidos em suas nações. Os números não são
precisos, mas confiáveis dentro da conjuntura abordada na temática apresentada.
Que essas nações que se sensibilizaram com a necessidade de acolhimento desses
nossos irmãos, recolham nossas congratulações por tão grandioso gesto que sem
precedente, não tem como retribuir a não ser pelo amor e compaixão. Suécia
64.700; Grécia 250.000; Alemanha 98.000; França 6.700; Bulgária 15.000; Holanda
14.100; Áustria 18.600; Espanha 5.500; Portugal 6.000; Noruega 32.000; Bélgica
2.000; Hungria 8.000; Sérvia 6.000; Macedônia 10.000; Eslováquia 1.000. Seja
louvado e glorificado Krishna, Christo, Alláh, Masiach, Budha e todos os demais
deuses. Abraço. Davi.
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