terça-feira, 16 de agosto de 2016

OS REFUGIADOS NA EUROPA.



Opinião. Crise Europeia. “O Mediterrâneo registra mais de 700 mortes nos últimos dias. Cálculos são da agência Ansa da ONU para refugiados. Ao menos 700 pessoas podem ter morrido nas águas do Mar Mediterrâneo nos últimos dias enquanto tentavam chegar à Itália, apontou relatório da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) divulgado neste domingo, dia 29/05/2016. Dados foram fornecidos com base em testemunhos de imigrantes sobreviventes. Para a porta-voz da Acnur, Carlotta Sami, "nunca saberemos o número exato, nunca conheceremos sua identidade, mas os sobreviventes nos disseram que há mais de 500 mortos". Na última quarta-feira, calcula-se que ao menos 100 pessoas tenham morrido após o naufrágio de uma embarcação superlotada que vinha da costa africana. No dia seguinte, outras cerca de 500 vítimas morreram em tragédia similar. Outros 45 corpos foram encontrados na última sexta-feira no Canal da Sicília e muitas pessoas continuam desaparecidas, quando mais uma embarcação virou. Apesar dos dados alarmantes, na última sexta-feira, o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, disse acreditar "fora de lugar" falar de uma emergência migratória no Mediterrâneo neste momento, embora tenha reconhecido um aumento das chegadas ao litoral do país nos últimos dias. Só em 2015, a Itália foi porta de entrada para mais de 150 mil pessoas que fugiam das guerras, da miséria e de perseguições, especialmente, de países do norte da África, do Afeganistão e do Iraque. O país é a segunda "rota de imigrantes" pelo mar, ficando atrás apenas da Grécia que recebeu mais de 840 mil imigrantes no ano passado. A maior tragédia registrada na região nos últimos anos foi em abril de 2015, quando mais de 800 pessoas perderam a vida num naufrágio”. http://www.jb.com.br. OPINIÃO DO MOSAICO. A ONU declarou recentemente que a crise migratória na Europa é uma situação humanitária que precisa ser resolvida com a guarida dos refugiados pelas nações europeias envolvida nessa delicada questão também política e econômica. A Europa tem uma característica em relação a outros continentes, pois vários países são trans continentais; exemplos temos a Rússia, Azerbaijão, Turquia, Armênia, Chipre e Geórgia. Esse fator penso ser relevante. apesar de apenas, a Turquia servir de trânsito à que os emigrantes alcancem a Europa; pois a cultura da miscigenação étnica, teoricamente, deve produzir mais sensibilidade aos nacionais que recepcionam este imenso contingente que foge das guerra, fomes, doenças endêmicas, opressão de governos ditatoriais, falta de perspectiva social, bem como liberdade de expressão e pensamento para o indivíduo e seus familiares. No entanto, o que tem se revelado é o contrário. Tem crescido proporcionalmente a xenofobia (desconfiança, temor ou antipatia por pessoas estranhas ao meio daqueles que a ajuíza. Ou pelo que é incomum ou vem de fora do país) entre as nações acolhedoras, enquanto os contingente de emigrantes chegam as fronteiras europeia, e “amontoados” entre familiares e particulares aguardam autorização à ingressarem. São vistos com suspeita, ameaça a estabilidade dos postos de trabalho, embaraço em questões sociais quanto a saúde, educação, habitação e segurança. Muitos são de origem árabe, e o estereótipo falsamente criado no Ocidente de que há “semelhanças” entre muçulmanos e extremistas islâmicos faz surgir o fantasma do potencial terrorista. Um argumento que não se sustenta, pois a maioria desses estrangeiros dentro da faixa ativa de trabalho, não tem qualificação profissional, carecendo que, os governos nacionais os preparem ao mercado formal, depois de um mínimo de aprendizado da língua onde foram recepcionados. Nesse ambiente os radicais Neo Nazista ganham força na Europa. Difundem ideais nacionalistas e estreitantes, que priorizam interesses de coletividades fechadas em doutrinas de exclusão de negros, homossexuais, ciganos, judeus, muçulmanos, os recém expatriados e os indigentes das periferias de suas cidades. Uma questão que é sempre apreciada quando esse assunto é mencionado, é a participação turca em todo esse processo. É sabido que esse governo intermedia sistematicamente a ida dos refugiados à Europa. Uma situação que dentro da perspectiva humanitária, acaba sendo vista como referencial econômico e político. A Turquia recebe milhares de refugiados em seu território em acampamentos provisórios. Como pleiteia a anos sua entrada na União Europeia, é suspeita de usar politicamente a situação para pressionar sua aceitação no Bloco. Outro agravante está, segundo analista, no uso dos refugiados como “moeda” de troca nessa intrincada circunstância; já que o governo turco, recebe da Comissão Europeia, através de um fundo criado pela União Europeia algo em torno de 3 bilhões de euros anuais. Sendo que desse total o banco central alemão contribui com 500 milhões de euros. Não se questiona a ajuda financeira, já que é impossível qualquer países bancar sozinho esse ônus excedente em todos os sentidos imagináveis. Haja vista, o governo de Ankara ter recebido, até hoje, mais de 2 milhões de refugiados só de nacionalidade síria, além de milhares expatriados de outros países. Tanto pela Líbia, na clandestinidade, quanto pela Turquia na “legalidade” a situação dos refugiados ao transpor o mar Mediterrâneo é dramática. No primeiro caso em botes salva vidas improvisando, barcos e embarcações superlotados, pagam quantias exorbitantes aos traficantes líbios, já que o país segue desgovernado, dividido em várias facções; por uma viagem arriscada e perigosíssima onde um percentual considerável das embarcações acabam afundando antes de chegar a costa europeia da Sicília, Sardenha e Grécia que são os destinos mais usados. No segundo caso, a viagem é teoricamente formalizada, com um destino (país) pré fixado. Supervisionado os aparelhos de embarque náutico pelo governo turco sem uma taxação financeira e dentro da legalidade jurídica, mas evidentemente sem garantias devida a contingência perigosa da travessia. Milhões já chegaram nestas desumanas situações no tão sonhado destino (Europa), mas milhares tiveram seus sonhos sepultados no mar, inclusive crianças e família inteiras. A população de emigrantes vem de países africanos como Senegal, Mali, Guiné Bissau, Gâmbia, Líbia, Eritréia, Sudão e Marrocos e da Ásia como os do Afeganistão, Paquistão, Síria, Índia e Iraque. Mais de 1 milhão e meio de emigrantes já entraram na Europa e outros tantos correspondentes são esperados para os próximos anos. É explícito entre os governos europeus, a clara divergência quanto ao tema migração dos refugiados. Não há consenso em relação a números (visto permanente) que os países disponibilizam a ofertar para essa população carente e necessitada que chega ao continente. O Parlamento Europeu discute o assunto sem votar uma proposta conciliadora que agrade a maioria dos membros da União Europeia. A mídia sensacionalista faz (opositora da política de recepção) apologia contra a vinda dos refugiados incitando veladamente a população dos países acolhedores a pressionarem seus governos e parlamentares à não cotizar números quanto aos estrangeiros à receber. Também os países que aderem abertamente a política de hospedagem têm o nome de seus líderes desaprovados nas pesquisas de opinião pública. Isso é um fator de risco à permanência do Premier ou Presidente no cargo máximo de executivo federal. Exemplo temos a Primeira Ministra Angel Merkel que tem índice de 60% de aprovação segundo recentes pesquisas, sendo os alemães os maiores financiadores do fundo para os refugiados. O Reino Unido, sob a direção do ex Primeiro Ministro Tony Blair, desde o início do movimento migratório foi contrário a política da União Europeia. Os ingleses argumentavam que já tinham uma população considerável de imigrantes, mais de 6 milhões de pessoas. Agora com a saída do Bloco, já que nunca usaram o euro como moeda, adotarão uma política independente dos países do continente Europeu. Os recentes atentados terroristas em Paris e Nice na França, bem como em Wurzburg reivindicados pelo ISIS, além do incidente em Colônia na Alemanha envolvendo refugiados acirram as discursões sobre o tema da migração. A opinião pública quando estes fatos de vulto ocorrem, culpam os governos pela política de “portas aberta” aos estrangeiros. Todos que leram um pouco de história da colonização africana e asiática, concluirão, penso, que o continente europeu, principalmente as atuais potências: Alemanha, França, Itália, Inglaterra, além de Portugal, Bélgica, Holanda e Espanha têm uma dívida em relação ao continente africano. Os países desses continentes foram explorados a exaustão pelo colonizador e imperialista europeus no fim do século XIX e início do XX. Levaram “tudo” o que eles tinham de melhor em minérios (ouro, prata, diamante, ferro, níquel, alumínio), plantas (ervas medicinais) e recolheram os  homens e mulheres negros como escravos, vendendo-os em praça pública, para trabalharem nos centros cafeicultores e comerciais das emergentes cidades europeias. Nada mais justo que saldar um pouco da impagável dívida com esses povos contraído pela injustiça, opressão e tirania. A acolhida e receptividade humana dos refugiados e emigrantes nos Estados Nacionais Europeus, com incentivo de políticas públicas, socialização, educação e inserção no mercado de trabalho mostrarão a objetividade manifestada em atitudes de fraternidade e irmandade, indispensável ao surgimento do sentimento mundial pela paz e harmonia entre as nações. O papa Francisco deu um excelente exemplo (17/06) quando de sua visita a Ilha grega de Lesbos; ao final, levou para Roma três famílias de refugiados. No total foram nove pessoas, sendo três crianças e nove adultos, dentre eles dois cristãos e sete sírios muçulmanos, que morarão nas dependências do Vaticano. Foram escolhidos de forma aleatória pelo sumo pontífice. Espero que nenhum interesse duvidoso ou corporativista na União Europeia impeça essa marcha de “hospedagem” destes nossos irmãos necessitados, que fogem das mazelas em seus países, para encontrar guarida na Europa. Que as nações se unam e superem os entraves burocráticos e políticos, dando mais transparência as medidas e ações, tendo como objetivo o “resgate” destas pessoas desde os locais de embarque até a chegada nos respectivos países com um mínimo de conforto. É urgente impedir o tráfico de refugiados na Líbia, postulando com o governo responsável pela região, maneiras formais e civilizadas de transportar com segura as pessoas que desejam tomar o caminho da emigração. Os diplomatas do Parlamento Europeu poderão sugerir medidas que minimizem o sofrimento dos que arriscam suas vidas juntamente com suas famílias na aventura da travessia do mar Mediterrâneo. Mais coordenação entre os governos europeus deve facilitar o trâmite das decisões. Todo recurso gasto nesse empreendimento é honroso e nobre, digno de pessoas comprometidas com a fraternidade universal, solidariedade e bem estar das famílias mundiais, as quais fazemos parte, nos incluindo para o benefícios dos povos que vivem em nosso planeta Terra. Segue lista de alguns países europeus e o quantitativo de refugiados recebidos em suas nações. Os números não são precisos, mas confiáveis dentro da conjuntura abordada na temática apresentada. Que essas nações que se sensibilizaram com a necessidade de acolhimento desses nossos irmãos, recolham nossas congratulações por tão grandioso gesto que sem precedente, não tem como retribuir a não ser pelo amor e compaixão. Suécia 64.700; Grécia 250.000; Alemanha 98.000; França 6.700; Bulgária 15.000; Holanda 14.100; Áustria 18.600; Espanha 5.500; Portugal 6.000; Noruega 32.000; Bélgica 2.000; Hungria 8.000; Sérvia 6.000; Macedônia 10.000; Eslováquia 1.000. Seja louvado e glorificado Krishna, Christo, Alláh, Masiach, Budha e todos os demais deuses. Abraço. Davi.

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