Teosofia.
Texto de Geoffrey Hodson (1886-1983). Capítulo dois. GNOMOS. O gnomo é
geralmente classificado como um espírito da Terra. As investigações
comprovam que, se existem realmente na Natureza todas as espécies de
entidades atribuídas à tradição, há, por outro lado, amplas divergências
dentro de cada tipo. Algumas destas divergências são tão relevantes,
que passam a reclamar novos nomes e classificações. No futuro, quando o
naturalista, o etnólogo e o explorador se aventurarem pelo Reino da
Fantasia e os seus relatos científicos passarem a ser estudados em todas
as escolas, surgirão necessariamente novos nomes para designar as
múltiplas e variadas espécies de criaturas fantásticas. Como, na minha
opinião, a nomenclatura tradicional é, em muitos sentidos, a mais
satisfatória, classifiquei os habitantes do Reino da Fantasia por mim
estados a partir do nome atribuído à raça à qual mais se assemelham.
Neste capítulo, descrevo alguns exemplares de criaturas das árvores e
homúnculos alados, muito embora eles difiram, em muitas características
importantes, do verdadeiro gnomo. Pode ser que o estudante faça objeções
quanto a classificar como gnomo uma criatura alada que vive nas
árvores; porém, até onde vão as minhas observações, o aspecto dos seres
que designei sob esse título está muito mais próximo do gnomo do que de
outra espécie qualquer. Assim, pois, classificarei como Gnomo criaturas
diversas que diferem, em muitos pontos, do verdadeiro gnomo tradicional.
O gnomo é geralmente fino e magro, de aparência grotesca, rosto
cadavérico e comprido, sendo quase sempre um solitário. A impressão que
ele nos deixa é a de possuir uma idade extremamente avançada; todo o seu
aspecto, a sua conduta, a sua indumentária, tudo parece absolutamente
remoto em relação ao presente. Os seus braços são demasiado longos para o
nosso senso de proporção e, tal como suas pernas, curvam-se à altura
das juntas, como se tivessem enrijecendo com a idade. A tez é rude e
grosseira, os olhos muito pequenos e negros, ligeiramente repuxados para
o alto. Afirma-se que a forma do gnomo é um remanescente da antiga
Atlântida e, se isto for verdade, pode-se supor que o tipo seja uma
representação da aparência dos povos daquele período e, embora grotescos
para nós, uma expressão do seu padrão de beleza. O autêntico gnomo da
Terra não é um tipo de entidade muito agradável; os que encontrei na
Inglaterra eram inteiramente negros ou marrons, da cor da turfa, e
embora eu nunca tivesse incorrido em sua hostilidade, a sua atmosfera
era decididamente desagradável. UM GNOMO DAS ÁRVORES. Nos campos
vizinhos de Preston – Inglaterra. Setembro de 1921. Vivendo na parte
mais baixa de um freixo, encontra-se um gnomo. Parece maior do que
qualquer outro que já vira anteriormente, tendo provavelmente oitenta
centímetros de altura, até a extremidade do capuz. Ele assume sua forma
de gnomo quando está prestes a deixar a árvore para fazer breves
excursões pelo campo. Desloca-se com grande rapidez, a mais de trinta
quilômetros por hora, e, a despeito da sua velocidade, abre caminho por
entre a relva de um modo fantástico. Com passadas largas e erguendo bem
alto as suas pernas. Ele está de bom humor, pensando em si mesmo, na sua
árvore e nos seus passeios, enquanto nos recessos de sua mente perduram
lembranças de brincadeiras, a maioria delas de natureza solitária,
debaixo dos galhos da árvore. Tais recordações, bem como suas
antecipações complementares, parecem torna-lo ainda mais feliz. Na sua
mente, não cabe mais que alegria. Não necessita da companhia dos seus
semelhantes para sentir-se feliz, pois é em si mesmo que encotra prazer.
A sua felicidade, por conseguinte, é estável e duradoura. Ele parece
viver, em grande parte, no presente. Aparentemente, ele tem atrás de si
um longo período de vida, e, no entanto, a passagem do tempo parece
produzir pouco ou nenhum efeito sobre ele, tanto mental como
fisicamente. Uma tentativa de contatá-lo enquanto ele está no interior
da árvore produz uma curiosa impressão sobre a minha consciência: o
tronco da árvore se faz transparente, como se o gnomo estivesse
encerrado numa caixa de vidro – com a diferença, porém, de que o
material da superfície do tronco é sólido em toda a sua extensão; este
duplo etérico da árvore possui uma cor cinza pálido e tons esverdeados. O
gnomo parece abandonar a sua forma costumeira quando se encontra no
interior da árvore. O tronco da árvore assemelha-se a um cilindro que,
na ausência do gnomo, teria apenas uma cor, a das forças vitais da
árvore; a presença do gnomo confere individualidade a essas forças, na
medida em que são fortemente afetadas por seu padrão de vibração. Quando
o gnomo está prestes a deixar a árvore, o primeiro fenômeno que eu
posso ver é ele assumir lentamente sua forma própria, encerrando-se,
assim, na matéria densa. Tendo assumido essa forma, ele se lança no
solo, e só então é que consigo realmente apreendê-lo em sua
individualidade. Seus traços fisionômicos, em especial o queixo, são
longos e pronunciados, os ossos da face são grandes e salientes, o rosto
magro é um tanto cadavérico, os olhos repuxados como os de um chinês,
as pupilas pequenas e redondas; as orelhas são compridas e chegam a
projetar-se para fora do capuz, os seus cabelos são escuros. Embora seja
monocromático, apresentando uma coloração próxima à da casca de uma
árvore, o capuz reflete um tom qualquer de vermelho. Ao deixar a árvore,
o gnomo permanece em contato magnético com ela, e eu diria que a
distância que ele pode percorrer é limitada. É como se o seu corpo fosse
constituído pelo duplo etérico da árvore, de modo que, ao deixa-la,
este se expande. Tal é sua condição presente, mas pode haver ocasiões em
que ele é completamente livre. É muito curioso vê-lo entrar na árvore,
como se estivesse transpondo uma porta. Ao sair, parece fazê-lo sempre
no mesmo ponto e na mesma direção, isto é, para o lado do Sul. UM GNOMO
DA ROCHA. Lake District. Junho de 1922. Bem no fundo da rocha maciça
atrás de nós, há uma consciência evolutiva que se manifesta
principalmente sob o aspecto de manchas coloridas e informes, uma
espécie de gnomo embrionário; pode-se adivinhar vagamente o contorno de
sua cabeça, bem como os olhos e a boca, mas o resto do corpo é quase que
apenas sugerido, tal como os esboços iniciais de um pintor que,
espalhando sobre a tela as cores essenciais, deixa para uma fase
posterior a precisa delimitação de seus contornos. Em razão dessa
indefinição, o aspecto da criatura é de uma excessiva fealdade, para não
dizer mesmo monstruosa. Para a visão etérica; a rocha é totalmente
transparente e dentro dela a criatura parece estar como que encerrada
num imenso recipiente de vidro, vagamente consciente do ambiente que a
rodeia. A única faculdade de volição que ela parece possuir é a de
deslocar lentamente o foco e a direção de sua obtusa e limitada
consciência, o que faz de maneira demasiado insegura e letárgica. As
suas cores principais, que possuem uma considerável densidade, são o
vermelho, o verde e o marrom, as quais vibram sob o efeito das mais
débeis oscilações em resposta à consciência que desperta lentamente. A
presença dessa criatura confere à rocha uma
certa individualidade, o que é perceptível no plano físico sob a forma
de uma vibração magnética. É difícil avaliar o seu tamanho, mas a sua
altura varia provavelmente de três a quatro metros e meio. Os pés, se os
tem, devem estar plantados bem no fundo da terra em que a rocha se
assenta, e a cabeça, a uns noventa centímetros acima do seu topo. UM
GNOMO DOMÉSTICO. Lake District. Junho de 1922. Enquanto observava alguns
espíritos da Natureza, minha atenção foi atraída para uma grande rocha
situada a uns trinta e cinco metros distância, sob o qual se encontrava
um gnomo, que vivia debaixo da Terra. Percebi-o de relance, no instante
em que desaparecia sob a rocha. Tratava-se de uma figura bastante
estranha, de cor cinza escuro, diminuta e grotescamente humana, levando
na cabeça um chapéu que terminava em ponta, a qual pendia para a frente,
como que sob o peso de uma pequena borla; seu rosto parecia o de um
velho, magro, cadavérico e comprido, com uma longa barba acinzentada.
Vestia uma indumentária de cor cinzenta, uma túnica que ia pouco além da
cintura. Na mão direita, levava uma luzinha fraca, parecida com uma
vela, de brilho amarelado. Ele penetrou na Terra, cerca de sessenta a
noventa centímetros abaixo da rocha, e moveu-se em redor, sem encontrar
obstáculo. Tendo assimilado a noção humana de uma casa, parecia supor
que o lugar fosse a sua morada, e que necessitava de luz. Eu diria que
ele havia observado as pessoas indo para a cama e que agora as imitava;
ele era ridiculamente sério em seu faz de conta. Não parecia trabalhar;
apenas dava alguns passeios ocasionais até a beira d’água, a uns trinta e
cinco metros de distância. Após tê-lo aguardado por algum tempo, ele
reapareceu usando na cabeça um modelo diferente de chapéu. Tratava-se,
desta vez, de uma cumprida cartola, e sua figura recordou-me um pouco a
imagem da lagarta sentada sobre o cogumelo, em Alice no país das
maravilhas. Sua curiosidade era altamente aguçada. Chegava ao ponto de
assomar as janelas para espreitar os hábitos dos seres humanos e, embora
carecesse de inteligência para estabelecer qualquer juízo a partir de
suas observações, era capaz de memorizar e imitar muitos dos hábitos
cotidianos daqueles a quem
estivera observando. Percebo agora por que me veio a ideia, ao vê-lo
pela primeira vez, de que o seu capuz era na verdade um gorro de dormir e
de que ele estava indo para a cama; obviamente, ele imitava o
comportamento dos homens para seu próprio divertimento, não obstante o
fato de não ter qualquer necessidade de se recolher, de cobrir-se com um
gorro ou de conduzir uma luz, além de não ter nem cama nem quarto, a
não ser nas recordações que perduravam em sua mente. Suas faculdades de
concentração abandonaram-no logo que ele desceu para o fundo da Terra.
Sua conduta e mesmo sua aparência modificaram-se quando retornou à
superfície, com um novo aparato de fantasias. Agora, ele estava de saída
– suas representações não pareciam passar disso – daí, suponho, a cartola! Logo depois, uma expressão de ausência tomou
conta do seu rosto, suas ideias chegaram ao fim e até mesmo sua forma
pareceu dissipar-se momentaneamente. Alguns minutos depois, ele podia
ser visto dirigindo-se rapidamente para o lago, levando um minúsculo
buquê que ele mergulhou solenemente na água e, com enorme satisfação,
trouxe de volta para a sua rocha. Reapareceu imediatamente, desta vez sem
o buquê, e então pude ver sua pequena figura se desloando velozmente ao
longo da superfície do lago, uns sessenta centímetros acima dela, até
que a perdi de vista. Desnecessário é dizer que tanto a água como o
buquê que ele simulava carregar eram feitos da mesma matéria de que são
feitos os sonhos, reduzindo-se a água, na verdade, a uma coluna de
fumaça acinzentada e o buquê a uma nêvoa. Para este pequeno cavalheiro, a
existência parece consistir de uma sucessão ininterrupta de passeios:
cada um deles possui uma finalidade especial, que ora é perfeitamente
clara, ora extremamente vaga. Tudo o que faz é imitando os seres
humanos. Certamente, ele possui alguma simpatia pelas rochas, pelas
relvas e pelo terreno que compõem e rodeiam sua morada. GNOMOS
DANÇARINOS. Num campo nas cercanias de Preston. Setembro de 1922. Neste
lugar, existem alguns gnomos que se encontram num estágio inferior de
desenvolvimento em relação aos gnomos das árvores. Seu tamanho é menor,
variando sua altura de uns dez a quinze centímetros. O gnomo que foi
fotografado há poucos anos pertence provavelmente a esta espécie.
Distinguem-se dos gnomos das árvores pelo fato de não serem solitários,
vivendo e se divertindo em grupos; seus jogos e trejeitos são
extremamente estranhos e grotescos. Trata-se de pequeninas criaturas, de
colorido vistoso e matizes muito mais fortes e brilhantes do que os
apresentados pelos duendes. O grupo que observo está dançando em
semicírculo e todos se dão as mãos, balançando de um lado para outro;
suas pernas não são retas, arqueando-se para fora à altura dos joelhos.
Seus braços são muito longos, ligeiramente tortos perto dos cotovelos.
Sorriem de modo estranho, com uma ponta de malícia e infantilidade, e
seus olhos escuros e redondos brilham com singular expressão, como se
experimentassem um êxtase interior. Suas asas, talhadas como as do
morcego, desdobram-se lateralmente às costas e possuem uma cor mais
escura que a dos corpos, sendo feitas de uma substância macia e peluda,
de textura extremamente fina. Aparentemente, o seu contato recíproco,
seus movimentos oscilantes, muito embora desprovidos de finalidade no
plano físico, produzem uma sensação astral bastante agradável. Como pude
constatar, parecem ter o
efeito de excitar e estimular o corpo astral, que não passa de uma nuvem
de matéria informe, de tamanho duas vezes maior do que o corpo físico.
Sem dúvida, impõem também sobre eles um tipo especial de força
vibratória. Em estado de repouso ou semi repouso, o corpo astral é uma
nuvem de matéria um tanto quanto informe, de um colorido quase
imperceptível, tal qual um halo lunar. Podem-se observar também alguns
tons róseos e avermelhados, ou então um amarelo brilhante, semelhante ao
da folhagem de outono, além
de marrons mais próximos do vermelho. Quando estimulados pela dança, as
vibrações se iniciam a partir do centro do corpo astral
(aproximadamente no plexo solar), energizando todo o corpo, enquanto o
envolvem ondas e ondulações. As cores, então, tornam-se mais intensas, a
aura se amplia e assim o gnomo experimenta, até o máximo de usa
capacidade, os efeitos produzidos dessa maneira. Subitamente, o
movimento do grupo se modifica, embora se mantenha a formação original
em semicírculo. Agora, dançam para a frente e para trás, erguendo as
pernas para o alto, dobrando-as no ar e tornando a pousar os pés no
chão, em poses de uma comicidade fantástica. Parecem ter consciência
apenas da luz solar que brilha e do estado vital da atmosfera. Esses
gnomos em nada lembram a rapidez flamejante dos duendes ou mesmos dos
elfos da floresta. Seus movimentos são esquisitos, tensos e solenes.
Todavia, como todas as criaturas astrais e etéricas, eles possuem a
faculdade de se deslocar rapidamente através do espaço. GNOMOS DOS
CHARCOS. Wryesdale. Num pântano rodeado de colinas. Novembro de 1922.
Movendo-se em volta, caminhando por entre os arbustos espessos e as
moitas de junco, podem-se avistar inúmeros gnomos que apresentam algumas
características incomuns. Sua altura varia de quarenta e cinco a
oitenta centímetros; possuem aparência masculina e apenas uma cor, um
marrom bastante escuros, muito semelhante à cor da turfa que se alastra
por todo o solo da região. Também o rosto e as mãos apresentam essa
mesma cor escura. Usam chapéus compridos e pontudos, de abas dobradas e
bastante estreitas; a ponta desses chapéus, que são bastante justos, cai
ligeiramente para trás. Suas feições são fortemente marcadas e
acentuadas – particularmente na extremidade, tem o comprimento de dois e
meio centímetros. O queixo também é pronunciado e saliente e a boca,
bastante larga, está perpetuamente aberta num sorriso travesso. A pele é
grossa, de textura esponjosa. Os olhos são negros, redondos e
alongados. Dão a impressão de usar um traje bastante justo que, na
verdade, possui uma textura idêntica à da pele. Esse traje principia por
um gola dobrada à altura do pescoço e termina da mesma forma nos pulsos
e nos joelhos; a barriga da perna, o tornozelo e o pé formam uma só
peça inteiriça, sendo que os pés tem de vinte a vinte e três centímetro
de comprimento e se reduzem, nas extremidades, a um ponto. São muito
desengonçados e caminham com passadas largas, quase aos saltos, embora
seja evidente que também podem se deslocar pelo espaço em alta
velocidade, pois vejo alguns deles se movendo dessa forma, apenas
roçando o chão. Uma curiosa tentativa de obstruir o meu campo de visão
acaba de ser feita por um desses gnomos. Da sua cabeça – penso que do
meio da testa – projeta-se um jato de névoa acinzentada e brilhante que
vem de encontro a minha aura, formando à minha frente uma espécie de
nuvem diáfana. O jato continuou a ser emitido e se eu tivesse me
servindo tão somente da minha visão etérica, acha que ele teria
alcançado seu objetivo. É notável o poder de concentração demonstrado
por ele. A uma distância de treze metros, o gnomo conseguiu envolver
nosso grupo com sua projeção em forma de névoa, que visava provavelmente
a ocultá-lo da nossa vista. Está claro que ele se opõe à nossa presença
e que lhe desagrada o exame minucioso e a atenção especial que lhe
dedicamos e que ele intui, por instinto. Os outros tipos de espécies vão
e vêm continuamente pelo mato: não se pode afirmar que estejam
brincando, embora, a despeito de gostarem da claridade e parecerem
impelidos a uma incessante movimentação, eu não consiga enxergar nenhum
outro motivo para as suas perambulações. Também neles se manifesta a
faculdade imitativa, sendo evidente que nós observavam enquanto
caminhávamos pelos campos, pois vi mais de um gnomo conduzindo uma cesta
que se assemelhava, com bastante exatidão, àquela na qual trazíamos a
comida. Isso lhe dá prazer, o que exprimem por um sorriso arreganhado,
quase tolo. É extremamente hilariante vê-los caminhar em fila com suas
cestas, que chegam a somar agora uma dúzia inteira! Esses gnomos são
criaturas da Terra e a Terra é o seu habitat; não acho que sejam capazes
de se elevar no ar e alturas superiores às suas. Certamente, a Terra
não é sólida para eles, pois alguns deles deslocam com os tornozelos e
os pés enterrados no chão, sem qualquer obstáculo. Um contato mais
próximo com suas consciências demonstra serem elas ultra primitivas e
bastante limitadas. Não é fácil compreender o regime de evolução dessas
criaturas, pois a Natureza, aparentemente, não lhes opõe qualquer
resistência e todos os seus desejos parecem se realizar. Quando tento
entrar em contato com a existência subterrânea deles, parecem
dissolver-se e, de algum modo, perder sua individualidade própria em
favor de uma essência comum à medida que descem para o fundo da Terra.
Nessa essência, formam-se glóbulos que se movem sob o chão sem qualquer
resistência, e ao acompanhar um deles, constato que, ao ressurgir à
superfície, transforma-se imediato num genuíno gnomo. Não tenho meios
para saber se essa metamorfose se deve a algum esforço de inteligência,
inclinando-me antes a considerá-la mais ou menos automática. Parecem ter
consciência de tudo o que se passa mas, se tal conhecimento é causa ou
efeito do fenômeno, é algo que me sinto incapaz de determinar. O grupo,
em sua quase totalidade, é animado por uma consciência gregária e por um
instinto de rebanho. Do Livro O Reino dos Devas e dos Espíritos da
Natureza. Abraço. Davi.
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