terça-feira, 15 de setembro de 2015

A Vida do Budha. Parte III.

A Iluminação Descrição: http://www.acessoaoinsight.net/img/tup.gif
Ele descobre o Caminho do Meio
Bhikkhus, há esses dois extremos aos quais aquele que abandonou a vida em família e seguiu a vida santa não deve se entregar. Quais dois? A busca da felicidade nos prazeres sensuais, que são baixos, vulgares, grosseiros, ignóbeis e que não trazem benefício; e a busca da mortificação, que é dolorosa, ignóbil e que não traz benefício. Evitando esses dois extremos o Tathagata despertou para o Caminho do Meio, que faz surgir a visão, que faz surgir a sabedoria, que conduz à paz, ao conhecimento direto, à iluminação, a Nibbana. E qual, bhikkhus, é o caminho do meio para o qual o Tathagata despertou, que faz surgir a visão (...) que conduz a Nibbana? É este Nobre Caminho Óctuplo: entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração correta. Esse, bhikkhus, é o caminho do meio para o qual o Tathagata despertou, que faz surgir a visão, que faz surgir a sabedoria, que conduz à paz, ao conhecimento direto, à iluminação, a Nibbana.
Ele penetra os Três Conhecimentos
Quando a minha mente dessa forma concentrada, purificada, luminosa, pura, imaculada, livre de defeitos, flexível, maleável, estável e atingindo a imperturbabilidade, eu a dirigi para o conhecimento da recordação de minhas vidas passadas (o Budha acesso milhões de renascimentos anteriores em seu percurso existencial). Eu recordei minhas muitas vidas passadas, isto é, um nascimento, dois (...) cinco, dez (...) cinquenta, cem, mil, cem mil, muitos ciclos cósmicos de contração, muitos ciclos cósmicos de expansão, muitos ciclos cósmicos de contração e expansão: Lá eu tinha tal nome, pertencia a tal clã, tinha tal aparência. Assim era minha comida, assim era a minha experiência de prazer e de dor, assim foi o fim da minha vida. Falecendo daquele estado eu ressurgi ali. Ali eu também tinha tal nome, pertencia a tal clã, tinha tal aparência. Assim era a minha comida, assim a minha experiência de prazer e de dor, assim foi o fim da minha vida. Falecendo daquele estado eu ressurgi aqui. Assim eu me recordei das minhas vidas passadas nos seus modos e detalhes. Esse foi o primeiro conhecimento verdadeiro que eu obtive na primeira vigília da noite. A ignorância foi destruída; o conhecimento surgiu; a escuridão foi destruída; surgiu a luz, como acontece com alguém que seja diligente, ardente e decidido. Mas o sentimento prazeroso que surgiu em mim não invadiu a minha mente e permaneceu. Quando a minha mente dessa forma concentrada, purificada, luminosa, pura, imaculada, livre de defeitos, flexível, maleável, estável e atingindo a imperturbabilidade, eu a dirigi para o conhecimento do falecimento e ressurgimento dos seres. Eu vi, através do olho divino, purificado e que sobrepuja o humano, seres falecendo e renascendo e eu compreendi como eles são inferiores e superiores, bonitos e feios, afortunados e desafortunados de acordo com o seu kamma: Esses seres, que são dotados de má conduta com o corpo, linguagem e mente, que insultam os nobres, que têm entendimento incorreto e realizam ações sob a influência do entendimento incorreto, na dissolução do corpo, após a morte, renascem no plano da privação, numa destinação ruim, nos reinos inferiores, no inferno (aqui se entende o termo inferno, como uma disciplina cármica transitória, correção, à normalidade da evolução espiritual). Porém, aqueles seres, que são dotados de boa conduta com o corpo, linguagem e mente, que não insultam os nobres, que têm entendimento correto e realizam ações sob a influência do entendimento correto, com a dissolução do corpo, após a morte, renascem num destino feliz, no paraíso (um estado de beatitude, também chamado Devachan; um gozo temporário que antecede os futuros renascimentos). Dessa forma, através do olho divino, purificado e que sobrepuja o humano, eu vi seres falecendo e renascendo e eu compreendi como eles são inferiores e superiores, bonitos e feios, afortunados e desafortunados de acordo com o seu Kamma. Esse foi o segundo conhecimento verdadeiro que eu obtive na segunda vigília da noite. A ignorância foi destruída; o conhecimento surgiu; a escuridão foi destruída; surgiu a luz, como acontece com alguém que seja diligente, ardente e decidido. Mas o sentimento prazeroso que surgiu em mim não invadiu a minha mente e permaneceu. Quando a minha mente dessa forma concentrada, purificada, luminosa, imaculada, livre de defeitos, flexível, maleável, estável e atingindo a imperturbabilidade, eu a dirigi para o conhecimento do fim das impurezas mentais. Eu compreendi, da maneira como realmente é, que isto é sofrimento (...). Esta é a origem do sofrimento (...). Esta é a cessação do sofrimento (...). Este é o caminho que conduz à cessação do sofrimento (...). Estas são as impurezas (...). Esta é a origem das impurezas (...). Esta é a cessação das impurezas (...). Este é o caminho que conduz à cessação das impurezas. Quando eu assim soube e vi, minha mente estava livre da impureza do desejo sensual, da impureza de ser existir, da impureza da ignorância. Quando ela se libertou, surgiu o conhecimento libertado. Eu compreendi que o nascimento foi destruído, a vida santa foi vivida, o que devia ser feito foi feito, não há mais vir a ser em nenhum estado. Esse foi o terceiro conhecimento verdadeiro que eu obtive na terceira vigília da noite. A ignorância foi destruída e o verdadeiro conhecimento surgiu; a escuridão foi destruída e a luz surgiu como acontece com alguém que seja diligente, ardente e decidido. Mas o sentimento prazeroso que surgiu em mim não invadiu a minha mente e permaneceu.
[MN 36]
Despertar Supremo!
Incontáveis nascimentos, neste Samsara
perambulei, buscando sem encontrar
o construtor desta casa:
renascer é sofrimento.
Construtor desta casa você foi visto,
você nunca mais construirá uma casa,
todas as vigas cederam,
a estrutura doi demolida,
a mente superou o condicionado,
a cessação do desejo.
Ele se torna um Tathagata
O Tathagata despertou completamente para o mundo. Do mundo, o Tathagata está desunido. O Tathagata despertou completamente para a origem do mundo. A origem do mundo foi abandonada pelo Tathagata. O Tathagata despertou completamente para a cessação do mundo. A cessação do mundo foi realizada pelo Tathagata. O Tathagata despertou completamente para o caminho para a cessação do mundo. O caminho para a cessação do mundo foi desenvolvido pelo Tathagata. Tudo aquilo no mundo, com os seus devas, maras e Brahmas (num sentido abrangente esses três vocábulos seriam: anjos, demônios e deuses), esta população com seus contemplativos e brâmanes, seus príncipes e o povo, tudo aquilo que é visto, ouvido, sentido, conscientizado, buscado, procurado, ponderado pela mente: o Tathagata despertou completamente para tudo isso. Por isso ele é chamado o Tathagata. Desde a noite em que o Tathagata despertou completamente para a insuperável perfeita iluminação até a noite na qual ele realize o Parinibbana, tudo aquilo que o Tathagata disse, falou, explicou é assim (tatha) e não de outra forma. Por isso ele é chamado o Tathagata. O Tathagata é aquele que age de acordo com (Tatha) o que ele ensina, aquele que ensina de acordo com as suas ações. Por isso ele é chamado o Tathagata. Neste mundo, com os seus devas, maras e brahmas, esta população com seus contemplativos e brâmanes, seus príncipes e o povo, o Tathagata é o Conquistador, o Não Conquistado, Onisciente, Todo Poderoso. Por isso ele é chamado o Tathagata.
[It.112]


Após a iluminação Descrição: http://www.acessoaoinsight.net/img/tup.gif
O Budha investiga as leis de causa e efeito
Assim ouvi. Certa ocasião o Abençoado estava em Uruvela às margens do rio Neranjara ao pé de uma figueira dos pagodes (altares de adoração aos deuses), pouco tempo depois de ter alcançado a perfeita iluminação. Então, enquanto o Abençoado estava só em isolamento, um pensamento surgiu na sua mente, ele ficou sentado em meditação sob a sombra dessa árvore por sete dias sem parar, sensível à felicidade da libertação. Ao final de sete dias, após emergir daquela concentração, na terceira vigília da noite, ele considerou minuciosamente a origem dependente em ordem progressiva e regressiva, dessa forma:
Quando existe isso, aquilo existe.
Com o surgimento disso, aquilo surge.
Quando não existe isso, nem aquilo existe.
Com a cessação disto, aquilo cessa.
Em outras palavras:
"Da ignorância como condição, as formações surgem.
Das formações como condição, a consciência.
Da consciência como condição, a mentalidade materialidade.
Da mentalidade materialidade como condição, as seis bases dos sentidos.
Das seis bases dos sentidos como condição, o contato.
Do contato como condição, as sensações.
Das sensações como condição, o desejo
Do desejo como condição, o apego.
Do apego como condição, ser e existir.
Do sere e existir como condição, o nascimento.
Do nascimento como condição, o envelhecimento e morte, tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero.
Essa é a origem dessa massa de sofrimento e estresse.
Agora da cessação sem deixar vestígios dessa mesma ignorância, cessam as formações.
Da cessação das formações, cessa a consciência.
Da cessação da consciência, cessa a mentalidade materialidade.
Da cessação da mentalidade materialidade, cessam as seis bases dos sentidos.
Da cessação das seis bases dos sentidos, cessa o contato.
Da cessação do contato, cessam as sensações.
Da cessação das sensações, cessa o desejo.
Da cessação do desejo, cessa o apego.
Da cessação do apego, cessa o ser e existir.
Da cessação do sere e existir, cessa o nascimento.
Da cessação do nascimento, então envelhecimento e morte, tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero, todos cessam. Essa é a cessação dessa massa de sofrimento e estresse.
Então, dando-se conta do significado disso, o Abençoado nessa ocasião exclamou:
Na medida em que os fenômenos ficam mais claros
para o brâmane – ardente, absorto -
ele permanece, arrasando as tropas de Mara,
como o sol que ilumina
        o céu.
[Ud I.3
Seria com o propósito de aperfeiçoar um agregado de conhecimento e visão da libertação não aperfeiçoado que eu permaneceria na dependência de um outro brâmane ou contemplativo, honrando-o e respeitando-o? No entanto, neste mundo com os seus devas, Mara e Brahma, nesta população com seus brâmanes e contemplativos, seus príncipes e povo, eu não vejo outro brâmane ou contemplativo mais consumado em conhecimento e visão da libertação do que eu, ninguém na dependência do qual eu possa permanecer honrando-o e respeitando-o. E se eu permanecesse na dependência deste mesmo Dhamma dependência deste Dhamma, honrando-o e respeitando-o para o qual eu despertei perfeitamente, honrando-o e respeitando-o? Então, tendo percebido com a sua mente o pensamento na mente do Abençoado, com a mesma rapidez com que um homem forte pode estender o seu braço flexionado ou flexionar o seu braço estendido, o Brahma Sahampati desapareceu do mundo de Brahma e reapareceu na frente do Abençoado. Arrumando o seu manto externo sobre o ombro, ele juntou as mãos em uma reverenciosa saudação dizendo: Assim é, Abençoado! Assim é, Iluminado! Aqueles que foram Arahants, Perfeitamente Iluminados no passado, esses Abençoados, também, permaneceram na dependência deste mesmo Dhamma, honrando-o e respeitando-o. Aqueles que serão Arahants, Perfeitamente Iluminados no futuro, esses Abençoados, também, permanecerão na dependência deste Dhamma, honrando-o e respeitando-o. Que o Abençoado, que é o Arahant no momento, o Perfeitamente Iluminado, permaneça na o.

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