sábado, 12 de setembro de 2015

A Vida do Budha. Parte I.

Uma Descrição da Vida do Budha
Leituras do Cânone em Pali, um dos dialetos hindus.

Esta é uma descrição da vida do Budha baseada em trechos de suttas do Cânone em Pali. Nesta breve antologia você irá encontrar material suficiente para ter pelo menos uma ideia da extensão dos ensinamentos do Budha e da trajetória envolvente da sua vida extraordinária. Para relatos mais detalhados da vida do Budha, por favor veja estas duas excelentes antologias: The Splendour of Enlightenment: A Life of the Buddha (dois volumes), compilado por Phra Khantipalo (Bangkok: Mahamakut Rajavidyalaya Press, 1976), e The Life of the Buddha por Bhikkhu Ñanamoli (Kandy: Buddhist Publication Society, 1992). De fato, o Abençoado é um arahant (santo), perfeitamente iluminado, consumado no verdadeiro conhecimento e conduta, bem aventurado, conhecedor dos mundos, um líder insuperável de pessoas preparadas para serem treinadas, mestre de devas (anjos) e humanos, desperto, sublime.

"Itipi so bhagava araham, sammasambuddho, vijjacaranasampanno, sugato, lokavidu, anuttaro purisadammasarathi, sattha devamanussanam, buddho, bhagava."



Conteúdo:


O Bodhissatva (que será Budha) Descrição: Descrição: Descrição: http://www.acessoaoinsight.net/img/tup.gif
Asita, o vidente, visita o príncipe recém nascido
[Data: -80 EB]
Asita, o vidente, na sua meditação do meio dia,
viu os devas do Grupo dos Trinta
    - exultantes, estáticos -
vestidos com puro branco, honrando a Indra,
segurando estandartes, aplaudindo desordenadamente,
e vendo os devas assim felizes e contentes,
ao saudá-los, ele disse:
Por que a comunidade dos devas
    está tão desordenadamente exaltada?
Por que vocês estão segurando estandartes
e acenando com eles ao redor?
Mesmo após a guerra com os Asuras
    - quando a vitória foi dos devas,
    os Asuras derrotados -
mesmo então não havia uma excitação como essa.
Vendo qual maravilha
os devas estão tão felizes?
    Vocês gritam,
    cantam,
    tocam música,
    batem palmas,
    dançam.
Então eu pergunto a vocês que vivem no topo do Monte Meru.
Por favor dissipem a minha dúvida logo, estimados senhores.
O Bodhissatva, a joia mais preciosa,
    inigualável,
nasceu para o bem estar e felicidade
    no mundo humano,
em uma cidade na região dos Sakyas,
    Lumbini (atualmente no Nepal).
É por isso que estamos todos desordenadamente exaltados.
Ele, o supremo de todos os seres,
a pessoa suprema,
um touro entre os homens, o primeiro entre todas as pessoas,
colocará em movimento a Roda do Dhamma
no bosque com o nome dos videntes,
como um leão forte, rugindo,
o conquistador de bestas.
Ouvindo essas palavras,
Asita rapidamente descendeu do paraíso
e se dirigiu à residência de Suddhodana.
Lá, tomando um assento, ele disse aos Sakyas:
    Onde está o príncipe?
    Eu, também, quero vê-lo.
Os Sakyas então mostraram
para o vidente chamado Asita
    o seu filho, o príncipe,
    como ouro brilhante,
polido pelo mais hábil ourives
na boca da fornalha,
resplandecendo em glória, imaculado na cor.
Vendo o príncipe resplandecendo como uma chama,
puro como um cometa
cruzando os céus
    - o sol incandescente,
    livre das nuvens do outono -
exultante, pleno com êxtase abundante.
Os devas seguravam no céu
um guarda sol com muitos raios
e mil círculos.
Pequenas vassouras com cabos de ouro
ondulavam para cima e para baixo,
porém aqueles que seguravam as vassouras e o guarda sol
    não podiam ser vistos.
O vidente com o cabelo opaco
denominado Esplendor Escuro,
vendo o menino, como um ornamento de ouro
sobre o cobertor de lã vermelho,
um guarda sol branco cobrindo a cabeça,
o recebeu, feliz e contente.
E ao receber o touro dos Sakyas,
saudosamente, o mestre dos mantras e sinais
exclamou com a mente confiante:
    Este é insuperável,
    o mais elevado da raça bípede.
Então, prevendo a sua iminente partida,
ele, deprimido, verteu lágrimas.
Vendo-o chorar,
os Sakyas perguntaram:
    Mas com certeza não haverá
    perigo para o príncipe?
Vendo a preocupação dos Sakyas
ele respondeu: Eu prevejo para o príncipe
    nenhum dano.
Nem haverá para ele qualquer perigo.
Ele não é inferior: tenham certeza.
    Este príncipe alcançará
    o máximo despertar por seu próprio mérito.
Ele, vendo a máxima pureza,
colocará em movimento a Roda do Dhamma
por compaixão pelo bem estar de muitos.
A sua vida santa se espalhará em muitas direções.
    Mas quanto a mim
minha vida aqui não tem mais resíduo;
minha morte ocorrerá antes.
    Eu não ouvirei
o Dhamma deste aqui com a tarefa inigualável.
Essa é a razão porque estou golpeado,
    atormentado e triste.
[Snp
Bhikkhus, Eu vivi em refinamento, o maior refinamento, refinamento total. Meu pai mandou construir no nosso palácio lagos com flores de lótus: um onde floresciam lótus vermelhas, outro onde floresciam lótus brancas, outro onde floresciam lótus azuis, tudo em meu beneficio. Eu não usava outro sândalo que não fosse de Benares (região da Índia). Meu turbante era de Benares, como era minha túnica, minha roupa de baixo e minha capa. Uma sombrinha branca era mantida sobre mim durante o dia e noite para proteger-me do frio, calor, poeira, sujeira e orvalho. Eu tinha três palácios: um para a estação fria, um para a estação quente e um para a estação das chuvas. Durante os quatro meses da estação das chuvas eu era entretido no palácio para a estação das chuvas por menestréis e não havia nenhum homem entre eles, e eu não saia nunca do palácio (...). Enquanto que os serviçais, trabalhadores e empregados nas casas de outras pessoas eram alimentados com sopa de lentilhas e arroz quebrado, na casa do meu pai os serviçais, trabalhadores e empregados eram alimentados com trigo, arroz e carne. Apesar de ter sido favorecido com essa boa sorte, com total refinamento, o pensamento me ocorreu: Quando uma pessoa sem instrução, uma pessoa comum, sujeita ao envelhecimento, que não superou o envelhecimento, vê um outro que está envelhecido, ela fica horrorizada, repelida e enojada, sem se dar conta, de que ela também está sujeita ao envelhecimento, que não superou o envelhecimento. Se eu, que estou sujeito ao envelhecimento, que não superei o envelhecimento, ficasse horrorizado, repelido e enojado vendo uma pessoa que é velha, isso não seria digno. Notando isso, a típica embriaguez de um jovem com a juventude desapareceu completamente.  Apesar de ter sido favorecido com essa boa sorte, com total refinamento, o pensamento me ocorreu: Quando uma pessoa sem instrução, uma pessoa comum, sujeita a enfermidade, que não superou a enfermidade, vê um outro que está enfermo, ela fica horrorizada, repelida e enojada, sem se dar conta, de que ela também esta sujeita à enfermidade, que não superou a enfermidade. Se eu, que estou sujeito à enfermidade, que não superei a enfermidade, ficasse horrorizado, repelido e enojado vendo uma pessoa que está enferma, isso não seria digno. Notando isso, a típica embriaguez de um jovem com a juventude desapareceu completamente. Apesar de ter sido favorecido com essa boa sorte, com tal total refinamento, o pensamento me ocorreu: Quando uma pessoa sem instrução, uma pessoa comum, sujeita à morte, que não superou a morte, vê um outro que está morto, ela fica horrorizada, repelida e enojada, sem se dar conta, de que ela também esta sujeita à morte, que não superou a morte. Se eu, que estou sujeito à morte, que não superei a morte, ficasse horrorizado, repelido e enojado vendo uma pessoa morta, isso não seria digno. Notando isso, a típica embriaguez de um jovem com a juventude desapareceu completamente.
http://www.acessoaoinsight.net/. Abraço. Davi.

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