quinta-feira, 17 de abril de 2014

Reflexão sobre a Páscoa

“O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura. E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo. Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nós pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; está é a pascoa do Senhor”. Êxodo 12: 5, 7 – 11. Lamentavelmente chegamos a superficialidade quanto aos conceitos da páscoa. É espantoso que “muitos” cristãos assumiram a postura comercial e utilitarista dum ensino tão precioso e esotérico como este. Cooperamos com o consumismo capitalista ao adulterar (figuras de coelhos, “ovos” de páscoa, presentear chocolate à amigos ocultos) como representações conscientemente estereotipadas, dos verdadeiros símbolos místicos  (família, cordeiro ou ovelha,  pães ázimos, ervas amargosas, água, fogo. Lombos cingidos, sapatos nos pés e cajado na mão) de profunda realidade (verdade) espiritual. Preocupante reconhecer este quadro sócio espiritual (páscoa) desta época em que, nossos valores “cristãos” são sub julgados pelo ceticismo materialista. Pensando nas “figuras”  da páscoa numa óptica cristã vejamos. O cordeiro como representação do CRISTO, deveria ser (perfeito) imaculado. Sua morte (redenção vicária) seria para a satisfação e alegria (filhos de Deus) das famílias na terra. Ele foi sacrificado “a tarde” no monte Gólgota ou Caveira. Ele assumiu a nossa culpa. Seu sangue cobriu (trouxe redenção quitando nossa dívida impagável) nossos pecados, nos reconciliando com Deus. A família reunida (o cordeiro seria o prato principal) deveria promover uma solene refeição. O fogo lembra (carne assada) o doloroso e sofrido (vitupério, vergonha, humilhação, insulto, ofensa, injúria) processo pela qual o Cristo deveria passar para promover nossa salvação. A água traz a ideia da (quando o Cristo deu o brado. João 19: 30 “Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito”) purificação interior. Uma alusão a nossa iniciação (quando somos imersos nas águas) no mistério da vida cristã. Neste instante ouve trovões e relâmpagos e, uma forte chuva desceu sobre a multidão presente. Ervas amargas dizem respeito as vicissitudes (doenças, angústias, ansiedades, medos, tristezas) que enfrentamos em nosso cotidiano. Noite e dia é o cálice que devemos estar prontos para tomarmos. Pães ázimos penso  o discernimento que devemos usar (decisões, escolhas, sentimentos, intuições) nas mais variadas situações que enfrentamos. O discernimento é um atributo do espírito humano. A comunhão com Deus (íntima) produz está sabedoria do alto. Lombos cingidos, sapato nos pés e cajado nas mãos pondero nossa responsabilidade, ao percorrermos a “senda” espiritual.  A ideia que nossa humanidade será testada (Mateus 7: 14) pelo “caminho estreito e a porta apertada”. As provações virão (deserto, serpentes, montanhas, escassez de água e alimentos, frio, calor, miragens, desentendimentos, desejo de voltar, inimigos) como instrumentos para nossa elevação ao Divino. Temos uma esperança cruzar o rio (Jordão) entrando na (Canaã) Terra Prometida. Deuteronômio 8: 7 “Porque o Senhor teu Deus te põe numa boa terra, terra de ribeiros de águas, de fontes, e de mananciais, que saem dos vales e das montanhas. Terra de trigo e cevada, e de vides e figueiras, e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel. Terra em que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela; terra cujas pedras são ferro, e de cujos montes tu cavarás o cobre”. Meushar Pessach. Feliz Páscoa. Abraços. Davi.        

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