sábado, 19 de abril de 2014

Meditação sobre Oração.

Amigos e irmãos, uma meditação para pensarmos alguns paradoxo quanto a oração. Pai Absolutamente Santo, nada se compara a ti em beleza e formosura. Não conseguimos penetrar em teu mistério, nem um bilionésimo de milímetro. Somos incapazes de mensurar sua infinita sabedoria e seu interminável conhecimento. Para aproximarmo-nos de ti, criamos o artifício da materialização. Uma imperfeição grosseira pois és incorpóreo. Mas esse é nosso referencial para tentarmos alcançar o inalcançável. Somos uma gota de água em seu oceânico Ser. Infimamente pequenos e desprezivelmente reduzidos. Tu percebe-nos em substância e essência. Pai Absoluto, ousamos imaginar como é Tua voz; aguda, grave ou um trovejar. Não distinguimos plenamente, apenas Ti ouvimos na surdez de nossos tímpanos. Teu olhar perscruta-nos; penetra até o âmago. Caímos em si e reconhecemos visceralmente nossa natureza corrupta e pervertida. Tua mão acolhe-nos e se necessário “abandona-nos". Uma aparente contradição que compreendemos com a experiência. O acolher é a situação presencial, quando somos assistidos e cuidados por Ti. O  "abandono" é a incumbência divina na ausência. O vazio se corporiza com as partículas divinas. Quando um pai se ausenta de sua casa temporariamente, os familiares tem a sensação de sua presença. O sentimento de saudade objetiva o ausente. Pai Eterno temos saudades quando retiraste de nós; isso não porque pecamos, mas, porque teu amor também revelasse ao "deixar-nos". Impossível cogitar logicamente este fato. Teu silêncio fala-nos mais que milhões de palavras; produz em nós quando forçoso vergonha e arrependimento, fazendo-nos reconhecer nossa ignorância e estupidez. Teu silêncio mergulha-nos em Tua essência. Ele ensina-nos a calar em tua presença. Ficamos paralisados em tua paz, contemplando tua escuridão. As trevas são Tuas assim como a luz. Tu reinas também nas trevas e encoraja-nos a caminhar por ela sem medo. Gênesis 1: 2, 3 "Havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Disse Deus: haja luz e houve luz".  Teu olhar liberta-nos e cativa-nos. Somos livres para entrar e sair da sua presença; deixando-nos "cativos" para submeter-nos e subordinar-nos. Este arbítrio singulariza-nos pela escolha e determina a obediência ou desobediência ao teu amor. Deus Eterno somos diminutos para entender teus mistérios. Dá-nos graça para perceber-Te em cada instante de nossas vidas. Reconhecer teu Logos (Palavra) em cada ser humano. Tendo consciência que "ele" é potencialmente tua (imagem e semelhança) representação na terra. Mesmo em nosso embrutecimento, raiva, ira e ódio podemos (pelo Divino Logos) passar por uma transformação interior. Essa "semente eterna" pode frear nossa involução; ativando o processo da mudança (evolução) perene e "verdadeira". Faz-me ver tua chispa (raio luminoso) Divina em cada (matéria) ser (vegetal, mineral e animal) criado pela tua Suprema Vontade. Nas árvores e suas raízes, caules, folhas e frutos. Nas rochas e sedimentações carbonizadas. Nos animais, suas espécies e variadas formas e diversidades. O Logos se mostra nos pássaros, em seus movimentos, acasalamentos, migrações e busca de alimentos. Nada escapa ao Teu incrustar. Tu és tudo e estas em todos. Abraço. Davi.

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