Amigos
e irmãos boa tarde. É bom nos reencontrarmos novamente. Semana passada
assisti uma interessante entrevista; na Rede Canção Nova. O clérigo
Fábio de Melo, que também é cantor; testemunhava
de suas experiências pessoais. Discorria sobre a dificuldade que temos
de administrar as perdas que passamos, no transcurso de nossa vida.
Antes de sua ordenação dois eventos o marcaram profundamente. No
depoimento até onde percebi, não o lembro mencionando
seu pai. Deu a entender que as recordações dele não lhe traziam alegria.
Talvez tenha se “separado” de sua mãe ainda quando era criança. Ou quem
sabe abandonara a família. Contou que sua irmã morrera inesperadamente
em um trágico acidente de automóvel. Uma
perda irreparável. Algo de uma tristeza indescritível. A família ficou
desolada por algumas semanas. Ele, sua mãe e, seu irmão, consolavam-se
mutuamente. Tempos depois seu irmão foi apanhado pela polícia,
transportando droga; indo de uma cidade a outra. Confessou
o crime foi detido e posteriormente encarcerado. O que impressionou o
padre foi que sua mãe, em lágrimas narrou que a dor da perda da filha
comparava-se com a dor da prisão do filho. As duas ausências tinha a
mesma fonte afetiva. Uma permanente, a outra aparentemente
ininterrupta. Quando amamos alguém; sua ausência é uma parte de nós, que
permanece presentificada em nossa lembrança. Isso mostra a importância
do outro como um construtor de nossa história. Achei o testemunho
corajoso e sincero ao mesmo tempo. Ele como conhecido
na mídia, um religioso inserido num contexto institucional, com
responsabilidade quanto a organização mas, sem medo de expor seu
passado. Continuou falando que em seu serviço sacerdotal enfatizava mais
sua humanidade. Reconhecesse alguém fragilizado e dependente
do outro. Envolvesse com o próximo ao ponto de sentir seu sofrimento e
tristeza. Entende que Jesus em seu ministério pastoral se realizava,
destacando sua humanidade. Isso em situações em que visitava as pessoas
em suas casas, na rua, na praça, no templo, no
poço, no mercado, na festa de casamento. Queria sempre prosar com elas;
sem um interesse de convencê-las para um rebanho. Simplesmente esta em
suas companhias desfrutando uma felicidade mútua. Concluindo enumero
algumas lições. Primeiro precisamos da infinita
graça divina, como consolo e conforto para superar as perdas daqueles a
quem amamos. No filme FORREST GRUMP há uma linda frase. “A morte faz
parte da vida mas, queria que não fizesse”. Segundo é importante que as
pessoas percebam quem realmente somos. Isso
desmistifica a carapuça espiritual que nos envolve, como se fossemos
seres extraterrestres. Um suposto grupo elitizado superior que, tem
privilégios ao contatar o Eterno Deus. Uma mentira, desmascarada quando
expomos nossos fracassos e, procuramos ser mais
autênticos e menos mentirosos. Terceiro a nossa expressão humana,
baseada nas convivências nos “aterrissa” na terra. Assim podemos
valorizar nossa experiência e a do outro. No estágio espirituoso vivemos
um futuro distante e inatingível. Pautamos nossa existência
sobre o signo do prognóstico celestial. Penso que é hora de vivermos
mais o aqui e o agora; o momento e o instante. O futuro se fundi no
presente e, o presente é a realidade do futuro. Abraços. Davi.
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