Olá!
Amigos e irmãos. É bom conversarmos novamente, refletindo sobre algumas
questões da vida. Este dom maravilhoso que o Eterno Pai nos concedeu.
Em Jr 8:22 há um interessante texto que se segue
“Porventura não há bálsamo em Gileade? Ou não há médico? Porque, pois,
não se realizou a cura da filha do meu povo? É importante situarmos o
contexto histórico em que o profeta Jeremias está incluído. O povo Judeu
vivia uma “depravação” espiritual a décadas.
Todas as instituições (civis, políticas, sociais e religiosas) estavam
corrompidas. Os sucessivos reinados, seus soberanos e administradores.
mantinham-se a custas de pesados impostos; pagos principalmente pela
população pobre. Os ricos como sempre tinham
seus privilégios e regalias. A cidade onde o profeta passou a maior
parte de seu ministério foi Jerusalém. A maior cidade do reino de Israel
e sua respectiva capital. Ela era o centro de adoração ao Eterno Pai. De
todos os lugares vinham judeus para as festas
prescritas na (torá), os cinco primeiros livros do Antigo Testamento. O
grande templo erigido pelo rei Salomão estava lá. Era um símbolo de
união nacional, remetendo aos tempos de prosperidade. Trazia também a
ideia de uma aliança, celebrada com Deus em tempos
“distantes”. Aqui especificamente se desenvolve o falar do profeta
Jeremias. Ele não era um “emissário” das questões sociais (pobreza e
riqueza). Nem se envolvia em situações políticas (igualdade social e
distribuição de renda). Não tinha interesse de discutir
sobre (propriedade privada). Seu chamamento estava centrado numa
situação espiritual. O templo do Senhor que devia ser um ambiente de
comunhão e aproximação com Deus, era usado como um amuleto ou talismã.
Os Judeus imaginavam que a presença dele (templo) entre eles,
os protegeriam de qualquer maldição e, enquanto ele estivesse de pé, a
felicidade os acompanhariam de perto. Infelizmente a maldição já estava
instalada em todos os repartimentos daquilo que consideravam a
“presença divina” entre eles. Os sacerdotes recebiam suborno
(propina) para oficiarem os ritos sagrados. Haviam outros “deuses” sendo
adorado no templo. Animais “defeituosos” eram sacrificados fora do
altar. Tinham prostitutas cultuais nos compartimentos do santuário. Uma contaminação e
promiscuidade acentuadas. Uma condição de “miséria
e podridão” humanas. Bem, vamos tentar falar alguma coisa do versículo
proposto. Espero que o que vou falar, traga alguma “luz” espiritual.
Jeremias lutou corajosamente contra todos estes desmandos espirituais em
sua época. Falou desmascarando a farsa que havia.
Expôs reis e sacerdotes, mostrando seus corações perversos e suas mentes egoístas e mesquinhas. Profetizou a destruição do templo que ocorreu no ano de
587 AC. Este é o primeiro templo como se sabe. O segundo foi destruído no
ano 70. O texto bíblico mencionado parece
um clamor (oração) do profeta. Um desespero que vem de seu íntimo. Ele
ousa procurar uma explicação para uma situação tão medonha como aquela
em sua época e, ressente-se de resposta. A maioria dos Judeus tinham um
coração endurecido como uma (rocha), mas ele
sabia que havia esperança. Deduzo que no trecho citado há uma ideia de
que Jeremias percebia que a natureza humana era “deformada e
desregrada”. Ele próprio tentou fugir do chamamento do Eterno. Uma
questão difícil de compreender é que parece que o profeta
faz tudo sozinho. Um engano pois, o argumento que estamos analisando
mostra que, existiam outros servos de Deus que também lutaram contra as
“imundícies” espirituais vigentes. Apenas não são mencionados com
destaque, só relatando os nomes de Baruque (aquele
que transcrevia e lia os textos do profeta) e Obede Meleque (o etíope)
que resgatou o profeta dum poço de lama. Jeremias reconhece que também
precisa do bálsamo de Gileade, assim como os demais do seu povo. Ele reconhece que se os seus patrícios estão enfermo,
assim, de igual modo ele. Todos estão debilitados precisando de cura interior.
O amor se expressa em tomarmos o lugar do outro. Tendo por ele
compaixão e atitude positiva. A cura aqui é um processo subjetivo. Deveria ser realizada numa mudança de mente e numa transformação de interior. Uma questão moral e espiritual que precisava ser
reparada e corrigida. Uma alteração do percurso de vida. Mas a
dura cerviz impediu o povo Judeu de tocar no amor e na misericórdia do
Eterno. Colheram exatamente aquilo que plantaram. A disciplina veio por
causa de seus próprios erros. Isso acontece
conosco em nossa cotidianidade cristã. Não assumimos nossos fracassos e
culpamos Deus ou o diabo por eles. Nossos “ídolos” são interiores e, geralmente não
abrimos mãos deles. Uma advertência I Jo 5:21 “Filhinhos guardai-vos
dos ídolos”. Após a destruição
do templo e a subordinação do povo Judeus aos seus conquistadores os Babilônios. Jeremias seus amigos e os
anônimos que Deus usou em todo aquele processo agora eram “médicos” de
almas e terapeutas de “plantão”. Passavam o bálsamo curador nas
“feridas” dos que ficaram. Não apenas ouviam o choro
e angústia dos seus compatriotas, mas escutavam com um terceiro
“ouvido”, aquele da reflexão, do sentimento, da emoção, da entrega.
Tomando o sofrimento do outro como sendo o seu sofrimento. Penso que
podemos transportar a experiência de Gileade para nossos
dias. Apliquemos este bálsamo uns nos outros quando necessário. Fraternal abraço. Davi.
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