sábado, 19 de abril de 2014

O bálsamo de Gileade.

Olá! Amigos e irmãos. É bom conversarmos novamente, refletindo sobre algumas questões da vida. Este dom maravilhoso que o Eterno Pai nos concedeu. Em Jr 8:22 há um interessante texto que se segue “Porventura não há bálsamo em Gileade? Ou não há médico? Porque, pois, não se realizou a cura da filha do meu povo? É importante situarmos o contexto histórico em que o profeta Jeremias está incluído. O povo Judeu vivia uma “depravação” espiritual a décadas. Todas as instituições (civis, políticas, sociais e religiosas) estavam corrompidas. Os sucessivos reinados, seus soberanos e administradores. mantinham-se a custas de pesados impostos; pagos principalmente pela população pobre. Os ricos como sempre tinham seus privilégios e regalias. A cidade onde o profeta passou a maior parte de seu ministério foi Jerusalém. A maior cidade do reino de Israel e sua respectiva capital. Ela era o centro de adoração ao Eterno Pai. De todos os lugares vinham judeus para as festas prescritas na (torá), os cinco primeiros livros do Antigo Testamento. O grande templo erigido pelo rei Salomão estava lá. Era um símbolo de união nacional, remetendo aos tempos de prosperidade. Trazia também a ideia de uma aliança, celebrada com Deus em tempos “distantes”. Aqui especificamente se desenvolve o falar do profeta Jeremias. Ele não era um “emissário” das questões sociais (pobreza e riqueza). Nem se envolvia em situações políticas (igualdade social e distribuição de renda). Não tinha interesse de discutir sobre (propriedade privada). Seu chamamento estava centrado numa situação espiritual. O templo do Senhor que devia ser um ambiente de comunhão e aproximação com Deus, era usado como um amuleto ou talismã. Os Judeus imaginavam que a presença dele (templo) entre eles, os protegeriam de qualquer maldição e, enquanto ele estivesse de pé, a felicidade os acompanhariam de perto. Infelizmente a maldição já estava instalada em todos os repartimentos daquilo que consideravam a “presença divina” entre eles. Os sacerdotes recebiam suborno (propina) para oficiarem os ritos sagrados. Haviam outros “deuses” sendo adorado no templo. Animais “defeituosos” eram sacrificados fora do altar. Tinham prostitutas cultuais nos compartimentos do santuário. Uma contaminação e promiscuidade acentuadas. Uma condição de “miséria e podridão” humanas. Bem, vamos tentar falar alguma coisa do versículo proposto. Espero que o que vou falar, traga alguma “luz” espiritual. Jeremias lutou corajosamente contra todos estes desmandos espirituais em sua época. Falou desmascarando a farsa que havia. Expôs reis e sacerdotes, mostrando seus corações perversos e suas mentes egoístas e  mesquinhas. Profetizou a destruição do templo que ocorreu no ano de 587 AC. Este é o primeiro templo como se sabe. O segundo foi destruído no ano 70. O texto bíblico mencionado parece um clamor (oração) do profeta. Um desespero que vem de seu íntimo. Ele ousa procurar uma explicação para uma situação tão medonha como aquela em sua época e, ressente-se de resposta. A maioria dos Judeus tinham um coração endurecido como uma (rocha), mas ele sabia que havia esperança. Deduzo que no trecho citado há uma ideia de que Jeremias percebia que a natureza humana era “deformada e desregrada”. Ele próprio tentou fugir do chamamento do Eterno. Uma questão difícil de compreender é que parece que o profeta faz tudo sozinho. Um engano pois, o argumento que estamos analisando mostra que, existiam outros servos de Deus que também lutaram contra as “imundícies” espirituais vigentes. Apenas não são mencionados com destaque, só relatando os nomes de Baruque (aquele que transcrevia e lia os textos do profeta) e Obede Meleque (o etíope) que resgatou o profeta dum poço de lama. Jeremias reconhece que também precisa do bálsamo de Gileade, assim como os demais do seu povo. Ele reconhece que se os seus patrícios estão enfermo, assim, de igual modo ele. Todos estão debilitados precisando de cura interior. O amor se expressa em tomarmos o lugar do outro. Tendo por ele compaixão e atitude positiva. A cura aqui é um processo subjetivo. Deveria ser realizada numa mudança de mente e numa transformação de interior. Uma questão moral e espiritual que precisava ser reparada e corrigida. Uma alteração do percurso de vida. Mas a dura cerviz impediu o povo Judeu de tocar no amor e na misericórdia do Eterno. Colheram exatamente aquilo que plantaram. A disciplina veio por causa de seus próprios erros. Isso acontece conosco em nossa cotidianidade cristã. Não assumimos nossos fracassos e culpamos Deus ou o diabo por eles. Nossos “ídolos” são interiores e, geralmente não abrimos mãos deles. Uma advertência I Jo 5:21 “Filhinhos guardai-vos dos ídolos”. Após a destruição do templo e a subordinação do povo Judeus aos seus conquistadores os Babilônios. Jeremias seus amigos e os anônimos que Deus usou em todo aquele processo agora eram “médicos” de almas e terapeutas de “plantão”. Passavam o bálsamo curador nas “feridas” dos que ficaram. Não apenas ouviam o choro e angústia dos seus compatriotas, mas escutavam com um terceiro “ouvido”, aquele da reflexão, do sentimento, da emoção, da entrega. Tomando o sofrimento do outro como sendo o seu sofrimento. Penso que podemos transportar a experiência de Gileade para nossos dias. Apliquemos este bálsamo uns nos outros quando necessário. Fraternal abraço. Davi.               

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