sábado, 19 de abril de 2014

A mulher pecadora

Texto Bíblico: Lucas 7:36-50.   O jantar na casa do fariseu Simão, tinha tudo para ser um habitual evento, não fosse a presença de Jesus, e a repentina entrada em cena da mulher pecadora. Para termos uma compreensão mais coerente, lógica e harmoniosa do texto, precisamos singularizar a mulher. A cultura judaica como quase todas as demais era destacadamente masculinizada, havendo pouco espaço social para o sexo feminino. Em uma exegese ampliada, diria que essa mulher era uma prostituta. Uma interpretação plausível, se pensarmos no universo dos escritos dos evangelhos. Lucas o discípulo que escreveu o texto citado, sendo um não judeu, conhecia o tema da prostituição na cultura grega e não desejou expô-lo, pois cada sociedade o entendia de maneira peculiar. Ela não era ladra, homicida ou adúltera mas, uma meretriz. Isso é muito significativo no escopo da narrativa. O estranhamento dos presentes, inclusive do anfitrião, é explicado pela condição  da mulher. Se meditarmos em sua atitude, ao lavar os pés de Jesus e os enxugar com suas lágrimas, derramando também sobre eles o bálsamo (perfume) e os beijando; ela em sua condição degradante e desonrada, com o dinheiro que recebeu dos seus clientes, comprou o perfume que ungiu a Jesus; um extremo escândalo para os convidados. Nosso juízo temerário é muito prejudicial, ao generalizarmos as pessoas, como fizeram os que estavam no jantar. Uma observação quanto a mulher: sua condição de ser e sua livre escolha em ser. Os argumentos implícitos na narrativa mostram grande diferença entre as duas proposições. Nem toda prostituta é desprezível ou imoral. Parece contraditório Jesus comparar a mulher com Simão, quando conta a história do credor que tinha dois devedores. Jesus provou a Simão e seus convidados que suas condições humanas, pervertida e depravada se escondiam na manto da lei e religiosidade; suas éticas eram hipócritas e sua moral vergonhosa. Em um panorama mais extenso essa meretriz, já havia tido um encontro com Jesus, em seu “quarto”, particular, antes do jantar na casa de Simão. Ela arriscou-se ao ridículo e menosprezo ao aparecer em um evento público. Ela demonstrou muito amor e foi grandemente perdoada, mas Simão por mostrar pouco amor, pouco foi perdoado. Uma advertência: A medida de nosso perdão é proporcional a medida de nosso amor. Abraços. Davi.

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