Texto Bíblico: Lucas 7:36-50. O jantar na casa do fariseu Simão, tinha
tudo para ser um habitual evento, não fosse a presença de Jesus, e a
repentina entrada em cena da mulher pecadora. Para termos uma
compreensão mais coerente, lógica e
harmoniosa do texto, precisamos singularizar a mulher. A cultura
judaica como quase todas as demais era destacadamente masculinizada,
havendo pouco espaço social para o sexo feminino. Em uma exegese
ampliada, diria que essa mulher era uma prostituta. Uma interpretação
plausível, se pensarmos no universo dos escritos dos evangelhos. Lucas o
discípulo que escreveu o texto citado, sendo um não judeu, conhecia o
tema da prostituição na cultura grega e não desejou expô-lo, pois cada
sociedade o entendia de maneira peculiar.
Ela não era ladra, homicida ou adúltera mas, uma meretriz. Isso é muito significativo no escopo da narrativa. O estranhamento dos
presentes, inclusive do anfitrião, é explicado pela condição da mulher.
Se meditarmos em sua atitude, ao lavar os
pés de Jesus e os enxugar com suas lágrimas, derramando também sobre
eles o bálsamo (perfume) e os beijando; ela em sua condição degradante e
desonrada, com o dinheiro que recebeu dos seus clientes, comprou o
perfume que ungiu a Jesus; um extremo escândalo
para os convidados. Nosso juízo temerário é muito prejudicial, ao
generalizarmos as pessoas, como fizeram os que estavam no jantar. Uma
observação quanto a mulher: sua condição de ser e sua livre escolha em
ser. Os argumentos implícitos na narrativa mostram
grande diferença entre as duas proposições. Nem toda prostituta é
desprezível ou imoral. Parece contraditório Jesus comparar a mulher com
Simão, quando conta a história do credor que tinha dois devedores. Jesus
provou a Simão e seus convidados que suas condições
humanas, pervertida e depravada se escondiam na manto da lei e
religiosidade; suas éticas eram hipócritas e sua moral vergonhosa. Em um
panorama mais extenso essa meretriz, já havia tido um encontro com
Jesus, em seu “quarto”, particular, antes do jantar na
casa de Simão. Ela arriscou-se ao ridículo e menosprezo ao aparecer em
um evento público. Ela demonstrou muito amor e foi grandemente perdoada,
mas Simão por mostrar pouco amor, pouco foi perdoado. Uma advertência: A
medida de nosso perdão é proporcional a
medida de nosso amor. Abraços. Davi.
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