sábado, 19 de abril de 2014

A provação na fornalha

Amigos, Saúde e paz. Quero meditar com vocês  sobre um texto bíblico em Daniel 3:35 . “ Nem deixes de ter pena de nós. Cumpre a promessa que fizeste a Abraão, teu amigo, a Isaque, teu servo, e a Jacó, teu escolhido “. Bíblia Sagrada na linguagem de hoje. Edições Paulinas. O âmbito da narrativa mostra um decreto real do imperador Nabucodonosor que foi violado pelos três amigos de Daniel  (Azarias, Misael e Ananias). Neste edito todos os habitantes da província ao som de uma trombeta deveriam adorar a estátua erigida na planície do reino em homenagem ao monarca. Ele era narcisista  (apreciava sua própria imagem) e considerava-se deus entre seus súditos. Evidentemente os três companheiros de Daniel não concordavam com esta ideia nunca amariam outro deus somente o Grande Eu Sou. Assim foram lançados na fornalha acessa sete vezes mais por infringirem a ordem real. O anjo do Senhor esteve com eles dentro do fogo e nada lhes aconteceu. Pensemos em alguns aspecto. O narcisismo em menor ou maior grau descaracteriza-nos como indivíduos sendo uma patologia fundamentada na auto imagem como uma representação daquilo que aparentemente não somos vinculada a um pseudo eu encerrado em uma imaginação que caracteriza o endeusamento do sujeito individualizando a criatura que deseja assemelhar-se ao criador. Inquietante esta situação pois no contexto do livro de Daniel o rei enlouqueceu e por sete anos comeu capim como um boi sendo acometido por uma metamorfose terrível tornando-se uma quimera (monstro mitológico) uma mescla de homem com animal. Chama a atenção a cumplicidade no relacionamento dos três amigos pois havia harmonia e definição no propósito comum de não dobrar-se ante a imagem. As amizades saudáveis se constroem no tempo singularizam nossa história e dão sentido a nossa experiência humana. Deus não os livrou do fogo mas esteve com eles na fornalha. Há algo em mim que cogita não querer passar pelo sofrimento parecendo que mensuramos a agrura como castigo pois estando desconsolados concluímos que o motivo é que precisamos passar por uma punição para aplacar a culpa de nossa consciência. Entendo que existe em nós um suposto masoquismo (prazer na dor) inconsciente onde usamos a culpa como desculpa para pela expiação sermos recompensados sendo esse o motivo penso porque não reconhecemos o significado intrínseco de nosso sofrimento. Precisamos tocar mais a amplidão da graça divina em seu infinito amor e sua imensurável misericórdia. O louvor e a oração de Azarías no início de nosso comentário é atraente pois os patriarcas referidos mostram a origem dos costumes e cultural do povo Judeu uma tipificação da unidade na diversidade onde Abraão ilustra o Deus-Pai, Isaque denota o Deus-Filho e Jacó simboliza o Deus-Espírito Santo. Os três substantivos citados trazem conotações individuais quando os compreendemos num ambiente de humanidade relacional onde a convivência com o outro nos constrói, desconstroi e reconstrói. O refazer contínuo existencial mostrado nos relacionamentos de amizades para com o outro servos para com Deus e escolhidos para conosco assim nessa perspectiva imaginamos Deus como comunitário e relacional onde Pai, Filho e Espírito Santo interagem e reagem numa unanimidade e totalidade incomparável desse modo como servos precisamos adequar-nos a esta sincronia divina. Abraços.

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