terça-feira, 1 de maio de 2018

MUITO ALÉM DO JARDIM


Cinema. Editor do Mosaico. Filme Muito Além do Jardim. Esta pelica que estreou em 1979 do diretor Hal Ashby com roteiro de Jerzy Kosinki e protagonizada por Peter Sellers (1925-1980), traz alguns questionamentos e temas recorrentes de nossa atual sociedade. Mesmo que não haja suspense ou mistério envolvendo a narrativa que optou por um drama chegado a comédia. O expectador atento descobrirá uma linha de argumento consistente em todo o desenrolar dos eventos escolhidos como formação do conjunto que embasa o caráter do personagem principal. Esse é Chance Jardim, um nome que retrata bem nosso protagonista. A fuga do habitual codinome é para enfatizar a forma patética, se posso falar assim, simples, que outros pensariam como debilidade mental do seu comportamento que foge daquilo que chamamos “realidade”. Vivia, desde criança, numa casa de classe média americana cuidado por uma doméstica que também atendia ao dono da moradia, um velho senhor que logo morreria ainda no início da história. Chance, já aparece na narrativa como um cinquentão, contudo tem hábitos excêntricos – vício em assistir televisão, nunca andara de carro, estivera confinado dentro da casa até aquela data da desocupação judicial, e dizia gostar de cuidar de jardim. Coisa que efetivamente não foi visto na prática, entretanto, parece, que tinha um conhecimento teórico desse ofício. Verdadeiramente Chance estivera confinado todos aqueles anos. Analisando essa “deficiência” de Chance pela luz da psicologia, podemos considerar dois aspectos ontológicos que Sigmund Freud (1856-1939) e Carl Gustav Jung (1875-1961) trabalham em suas obras – o Self e o Ego. Para a psicanálise o Self, é a totalidade conjuntural formadora do indivíduo nos primeiros meses que determina seu estado de normalidade social. Aqui Freud entendia a fundamental importância dos afetos maternos e paternos na primeira infância. A ausência deles deturpava e distorcia o relacionamento coletivo do indivíduo, além da má formação cognitiva. Caso a criança fosse privada deve período de desenvolvimento, haveria posteriormente uma segunda oportunidade, após a primeira infância com o surgimento do Ego. Já Jung discorda, entendendo que, Self e Ego como parte da consciência coletiva se intercambiam mesmo que tardiamente até o sexto ano, sem prejudicar o indivíduo. Psicólogos e psicanalista, hoje, já recomendam a casais gays ou lésbicas que adotarem filhos, ou um deles já terem essa responsabilidade legal antes da união estável, escolherem, um para fazer o papel de pai e o outro de mãe. Isso é de suma importância para o crescimento emocional, intelectivo, cognitivo e relacional da criança. Questões a parte os dois estão corretos a luz do roteiro proposto, pois claramente é mostrado que o procedimento de Chance refletia o meio em que vivia e as condições onde ele fora criado. Passasse a ideia de que Chance nem fora adotado formalmente pelo velho, dono da casa, e pessimamente educado sem amor, falta de carinho e não cursando a escola. Quando o velho morre, Chance é colocado para fora da casa por força judicial, tramada pelos advogados, que ao requererem a desocupação da residência pleiteariam na justiça o embargo, descobrindo que o velho não tinha filhos e nem colocará Chance Jardim como herdeiro. Ao sair para rua pela primeira vez, deparasse com um grupo de negros que caçoam dele, e um ameaça-o com uma faca. O racismo é um problema social em muitas sociedades. Geralmente herança do colonialismo dos países ocidentais, onde os brancos como maioria, detentores do modo de produção, submetiam os negros e indígenas a trabalhos forçados e insalubres. Contudo, esse quadro tem mudado no mundo, e os negros têm a cada dia ocupado seu devido espaço, com honra, na cadeia produção social. Um dos ícones desse processo, no século XX, foi o ganhador do Prêmio Nobel da Paz, em 1964, Martin Luther King (1929-1968). Ele empreendeu a luta pelos direitos civis entre os americanos, proclamando a universalização do emprego e liberdade onde negros e brancos poderiam coexistir em igualdade. Países orientais também enfrentam esse tipo de discriminação. Caso da Índia com sua tradição de casta onde os Dalits – palavra sânscrita que significa “chão quando feito aos pedaços” são os últimos da escala social. Sendo lhes destinado fazer o trabalho de limpeza de esgoto, recolhimento do lixo e manejo dos mortos dentre outros. Todos os descendentes da casta ficam expostos a essa “maldição”, sem perspectiva de mudança. Mesmo que a Constituição do país, em 1950, tenha banido o sistema de castas de seu território, ainda assim, essa questão é forte na nação do grande líder hindu Mahatma Ghandi (1869-1949), que deu sua vida pela paz e equidade entre seus pares. Num pesado estereótipo, Chance revela em seu relacionamento atributos de simplicidade, ingenuidade e ser verdadeiro. Jesus disse em Mateus 18,3 "Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus". Alguns poderiam falar num insight de sabedoria em alguns momentos, acho exagero. Um contraponto em seus acentuados defeitos. Esse lado bom de Chance é explorado pelo roteirista para dar vida à monotonia do drama, criando vários expedientes em que essas qualidades sobressaem. Como precisamos em nossa experiência ser verdadeiros. Poucos de nós pautamos nossas atitudes na verdade, tendo coragem de confrontar a falsidade e mentira. Preferindo jogar debaixo do tapete as questões, que enfrentar os fatos com evidências, para desmascara o engano. Essa situação de procrastinação pode tornar-se um transtorno de identidade onde “duas pessoas” influenciam o comportamento do indivíduo. A ingenuidade é um aspecto neutro mais para qualidade que defeito. Característica de quem tem pouca maldade e pouca malícia. Num mundo sexista, racista, homofóbico, discriminatório, extremista como o nosso. A “ingenuidade” de alma é um atributo capaz de contribuir para um contexto de harmonia, respeito e consideração pelo outro. A simplicidade é também algo que falta entre nós. O simples, hoje, é cafona – provinciano – fugindo da apologia coletiva atual, massificada nas redes sociais. Devo me espelhar no modus vivendi do outro. Fazer o que ele faz, vestir o que ele veste, viajar para onde ele viaja, ter o que ele tem. Isso nos despersonaliza, criando um ego – eu –  a parte do nosso. Perdemos nossa característica individual robotizando-nos a artificialidade. O mau uso das modernas tecnologias, que tanto nos aproxima e auxilia, está também nos distanciando e nos descaracterizando como humano, regredindo nossa consciência aos reinos inferiores. Uma eventualidade levou Chance a encontrar-se com o bilionário Benjamim Rand que morava numa enorme mansão, tendo grande influência na sociedade americana. Ele estava doente, contudo mantinha uma unidade de terapia intensiva em sua big house para cuidar de sua saúde. A mulher do bilionário, Eve, atendendo a Chance após um acidente, prontifica-se a leva-lo a um hospital para ver se tudo está bem. Gostando da simplicidade e ingenuidade dele, ela conversa com seu esposo, pedindo que ele conheça Chance. Os dois prosam várias vezes, e Rand se simpatiza pelo esquisito modo de ser, de nosso protagonista, até achando-o sóbrio em muitas de suas colocações. Como os bilionários são materialistas, centrados em seus negócios, empresas e preocupados em fazer render os dividendos aplicados em ações no mercado de capitais e logicamente aumentar sua fortuna. O diálogo de ambos gira em torno desse assunto, regado à influência da política e os fake News da mídia americana, que fazendo jogo de palavras enganam o público e descabela governantes, empresários e políticos, pessoas influentes de uma nação. A aparição do presidente americano no roteiro mostra que, como em todos os países a classe dominante está envolvida em conchavos, trama, conspiração, mancomunação que favoreça seus interesses em detrimentos de outros. As grandes corporações e conglomerados econômicos disputam parcelas do bolo financeiro nacional, usando todos os recursos a terem prestígio em situações chaves na administração federal, estadual e municipal. Rand, depois de conversar com Chance, viu em suas palavras sobre as estações do ano (primavera, verão, outono e inverno) vinculadas ao plantio, tempo de espera e colheita da lavoura, uma “sabedoria” que aplicou aos seus negócios. Rand se desfez de algumas ações, comprou outras e procrastinou em negócios mais sensíveis alcançando grandes lucros. O encontro de Chance, o bilionário e o presidente americano rendeu fama e projeção midiática a Chance. Foi convidado a aparecer na maior rede de TV do país. Foi entrevistado pelo jornal de maior circulação. Deu consultoria a um grande banco. Sempre falando a mesma coisa de forma simples e quase incompreensível, que o interlocutor precisava deduzir os argumentos para conseguir entender o contexto e o principal da frase. Chance parecia ser virgem nunca tendo contato sexual. Isso é deduzido de algumas tomadas de cena. Aquela em que ele assistindo TV, ao lado de Evie, que de todas as formas tenta seduzi ao ato sem sucesso. Contudo, ao ver um casal beijando-se a agarra, porém quando a cena termina ele cessa. Infelizmente o sexo em nossa sociedade ocidental tornou-se banal. O escritor aos Hebreus diz em 13,4 "Honrado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão a prostituição, e ao adultério, Deus os julgará". Todavia, Jesus nos tranquiliza, caso a tentação da carne venha nos seduzir. Ele, nos evangelhos, várias vezes, conversou com prostitutas, leprosos, ladrões e outros "marginalizados" da sociedade judaica. Amando-os como se eles não tivessem cometido nenhum delito moral ou amoral. O papa Francisco em momento algum, aconselhou aos párocos católicos, impedissem os sacramentos (pão e vinho) a prostitutas, gays, lésbicas e homossexuais que sentissem o desejo da comunhão. Há alguns anos atrás era inconcebível relação sexual antes do casamento. Quando ocorria, a tradição coercitiva induzia ao matrimônio. Uma situação errada, convenhamos, porem sinalizava a seriedade duma relação sexual irresponsável. Hoje, essa vulgarização sexual, tendo o prazer pelo prazer – a satisfação sem propósito perdurável, é a causa, segundo estudiosos da grande maioria dos divórcios já nos primeiros anos do casal. Além da existência, hoje, de relacionamentos precários, e descompromissados, onde ambos, vivendo união estável, moram em casas separadas e sob contratos de casamento com separação total de bens. Esses na grande maioria optam por não ter filhos. Um gigantesco problema econômico para as futuras gerações, que aumentarão drasticamente a quantidade de velhos, diminuindo enormemente a população ativa que atua no mercado de trabalho. A impotência sexual é abordada no enredo, quando o presidente americano, na cama, com sua esposa, não tem suficiente libido para realizar o ato. Realmente em situações envolvendo problemas ao homem é emocionalmente difícil atuar para satisfazer seu cônjuge. Situações há em que o esposo ou a esposa não tem vontade de se relacionar. Essa é uma condição que envolve fatores internos e externos. O interno pode ser a idade, pois grande parte dos homens com mais de 50 anos apresentam esse tipo de disfunção sexual. O advento da velhice compromete funções essenciais do organismo humano. Especialistas honestos, desaconselham o uso de fármacos químicos com a intenção de impedir a ejaculação precoce, e aumentar a libido. Esses medicamentos escravizam o usuário e proporcionam uma falsa sensação de prazer, fragilizando o aparelho reprodutor masculino e feminino, produzindo desníveis na taxa de progesterona e estrogênio. Muitos, ponderadamente, para o tratamento dessa deficiência, optam por plantas e derivados naturais que não afetam nossas funções essenciais. No Brasil, regiões há que usam o guaraná em pó a séculos. Exemplo são os habitantes de Maués no Amazonas, com um excelente índice de longevidade e potência sexual mesmo na velhice. Outro caso que chama a atenção são as tâmaras produzidas no Afeganistão e deserto do Saara. Uma poderosa fonte de energia e afrodisíaco natural. Também a erva chamada Tribulus Terrestris está relacionada ao assunto. Ela é um poderoso energético natural usado por pessoas que fazem exercício de academia, corridas de 5 e 10 km, maratona, triathon e atividades laborais. Segundo um que faz uso da erva, meu genro, também ajuda no estímulo e virilidade sexual no casamento. Favor pesquisar as três referências antes de qualquer decisão em usá-las. Outro assunto abordado ao final; a cerimônia fúnebre do velho bilionário. Sepultado numa construção em forma de pirâmide, com o símbolo – delta – da maçonaria estampada na fechada. As escolas de mistérios, mencionadas no Ocultismo, são frequentadas por muitos empresários e industriais influentes em países capitalistas. Lá eles encontram parcerias para compartilhar suas necessidades físicas e emocionais. Em muitos casos atendendo o clamor da fraternidade universal, sem serem vistos na obra humanitária. Também se misturam aos iniciados da sociedade oferecendo o que têm exteriormente, cativados pelo desejo do coração em doar amor ao próximo abnegadamente. Os atuais bilionários americanos Warren Buffett e Bill Gates são exemplos desse coração voluntário e desprendido dos bens materiais. O primeiro com fortuna avaliada em U$ 86 bilhões de dólares, em um dia dou U$ 2,9 bilhões à caridade. Prometendo em 10 anos ficar apenas com 1% de sua fortuna, doando os 99% restante. O segundo com U$ 84 bilhões de dólares promete a metade à caridade, incluindo pesquisas científicas e programas sociais pelo mundo. Quanto mais nos desprendemos do apego material, mais nosso coração se enche de amor pelo próximo. "É dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado". “A Maçonaria é uma fraternidade universal dos maçons e sua condição de grande família no seio da humanidade, sem no entanto, existe uma potência maçônica a escala mundial. Nem um grão-mestre, tipo Papa, que centralize o pensamento e a ação da Ordem. Alguns pilares maçônicos. Construção – vêm do francês “maçonnerie”, que significa uma construção qualquer, feita por um pedreiro, o “maçom”. Seu objetivo essencial é a edificação e aperfeiçoamento dos membros e da humanidade como um edifício de solidariedade e fraternidade. Justiça Social – a maçonaria admite que o homem e a sociedade são susceptíveis de melhoria, são passíveis de aperfeiçoamento. Contudo, nada há no seio da maçonaria que se faça rejeitar uma sociedade do tipo socialista ou liberal. O que importa é um homem melhor numa sociedade melhor. Aclassimo – sem discriminação de classes sociais. Engloba representantes de todos os grupos sociais, que como maçons, devem tentar esquecer a sua integração de classe e comportar-se com iguais. A maçonaria honra o trabalho manual, bem como o intelectual. Aperfeiçoamento intelectual – o aprimoramento do homem e da sociedade não se põe apenas para maçons em termos de melhoria econômico-social. Mas sobretudo, em melhoria intelectual de afinamento das faculdades de pensar e de enriquecimento adquiridos. Hoje, talvez a maioria dos maçons professe um deísmo ou teísmo de conceitos de variadas religiões, desde o cristão ao muçulmano. Fraternidade – ela é do tipo universal. Esse é não só um princípio teórico, mas uma norma de prática cotidiana. A maçonaria é uma instituição universal (...). Todos os maçons constituem uma e a mesma família, dando-se o tratamento de irmãos, sendo iguais perante a lei. Democracia e Igualdade – Essas se encontram entre os princípios básicos da instituição maçonaria. Todo poder emana do povo. Oficinas ou Lojas – cada maçonaria nacional está estruturada em células autônomas. Existem dois tipos de Oficinas, chamadas Lojas e Triângulos. A Loja é composta por um mínimo de sete maçons “perfeitos”, não tendo limite de membros. O Triângulo é composto de três maçons, pelo menos, passando a Loja quando um sétimo membro vem se agregar. A Simbologia Maçônica inclui – a Estrela de Cinco Pontas. A Planta de Acácia. O Avental. As Duas Colunas. O Compasso. O Delta, mostrado no filme, representando um Triângulo Luminoso com um olho dentro; símbolo da força expandindo. O Número 9. O Malhete, pequeno martelo, emblema da vontade ativa, do trabalho e da força material. Instrumento de direção, poder e autoridade dentre outros”. www.maçonaria.net.com.br. É isso, espero que assistam a projeção e confiram os temas abordados e outros que os amigos, porventura, encontrem como enlevo às suas almas. Progredindo a espiritualidade e humanidade. Abraço. Davi.

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