Religião
Afro-brasileira. Texto de Yamunisiddha Arhapiagha. Mestre Tântrico Curador.
Médium F. Rivas Neto. Capítulo Treze. UMBANDA E SUAS RAMIFICAÇÕES ATUAIS —
Culto de Nação Africana, Aspectos Milenares e Atuais — Candomblé de Caboclo I —
Candomblé de Caboclo II — Catimbó — Xambá — Toré — Kimbanda — Aspectos Kármicos
e Deturpações. Filho de Fé e leitor amigo, saravá! Salve a Luz do Entendimento
que agora virá clarear o raciocínio, pois iremos adentrar no solo fecundo das
concepções, mitos, ritos, superstições e crendices dos ditos Cultos
Afro-Brasileiros. Antes de relatarmos o que acontece e o porquê desses
acontecimentos por dentro dos Cultos Afro-Brasileiros, é necessário que
situemos dois grupos raciais já decadentes e que se entrechocavam desde o final
da Raça Atlante. Claro que estamos nos referindo aos grupos étnicos
representados pelos negros e pelos brancos. Sabemos que os negros, em priscas
eras, foram depositários da Proto-Síntese Relígio Científica. Desde a Atlântida
até a Raça Ariana, foram eles, os negros, deturpando e perdendo a ligação com
as Coisas Divinas e suas Leis, tanto que o último patriarca negro, Jetro, o
qual era sogro de Moysés, muito lutou para manter a unidade de seu povo, mas em
vão. Grandes dissensões no seio da Raça Negra se sucederam, como também grandes
desmandos de ordem moral, tal como usurpação de poderes, autoritarismo,
despotismo e militarismo como forma de opressão e repressão aos demais povos,
que a levaram à falência completa. Dentro da Lei dos Ciclos e dos Ritmos, um
sombrio destino estava reservado à Raça Negra, como de fato, regido pela Lei
das Consequências, assim aconteceu. Não citaremos os desmandos das Raças Negra
e Branca em minúcias; só diremos que a grande massa popular que encarnou no
Planeta Terra como negros e brancos eram Seres errantes do Universo,
profundamente comprometidos e endividados com as Leis Cósmicas. No início,
grandes líderes da Raça Vermelha encarnaram no seio das Raças Negra e Branca,
visando aumentar-lhes o tônus moral cósmico, mas à medida que deixavam de
reencarnar no seio da grande massa, essa se desgovernava e deturpava
completamente os ensinamentos cósmicos dados por esses grandes missionários.
Perguntará o Filho da Fé: por que eles não continuaram a reencarnar no seio
dessas duas raças? Na verdade, Filho de Fé, eles não as deixaram por completo,
senão a coisa seria muito pior. Diminuíram suas "descidas", mas
sempre foram professores abnegados, mas que não podiam fazer os exames finais
por seus alunos. Assim, toda vez que a Lei Divina era completamente esquecida e
postergada, eles desciam e incrementavam de todas as formas os conceitos
perdidos, sendo que muitos deles foram sacrificados, justamente por pregarem as
grandes Verdades Universais, tais como fraternidade, amor, igualdade, etc.
Deve, pois, o Filho de Fé e leitor amigo estar percebendo que esses grupos
raciais semearam maus ventos; não podiam então esperar outra coisa senão
grandes temporais e vendavais que varreriam seu egoísmo, vaidade e pseudo
soberania. Após esse triste relato do que infelizmente aconteceu, a par de
todos os meios para impedi-lo, deve já estar percebendo o leitor atento o
porquê de tantos dissabores e desencontros que permanecem ou perseveram até os
nossos dias nos dois grupos raciais e mesmo os confrontos entre ambos, que como
vimos têm raízes milenares. Ambos eram Seres errantes do Universo e aqui no
planeta Terra encontrariam chances de se reabilitar. No entanto, assim, não o
fizeram e quando encarnaram em meio aos filhos do próprio planeta,
impulsionaram-nos para violentas ações que, é óbvio, trariam, como trouxeram,
violentas reações. Vejamos como os Emissários maiores das Cortes de Jesus
tentam resolver esse impasse kármico racial, principalmente aqui no Brasil —
verdadeira Terra da Luz e da Fraternidade Universal. Como vínhamos relatando,
as reações sobre os 2 povos se precipitaram de tal forma que os conceitos
morais e religiosos, místicos e metafísicos, quando não completamente
esquecidos, foram totalmente deturpados e invertidos. Dentre os dois povos, o
que mais inverteu esse conhecimento foi o povo da Raça Branca, tanto que a
grande maioria ainda não tem conceitos firmados sobre a vida após a morte e o
que é pior, nem ao menos cogita desse conhecimento, o que demonstra suas
frágeis concepções sobre as Coisas Divinas (claro que não todos, mas a grande
maioria). A Raça Negra, por sua vez, a par de ter deturpado quase que na
íntegra o conhecimento das Coisas Divinas, mesmo assim ainda preservou certa
tradição, muito mais consistente do que a Raça Branca, embora completamente
adulterada, deturpada. Mas já era um começo (...). Assim é que, em pleno século XV
de nossa época, os negros na África, incitados pelos brancos encarnados e pelas
hostes satânicas do astral inferior, iniciaram a triste e infeliz Era da
Escravatura. Queremos que fique claro aos Filhos de Fé que a escravidão negra
não tem como responsáveis intelectuais somente os brancos, mas também os
próprios negros. Sim, pois os chefes tribais trocávamos por quaisquer coisas.
Assim é que vieram em pleno século XVI ao Brasil, provenientes de várias
regiões africanas (Daomé, atual República de Bênin, Nigéria, Uganda, Angola,
Moçambique, Costa da Guiné e outras), os ditos escravos, completamente
abatidos, arrasados e humilhados, os quais, de certa forma muito contribuíram
com seu suor, lágrimas e sangue, para a construção de nossa terra. No seio dos
escravos havia muitos Seres Espirituais abnegados que, com paciência e
persistência, transmitiam bom ânimo aos seus iguais, incentivando a resignação
e a tolerância. Mas a verdade é que nem todos aceitavam esses valores. Assim é
que usaram de todas as armas que possuíam para atacar e se livrarem do
cativeiro. Muitos, como dissemos, pregavam a resignação e tinham se conformado
com o peso das algemas, que lhes prendiam não só o corpo, mas muito mais
profundamente a alma. A grande maioria jamais se conformou com o peso das
algemas e reagiu com ódio, sangue e violência, como também utilizaram de suas
práticas religiosas, que já estavam deturpadas há milênios degenerando-as ainda
mais para a prática aberta da magia como agressão, violência, sangue e morte.
Assim é que evocavam tudo que havia de mais escuso no submundo astral
(kiumbas), como também nas zonas abismais, através de um baixo sistema
mágico vibratório, nas tão propaladas oferendas ritualísticas. Assim, a
vingança se organizava de forma física e astral, perseverando o conflito racial
nos dois planos da vida. Disso se aproveitaram os magos-negros de todos os
tempos para insuflar nos dois lados a discórdia, o ódio e as reações violentas,
tanto físicas como astrais. Nesse conflito racial houve muito derramamento de
sangue, com perda de muitas vidas, indo esses, ao desencarnarem, reforçar a
falange maldita da discórdia e do ódio, aumentando assim ainda mais o desajuste
sócio racial e astral em pleno Brasil. Neste exato momento, deve o Filho de Fé
estar se perguntando: Onde estão os remanescentes encarnados da Raça Vermelha,
representados pelo Tronco Tupy, embora decadentes? Responderemos a você, Filho
de Fé, exatamente o que aconteceu: O Tronco Tupy, representado por algumas
nações indígenas completamente deturpadas, também tinha sido levado ao
cativeiro, mas em vão, pois se não fugiam, também não serviam para o trabalho
escravo. Assim, muitas nações indígenas foram dizimadas e massacradas pelo povo
da Raça Branca, tal qual muitos negros-escravos. Os povos indígenas, portanto,
também tinham sido oprimidos pelos brancos, mas reagiram de forma idêntica aos
seus irmãos negros. Assim é que o negro africano aportado no Brasil, em
comunhão com as nações indígenas completamente degeneradas em sua cultura,
inclusive no setor religioso, firmaram seus protestos na luta pela liberdade,
nos seus sentimentos e desejos, através de seus ritos religiosos. Dessa fusão
surgiram e permaneceram praticamente até os dias atuais os mais variados ritos,
os quais refletem os sentimentos e ideais de seus fundadores na época, nem
todos com idéias e sentimentos nobres. A maioria desses ritos já amalgamados e
sincretizados tinham como base sentimentos de ódio e vingança, que se consubstanciariam
nas práticas mais baixas da magia, na própria magia negra em ação, alimentada
com um baixíssimo e agressivo sistema de oferendas. Esse sistemático conflito
racial, que perdurou até no astral, fez com que os tribunais afins
incrementassem sobre essa coletividade em litígio um conjunto de Leis
Regulativas que viessem disciplinar os rituais nefandos e retrógrados, os quais
eram vigentes na época. Guarde bem isso, Filho de Fé e leitor amigo, pois
entenderá como o astral superior, através dos Tribunais Planetários, aproveitou
o desajuste racial para, no momento exato, no seio desses cultos, lançar o
vocábulo saneador chamado UMBANDA que viria, como na verdade veio e vem
disciplinar esses cultos e as consciências retrógradas, para aqui no solo brasileiro
ressurgir futuramente, em toda sua plenitude e potência, a Proto-Síntese
Cósmica — o Aumbandan. Deixemos mais para a frente esse ângulo e voltemos logo
aonde tínhamos iniciado o relato da tragédia inter-racial. Assim, devemos
lembrar que os vários grupos ou nações africanas que aportaram aqui no Brasil,
a priori, tinham sérias rivalidades. Fala-se em dois grandes grupos — os
Sudaneses e os Bantos, os quais além de terem línguas diferentes (e dentro de
cada grupo linguístico vários dialetos), tinham também culturas diferentes e, é
claro, concepções místico religiosas completamente antagônicas. O próprio grupo
sudanês, que tinha seus integrantes tidos como os mais evoluídos, também
possuía dentro de si mesmo profundas desavenças, que na própria África terminaram
em luta fratricida. Os fons abominavam os ditos nagôs, tidos por eles como
inferiores. O mesmo acontecia entre os Bantos, onde angolanos e conguenses
também se defrontavam, embora de forma muito amenizada em relação aos povos
Sudaneses. E bom não nos esquecermos de que os povos do grupo Banto tinham tido
alguns contatos com os egípcios e com os povos da Mesopotâmia, tendo deles
conservado alguma tradição. Digo alguma tradição, em virtude de, como já
dissemos, os grandes patriarcas negros terem deixado a tradição somente de
forma oral e, como tal, foi se apagando de geração em geração, até esquecerem
quase completamente ou guardarem-na de forma completamente adulterada, de
acordo com os níveis conscienciais das diversas gerações, que já estavam em completa
decadência. Mesmo assim, foram os Bantos que de forma completamente anômala e
descaracterizada tinham guardado o vocábulo Umbanda ou resquício do mesmo, na
forma do radical Mbanda. Dissemos que os desencontros entre os negros africanos
aconteceram aqui no Brasil no início de sua permanência, pois gradativamente
foram se miscigenando e a própria necessidade de luta libertacionista ou
manutenção da própria vida fez com que se unissem, pois se tinham suas
desavenças, agora estavam num mesmo solo, cativos e humilhados e precisavam
unir-se surgindo assim o primeiro sincretismo por dentro dos Cultos
Afro-Brasileiros. Antes de prosseguirmos, queremos definir sincretismo como o
fenômeno místico religioso que visa tomar inteligível um culto que possa ser praticado
por vários povos ou grupos étnicos, que até o momento tinham rituais e
concepções diferentes. E um mal necessário, pois se formos analisar
profundamente o sincretismo ou analogia de cultos ou partes de um culto, vamos
ver que ele faz com que vários cultos se identifiquem em um só. Sem dúvida,
embora de forma primitiva, é uma tentativa de síntese. Em análise etno
cultural, é uma adaptação para os vários níveis conscienciais das humanas
criaturas, como também uma forma de uni-las e elevá-las a outros patamares da
evolução. E, como veremos adiante, o que acontece na Umbanda dita de vivência
popular. Após falarmos sobre o primeiro sincretismo por dentro dos ditos Cultos
Afro-Brasileiros, vejamos de forma didática as subdivisões desses cultos,
entendendo que a Umbanda é uma das metas a ser atingida pelos demais cultos.
Com isso, queremos afirmar que, conforme formos descendo em nossa subdivisão,
há uma inter penetração da corrente ameríndia, mostrando a nítida influência da
Umbanda ou da Raça Vermelha que no astral brasileiro tornou-se responsável pela
elevação moral dessa coletividade, procurando de todas as formas e meios fazer
ressurgir, em todos os ditos cultos, o Movimento Umbandista, que em análise
oculta ou esotérica, tem por finalidade abarcar, numa 1a fase, os adeptos dos
Cultos Afro-Brasileiros, sendo portanto o Movimento Umbandista um movimento
saneador e reestruturador e ao mesmo tempo direcionador dessa coletividade.
Vejamos a subdivisão: RITUAL DE NAÇÃO AFRICANA O Culto de Nação Africana, em sua
pureza, há milênios já não existe nem na própria África, onde aliás se deturpou
completamente, haja vista que os ditos Cultos de Nação Africana encontram aqui
no Brasil muita versatilidade e até originalidade ritualística, trazendo-lhe
características não tão fetichistas e totêmicas como os praticados em terras
africanas. Com isso, já estamos dando a entender que gradativamente os Cultos
de Nação Africana se abrasileiraram, sob o influxo poderoso da Corrente Astral
da Pura Raça Vermelha que já lhes envia, de forma velada, poderosos Emissários,
que em missão estão encarnando no seio da Raça Negra aqui no Brasil,
trazendo-lhe novos rumos e nova visão em relação às concepções da tradição do
ORISHA. Já não são poucos os pesquisadores brasileiros, não os estrangeiros,
que não se interessam somente pelo que vêem, como muitos que, sem se preocupar
com o fundo das coisas, tornaram-se meros registradores de deturpações uma após
outra, as quais deram a entender que eram fundamentos de Cultos de Nação
Africana. Como dizíamos, os pesquisadores brasileiros, alguns, é claro, já
observaram o Culto de Nação Africana por outro prisma, não somente em sua
feição mítica ou totêmica, mas procuraram os aspectos esotéricos que, na
verdade, quando bem analisados, guardam profunda identidade com cultos
antiquíssimos da própria Atlântida e mais recentemente com os remanescentes
desses atlantes na própria África, o povo egípcio. Sem nenhuma dúvida, o povo
africano, mais recentemente também, recebeu forte influência da Raça Ariana,
tanto que influências árabe-islâmicas são freqüentes e, como vimos, todos esses
povos, embora com suas concepções religiosas deturpadas e decadentes há
milênios, guardaram a tradição de RAMA, o Grande Reformador que pretendeu
restabelecer, na época, a Proto-Síntese Relígio-Científica, através de seus
ensinamentos e da iniciação dentro de sua Ordem, a qual deixou-nos como legado
seu Livro Circular ou Estrelado, que é regulador e revelador de todas as Leis
Universais. Dizíamos que o povo africano teve como legado esses ensinamentos,
pois todos que falam sobre a origem africana sempre o fazem debaixo do mito e
de certos conhecimentos estreitos que nunca retrocedem ou recuam no tempo para
interpenetrar causas, origens, etc. Nós dizemos que, a par de tudo que já foi escrito
e mesmo o que vem se doutrinando como Culto de Nação Africana, estão eles
completamente deturpados, embora existam no meio desses adeptos praticantes
filhos missionários que de todas as formas tentam incrementar a evolução, que
sem dúvida lhes chegará. Para relatarmos analisando o Culto de Nação Africana,
teremos que observar como esses cultos foram se degenerando, até ficarem
completamente descaracterizados nos dias atuais, se não para toda a
coletividade dos Candomblés, pelo menos para a quase total maioria. Em priscas
eras, os negros tiveram sua origem na Ásia; os negros não são originários da
África, mas sim da Ásia, em território africano se estabelecendo em virtude de
grandes dissensões e mesmo devido a grandes ataques sofridos de vários povos. Com
o passar do tempo, a Raça Negra foi se deslocando até atingir as plagas
africanas. Antes disso, no seu apogeu, era conhecedora da Proto-Síntese
Relígiosa Científica, legado que os vermelhos tinham-lhes transmitido, além de
serem profundos conhecedores, em suas causas e efeitos, da Ciência, Filosofia,
Arte e Religião. Assim, tinham recebido a Tradição do Saber, que cultuavam e
ensinavam em seus suntuosos templos, através de uma rigorosa Iniciação. No
período da decadência atlante, foram eles se deturpando, a ponto de perderem
completamente as noções da Tradição do Saber, da qual também eram fiéis
guardiães. Após essa época de Trevas para toda a humanidade, os povos de pele
negra, na África, receberiam novamente a Síntese dos egípcios. Não souberam
mantê-la e a perderam e o que é pior, inverteram-na completamente, algo que
persevera até os dias atuais. Vejamos como ainda hoje os ditos Cultos de Nação
Africana guardam resquícios de termos sagrados, de ritos sublimes e de uma
cultura maravilhosa que infelizmente já não existe mais, nem no Brasil e muito
menos em solo africano. Os africanos, ou melhor, a Raça Negra, recebeu dos
veneráveis Patriarcas da Raça Vermelha a Tradição do Saber, o Conhecimento-Uno,
tanto que os negros daqueles gloriosos tempos tinham fortes concepções
esotéricas sobre o universo e suas Leis, e seus sacerdotes eram os guardiães
desses mistérios. Tanto isso é verdade que eles tinham 4 sacerdotes, os quais
eram chamados (pela fonética já adulterada; veja nos capítulos anteriores os
termos originais) de: 1. BABALAWÔ: SACERDOTE DO DESTINO DOS SERES
Detentor de todo o Conhecimento da Proto-Síntese Relígio-Científica 2.
BABALORISHA: SACERDOTE DO MUNDO DIVINO Intérprete do mundo dos Orishas 3.
BABALOSSAIM: SACERDOTE DO REINO NATURAL Senhor da manutenção da vida física
(conhecedor dos elementos vitais dessa manutenção — AXÉ). 4.
BABAOGE: SACERDOTE DOS ANCESTRES OU ANCESTRAIS (EGUNS). Mediador
entre os vivos e os "mortos". Naquele glorioso tempo, essa era a visão
cosmológica dos negros, da qual hoje guardam-se apenas resquícios, mesmo de
nomes, que em verdade já não representam o que representavam no passado. A dita
língua Nagô ou língua Yoruba, de milhões de africanos ocidentais, dotada de uma
escrita particularizada, que não utilizaremos para não incorrer em preciosismo.
Que nos desculpem os adeptos dos Cultos de Nação Africana, se vez por outra
escrevemos Orishas e não awòn "Orìsà; ou ilê axé e não lèsè o ilé asè.
Agradecemos a tolerância por essas falha, mas não as omissões. Vejamos pois
como foram acontecendo as deturpações, de forma bem simplificada. As primeiras
deturpações ocorreram já há milhares de anos, na própria África. Naquelas
épocas, em terras africanas, o BABALAWÔ — sacerdote de 1ª categoria na
hierarquia sacerdotal — além de conhecedor do destino dos Seres, era profundo
conhecedor dos mistérios do Cosmo. Sabia como levantar o verdadeiro GENITOR
DIVINO (eledá) do Ser Espiritual encarnado e após esse levantamento, traduzia
os ângulos kármicos do indivíduo, suas fraquezas, suas debilidades, suas
habilidades, coberturas, faculdades ditas supranormais, bem como os rituais
adequados para o reencontro do indivíduo com sua essência divina, ou seja, o
seu Orisha, o qual era em verdade um despertar da consciência. O Babalawô era
sabedor de que a Lua, em suas 4 fases, traduzia as quatro grandes forças
cósmicas e seus devidos elementos, sendo que, ao levantar o Genitor Divino ou
Orisha do indivíduo, ficava sabendo em qual das 4 fases o indivíduo tinha
nascido e recebido fortes influências sobre o seu corpo astral e mental. Isso
tudo era necessário para fazer o "despertar consciencial", ou que
futuramente ficou vulgarizado como "fazer a cabeça". Para isso,
faziam um ritual chamado ogbori que, pela Coroa da Palavra, significa venerar a
cabeça, no sentido de fortalecê-la e fazê-la entrar em sintonia com sua própria
Essência. Vulgarizou-se no dito bori, que dizem (e levam em sentido literal)
como "dar de comer à cabeça", no sentido de fortalecê-la e de
transmitir-lhe axé, através do sangue vermelho animal, para propiciar a ligação
com o Orisha, algo que em verdade fere a sensibilidade espiritual de qualquer
um, quanto mais de um Orisha, que é um Ser Espiritual Superior, altamente
posicionado na Hierarquia Cósmica. Mas isso já faz parte das deturpações.
Naquelas épocas, os Babalawôs transmitiam esses conhecimentos aos Babalorishas,
para que eles pudessem, através do rito correto, iniciar ou dar forças a um
filho carenciado em sua constituição etérico-física. Quando havia um Ser carenciado,
o Babalorisha, a mando do Babalawô, usava o sangue vermelho animal, sem
sacrificá-lo e vibrava esse sangue, numa determinada Lua, sobre o ori (cabeça)
do indivíduo, fazendo então uma transferência de elementos vitais, que era o
axé, tudo relacionado com os Elementares e os elementos radicais da Natureza,
tais como: o fogo, a água, a terra e o ar. Era o único ritual em que se usava o
sangue animal vermelho e assim mesmo sem sacrificá-lo, e não para louvar Orisha
ou "assentar Orisha" ou qualquer outra Entidade sobrenatural, quer
seja no mundo físico ou astral (ayê e órum). Mas falávamos do Babalorisha,
também sacerdote altamente categorizado, que era auxiliar do Babalawô. Era o
intérprete do mundo dos Orishas; conhecia as energias básicas da Natureza, as
quais chamava de força orisha, que depois confundiram com as qualidades
arquetipais dos Orishas e seus respectivos "filhos". Confundiram as
forças da Natureza, tanto as benéficas e leves como as maléficas e violentas,
com o caráter dos Orishas e, com isso, além de tomarem os orishas
antropomorfos, tornaram-nos também na própria natureza. Confundiram o
espiritual com o natural, material. Essa é a grande inversão de valores que
perdura até hoje, mesmo nos ditos rituais de nações tradicionais. Mas não nos
afobemos, o tempo virá fazer o seu trabalho. Aguardemos serenamente, mas
esclarecendo. Então, retornando ao tema central, o Babalorisha conhecia as
Forças Orishas e também era conhecedor das Potências Cósmicas que eram os
Orishas. Cultuava nesse período apenas 7 Potestades, que representavam
Olodumarê ou a Deidade. Depois, com as deturpações é que surgiu o vastíssimo
panteão de deuses e deusas. Cultuava Obatalá, Yemanjá, Ogum, Oxossi, Xangô,
Ibeji, Obaluayê (já havia deturpação, pois não conservaram Yori nem Yorimá).
Além desses 7 Orishas, cultuavam os ditos Orishas Complementares, pois todo o
sistema mágicovibratório necessita de 2 pólos, o passivo e o ativo (Par
Vibracional). Tinham como Orishas Complementares: Odudwa, Obá, Ossaim, Oyá
(Inhassã — Ya Mesan Orum), Oxum, Nanã Burukum, Oxumaré. Na disposição 2 a 2,
teremos (aspectos + e - do Par Vibracional): Obatalá. Odudwa
Ogum. Obá Oxossi. Ossaim Xangô. Oyá
Ibeji. (Yori). Oxum Yemanjá. Oxumaré Obaluayê
(Yorimá). Nanã. Também cultuavam um mensageiro de todos os Orishas,
que era Exu, princípio mágico de expansão e retração, bem como de nascimento e
morte. Era o transportador das mensagens, sendo o verbo, "aquele que
falava" e falando veiculava o elemento força e axé. Era Exu o princípio
que movimentava todo o sistema, inclusive dos ditos 16 Orishas. Exu fazia parte
do aspecto de intermediação entre os Orishas Principais e os ditos
Complementares. Reiterando, afirmamos que o que dava impulso a toda sistemática
vibratória da Força Orisha era a força primária exu (não a entidade Exu ou
Orisha Menor Exu), a qual, em maior ou menor proporção, fazia parte da Força
Orisha de qualquer Orisha. Era como se fosse a unidade força orisha (tanto isso
é verdade que, embora deturpado, um dos nomes de Exu é Elegbara — Senhor da
Força — força como unidade geradora de toda a movimentação mágica; agbara —
força). A Força Orisha, composta em suas unidades pela Força Primária Exu,
veicula ou carrega aquilo que chamaremos de axé. Esse Axé, ou força mágica
vibratória, ou ainda força mágica vivencial iniciática, está contido em alguns
elementos da Natureza. Esses elementos são divididos em seus 3 reinos: mineral,
vegetal e animal. Cada reino, para os africanos, tinha os aspectos ativos
(brancos), passivos (vermelhos) e neutros (pretos). Após esse breve quadro,
pode o Filho de Fé e leitor amigo entender o porquê de certos elementos
ritualísticos usados pelos africanos, pois acreditam eles que os elementos
citados são possuidores de certas forças que, se conciliadas adequadamente e em
proporções especiais, conferem poder e força para realizar ou executar qualquer
coisa. O axé também é, como dissemos, um vivencial ritualístico, ou seja, é
também fruto do tempo, já que pode ser adquirido através do ritual e da
destreza em realizá-lo. O axé, sendo força, pode ser armazenado, condensado,
dissipado e até renovado, nas ditas oferendas, que nada mais são do que
reposições para a Natureza de algo que dela se retirou ou, quando se está
carenciado, vai se retirar, mantendo-se o equilíbrio vital e mágico vibratório,
em virtude de renovar-se o axé ou movimentar-se a dita Força Orisha e, é claro,
nunca o Orisha, o que queremos deixar bem claro. É interessante notar que
existe há milênios, não sendo coisa dos dias atuais, a crença de que, se
oferendando à Natureza certos elementos que nós dela retiramos para manter a
vida física, esses vão fortalecer ainda mais a vida física, ao mesmo tempo que
se restitui à Natureza o "empréstimo". A oferenda, em última análise,
é um pagamento, para que possa ser viabilizado outro empréstimo por parte dessa
mesma Mãe Natureza, em forma de saúde, vida, poderes e realizações várias. Isso
é a milenar magia, a qual, através da oferenda ritualística, busca atrair os
Espíritos Elementares, os quais, em contato vibratório com os indivíduos
encarnados, lhes emanam forças e energias puras da Natureza, trazendo-lhes
vários benefícios, inclusive a manutenção, em equilíbrio, da própria vida física.
Como podemos ver, os africanos daquelas épocas tinham conceitos metafísicos e
esotéricos da mais alta escol iniciática que, infelizmente, como dissemos, já
perderam há muitos milênios. Bem, tínhamos parado nossa conversa no
Babalorisha, o qual era considerado um valioso auxiliar do Babalawô, sendo
conhecedor dos Arcanos que citamos. Então, para que os rituais iniciáticos
prosseguissem, ou mesmo para que se vitalizasse um indivíduo, o Babalorisha
encaminhava-o ao Babalossaim, que era o sacerdote do reino natural. Era ele
conhecedor dos elementos necessários e das quantidades exatas (qualidades e
quantidades) para se proceder às imantações vibratórias, como por exemplo as
devidas oferendas. Era o sacerdote que verdadeiramente manipulava o axé.
Conhecia o axé específico para cada indivíduo, segundo seu Eledá ou Genitor
Divino (os Orishas Ancestrais, segundo nossa classificação — ver Capítulo XII).
Sabia como aplicar os ritos secretos das ervas e dos elementos que veiculavam
axé aos indivíduos encaminhados pelo Babalorisha. Conhecia os segredos da
individualidade do Ser (ori), como e em que direção e sentido deveriam ser os
rituais para o indivíduo (abá). Movimentava as energias dos chacras, através do
êmi (prâna), que eles definiam como respiração, força vital, duração, etc. Tudo
dependendo do grau do candidato à Iniciação, iria conhecer outros mistérios, os
mistérios que regiam a comunicação entre o plano denso e o plano astral, a vida
e a morte, que estariam em pratos diferentes da mesma balança, a qual seria
movimentada pelo Babaoge — sacerdote mediador entre os vivos e os mortos. Era,
pois, o sacerdote dos ancestrais; tinha ou veiculava o axé dos ancestrais,
através dos fenômenos da então mediunidade, a qual era desvendada ao Iniciado.
Explicava-se ao Iniciado que, se ele fosse possuído por um Ser Espiritual, esse
seria um seu ancestral, e nunca Orisha Ancestral — Senhor da Luz (Luz como
Evolução, Conhecimento, Sabedoria, Amor, etc). Aí está o conceito que, ao ser
deturpado, causou e causa as grandes confusões nos crentes e simpatizantes dos
ditos Cultos de Nação Africana, que inverteram certos conceitos puríssimos e
básicos, passando a usá-los ritualisticamente ou mesmo iniciaticamente,
completamente desestruturados e amalgamados de influências outras, que não as
primeiras em sua real e verdadeira pureza. Todos sabemos que os Cultos de Nação
Africana atuais não praticam seus rituais como simplificadamente expusemos.
Embora ainda hoje cultuem seus Orishas, que também chamam de Irumalés, os da
"direita", e Ebóra, os da "esquerda", continuam muito
presos ao atavismo milenar, não conseguindo subtrair-lhes as deturpações que
tentam doutrinar, mas que a lógica rebate. Já se observa no meio desses rituais
um selecionamento, o qual para muito breve dará novas diretrizes à dita
SOCIEDADE DO CANDOMBLÉ. Aguardemos... Não queremos de forma alguma desmerecer
os filhos dos Cultos de Nação Africana, nem muito menos menosprezar seus
cultos. Apenas estamos querendo alertá-los de que a Raça Negra já foi
possuidora de um culto relígio-filosófico e místicoritualístico portentoso, que
representava também a Proto-Síntese Cósmica, mas que infelizmente perdeu-se.
Mas, com a pujança de todos nós, negros, brancos e amarelos, iluminados pelos
grandes condutores da Raça Vermelha no astral, aqui nas terras do Baratzil,
reconstituiremos a Proto- Síntese Cósmica — o verdadeiro Aumbandan. Estaremos
todos debaixo do mesmo CRUZEIRO DO SUL, símbolo do amor universal. Ergamos na
fé e na razão os pilares que ruíram e esqueçamos o sectarismo exclusivista e
anacrônico. Construamos os pilares do amanhã, que já reclamam sua construção no
hoje. E por isso que lutam, no astral, liderados pelos integrantes do Governo
Oculto do planeta Terra, negros, brancos e amarelos. Não esmoreçamos,
construamos unidos e irmanados, aqui na terra Berço da Luz, o caminho para o
ressurgimento dos Novos Tempos, que já despontam nos dias atuais. No raiar
desses Novos Tempos, raiará a FRATERNIDADE UNIVERSAL, onde todos serão livres,
pois todos serão iguais. Após esse desejo sincero deste humilde Caboclo, que
reflete também os anseios de toda a Corrente Astral, continuemos nossa apagada
explanação. Falávamos dos Irumalés, que citavam também como sendo Orishas
funfun, ou os do branco, tais como Orumilá, Obatalá, sendo eles 400 e os Ebóra,
como sendo 200. A você, Filho de Fé umbandista, e mesmo você, respeitável
adepto ou sacerdote de algum Culto de Nação Africana, pedimos sua especial
atenção para o fato que vamos colocar sem os véus que encobrem o mito, uma
verdade incontestável! Como sabemos, o mito é uma forma de darmos uma
explicação para determinada coisa, para que essa mesma coisa, de forma
empírica, fique inteligível para todos os níveis conscienciais. Assim sendo,
todo mito vela verdades profundas em seu bojo. E afirmamos ser mito dizer-se
que 400 são os Irumalés e 200 são os Ebóra. Vejamos o aspecto esotérico ou
velado, que agora mui respeitosamente iremos desvelar. Há milênios, em terras
africanas e mesmo no recentemente conhecido como Daomé, havia uma escrita
ideográfica idêntica aos hieróglifos ou signos do Alfabeto Vatânico ou
Devanagárico. Na verdade, era a língua sagrada e primitiva dos magos africanos,
os inesquecíveis Babalawôs, os quais conheciam-na e usavam-na principalmente
nos códigos de Ifá (Ifaraó), que infelizmente nunca mais foram decodificados.
Esses sacerdotes de Ifá, que como vimos nessa língua sagrada não queria apenas
dizer oráculo dos demais Orishas e sim potência da palavra ou o verbo divino
(Ifá I — Potência; fá — palavra), eram conhecedores do mistério dos 400
Irumalés e 200 Ebóras. A confraria dos Babalawôs, na África, era detentora do
Alfabeto Sagrado, sendo que com esse mesmo alfabeto escreveram as ditas
Historietas do Ifá, os Itanifa, que continham os 256 Omó Odus (Filhos Odus),
algo que veremos detalhadamente em futuros capítulos, quando tratarmos do
Oponifá. Mas, o que queríamos dizer é que os decodificadores inverteram tudo;
traduziram apenas o aspecto positivo, esquecendo completamente os aspectos
comparativo (filosófico, científico) e superlativo (metafísico, cabalístico,
etc). Bem, dizíamos que o alfabeto dos Babalawôs era o mesmo da primitiva Raça
Vermelha, e também do conhecimento de altos sacerdotes egípcios e hindus,
sendo, além de qualitativo, quantitativo. Assim, vejamos: O número 400, nesse
alfabeto, era a letra Th. O número 200, nesse mesmo alfabeto, era a letra R.
Por aglutinação, chegamos em tharô ou tarô, que na verdade era a Lei Universal,
era a dita ProtoSíntese Cósmica, que tinha sido velada pelos egípcios e
transmitida aos Babalawôs ou Oxôs (Magos), os ditos Ifatoxôs. Esperamos ter
deixado claro que o Candomblé, ou melhor, os Cultos de Nação Africana, de há
muito não praticam os seus puros e reais ritos iniciáticos e nem profanos.
Infelizmente inverteram-nos e interpolaram-nos e a Tradição foi postergada.
Acreditamos que o adepto do Culto de Nação Africana, seja ele qual for, embora
tenhamos dado aqui muito mais as coisas ligadas à nação Kêto, que em verdade
predominou no Brasil, ao ler nossos apontamentos poderá gradativamente se
conscientizar de como era o ritual de nação em sua fonte cristalina, em
perfeito estado de pureza e colocá-lo em prática no tempo em que achar
plausível. Quando assim o fizer, não deve esquecer de abolir as matanças, que
não deverão ser usadas para as oferendas ritualísticas e muito menos para a
Iniciação dos futuros Iawô, seja no dito Bori (usar sangue vermelho mineral e
vegetal) ou nos dias (17 ou 21) em que o crente estiver na camarinha. Evite-se
pois o sacrifício de animais, pois é óbvio que Orisha não vai castigar, e nem a
Força Orisha vai se desgovernar. Orisha ou qualquer outra Entidade de Luz não
se compraz com a agonia de um ser vivo, quer seja para louvá-lo ou para
ritualizá-lo. Acreditamos que assim fazendo será um reinicio auspicioso para, a
posteriori, incrementarem novas modificações que seguramente tornarão o ritual
de nação muito mais fundamentado e esoterizado, colocando-o no seu devido
posicionamento tradicional. Por ora é só. Antes de encerrarmos, queremos dizer
que o Candomblé Tradicional hoje cultua muito mais do que 16 Orishas. Mas os
mais cultuados hoje são (não na ordem do Xirê): Ogum — Oxossi — Xangô — Obatalá
— Yemanjá — Oyá — Obá — Ewê — Logunedê — Oxum — Nanã — Ossaim — Oxumaré —
Obaluayê — Exu e mais Ibeji; Oxaguiã e Oxalufã — qualidades de Obatalá; Baiani
e Airá — qualidades de Xangô. Bem, não demos a hierarquia nos atuais
Candomblés, mas os mesmos seguem a linha geral deveras conhecida por todos os
simpatizantes dos cultos afro-brasileiros. Deixemos claro, por exemplo, que na língua
Yoruba o Senhor da Luz é Orisha, no Gêge é Vodum e em Angola é Inkice. Os
sacerdotes também mudam: Babalorisha (Kêto) Tatatinkice (Angola) Yalorixá
(Kêto) Vodunsi (Ewê ou Gêge) Exemplo da Entidade sobrenatural: Nação Kêto Nação
Gêge Nação Angola ORISHA VODUM INKICE OGUM GUN NKOCE MUKUMBE EXU ELEGBARA
ALUVAIÁ Ao terminarmos nossos apontamentos sobre os Cultos de Nação Africana, o
que fizemos muito superficialmente, passaremos a falar sobre o Candomblé de
Caboclo com predominância Gêge Nagô. CANDOMBLÉ DE CABOCLO — Esse culto é uma
mistura, com predomínio acentuado das influências africanas. E claro que,
teoricamente, seria um culto mais degenerado que o de Nação Africana, em
virtude de ter incorporado elementos novos aos seus ritos. Esses elementos novos,
na verdade, devem-se ao surgimento, nesses cultos, da genuína corrente
ameríndia, a qual gradativamente vem se infiltrando nesse meio para saneá-la,
embora, a priori, pareça que o mesmo se tornou infinitamente mais deletério que
o ritual de Nação Africana. Nesses ditos Candomblés de Caboclo, a par de
louvarem os Orishas, com suas profusões de vestimentas, comidas votivas, tabus,
matanças, ebós, boris, camarinhas e toda sorte de ritos fetichistas, há como se
fosse uma Luz Renovadora e essa Luz são os Caboclos, ditos Eguns pelos cultores
e crentes da nação africana, os quais praticamente monopolizam todo o terreiro
com suas consultas e com sua lenta mas progressiva interpenetração ritualística
e moral nesses ambientes, que infelizmente são muito vulneráveis à ação das
hostes do submundo astral e das regiões condenadas, dando aos verdadeiros Exus
Guardiães grande trabalho para sanear e mesmo opor resistência constante a
essas hostes do submundo, mantendo a estrutura psicofísica das humanas
criaturas que acorrem, claro que por afinidades, a esses locais. Quem acorre,
em geral, é porque em outras vidas esteve ligado a esses sistemas religiosos
degenerados ou muito contribuiu para o ódio racial na época tormentosa e
vergonhosa da escravatura. Hoje, sentese ligado a todo esse movimento; serve-se
do negro como antes. De uma certa forma, parece que perseveram no erro do
passado, o que na verdade é muito ao contrário. Estão sim é resgatando pesado
fardo, pois tudo o que no passado repulsaram, hoje aceitam e até participam com
conivência integral, parecendo integrados tanto quanto os antigos praticantes.
É a Lei ajustando a todos... Da mesma forma que no Culto de Nação Africana, o
predomínio sacerdotal é feminino, nas tão propaladas e afamadas MÃES-DE-SANTO,
as quais fazem de tudo. Consultam com os búzios, fazem despachos, dão ebó para
Exu, fazem bori, fazem o Santo (dizem assim, quando fixam ou assentam o
Orisha), fazem as comidas (em geral as Yaba — auxiliares da Mãe-de-Santo na
cozinha ritualística), fazem as roupas de Santo e também, como dizem nesses
locais, a pessoa é "feita", "raspada" e
"catulada" (esses 3 termos para dizer que a pessoa é Iniciada).
Nesses locais, como dissemos, além de louvarem seus Orishas com cantos (orikis)
em que misturam o afro com o português, dançam, batem palmas, atabaques,
berimbaus, agogôs, além de fazerem o ritual em que baixam o Caboclo Fulano, o
Preto-Velho Sicrano e até o Exu Beltrano, algo completamente inexistente no
Culto de Nação Africana tradicional. Aliás, já no Culto de Nação, essas
Entidades são repulsadas e Exu nunca baixa, ao contrário do Candomblé de
Caboclo, onde Exu baixa e até consulta, claro que nas coisas terra-a-terra.
Como já dissemos, seus sacerdotes, filhos de santo e mesmo adeptos ou crentes,
estão afinados com essa sistemática relígio-vibratória, o que é de certa forma
uma bênção. Próximas reencarnações surgirão e eles, como os cultos que
cultuarem, também evoluirão. Precisamos é ter paciência e tolerância; essa é a
tarefa do verdadeiro umbandista, que ontem, provavelmente, esteve nas mesmas
condições desses filhos, que hoje já estão no caminho certo. Não estão em rotas
erradas, somente estão no início do caminho. Contribuamos sinceramente para que
eles caminhem sem sectarismos, desejamos a eles muita assistência espiritual e
que os grandes emissários de nossa Corrente, que às vezes por lá atuam visando
incrementar lhes a evolução, de forma simples e humilde (que por lá são bem
aceitos), sejam o exemplo para todo umbandista sincero e interessado no bem da
coletividade da qual faz parte. Jamais a crítica destrutiva, pois como criticar
algo que faz parte do caminho evolutivo das humanas criaturas adeptas desses,
por que não dizer, abençoados terreiros, pejis, ilês ou qualquer nome que
queiram dar aos recintos de seus cultos? Assim, Filho de Fé, não é difícil
reconhecer um. 1. No congá ou peji há uma certa profusão de imagens de santos
católicos (sincretismo) misturados com os ditos Orishas, a par de imagens de
índios, pretos e pretas-velhas, crianças, sereias, etc. 2. Em seus rituais há
muitos festejos relativos à louvação dos Orishas; dançam ao som dos atabaques,
ou ilus, várias horas, girando em torno do terreiro, que pode ou não ter um
poste central (união entre Ayê e Orum). 3. Suas vestimentas são idênticas às
dos Cultos de Nação Africana, personificando o Orisha correspondente ao
filho-de-santo (Yawô). 4. Não raramente, há as tão propaladas e festejadas
saídas da camarinha, onde o filho-de-santo sai possuído pelo seu Orisha,
personificando-o quer na vestimenta, quer nas danças ritualísticas. É o dito
estado de santo (transe anímico, em geral), que muito pode colaborar no ajuste
psíquico de certos indivíduos sensíveis a essas práticas místicas, livrando-os
de traumas ou males maiores, somente pecando pelo sacrifício de animais e o
empoçamento com o sangue desses animais na dita coroa do médium, bloqueando
completamente a corrente energética da kundalini, que pode inverter sua
polaridade e ficar concentrada nos centros de forças inferiores, trazendo
grandes transtornos de ordem psicossexual. Mas como dissemos, há raríssimas
exceções de indivíduos que estão lá sem estarem afins com o que se faz. Há,
como chamamos, os casos passageiros, que após sofrerem certos impactos, pois
estavam em faixas diferentes, após acordarem retornam à sua faixa vibratória
original. 5. Há nesse lugar os ditos roncós ou camarinhas, onde filhos ou
filhas-de-santo ficam reclusos, na expectativa de assentarem o santo, santo
esse levantado pelos búzios ou erindilogum. 6. Há, em sessões normais, as Entidades
Caboclos, que baixam para consultas. Baixam usando cocares, paramentando-se
como índios, usando tacapes, arco e flecha, etc. Essas Entidades também dançam
e dizem que são representantes de tal Orisha, a par de fazerem seus trabalhos
com ervas, em banhos, defumações e outras mandingas (como chamam por lá
determinados trabalhos mágicos). 7. Exu também baixa, mas há também para ele o
ipadê ou padê, que visa, segundo eles, aplacar a ira de Exu, despachando-o, ou
dando-lhe iguarias para que ele não perturbe os trabalhos que irão ser
desenvolvidos. Aqui já há total discordância com o Culto de Nação Africana, em
que o ipadê ressalta que o Exu é o Emissário dos Orishas, elo entre os homens e
os deuses, aquele que vai à frente, indo buscá-los na África, segundo a lenda.
Bem, Filho de Fé e leitor amigo, acreditamos ser suficiente o que já expusemos,
e que o Filho de Fé e leitor note que, embora muito sutilmente, o Movimento
Umbandista está se fazendo presente nesses cultos. E só. CANDOMBLÉ DE CABOCLO. Além do Candomblé de Caboclo com influências Kêto-Gêge-católico-ameríndio,
há o Candomblé de Caboclo com predominância do ritual de Angola. Aliás, é uma
mistura Congo-Angola-Kêto-Gêgecatólico e ameríndio. E a chamada UMBANDA MISTA
ou UMBANDA CRUZADA ou TRAÇADA. Muitos crentes e mesmo os tatas ou padrinhos,
pois muitos dos sacerdotes nesses locais são chamados de tatas, chamam esse
culto de Omolocô. Embora seja um ritual com predominância de Angola, muito
raramente as Entidades são chamadas Inkices, e sim Orishas. Os nomes desses
Orishas também são os do Gêge-Kêto, a par de sincretizá-los com os santos
católicos, algo similar àquela forma de Candomblé de Caboclo. Como dissemos,
não difere muito a vivência ritualística deste com o que vimos anteriormente.
Há sim uma maior abertura, com mais interpolações. Já há uma presença mais
marcante do Movimento Umbandista; o próprio vocábulo Umbanda é muito
mencionado, e se perguntamos a um desses filhos qual o ritual que fazem, dirão
sem pestanejar que é Umbanda Omolocô. Já houve uma descaracterização maior do
culto africano; é como se o mesmo ficasse desestruturado, desarticulado em suas
ações ritualísticas mais básicas. Embora exista um culto aos Orishas, com
barcos de Yawô, com camarinhas, bori, sangueana e mesmo os famigerados
sacudimentos, já há uma profunda identificação com a genuína corrente
ameríndia, que como vimos é a ponta-de-lança da Raça Vermelha, no astral, para
esses ditos Candomblés. Assim, achamos que esses Candomblés de Caboclo-Angola
serão para muito breve incorporados ou abarcados pelo Movimento Umbandista.
Dizem que eles não são tradicionais, aceitando tudo. Nossa visão é de outro
prisma; acreditamos sim serem eles elos de ligação importantes entre o
Movimento Umbandista e os demais cultos; é a porta por onde a bandeira
saneadora da Umbanda está entrando. E como o Filho de Fé deve estar lembrando,
dissemos que, no passado longínquo, os Bantos, em especial os angolanos, tinham
recebido conhecimentos da Síntese, através dos egípcios, os quais sempre se
chamaram Aumbandan. Eis um dos motivos deste dito Candomblé de Caboclo-Angola
ter aceito ou aberto completamente seus rituais à influência da genuína
corrente ameríndia, a qual dirige, através da Raça Vermelha no astral, a
Corrente Astral de Umbanda, ou melhor, o dito Movimento Umbandista da
atualidade. Esse culto, na verdade, já está na rota certa, aguardando o
experimental kármico de seus prosélitos e simpatizantes para impulsioná-los no
âmbito da Umbanda ou do Movimento Umbandista. Deixemos o tempo fazer seu trabalho,
enquanto os fortalecemos com bom ânimo e confiança, para que amanhã possam,
como verdadeiros pontas-de-lança de nosso meio, abarcar outros setores ainda
mais renitentes. CATIMBÓS — XAMBÁS — TORÉS Citamos alguns ângulos do Candomblé
de Caboclo em suas duas formas, as quais são importantes elos de ligação entre
o Movimento Umbandista e os ditos Cultos de Nação Africana tradicionais,
cumprindo função saneadora e retificadora para que o Movimento Umbandista possa
atuar abarcando e revelando novos conceitos, os quais farão ascender essa
coletividade a novos degraus da escada evolutiva. Vejamos agora algumas formas
degeneradas de cultos. Se há o aspecto essencialmente positivo, há também os
aspectos negativo que vem influenciando milhares de pessoas. Assim, existem o
Catimbó, o Toré, o Xambá e a dita Macumba. São eles apêndices negativos que
sobraram da vivência atávica fetichista da mais baixa estirpe, atuando neles, é
claro, consciências deveras endividadas, quando não completamente
inexperientes, isto é, com pouquíssimas noções do certo ou do errado, do bem e
do mal. Enfim, seres com poucas reencarnações, mas que desde já estão
construindo um karma pesado para o futuro, tanto para si mesmos como para a
sociedade futura. Assim, a Corrente Astral de Umbanda vem tentando de todas as
formas frenar esses cultos retrógrados e que são pontes de acesso ao que há de
mais escuso e trevoso no submundo astral e zonas subterrâneas profundas. Dentre
esses cultos, um dos mais atrasados vibratoriamente falando e pesadíssimo em
seus rituais é o dito Catimbó. O Catimbó é originado de uma mistura de cultos
degenerados. As degenerações da pajelança, associadas aos rituais Congo-Angola,
aliadas às práticas de bruxaria e feitiçaria de todos os tempos, compõem o dito
Catimbó. Sofreu também fortes influências do catolicismo e kardecismo. Embora
suas finalidades sejam a cura dos males físicos e os de ordem astral, há também
os trabalhos para o bem e para o mal, todos debaixo de uma grosseira e violenta
corrente vibratória. Seus sacerdotes, quase sempre homens, são chamados de
Mestres e as Entidades evocadas são os Mestres de Linhas. Sinceramente, com
todo respeito, são o que há de mais trevoso no submundo astral. Seus crentes
passam por uma Iniciação e dizem-se juremados, através de uma beberagem
alucinógena com várias folhas e principalmente com a erva da jurema. Ligam-se a
esse culto negro os mais endurecidos e ignorantes Espíritos que já passaram
pelo planeta Terra, sendo seus crentes encarnados seus iguais, com uma única
diferença: estão encarnados em um corpo físico, que deixam ser vilipendiado e
completamente deteriorado. As Entidades que baixam aproveitam a ignorância e a
inexperiência dos crentes para torná-los verdadeiros escravos de suas torpezas.
As ditas Entidades tidas e havidas como baianos, marinheiros, boiadeiros,
ciganos e zê-pelintras, e mesmo outros, são como escravos dos ditos Mestres de
Linha, tais como Maria Padilha (essa não é Exu não, como muitos podem pensar.
Cuidado, principalmente as Filhas de Fé), Mestre Luís, Mestre Bem-Te-Vi e
muitos outros cruéis e desalmados magos-negros, verdadeiros emissários Filhos
das Trevas. Nesses lugares, os Exus não são evocados, claro, pois eles combatem
os magos-negros sem tréguas. Assim é que esses locais sempre ficam debaixo de violentos
impactos de ordem astral, em virtude de verdadeira blitz feita pelos Exus
Guardiães nestes terreiros, não raras vezes desmantelando completamente a
corrente humana e astral desses ditos Catimbós. Isso tudo acontece no Catimbó
que muitos, por desconhecimento de causa, rotulam como Umbanda. Outro ritual
similar ao Catimbó é o dito Toré, ritual escuso e nefando, onde são cometidas
as maiores atrocidades e os maiores desmandos no uso da mais baixa magia,
sempre em detrimento de alguém. O Xambá, culto em extinção, é uma miscigenação
entre a cultura religiosa ou mística dos indígenas e dos povos africanos Bantos
(Angola). Foi abarcado completamente, em seu aspecto superior, pelo Candomblé
de Caboclo e degenerando-se completamente no Catimbó ou Toré, em seu aspecto
inferior. Filho de Fé e leitor amigo, nosso interesse nesta despretensiosa obra
não é esgotarmos o estudo dos rituais e vivências nos ditos cultos
afro-brasileiros, e sim simplesmente relatarmos superficialmente o que existe,
mas que cedo ou tarde será abarcado pela Sagrada Corrente Astral de Umbanda.
Após esses relatos sobre os diversos rituais e cultos, antes de mostrarmos como
a Corrente Astral de Umbanda interpenetra-se em todos eles, vejamos também, de
forma superficial, o que se entende por Kimbanda. KIMBANDA — MACUMBAS Em
capítulos anteriores já dissemos que a Kimbanda é o conjunto oposto à lei, e
quem a comanda são os Exus Guardiães, que são Emissários da Luz ou da Lei, para
as sombras ou trevas. Assim, os Exus de Lei frenam e até combatem as legiões de
Seres Espirituais insubmissos que estão debaixo de seu comando. Veremos no
capítulo que versa sobre os Exus que os mesmos são agentes executores da
justiça kármica e, portanto, estão no cumprimento de uma função legal, ou seja,
a serviço da Lei Maior. Por dentro dos terreiros, essas Entidades, quando no
grau de cabeças de legiões ou Exus Guardiães, sempre são serventias diretas das
Entidades Superiores, tais como um Caboclo, Preto Velho, etc. Seus subalternos,
ou capangueiros, como são chamados os Exus que estão debaixo do comando
vibratório do Exu Cabeça de Legião, podem atuar num médium a fim de que o mesmo
só "trabalhe" com o dito Exu. Neste caso, diremos que o médium é
kimbandeiro, mas não no sentido pejorativo que lhe emprestam, pois esse mesmo
Exu, com seu médium, podem fazer o bem, claro que através de métodos mais
grosseiros e menos especializados, pois sua sistemática ritualística é mais
densificada, se prestando mais aos trabalhos essencialmente da esfera material.
Não obstante, podem fazer benefícios vários, dentro é claro de seus teores
vibratórios. Mas neste caso, e só neste caso, o médium, por afinidade, tem em
sua cobertura um Exu de verdade que, embora trabalhando por baixo, vai
incrementando em seu médium a evolução, a qual se processa de forma muito lenta
e criteriosa. Mas falemos do que acontece na maioria das vezes. Os médiuns
trabalham com um Caboclo ou Preto-Velho, de repente descambam; querem vida
fácil, e acham que podem consegui-la no santé, sendo que logo lhes chama a atenção
o trabalho do Exu de sua guarda. Assim, iniciam trabalhando, gradativamente,
mais vezes com Exu, até o ponto de não terem mais giras de Caboclo, etc. Só
querem é trabalhar com Exu, pois isso lhes traz prestígio e, por que não dizer,
dinheiro, pois tudo que Exu faz sem ordem superior tem de ser pago, em forma de
vela, aguardente, panos, charutos, etc. Muitos dos consulentes, não tendo tempo
para adquirir os materiais, pagam diretamente ao médium, que já começa a usar
esse dinheiro para outras finalidades, apesar do aviso de sua Entidade, um
Caboclo ou Preto-Velho, para que deixe esse hábito e que não evoque tanto a
Corrente dos Exus, coisa que o médium não ouve. Não ouvindo, começa a perder a
sintonia fina, só sintonizando-se com vibrações grosseiras. Dessa forma, perde
o contato com seu mentor do astral superior, e é claro que também com seu Exu
Guardião. Trabalha sim com Exus de planos inferiores, com os quais já se
sintoniza. Então, o "terreiro" é o mesmo, continuam as imagens dos
Orishas e até de Oxalá, mas quem manda mesmo é o dito Exu, que já entrou na
sintonia do médium. Aí é feito de tudo, desde trabalhos simples até os mais
escusos trabalhos de bruxaria, visando ao prejuízo moral, espiritual ou
material de alguém. Assim, descendo de degrau em degrau, o médium kimbandeiro,*
a par de fazer determinados trabalhos, vai recebendo os choques de retorno que
inflexivelmente recaem sobre ele. Aí vêm o alcoolismo, a doença, os
desmantelamentos familiares, a falência moral, e por fim a total penúria. Não
há kimbandeiro que não tenha um triste mas merecido fim, ou melhor, começo,
pois do outro lado da vida as coisas serão sem dúvida muito piores. Esse fato
relatamos mais acuradamente em outro tópico do livro, mas desde já quisemos
deixar patenteado que a Kimbanda existe, que existe médium kimbandeiro, como
também existe o trabalho de magia negra, o qual é feito e pode ser pego. Filho
de Fé, por tudo isso que até agora você está acompanhando em nosso relato é que
surge a Corrente Astral de Umbanda interpenetrando nesses meios, visando
evoluí-los, saneá-los e mesmo fiscalizá-los, através do verdadeiro Exu
Guardião. Assim, a Umbanda é um vigoroso Movimento de Luz que abarca tudo isso
numa poderosa interpenetração astral e humana, visando incrementar a evolução
dessa massa, dita como dos adeptos dos Cultos AfroBrasileiros e que já é
generalizada como umbandista. Esse Movimento é o que revela uma nova
sistemática mística, mediúnica, espirítica e doutrinária, promovendo reações e
readaptações de valores. Esse Movimento foi feito, como vimos, pela primeva
Raça Vermelha, senhora dos destinos de nossa coletividade. Surgiu assim o
Movimento Umbandista, o qual em menor espaço de tempo busca abarcar o máximo de
pessoas, que andam e perambulam sem rumo e sem diretrizes espirituais seguras e
mesmo aqueles que se encontram em ambientes espiríticos inferiores e
grosseiros. Essa é a 1ª fase do Movimento Umbandista. Haverá mais 6 fases, algo
de que falaremos no último capítulo (Capítulo XVIII), sendo que após essas
fases haverá o ressurgimento, em pleno solo berço-mãe e astral, da
Proto-Síntese Cósmica — o Sagrado Aumbandan. Citando o vocábulo sagrado
Aumbandan, vejamos e estudemos no próximo capítulo como é sua rito-liturgia.
Filho de Fé, observe que, mesmo de forma simples, entramos no âmbito do
misticismo que anima milhões de almas e dentro dessa simplicidade imploramos a
você que olhe a todos como pertencentes, como de fato o são, à mesma Corrente.
São todos seus irmãos, pois estão debaixo do mesmo Movimento! Caso não possa
ajudá-los, não os critique; faça silêncio e peça ao Alto para que Oxalá os
abençoe sempre, e que eles possam evoluir o mais rápido possível para benefício
de nossa grande família. Saravá, Filho de Fé, Caboclo agradece (....). Livro A
Proto Síntese Cósmica. Abraço. Davi.
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