Mosaico
Espiritual. No ano em que o Presidente Wladimir Putin (1952- ) assumiu o seu
quarto mandato – 7 de maio de 2018 – no comando da Federação Russa, tendo como
primeiro ministro Dmitri Medvedev (1965-
), confirmado pelo parlamento nessa terça-feira 8 de maio. Putin, numa
esmagadora vitória, obteve mais de 70% dos votos válidos na eleição de 18 de
março passado. Alguns o estão chamando de “Czar”, merecidamente, pois comandar
uma nação intercontinental como essa, composta de inúmeras etnias, culturas e
línguas diferentes, necessita da benção e misericórdia da Santíssima,
Imaculada, Puríssima Divina Mãe de Deus Nossa Senhora de Kazan para os
ortodoxos russos. A Divina Imaculada Conceição Maria acolhe, protege e conduz o povo russo e
seu Líder. O mundo atual em nome da harmonia, equilíbrio e paz, precisam da
sobriedade, comedimento e senso de justiça do líder Putin. A Rússia sediará de
14/06 a 15/07/2018 a Copa do Mundo de Futebol. Todos os estádios já foram
construídos. Essa parece ser uma das Copas do Mundo mais disputadas de todos os
tempos. Quase impossível prever as duas Seleções que estarão na final no dia
15/07 ao meio dia. A cerimônia de abertura e o primeiro jogo, assim como a
final, ocorrerão no Estádio Olímpico Luzhniki em Moscou. Mais de 90% dos
ingressos já foram vendidos ao público, sinal de que, o mundo tem aprovado a
organização do evento. Segundo a Fifa, mais de 24 mil bilhetes foram adquiridos
por brasileiros para assistir aos jogos. O governo russo tem mobilizado um
grande contingente de policiais e seguranças para garantir a ordem e
integridade física das pessoas dentro e fora dos estádios. Também há
acomodações nos hotéis suficientes para todos os turistas estrangeiros que
chegarem, que além de assistir as partidas, poderão conhecer as belezas e
encantos das cidades sedes dos jogos.
Elas são 11 e cito alguns pontos para visitação. 1. Moscou – Praça
Vermelha, Kremlin, Catedral de São Basílio, Museu do Espaço, Galerias Glavny,
Mercado Danilovsky, Museu da Vodka e Teatro Bolshoi. 2. São Petersburgo –
Palácio de Inverno, Parques e o Grande Palácio organizado pelo Czar Pedro, o
Grande, Catedral de Santo Isaac, Igreja do Salvador do Sangue Derramado. 3.
Sochi – Dendrary Botanical Garden, Teatro de Inverno, Khostinsky
Tisosamshitovage. 4. Rostov – Terceira maior Roda Gigante da Rússia no Parque
Revolucionário. 5. Kalingrado. 6. Kazan. 7. Volgogrado. 8. Samara. 9.
Ecaterimburgo. 10. Saransk. 11. Nijni Novgorod. Conferindo os países que
participarão desse festivo e memorável Campeonato Mundial de Futebol. Rússia,
Irã, Brasil, México, Bélgica, Coreia do Sul, Arábia Saudita, Alemanha,
Inglaterra, Espanha, Nigéria, Costa Rica, Polônia, Egito, Islândia, Sérvia,
França, Portugal, Argentina, Colômbia, Uruguai, Panamá, Senegal, Marrocos,
Tunísia, Suíça, Croácia, Suécia, Dinamarca, Austrália e Peru. Oração. Imaculada
Conceição, Santíssima Virgem Maria, Mãe Divina, Mestra e Rainha do Universo.
Peço sua benção e proteção a todos aqueles que participação desse – atletas,
treinadores, juízes e o público em geral –
tão importante Evento Futebolístico Mundial. Que teus anjos, seus
ministros, estejam desde agora nas cidades dos jogos, dando sabedoria aos
organizadores e administradores, para que, tudo ocorra dentro do planejado e
debaixo da orientação divina. Em nome do Pai, do Filho – Jesus Cristo e do
Espírito Santo. Amém.
Cristianismo. www.ofielcatolico.com.br. QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE CATÓLICOS E
ORTODOXOS ORIENTAIS. DE TEMPOS EM TEMPOS, surge algum leitor que nos propõe
esta pergunta. Entendemos, então, que chega o momento de respondê-la:
em síntese, são treze as diferenças doutrinárias e disciplinares que
distanciam os ortodoxos orientais da Igreja Católica. É interessante notar que
a maioria daqueles que de modo superficial simpatizam com a rica tradição ortodoxa
oriental acabam por entender que ela perde, por assim dizer, o
"encanto" quando conhecida a fundo e vista bem de perto. Apesar do
grande respeito que temos por estes nossos queridos irmãos cismáticos, não
temos como negar que boa parte dos argumentos que eles utilizam para justificar
os desacordos entre eles e nós, como veremos, são flagrantemente desprovidos de
qualquer fundamento. Os ortodoxos não aceitam: 1) o primado e 2) a
infalibilidade do Papa; 3) a Processão do Espírito Santo a partir do Filho; 4)
o Purgatório póstumo; 5) os dogmas da Imaculada Conceição e 6) da
Assunção de Maria Santíssima (apenas enquanto dogmas); 7) o Batismo por infusão
e não por imersão; 8) a falta da Epiclese na Liturgia Eucarística; 9) o pão
ázimo (sem fermento) na Celebração Eucarística; 10) a Comunhão Eucarística sob
a espécie do pão apenas; 11) o Sacramento da Unção dos Enfermos como é
ministrado no Ocidente; 12) a indissolubilidade do Matrimônio; 13) o celibato
do clero. Seja observado, logo de início, que em geral os orientais têm por
ideal a volta da Igreja ao que ela era até o sétimo Concílio Geral (Nicéia II
em 787), pois aceitam plenamente os Concílios de Nicéia I (325), Constantinopla
I (381), Éfeso (431), Calcedônia (451), Constantinopla II (553), Constantinopla
III (681), Nicéia II (787). O Concílio de Constantinopla IV, que excomungou o
Patriarca Fócio em 869/870, evidentemente é rejeitado pelos orientais. Como se
pode ver, nem todos esses pontos diferenciais são da mesma importância. O que
mais concorre para a manutenção do Cisma é o da fidelidade ao Papa como Pastor
Supremo, assistido pelo Espírito Santo em matéria de fé e de Moral. A seguir,
comentamos e procuramos esclarecer cada um destes pontos: 1. Primado do Papa. Alega a Teologia ortodoxa que a jurisdição universal
e suprema do Papa implicaria que os outros bispos são subordinados a ele como
nada além de seus representantes, o que eles consideram um desvio ou um erro. A
esta concepção equivocada, porém, respondeu o Concílio do Vaticano II: “Aos
Bispos é confiado plenamente o ofício pastoral ou o cuidado habitual e
cotidiano das almas. E, porque gozam de um poder que lhes é próprio e com toda
razão são antístites dos povos que eles governam, não devem ser considerados
(meros) vigários (representantes) do Romano Pontífice.” (Constituição Lumen
Gentium 27). Como demonstra muito facilmente a mais elementar noção do
senso comum (entenda), não há nenhum
sentido em se questionar o primado do Bispo de Roma, o Papa, que garante a
unidade e a coesão da Igreja, preservando-a de iniciativas meramente pessoais e
subjetivas. Exatamente por isso o discípulo Simão, e apenas ele, recebeu o
nome-título de Pedra-Cefas (entenda). 2. Infalibilidade do Papa. Em 1870, fazendo eco à fé antiquíssima dos
cristãos, o Concílio do Vaticano I declarou o Papa infalível quando fala em
termos definitivos para a Igreja inteira e em matéria de fé de moral (entenda). – Já segundo a
Teologia ortodoxa oriental, esta definição extinguiria a autoridade dos
Concílios. Evidente que tal contestação não em nenhuma razão de ser, pelo
simples fato de que o Papa não pode "decidir" nada contrário àquilo
que foi definido dogmaticamente em qualquer Concílio da Igreja. Já no tempo dos
Apóstolos ocorreu o primeiro Concílio, em Jerusalém1. Segundo a
Igreja Católica, então, os Concílios gerais ou universais têm plena razão de
ser, já que também o Papa participa deles (por si ou por seus delegados) e
aprova as suas conclusões. Nos nossos dias, mais e mais se têm insistido sobre
a colegialidade dos Bispos. 3. A procedência do
Espírito Santo a partir do Filho (Filioque). Esta é
possivelmente a mais conhecida discordância entre católicos e ortodoxos e que,
mais uma vez, não tem nenhuma razão de ser a não ser a pura incompreensão e a
inflexibilidade para o diálogo aberto e fraterno, como era a característica de
um determinado período histórico. A concepção da Igreja Católica decorre do
fato de que em Deus não há distinções, a não ser onde haja oposição relativa,
como no caso do Filho que possui Natureza humana, sedo que o mesmo não se pode
afirmar do Pai e do Espírito Santo. Entretanto, não podemos jamais nos esquecer
de que não somos politeístas: cremos e adoramos apenas um Deus, que se
manifesta a nós em Três Pessoas diferentes, mas não separadas2. Se,
portanto, entre o Filho e o Espírito Santo não há a separação de Espirante e
Espirado, um não se distingue do outro ou, em outras palavras, o Filho e o
Espírito Santo são um só em Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo, no Evangelho
segundo S. João (15, 26) afirma textualmente que o Espírito procede do Pai;
claramente, porém, não tenciona propor aí uma Teologia sistemática e exclusiva,
mas põe em relevo um aspecto da verdade, – assim como em tantas e tantas outras
ocasiões, – sujeito a ser completado pela reflexão. De fato, no caso desta
questão, a dificuldade é mais de linguagem do que de doutrina. Tanto assim que
os orientais preferem dizer que o Espírito Santo procede do Pai "através
do Filho", – o que claramente é apenas uma maneira diferente de dizer praticamente
a mesma coisa ou, no mínimo, algo muito parecido. Torna-se evidente que, com um
pouco de boa vontade, poderia facilmente conciliar as posições. 4. Purgatório. Este
é um caso curioso e que (infelizmente precisamos dizer) evidentemente depõe
contra a boa vontade dos teólogos orientais. Ocorre que os ortodoxos do Oriente
aceitaram a existência do Purgatório sem nenhuma dificuldade até o século XIII.
Foi somente no ano 1231 ou 1232 que o metropolita Georges Bardanes, de Corfu,
pôs-se a impugnar a doutrina bíblica e apostólica do fogo do Purgatório (entenda), apenas porque
não haveria, literalmente, fogo no Purgatório! Os teólogos orientais
subsequentes lamentavelmente vieram a apoiar a contestação de G. Bardanes,
falecido em 1240. Mas nem por isso ousaram negaram a realidade (como dissemos
antes, plenamente bíblica e plenamente fundamentada na Tradição apostólica) da
necessidade de um estado de purificação intermediário entre a vida terrestre e
a bem-aventurança celeste para as almas daqueles que morrem com resquícios de
pecado: estes seriam perdoados por Deus em vista da oração da Igreja; estariam
assim fundamentados os sufrágios pelos defuntos. A recusa do Purgatório, então,
só ocorreu entre os orientais, absurdamente, no século XVII e sob a
influência de autores protestantes. Ora, admitir uma doutrina que teria, então,
estado errada por dezessete séculos, não é o mesmo que admitir a sua
fragilidade também depois da mudança? Por fim, o fato histórico é que daí por
diante a Teologia oriental tornou-se em parte dividida; muitos teólogos
ortodoxos continuam admitindo a necessidade de um estado intermediário entre a
morte e a bem-aventurança celeste, assim como também reconhecem o valor dos
sufrágios pelos defuntos. Eis aí mais um fato histórico e teológico que só vem
a confirmar para todo o povo cristão a exclusividade da Igreja Católica no
papel de única Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo e mantida pelo Espírito
Santo. 5. A Imaculada Conceição de Maria. Esta, incrivelmente, é por vezes confundida com um
pretenso nascimento virginal de Maria (segundo tal confusão absurda, Santa Ana
teria concebido sem a colaboração de São Joaquim!). Assim, simplesmente porque
tal concepção virginal carece de qualquer fundamento (evidente, e nunca
foi parte da Teologia católica!), também a verdadeira doutrina da Imaculada
Conceição é em algum nível contestada pelos orientais, embora não seja negada
por eles. Contraditoriamente, porém, toda a literatura, a Liturgia e as mais
tradicionais devoções dos ortodoxos enaltecem grandemente e com insistência
(provavelmente até maior do que o fazem as obras clássicas católicas) a pureza
plena e absoluta da Virgem Maria, professando a mesma coisa que nós, católicos,
de modo implícito. Concretamente, a única diferença real é que eles não
formularam nem definiram um dogma de fé específico a respeito desta realidade,
que na prática creem de modo idêntico ao nosso, – e isto é algo bastante fácil
de se confirmar, bastando que se observe a arte sacra oriental, eivada do
princípio ao fim de belos e múltiplos ícones em honra à santidade incomparável
de Maria Santíssima. 6. A Assunção de Maria Santíssima. Este ponto, juntamente com o anterior, é de
surpreender o leigo, pois como já dissemos a devoção dos ortodoxos por Nossa
Senhora é evidente e profundíssima, tanto que á primeira vista dá a impressão
de ser tão grande quanto a católica ou até mesmo maior, em certas cerimônias,
usos e costumes. Crida pelos cristãos desde a Antiguidade, foi proclamado
este dogma de fé pela Igreja Católica em 1950, pelo Papa Pio XII, de acordo com
as tradições teológicas ocidental e oriental. Merece especial
atenção, novamente, a iconografia oriental, que representa de maneira muito
expressiva a Virgem sendo assunta aos Céus por seu Divino
Filho (daí a diferença entre os termos 'Ascensão do Senhor' e 'Assunção de
Maria': ela, elevada por Ele, que é Deus e se eleva por seu próprio Poder
Divino). Qual é, então, o problema? De fato, o que fere os orientais neste
caso, – assim como no caso da Imaculada Conceição, – não é a proclamação da
Assunção em si, simplesmente porque eles também creem nisto; o problema está,
apenas e tão somente, na promulgação do dogma, a qual eles consideram que não
deveria ter ocorrido (até por não terem tomado parte em sua elaboração). 7. Batismo por infusão ou aspersão da água. Aqui está um problema difícil de compreender, não
só pelos católicos como também pela maior parte dos próprios cristãos orientais,
que discordam da estranha posição ortodoxa oriental. Dizem esses teólogos que é
importante no Batismo o contato da água com o corpo inteiro da pessoa,
simbolizando purificação. Para nós, católicos, tanto os de rito romano quando
de rito oriental, o Sacramento é um sinal que realiza o que significa;
logo, a Água batismal significa e realiza a purificação da
alma. Basta lembrar que os Apóstolos, nos primeiríssimos anos, quando saíram
aos quatro cantos do mundo para levar o Evangelho, nas mais diversas situações
nem sempre dispunham de rios ou de grandes volumes de água para imergir os
batizandos que surgiam a todo instante. Foi este, aliás, o caso do próprio S.
Paulo Apóstolo, sem dúvida o mais emblemático3. 8. Epiclese. Os orientais julgam essencial na Liturgia
Eucarística a Invocação do Espírito Santo (Epiclese) antes das palavras da
Consagração; ora, estas faltam no Cânon Romano (Oração Eucarística nº 1), pois
os latinos julgam que a Consagração do pão e do vinho se faz pela repetição das
palavras do Cristo, assim como Ele ordenou: “Isto é o meu Corpo… Isto é o meu
Sangue…”. Assim, as Orações Eucarísticas compostas depois do Concílio VII
(1962-65) têm a Epiclese não para corrigir uma pretensa "falha"
anterior, mas para salvaguardar uma antiga Tradição. 9. Pão ázimo. Jesus,
em sua última ceia, observou o ritual da Páscoa judaica, que prescrevia (como
ainda prescreve) o uso do pão ázimo ou não fermentado. A Igreja Católica também
guardou o costume, – que foi, assim, guardado pelo próprio Cristo, – na Celebração
da Eucaristia. Está mais do que bem respaldada, como se vê. Uma observação
importante: o uso do pão fermentado não é excluído por nós, católicos, pois, em
última análise, se trata sempre de pão. 10.
A Comunhão Eucarística sob as espécies do pão apenas. Até o século XII, a Comunhão era ministrada sob as
duas espécies, pão e vinho; o uso foi abolido em razão dos graves
inconvenientes que gerava (profanação, sacrilégios…). Todavia, após o Concílio
VII é permitido que se dê a Comunhão sob as duas espécies a grupos devidamente
preparados. 11. Unção dos Enfermos. Baseados na Epístola de S. Tiago (5,14), os
orientais ortodoxos têm a Unção dos Enfermos como Sacramento. Divergem, porém,
dos ocidentais em dois pontos: a) A Unção não é reservada aos gravemente
enfermos nem tem a marca de preparação para a morte, mas, ao contrário, vem a
ser um rito de cura para qualquer enfermo; b) A Unção, no Oriente,
tem forte caráter penitencial, a tal ponto que ela é conferida também aos
pecadores, mesmo os sadios, a título de satisfação pelos pecados. Pode-se
dizer, portanto, que a Unção “dos Enfermos” nas comunidades orientais ortodoxas
é dada a todos os fiéis que tenham algum problema de saúde corporal ou
espiritual. Isto ocorre especialmente na Semana Santa e entre os russos. Essas
diferenças, bastante suaves e simples de contornar, infelizmente foram muito
exploradas nos debates entre latinos e gregos. Os ocidentais reservam a Unção
para os casos de moléstias graves ou sério perigo de vida (entenda a Unção dos Enfermos).
12. Divórcio. Baseados
no Evangelho segundo S. Mateus (5,32 e 19, 9) mas indo contra ao que dizem os
Evangelhos segundo S. Marcos (10, 11s) e S. Lucas (16,18), e a 1ª Carta de S.
Paulo aos Coríntios (7,10ss), os ortodoxos reconhecem o divórcio. A Igreja
Católica, por coerência, não interpreta S. Mateus em sentido contrário a S.
Marcos, S. Lucas e S. Paulo, o que seria absurdo; assim, não reconhece o
divórcio de um Matrimônio sacramental validamente contraído e consumado, mas
entende que em Mt 5 e 19 se trata da dissolução dos casamentos ilícitos, o que
ela pratica até hoje (entenda). 13. Celibato do Clero. Segundo a compreensão desses nossos irmãos, seria
está uma restrição imposta nos séculos posteriores, contrária à decisão do
primeiro Sínodo Ecumênico no ano 325. Há alguma verdade nisso? O celibato do
clero tem seu fundamento na 1ª Carta de S. Paulo aos Coríntios (7, 25-35), onde
S. Paulo recomenda expressamente a vida una ou indivisa. Esta foi sendo
praticada espontaneamente pelo clero até que, em aproximadamente 306, o
Concílio regional de Elvira (Espanha) a sancionou para os eclesiásticos de grau
superior. A legislação de Elvira foi-se propagando no Ocidente por obra de
outros Concílios regionais. Diferentemente, os orientais estipularam que, após
a Ordenação, os clérigos de grau superior (do diaconato para cima) não poderiam
contrair Matrimônio, mas eram autorizados a manter o uso do Matrimônio os que
tivessem casado antes da ordenação. O Concílio de Niceia I (325) rejeitou a
proposta segundo a qual o celibato no Oriente seria observado sem exceções,
como no Ocidente; isto por protesto do Bispo egípcio Pafnúncio, o qual guardava
pessoalmente o celibato. Os Bispos orientais são todos celibatários e, por
isto, recrutados entre os monges. Como se vê, no último item como em
outros, muitas das diferenças são disciplinares e não impedem a volta à
unidade entre cristãos orientais e ocidentais. Podem-se admitir o pão
fermentado na Eucaristia, a Epiclese como regra, que parte do clero seja
casada. Outros pontos podem ser discutidos com muita tranquilidade, e com
alguma revisão de termos, chegar-se a um termo, como é o caso da procedência do
Espírito Santo. O maior obstáculo permanece o do primado do Papa. Paulo VI e
João Paulo II, falecido em 2005, demonstraram compreender bem o problema, que
acreditavam (como a Igreja ainda crê) que pode ser resolvido satisfatoriamente
sem que se abra mão dos pontos inegociáveis de nossa fé e doutrina. Escreveu S.
João Paulo II em sua encíclica Ut Unum Sit ('Para que seja
um'), a qual é muito recomendável que seja lida e compreendida por todos os
católicos: “Entre todas as Igrejas e Comunidades Eclesiais, a
Igreja Católica está consciente de ter conservado o Ministério do sucessor do
Apóstolo Pedro, o Bispo de Roma, que Deus constituiu como perpétuo e visível
fundamento da unidade e que o Espírito ampara para que torne participantes
deste bem essencial todos os outros”.
Segundo a feliz expressão do Papa Gregório Magno, falecido em 604, o meu
Ministério é de Servus servorum Dei. Por outra parte, como
pude afirmar por ocasião do Encontro do Conselho Mundial das Igrejas em Genebra
– Suíça aos 12 de junho de 1984, a convicção da Igreja Católica de, na
fidelidade à Tradição apostólica e à fé dos Padres, ter conservado, no Ministério
do Bispo de Roma, o sinal visível e a garantia da unidade, constitui uma
dificuldade para a maior parte dos outros cristãos, cuja memória está marcada
por certas recordações dolorosas. Por quanto sejamos disso responsáveis, como o
meu Predecessor Paulo VI, falecido em 1978, imploro perdão. Com o poder e a
autoridade sem os quais tal função seria ilusória, o Bispo de Roma deve
assegurar a comunhão de todas as Igrejas. Por este título, ele é o primeiro
entre os servidores da unidade. Tal primado é exercido em vários níveis, que
concernem à vigilância sobre a transmissão da Palavra, a celebração sacramental
e litúrgica, a missão, a disciplina e a vida cristã. Compete ao Sucessor de
Pedro recordar as exigências do bem comum da Igreja, se alguém for tentado a
esquecê-las em função dos interesses próprios. Tem o dever de advertir,
admoestar e, por vezes, declarar inconciliável com a unidade da fé esta ou
aquela opinião que se difunde. Quando as circunstâncias o exigirem, fala em
nome de todos os Pastores em comunhão com ele. Pode ainda – em condições bem
precisas, esclarecidas pelo Concílio do Vaticano I – declarar ex
cathedra que uma doutrina pertence ao depósito da fé. Ao prestar este
testemunho à verdade, ele serve à unidade. Dirigindo-me ao Patriarca Ecumênico
Sua Santidade Dimitrios I (1914-1991), disse estar consciente de que, 'por
razões muito diferentes, e contra a vontade de uns e outros, o que era um
serviço pôde manifestar-se sob uma luz bastante diversa'. Mas é com o desejo de
obedecer verdadeiramente à Vontade de Cristo que eu me reconheço chamado, como
Bispo de Roma, a exercer este Ministério. (…) O Espírito Santo nos dê
sua Luz e ilumine todos os pastores e os teólogos das nossas Igrejas, para que
possamos procurar, evidentemente juntos, as formas mediante as quais este
Ministério possa realizar um serviço de amor reconhecido por uns e por outros.”.
(Ut Unum Sit nºs 88/94-95, 25/5/1995). Vemos que o Papa não abdica
(nem poderia abdicar) do seu Ministério, que garante a unidade da Igreja, antes
o afirma com todas as letras; mas pede que os teólogos proponham modalidades de
exercício desse Ministério que satisfaçam a todos os cristãos. (leia a Ut Unum Sit na íntegra).
Suplicamos, humildes, ao Espírito Santo que inspire os responsáveis para que
realmente colaborem para a solução das dificuldades que os cristãos não
católicos enfrentam no tocante ao primado do Papa! www.ofielcatolico.com.br. Abraço.
Davi
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