Judaísmo. A Menorah - Lampada, candelabro - contém sete braços, e um dos principais e mais difundido símbolo do judaísmo. Diz-se que representa os arbustos em chamas que Moisés viu no Monte Sinai.
Menorah, o símbolo de dinâmica e otimismo do povo judeu. O que é o
Menorah. Transcrito do blog Coisas Judaicas. Por:
Rabino Eliahu Birnbaum - Tradução: David Salgado. A Menorá
(candelabro) é um dos utensílios mais importantes que havia no Tabernáculo no
deserto e no Templo Sagrado de Jerusalém. Foi construída de uma só peça de ouro
puro e adornada com gravuras e flores que lhe outorgavam um aspecto belo e
imponente. A Menorá do Tabernáculo tinha sete
braços. O braço central era a parte fundamental da Menorá e dela saiam três
braços para cada lado. Cada braço estava decorado com copas em forma de flores
de amêndoas. Quando a Menorá estava acesa, as três velas dos lados estavam
dirigidas a vela do meio. A vela central simboliza o princípio fundamental, a
luz central. O azeite para a Menorá era de grande
pureza e estava destilado especialmente para servir a tal propósito. É necessário assinalar que enquanto a Menorá do Tabernáculo possuía sete
braços, a Menorá de Chanucá, a que estas habituados em nossos dias, possui oito
braços, em lembrança do milagre de Chanucá, quando a Menorá ardeu durante oito
dias com um recipiente de azeite que era suficiente apenas para um dia. A menorá era o único utensílio do Tabernáculo e do Templo que estava
construído totalmente em ouro. O ouro, o metal precioso, não sofre mudanças
diante das condições ambientais, o tempo e o clima; não oxida nem se deteriora.
O material do qual está construída a Menorá simboliza o princípio estável que não
se modifica nem está sujeito a influência alguma. Aaron o
Cohen e depois seus filhos, os Cohanim Haguedolim (grandes sacerdotes),
acendiam todas as manhãs as velas de azeite da Menorá. No momento do
acendimento ordenavam e limpavam as velas, preparavam as mechas e retiravam as
mechas queimadas do dia anterior. A Menorá deveria estar acesa durante todas as
horas do dia e da noite, todos os dias do ano. Na época
do Segundo Templo, a Menorá estava construída de estanho. Quando a situação
econômica melhorou, ela foi banhada em prata. Depois o corpo central da Menorá
foi banhado em ouro, em forma similar a Menorá do Primeiro Templo. Durante a destruição do Templo, a Menorá foi saqueada junto com os
demais objetos sagrados, desconhecendo-se seu paradeiro. Com base na gravação
do Arco do Triunfo em Roma, no qual aparece com clareza a Menorá, existem os
que sustentas a teoria de que ela foi levada para Roma. Outros, ao invés disso,
acreditam que os romanos não conseguiram levar a Menorá, pois esta foi
escondida pelos judeus nas catacumbas abaixo do Templo, para evitar que os
conquistadores a levassem. Podemos considerar que a Menorá
de sete braços do Templo que aparece na nossa Parashá e em outras Parashiot,
era um instrumento ritual que tinha o único objetivo de cumprir com uma função
religiosa: entretanto, podemos contemplá-la de forma alegórica, simbólica. Em
nosso caso, parece que este é o significado profundo da Menorá e dos demais
utensílios do Templo. A Menorá não era apenas um ornamento do Templo. A
Menorá e sua luz possuíam um valor simbólico que a Torá busca comunicar
ao povo. A função da Menorá é a de dar luz através de suas velas. Na Torá e no
judaísmo a luz simboliza a sabedoria e a inteligência. O poder da vela é sua
influência sobre o homem. A luz da vela penetra no homem através dos olhos,
porém exerce sua influência também sobre sua mente e sua alma. A luz da vela, com o fogo que sobe e desce, não é estática, mas muda
constantemente de cor e de forma; está em eterno movimento. Por isso o homem se
deleita na contemplação do fogo, que lhe recorda seu próprio movimento
interior, seu desejo de avançar e mudar, obter resultados, elevar-se constantemente. Existem aqueles que acreditam que a Menorá representa o homem. As velas
que estão voltadas para o centro ensinam ao homem a contemplar o seu interior,
rever seus próprios atos. O judeu que contempla a Menorá de ouro aprende sobre
o significado da vida saudável. A Menorá ensina que o segredo da felicidade
humana depende de sua possibilidade de pôr seu espírito e seu corpo a serviço
de um objetivo superior e elevado, um objetivo altruísta, que lhe outorgue a
sua alma a união e a paz. No marco de uma interpretação
alegórica do Templo como representação simbólica de todo o universo, Filón de
Alexandria (25 AC 50 DC) acredita que a Menorá representa o céu, que irradia a
luz. As sete velas representam os sete satélites que existem no céu, segundo a
astronomia da antiguidade. As velas da Menorá deram origem
a vários costumes e leis, como as velas do Shabat, a vela da recordação (Yzkor
– em memória de um ente querido) e a luz eterna (Ner Tamid). As velas de Shabat foram escolhidas como símbolo deste dia e servem para
diferenciar entre os seis dias da semana e o Shabat. A luz assinala o limite do
tempo, entre o dia e a noite, e também entre os seis dias da semana e o Shabat.
A luz marca uma divisão no passar do tempo e o correr dos dias. Os textos de nossos sábios fazem especial referência as velas do Shabat,
mas além da função prática de iluminar a mesa ao redor da qual se sentam os
convidados no Shabat. Os sábios consideram que as velas simbolizam aqueles
valores que transcendem a percepção sensorial e simbolizam o mundo dos
conceitos metafísicos nas esferas do espírito e do pensamento. A luz simboliza também a presença da luz Divina no lar e no mundo hoje,
mediante seu acendimento, simbolizamos sua existência. Assim como as velas do Shabat representam a entrada do Shabat e a
santificação do dia, também acendemos a vela de Havdalá (Separação) na saída do
Shabat. Ela diferencia entre o santo e o profano, entre a luz e a escuridão,
entre Israel e os demais povos (segundo a própria bênção). Depois do falecimento de uma pessoa alguns costumam acender duas velas e
colocá-las próximo a cabeça do morto. Existem aqueles que deixam uma vela
acessa durante todo o primeiro ano do luto, e outros o fazem apenas durante os
sete dias após o falecimento. Todos acendem uma vela no dia do aniversário de
morte. A luz de recordação simboliza a
relação que existe entre a pessoa que faleceu e seus parentes. A luz nos lembra
que o morte não foi esquecida, e sua lembrança permanece em nosso coração e nos
acompanha. Em lembrança da Menorá que ardia
constantemente no Templo, costumamos deixar uma luz acesa permanentemente ao
lado da arca no Beit Hakenesset (Sinagoga). A Menorá,
o símbolo religioso mais importante na história do povo judeu, constitui hoje o
símbolo nacional do povo que voltou a sua terra. Uma das razões das quais a
Menorá é o símbolo do Estado de Israel, foi criar um antagonismo em relação a
menorá que aparece no arco de Tito. Lá, a menorá simboliza a derrota e a
humilhação dos judeus perante outros povos. Entretanto, a Menorá como símbolo
do Estado de Israel representa a libertação, a independência, o orgulho
judaico. Sobre o significado da Menorá e a luz
da vela, podemos aprender de um conto Chassídico que descreve a ação da vela:
Um Rabino pediu a um aluno seu que fosse ao sótão para buscar-lhe um livro. O
discípulo foi ao sótão, porém a total escuridão que reinava aí o impediu de
cumprir com o pedido de seu rabino. Retornou ao rabino e lhe disse: “Tudo está
escuro e não pude encontrar o livro”. O rabino lhe contestou: “Qual é o
problema? Pega um cajado e vai novamente ao sótão, golpeie a escuridão e então
poderás espantá-la e encontrarás o que buscas”. Retornou o
aluno novamente ao sótão fazendo o que lhe disse seu rabino e mesmo
assim, mais uma vez não conseguiu cumprir com seu objetivo. Voltou ao seu rabino e lhe disse: “Não consegui espantar a escuridão”. Então lhe disse o rabino: “Toma essa pequena vela, acenda-a e a pequena
luz espantará a escuridão. Não é possível espantar a escuridão, o mal, a
negação, sem acendermos uma pequena luz que espante a escuridão e ilumine um
grande salão”. O povo de Israel compreende que a
Menorá não constitui apenas um objeto de culto, mas é também um meio de
recordação. O homem a contempla e acende suas velas para acender a menorá de
sua vida que então lhe outorgará a luz de seu sustento. Abraço. Davi.
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