quinta-feira, 16 de novembro de 2017

A LEI DOS CICLOS.

Astrologia - Texto de Ricardo Lindemann. Capítulo Nove. A LEI DOS CICLOS. Depois de ter analisado o círculo Zodiacal e seus doze signos pela Última Ceia de Leonardo da Vinci (1452-1519), representados neste mural pelos doze Apóstolos, passaremos a estudar a LEI DOS CICLOS. Vale lembrar que o Zodíaco não é uma linha reta como uma mesa, mas como um círculo máximo da esfera celeste, onde Peixes retorna a Áries fechando o círculo, e que o Cristo aqui representa o centro desse círculo. Portanto, ele não é o décimo terceiro signo, mas o ponto de convergência de todas as linhas de fuga da perspectiva do mural é a cabeça do Cristo. Também podemos verificar que com a mão esquerda ele dá e com a mão direita ele recolhe, ou seja, o Sol se doa mais intensamente na primavera e no verão, representados pelos dois primeiros grupos de três, e se recolhe, proporcionalmente, ou doa menos luz, no outono e no inverno que são o terceiro e o quarto grupos de três, respectivamente, caracterizando assim os doze signos. E ao lado temos o reinício de um novo ano, e o Áries representa exatamente isso, a primeira parte do corpo que nasce é a cabeça, é o renascimento da vida na primavera, e de alguma forma temos assim uma lei da vida muito importante que é uma das bases da Astrologia, que é A LEI DOS CICLOS, da Ciclicidade ou Periodicidade. A senhora Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), por exemplo, comenta isso em A Doutina Secreta: "A universalidade absoluta daquela lei de periodicidade, de fluxo e refluxo, de crescimento e decadência, que a Ciência Física tem observado e registrado em todos os departamentos da Natureza. Alternativas tais como Dia e Noite, Vida e Morte, Sono e Vigília, são fatos tão comuns e tão perfeitamente universais e sem exceção, que será fácil compreender porque divisamos nelas uma das leis absolutamente fundamentais do Universo. Então, a ideia da ciclicidade ou da periodicidade, é muito importante em Astrologia, a ideia de que há um ritmo cósmico, que há ciclos que se cumprem como se fosse quase uma música Universal, esse é o termo usado, aliás, por Pitágoras (570 AC 495), a Música das Esferas. Nicolau Copérnico (1483-1543), nos colocou essa divisão, por exemplo, do ciclo da Terra em torno do Sol. Esse diagrama está relacionado com o grande livro das Revoluções dos Mundos Celestes que produziu a revolução copernicana demonstrando que o Sol era o centro do Sistema Solar, e lembra muito bem os dois Equinócios, que são situações relativamente indiferentes, porque o Sol projetado no Hemisfério Norte e no  Hemisfério Sul, portanto os dias e as noites têm a mesma duração. Em contraposição a tal circunstância de equilíbrio, vemos o Circulo Polar aqui e lá oculto na sombra da Terra, o que quer dizer  que nessa situação o Hemisfério Norte está ganhando mais luz, e naquela situação o Hemisfério Norte está no verão e o Hemisfério Sul está no inverno. Na segunda situação nós temos o Hemisfério Sul ganhando mais luz no verão, enquanto que o Hemisfério Norte ganhando menos luz no inverso. Então, essas duas situações extremas, o inverno e o verão são chamados os solstícios. É nessa divisão entre o solstício e equinócios que se baseia a divisão das quatro estações. Assim, pela correlação das quatro estações com os doze signos do Zodíaco, nós podemos ver que ao longo do giro haverá um movimento aparente do Sol pelas constelações e signos do Zodíaco, caracterizando quatro áreas, em duas das quais ele está projetado com declinação Sul e nas outras duas com declinação Norte, como nós explicávamos, haverá mais ou menos iluminação para um ou outro dos Hemisférios, caracterizando assim a mudança de temperatura que a luz produz de uma estação para a outra, e esse desenho corresponde exatamente às quatro estações que nós vimos representadas aqui também na Última Ceia de Da Vinci. Agora, nós vamos usar um outro diagrama, quem sabe para demostrar a vocês com os antigos correlacionavam as quatro estações com os quatro elementos dentro da Lei de Periodicidade ou do Princípio do Ritmo. No Caibalion, na tradição Hermética de origem egípcia, o Princípio do Ritmo é assim referido: "Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés; tudo sobe e desce, tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação". É oportuno comparar ao movimento de um pêndulo, que é um movimento cíclico e rítmico. Toda a Natureza é regida por leis e um Princípio Fundamental, se nós formos considerar as divisões desse ciclo básico. Assim, os antigos comparavam duas situações extremas por uma que primeiro regula o úmido e o seco e a outra que regula o quente e o frio. Eles diziam que a primavera é a estação que começava úmida e depois ficava cada vez mais quente, quando chegava o ponto mais quente alcançava-se o verão, que começava quente e ia ficando cada vez mais seco e assim, sucessivamente. Depois de seco ficaria progressivamente mais frio e depois de frio voltaria a ficar úmido, por quê? Porque se admite que quando o solo está úmido é porque choveu e, portanto, deve haver menos nuvens, pois elas já se precipitaram em forma de chuva. Num segundo momento, deve vir mais luz porque há menos nuvens e a tendência é ficar mais quente. Quando se alcança a situação do calor máximo, começa a evaporação daquela umidade do solo, e, portanto, o solo tende a ficar cada vez mais seco. Nuvens se formaram pela evaporação da umidade do solo, e assim haverá menor passagem de luz e, portanto, tende a ficar mais frio. Quando está mais frio temos aí a precipitação das nuvens em forma de chuva, de modo que o solo voltará a ficar úmido, portanto, haverá menos nuvens, deverá passar mais luz e ficar mais quente. Dessa forma, recomeça a evaporação, o solo ficará seco, se formarão novas nuvens, ocorrendo o ciclo repetitivo, que sabemos exatamente dizer onde começa e onde termina. Na verdade a antiga questão do ovo e da galinha, aquela discussão de qual dos dois veio primeiro, representa ele um questionamento sobre um ciclo, em que um depende do outro, porque o ovo depende da galinha e a galinha depende do ovo, enfim, um vem do outro, e, portanto, nós não temos fim num processo cíclico. Da mesma maneira, o ar é associado pelos antigos a esta estação da primavera porque dizem que ele é úmido e quente. Então, os signos de Gêmeos, Libra e Aquário, que são os signos atribuídos ao ar, tecnicamente são considerados flexíveis, adaptáveis. Esta flexibilidade é a característica do úmido em Astrologia; em contraposição ao seco, que justamente vai caracterizar aquilo que é rígido e que ao ser dobrado quebra como uma folha seca. Assim, o outono não é por acaso representado pela palavra "fall", em inglês, "a queda", caracterizando a queda das folhas que estão secas. Na sequência, depois da primavera virá o verão, caracterizado como o período mais quente do ciclo anual, correspondendo aos signos de fogo que são Áries, Leão e Sagitário, signos considerados, portanto, mais expansivos, o que caracteriza o quente. Eles são extrovertidos e também mais rígidos, porque o fogo é a mistura do quente com o seco. Logo depois nós teremos a mistura do seco com o frio, que caracteriza o elemento Terra e corresponde ao outono, que representa a queda das folhas que se aproximam, assim, do elemento Terra, que é o retorno à Terra. Corresponde também aos signos de Terra que são os signos de Touro, Virgem e Capricórnio. E por último vem a combinação do frio com o úmido, que é o elemento água, e vai, assim, corresponder ao inverno e aos signos de Câncer, Escorpião e Peixes. Nesta sequência buscamos caracterizar por meio de uma analogia o ciclo das estações do ano e compreender bem como, por exemplo os signos de ar são mais joviais. Eles querem ser como os ventos do ar que levam o pólen por toda a parte. Querem estar livres para voar como a borboleta de flor em flor na primavera., a exemplo também das flores que dão, assim, o seu perfume, surgindo as novas folhas e toda a Natureza se renova. Mas isso depende da umidade do solo e do calor da luz solar, para que a combinação do úmido e quente traga a expansão da vida. Admite-se, assim, que os signos de Gêmeos, Libra e Aquário, os signos de ar, são como crianças que têm essa generosidade jovial, esse entusiasmo curioso pela novidade e tendem a uma certa precocidade, possuindo uma mente bastante ativa, mas ao mesmo tempo eles têm uma certa dificuldade de se fixar, uma tendência à dispersão. Como já foi dito, o grande problema da juventude é que apesar de ser o período mais lindo da vida, ele é desperdiçado pelos jovens. Então, a tendência de não ter rumo, de não saber o que fazer, não ter um alvo, não ter objetivo, é que cria as dificuldades dos signos de ar. E os signos mais antagônicos a eles são os de Terra. Touro, Virgem e Capricórnio, representando o outono, a polaridade exatamente oposta porque seca e fria e correspondem de certa forma a velhice e à morte. A queda das folhas representa o afastamento da comunicação, da vida com o mundo externo. Nós vamos verificar que nesse ciclo o característico da polaridade oposta encontra-se entre os elementos antagônicos. Podemos citar o exemplo da menina de Touro, que faz àqueles desenhos no caderno e copia tudo que a professora diz, mas tem às vezes um procedimento de assimilação cerebral mais lenta, porém, uma vez assimilado, ela guarda e não esquece mais. Então chega aquele menino de Gêmeos, do signo de ar, copia tudo rapidamente com a sua mente, tem memória fotográfica, e passa, às vezes, com uma nota melhor do que a menina que escreveu tudo no caderno. No entanto, uma semana depois da prova ele não lembra mais nada, e o nosso sistema educacional desconsidera isso, correndo o risco de haver injustiça na avaliação, porque a menina de Touro pode não ter tirado a melhor nota, mas depois ela lembra exatamente tudo o que escreveu naquela prova. Existem essas diferenças de resposta de temperamento, os antigos relacionavam o elemento ar correspondendo-o ao temperamento chamado sanguíneo, o fogo ao temperamento chamado colérico, a Terra ao temperamento chamado melancólico e a água ao fleumático, porque as emoções de água são muito para dentro, introspectivas, porém de certa forma, são muito mais sensíveis. Verificamos que os signos de Áries, Leão e Sagitário quando chegam aproximadamente aos 21 anos se encontram no seu apogeu, quando inicia o período da maturidade. Por outro lado, o ar e a primavera correspondem, por analogia, assim, à Aurora e ao despertar, ao início da vida. Os antigos egípcios representavam mais o ciclo da vida e da morte pelos quatro períodos do dia, enquanto que os gregos representavam mais pelas quatro estações do ano. Os gregos preferiam a primavera, o verão, o outono e o inverno, enquanto que os egípcios representavam esse ciclo pelo dia, ou seja, pela aurora, pelo meio-dia, pelo ocaso e pela meia-noite. Temos ainda a correspondência com o ciclo da vida humana a saber: a primavera e o ar correspondendo à maturidade, o outono e a Terra correspondendo à velhice e a morte e, finalmente, o inverno e a água correspondendo ao post-mortem. Então, Paracelso (1493-1541), o grande alquimista, faz uma analogia interessante, dizendo que se nós quisermos assim interpretar como dominar os elementos, precisamos antes desenvolver as qualidades dentro de nós que permitem dominar cada um deles. Assim, para dominar os elementais da Terra, que os alquimistas chamavam de gnomos, etc., nós teríamos que desenvolver a qualidade da generosidade jovial, que é justamente a qualidade atribuída ao ar. Porém a qualidade atribuída a Terra é a constância, a perseverança, e essa é a qualidade necessária, portanto, para dominar, as sílfides e os elementais do ar porque essa é a qualidade oposta da qual eles carecem, ou seja, a virtude polar complementar. Talvez possamos assim melhor compreender a aplicação prática do Princípio da Polaridade: "Tudo é duplo, tudo tem polos, tudo tem o seu oposto, o igual e o desigual são a mesma coisa e os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau, (e portanto eu tenho comparado como a diferença do cubo de gelo para o vapor d'água é o grau da sua temperatura), os extremos se tocam, todas as verdades são meias verdades e todos os paradoxos podem ser reconciliados". Então, se eu reconciliar o ar com a Terra, eu vou encontrar o centro do círculo, porque eu vou reconciliar o úmido e o quente com o frio e o seco. Por outro lado, vocês compreenderão melhor o fogo se tiverem um filho de Áries, Leão ou Sagitário. São aquelas crianças que às vezes não querem dar a mãozinha para atravessar a rua, há nascem autossuficientes, já parecem maduros, não querem auxílio, mas ao mesmo tempo não suportam facilmente as limitações da velhice porque ficam muito impacientes. A maturidade é o seu período de auge quando esse aspecto fica muito demarcado, no verão da vida entre os 21 e os 42 anos, que é o período mais intenso atribuído ao fogo, entre a primeira quadratura de Urano com Urano e a primeira oposição de Urano com Urano. Urano é o planeta da mudança e tem um ciclo de 84 anos, portanto a cada 21 anos ele percorre um ângulo de 90º e produz uma crise de quadratura, uma mudança de fase ou "estação" na vida. Depois dos 42 anos ingressamos naquele período que corresponde à Terra. E a ideia da complementariedade é que os signos de ar desenvolvam a constância, meditem no oposto. Da mesma forma, se uma pessoa está muito angustiada com os assuntos do fogo e quer resultados imediatos, ela deve se concentrar na água. A maneira que Paracelso indicava para que uma pessoa controlasse as salamandras e os elementais do fogo era que a pessoa desenvolvesse em si a qualidade da placidez que é a qualidade da água. Os signos de Câncer, Escorpião e Peixes simbolicamente já nascem mortos, o que quer dizer que eles estão mais do lado do astral, do sonho, do além, do post-mortem do que do mundo físico, eles têm dificuldade para encarnar, de se estabelecer no mundo físico, vivem mais no astral, no mundo do sonho ou na imaginação. Então, os signos de água são Câncer, Escorpião e Peixes, representam o sonho e a meia-noite, assim como os signos de Áries, Leão e Sagitário representam o fogo e o meio-dia ou a vigília, quando a consciência está mais desperta. Na zona de transição o ar representa a aurora e o despertar, e a Terra representa o ocaso e o adormecer. Novamente temos um ciclo que pode nos dar alguma informação sobre esses signos: Câncer, Escorpião e Peixes. São mais herméticos as vezes um pouco mais desligados da matéria imediata e mais interessados nas emoções, enquanto que os signos de fogo estão mais interessados na ação, no ato de fazer as coisas, de enfrentar obstáculos, porque a sua qualidade fundamental é a coragem. Portanto, para podermos dominar as sereias ou os elementais da água, dizia o alquimista Paracelso que antes teríamos que desenvolver a virtude complementar, que é a coragem, a virtude do fogo. Os antigos usavam símbolos para caracterizar como se podia dominar os elementos e as tempestades. Assim também Jesus caminhava sobre as águas, Jesus tinha a capacidade de não se afogar nas emoções humanas. Ao contrário, nós vemos Narciso (personagem da mitologia grega) mergulhado nas águas, apaixonado por sua imagem refletida no espelho d'água da superfície, ele se lança e se afoga no fundo do tanque; por outro lado, como ele é um deus e não pode simplesmente estar totalmente morto, ele é transformado na semente do Narciso ou do Lótus, dependendo de se tratar da tradição grega, ou egípcia e hindu. Assim, ele ressurge do fundo da Terra que é o fundo do tanque, como a planta do Narciso que cresce e atravessa a água, para desabrochar no ar ou atmosfera, sobre o lago, em direção ao fogo que é justamente o Sol e sua lua, o símbolo da origem do fogo. Aqui a senda do eterno retorno dos quatro elementos, a ideia da ciclicidade, uma senda de queda na Natureza e outra de retorno ou ascensão espiritual. Assim, também aí é vista a ideia de um ciclo e toda essa teoria da periodicidade converge assim na Astrologia antiga para a visão da reencarnação, seja como os Egípcios no retorno do novo dia, como a eles atribuíam a frase: "A esperança de um novo dia torna belo o entardecer", ou como proferiam os gregos no retorno de uma nova primavera depois do inverno. Por analogia, se nós formos comparar o ciclo da árvore, por exemplo, ela floresce na primavera, então os signos de ar são aqueles mais predispostos a viver os ideais do pensamento, como a juventude, às vezes se contentam só como ideal, nem sempre concretizam, nem sempre se concentram para atingir o objetivo. Depois vem o verão quando a árvore produz o fruto. São os signos de fogo, caracterizando a necessidade de chegar logo e objetivamente ao resultado. Pode-se dizer que são como que mais inflamáveis, mais coléricos, mais quentes e apaixonados por atingir seus objetivos. Diz-se que eles esquentam a cabeça que nem palito de fósforo, então a meditação para eles é a da água, perguntando: que diferença isso fará daqui a cem anos! Nós temos aqui neste diagrama do ciclo dos quatro elementos uma visão de perspectiva, isto é uma imago mundi (imagem do mundo) é uma mandala, é uma imagem das proporções das fases da vida. E, portanto, quando olhamos uma imagem da exata proporção da vida, cada coisa assume sua perspectiva no local adequado, na proporção certa, e disso emana uma sabedoria e um equilíbrio no estado do espírito. O objetivo era chegar ao olho no centro, o olho de Dagma na tradição tibetana, o "olho que tudo vê", segundo a tradição da Maçonaria derivado do olho de Rá na tradição egípcia. Ele é chamado de olh de Shiva na tradição hindu, a Testemunha na filosofia Vedanta, símbolo do espírito, ele não é nem criança, nem velho, nem vivo, nem morto, ele está além do tempo. Depois de todo o calor do verão, surge o outono, exatamente aquele problema da velhice chegando, da limitação da energia, nós vamos desenvolver uma mente menos dispersiva e mais concentrada. Surge com um sentido de economia, porque a pessoa sente que o fim está relativamente próximo e que agora é a hora de economizar porque já não existe muito vigor para começar tudo de novo. Assim é mais fácil compreender que Touro, Virgem e Capricórnio têm essa tendência de querer, de certa forma proteger mais, acumular no armazém ou na despensa para o período do inverno que está chegando, buscando fazer um planejamento e não desperdiçar. Finalmente chega o inverno, representado pelos signos de Câncer, Escorpião e Peixes que são mais emocionais e dramáticos, já se consideram mortos e o resto que vier é lucro. Eles já vivem no mundo dos sonhos, no astral, porque o mundo da realidade é muito pesado para ser suportado por eles. Esses signos de água não têm a mesma praticidade, já são mais emotivos e portanto de alguma maneira mais sensíveis, mais artísticos, filosóficos ou românticos. Essas ideias todas caracterizam que a árvore, depois de ter florescido na primavera, a partir daquelas flores assim já fecundadas, tem frutos no verão. Depois caem os frutos e as folhas no outono e se vive do que se acumulou, e finalmente no inverno, quando a árvore não tem mais folhas, pergunta-se: Ela está morta? E, no entanto, nós vamos ver que quando surge a primavera seguinte, surgem novos brotos. Portanto a vida estava ainda concentrada no caule, e principalmente na raiz durante todo o inverno, recebendo apenas a água por baixo da Terra, e reprocessando o amido acumulado, transformando-o com a água em nova seiva para nutrir as novas flores e folhas da primavera seguinte. Daí provém a ideia dos antigos que assim associava o símbolo da reencarnação com a nova primavera que surge depois do longo inverno. Assim também a criança pequena se surpreende quando surgem os novos brotos verdes da primavera, surge uma nova vida de uma árvore que já parecia morta. Ela estava apenas, como é próprio da água, recolhida na interioridade da sua emoção, ou no plano astral, digerindo aquilo que foi acumulado como experiência nas estações anteriores. Assim, por exemplo, o Escorpião, que é um signo fixo da água, representa exatamente a questão da morte e do processamento purgatorial pelo animal escorpião e assimilação celestial pela fênix que renasce das cinzas, como já vimos. Os signos d'água são signos assim, digestivos, e estão representados a assimilação desses nutrientes que a experiência da vida nos traz. Então essa tradição milenar da Astrologia nos fala de que a cada vida, em cada reencarnação, vamos nascer num signo com um determinado Mapa Astral, correspondendo exatamente ao chamado da Parca (mitologia clássica- cada uma das três deusas – Cloto, Láquesi e Átropos - que determinam a vida humana) do passado, a Virgem Láquesis como descreve Platão (428-348) em A República: "Essa é a palavra da virgem Láquesis, filha da Necessidade. Almas efêmeras, eis que começa para vós um novo ciclo de vida mortal. Não é o fado que vos escolhe, e sim vós que escolheis o vosso fado. Que o primeiro indicado pelo sorteio seja o primeiro a eleger o seu gênero de vida, ao qual ficará inexoravelmente unido. A virtude é livre; cada um participará mais ou menos dela conforme a estima ou o menosprezo em que a tiver. A responsabilidade é de quem escolhe: Deus está inocente nisso". A virgem Láquesis representa o passado, ou seja, que nós fazemos inconscientemente a nossa escolha pela Lei do Karma ou no passado, gerando as consequências que aparecerão no Mapa Astral na vida seguinte, e portanto nós lembramos também do que dizia São Paulo:em Gálatas 6,7 "Não vos enganeis porque de Deus não se zomba, tudo que o homem semear, isso também ele colherá". Então, pela maneira que os Astros se apresentam no instante do nascimento, nós podemos ter uma noção do tipo de destino básico ou Karma maduro que aquela vida terá, correlacionando Astrologia, Karma e livre-arbítrio. Assim, pela escolha que nós fizemos no passado dessas tendências de temperamento derivam os nossos destinos. Porém, nós podemos pelo autoconhecimento, pelo conhecimento dessas tendências, aprimorar a nossa Natureza, minimizar o nosso sofrimento, e tornar a nossa vida assim mais plena, mais radiante, mais amorosa e útil a todos ao nosso redor, pela irradiação da nossa plenitude e alegria. Livro A Ciência da Astrologia e as Escolas de Mistérios. Abraços. Davi.

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