Gnosticismo.
Texto de Samael Aun Weor (1917-1977). A CONDUTA PENDULAR DA HUMANIDADE. A
Humanidade vive batalhando entre a tese e a antítese, a luta dos opostos. Num
determinado momento estamos alegres e noutro, deprimidos, tristes. Temos épocas
de progressos, de bem-estar, e noutro, de acordo com a Lei do Karma, estamos em
épocas críticas, no aspecto econômico, no social etc. Há momentos em que nos
encontramos otimistas perante a vida e noutro estamos pessimistas. Não podemos
ignorar que estamos submetidos a muitas alterações no terreno da vida prática.
Essa é a Lei do Pêndulo, que governa realmente a nossa vida e também as nações,
os povos. Todos os seres humanos dependem da Lei do Pêndulo, não devemos
estranhar que um amigo que sempre teve boas relações conosco, no dia seguinte esteja
com o cenho franzido, iracundo, genioso, se manifeste duramente com palavras
para conosco. Nesse caso, o que temos de fazer é nos retirar, para que o amigo
tenha o tempo necessário para se desafogar, porque não há um ser humano que não
esteja submetido à Lei do Pêndulo. Vale a pena refletirmos sobre esta lei,
parece-me que ela se manifesta, especialmente, nos nativos de Gêmeos, que
nascem entre 21 de maio e 21 de junho. Dizem que esses geminianos têm dupla
personalidade, como amigos são extraordinários, maravilhosos, chegam até o
sacrifício pelas suas amizades, mas quando mudam a personalidade, todo mudo
fica desconcertado. Quem os conhece, sabe manejá-los; quando a sua
personalidade fatal ou negativa se manifesta, não colocamos nenhuma resistência
e pacificamente aguardamos o retorno da personalidade pacífica. A Lei do
Pêndulo também está evidente no nosso organismo, no nosso coração existem os
dois movimentos, a Diástole e a Sístole. Diástole advém do grego que significa
“reorganizar”, “preparar”, “acumular”, e Sístole significa “contração”,
“impulso”, “direção”. O coração durante a Diástole recebe o sangue e se prepara
para uma nova ação, a Sístole, se contrai, lançando o sangue ao organismo. O
que as pessoas não se dão conta é que entre a diástole e a sístole existe uma
terceira força, que é a da preparação, ordenamento, acúmulo das potências
vitais etc. É brevíssimo o intervalo entre a diástole e a sístole, mas se nos
concentrarmos nesse instante, poderemos realizar grandes prodígios. Todas as
pessoas, nas suas relações, vivem completamente sujeitas à Lei do Pêndulo. As
altas e baixas nas bolsas de valores; épocas maravilhosas de harmonia na
família com tempo de conflitos e problemas; num momento há alegrias, noutro
tristezas; num momento, existe plena saúde, noutro doenças etc. Essa Lei do
Pêndulo também existe em todos os nossos centros, no Centro Intelectual, no
Emocional e no Motor-Instintivo-Sexual. Na Mente está definida através das
batalhas das teses e antíteses, nas opiniões contraditórias, nas discussões
intelectuais etc. No Emocional, através das emoções antitéticas,
manifestando-se nos estados de angústia e de felicidade, de otimismo e
depressão. No Centro Motor-instintivo-Sexual, se manifestam nos hábitos, nos
costumes e nos movimentos; franzimos a testa quando somos pouco desagradáveis
ou quando estamos deprimidos; ou sorrimos, pulamos, ficamos contentes e
brincamos, quando recebemos uma boa notícia, ou, ao contrário, as nossas
panturrilhas ficam tensas diante de um perigo eminente, é a Lei do Pêndulo no
Centro Motor. Somos escravos de uma Mecânica, se alguém nos dá uma palmadinha
nos ombros, sorrimos tranquilos. Se alguém nos dá uma bofetada, reagimos com
outra; se alguém nos diz uma palavra de elogio, sentimo-nos felizes, mas se
alguém nos fere com uma palavra agressiva, nos sentimos terrivelmente
ofendidos. Resultado final, somos máquinas submetidas à Lei do Pêndulo, cada um
faz de nós o que quer que tenha em mente. Querem nos ver contentes? É só dar
umas palmadinhas no ombro com um elogio. Querem nos ver irados? É só dizer uma
palavra que fira o nosso amor-próprio, uma palavra dura e já nos sentimos
ofendidos. Conclusão, a psique de cada um de nós está submetida ao que as
pessoas querem de nós, somos verdadeiras marionetes, não somos donos dos nossos
processos psicológicos, qualquer um pode manejar os nossos processos
psicológicos. Onde está, pois, a Individualidade das pessoas? Não a possuem,
quando não se é dono de seus próprios processos psicológicos, não se pode dizer
realmente que se tem uma Individualidade. Haveria uma forma de escaparmos dessa
terrível Lei do Pêndulo? Ou vamos nos submeter a essa lei mecânica “Per saecula
saeculorum, amém… ”Claro que existe uma maneira que nos permita sair dessa lei
ou manejá-la. Temos de aprender a nos tornar compreensivos, reflexivos,
aprender a ver as coisas como elas realmente são. Obviamente, na vida qualquer
coisa tem duas caras, com anverso da medalha, as trevas são o oposto da luz.
Nos Mundos Suprassensíveis, podemos ver que ao lado de um Templo de Luz existe
sempre um Templo Tenebroso. Por que cometemos o erro de nos alegrar ante algo
positivo e ficar tristes com algo negativo, se são duas faces de uma mesma
coisa? O nosso erro mais grave consiste precisamente em não saber ver os dois
lados de qualquer coisa. Se pudéssemos ver os dois lados de todas as questões,
realmente tudo seria diferente. Se quisermos ver os dois lados, é necessário
não viver dentro da Lei do Pêndulo, mas dentro de um círculo fechado, um
CÍRCULO MÁGICO, imaginemo-nos ao nosso redor um Círculo Mágico. Por este
Círculo passam todos os pares dos opostos da Filosofia, a tese e a antítese, as
circunstâncias agradáveis e desagradáveis, as épocas de triunfo e de fracasso,
o otimismo e o pessimismo etc. Dentro desse Círculo Mágico podemos ver as
coisas diferentes, descobriremos que a toda alegria, sucedem os estados de
tristeza. Quando se acostuma a ver as coisas do centro de um Círculo Mágico,
nos livramos da Lei do Pêndulo. Lembro-me quando comecei com o Movimento
Gnóstico, havia umas quatro pessoas que me seguiam, na verdade eu pus todo o
meu coração nessa gente, lutando por ajudá-los. Saíam em corpo astral, através
da meditação, para estudar a Gnosis etc. Quando alguém saiu do nosso grupo e se
afiliou a outra escola, senti-me como se tivessem cravado um punhal no meu
coração, e disse: “Eu que lutei tanto por este amigo, e queria que ele
marchasse pela Senda como devia ser, e eu não lhe fiz mal algum, por que me
traiu? ”Continuei com o meu trabalho estoicamente e o grupo foi aumentando e
chegou o dia em que tinha bastante gente. Naquela época, nos Mundos Superiores
me disseram que: “O Movimento Gnóstico é igual a um Trem em marcha e que uns
passageiros desciam numa estação e outros subiam, e que mais além desciam e
subiam outros, e que eu era o maquinista que ia conduzindo a Locomotiva e que
não deveria me preocupar… ”Assim, pude entender e comprovar mais tarde que uns
subiam e outros desciam, sucessivamente. Desde então, me tornei estoico, às
vezes saía um e chegavam dez. Todos estão submetidos à Lei do Pêndulo, uns se
entusiasmam pela Gnosis, outros se desiludem. Isso é normal, vivemos todos
dentro dessa mecânica. Aprendi a ver os dois lados das pessoas, porque me
coloquei exatamente no centro do Círculo Mágico, e dentro dele vejo o que vai
se passando, cada circunstância, cada pessoa, cada acontecimento e cada
sucesso, com os seus dois lados, o positivo e o negativo. Se você se situar
dentro do centro, vê passar ao seu redor, sem tomar partido pela parte positiva
ou pela parte negativa de cada coisa, então desta forma, se evita muitos
desenganos e sofrimentos. Eu estou vendo os dois lados de qualquer questão,
estou dessa forma numa terceira posição, na posição em que o coração está,
quando se prepara para a sua Sístole. Repito, temos de aprender a ver os dois
lados de uma mesma coisa, a positiva e a negativa, e não se IDENTIFICAR nem com
uma nem com outra, porque AMBAS são passageiras, tudo passa na vida, tudo
passa… De maneira que a Personalidade se move dentro da Lei do Pêndulo, vive-se
no mundo de opiniões contrárias, dos conceitos antitéticos, das batalhas das
teses e antíteses. Esse é o Dualismo da Mente. Percebam, meus irmãos, que,
entre a Tese e a Antítese, existe uma terceira força que é a Neutra, a SÍNTESE,
que coordena e reconcilia os opostos. Sabemos que existe uma grande batalha
entre os Poderes da Luz e os Poderes das Trevas. Mesmo no esperma sagrado,
existe uma luta entre os poderes atômicos da Luz e os poderes atômicos das
trevas, as colunas dos Anjos e Demônios se combatem mutuamente em todos os
rincões do Universo. Quando não se tem a Pedra Filosofal, torna-se impossível a
reconciliação dos opostos dentro de si mesmo. Quando se consegue a Pedra dos
Filósofos, a Pedra da Serpente, que é a base dos trabalhos conscientes e padecimentos
voluntários, então se consegue reconciliar os opostos em si mesmo, porque se
reconhece que tudo na Criação tem dois lados e só mediante uma terceira
posição, ou seja, mediante o Centro do Círculo Mágico, a SÍNTESE, isso se torna
realidade dentro de nós. É necessário aprender a reconciliar os opostos, para
que nos libertemos da Lei do Pêndulo. É necessário viver dentro do Círculo
Mágico para que possamos viver bem com inteligência e Consciência. Vem à minha
memória um fato interessante. Há muito tempo, estando no Mundo Astral, no
Sefirote Hod, internado nele, pude invocar um Elohim, ou Deva como queiram, e
de imediato objetei aquele anjo, ou seja, de uma forma grosseira eu o refutei.
Eu esperava que aquele anjo fosse discutir comigo, não aconteceu assim. Aquela
Seidade me escutou com infinito respeito e adoração, e depois de muitíssimos
conceitos, quando concluí, pensei que ele iria tomar a palavra para me rebater,
mas com grande assombro, vi que fez um sinal, inclinou-se reverentemente, deu
as costas e se foi embora. Deu-me uma lição extraordinária, não refutou nada,
claro, aquele Anjo tinha pensado além das minhas objeções… Todo mundo tem o
direito de emitir suas opiniões, cada qual é livre para dizer o que quiser. Nós
devemos, sinceramente, escutar aquele que estiver falando, com respeito.
Terminou de falar? Retiramo-nos… Claro que há alguns que não procedem assim,
por orgulho diriam: “Eu não me retiro, eu tenho de lhe dar o troco”. Aí tem o
orgulho intelectualoide, se não eliminarmos do si mesmo o Eu do Orgulho, não
conseguiremos jamais a Liberação Final… O melhor é que cada um diga o que tem
de dizer, o melhor é não colocarmos objeções, porque cada um é livre para dizer
o que quiser. Temos de aprender a viver fora da Lei do Pêndulo. Numa certa ocasião,
um monge budista ia caminhando pelas terras do mundo oriental, num inverno
espantoso, cheio de neve e animais selvagens, que proporcionavam sofrimentos ao
pobre monge, mas mentalmente estava protestando, colocando objeções. Mas o
pobre monge teve sorte, quando estava meditando, apareceu-lhe Amithaba, que na
realidade é o Deus Interno de Gautama, o Buda Sakyamuni, e lhe entregou um
mantra para que pudesse se sustentar e ficar forte, sem fazer objeções, algo
que o ajudasse a não ficar protestando a cada passo contra si mesmo, contra a
neve, contra o mundo etc. O mantra é utilíssimo e eu vou vocalizá-lo para que
vocês o gravem em sua memória. É o seguinte:GAAAAATEEEEE…
GAAAAATEEEEE… GAAAAATEEEEE… Este mantra permitiu que o
monge abrisse o Olho de Dangma, esse mantra se relaciona com a Iluminação
Profunda e com o Vazio Iluminador. Há necessidade dessa ajuda, porque não é
fácil deixar de criticar, de colocar objeções etc. Num momento de descuido,
estamos colocando objeções novamente. É a vida, o dinheiro, a inflação, o frio,
o calor etc. Quando, na realidade, aquele que vive fazendo objeções a tudo, se
prejudica profundamente, porque o que tem ganhado por um lado, dissolvendo o
Ego, por outro lado está aumento o mesmo Ego com as objeções. Temos de dizer a
Verdade, nada mais que a Verdade, e deixar para os outros a liberdade para que
opinem conforme o seu desejo, porque, como já lhes disse, cada um é livre para
dizer o que quiser. Quando uma pessoa se coloca no centro do Círculo Mágico, vê
passar ao redor de si, da sua Consciência, todos os acontecimentos da vida com
os seus dois lados e sabe que tudo é passageiro. Se uma pessoa sabe que todo
momento de alegria é sucedido por um de tristeza, mas se estiver situada no
Centro, reconcilia os opostos dentro de si mesmo, e sabe que nada o afetará,
porque tudo é passageiro, tudo passa, as pessoas passam, as coisas passam, as
ideias passam, tudo passa… Pode-se, então, viver perfeitamente esse
acontecimento como deve ser vivido. Uma reflexão assim lhe permitirá estar no
evento sem preocupação nenhuma. Está consciente e sabe que o momento é
passageiro, não se ilude, entende os dois lados, sinceramente vive na
Consciência de Si… www.gnosisonline.com.br. Abraço.
Davi.
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