Judaísmo. Os Códigos da Torá. “Tudo o que existiu, existe e existirá até
o fim dos tempos está incluído na Torá, Os Cinco Livros de Moshé (Gênesis,
Êxodo, LevÍticos, Números e Deuteronômio) e não apenas no sentido geral, mas
inclusive os detalhes de cada pessoas, individualmente. Rabi Elyahu Gaon de
Vilna - República da Lituânia (1720-1797). Em 1982, Avraham Oren, Professor de programação de
computação que residia no Kibutz Sde Eliyahu, em Israel, percebeu uma
anomalia no início do terceiro livro da Torá, Levítico. Oren estudava
a Torá durante muitos anos, e, talvez, por causa de seu trabalho na área de
programação, ele tinha uma intuição especial para os padrões. Algo no trecho de
abertura em Levítico 1:1,13 chamou sua atenção. A passagem descreve os
sacrifícios realizados pelos Cohanim, mas não menciona em ponto
algum Aaron, o primeiro Cohen Gadol (Sumo Sacerdote de Israel) e progenitor de todos
os Cohanim. Quando o nome “Aaron” é mencionado no trecho,
sempre o é em referência a alguém: “os filhos de Aaron”, por exemplo. Oren
levanta a hipótese: “Trata-se de uma passagem em que Aaron deveria ser
mencionado várias vezes. Contudo, ele não é mencionado abertamente no texto –
nenhuma vez. Será possível que seu nome somente apareça no trecho de forma
oculta? Oren começou a pesquisar a passagem em busca do nome “Aaron”
(composto por Alef, Hei, Reish e Nun)
onde este aparecesse escrito com letras em intervalos eqüidistantes1. Seus
resultados confirmaram suas suspeitas. Ele não apenas encontrou, nesse trecho,
o nome “Aaron” escrita em sequências equidistantes de letras (em inglês, equidistantletter sequences - ELSs),
mas o encontrou 10 vezes! Como estudioso das Ciências Exatas, ele sabia que de
acordo com a Teoria das Probabilidades, pode-se esperar encontrar em um texto
hebraico daquele tamanho uma ou algumas vezes a palavra “Aaron” escrita como ELSs.
Mas, 10 vezes ?? Seria aquilo um número inesperadamente grande de ocorrências?Oren não
tinha suficiente conhecimento matemático para responder sozinho aquela
pergunta. Portanto, levou a dúvida a um amigo, o Prof. Eliyahu Rips (1948- ),
do Instituto de Matemática da Universidade Hebraica de Jerusalém. O Prof. Rips,
que escapara da Lituânia sob domínio soviético e viera a Israel como um ateu, é
tido em alta consideração por alguns dos mais proeminentes matemáticos do
mundo. Rips é um teórico de grupo de classe mundial – um domínio
esotérico que está na linha de frente tanto da Matemática Pura quanto da Física
Teórica. Oren partilhou suas descobertas com o Prof. Rips, que
levou o trecho do Levítico e deu a um colega para o digitalizar. Rodaram então
um programa para encontrar no trecho todas as ELSs com o nome
“Aaron”. Assim, assegurariam não apenas que os achados de Oren estavam
corretos, mas também encontrariam alguma que lhe tivesse escapado. Quando o
Prof. Rips recebeu os resultados, ele ficou boquiaberto com o número
de vezes em que aparecia a palavra Aaron. Eram 25, e não apenas 10, como
encontraraOren. No trecho de 716 letras, há 55 Alefs, 91 Heis,
55 Reishs e 47 Nuns. No caso de uma distribuição
randômica dessas letras, um estatístico esperaria deparar-se com 8 encontros
ELS da palavra Aaron. A probabilidade de que o nome “Aaron” aparecesse
coincidentemente 25 vezes é de cerca de 1 em 400 mil vezes. Isto significa que
é quase certo de que o nome do primeiro Cohen Gadol foi
deliberadamente criptografado no trecho de abertura do terceiro livro da Torá,
que descreve o serviço dos sacrifícios realizados pelos Cohanim. O
Prof. Daniel Michaelson, um perito nos códigos da Torá e ex-professor de
Matemática na conceituada Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA),
observou que um linguista da língua hebraica poderia contestar os resultados do
“código de Aaron” demonstrando que na Bíblia judaica as quatro letras que
formam a palavra Aaron – Alef, Hei, Reish e Nun –
são correlacionadas entre si. Isto significa que num texto bíblico, essas
quatro letras aparecem juntas mais vezes do que se imagina. Talvez isso
explique por que a palavra Aaron apareceu codificada tantas vezes no trecho de
abertura do Livro de Levítico. Assim sendo, para garantir que o código de Aaron
tivesse significado genuinamente estatístico, realizou-se outro experimento.
Todas as 24 permutações possíveis com as quatro letras hebraicas que formam a
palavra Aaron foram identificadas e contadas. Se o fenômeno se deveu à
correlação entre as letras, poder-se-ia esperar encontrar, nesse mesmo trecho,
muitas outras combinações dessas quatro letras, em intervalos equidistantes de
letras. A experiência foi realizada e os resultados foram ainda mais surpreendentes.
Foi apenas o nome de Aaron que surgiu 25 vezes. As outras permutações, tais
como Hei, Reish, Nun, Alef,
apareceram entre 5 e 11 vezes – bem dentro do que era esperado,
estatisticamente. Ao que tudo indica, apenas o nome de Aaron – e não as
combinações das letras que compõem o seu nome – foram codificadas nesse trecho
da Torá. A probabilidade de que esse fenômeno tenha sido uma coincidência, e
não deliberadamente criptografado no texto, é ínfima. Se, através de busca
randômica, quiséssemos encontrar outro trecho de tamanho comparável, contendo
25 ocorrências de uma palavra que fosse encontrada apenas 8 vezes em sequências
equidistantes de letras, a pessoa teria que procurar cerca de 400 mil páginas
de texto. O código de Aaron estimulou o Prof. Rips – ateu declarado
que, na época, só acreditava em números – a pesquisar se o fenômeno dos códigos
da Torá era autêntico. Portanto, rodou o código de Aaron em um texto hebraico
selecionado arbitrariamente, não obtendo resultados estatísticos
significativos. Ele, então, submeteu o código a um teste de fogo: digitou no
computador o trecho do Levítico 1:1-13 tirado da Torá dos Samaritanos, e
repetiu a experiência. Os samaritanos viveram em Eretz Israel há
milênios, e, apesar de não serem judeus, adotaram a sua
Torá. Mas, como careciam de uma tradição de escribas tão rigorosa como a dos
judeus, sua Torá nunca foi tão precisa como a nossa. Há cerca de 6.000
diferenças entre as letras da Torá dos samaritanos (que também é escrita em
hebraico) e a nossa, autêntica. Os samaritanos acreditavam que as letras exatas
da Torá tinham pouca importância se comparadas ao significado das palavras e,
portanto, há palavras adicionais, palavras que faltam, e formas alternadas de
grifar as palavras em sua Torá. Mas o conteúdo da Torá Samaritana e da nossa
Torá é praticamente idêntico; as diferenças residem na forma de sua grafia.
Quando o Prof. Rips testou o código de Aaron na mesma porção do
Levítico da Torá Samaritana, não encontrou resultados significativos. Não havia
código de Aaron em um texto muito semelhante à nossa própria Torá. O Prof. Rips buscou
outros códigos na Torá. Ele levantou a hipótese de que outros códigos
significativos poderiam estar agrupados em torno da aparência explícita dessas
mesmas palavras nos Cinco Livros de Moshé. Sua hipótese foi comprovada:
ele descobriu uma enorme quantidade desses códigos na Torá. Exemplificando: um
trecho no início do Livro de Gênese que discorre sobre o Jardim do Éden (Gênese
2: 4-17). O número de letras nesse trecho é de 657. O número esperado de vezes
em que “Éden” deveria aparecer nessa passagem, em intervalos equidistantes de
letras, é 13,6. Prof. Rips encontrou a palavra “Éden” codificada 20
vezes nesse trecho. As chances disto ser uma coincidência são de 1 em 1000. O
Prof.Rips e um número crescente de pessoas que ficaram intrigados com os
resultados encontraram uma quantidade enorme de códigos nos quais a palavra que
representava o tema de um trecho (tal como “Éden” na descrição do Jardim)
encontrou eco em um cluster gigantesco de ocorrências codificadas da mesma
palavra naquele trecho. A probabilidade matemática de que esses códigos fossem
coincidência era extremamente pequena. Uma amostragem desses resultados foi
publicada pelo Prof. Daniel Michaelson (o professor da UCLA acima mencionado),
anteriormente um auto declarado ateu, que inicialmente via o fenômeno dos
códigos da Torá com grande ceticismo, mas que posteriormente viu que a
evidência era muito óbvia e poderosa para ser descartada. Ele ficou convencido
de que os códigos eram uma realidade, e ele e o Prof. Rips viraram
judeus praticantes. Outros famosos cientistas também se juntaram à pesquisa do
Prof. Rips sobre os códigos da Torá. Um deles foi Doron Witztum,
um aluno de Física, em Israel, que acabara de terminar sua tese de mestrado
sobre a relatividade geral. Witztum tornou-se um dos mais destacados
pesquisadores sobre códigos da Torá no mundo, evidenciando sua validade. Outro
pesquisador a juntar-se à equipe de pesquisa sobre o intrigante tema foi um
brilhante jovem cientista da computação, Yoav Rosenberg, que tinha
formação em técnicas matemáticas avançadas que lhe foram úteis para diferenciar
códigos estatisticamente significativos, de interessantes padrões de palavras
que pareciam estar criptografados, mas que eram meras coincidências. Os
cientistas que investigavam o fenômeno dos códigos da Torá empregavam métodos
cada vez mais sofisticados para certificar-se de que o fenômeno era verdadeiro.
Suas constatações foram ainda mais dramáticas: as probabilidades de que os códigos
desvendados fossem todos uma enorme coincidência eram astronômicas. Era
possível – eles se perguntavam – que esses códigos, esses grupamentos de
palavras separados a distâncias mínimas, fossem encontrados em outros textos
hebraicos? Eles realizaram testes em outros textos, mas os códigos pareciam ser
restritos à Torá (...). Até então, os códigos encontrados eram um fenômeno
puramente estatístico – fascinantes, mas sem significado extraordinário. Os
códigos confirmavam o que o judaísmo sempre defendera: que cada letra da Torá
tinha sua importância – de que há um propósito para a existência e o lugar onde
é colocada cada uma delas. Mas, o que mais significavam esses códigos, e o que
transmitiam? Que a Torá foi escrita por um Codificador Supremo? Será que um
cluster com o nome de Aaron num trecho sobre ele teria sido colocado nesse
lugar por um autor humano extraordinário, que fosse, ao mesmo tempo, um gênio
matemático? Certamente, um fenômeno interessante, mas nada mais do que isso. O
nome “Aaron” foi encontrado no trecho de abertura do Livro de Levítico, mas
Aaron e seu irmão Moshé foram os líderes da geração de judeus que
receberam a Torá. Talvez Moshé tenha sido um Mestre Codificador e
tenha criptografado o nome de seu querido irmão no trecho de abertura do Livro
que discorre sobre o serviço dos Cohanim. Mas, e se os códigos
encontrados na Torá transmitissem informações altamente específicas sobre
pessoas que viveram não quando a Torá foi recebida, mas sobre as que viveriam
centenas e milhares de anos mais tarde? E se a Ciência, operando de acordo a
padrões estritos de evidências demonstrassem que quem quer que tenha escrito a
Torá tinha conhecimento não apenas sobre as pessoas que viveram na geração de Moshé e
Aaron, mas também informações precisas sobre a vida de grandes Sábios judeus
que somente viveram milênios após a Torá ter sido escrita? O surgimento
dos códigos da Torá. No artigo desta edição, “A Matriz do Universo”,
vimos que a Torá não é meramente a essência do judaísmo, mas a própria planta
da Criação – o Código de todos os códigos. Citamos nossos livros sagrados, bem
como os Sábios e os Cabalistas, que revelam que as letras da Torá contêm
informações criptografadas, e fornecemos um exemplo simplificado, através do
“Código Israel” encontrado no texto do Kidush, de como um código
pode ser desvendado por meio de sequências equidistantes de letras. Mas, antes
do advento dos computadores e de sofisticadas ferramentas matemáticas, a ideia
de que a Torá é a planta da Criação tinha que ser aceita somente pela fé.
Sempre foi possível provar que a Torá tem origem Divina, mas, sem as
ferramentas apropriadas, não há como provar que seja a matriz de toda a
existência. Talvez seja por isso que o fenômeno dos códigos da Torá tenha sido
mencionado apenas de passagem pelos comentaristas judeus da Idade Média. Este
tópico se popularizou após a 2a. Guerra Mundial, devido ao empenho do Rabi Chaim Michael Dov Weissmandl (1903-1957),
sobrevivente húngaro do Holocausto, que foi instrumental para retardar ao
máximo a deportação dos judeus da Eslováquia, durante a guerra. Prodígio tanto
no Talmud quanto na Matemática, o Rabi Weissmandl empacou
numa referência a um código, encontrado no Livro de Gênese, que fora mencionado
por Rabenu Bachya, um de nossos maiores Sábios, que viveu no século
13. Rabenu Bachya descreveu um método de pular intervalos iguais
de letras para desvendar informações divinamente ordenadas que estavam embutidas
dentro da Torá. O método de saltar um número idêntico de letras em um texto
para descobrir informações criptografadas – códigos conhecidos como sequências
equidistantes de letras – é descrito no artigo “A Matriz do Universo”. Seguindo
as pistas deixadas por Rabenu Bachya, o Rabi Weissmandl empreendeu
sua própria investigação do fenômeno dos códigos da Torá e ficou convencido de
que era um fenômeno real. Quando a guerra terminou, o Rabi Weissmandl emigrou
para os Estados Unidos, onde continuou a desvendar as informações que foram
criptografadas nas letras da Torá. Ele e seus alunos detectaram padrões
interessantes de palavras codificadas em seqüências de intervalos de
letras. Mas, buscar manualmente informações codificadas seria um trabalho
extremamente laborioso. Ademais, mesmo quando eles se deparavam com algo que
parecia significativo, eles não conseguiam provar que não se tratava de simples
coincidência – um padrão de palavras que se poderia encontrar em qualquer
texto. O Rabino encontrou muitos exemplos de padrões fascinantes na Torá e se
convenceu de que o fenômeno era real. Mas, faltavam-lhe as ferramentas para o
provar. O experimento dos Grandes Sábios. Em 1989, Doron Witztum publicou
um livro em hebraico intitulado HaMaimod HaNosaf (A
Dimensão Adicional), que apresentou cerca de 200 grupos de códigos da Torá.
Havia algo de surpreendente acerca da maioria desses códigos: eles não eram
grupamentos, como no código de Aaron que vimos acima, mas termos que eram
correlacionados por circunstâncias históricas: o nome da pessoa, por exemplo, e
a data e local de eventos críticos em sua vida, tais como as datas e locais de
seu nascimento e morte. Tais códigos não eram simplesmente padrões de
significado estatístico; eles transmitiam informações que não existiam até
muito depois da Torá ter sido compilada. Um codificador supremo, um gênio
matemático poderia ter criptografado um cluster de “Édens” no trecho referente
ao Jardim do Éden. Mas, quem poderia ter embutido grupamentos de palavras acerca
de pessoas que viveram milênios após a Torá ter sido escrita? Somente alguém
que fosse Onisciente - alguém que conhecesse em detalhes perfeitos e completos
o que iria acontecer no decorrer da História. Witztum e Rips tinham
ciência de que aquela descoberta era bem diferente do que a mera descoberta de
códigos interessantes na Torá. Aquilo certamente geraria uma polêmica
extraordinária. Os céticos os acusariam de ter manipulados os dados – de ter
bolado algum tipo de truque estatístico – de modo a gerar aqueles achados tão
fantásticos. E, portanto, um rigor ainda maior seria necessário para convencer
esses céticos de que o fenômeno era genuíno. Ambos os pesquisadores começaram a
trabalhar em um experimento que iria ser publicado em uma conceituada publicação
científica, a Statistical Science. Em agosto de 1994, após um
intenso debate que durou seis anos, a prestigiosa revista Statistical Science, publicada
e referendada pelo Instituto de Ciências Matemáticas, publicou um artigo de
autoria de Witztum, Rips e Rosenberg, intitulado “Sequências
Equidistantes de Letras no Livro de Gênese”. Levou seis anos para que a revista
publicasse a matéria, pois suas implicações eram extremamente controversas. O
resumo, no topo do artigo, no linguajar tipicamente seco dos cientistas, mal
dava alguma indicação das surpreendentes descobertas e implicações de seu
conteúdo. Esse excerto dizia: “Percebeu-se que quando o Livro de Gênese é
escrito na forma de dois grupos bidimensionais, aparecem, em grande
proximidade, seqüências equidistantes de letras formando palavras com
significado correlato. Foram desenvolvidas ferramentas quantitativas para
mensurar este fenômeno. A análise randomizada demonstra que o efeito é
significativo no nível de 0,00002”. Explicando este número: o nível impactante
significava que as chances eram inferiores a 1 em 50.000 de que o fenômeno que
estava sendo descrito fosse mera coincidência. No próprio trabalho, as
probabilidades foram reportadas mais precisamente como sendo inferiores a 1 em
62.500. A maioria das revistas científicas aceita para publicação trabalhos
cujas hipóteses são homologadas em um nível de significância de 0,05 – uma
probabilidade de 1 em 20 de que os resultados aconteçam por acaso. Como o caso
do fenômeno dos códigos da Torá era tão intrigante, e suas implicações tão
monumentais, os editores e juízes na revista Statistical Science recusaram-se
a publicar o artigo a menos que houvesse menos do que uma probabilidade de 1 em
1.000 de que os resultados fossem uma coincidência. Os resultados ultrapassaram
este número em mais de 60 vezes! Robert Kass, PhD, editor da revista Statistical Science,
fez o seguinte comentário sobre o artigo: “Nossos juízes ficaram boquiabertos;
tudo aquilo em que acreditavam, faziam-nos pensar que o Livro de Gênese não
poderia conter, de forma alguma, referências significativas aos indivíduos dos
nossos dias; mas, ainda assim, quando esses autores realizaram análises
adicionais e verificações, os efeitos persistiam. O trabalho foi, então,
publicado e oferecido aos leitores da revista Statistical Science como
um intrigante quebra-cabeças”. Antes de ser publicado, o artigo passou por
vários escrutínios críticos, “análises e verificações adicionais”, nas palavras
de Robert Kass. Para verificar se o fenômeno aparecia apenas na Torá,
realizaram um procedimento idêntico nos seguintes textos: uma tradução do
hebraico de um trecho do mesmo tamanho que o Gênese, do início da obra “Guerra
e Paz”; antigos textos hebraicos, tais como a versão de Gênese da Torá
Samaritana, e o Livro de Isaías. É importante observar que, diferentemente dos
Cinco Livros deMoshé, que foram escritos por D’us, o Livro de Isaías e os
outros livros do Tanach foram escritos pelos profetas. Somente
os Livros de Gênese, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio foram ditados por
D’us, letra por letra. Os pesquisadores também fizerem testes randomizados no
Livro de Gênese misturando todas as suas letras pelo texto inteiro. Com isso
queriam testar se os códigos apareceriam mesmo se a colocação de suas letras
fosse alterada. Outro teste: o Livro de Gênese foi randomizado e misturado, não
suas letras, mas todas as suas palavras dentro dos versos, enquanto a estrutura
dos versos ficava intacta e as letras de cada palavra, intactas. Por fim, o
Livro de Gênese foi randomizado através da mistura de todos os seus versos,
deixando a sequência de palavras dentro de verso, intacta. Os resultados: em
nenhum desses textos-controle foram encontrados códigos com grande significado
estatístico. Os códigos não apareciam em nenhum outro texto hebraico e, se os
versos, palavras ou letras da Torá fossem misturados, eles desapareciam. Os
códigos apenas apareciam no Livro de Gênese se não se mexesse nas letras. Os
resultados estatísticos encontrados em outras obras hebraicas ou em um Livro de
Gênese misturado foram indistinguíveis do que teria ocorrido simplesmente em
virtude do acaso. Somente no Livro de Gênese encontrou-se um resultado
estatisticamente significativo – de fato, extremamente significativo – uma
probabilidade de 1 em 62.500. O que tornou esses resultados ainda mais
surpreendentes foi o fato de que os conjuntos de dados usados por Witztum, Rips e
Rosenberg foram de uma lista de 32 Sábios e suas datas de nascimento ou morte.
Os resultados não levaram em consideração os resultados de outros 34 Sábios que
os cientistas tinham encontrado em experimentos anteriores e que foram deixados
de fora, como precaução contra a possibilidade de que os autores tivessem
moldado os primeiros conjuntos de dados para potencializar os resultados. Para
evitar qualquer acusação de que os dados tivessem sido manipulados,
especialmente à luz das implicações extremamente controvertidas do artigo,
testou-se um novo conjunto de dados. Foi realizado um novo experimento para
evitar o que se conhece em Estatística como a Falácia de Texas Sharpshooter.
Tal falácia recebeu seu nome pensando-se em um cowboy que esteja atirando a esmo
em um celeiro. Com o tempo, a parte lateral do celeiro fica toda esburacada,
devido a todos os furos das balas. Em alguns lugares, há muitos furos; em
outros, há menos. Se o cowboy, depois, pintar um alvo no local onde ficaram
agrupados a maioria dos tiros, vai dar a impressão de que ele é um excelente
atirador, pois estará colocando uma ordem artificial sobre uma chance randômica
natural. Por outro lado, se o cowboy pintar um alvo em um celeiro e alegar que
ele conseguirá mirar 100 tiros certeiros dentro dele, e, de fato, cada um dos
seus tiros aterrissarem certeiramente dentro do alvo, então ele é, de fato, um
grande atirador. Se um estatístico tivesse que procurar milhões de páginas de
um texto hebraico, ele iria, mais cedo ou mais tarde, encontrar padrões bem
interessantes de palavras. Isto não significa que se trata de códigos que foram
propositalmente criptografados nesses textos. De modo semelhante, se um
atirador ruim atirar mil vezes num celeiro, é inevitável que muitos dos tiros
aterrissem próximos uns dos outros. Isso não faria do homem um atirador de
calibre. Antes de publicar o artigo sobre os códigos da Torá, a revista Statistical Science disse
basicamente o seguinte aos pesquisadores israelenses: “Vocês alegam ter
descoberto códigos de importância estatística no Livro de Gênese. Mas, nós não
acompanhamos sua pesquisa. Vocês são como o cowboy que nos mostra um alvo com
muitos furos de balas em seu centro. Mas o que veio primeiro: o alvo ou os
furos de bala? Para termos certeza, nós, da revista Statistical Science,
pintaremos um novo alvo e observaremos vocês enquanto dão tiros no alvo”. Em
outras palavras, se o Livro de Gênese contém informações criptografadas sobre
os Sábios, seria muito suspeito se contivesse apenas sobre os 34 que os
pesquisadores encontraram. Portanto, para provar que os resultados não foram
manipulados, os cientistas israelenses rodaram o mesmo experimento, desta vez
com novos dados. Para surpresa dos editores e juízes da Statistical Science,
os novos dados, referentes a informações sobre a vida de 32 outros Sábios
judeus, comprovou ter significado estatístico. Ficou esclarecido que os dados
originais não haviam sido manipulados, obviamente. O fenômeno tinha grande
significado estatístico e o artigo que o detalhava foi publicado a despeito de
suas extremamente controvertidas implicações.Os códigos da Torá são
corroborados. O fenômeno dos códigos da Torá logo começou a se
espalhar pelo mundo durante os “Seminários Discovery”, organizados pela
organização Aish HaTorah, bem como através de relatórios em
apresentações formais feitas por vários pesquisadores na Academia de Ciências
de Israel e em universidades israelenses. Até que o fenômeno dos códigos da
Torá acabou chamando a atenção de cientistas e matemáticos de renome. Dois deles
foram Andrew Goldfinger, físico sênior da JohnsHopkins University,
e Harold Gans, matemático e criptólogo sênior da Agência de
Segurança Nacional (do Ministério da Defesa dos EUA) – a agência que mais
emprega matemáticos, no mundo. O Dr. Gans escreveu mais de 180
trabalhos – ganhou o disputado Prêmio de Mérito por Serviços Civis por ter
liderado uma equipe de matemáticos, cripto analistas, programadores
analistas e engenheiros para solucionar um problema de alta prioridade
considerado virtualmente impenetrável. De forma sucinta, o Dr. Gans é
um dos peritos mais famosos do mundo em quebrar códigos. Ele é um gênio
matemático cujo trabalho é desvendar códigos altamente avançados e discernir um
código verdadeiro – uma encriptação proposital – das coincidências,
independentemente de quão improváveis possam ser. Apesar de ser um judeu
praticante, quando o Dr. Gans ouviu, pela primeira vez, acerca do
fenômeno dos códigos da Torá, ele o desmentiu. “Tudo me soava tão improvável
que eu nem pensei duas vezes, e logo o desacreditei”. Ele costuma contar como
se envolveu com o fenômeno dos códigos da Torá. Ele e seu amigo, o Dr. Andrew Goldfinger,
participaram de um seminário “Discovery” organizado pelo Aish HaTorah,
com o propósito de desmascarar o que acreditava serem alegações ridículas. Como
relata o Dr. Gans: “Cada vez que o rapaz que fazia a apresentação dos
“códigos” mostrava algum achado interessante, nós rodávamos um rápido cálculo
das probabilidades, em um computador. Desnecessário dizer, o coitado do homem
já estava um pouco abalado. Toda vez ele dizia: ‘Olhem: diabetes!’ ou
‘Olhem! Chanucá!’ Andy e eu nos entreolhamos – não, aquilo não nos
convencia. Aquele troço claramente não colava. Dissemos a ele: 'Anda logo,
mostra alguma coisa real'. O homem estava ficando nervoso – até que ele nos
mostrou um experimento controlado e científico sobre os códigos. Dessa vez,
Andy e eu nos entreolhamos de forma totalmente diferente. Tratava-se de
material no qual dava para nos afundarmos de unhas e dentes. Após o término do
seminário, eu pedi ao homem um rascunho do trabalho e estava preparado para dar
um fim ao assunto, de uma vez por todas. Mas, aí foi a minha vez de ficar meio
abalado. Levei algumas horas para fazer todos os cálculos matemáticos. Não
encontrei um errinho sequer. Chamei meu amigo, super inteligente,
Andy, e lhe perguntei: ‘E aí, encontrou algum erro?' Não, ele tampouco
conseguira encontrar erro algum. A seguir, voltei ao programa Discovery e
disse: 'Eu quero os dados'. Se ele me desse os dados, ao menos eu saberia que
estavam sendo honestos sobre todo esse assunto, pois com os dados eu poderia
checar tudo a meu modo. Três meses mais tarde, recebi uma ligação de que um
rapaz estava chegando de Israel com um disquete para mim. Rodei o disquete no
meu computador e obtive os mesmíssimos resultados. Senti um frio na espinha.
Não acreditei até que vi com meus próprios olhos. E foi assim que me envolvi
nesse assunto”. O trabalho científico entregue ao Dr. Gans foi o
experimento dos Grandes Sábios. Para corroborar os resultados, o Dr. Gans repetiu
o experimento original de Wiztum, Rips e Rosenberg, mas ele
avaliou seu significado estatístico utilizando uma técnica diferente. Os
resultados, segundo ele reportou, estavam num nível de significado de
1/143.000. O Dr. Gans a seguir tomou os nomes de todos os 66 Grandes
Sábios da primeira lista de 34 indivíduos e da segunda lista de 32 nomes. Ele
emparelhou todos os 66 nomes com suas cidades de nascimento ou morte. Esse
experimento teve um propósito duplo: primeiro, testou o fenômeno da primeira
lista dos Grandes Sábios, que, como mencionado acima, não foi publicada na revistaStatistical Science;
segundo, testou um novo conjunto de pares históricos. Os resultados do Dr. Gans foram
surpreendentes: a possibilidade de ser uma coincidência era de 1 em 200.000. O
significado dos códigos da Torá. O fenômeno dos códigos da Torá, sua
metodologia, significado e ramificações estão muito além do escopo deste
trabalho. O que queremos deixar claro, aqui, é que tais códigos foram
encontrados apenas nos Cinco Livros da Torá, que, segundo a tradição judaica,
foram escritos, letra por letra, por D’us. Não há evidência de que há tais
códigos em quaisquer outros livros do Tanach (a Bíblia judaica),
que foram escritos por inspiração Divina, mas não pelo Criador. De fato, mesmo
se não considerássemos a natureza profética dos códigos dos Grandes Sábios,
está muito claro que os Cinco Livros de Moshé não são de autoria de
um ser humano. A quantidade de informações codificados dentro de um texto
finito usando-se a mesma configuração de letras para incorporar múltiplos
significados está além da capacidade de qualquer ser humano ou grupo de
pessoas. Em uma entrevista, em 1996, a um jornal, o Prof. David Kazhdan,
chefe do Departamento de Matemática de Harvard, declarou: “O fenômeno dos
códigos da Torá é real; o que significam cabe a cada pessoa decidir”. O que
significa para nós, judeus, é que esses códigos corroboram aquilo que nosso
povo alegou através dos tempos: o fato de que há um Ser Onisciente que está
além do tempo e do espaço – de fato, além de tudo – que criou tudo o que existe
e que, há três milênios, Se revelou a nosso povo no Monte Sinai e que nos deu a
Sua Torá, que Ele próprio escreveu, e que é a planta de toda a criação e a
matriz de toda a existência. Muitos alegam não acreditar em D’us porque
não há prova científica de Sua existência ou de que a Torá – que é a base de
todas as religiões monoteístas – seja verdadeira. Na verdade, há evidência matemática
extremamente significativa de que D’us existe e de que Ele escreveu a
Torá. Há muitas outras fontes de evidência de que a Torá é Divina, mas os
códigos da Torá são particularmente significativos porque a Matemática, sendo
uma Ciência exata, é considerada mais confiável do que a História e a
Arqueologia. George Gallup, renomado estatístico e fundador do Instituto Gallup
de Pesquisas, estava certo ao dizer: “Eu poderia provar D’us estatisticamente”.
Não que o Criador do Universo, Uno e Única Realidade precisasse provar-nos Sua
existência. Pelo contrário, nós precisamos saber e ser lembrados, de tempos em
tempos, de que o mundo tem um Criador e um Mandante, e que Ele nos deu a Torá,
Sua Vontade e Sua Sabedoria, para que nós pudéssemos construir nossa vida e Seu
Mundo segundo Sua Vontade.http://www.morasha.com.br. Abraço. Davi.
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