terça-feira, 23 de maio de 2017

IV. A CHAMA ETERNA.

Espiritismo. Texto de Luiz Sérgio. Psicografado por Irene Pacheco Machado. Capítulo 12. DEVASSANDO O INCONSCIENTE. Muitas vezes as verdades nos chegam, mas o nosso orgulho não nos deixa tomar uma atitude que jogará fora toda uma teoria que não mais nos pertence. A sociedade a rejeitou, todavia, ela, mesmo falha, está sendo útil a muitos doentes. A água da fonte nasce pura, mas vai-se contaminando com as impurezas. Muitas teorias são deturpadas pelos próprios adeptos. Isto se deu até com o Cristianismo e vem se repetindo sempre. Cada discípulo acrescenta uma vírgula a mais e daí a deturpação. Muitos brincam com a alma do seu próximo, principalmente com a alma doente, muito doente. Ele fez uma pausa e Carlos perguntou: - Pretende reencarnar logo? Ele sorriu. - Só Deus conhece o dia exato da "morte", mas estarei preparado, já que quando encarnado convivi com ela. A doença tentou ferir minha alma, mas eu me distanciei do desespero, porque Deus me ofertou o saber do meu mundo interior e, quando os ventos da tristeza desejavam arquear meu espírito, refugiava-me nas regiões altas da minha alma. Longe da dor, eu me sentia forte para viver a realidade, a morte, que os espíritas sabiamente chamam desencarne. A separação espírito-carne, eu chamarei de desligamento. Estudando a alma humana, vamo-nos tornando cada vez mais insensíveis, não porque a dor nos endureça, não, isso não, é que constatamos que todos os seres - uns mais que os outros - vivem a sua vida, e nem todas são tão belas nem tão más. 0 ser é que dramatiza ou aceita passivamente as suas horas de vida. Para mim, as neuroses são testemunhas do desenvolvimento do espírito humano. Muito sábia a Bíblia ao afirmar que no princípio vivia o homem no "paraíso". Sempre ao estudar a alma humana, esbarrava com algo para mim inatingível. Hoje sei: vidas passadas, existências vividas. Levando o homem ao seu nada, me deparava com algo que me fazia buscar ainda mais os mistérios da mente. A imaginação do paciente dava-me relatos que nada tinham a ver com o século vivido por nós; fantasias ou uma mente elástica que captava outras reações vividas pelos antepassados, vindo de pais para filhos? Senti que as chamadas neuroses, antes, eram estágios da Humanidade, que a vida foi levando o homem à neurose, pelos antepassados. Cheguei perto, não foi? A Doutrina hoje me ensinaria que as neuroses são lembranças das vivências traumáticas. Mas como pode o analista colocá-las para fora do paciente se poucos têm conhecimento deste fato: a reencarnação? Um dia acordei eufórico! havia descoberto que na negritude da alma havia uma luz. A princípio falei comigo mesmo: é Deus. Depois, à força e coragem, prossegui descobrindo fatos novos que me faziam feliz, mas, pouco a pouco, minhas especulações iam contra as bases científicas. E um estudioso, muitas vezes, tem de calar para não jogar fora todo um trabalho que, a certa altura, não mais lhe pertence. O que descobri sobre a negritude da alma foi surpreendentemente fácil e amplo no princípio; depois, foi ficando tão intrincado e difícil, que me vi quase louco. De um lado, havia eu descoberto algo novo na mente humana; uma fita gravada, ou melhor, um filme com toda a história do indivíduo analisado. Achei prudente não levar a público o estudo, e este ficou perdido. A Psicanálise tinha de alcançar um papel de importância junto à Humanidade. Era cedo ainda e eu me senti fraco. De um lado a fama a me comprimir o espírito que, durante a noite, voava até a espiritualidade e descobria a verdade; mas, mesmo sentindo a vontade de gritar bem alto a minha descoberta, por outro lado, o futuro também me oprimia: não tinha certeza absoluta de que o homem carregasse junto a si um doloroso passado. Não sabia.eu como isso se dava, o porquê de estar sentindo a histeria do medo, a demência, a paranoia e a melancolia; mesmo já tendo um certo controle sobre a minha alma, ela sofria a prisão e não me sentia com força para libertá-la. - E o homossexualismo? - perguntei aproveitando a pausa que ele fizera. - Para mim - respondeu ele - teve por base a própria sociedade. Ela, muitas vezes, leva o ser à libertinagem e, desde que o homem é humano, ele procura o desconhecido. Hoje ainda não possuo conhecimentos a respeito; estou estudando, mas já ouvi dizer que a causa também está no períspirito. Ele se calou e nós, que ali estávamos apenas conversando, vimos que já era hora de nos retirarmos. - Irmão, muito obrigado. Nós amamos você! Olhando-me fixamente, falou: - Sérgio, viva bem a sua realidade. A satisfação não se efetua pelos caminhos mais curtos nem em função das condições impostas pelo mundo exterior. Voltei, e lhe dei um abraço de admiração por tanto saber. Para Carlos ele falou: - 0 médico precisa se conscientizar de que ele tem obrigação de se tornar útil, e só o conhecimento da sua área proporciona-lhe paz e poder. Capítulo 13. CÂNTICO DE MOISÉS Eram firmes os passos de Olavo ao se retirar e nós o fitávamos com carinho. Virei-me para Carlos, dizendo: - Amigão, nem sei como lhe agradecer. Foi ótima a nossa conversa. - Luiz Sérgio, o homem, por ser ainda imperfeito, gosta de criticar a obra do seu próximo, fazendo-o geralmente sem conhecimento, apenas por julgamento próprio. Olavo é um espírito que ainda luta para caminhar, mas merece de todos nós respeito e amor. - Carlos, você está trabalhando no receituário mediúnico, não é mesmo? - Sim, mas nem por isso deixo de vir até aqui receber ensinamentos bastante proveitosos como os que acabamos de obter, para espantar a vaidade. Continuamos conversando sobre vários assuntos, e confesso que no momento de nos separarmos senti imensa tristeza. Aquele jovem médico é um grande e querido amigo; e quem vive sem uma amizade leal? Ao ficar sozinho, recordei-me de Olavo e disse à saudade: você é uma brisa que se faz presente em meu coração, mas não machuca mais, porque hoje eu sei o que representa o sentimento. Já estava na hora da nossa aula e com outros irmãos me encontrei; uns, indiferentes, outros, curiosos, mas todos recebendo de Deus a oportunidade. Sentei em meu lugar preferido e já me impacientava: os meus colegas não chegavam. Quando acenderam as luzes, eles deram entrada, assim como outros grupos, eu é que me havia adiantado. Lourival, que perto de mim sentara, disse: - Tivemos uma aula extra com alguém. - Verdade? Pois eu também estive com o Carlos e o Olavo falando sobre a alma. Lourival, rindo, brincou: - Você está muito mal, hein? Precisando devassar o inconsciente! (...). Nós estivemos com um político, falando sobre a ascensão e a queda do espírito. Calei-me, mas no fundo a minha cuca quase deu um nó. Por que só eu precisei conversar com Olavo, por quê? Conrad, captando meus pensamentos, falou: Esqueces que trabalhas com médiuns, jovens, crianças, enfim, que tu estás em todas? Para ajudá-los tens de penetrar no inconsciente despertando-o para as verdades de Deus. O meu sorriso foi o meu muito obrigado. Quando Jesus disse: Não chameis ninguém de "louco", Ele mostrou a Sua sabedoria. É muito triste rotular as pessoas de malucas. Desvalorizar alguém é muita pobreza de conhecimentos evangélicos. Todos nós só vivemos se acreditamos em nós mesmos e quando alguém procura nos jogar para baixo, precisamos ter muita fé para não sucumbir. Quem convive com o público precisa estar ciente destas palavras de Jesus. Chamar alguém de desequilibrado é desconhecer o amor. Sabe por que estou dizendo isso? Se ao cientificar-me de que somente eu fora a um médico de cuca, fiquei nervoso, imagine aquele que é taxado, a cada instante, de maluco! Portanto, mesmo constatado um estado obsessivo em alguém, cuidado, gente! a mente humana é uma floresta cujos mistérios ainda continuam ocultos. Cuidado, muito cuidado! Ninguém é ainda o dono da verdade, só Jesus; e Ele usou muito bem as palavras, por conhecer nossas fraquezas. Na tela, o Quinto Livro, Deuteronômio 32, Cântico de Moisés, versículo 2: Goteje a minha doutrina como a chuva, destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a relva e como gotas de água sobre a relva. Vs. 4, 5 e 6: Suas obras são perfeitas porque todos os seus caminhos são juízo. Deus é fidelidade e não há nele injustiça: é justo, é reto. Procederam corruptamente contra ele já não são seus filhos, e sim suas manchas; è geração perversa e deformada. É assim que recompensamos o Senhor, povo louco e ignorante? Este Cântico ressoava em nossos ouvidos e presenciávamos a criação da Terra, a vinda do Espírito para compor este Planeta. E no Cântico de Moisés nós presenciamos a sua preocupação como ótimo médium que era. Gostaria de citar versículo por versículo, mas o tempo é curto e o dinheiro para edição dos livros muito mais. Convido o leitor a ler todo o Cântico de Moisés. Ainda no versículo 18, diz Moisés: Olvidaste a Rocha que te gerou e te esqueceste do Deus que te deu o ser. No versículo 17 continua: Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus. E assim fomos assistindo ao desespero de Moisés, quando deu ao homem a chave da vida, mas o ser, enraizado no erro, fingia não compreender as belezas divinas. Nós, que estamos acompanhando a evolução do espírito, ou melhor, a sua trajetória, ficamos meio atônitos quando percebemos que ninguém erra por ignorância e sim por vontade própria. Ali, diante do Cântico de Moisés, percebemos a paciência de Deus enviando mensagens para orientar a Humanidade, e ela, indiferente, seguindo por caminhos contrários e ainda culpando Deus. Capítulo 14. O ANÚNCIO DA VINDA DO SENHOR Os nossos orientadores ainda ficaram conversando conosco, tirando algumas de nossas dúvidas. - Irmão, explique-nos por que no Antigo Testamento tudo surge à nossa frente sob a forma de ameaça como em Samuel II, Capítulo 24, Davi escolhe o castigo: versículos 14 e 15: Então disse Davi a Gade: Estou em grande angústia; porém, caiamos nas mãos do Senhor, porque muitas são as suas misericórdias; mas na mão dos homens não caia eu. Então enviou o Senhor a peste a Israel, desde a manhã ao tempo que determinou, morreram setenta mil homens. - Irmãozinhos, até hoje, quando algo acontece, ainda dizem: é castigo de Deus; naquela época o homem era mais ignorante, portanto, supersticioso por demais, principalmente quando tinha a consciência pesada. Em muitas passagens podemos notar que Davi prefere a fúria do Senhor à dos homens. Agora perguntarão: Mas então, por que morreram tantos homens? Hoje, no ano de 1985, presenciamos o desencarne coletivo por castigo? Não. São espíritos que precisam passar por esse tipo de resgate. E assim também no reino de Davi: ele e o seu povo vieram à Terra para evoluir. E esses fatos tristes, muitas vezes nos servem de alerta. Davi logo procurou agradar ao Senhor à maneira da época: levantando altares. Só o fato dele ter-se lembrado que acima de qualquer poder existe algo que determina a vida e que foge às explicações científicas, isso foi considerado uma prece de arrependimento. Deus não é malvado. Nós é que tornamos os dias das nossas vidas negros de erros. Vejamos no versículo 18: Naquele mesmo dia veio Gade ter com Davi, e lhe disse: Sobe, levante ao Senhor um altar na eira de Araúna, o Jebuseu. Este Capítulo do livro de Samuel oferece-nos muitas pérolas evangélicas. Veja nos versículos seguintes Davi indo até um homem do povo pedir-lhe um favor. Quantas vezes o que julgamos uma violência divina é um chamado de Deus para as coisas do espírito! Se hoje o poder aprisiona, imaginemos nas eras primitivas. 0 medo era o único freio e, para chegarmos aonde chegamos, ele foi usado. Portanto, a dor quase sempre é uma lixa que embeleza o espírito, tornando-o uma peça sem aresta. E o Artista maior, que é Deus, com que carinho nos oferece a bênção da reencarnação! Irmão, se o espírito foi criado simples e inocente, para Deus deve ser muito triste, muito triste, presenciar tantos espíritos ainda cobertos por uma crosta de sujeira. . . Senti que alguns colegas continham o riso, mas os orientadores não estranharam minhas palavras. Confesso que dessa vez nem me perturbei. No painel, Zacarias, Capítulo 13: Naquele dia haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza. Fiquei por último, gostaria de conversar com um dos orientadores, que logo se aproximou de mim. - Gostou, Luiz, da aula de hoje? - Muito boa, só (...). - Já sei. E difícil compreender a razão de tantos cataclismos. - E isso mesmo, irmão. Por que naquele tempo os mensageiros se materializavam, indo até os encarnados para alertá-los? - Luiz, o Antigo Testamento é um valioso roteiro para o homem no Planeta Terra. Se prestarmos atenção, nele encontraremos a escalada do espírito, que se inicia na Gênesis, quando Deus criou o Planeta. Voltaremos ao primeiro Capítulo da Gênesis, versículo 2: A terra, porém, era sem forma e vazia, havia trevas sobre a face do abismo, e o espírito de Deus pairava sobre as águas. Versículo 3: Disse Deus: Haja luz, e houve luz. Sabemos que Deus cria a cada minuto e sendo a Terra uma das Suas obras, ela surgiu do infinitamente pequeno. Era um carvão, que pouco a pouco vai ganhando brilho. Assim iniciou a vida em nosso Planeta, com Jesus, como seu Governador, bem atento a tudo. O Antigo Testamento coloca Adão e Eva como os primeiros habitantes da Terra e sobre isso já falamos. Depois começou a luta do homem pelas coisas perecíveis. O orgulho e a ganância afloraram nos seres novamente. E assim iniciou a purificação por causa do desvio da chama eterna, que é o espírito do homem. No livro Êxodo, sentimos a fúria do homem sobre o homem - era a sede do poder. Dessa maneira, vamos encontrando Deus em cada livro do Antigo Testamento, um Deus que ameaça, um Deus que castiga. Os ministros de Deus tinham que servir-se dos médiuns, que não eram puros, para ditar suas leis. Por isso muitos absurdos foram registrados. Mas Deus nunca abandonou a Terra; estava ao lado dos Seus filhos em todos os momentos, testemunhando Seu amor. Sentindo a falta de fraternidade no povo, Deus ditou através de Seus Mensageiros, para o médium Moisés, o Decálogo, que se encontra no Capítulo 20, do Êxodo. Mas mesmo assim o homem exercia sua força sobre os fracos. Os poderosos eram cada vez mais duros. Então surgiu o Levítico, que mais parece um livro de direito penal. Vejamos no Capítulo 6, versículo 2: Quando alguém pecar, e cometer ofensa contra o Senhor, e negar ao seu próximo o que este lhe deu em depósito, ou penhor, ou roubo, ou tiver usado de extorsão para com seu próximo (...). Se formos seguindo, deparar-nos-emos com as mais surpreendentes leis. Encontramos também leis a favor dos pobres. Capítulo 25: Leis a favor dos servos. - Irmão, é mesmo impressionante a preocupação de Deus! - Vendo que poucos tinham condição de transmitir as Suas palavras, mandou para a Terra o Seu verbo vivo: Jesus. Antes, vieram as profecias. Em doei, Capítulo 1, versículo 10: O campo assolado, e a terra de luto, porque o cereal está destruído, e a vida secou, as oliveiras murcharam. Em Amos: Ameaças contra diversas nações. Depois Abdias. Depois Jônatas. Depois Miquéias, no Capítulo 2: Ai dos opressores gananciosos. Depois, Naum, no Capítulo 3: Ai da cidade sanguinária toda cheia de mentiras e de roubo, e que não solta a sua presa. Depois Habacuque e em Sofonias, Capítulo 1, versículo 14: Está perto o grande dia do Senhor. Capítulo 2, versículo 12: Ameaças contra a Etiópia e Assíria. Depois Ageu e Zacarias. Em Zacarias, Luiz Sérgio, sentimos que o Pai viria até a Terra através da verdade, da vida e do caminho, no Capítulo 13: Eliminados todos os ídolos e os profetas. No versículo 4: Naquele dia se sentirão envergonhados os profetas, cada um da sua visão, quando profetiza, nem mais vestirão manto de pêlos, para enganarem. Em Malaquias, Deus, que vinha lutando para guiar a Humanidade, cientificou-Se de que só o Seu filho Jesus poderia trazer paz à Terra, e assim encerra o Antigo Testamento. Desce então, à Terra o Governador e em nome de Deus anuncia que não vem destruir a Lei, mas fazê-la compreendida através de Seus atos de espírito puro. O livro de Malaquias é rico e temos muito o que nele estudar. Lê-se no Capítulo 3: Eis que envio o meu mensageiro que preparará o caminho diante de mim, de repente virá, ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança a quem vós desejais; eis que Ele vem, diz o Senhor dos Exércitos. Capítulo 15. NO DEPARTAMENTO DA ARTE - Irmão, o último livro do Antigo Testamento deixa bem clara a vinda de Jesus. Ali podemos notar que o mundo espiritual e o mundo material são solidários entre si. Temos de conhecer e respeitar as leis que regem os dois planos. Enquanto conversávamos, Conrad veio buscar-me, pedindo desculpas por ter-nos interrompido, para dizer-me que alguém me esperava no Departamento da Arte da Faculdade. Agradeci ao orientador que com carinho me ofertou belas horas de aprendizado e segui Conrad, ansioso para encontrar quem me esperava. Quando lá chegamos, Pierre gentilmente veio ao nosso encontro e, com poucas palavras, deu-nos a certeza de que estávamos à frente de um gentleman. Falava português misturado com francês. - Desculpe amigo, havia-me esquecido de que lhe pedira uma visita - disse eu. E que trabalhando em livros espíritas gosto de colocar os meus leitores a par de tudo o que se refere ao enobrecimento do homem, principalmente se ele é um meio de comunicação espiritual. Sei que o irmão luta para desenvolver a mediunidade psico pictográfica, (1) e que prepara os artistas para esse trabalho. Ele me sorriu. - Não, irmão, não é bem isso. Preocupo-me em tentar apagar certas imagens negativas que se faz dos artistas e venho, pouco a pouco, procurando levá-los ao plano físico para sua própria melhoria e também para ajudar o médium. Conversando, alcançamos o interior da galeria. Eram tantas as telas, que eu não sabia se as admirava ou ouvia o nosso amigo. Notando o meu interesse, foi-me apresentando os melhores trabalhos e dando explicações sobre cada quadro. Logo depois levou-me a outro local onde vários artistas desenhavam. Notei que eles não possuíam boa vibração. Perguntei o porquê e Pierre respondeu-me: (1) ou psico pictoriográfica, pintura feita por espírito através de médium. Estes são doentes, que são levados aos grupos espíritas para serem tratados através das cores. Sentia-me meio apatetado. Há poucos minutos eu aprendia o Antigo Testamento e agora ali estava, naquele local, ao lado de pessoas muito estranhas, para não dizer "piradas"(...). Pierre, sorrindo para um e para outro, apresentava-me os trabalhos e vim então a saber que também os grandes mestres da pintura, quando voltam ao mundo espiritual, se no corpo físico abusaram do seu dom, sofrem as consequências. 0 mesmo acontece com o que não exerce a medicina condignamente ou dela se aproveita. - Irmão, eles retroagem? - Não, mas o espírito que abusou por demais da bebida, das drogas e de outras coisas, fica meio atordoado. Não esqueça que existe o suicida inconsciente. E muitos deles fugiram até pelo suicídio direto. - E como um grupo mediúnico pode ajudá-los? - Tentamos desenvolver esse dom mediúnico, mas alguns mé- diuns ainda relutam, por falta de incentivo de alguns dirigentes. O certo é criar nos centros espíritas grupos específicos de desenhos mediúnicos. - O médium tem de ter um pouco de dom artístico? - Facilita para o desencarnado, mas mesmo sem o possuir, muitas vezes recebe verdadeiras obras de arte, em se tratando de médium mecânico. - Pierre, nesses grupos só vão os grandes pintores? - Irmão, essa é a nossa maior preocupação. Os médiuns psico pictográficos não podem ficar à espera só dos grandes nomes. Se forem formados os grupos só para esse fim, fica mais fácil o controle, principalmente se o dirigente for humilde. - E necessário que o dirigente possua vidência? - Se tiver, facilitará o trabalho dos médiuns. Aconselhamos o dirigente encarnado a não permitir que as telas sejam assinadas, principalmente as recebidas pelos médiuns iniciantes. A não ser com a permissão do dirigente espiritual, que deve ser um espírito evangelizado. - Evangelizado? Sim, irmão, os pintores precisam de dirigentes e médiuns evangelizados, porque a disciplina é um dom que embeleza a tela mental. Para formar um grupo de psicopictoriografia, antes de tudo o presidente da casa espírita tem de considerá-lo igual a qualquer outro grupo necessitado de estudo da Doutrina e do Evangelho, possibilitando aos artistas o aprendizado da arte do amor eterno. - Irmão, muitos não vão gostar (...) - Está vendo, Luiz? Assim como o irmão, muitos julgam o artista um desequilibrado. Vamos dar-lhes a condição de cura, formando grupos especializados, não com o intuito de só trabalhar com grandes nomes, mas, acima de tudo, pelo real valor da ajuda mútua. - Conhecemos um grupo que foi criado pelo irmão e já está se mantendo. Pode narrar como se deu o início? - Luiz, você disse bem: está se mantendo. E verdade. 0 grupo de pintura gasta muito material e tudo o que utiliza é caro. No início não, mas com o tempo, vai sendo necessário vender as obras para custear as atividades. - Os médiuns não podem comprá-lo? - Nem todos. Muitos médiuns são pobres, porém nada os impede de fazê-lo. Mas se o grupo for bem dirigido, logo ele terá a sua fonte de renda própria, com material de primeira, o que vem a enriquecer os trabalhos. O irmão viu os doentes desta ala. No início do grupo aproveitávamos a boa vontade dos médiuns e levávamos os pintores necessitados. Eles desenvolviam os médiuns e se tratavam. No princípio os desenhos eram feitos a lápis, depois, usou-se as cores; estas atuavam sobre o doente e várias curas se processavam . Alguns médiuns abandonaram o grupo, por considerá-lo cansativo, mas várias curas foram efetuadas. Os que ficaram, hoje estão felizes porque sentem que trabalham com desenvoltura, a mão mais solta. Mesmo estando o grupo nesse estágio mais adiantado, nada nos impede de levar até lá artistas muito doentes. 0 médium humilde compreenderá que está num grupo para servir, não se importando se as suas pinturas são ótimas em um dia e de pior qualidade em outro. Pierre, penso eu que deve ser o mais difícil trabalho mediúnico. Primeiro, porque quem desenha bem não vai querer receber um aprendiz. Depois, se ele já está trabalhando com grandes pintores, não vai gostar de voltar a receber iniciantes. - A humildade é algo que o homem tem de conquistar. Para mim, ela é o horizonte que meus olhos buscam retratar em meu espírito, para que ele seja uma bela obra divina. Após tudo isso, o que mais perguntar? Fiquei calado, mas o nosso amigo continuou mostrando-me outras telas. 0 lugar era muito bonito e pude notar que numerosos enfermeiros ali trabalhavam. - Luiz Sérgio, a maior dificuldade encontramos entre os artistas, principalmente se eles alcançaram a fama e até hoje são recordados como os gênios da pintura. Muitos, quando levados a um grupo, não querem obedecer o horário. Por isso, temos de tomar atitudes enérgicas, ministrando, antes do trabalho prático, aulas sobre a Doutrina e o Evangelho. - Pierre, eles gostam da hora do estudo? - Alguns gostam, outros chegam a ficar irados, achando-o desnecessário. - Por que a sua preocupação com os artistas? - A preocupação não é minha, é de Jesus. Eie deseja que todos nós sejamos pobres de espírito, mansos e pacíficos e que tenhamos puros os corações. Se um mandatário, ao voltar para o plano espiritual, desejar continuar o seu trabalho, apenas ordenando, não conseguirá evoluir; pode, sim, comandar falanges obsessoras que, muitas vezes, pensando ajudar, levam alguns países à desordem. Todos os espíritos ainda carentes de evolução, ao retornarem, têm de obedecer a uma hierarquia. E o artista também não foge desse critério. Quem acompanhou o desencarne de André Luiz deve recordar que ele não pôde exercer a medicina logo que voltou para a espiritualidade. Muitos dos nossos irmãos aceitam trabalhos humildes, porém inúmeros os recusam, porque a vaidade os domina por demais. - Pierre, um grupo de pintura deve ainda requerer médiuns evangelizados, porque se algum vaidoso receber um artista célebre e este ainda estiver precisando de humildade, como ficam as coisas? Muito tristes. Quando o médium não tem a Doutrina no coração, causa ao artista bastante transtorno. 0 espírito pode transmitir ao médium vontade de tomar bebidas alcoólicas, fumar ou comer durante o trabalho. Mas se este tiver conhecimentos doutrinários, saberá isolar essas influências negativas. - Isso acontece em grupo bem orientado? - Não, por essa razão é mais prudente a casa espírita criar grupos só de pinturas mediúnicas. Além de ajudar espíritos muito vaidosos ou excêntricos, através das cores há possibilidade de acalmá-los. Enquanto visitávamos o Departamento da Arte, muitos artistas se acercavam de Pierre para pedir que os levasse aos grupos mediúnicos para pintar. A todos o nosso amigo dava muita atenção e prometia atendê-los. Entramos em uma enfermaria, onde vários irmãos estavam comodamente instalados em espreguiçadeiras. Parecia que tinham desencarnado por derrame, pois falavam com dificuldade. Ao lado deles, terapeutas davam assistência; alguns irmãos esforçavam-se para falar. Ali, naquele local, tudo era muito colorido; mesmo em se tratando de um hospital, as paredes, belas telas as adornavam. Pierre conversou com o encarregado daquele setor e, quando saímos, ele me disse: - Luiz Sérgio, esses irmãos, quando encaminhados a grupos mediúnicos, são beneficiados; vários deles voltam a fazer traços e ficam muito felizes. Eles são levados por irmãos que se especializaram no caso de cada um deles. - Que beleza, Pierre! Embora famosos, iniciam fazendo rabiscos? - Sim, mas riem e gostam muito dos esboços. - Gostaria de ver a cara dos médiuns, principalmente dos vaidosos, que só desejam receber os gênios da pintura. - O perfil de alguns desses médiuns não é nada agradável para ser retratado. São fisionomias bem distantes da harmonia divina, esquecendo-se de que o trabalho feito por amor é uma luz que se multiplica. Um dos doentes chamou Pierre e este, com carinho, o atendeu. Notamos que os dois eram grandes amigos; e, quando Pierre voltou, perguntei-lhe: - O que o fez ficar tão doente? - Suicidou-se, respondeu. É mesmo? - falei, olhando aquele amigo, que me acenou sorrindo, mostrando um belo quadro na parede. Compreendi que ele o havia pintado quando ainda no corpo físico. Ao ganharmos o jardim, vários irmãos pintavam telas maravilhosas e pude notar que ali estavam muitos artistas conhecidos, mas nem me atrevi a chegar perto. Pierre foi pouco a pouco me levando de volta; muitas explicações ele me ofereceu desse mundo maravilhoso das cores. E pensei: que papel importante tem um médium com Jesus! Ele é um enfermeiro para quem o sofredor pede ajuda. E mediunidade disciplinada não está preocupada com o nome dos espíritos e sim com o valor do trabalho. Se você pertence a um grupo pode notar se ele está ou não crescendo de produção. E muito importante a gente servir, mas o mais importante mesmo é servir bem. Despedi-me do amigo e ele ainda me disse: - Luiz Sérgio, Deus é um grande artista; Ele, na Sua sapiência, coloriu o Universo, e o homem é uma obra de arte saída das Suas mãos. Se há muitos quadros feios, a culpa não é do artista: é que a poeira da imperfeição os revestiu - inveja, orgulho, ódio, tintas colocadas pelo tempo. Mas um dia, cansados da feiura, voltarão a ser limpos e surgirá a obra de Deus, que está esculpida em nossos espíritos. O dom artístico é um meio de demonstrar a grandeza divina, portanto, todos os artistas têm de lutar para serem fiéis ao talento recebido. Esse Departamento está repleto de irmãos que jogaram, sem critério, as tintas nas telas materiais, mas ainda mais na sua própria alma, esquecidos de embelezá-la através do amor. Obrigado, irmão, e um abraço aos seus leitores. Fiquei a olhá-lo, enquanto se afastava. Ele, para mim, é uma bela tela divina, humilde companheiro. Dei-me em retirada, e recordei o Antigo Testamento, quando Davi diz a Salomão, Capítulo 22, versículo 14: Eis que com penoso trabalho preparei para a casa do Senhor cem mil talentos de ouro e um milhão de talentos de prata e bronze e ferro em tal abundância que nem foram pesados, também madeiras e pedras preparei, cuja quantidade podes aumentar. Depois recitei Provérbios de Salomão, Capítulo 1, versículo 22: Até quando, ó néscios, amareis a necedade? E vós escarnecidos, desejareis o escárnio? E vós loucos, aborrecereis o conhecimento? No versículo 32: Os néscios são mortos por seu desvio. Aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à perdição. Capítulo 16. INTERCÂMBIO MUSICAL -Filosofando, Sérgio? era Conrad. Daqui para onde vais? - Tenho algumas horas livres. Acho que vou descansar no meu quarto. - Pensava em te convidar para darmos uma chegada até um local aonde preciso ir. E muito importante para mim em função de aprendizado, por isso lembrei-me de ti. - Obrigado, Conrad. Vamos logo, seja lá aonde for. Ninguém mais do que eu precisa de aprendizado. E assim fomos caminhando. Havia uma quantidade imensa de árvores lindíssimas; nos seus galhos, multicores pássaros, que convivem conosco sem temor. Aqui existe liberdade. Se lhes estendíamos as mãos, carinhosamente nelas empoleiravam-se. Eles gozam da beleza do ambiente e sabem que nós jamais os maltrataremos. E as flores? Aqui são cuidadas pelo jardineiro de Deus: Jesus, e alimentadas pelos espíritos mensageiros. Conrad, vendo-me contemplando a natureza, disse: - Sérgio, tu gostas muito de narrar aos teus leitores este mundo que encontraste, não é mesmo? - Admirando as árvores, as flores e os pássaros, estou a perceber que aqui nada morre, portanto, o pássaro não teme o homem, porque este não pode atingi-lo; assim também as árvores e as flores. Não há morte porque se vive realmente. As vezes fico horas e horas contemplando tudo ao meu redor e quando escrevo falando em pedra, espinhos e sangue, muitos me julgam um louco. Conrad, de que maneira você descreveria a textura das pedras? Respondeu de imediato: - Aveludadas. - Aveludadas? - Sim, elas não são iguais às da Terra. Aqui, no plano em que nos encontramos, a característica das pedras não é diferente das terrenas, porém menos duras, parecem ocas. Sorri, dizendo: - Aqui as pedradas não fazem sangrar, porque quem atira pedras no próximo ainda não conseguiu chegar até aqui. Enquanto caminhávamos, éramos saudados pelo cântico dos pássaros, o perfume das flores e o balancear das árvores; somos todos irmãos, lutando pela evolução. Logo avistamos o local que iríamos conhecer e os nossos ouvidos, pouco a pouco, foram recebendo a dádiva de Deus: a música. Dei uma de bom brasileiro, caminhando a balancear o corpo. Conrad sorriu. - Sambista, hein? (...) - Nas horas vagas (... ) nas horas vagas. Amigo, sempre gostei de música; arranhava o violão, mas longe de entender bem do assunto. Tocava para mim mesmo, pois sempre respeitei o meu próximo. Conhecedor da minha incompetência, procurava não torturar os ouvidos alheios. No Departamento da Música, alcançamos a biblioteca, repleta de obras referentes aos gênios da música - encarnados e desencarnados, e lentamente fomos descobrindo o encantado mundo musical. Em cada sala, vimos grupos de aprendizes tendo como mestres nomes conhecidos em toda a Terra. Parei, deveras deslumbrado com os inúmeros tipos de instrumentos musicais, alguns nunca vistos por mim. Acerquei-me de um irmão, que nos deu explicações. - Na Terra serão fabricados alguns desses instrumentos? - Nem todos. Só quando ela sofrer sua transformação. O homem encarnado ainda está longe de captar a grandeza da música celeste. Os instrumentos eram belos demais e logo recordei de um amigo querendo tocar órgão; aqui ele ficaria maravilhado diante de tantos recursos. Permanecemos algumas horas naquele Departamento a descobrir mais uma realidade: quando o espírito ama o seu dom, ao voltar à vida espiritual, esquece que a terra o louva, e aqui se propõe a trabalhar. Não existe tarefa mais bela ao que a de ajudar ao próximo. Visitávamos um Departamento musical, com seu anfiteatro repleto de apreciadores dessa arte. - Conrad, imagine nos planos superiores a qualidade musical! - E mesmo, Sérgio! Penso que para nos deliciarmos com melodias divinas precisamos estar aptos. A nossa roupagem atual veda um pouco o poder de apreciação, por isso cada um recebe de acordo com a sua capacidade. Notamos que os artistas tocavam instrumentos sólidos, e música verdadeira, bem melhor que a da terra, é verdade, mas tudo bem material, longe do etéreo. "Mas eu chego lá, isso eu chego!" - pensei alto. Chegaremos, amigo, chegaremos - falou-me Conrad. Vendo-me pensativo, o irmão propôs: - Sei que, como eu, tu desejas conhecer este Departamento. Vamos procurar Ernest. E assim, encontramos o irmão que gentilmente nos recebeu; ele acabava de dar uma aula e seus alunos iam-se retirando. Identifiquei dois músicos, bastante respeitados na Terra, ali como aprendizes. Pensei em perguntar algo sobre eles, mas, deixei prá lá! - Sejam benvindos! Fui informado de que os jovens irmãos estão estudando o crescimento da "chama divina", e achei interessante o relato que farão, desde a criação, à queda e ao reerguimento através das vidas sucessivas. Ao tomarmos consciência de que nascemos do Todo Poderoso, mas, mesmo assim o nada se agregou em nós, chega-nos a vontade de fazer brilhar a chama eterna e esta vontade é a condição de vitória. Cada ser deve procurar a fonte da vida: o conhecimento, e ele se chama Deus. A música é um dos componentes necessários do Universo. Ela cura, ameniza e dá paz. - Irmão, aqui o estudo é especializado em música sacra? - Não, Sérgio, esse setor destina-se ao estudo do melhor meio de levar inspiração musical até aqueles que, na Terra, têm vocação para compor. Mas temos alas específicas aos que se dedicam ao canto, à música sacra, aos concertos, enfim, à enorme variedade de dons musicais existentes. - Irmão, algo me despertou o interesse: como se faz o intercâmbio musical? - Um grupo fica encarregado de transmitir aos compositores musicais; outro grupo se ocupa de transmitir até os encarnados. Alguns captam melhor, principalmente se se esforçam através do estudo. Aqui ninguém para, sempre estamos mandando até a terra filamentos de música divina. - Desculpe, irmão, mas a Terra está repleta de músicas ruins. . - Grande parte não procede daqui e muitas são alteradas na sua transmissão. Depois, não se esqueça de que as regiões de trevas também possuem suas músicas. - Eu, hein? Ele nos sorriu, despedindo-se. Agradecidos, dali saímos. Os meus ouvidos estavam recebendo as mais belas melodias e me senti muito feliz. A tudo observava com grande interesse. Conrad já conhecia aquele lugar, pois logo acercou-se dele Paloma, uma bela mulher, que ali trabalhava, à qual fui apresentado. Indaguei-lhe, de pronto, sobre o salão que adentrávamos, ao que me respondeu: - Aqui estão os aprendizes do canto. - E mesmo? E aqui que se aprende a cantar? Irmã posso me inscrever para algumas aulas? Preciso muito pois os meus amigos reclamam da minha falta de "tom". Ela sorriu, respondendo: - Desculpe, mas para o irmão chegar até aqui, faz-se necessário estagiar em várias outras classes. Há uma seleção feita por espíritos capacitados. Quando o irmão chegar ao pátio, procure observar como é belo o nosso colégio musical; ele possui desde pequenas escolas de música, até salas de concerto. - O que fazer então? Conformar-me com a minha incapacidade musical? Paloma respondeu: - Pelo que sei, o irmão possui muita sensibilidade, o que o leva a compor belas melodias; posso afirmar-lhe que um dia você chegará aqui. Já está começando e desejo-lhe completo êxito. Nesse momento, alguém cantava uma opereta. A voz penetrou em meu espírito, e me senti flutuar; olhei para meus amigos: eles resplandeciam amor pois aquela voz transformava o ambiente. A vibração era tão intensa que me imaginei ao lado de Deus, deliciando-me com o paraíso. Em cada companheiro divisei um arcanjo com suas roupas de um colorido diferente, nas mais belas tonalidades. Não posso precisar quanto tempo ali ficamos, e ao nos retirarmos estava até com vergonha de falar. Não queria perturbar os meus amigos, pois também não queria ser perturbado. Era tão belo o momento, que silenciosamente fiz uma prece de agradecimento a Deus, o criador da Chama Eterna. Livro Chama Eterna. Abraço. Davi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário