segunda-feira, 29 de maio de 2017

CRISTIANISMO.- CONFLITOS E DISPUTAS PELA SOBERANIA.

Cristianismo. A trajetória da religião com mais seguidores em todo mundo é recheada de conflitos e disputas por soberania e poder. A morte, crucificação e ressurreição de Cristo construíram o momento fundamental em que os seguidores de Jesus se comprometeram a espalhar a mensagem de seu mestre. Assim surgia o Cristianismo que se fortaleceu depois que o povo começou a propagar o que o Messias havia realizado. Surgia também o termo cristão e muitos judeus passaram a crer que Jesus de Nazaré era realmente o enviado que tanto esperavam. Contudo, embora os apóstolos pregassem amor, perdão, fé e igualdade em Jerusalém e na Galileia, como registram as Escrituras, foram perseguidos e precisaram se dispersar – muitos pelo fato de afirmarem que Jesus era o único Salvador. Obviamente aqueles que ainda esperavam por um Messias passaram a condenar os cristãos. Não bastasse a rixa “judeus versos cristãos”, Roma também não aceitava que outrem fosse adorado que não o imperador Tito Flavio Vespasiano Augusto (39-81), o homem do império de Roma entre os anos 79 a 81, tomou Jerusalém, pediu que diversas áreas fossem incendiadas e forçou os cristãos a fugir, rumando para Europa e Ásia Menor. Seria só o início da saga dos discípulos de Cristo, que têm uma figura recorrente, Paulo (ou Saulo) de Tarso, tido como o fundador da Igreja Cristã. Ainda, quando judeu, perseguiu aqueles que pregavam as palavras do filho da Santíssima Virgem Maria. Segundo relato bíblico, Jesus apareceu para Paulo durante uma viagem a Damasco – Síria, aonde rumava com objetivo de perseguir cristãos, e o questionou “Saulo, Saulo, por que me persegues?. Após um curto diálogo, Paulo, cego, foi conduzido até Damasco. Chegando à cidade, permaneceu sem visão por três dias, sem se alimentar ou beber qualquer coisa. Em seguida, o discípulo Ananias foi convocado por Jesus para fazer com que Paulo voltasse a ver. Apesar do receio, uma vez que todos os cristãos sabiam que Paulo ali estava para perseguir os fiéis de Cristo. Ananias obedeceu a seu mestre. Paulo voltou a enxergar, foi batizado e passou a pregar as mensagens cristãs, edificando muitas igrejas por onde passou. Conteúdo encontrado em Atos 9,1-31. O apóstolo Paulo realizou três grandes viagens missionárias com alguns apóstolos a fim de disseminar o evangelho. Em sua terceira viagem missionária (Atos 18,23 – 21,16), passou por Galácia, Éfeso e Corinto, seguindo para Roma, que testemunharia uma grande mudança nos planos social e religioso. Por quase 300 anos, os adeptos do Cristianismo foram perseguidos por seguirem a doutrina de Jesus, mas principalmente, por se recusarem a cultuar a imagem “divina” do imperador romano, o que os levou a serem considerados bárbaros por Roma, o que os levou a serem considerados bárbaros por Roma. Apesar dos intensos assédios e das punições severas, a religião se propagou, especialmente na região do Mar Mediterrâneo e, no ano 313 o imperador Constantino I (274-337) e o imperador Licínio (263-325), do império romano do Oriente, emitiram o Édito de Milão, que não somente deu liberdade religiosa à população, mas também devolveu bens que pertenciam a cristãos e que haviam sido confiscados pelo Estado. O imperador Teodósio (347-395) foi o primeiro governante de origem cristã a comandar o Império Romano (entre os anos de 379 a 392). Junto aos imperadores Graciano e Valentiniano II, publicou um édito na cidade de Tessalônica no ano de 380, promulgando que todos os súditos deveriam seguir somente a fé do patriarca de Alexandria e dos bispos de Roma. Dessa maneira, o Cristianismo se transformou na religião oficial do Império Romano do Ocidente e do Oriente. Entretanto, ao colocar a religião cristã como a única a ser seguida em todo o território, o Édito de Tessalônica proibiu a liberdade de culto de outras doutrinas. Assim, os locais onde os hereges se encontravam não podiam mais ser chamados de templos, e Teodósio ordenou ao prefeito de Constantinopla que todas as capelas arianas da cidade fossem fechadas. QUEDA DE BRAÇO – Com duas sedes, uma no Ocidente, em Roma, e outra no Oriente, na cidade de Constantinopla, a Igreja encontrou uma distância ideológica entre suas “metades”. Ainda durante o Império Romano, ficou determinado que a parte Ocidental fosse o centro imperial, o que, apesar da aparente aceitação, gerou divergências com o lado Oriental. As duas sedes da Igreja Católica desenvolveram características próprias, chegando, até mesmo, a diferentes concepções do que seria a fé. Enquanto a Igreja Ocidental recebia influências do povo germânico, a Igreja Oriental teve mais contato com os gregos e também com o império Bizantino, além da dinastia russa. A vertente oriental adotava ainda um sistema de cesaropapismo (sistema de relações entre a igreja e o estado em que o Chefe do Estado cabia a competência de regular a doutrina, a disciplina e a organização da sociedade cristã. Entre 533 a 565, iniciou-se a compilação do direito romano. O Imperador Justiniano (482-565) consolidou seu poder monárquico por meio do cesaropapismo), que submetia a Igreja Católica de Constantinopla a um chefe secular. Inevitavelmente o imperador mostrava-se um líder soberano, apresentando poder e influência para tomar  decisões também no âmbito religioso. Uma série de conflitos em tono da autoridade, da jurisdição, do estabelecimento de rituais e da hierarquia culminou na excomunhão do papa por parte do patriarca de Constantinopla, este também condenado à exclusão pela autoridade máxima da Igreja Ocidental. As hostilidades entre as duas sedes da Igreja Católica tiveram seu auge em 1054, quando houve indícios de um conflito interno de poder entre os cristãos orientais. Para entender a crise e procurar por uma solução. Roma enviou o cardeal Humberto de Silva Cândida (1015-1061) à Constantinopla. O enviado romano, em contrapartida, decidiu excomungar o patriarca Miguel Cerulário (1000-1059), causando a revolta, a excomunhão do papa Leão IX e fomentando ainda a crise interna pelo poder. Assim, estava configurado o Cisma do Oriente, episódio histórico que determinou o rompimento da Igreja Católica. O evento deu origem à Igreja Ortodoxa (no Oriente) e à Igreja Católica Apostólica Romana (no Ocidente). Embora as divergências entre os dois lados estivessem ficando cada vez mais claras ao longo da história, foi somente depois do Cisma que se deu a separação efetiva entre elas. Após a divisão e com todas as suas crenças bem definidas, a Igreja Católica Apostólica Romana iniciou um processo de perseguição àqueles que não compartilhavam de suas ideologias. FÉ SUJA DE SANGUE – Períodos intensos de batalhas, em que tropas Ocidentais eram enviadas à Terra Santa (Jerusalém) para submetê-la ao domínio cristão – uma vez que eram os muçulmanos os que ocupavam àquele território (Palestina) no período – as Cruzadas foram a contraofensiva do catolicismo à expansão islâmica. Uma vez que o pano de fundo era a palavra de Cristo, hoje já é consenso que a Igreja Católica sentiu-se ameaçada pela perda de “suas” terras sagradas para os “infiéis”, como eram pejorativamente chamados os muçulmanos. Como o cenário era de muitos homens para poucas terras, as Cruzadas serviram de alternativa no que diz respeito a expansão territorial e a diminuição populacional. RELIGIÃO DA NOBREZA – A expansão do Cristianismo continuou a passos largos. Na dinastia Merovíngia, o rei Clovis se converteu e, em 732, com o rei Carlos Martel, o avanço dos muçulmanos foi detido na Batalha de Poitiers. Pepino. Herdeiro de Martel, iniciou a dinastia Carolíngia ao ser coroado rei da França, no ano de 751, e o período foi marcado pela aproximação entre a Igreja e o Estado, principalmente porque o papa da época precisou contar com o apoio militar dos francos para derrotar os povos lombardos que ameaçavam invadir Roma. Além de conseguir vencer a ameaça, Pepino doou territórios conquistados para a própria Igreja. Quando Pepino faleceu, subiu ao trono seu filho Carlos Magno em 768. Foi ele quem instrumentalizou a Igreja, no que diz respeito à organização administrativa. No ano 800, Carlos Magno foi coroado imperador pelo Papa Leão III (750-816) e esse título unificou o poder da Igreja e do próprio imperador. A ascensão da dinastia Carolíngia se deu por uma aliança e isso foi determinante  para o domínio da Igreja e a expansão do Cristianismo, embora mais tarde algumas cisões fossem inevitáveis. Em 1095, o Papa Urbano II (1042-1099) convocou os cristãos europeus para combater os muçulmanos que estavam na Terra Santa, para permitir a peregrinação dos religiosos – que havia sido proibida pelos seguidores do Islã – e também para defender as fronteiras do Império Bizantino (apesar de o Império não fazer parte da Igreja Romana, a instituição entendia que, se os muçulmanos o tomassem, todo o leste europeu estaria vulnerável ao Islamismo). Após o Concílio de Clermont – França (18 a 28 de novembro de 1095), aconteceram as Primeiras Cruzadas, no ano seguinte da convocação, seguidas por mais sete investidas, sem contabilizar a Cruzada Albigense, que aniquilou os cátaros do Sul da França, e a Cruzada das Crianças, que teve como resultado cerca de 50 mil crianças mortas ou escravizadas. As Cruzadas não cumpriram seu objetivo inicial e principal, que era a tomada da Terra Santa. Entretanto, um processo histórico de quase dois séculos deixou rastros nas civilizações envolvidas. A Igreja Ortodoxa sofreu inúmeros ataques árabes e turcos, como a implosão de Constantinopla pelos Turcos Otomanos. A Igreja Católica Ocidental, por sua vez não teve número excessivo de baixas capaz de estremece-la. Além de aprofundar as tensões entre cristãos e muçulmanos, a Igreja Católica Apostólica Romana tornou-se irreconciliável com a Igreja Ortodoxa Grega, além da Russa, a partir das expedições. BATENDO DE FRENTE – É fácil relacionar  fé e jogo de poder. Não fosse pelo poder de Henrique VIII (1491-1547), por exemplo, a Igreja Anglicana não teria surgido. Tudo porque a Igreja Católica jamais permitiria que o rei se divorciasse de Catarina de Aragão (1485-1536) para casar-se novamente com Ana Bolena (1501-1536). De fato, a Igreja sempre esteve envolvida em enredos bem tramados, reflexo de tensões religiosas que resultavam em divisões da corrente. Basta Lembrar um dos primeiros “rachões” promovidos por Martinho Lutero (1483-1546) e sua reforma protestante. A Instituição católica, como ainda é hoje, embora de maneira menos expressiva, exercia forte influência sobre a economia na Idade Média. O Luteranismo nascia neste contexto, e é considerado uma das primeiras religiões criadas após as Reformas Protestantes. LENHA NA FOGUEIRA – Por meio do temido tribunal do Santo Ofício, a Igreja perseguiu e condenou aqueles que eram contra seus dogmas e que ameaçavam a supremacia do cristianismo católico durante a Idade Média. Em um primeiro momento, o tribunal era um órgão direcionado a assuntos internos da Igreja, mas no século XII, começou a tomar outras proporções. Os cátaros, povos também conhecidos como albigenses, viviam no Sul da França e, apesar de cristãos, possuíam uma religiosidade própria. Acreditavam que existia um Deus do Bem e um Deus do Mal, sendo este quem havia criado o mundo material, eram favoráveis ao suicídio, matavam mulheres grávidas, entre outras práticas consideradas heréticas pela Igreja. Com a autorização do Papa Inocêncio III (1161-1216), ao albigenses foram massacrados. O acontecimento seria o estopim para a criação do Tribunal da “Santa” Inquisição, em 1233 pelo Papa Gregório IX (1145-1241). Em 1252, o Papa Inocêncio IV (1195-1254) divulgou o Ad Exstirpanda, documento que permitia o uso de tortura para que fosse feita a conversão. A determinação papal foi seguida e diversos instrumentos foram criados para castigar os que eram contrários aos dogmas católicos. Partindo da lógica de que Deus é o único que poderia ser considerado rei, outro padre conhecido como Thomas Muntzer (1489-1525) passou a incitar a revolta, desta vez contra a realeza. A luta de classe entre plebeus e nobres foi armada e violenta em um período que entraria para a história como a Guerra dos Camponeses, entre 1524 – 1525. Várias terras foram invadidas, além das igrejas saqueadas, em conflitos que se estenderam até 1555, quando Carlos V (1500-1558) assinou A Paz de Augsburgo, permitindo que príncipes alemães tivessem autonomia para escolher a orientação religiosa a ser seguida em seus domínios. A boa intenção de Carlos V não foi capaz de parar os conflitos religiosos decorrentes da Reforma Protestante. As alianças entre religião e Estado já não eram engolidas com facilidade, até porque, na passagem do mundo medieval para o moderno, o poder das monarquias só aumentava. Era o caso da dinastia Habsburgo (1526 – 1867), até então aliada ao Sacro Império Romano Germânico. Como se espera depois de cada ataque, a Igreja Católica respondeu aos levantes protestantes, destruindo muitas igrejas da nova doutrina durante o reinado de Rodolfo II (1552-1612), no início de 4600. Em 1608, erguia-se a União Evangélica, em defesa de seus ideais, uma instituição que encontraria como resposta a Liga Católica – defendendo, por sua vez, seus conceitos doutrinários. Representantes da dinastia de Habsburgo, Fernando II (1578-1637), católico entusiasmado, imperava sobre uma população majoritariamente protestante na região checa da boêmia. Ali, a União Evangélica marcaria o início dos conflitos que originaram a Guerra dos 30 anos (1616 – 1648), quando em 1618 invadiram, numa ação ousada, o palácio do rei e atiraram seus protegidos pela janela. Desde então, as batalhas entre católicos e evangélicos (protestantes) percorreram diversas regiões. Na Boêmia, especificamente, a vitória foi da União Evangélica. Contudo, a esta altura os evangélicos já estavam divididos entre calvinistas e luteranos, o que os deixava vulneráveis ao ataque católico. Ao todo, forma quatro períodos de luta envolvendo as regiões da Boêmia. Noruega, França, Dinamarca, Suécia e Espanha. Nos anos finais da Guerra, entre 1635 e 1644, o poder dos Habsburgo foi sendo minimizado por toda a Europa, levando Fernando II a cogitar os acordos de paz, que vieram em 1648. Com o fim das lutas, as monarquias se tornavam mais autônomas e distantes da influência da Igreja, e os países passavam a contar com direitos internacionais assegurados no papel. REVOLTA EM EXPANSÃO – A faísca que ateou fogo no circo religioso teve origem no Sacro Império Romano Germânico, mas se espalhou na história graças a João Calvino (1509-1564), considerado mais radical do que Martinho Lutero ao ignorar o papa (como Lutero), dar de ombros para a missa (também a exemplo de Lutero) e pregar que Deus tinha seus protegidos (escolhidos) que mereceriam a salvação. Para estar entre eles, seria necessário levar uma vida próspera e de muito trabalho. Provavelmente, ali nascia a crença de que Deus ajuda quem cedo madruga, uma filosofia que seduziu rapidamente a burguesia, agora se reconhecendo entre os eleitos do Senhor. Consequentemente, o caos foi instalado com a expansão do calvinismo. Desafiando Igreja e nobreza e ousando dizer que até mesmo os reis poderiam ficar de fora do reino dos céus. Calvino foi obrigado a fugir para Genebra – Suíça, que acabou virando referência para formação de missionários. Não que a nova doutrina tivesse passa ilesa pelos conflitos. Na França, por exemplo, os huguenotes, como eram chamados os seguidores, passaram por poucas e boas. O Massacre da Noite de São Bartolomeu, ocorrido em 24 de agosto de 1572 foi o mais sangrento e, embora não haja um número de mortos atestado de maneira unânime pelos historiadores, os dados oscilam entre 2 mil a 70 mil. Catarina de Médicis (1519-1589), mãe do rei da França, Carlos IX (1550-1574), mandou executar os protestantes temendo que o calvinismo dominasse a cultura europeia, e um possível golpe de Estado dos huguenotes. Para o Papa Gregório XIII (1502-1585), as mortes, foram motivos de comemoração, tanto que encomendou um hino para ser cantado nas missas, além de uma medalha com um anjo empunhando uma espada perto dos huguenotes mortos. APRENDIZ DE APRENDIZ – Conta-se que, em seu último discurso, Calvino pediu aos pastores que não desistissem de sua Igreja e garantiu que Deus se encarregaria de perpetuá-la. Dito e feito: o protestantismo não para de crescer, inclusive no Brasil, onde a população evangélica aumentou mais de 60% em dez anos. Seguindo os passos do amigo Calvino, John Knox (1513-1572) iniciou a reforma na Escócia. Isso depois de passar alguns anos em Genebra – Suíça e pastoreando em igrejas para os refugiados, que falavam a língua inglesa. Aparentemente, a luta de Knox influenciou o parlamento com maior facilidade, tanto que em 1560 a Escócia abria mão do catolicismo e se tornava presbiteriana. Naquele mesmo ano, constituía-se a primeira Assembleia Geral da Igreja Presbiteriana, época em que uma dúzia de pastores integrava a instituição. A rainha Maria Stuart (1542-1587) bem que tentou trazer o catolicismo de volta ao reino escocês, mas não teve jeito, foi forçada a abdicar e acabou sendo executada na Inglaterra anos depois. CADA UM NA SUA – Em 1789, iniciava-se a Revolução Francesa, movimento que determinou a passagem da Idade Moderna para a Idade Contemporânea, sendo fundamental para que o indivíduo alcançasse sua plena liberdade de culto, livre de coações, obrigatoriedade e submissão. Economicamente, a agricultura estava em declínio e mais da metade da população trabalhava no campo. Motivos naturais interferiram na atividade, o que fez com que os preços dos alimentos subissem, trazendo fome para o povo. A indústria também não ia bem, já que o setor têxtil sofria com a concorrência da Inglaterra – era comum encontrar produtos ingleses mais baratos do que os franceses. Para agravar a situação, havia uma crise fiscal, a arrecadação do Estado era menor do que seus gastos. Para superar a crise, o rei Luís XVI (1754-1793) propôs, em 1787, que a nobreza também pagasse impostos – notícia recebida com revolta. Um ano depois, por pressão das classes privilegiadas, o rei convocou a Assembleia dos Estados Gerais, que era formada por representantes dos três estados franceses e não acontecia havia 175 anos. Nessa reunião, a nobreza e o clero queriam fazer valer o sistema que contava com um voto de cada camada social. Como os dois sempre estavam unidos, o povo acabaria derrotado. O terceiro estado francês, que compreendia toda a classe trabalhadora, se revoltou e pediu o voto individual, já que possuía mais deputados do que os outros dois juntos. Para que a mudança na votação acontecesse, existia a necessidade de uma alteração constitucional, o que clero e nobreza não aceitaram. Esse conflito fez com que o povo saísse dos Estados Gerais  e se reunisse para formar a Assembleia Nacional Constituinte. O terceiro estado (proletariado – trabalhadores) tomou conta das ruas e, no dia 14 de julho de 1789, os franceses tomaram a Bastilha, símbolo do absolutismo monárquico. Sem saber como controlar o movimento, o rei tomou diversas atitudes para agradar os revoltosos, como o fim dos privilégios para as classes altas. No mesmo ano, a Assembleia Nacional Constituinte anunciou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que englobava princípios como liberdade e igualdade perante a lei, direito à resistência contra opressão política e liberdade de expressão. A Assembleia colocou a Igreja sob autoridade do Estado e confiscou diversas terras que a instituição possuía. Em 1790, foi instituída a Constituição Civil do Clero, que o submetia ao poder civil, declarava eleições para os bispados e promulgava aos clérigos um juramento de obediência à Constituição em questão. A Igreja, até então soberana, perdia, com pesar o controle da vida civil que exercia. Livro Mistérios da Bíblia – O Lado Oculto do Livro Sagrado. Abraço. Davi.

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