sexta-feira, 17 de março de 2017

VII.RAJA YOGA - SAMADHI PADA.



Raja Yoga. Texto de I. K. Taimni (1898-1978). SAMADHI PADA. Vitarka vicaranandasmitanugamat samprajnatah. I-17. SAMPRAJNATA SAMADHI É AQUELE QUE É ACOMPANHADO POR RACIOCÍNIO, REFLEXÃO, BEM-AVENTURANÇA E SENTIDO DE PURO SER. I-17 e I-18 tratam das duas variedades de samadhi, chamadas samprajnata e asamprajnata. Antes de começarmos a comentar estes dois sutras importantes, é aconselhável que examinemos, de maneira geral, a natureza de samadhi e o inter relacionamento dos diferentes tipos e estágios de samadhi, mencionados nos Yoga Sutras. Isso tornará mais fácil para o estudante o manejo desse tema que é muito difícil, embora fascinante, habilitando-o a observar seus diferentes aspectos no que tange a seu verdadeiro relacionamento. Com bastante frequência, o tema samadhi é analisado de maneira casual e desconexa, sem qualquer esboço no sentido de visualizar suas diferentes partes numa perspectiva correta. Como os sutras concernentes aos diferentes aspectos de samadhi estão espalhados por diferentes partes dos Yoga Sutras, ajudará o estudante se uma breve análise desses sutras for feita aqui, indicando-se a ordem em que devem ser estudados. A maneira como o assunto samadhi é tratado nos Yoga Sutras pode parecer ao estudante um tanto estranha. Entretanto, é bom se lembrar de que esses sutras pretendem prover, de uma forma muito condensada, todo o conhecimento essencial ao estudante avançado do Yoga e não servir como uma apresentação para o principiante que ainda deve aprender o A-B-C do assunto. Eis a razão por que Patanjali permite-se mergulhar numa discussão sobre os aspectos mais ocultos de samadhi, na seção I, e tratar dos diversos estágios de concentração que levam a samadhi, na seção III. Esta maneira de tratar um tema complexo deve parecer muito confusa ao estudante moderno, para quem as condições de compreensão de qualquer assunto são tão facilitadas quanto possível. Assim, se o assunto é novo para o estudante, e suas ideias não são muito claras, talvez seja melhor para ele direcionar o estudo dos sutras referentes a samadhi do seguindo modo: 1. Os três estágios da meditação conduzindo a samadhi (III-1 a 4). 2. Samprajnata e asamprajnata samadhi (I-17,18). 3. O processo essencial envolvido em sabija samadhi (I-41). 4. As diferentes fases de sabija samadhi (I-42 a 50). 5. A técnica de nirbija samadhi (I-51; III-8; IV-26 a 29). 6. Os três tipos de transformações envolvidas em samadhi (III-9 a 12). Em geral, samadhi pode ser definido como um mergulho nas camadas mais profundas da consciência de quem esteja operando através dos diferentes graus da mente. A consciência é um aspecto da Realidade Última em manifestação e sua expressão depende do grau específico da mente através da qual ela esteja atuando – quanto mais grosseiro o meio, mais limitada a expressão. Da mesma forma que a progressiva involução da consciência na matéria, para fins de seu desdobramento, impõe-lhe crescentes limitações, progressivamente o processo reverso da evolução liberta a consciência destas limitações. Os diferentes estágios de samadhi representam esta liberação progressiva da consciência em relação às limitações em que se encotra envolvida, sendo que kaivalya é o estado em que ela pode novamente funcionar em perfeita liberdade. Como a consciência funciona em diferentes níveis, em diferentes graus da mente, através de diferentes mecanismos chamados veículos ou kasas, sua liberação progressiva das limitações pode ser encarada sob outro ponto de vista. Pode ser considerada, por exemplo, sua retirada de um veículo para outro mais sutil. Cada veículo tem suas próprias funções e limitações, mas as funções tornam-se mais abrangentes e as limitações mais tênues, à medida que compõe o veículo torna-se mais refinada. A progressiva retirada da consciência em samadhi, para veículo cada vez mais sutis, é representada, no diagrama, como “estágios de samadhi”. O diagrama é suficientemente auto explicativo, mas só pode ser compreendido em sua totalidade quando tiverem sido estudados, detalhadamente, os diferentes aspectos de samadhi. O primeiro aspecto de samadhi, com o qual se ocupa Patanjali na seção I, é a distinção entre samprajnata e asamprajnata samadhi. Há muitos mal entendidos com relação à natureza destes dois tipos de samadhi e muitos estudantes os confundem com sabija e nirbija. De fato, os termos referentes aos diferentes tipos de samadhi são geralmente usados, por comentaristas, de maneira casual, sendo quase sempre negligenciadas as distinções sutis que caracterizam as diversas espécies e fases de samadhi. Um estudante dos Yoga Sutras precisa ter em mente que este é um tratado científico, em que cada palavra tem um significado específico e definido, e não há possibilidade de descuido quanto a expressões utilizadas ou de uso de palavras alternadas para uma mesma ideia. Quando Patanjali utiliza dois pares de palavras – samprajnata e asamprajnata, de um lado, e sabija e nirbija, de outro, em contextos inteiramente diferentes, é porque ele está tratando de duas ideias ou assuntos inteiramente diferentes, e atribuir o mesmo significado a dois pares de palavras demonstraria falha na interpretação de todo o assunto. Mais adiante discutiremos o significado de sabija e de nirbija sadhis. Tentemos, primeiramente, entender o que significam samprajnata e asamprajnata samadhi. Como frequentemente acontece na utilização das palavras sânscritas, a chave para o significado de determinada palavra é dada por sua estrutura etimológica. Samprajnata samadhi quer dizer “samadhi comprajna”. O prefixo “a”, em sânscrito, significa “não” e, portanto, asamprajnata quer dizer “não o samadhi com prajna”. Consequentemente, asamprajnata samadhi não é samadhi sem prajna, que seria o oposto de samprajnata samadhi. É um estado de samadhi que, embora associado com prajna, é, entretanto, diferente de samprajnata samadhi. Portanto, pode ser considerado um correlato do samprajnata samadhi. A palavra prajna, em sânscrito, significa a consciência superior atuando através da mente em todos os seus estágios. Deriva de pra, que quer dizer “elevado” e jna, que significa “conhecer”. A característica que distingue essa consciência superior, a qual se desenvolve em samadhi, é que a mente é completamente isolada do mundo físico, e a consciência é centralizada em um ou outro grupo de veículos, começando pelo corpo mental inferior e finalizando com o veículo âtmico. A consciência está, assim, livre da carga e da interferência do cérebro físico. Se tanto samprajnata quanto asamprajnata samadhis são ligados a prajna samprajna, onde está a diferença entre os dois? A diferença está na presença ou na ausência de um pratyaya no campo da consciência. Pratyaya é um termo técnico utilizado em Yoga para designar o conteúdo total da mente a qualquer momento – aqui a palavra “mente” é usada em seu sentido mais amplo e não apenas como intelecto. Este pratyaya pode ser de qualquer tipo e pode existir em qualquer plano da mente. Uma imagem mental de uma criança, um conceito de um princípio matemático, uma visão todo abrangente de Unidade da vida são todos pratyayas de diferentes tipos e pertencentes a diferentes planos. Todavia, em samprajnata samadhi há um pratyaya (chamado semente) no campo da consciência, e a consciência é inteiramente dirigida para ele. A consciência é, assim, dirigida do centro para o exterior. Em asamprajnata samadhi não há pratyaya e, portanto, nada há que retire a consciência para o exterior e que a retenha ali. Deste modo, tão logo o pratyaya (P) é abandonado ou suprimido, a consciência começa a retroceder automaticamente, para seu centro (O), e, depois de passar momentaneamente através deste centro laya, tende a emergir no próximo veículo mais sutil. Completado este processo, pratyaya (P) do plano seguinte mais elevado aparece, e a direção da consciência novamente se dá do centro para fora. Os estágios progressivos do recolhimento da consciência para seu centro e sua emergência no plano seguinte mais elevado podem ser ilustrados (...). Desde o instante em que o pratyaya (P) é suprimido até o momento em que o pratyaya (P’) do plano seguinte aparece, o yogi está no estágio de asamprajnata samadhi. Durante todo esse tempo, ele está plenamente consciente e sua vontade está dirigindo essa delicada operação mental de maneira muito sutil. A mente, sem dúvida está num espaço em branco, mas é o espaço em branco de samadhi, e não o tipo de vazio que normalmente acontece no estado de sono profundo ou coma. A mente ainda está completamente desligada do mundo exterior, está ainda perfeitamente concentrada, está ainda sob o total controle da vontade. Asamprajnata samadhi, portanto, representa uma condição muito dinâmica da mente e difere de samprajnata samadhi somente quanto à ausência do pratyaya no campo da consciência. Em intensidade de concentração e atenção da mente é tal qual samprajnata samadhi. Daí ser indicado pelo simples acréscimo do prefixo a ao “samprajnata samadhi”. O vazio de asamprajnata samadhi é, às vezes, chamado de “nuvem”, na terminologia do Yoga, e a experiência pode ser comparada à de um piloto cujo avião penetra em uma massa de nuvens. A límpida paisagem torna-se subitamente embaçada, desaparece o sentido comum de direção e ele voa na certeza de que, se conseguir se manter, chegará, mais uma vez, ao céu claro. Quando a consciência do yogi sai de um plano e o pratyaya desse plano desaparece, ele se encontra num vazio e deve ali permanecer até que sua consciência, automaticamente, emerja no plano seguinte, com seu novo e característico pratyaya. Ele nada pode fazer senão esperar, pacientemente, com a mente concentrada e alerta, que as trevas dissipem-se e a luz do plano superior surja em sua mente. No caso do yogi avançado, esta experiência pode ser repetida muitas vezes, e ele passa de um plano para outro até que, do mais sutil dos planos, o âtmico, ele dá o mergulho final na Realidade – a consciência do purusa. A “nuvem” na qual ele agora entra é chamada de dharma megha, por motivos que serão explicados em IV-29. Quando ele sai dessa “nuvem” sagrada, já deixou para trás o domínio de prakrti e encontra-se em seu próprio svarupa. Pode-se ver, portanto, que, no recolhimento progressivo da consciência, do plano mental inferior, para sua origem, samprajnata samadhi com seu característico pratyaya e asamprajnata samadhi com seu vazio seguem um ao outro, alternando-se sucessivamente, até que a última barreira tenha sido transposta e o yogi esteja estabelecido em seu svarupa e sua consciência tenha-se unificado com a consciência do purusa. O recolhimento da consciência  em direção ao seu centro não é, assim, um mergulho firme e ininterrupto em profundidades cada vez maiores, mas consiste em alternados movimentos de consciência, para fora e para dentro, em cada barreira que separa dois planos. O tempo empregado na passagem pelos diferentes planos e vazios intermediários depende do progresso alcançado pelo yogi. Enquanto o principiante pode permanecer enredado nos planos inferiores por um tempo considerável, ao longo de anos, o yogi mais adiantado pode transferir sua consciência de um plano para outro com a rapidez de um relâmpago, enquanto, no caso de um Adepto que tenha atingido Kaivalya todos os planos realmente se fundem em um só, porque a passagem pra cima ou para baixo é tão rápida e fácil, que basta apenas focalizar a consciência em um ou outro veículo. Em geral, quando o yogi ainda está aprendendo a técnica de samadhi, precisa empregar considerável tempo num determinado plano, estudando seus fenômenos e suas leis, antes de estar em condição de tentar passar ao plano superior seguinte. Seu progresso depende não apenas do atual esforço, mas também do impulso do passado e dos samskaras que traz de suas vidas anteriores. A ciência do Yoga não pode ser dominada em uma única vida, mas exige uma sucessão de vidas de persistência e devotamento exclusivo ao ideal do Yoga. E os impacientes, que não podem adotar esta remota expectativa, ainda não estão qualificados a ingressar nessa Senda e progredir firmemente na direção de seu objetivo. Após tratar genericamente da natureza de samprajnata e asamprajnata samadhis, consideremos agora os dois sutras em que Patanjali fez referência  a esses aspectos de samadhi. Em I-17 ele menciona as características da consciência que se desdobra nos quatro estágios de samprajnata samadhi, correspondentes aos quatro estágios dos gunas mencionados em II-19. A palavra anugamat significa “associado com” ou “acompanhado por”, e o sutra, portanto, num sentido amplo significa que as quatro fases ou estágios sucessivos de samprajnata samadhi são acompanhados pelas atividades ou estados da mente denominados, respectivamente, vitarka, vicara, ananda e asmita. Qualquer pessoa familiarizada com a antiga classificação do Vedanta, ou a moderna classificação teosófica dos planos de manifestação e das funções dos veículos nesses planos, facilmente perceberá quão próximo esse progressivo desabrochar da consciência, através dos quatro estágios mencionados no sutra, corresponde a esta classificação. A classificação dos elementos que constituem o lado fenomenal do Universo, de acordo com as filosofias Samkhya e do Yoga é funcional e não estrutural, e é obviamente a razão por que Patanjali, ao assinalar os sucessivos estágios de samprajnata samadhi, indicou somente as funções essenciais e dominantes da mente e não os nomes dos veículos através dos quais estas funções são exercidas. Há algo a ser dito a favor desta representação funcional dos estágios em comparação com a estrutura de qualquer forma particular de classificação dos planos e da terminologia adotada em relação a eles. Além disso, o yogi que está seguindo a Senda do misticismo e está inclinado a encontrar seu Amado, pode não estar interessado na constituição e nos fenômenos dos diferentes planos, e pode não gostar de estudar esses planos de maneira objetiva. Um simples tratamento funcional dos diferentes estágios de samprajnata samadhi deve, portanto, satisfazer as necessidades da maioria dos praticantes do Yoga. Mas, como um tratamento constitucional tem a grande vantagem de esclarecer, de maneira notável, toda a técnica do Yoga, não há razão para não aproveitarmos o conhecimento que se encontra a nossa disposição. OS NOVE ESTÁGIOS DO SAMADHI. (Dharana-Dhyana-Samadhi): Samprajnata Vitarka – Asamprajnata – Samprajnata Vicara – Asamprajnata – Samprajnata Sananda – Asamprajnata – Samprajnata Sasmita – Nirbija Samadhi – Dharma Megha Samadhi. No diagrama ao lado indicados os diversos estágios de Samprajnata e Asamprajnata Samadhi, bem como sua correspondência com os diversos veículos e outros aspectos da questão implícita em nosso estudo. Ver-se-á que Samprajnata samadhi começa quando a consciência está completamente desligada do mundo externo, após passar pelos dois estágios preliminares de dharana e dhyana. No primeiro estágio de samprajnata samadhi, a consciência está, por conseguinte, centrada no mundo mental inferior e atua através do manomaya kosa. A função essencial da mente, neste estágio, é designada pela palavra vitarka. Observe-se que, quando uma pessoa puder deixar seu corpo físico e atuar nos dois veículos mais sutis chamados corpo astral ou corpo mental inferior, ela não estará, necessariamente, num estado de samadhi, ainda que seu corpo físico encontre-se numa condição inerte. Pode ser que ele esteja atuando meramente nesses corpos mais sutis de maneira comum, exercendo seus poderes de clarividência e trazendo ao cérebro físico, ao voltar ao corpo físico, os conhecimentos adquiridos. Esse estado no qual a clarividência e outros poderes podem ser exercidos é bastante diferente do estado de samadhi, por não estar presente a condição peculiar da mente, descrita em III-3. A mente está dirigida para diferentes objetos em sucessão e não concentrada em um único objeto. Depois de dominar a técnica das fases savitarka e nirvitarka no primeiro estágio, o yogi pratica asamprajnata samadhi e retira sua consciência para o plano imediatamente superior, atravessando a “nuvem” que acompanha asamprajnata samadhi. A consciência do yogi emerge, então, no mundo mental superior e atua através de vijhanamaya kosa, ou corpo causal. A função essencial da mente ao atuar através desse veículo é chamada vicara. O yogi começa agora a praticar samadhi neste plano, dominando lentamente a técnica das fases savicara e nirvicara, e mais uma vez pratica asamprajnata samadhi, para liberar sua consciência do plano mental superior. Todo o processo cíclico tem de ser repetido mais duas vezes durante os dois últimos estágios de samprajnata samadhi, a fim de que a consciência do Yogi liberte-se dos sutis e dificilmente compreensíveis veículos anandamaya kosa e atma e cujas funções essenciais são denominadas ananda e asmita. O significado das palavras vitarka, vicara, ananda e asmita é explicado ao tratar-se dos quatro estágios dos gunas, em II-19, neste sentido, o estudante deve procurar o referido sutra. O estudante deve notar, também, que, do começo ao fim do recolhimento da consciência, nos quatro estágios, há sempre algo no campo da consciência. É verdade que, durante o período de asamprajnata samadhi, não há pratyaya, mas somente uma “nuvem” ou vazio. Mas um “nuvem” ou vazio é também uma cobertura sobre a consciência pura. A nuvem é apenas uma impressão não nítida produzida na consciência, quando esta passa através da fase crítica entre o pratyaya de dois planos plano sucessivos. Esta fase é semelhante ao estado crítico entre dois estados de matéria, líquido e gasoso, quando não pode ser chamado nem líquido nem gasoso. Assim, esta presença de um pratyaya, característica de todos os estágios de samprajnata samadhi, significa que em samprajnata samadhi a consciência pode conhecer somente a natureza de algo que esteja colocado em seu campo de iluminação. Ela não pode conhecer sua própria natureza. Se fazemos passar um raio de luz através de uma câmara escura e colocamos objetos variados no trajeto do raio, a luz imediatamente incidirá sobre estes objetos e nos permitirá vê-los. Os objetos são vistos como o auxílio da luz, mas não podemos ver a própria luz, porque, se todos os objetos fossem removidos do caminho percorrido pelo raio de luz, a câmara ficará completamente escura, embora o raio de luz contine presente. Há um meio de se ver a luz? Não há meio de se ver a luz física fora dos objetos que ela ilumina. Mas a luz da consciência pode ser vista como realmente é, após transcorridos todos os estágios de samprajnata samadhi e praticado o nirbija samadhi para a remoção do véu final e mais sutil que cobre a Realidade, a consciência do purusa. Estivemos mencionando pratyaya dos diversos planos, e o estudante poderia gostar de saber a que estes pratyayas se assemelham. Embora místicos e ocultistas, em todas as épocas, tenham envidado esforços para descrever os gloriosos e vívidos pratyaya dos planos superiores, aqueles que leram essas descrições podem ver que tais esforços falharam. Quanto mais elevado o plano que se procura descrever, maior é o fracasso. O fato é que é impossível ter uma ideia desses planos superiores, a não ser de maneira geral e vaga. Cada mundo só pode ser conhecido através do veículo que a consciência utiliza nele. A descida sucessiva da consciência aos mundos inferiores não é como a relação progressiva da intensidade do brilho de uma luz, por certo número de envoltórios. Cada descida sucessiva implica um decréscimo do número de dimensões de espaço e de tempo, o que impõe a cada etapa, limitações na consciência, as quais são inerentes ao trabalho desse plano. Em alguns dos sutras subsequentes, a natureza dos diversos tipos de samadhis é mais sofisticada. Entretanto, veremos que nenhuma tentativa é feita para descrever as experiências dos planos superiores. O conhecimento propiciado por esses sutras é semelhante ao que deriva do estudo do mapa de um país. Um mapa não nos dá qualquer ideia sobre as paisagens, o cenário, etc. Pode dar-nos informações sobre as posições relativas e os contornos das diversas partes de um país. Se desejamos, realmente, conhecer o país, temos de ir lá e vê-lo por nós mesmos. Assim, se desejamos saber em que consistem esses planos superiores, temos que praticar samadhi e entrar em contato direto com eles, por intermédio de seus respectivos veículos. E, mesmo tendo visto aqueles planos por nós mesmos, não estamos aptos a transmitir a outros qualquer ideia sobre eles. Tal conhecimento é direto e intransmissível. Livro A Ciência do Yoga. Abraço. Davi.

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