Islamismo.
Dissertação de conclusão de curso de Zuhra MohdHanini. Capítulo Três.
NOÇÃO DE DIREITO ISLÂMICO – LEIS CULTUAIS ISLÂMICAS I. TESTEMUNHO DE FÉ (Shahadah)
– A Shariah ou Direito Islâmico tem sua base totalmente relacionada
com esse pilar da religião islâmica. O testemunho de fé trata-se da crença e
proclamação verbal da fé em dois testemunhos, sendo o primeiro deles o
testemunho de que não há outra divindade digna de adoração senão Deus e o
segundo é o testemunho de que Muhammad é Profeta e Mensageiro de Deus. Esses
testemunhos são as chaves ou portas de entrada ao Islam, sendo que, todo
aquele que declarar esses testemunhos com fé e convicção de sua veracidade
torna-se um muçulmano. A falta deste pilar implica na invalidez de todos os
demais atos de adoração, por este motivo tem caráter fundamental. O primeiro
testemunho que é “Testemunho que não há outra divindade digna de adoração além
de Deus” ou em árabe Axhadu na la ilaha ila Allah,
significa a certificação da crença completa na unicidade de Deus, ou seja, na
unicidade de Deus na criação, na unicidade Divina (ou seja, da adoração) e na
unicidade dos Nomes e Atributos de Deus. Essa sentença descarta a adoração de
qualquer outra coisa que possamos ser tentados a colocar no lugar do Deus Único
como ídolos, tais como fenômenos da natureza, poder, riqueza e similares. Deus,
no Alcorão, deu testemunho sobre isso, sendo confirmado pelos anjos e sábios.
“Deus dá testemunho de que não há mais divindade além d’Ele; os anjos e os
sábios o confirmam justiceiro; não há mais divindade além d’Ele, o Poderoso, o
Prudentíssimo” Alcorão Sagrado 3,18. Existem nove condições ou requisitos para
que esse primeiro testemunho seja válido para a pessoa que o proclamou: 1 – o
conhecimento do que este testemunho declara e nega. 2 – a certeza no coração da
verdade do testemunho. 3 – a aceitação de todo o significado do testemunho com
a língua e o coração. 4 – submissão e concordância, ou seja, o efeito do
testemunho no coração deve se manifestar através dos atos e palavras. 5 – a
sinceridade, em oposição à hipocrisia e à falsidade, ou seja, a pessoa que
proclama o testemunho não deve mentir ou tentar enganar ou iludir alguém. 6 – a
intenção em pronunciar o testemunho não deve ter nenhuma outra razão a não ser
pra servir a Deus. 7 – o amor pelo testemunho, isso implica em amar tudo que
ele estabelece, além de amar todos aqueles que se empenham de acordo com seus
fundamentos. 8 – ao proclamar o testemunho a pessoa deve repudiar qualquer
outro objeto de adoração, seja ídolos, seja santos, seja profetas, etc. 9 – o testemunho
de fé deve ser a bandeira do muçulmano até sua morte, pois seu significado se
estende até a outra vida. A violação destes requisitos invalida a primeira
parte do testemunho, portanto um muçulmano deve respeitar tais condições. O
segundo testemunho que é “Testemunho que Muhammad é o Mensageiro de Deus” ou em
árabe (Axhadu ana Muhamad Rassulullah), onde através dele
certifica-se que Muhammad (que a paz ), é o último mensageiro de Deus e,
consequentemente, isso implica na aceitação do muçulmano de tudo que ele nos
informou como a crença nos anjos, nos Livros revelados, nos mensageiros, no Dia
do juízo Final e na predestinação, bem como suas orientações e exortações. Tal
testemunho também tem suas condições ou requisitos tais como os seguintes
enumerados: 1 – ao dar este testemunho, proclama-se que Muhamad foi
escolhido por Deus para ser Seu Mensageiro e transmitir Sua mensagem. 2 –
também proclama que crê queMuhamad foi enviado a toda a humanidade até o
dia do Juízo Final. 3 – também afirma que Muhamad transmitiu toda a
mensagem, a orientação e revelação que foi transmitido a ele por Deus, através
do anjo Gabriel. 4 – também implica na proclamação de que Muhamad foi
o último profeta, e que após ele não haverá nenhum outro profeta ou nova
mensagem. 5 – também significa que o fato de aceitar Muhamad como
Profeta implica em seguir seu exemplo e comportamento por este ser o mais
correto e o que mais agrada a Deus, pois Deus disse no Alcorão 33,21
“Realmente, tendes no Mensageiro de Deus um excelente exemplo para aqueles que
esperam contemplar Deus, deparar-se com o Dia do Juízo Final, e invocam Deus
frequentemente”; também em 3,31-32 fala o Sagrado Alcorão “Dize: Se
verdadeiramente amais a Deus, segui-me; Deus vos amará e perdoará as vossas
faltas, porque Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo. Dize: Obedecei a Deus e
ao Mensageiro! Mas, se se recusarem, saibam que Deus não aprecia os
incrédulos”. Estes são os requisitos para que o segundo testemunho seja válido
e aceito, faltando algum destes, torna-se inválido o testemunho, e
consequentemente inválido os demais atos de adoração e culto, pois estes são totalmente
dependentes daquele. A ORAÇÃO (Salat) – A oração é o pilar mais importante do Islam,
depois do testemunho da fé, conforme o prescrito pela Shariah. A oração é
um rito de adoração que consta de palavras, atos e movimentos específicos, tais
como a genuflexão (ação de dobrar o joelho) e a prostração, bem como a
recitação de trechos do Alcorão Sagrado. Tal rito, envolve benefícios ao corpo
e a alma, o corpo através dos movimentos e ações de levantar, inclinar, sentar,
etc. Já com relação à alma refere-se a glorificação e louvores a Deus, à
submissão aos mandamentos Dele, o sentimento de amor e temor com relação ao
Criador, bem como súplicas e arrependimento, reforçando o vínculo e ligação com
Deus várias vezes diariamente. Além disso, a oração encaminha o muçulmano a uma
consciência dos seus deveres com relação ao seu Criador, sendo uma salvaguarda
contra a desonestidade e o mal, bem como contra as tendências perversas e o mau
caminho, proporcionando uma lição de disciplina e devoção. Mediante as orações,
o muçulmano previne-se de cometer más ações e serve de expiação de seus
pecados. Disse o Profeta Muhamad apud Nawawi em um hadith:
“Que vos parece se corresse um rio em frente as vossas portas, em que uma
pessoa nele banhasse cinco vezes ao dia, restar-lhe-ia, acaso, alguma sujeira?
Responderam-lhe: Qual! Nada de sua sujeidade restaria! Disse o
Profeta: Pois este é o exemplo do que acontece com relação às cinco orações
diárias, com as quais Deus apagará todas as faltas!” No momento da oração, o
muçulmano é relembrado de que Deus o está observando e ao seu comportamento
diário, assim, ele procurará afastar-se de tudo aquilo que é ilícito e fazer
tudo aquilo que agrada a Deus, treinando todas as virtudes que tornam possível
o desenvolvimento de uma pessoa feliz, proporcionando-nos equilíbrio e paz
interior. Disse Deus no Alcorão Sagrado em 29,45 “Recita o que te foi revelado
do Livro e observa a oração, porque a oração preserva o (homem) da obscenidade
e do ilícito; mas na verdade, a recordação de Deus é o mais importante. Sabei
que Deus está ciente de tudo quanto fazeis”. Em 2,45-46 é dito: “Amparai-vos na
perseverança e na oração. Sabei que ela (a oração) é carga pesada, salvo para
os humildes, que sabem que encontrarão o seu Senhor e a Ele retornarão”. Também
em 87,14-15 o Sagrado Alcorão fala: “Bem aventurado aquele que se purificar, e
mencionar o nome do seu Senhor e orar!”. Em 23,1-2 se menciona; “É certo que
prosperarão os fiéis, que são humildes em suas orações”. A oração é citada no
Alcorão mais de 117 vezes, e a sua finalidade está expressa neste versículo.
“Sou Deus. Não há divindade além de Mim! Adora-me, pois, e observa a oração,
para celebrar o meu nome”. Alcorão Sagrado 20,14. A obrigatoriedade da oração
veio expressa tanto no Alcorão como na Sunnah, como é dito 4,103 “ A
oração é uma obrigação prescrita aos crentes, para ser cumprida em seu devido
tempo”. Disse o profeta Muhamad apud Assawaf “Para o
muçulmano cair na heresia e no ateísmo, basta somente que ele deixe de cumprir
as orações”. Existem determinadas condições para que a oração seja válida
conforme as regras da Shariah. Deve-se ter em mente que a prática da
oração é obrigatória para qualquer muçulmano, seja do sexo masculino como
feminino, desde que respeite as seguintes condições: 1 – Que o muçulmano seja
são e responsável pelos seus atos. A Shariah incentiva o ensinamento
das orações às crianças a partir dos sete anos e a obrigatoriedade recai a
partir da idade dos dez anos. 2 – Que a pessoa esteja isenta de qualquer doença
mental, e no caso das mulheres que estejam fora do período menstrual ou
pós-parto, quando estarão isentas da oração. As orações são obrigatórias a
todos os muçulmanos em todas as situações, tanto de segurança como de temor, de
saúde ou de enfermidade, de residência ou viagem. Para a oração ser válida deve
respeitar os seguintes requisitos: Deve-se executar a ablução (lavagem do corpo
ou parte dele) que consiste numa higiene corporal, onde deve-se seguir o
seguinte ritual, ensinado pelo Profeta Muhamad e descrito pelo Alcorão
Sagrado: a – lavar as partes íntimas; b – lavar as mãos três vezes até o pulso;
c – lavar a boca três vezes; d – lavar as narinas aspirando água pelo nariz,
três vezes; e - lavar todo o rosto três vezes; f – lavar o braço
direito até os cotovelos três vezes, e após isso o mesmo com o braço esquerdo;
g – passar as mãos úmidas sobre a cabeça uma vez; h – limpar os ouvidos uma vez
com os dedos úmidos; i – lavar amos os pés até o tornozelo três vezes,
começando sempre pelo direito. Disse Deus no Alcorão Sagrado em 5,6 “Ó fiéis
sempre que vos dispuserdes a observar a oração, lavai o rosto, as mãos e os
antebraços até aos cotovelos; esfregai a cabeça, com as mãos molhadas e lavai
os pés, até aos tornozelos”. Desta forma, está completa a ablução e assim a pessoa
estará apta a iniciar a oração. Quando a ablução é válida a pessoa pode
mantê-la até quando conseguir e usá-la para quantas orações puder, mas é
preferível renovar a ablução sempre que possível. A ablução é anulada, por
exemplo, se ocorrer excreção natural tal como urina, gazes, fezes, etc, o
sangramento de qualquer parte do corpo, vômito, adormecimento, entre outros. 3
– A vestimenta deve ser adequada e conveniente para satisfazer as regras morais
que visam cobrir o corpo. O homem deve estar coberto pelo menos da região do
umbigo aos joelhos, e a mulher deve estar toda coberta com exceção do rosto e
das mãos. As roupas devem estar limpas e não devem ser transparentes ou justas
de forma a delinear o corpo. 4 – A pessoa deve ter em mente a intenção de praticar
determinada oração, tal intenção deve estar estabelecida no coração não sendo
necessário a proclamação verbal da mesma. 5 – Deve-se estar dentro do horário
da oração prescrita, pois disse Deus no Alcorão Sagrado em 4,103 “Observai a
devida oração, porque ela é uma obrigação, prescrita aos fiéis para ser
cumprida em seu devido tempo”. 6 – O muçulmano deve estar direcionado para a Kaabah,
que é um local sagrado situado na cidade de Makkah (Meca) na Arábia Saudita. Os
muçulmanos de todos os cantos do planeta, ao realizarem as suas orações, se
voltam em direção a Makkah (Meca), simbolizando dessa forma a sua unidade, e
seguindo a determinação de Deus, o Altíssimo no Alcorão Sagrado 2,144 “Orienta
teu rosto (ao cumprir a oração) para a Sagrada Mesquita (Makka)! E vós,
crentes, onde quer que vos encontreis, orientai vossos rostos até ela”. Quem
desconhecer a sua direção deverá, através da dedução, direcionar-se para aquela
que lhe parecer a mais acertada. Respeitadas tais condições a oração será
válida, desde que cumpra com todos os requisitos no que concerne aos movimentos
e falas, ou seja, os pilares da oração. Cada oração é composta por unidades
chamada “Rakaat”, e cada uma destas unidades são compostas de subunidades onde
contém a posição em pé, a recitação do Alcorão, a genuflexão, e a prostração,
etc. As orações dividem-se em três categorias: 1 – As orações obrigatórias
diárias, que são ao total de cinco. 2 – As orações ocasionais. 3 – AS ORAÇÕES
OBRIGATÓRIAS DIÁRIAS SÃO CINCO: a. A oração do amanhecer (Salatul Fajer):
Essa oração é composta de duas “rakaal” ou unidades da oração. Inicia-se a
partir do período compreendido entre a visualização da primeira luz solar do
dia podendo ser realizada até a aparição do disco solar, sendo que tal período
normalmente dura cerca de noventa minutos. Entre esse horário o muçulmano deve
realizar sua oração. b. A oração do meio dia (Salatu Dhuhur). Essa oração
é composta por quatro “rakaat” ou unidades da oração. Inicia-se o horário após
a declinação do sol do seu zênite de modo que a sombra começa a se projetar e
se estender até que a sombra comece a se projetar e se estende até que a sombra
de um objeto seja igual a sua longitude . A duração deste período é de cerca de
três horas e meia. c. A oração da tarde (Salatul Asr). É composta de
quatro “rakaat”, e seu período para a realização se estende desde a finalização
do tempo da oração do meio dia, até o momento anterior ao pôr do Sol. A duração
deste período é de cerca de duas horas e meia. d. A oração do ocaso (Salatul Maghreb).
É composta de três “rakaat”, e seu período se estende desde o ocaso do Sol até
o desaparecimento total da luz do dia. Esse período geralmente dura cerca de
uma hora e meia. e. Oração da Noite (Salatul al Isha) é composta de
quatro “rakaat” e seu período começa com a desaparição total da luz do dia e se
estende até o primeiro indício de luz do dia seguinte, ou seja, o horário da
oração do amanhecer. f. As orações ocasionais, são aquelas requeridas somente
durante algum período especificado, tal como, por exemplo, as orações em
congregação na sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos, a oração fúnebre,
as orações festivas que ocorre após o término do mês de Ramadan (mês onde é
prescrito o jejum obrigatório, como veremos mais adiante), e também após o
término da peregrinação (Haijj) à cidade de Makkah (Meca), entre outras orações
congregacionais prescritas aos muçulmanos. Embora a oração seja aceita por Deus
em qualquer lugar, como nas casas, local de trabalho, etc. Deus orientou que
fossem construídas as mesquitas para que estas orações pudessem ser realizadas
em grupo, tanto as orações diárias como ocasionais. Logo, podemos verificar o
estímulo à oração feita em congregação, onde os muçulmanos ficam alinhados em
fileiras, simbolizando com isso a igualdade que prevalece entre
todos quando estão diante de Deus, não havendo diferenças entre o rico e o
pobre, o negro e o branco, nem privilégios do governante para o governado.
Disse Deus no Alcorão Sagrado em 72,18 “Sabei que as mesquitas são (as casas)
de Deus, não invoqueis, pois, ninguém juntamente com Deus”. Disse o profeta Muhamad (que
a paz esteja com ele) apud Nawawi: “Para aquele que constantemente vai à
mesquita, ou dela volta. Deus prepara uma mansão no Paraíso, tanto na ida como
na volta”. E disse também: “Quanto àquele que fizer corretamente a ablução em
sua casa, em seguida for a uma das casas de Deus para realizar uma das orações
obrigatórias, saiba que, por cada passo que der, ser-lhe-á perdoada uma falta
ou ele será elevado em um grau”. 2 – As orações voluntárias são aquelas que
podem ser praticadas voluntariamente entre os horários das orações
obrigatórias, especialmente após a oração da noite e no horário entre a oração
do amanhecer até a do meio-dia. Tais orações não são obrigatórias, mas são
extremamente meritórias para aqueles que desejam cumpri-las. Determinados atos
podem levar à invalidez de quaisquer destas orações. Essas invalidez podem ser
resumidas em quatro principais: 1 – Se ocorrer a invalidez da ablução, torna-se
inválida a oração, já que esta depende daquela. 2 – A interrupção da oração
através de palavras que não façam parte de oração, através de movimentos
bruscos intencionados que não pertençam ao ritual da oração, e também o fato de
comer, beber, falar com alguém ou a gargalhada. 3 – O não cumprimento de alguma
das condições prévias para a oração ou de seus pilares essenciais, acarreta em
invalidade da oração. 4 – Omitir qualquer das partes essenciais da oração tais
como a recitação do Alcorão por exemplo: ocorrendo algum destes casos, a oração
deverá ser repetida, uma vez que se tornou nula. Essa, em suma, é a importância
da oração ao muçulmano e seus pilares, sendo ela a mais importante das leis
cultuais islâmicas. O JEJUM NO MÊS DE RAMADAN (Siyam) – O jejum no mês de
Ramadan (nono mês no calendário islâmico) se tornou obrigatório, em 624,
segundo ano da Hégira (a fuga de Maomé de Meca – Arábia Saudita, sua
cidade natal, para a cidade de Medina no ano 622). Os versículos a seguir, nos
falam da sua obrigatoriedade explicam porque, quando e como jejuar, ditos em
2,183-185 do Alcorão: “Ó fiéis, está-vos prescrito o jejum, tal como foi
prescrito a vossos antepassados, para que temais a Deus. Jejuares determinados
dias; porém, quem de vós não cumprir o jejum, por achar-se enfermo ou em
viagem, jejuará, depois o mesmo número de dias. Mas quem, só à custa de muito
sacrifício, consegue cumpri-lo, vier a quebra-lo, redimir-se-á, alimentando um
necessitado, porém quem se empenhar em fazer além do que for obrigatório, será
melhor. Mas, se jejuardes, será preferível para vós, se quereis sabe-lo. O mês
de Ramadan foi o mês em que foi revelado o Alcorão, orientação para a
humanidade e evidência de orientação e discernimento. Por conseguinte, quem de
vós presenciar o novilúnio (Lua nova) deste mês deverá jejuar; porém, quem se
achar enfermo ou em viagem jejuará, depois, o mesmo número de dias. Deus vos
deseja a comodidade e não a dificuldade, mas cumpri o número (dedias), e
glorificai a Deus por ter-vos orientado, a fim de que lhe agradeçais”. A
JURISPRUDÊNCIA ISLÂMICA assim define o jejum – O jejum é obrigatório para todo
muçulmano que tenha atingido a puberdade e que goze de perfeita saúde física e
mental. No Eslam, o jejum consiste em abster-se, desde o raiar da aurora
até o pôr do Sol, da ingestão de qualquer espécie de alimentos ou bebidas,
assim como fumar e manter relações sexuais. O período do jejum poderá ser maior
ou menor (já que é utilizado o calendário lunar que é móvel), dependendo do mês
e estação do ano correspondente no calendário solar. A isenção do Jejum se dá
nos seguinte casos: 1 – Quando a pessoa estiver enferma: Caso a pessoa estiver
doente, poderá deixar de jejuar até se restabelecer ou, caso o médico ache que
o jejum dificulta a cura do paciente, ele também deverá interromper o jejum até
se curar, devendo repor os dias não jejuados, quando estiver gozando de boa
saúde. Esta reposição não precisa ser feita imediatamente após o mês de
Ramadan, ou de forma contínua e terá como prazo para esta reposição até o
último dia antes do início do próximo mês de Ramadan. 2 – O viajante: Quando a
viajem tiver uma distância superior a 84 Km, faculta-se ao viajante jejuar ou
não. Isso vai depender de cada pessoa analisar se sua viagem é cansativa e por
isso será um dificuldade para ele jejuar ou não, devendo, da mesma forma que o
item anterior, repor os dias não jejuados. 3 – A gestante e a lactante: Caso a
mulher esteja grávida, ou amamentando, e temer pelo seu bebê, estará isenta do
jejum, devendo, da mesma forma, repor os dias não jejuados, passado o período
de gravidez ou de amamentação. 4 – O idoso: Idoso que seja fisicamente incapaz
de jejuar, para este o jejum não é mais obrigatório, cabendo a ele, caso possua
condições, dar, para cada dia não jejuado, uma refeição a um necessitado, ou o
valor equivalente a esta refeição. Caso contrário, estará perdoado em não
fazê-lo. 5 – A mulher menstruada, ou em resguardo pós parto: Esta não jejuará até
que passe este período. Mesmo que ela queira, ou sinta que possa fazê-lo,
está-lhe vedado o jejum, e os dias não jejuados, deverão ser repostos passado o
período. 6 – No caso de uma doença incurável: Neste caso, a pessoa deixa de
jejuar definitivamente, tendo que dar uma refeição a um necessitado para cada
dia não jejuado, ou o equivalente ao valor de uma refeição, caso tenha
condições para tal, caso contrário não está obrigado a nada. A anulação do
jejum se dará caso a pessoa pratique deliberadamente um desses atos, sabendo
que o mesmo é pecado: comer, beber, fumar, ou ter relação sexual. A expiação
para este ato será que a pessoa faça um jejum durante 60 dias seguidos para
cada dia não jejuado, ou que dê de comer a 60 pessoas pobres. Universidade da
Região da Campanha – Campus Universitário do Curso de Direito – Bagé – RS –
Brasil. Abraço. Davi.
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