quarta-feira, 8 de março de 2017

OS PLANETAS E AS CASAS II.



Astrologia. Texto de Emma Costet de Mascheville (1903-1980). Capítulo três. OS PLANETAS E AS CASAS II. EDUCAÇÃO E EVOLUÇÃO. Vem então o plano de SATURNO, que as novas gerações vão desenvolver em primeiro lugar na área dos sentidos que captam o concreto, enquanto as velhas gerações desenvolveram primeiro o desejo do luxo (VÊNUS), do conforto e do bem-estar, as novas gerações, em primeiro lugar, não querem nada de desnecessário, mas sim a simplicidade, facilidade, a frugalidade, a razão, o raciocínio. Abnegadas, elas querem o austero, para depois então começarem a desenvolver o sentido da responsabilidade. Como não copiaram das velhas gerações, os que vêm em sentido inverso (do abstrato para o concreto) não tem senso de responsabilidade, não querem deveres porque partem da liberdade, porém as necessidades e as lutas pela vida irão ensiná-los aos poucos e os levarão para o concreto, para a realidade, e quando chegarem ao plano de SATURNO aprenderão a não querer gozar do luxo, a encaras as necessidades e as responsabilidades da vida. Por isso seria um erro absoluto ensinar a essas gerações pela sucessão natural do esquema, uma vez que seu desenvolvimento natural vem pela sucessão inversa, isto é, de PLUTÃO para MERCÚRIO. Depois do desenvolvimento da responsabilidade é que vem o desenvolvimento dos frutos, dos haveres, os resultados, os talentos, as capacidades e realizações: o plano de JÚPITER. Uma das maneiras mais bonitas de explicar este caminho das novas e futuras gerações é esta, pois elas vêm sem o desejo de copiar o que as gerações anteriores faziam. Enquanto as gerações de até os meados do século XX procuravam aprender copiando, as novas, instintivamente, não querem copiar, porque o mundo está em fase de transição e elas têm de chegar a uma outra concepção, a uma outra transformação. Essas novas gerações farão o caminho evolutivo que está muito bem ilustrado no filme IRMÃO SOL, IRMÃ LUA. São Francisco de Assis (1182-1226) é chamado “o homem do terceiro milênio”. No princípio, no primeiro plano, com PLUTÃO, é o desabrochar, o despertar da consciência; no segundo plano, com NETUNO, é o querer igualar, a caridade que ele tem para com os empregados do pai; no terceiro plano (URANO), ele se despe de tudo e corre livre pelos campos; no quarto plano, com SATURNO, ele se junta aos confrades e constrói um mosteiro, pedra por pedra, todos vestidos de preto; no quinto plano, com JÚPITER, o povo vem trazer-lhes os frutos; no sexto plano, com MARTE, é a luta, quando o bispo ordena que o mosteiro seja queimado, no sétimo plano com VÊNUS, Santa Clara de Assis (1192-1253) surge para cooperar, e no fim, o oitavo plano com MERCÚRIO, quando São Francisco vai ao Papa e pede: “Meu pai, ensina-me; explica-me”. Por isso, a única maneira de educar as novas gerações é pelo exemplo: não esperando que, neste período de transição da humanidade, elas nos copiem, mas deixando que, após terem lutado e buscado, venham a reconhecer o que era correto no exemplo dos pais e lembrem-se: “Bem que meus pais diziam”. SOL, LUA, MEIO-CÉU E ASCENDENTE. Já estudamos no esquema a influência dos oito Planetas, de MERCÚRIO  PLUTÃO. Vamos agora estudar a matéria viva, representada pelo SOL, pela Terra, pela Lua e pelo Meio-Céu. MEIO-CÉU: O Meio-Céu é o ponto culminante daquela energia que vem a nós, que nos protege e que deve ser a nossa missão na vida, a estrada que o nosso veículo deve percorrer. O Meio-Céu é aquilo que devemos alcançar, a posição social e profissional; é a proteção que vem do alto. É o ponto culminante do horóscopo, o cume que devemos atingir; é também o objetivo máximo que nos impele e nos tenta. O SOL e a LUA: O Sol é a autoridade, é o plano mental, enquanto a Lua é aquilo que fecunda, é a nossa maneira de tratar os outros. A Lua, como satélite, é todos os que nos rodeiam, é o relacionamento com a família, com os colegas, com a coletividade, tudo o que nós fazemos em conjunto. A Lua é o plano emocional O ASCENDENTE (ASC): O nosso ascendente, bem como o ascendente de qualquer momento, é calculado pela posição da Terra. O ascendente representa o nosso plano físico, hereditário, e a base carnal da vida, pois se viemos à Terra é porque o nosso lugar, no momento, é aqui. Quando compreendi que a ordem dos Planetas é a mesma do crescimento da natureza e do crescimento da vida humana, cheguei à conclusão de que tudo deveria seguir este mesmo caminho de evolução. Desta compreensão, parti para o raciocínio sobre os Planetas que estão faltando e sobre as “oitavas”. Como sabemos, temos no momento dez corpos celestes que influem nos doze signos zodiacais, (pois a Lua é parte da Terra, e ambas devem ser consideradas como um conjunto), donde devemos compreender que faltam ainda dois corpos celestes a ser descobertos para que tenhamos um regente para cada signo. AS OITAVAS. Há no entanto um problema. Quando os novos Planetas (URANO, NETUNO E PLUTÃO) foram descobertos, a Astrologia Hermética não queira aceita-los porque acreditava que só poderiam ser sete os corpos celestes, uma vez que tudo seguia o número cabalístico 7: eram só sete notas na escala musical; sete cores, sete candelabros, sempre os elementos dos conjuntos eram sete. Pelo que os novos Planetas foram chamados de “uma oitava elevada”. Mais elevado do quê? Oitava do quê? Então deram aos novos Planetas a classificação de “oitavas superiores” de outros astros já conhecidos – e o fizeram numa ordem qualquer, arbitrária, à revelia do Autor: assim, NETURNO era a “oitava superior” de VÊNUS, PLUTÃO, a oitava de MARTE e URANO, a oitava de MERCÚRIO. Classificação esta sem nenhuma base lógica. Então, após estudar o assunto, concluí o seguinte: se a ordem do crescimento da natureza é esta ordem apresentada no esquema, e que encontramos na Astrologia, no crescimento das plantas e do homem, então as oitavas devem estar associadas a ela. A partir daí desenvolvi o seguinte raciocínio: se a partir do Sol na primeira casa do mapa radical, fazendo a ordem dos Planetas seguir a das casas, colocarmos a Lua na segunda casa, MERCÚRIO na terceira, VÊNUS na quarta, MARTE na quinta,, JÚPITER  na sexta, SATURNO na sétima, então na oitava casa teremos URANO, o que nos leva a concluir que URANO não é a oitava casa superior de MERCÚRIO, mas sim o Sol, que está na primeira casa. Nota-se que há perfeita coincidência na própria simbologia, pois o Sol é a vida no nascer, no plano concreto, enquanto que URANO é o pular fora desta vida, é o morrer ( é a vida no plano abstrato). Dando sequência ao raciocínio, temos a Lua na segunda casa. A Lua é o sonhar no plano concreto, é o crescer na vida material. Ora, esta casa, a segunda, representa aquilo que vamos realizar, o que vamos acumular, enfim tudo o que crescerá no mundo concreto. Da mesma forma, avançando sete casas, encontra-se a nona casa, na qual, pela sequência dos astros, teremos NETURNO, que seria então a oitaa da Lua. E há uma correlação bastante importante: enquanto a Lua é o sonhar no plano concreto, NETUNO é o sonhar no plano abstrato, o ideal, a utopia. A seguir, encontramos MERCÚRIO na terceira casa, e avançando sete casas temos a décima casa, na qual, pela sequência dos astros, temos PLUTÃO, que é então a oitava de MERCÚRIO, verificando-se que há coincidência lógica na simbologia, pois, enquanto MERCÚRIO divide-se para multiplicar, PLUTÃO rompe-se para lançar as forças internas para fora. Se para os Planetas já conhecidos a lei das oitavas é esta, então o próximo Planeta a ser descoberto irá ocupar a décima primeira casa, e oitava de VÊNUS, que ocupa a quarta casa. Mantendo-se a lógica do simbolismo, como VÊNUS representa a beleza no plano concreto, sua oitava irá simbolizar a beleza no plano concreto, sua oitava irá simbolizar a beleza no plano abstrato; irá  representar a fraternidade, pois está na casa das amizades; simbolizará o espírito humanitário; amar ao próximo e confortar seu semelhante. A oitava de VÊNUS será o amor Universal pela consciência, pela influência do signo de AQUÀRIO, que é o décimo primeiro, e irá trazer-nos o despertar da consciência cósmica. O seguinte Planeta a ser descoberto ocupará a décima segunda casa, em PEIXES, e será a oitava de MARTE que ocupa a quinta casa. Como neste ponto o círculo astrológico ficará completo, cada signo do Zodíaco terá seu regente, pelo que coloquei no nosso esquema os três “V”: VENI, VIDI E VICI, os três “V” da vitória que representará a união consciente com a Fonte da Vida, com o Criador, e a dissolução da dor. A posição deste astro já foi claculada por astrônomos russos, mas não tenho confirmação disso. Continuando o raciocínio, verificamos que há uma coincidência lógica entre essa colocação dos astros no radical e a interpretação astrológica das casas: I – a primeira casa é a casa da personalidade, e o Sol é a vida que está em nós. Logo, verifica-se que há um relacionamento lógico entre ele e esta casa. II – a segunda casa é a das posses, da realização, das finanças. A Lua é o corpo celeste que rege a fecundidade, que faz crescer e desenvolver; logo as finanças, os bens materiais de todas as espécies têm relação íntima com a fecundidade. III – a terceira casa representa aquilo que vamos aprender, assimilar, a convivência com os outros e o pegar do meio ambiente tudo o que é necessário à formação do intelecto. MERCÚRIO, como vimos no esquema anterior, é a assimilação, a adaptação, o aprender, etc., de onde concluímos que a colocação de MERCÚRIO na terceira casa está correta. IV – a quarta casa representa aquilo que amamos: os pais, o lar, a terra natal e a família, e VENUS, influencia o amor, a harmonia, a união, logo está bem colocado nesta casa. V – a quinta casa representa as iniciativas, a criatividade, as crianças, os jogos, os esportes, a conquista amorosa, as diversões. A primeira vista, parece-nos errado que MARTE, que representa as guerras, as lutas, esteja regendo esta casa, porém, pensando bem, nada nos leva mais à luta do que nossas diversões, nossos novos empreendimentos, nossas conquistas amorosas e nossos filhos. Examinando a influência de Marte, no esquema anteriormente apresentado, concluímos que está correta a sua colocação de regente desta casa. VI – a sexta casa é a do trabalho e da saúde. Se vivemos em harmonia com as leis da natureza, temos saúde, que é o maior bem do mundo, e conforme o nosso trabalho desenvolvemos nossos haveres, nosso talento, nosso valor etc,; e tudo isso é influenciado por JÚPITER, regente da sexta casa. VII – a sétima casa, como reflexo da primeira casa, está ligada à personalidade e rege os nossos relacionamentos com os outros. Para que haja harmonia nesses relacionamentos, é nosso dever e responsabilidade respeitar a personalidade e os direitos dos outros. SATURNO como regente da sétima casa é tal qual uma parede, uma parada, onde devemos frear um pouco os impulsos de VÊNUS, MARTE e JÚPITER, em sinal de respeito à personalidade dos outros. Devemos interpretar SATURNO da seguinte forma: onde estiver SATURNO, está a muralha. Não podemos derrubá-la, devemos sentar à sua frente e esperar que alguém nos abra passagem através dela, quer dizer: diante da personalidade dos outros não podemos forcar nada, pois nossa liberdade de ação termina exatamente onde começa a liberdade do nosso próximo; por isso, para cruzarmos esta muralha, só nos resta a paciência, o amor, a persuasão, lembrando que “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Julgamos que SATURNO está muito bem representando na sétima casa, pois ele simboliza justamente aquilo que não nos pertence, mas que temos de respeitar para nossa própria segurança. Esses são os sete corpos celestes visíveis que atuam no plano do crescer da vida, e que  perfazem a escala planetária das sete tonalidades vibratórias. VIII – a oitava casa está relacionada com a morte, que não entendemos como destruição, mas como transformação. Seguindo a figura, o próximo Planeta é URANO. Quando se entendia a morte como destruição e paralização atribuíam-na a SATURNO, o que era um triplo equívoco – quanto ao sentido da morte, ao sentido de SATURNO e ao sentido da oitava casa. Hoje, quando entendemos a morte sob outro aspecto, podemos compreender que seu planeta seja URANO, como propulsor de uma nova dinamização da vida. Já o símbolo mostra bem claro que URANO é a oitava Superior do Sol. A vida que o Sol nos deu ao nascermos, na primeira casa, vê-se aqui impulsionada para fora, para o alto, para uma libertação e a elevação a um plano transcendente. Ai terminam os oito caminhos, que desde o nascer (Sol), através do crescer (Lua), do aprender (MERCÚRIO), do amar (VÊNUS), do saber e trabalhar (JÚPITER)  e do respeitar e amadurecer (SATURNO), levam o homem até a oitava casa, URANO, que é a libertação. IX – se para a nona casa entendemos NETUNO como oitava superior da Lua, o estudante de Astrologia logo compreende que a Lua (segunda casa) é o sonhar e o fecundar da matéria, o crescer material, e que NETUNO é o sonhar espiritual, é o crescer dos interesses culturais e transcendentais. X - PLUTÃO, o Planeta seguinte, é a oitava de MERCÚRIO, pois, enquanto este se divide em dois para propiciar a multiplicação da vida, PLUTÃO rompe-se em dois para despertar e trazer à luz as energias latentes, os poderes da consciência humana. Sua posição, aqui, torna mais explícito o sentido desta casa, como significadora dos talentos criadores que nos são dados na primeira respiração pela força que vem do alto, do ponto culminante, e cuja realização constitui o ponto mais alto a alcançarmos na vida. PLUTÃO é o vulcão que se rompe, que expulsa todas as cinzas – no ser humano, os complexos, emoções toscas e excrescências psíquicas – de sob as quais surge o nosso poder criador, trazido à tona pela lava e força do vulcão. XI – compreendendo assim as oitavas, concluímos que a lei de formação das regências das casas prossegue adiante, e que o próximo Planeta a ser descoberto será então provavelmente a oitava de VÊNUS. Esta era o princípio da quarta casa, que significa o amor pelo lar, pela Terra natal, pela família e pelos bens e sua oitava superior dará então, futuramente, esse mesmo amor, mas ampliado e mesclado ao sentido da undécima casa, quer dizer: não o amor de uma pátria local, mas da pátria Universal; não da família individual, mas da família humana. XII – como referente da décima segunda casa, virá então um dia a ser descoberta a oitava superior de MARTE, e será o Planeta destinado a ampliar nossa energia do domínio das forças e poderes internos conscientes, cumprindo a promessa do Redentor em João 14.12 “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crer em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai”. Esse Planeta significará, então, a plenitude do poder humano e a dissolução da dor. Uma aluna perguntou-me certa vez: “Mas onde ficarão as oitavas de JÚPITER e SATURNO, para completar a segunda escala?” Minha resposta foi a seguinte: JÚPITER será, então, o Planeta da nova primeira casa reiniciando o círculo – o Planeta do recomeço, da nova vida, quando nos encontrarmos diante do Juiz. E SATURNO, o Planeta da nova segunda casa, quando estão assumiremos a responsabilidade de uma nova Realização. Livro Luz e Sombra – Elementos Básicos de Astrologia. Abraço. Davi.

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