Budismo. O
QUE É UM BODHISATTVA? A palavra bodhisattva vem da junção de Bodhi que
significa sabedoria de Budha, e sattva, seres sensíveis. O Bodhisattva já
atingiu o seu estado de iluminação tendo por isso a coragem para enfrentar e
superar o mal que se manifesta dentro de si e na vida dos outros. Ajuda os
outros seres humanos a atingirem o mesmo, o estado de iluminação e de plena
felicidade, através das suas ações de benevolência e compaixão pelo próximo. O
Bodhisattva compreende melhor a vida e seus ensinamentos assim como não se
deixa dominar por desejos mundanos, sendo caracterizado pelo seu altruísmo,
beneficiando a vida dos outros recebendo o sofrimento como meio para iluminar a
sua própria vida. No estado de Bodhisattva vivem o desapego a bens materiais e
com as pessoas, a sua ajuda nunca causará dependência e nunca cairá no
sofrimento de outros. No coração de um
Bodhisattva existe a pureza de um amor incondicional de acreditar e realizar a
felicidade. Todos os seres humanos conseguem alcançar este estado de
iluminação, não interessa a sua religião, seja qual for a fé, tem que ser
estudada, entendida e interiorizada de forma a que o seu Eu interior possa ser
compreendido. www.aumagic.blogspot.com. O QUE É UMA BODHICITTA? Quando somos capazes
de construir nossa Sangha (comunidade espiritual), para achar nosso verdadeiro
lar e nosso nome verdadeiro, e também despertar a sabedoria da não
discriminação, a energia da bochicitta se torna viva dentro de nós. Bodhicitta
é a palavra sânscrita que significa mente do amor, a mente do despertar. Bohi é
despertar e Citta é mente. Bodhicitta é o desejo profundo de vier nossa vida de
maneira bonita e ser uma luz para os outros de maneira que também vivam de
forma bonita. Estamos conscientes de todos os nossos ancestrais praticando
conosco. Sabemos que estamos conectados a todas as coisas vivas. Com esta
consciência nosso sofrimento não nos devasta. Pelo contrário, nos dá mais
compaixão pelos outros. A cada vez que ficamos atentos, somos um Budha. Na
verdade, todos podem ser um Budha (...) pelo menos por alguns minutos! Quando
estamos refrescados, quando estamos amáveis, quando não estamos com raiva,
quando podemos sorrir, somos muito parecidos com um Budha. Nesse exato momento,
a maioria de nós é um Budha em tempo parcial, mas é possível aprender como se
tornar um Budha em tempo integral. Significa que podemos ser felizes o dia
todo, porque os elementos de frescor, calma e amor nos fazem felizes. Praticar meditação
é trazer mais frescor, calma, alegria e amor para dentro de nós. No passado,
houve um tempo em que éramos assim, muito perto de sermos um Budha. Podemos
sempre ser um Budha – sólidos, sorridentes, sem raiva, sem ciúmes. A primeira
coisa que o budha disse quando obteve a iluminação foi: “Que estranho! Todos
têm a natureza de Budha em si, mas não sabem”. Reconhecer o fato que todos têm
a natureza de Budha nos faz sentir muito melhor e nos dá esperanças para o
futuro. A prática real, a verdadeira prática é permitir que cada momento da
nossa vida diária seja um momento cheio de alegria. Isto é possível graças à
nossa natureza de Budha, o poder da atenção e da concentração gerado por cada
um de nós e também gerado pela nossa Sangha. www.viverconsciente.com. 37 PRÁTICAS DE UM BODHISSATVA. Homenagem a
Amoghapasha Lokeshavara. Prostro-me, sempre respeitosamente, através de minhas três portas,
perante os gurus supremos e o Guardião Avalokiteshvara o qual, vendo que os
fenômenos não vêm e nem vão, esforça-se apenas para o benefício dos seres
errantes. Os Bhudas totalmente iluminados, fonte de benefícios e felicidade,
surgiram da realização do dharma sagrado. E mais, como isso dependeu de eles
conhecerem suas práticas, eu devo explicar a prática dos bodhisattvas. (1) A
prática do bodhisattva é, agora que obtivemos essa excelente embarcação (o
nascimento humano), com folgas e oportunidades e difícil de encontrar; escutar,
pensar e meditar continuamente, dia e noite, para livrar a si e aos outros do
oceano do samsara incontrolavelmente recorrente. (2) A prática do bodhisattva é
deixar sua terra natal, onde o apego aos amigos o deixa agitado como a água, a
raiva aos inimigos o queima como o fogo e a ingenuidade, que o faz esquecer o
que deve ser adotado e o que deve ser abandonado, o encobre na escuridão. (3) A
prática do bodhisattva é amparar-se na solicitude; livrando-se de objetos
nocivos, as emoções e atitudes perturbadoras são gradualmente contidas; sem
distrações, as práticas construtivas naturalmente aumentam; e adquirindo
clareza de consciência, a confiança no dharma cresce. (4) A prática de um
bodhisattva é desistir de se preocupar exclusivamente com a vida atual, na qual
amigos e parentes que estão há muito tempo juntos devem ir cada qual para o seu
lado; riqueza e posses adquiridas com esforço terão que ser deixadas para trás;
e a consciência, o hóspede, deve partir do corpo, sua hospedaria. (5) A prática
de um bodhisattva é livrar-se das amizades destrutivas com quem, quando nos associamos,
as três emoções venenosas crescem, as ações de escutar, pensar e meditar se
deterioram, e o amor e compaixão tornam-se nulos. (6) A prática de um
bodhisattva é ter mais apreço por seu venerado mestre espiritual do que por seu
próprio corpo pois, ao confiarmos (nosso desenvolvimento) ao mestre, nossos
defeitos definham e as boas qualidades se expandem como uma lua crescente. (7)
A prática de um bodhisattva é tomar a direção segura das Joias Supremas,
buscando a proteção daqueles que nunca nos enganarão — já que, a quem os deuses
mundanos podem proteger se eles mesmos ainda estão confinados na prisão do
samsara? (8) A prática de um bodhisattva é nunca cometer qualquer ação
negativa, mesmo que isso lhe custe a vida, pois O Sábio declarou que os sofrimentos
extremamente difíceis de suportar dos renascimentos em estados piores são o
resultado das ações negativas. (9) A prática de um bodhisattva é interessar-se
pelo estado supremo e imperturbável da liberação, uma vez que os prazeres dos
três planos de existência compulsiva são fenômenos que perecem em um mero
instante, como o orvalho nas pontas das folha de grama. (10) A prática de um
bodhisattva é desenvolver o ideal de bodhichitta para liberar inúmeros seres,
pois se nossas mães, que cuidaram de nós desde tempos sem princípio estão
sofrendo, o que faríamos com (apenas) a nossa felicidade? (11) A prática de um
bodhisattva é trocar, com pureza, sua felicidade pessoal pelo sofrimento
alheio, porque (todo) o sofrimento, sem exceção, vem de desejarmos nossa própria
felicidade, enquanto um Bhuda totalmente iluminado nasce da atitude de desejar
o bem-estar dos outros. (12) A prática de um bodhisattva é, mesmo que alguém,
sob domínio de um desejo muito forte, nos roube ou faça com que alguém roube
toda a nossa riqueza, dedicar a essa pessoa seu (próprio) corpo, recursos e
ações construtivas dos três tempos. (13) A prática de um bodhisattva é, mesmo
não tendo cometido o mínimo deslize, se alguém tentar cortar nossa cabeça,
tomar para si as consequências negativas de seu ato, através do poder da
compaixão. (14) A prática de um bodhisattva é, mesmo que alguém divulgue, em
milhares, milhões ou bilhões de mundos, todo tipo de coisas desagradáveis a
nosso respeito, retribuir falando das boas qualidades dessa pessoa, com uma
atitude amorosa. (15) A prática de um bodhisattva é, mesmo que alguém exponha
nossos defeitos ou fale mal (de nós) no meio de um grupo de muitos seres
errantes, cumprimentá-lo respeitosamente, identificando-o como (nosso)
professor espiritual. (16) A prática de um bodhisattva é, mesmo que uma pessoa
de quem tenhamos cuidado e estimado como nosso próprio filho considerar-nos um
inimigo, ter uma afeição especial por ela, como a de uma mãe pelo filho (que
foi) atingido por uma doença. (17) A prática de um bodhisattva é, mesmo que um
indivíduo igual ou inferior a nós, nos insultasse, tomado por arrogância,
recebê-lo respeitosamente na coroa de nossa cabeça, como um guru. (18) A
prática de um bodhisattva é, mesmo não tendo um sustento e sendo constantemente
insultado pelas pessoas, ou tendo uma terrível doença, ou (sendo) atormentado
por espíritos, aceitar, como retribuição, as forças negativas e o sofrimento
dos seres errantes e não desencorajar-se. (19) A prática de um bodhisattva é,
mesmo sendo docemente elogiado, cumprimentado por muitos seres errantes, ou
tendo obtido (riquezas) comparáveis à fortuna de Vaishravana (O Guardião da
Riqueza), nunca ser dissimulado, dizendo que a prosperidade mundana não tem
essência. (20) A prática de um bodhisattva é domar seu continuum mental com as
forças armadas do amor e da compaixão, porque, se não tivermos subjugado o
inimigo - que é a nossa própria hostilidade, mesmo que subjuguemos um inimigo
externo, mais (inimigos) surgirão. (21) A prática de um bodhisattva é abandonar
qualquer objeto que faça nosso apego aumentar, pois os objetos do desejo são
como água salgada: quanto mais (os) aproveitamos, (mais) a sede aumenta. (22) A
prática de um bodhisattva é não trazer à mente as qualidades inerentes dos
objetos e da mente que os tomou (como objetos), percebendo apenas como as
coisas são. Não importa como as coisas pareçam (ser), elas vêm de nossa mente;
e a mente em si é, desde o início, separada dos extremos da fabricação mental
(23) A prática de um bodhisattva é, ao encontrar-se com objetos agradáveis, não
tomá-los como verdadeiramente existentes, mesmo que pareçam (ser) bonitos, como
um arco-íris de verão, e (assim) livrar-se do aferramento (prender com “ferro”)
e do apego. (24) A prática de um bodhisattva é, quando encontrar situações
adversas, vê-las como enganadoras, pois muitos sofrimentos são como a morte de
um filho em um sonho, e tomar (tais) aparências enganadoras com verdade é um
cansativo desperdício. (25) A prática de um bodhisattva é doar generosamente,
sem esperar algo em troca ou que algum karma amadureça, pois se aqueles que
desejam a iluminação tem que doar até seu corpo; o que então dizer de suas
posses? (26) A prática de um bodhisattva é guardar autodisciplina sem intuitos
mundanos, pois se sem disciplina não conseguimos nem satisfazer nossos próprios
propósitos, querer satisfazer os propósitos alheios é uma piada. (27) A prática
de um bodhisattva é criar o hábito de ser paciente, sem hostilidade ou repulsa
(em relação) à quem quer que seja, porque, para um bodhisattva que deseja ser
rico em força positiva, todos os que o machucam são como tesouros de pedras
preciosas. (28) A prática de um bodhisattva é exercer perseverança, a fonte das
boas qualidades, para servir ao propósito de todos os seres errantes, pois vemos
que mesmo os shravakas e os pratyekabuddhas, que buscam atingir apenas o seu
próprio propósito, têm tamanha perseverança que ignorariam um fogo que tivesse
começado em suas próprias mãos. (29) A prática de um bodhisattva é transformar
em hábito a estabilidade mental que supera com pureza as quatro (absorções) sem
forma, através da percepção de que um estado mental excepcionalmente
perceptivo, totalmente imbuído de um estado tranquilo e assentado, pode
derrotar completamente as emoções e atitudes perturbadoras. (30) A prática de
um bodhisattva é fazer da consciência discriminativa, que acompanha os métodos
e que não formula conceitos sobre os três círculos, um hábito. Porque sem a
consciência discriminativa, as cinco atitudes de vasto alcance não geram a
iluminação completa (31) A prática de um bodhisattva é examinar continuamente o
autoengano e livrar-se dele porque, se não examinarmos nosso autoengano, é
possível que cometamos alguma ação não dharmica usando uma fachada dharmica.
(32) A prática de um bodhisattva é não falar dos defeitos de uma pessoa que
entrou no (caminho) Mahayana, porque se, sob o poder das emoções e atitudes
perturbadoras, falarmos sobre os defeitos dos que são bodhisattvas, nós nos
degeneraremos. (33) A prática de um bodhisattva é livrar-se do apego à casa dos
parentes e amigos e à casa de patronos porque, sob o poder de (querer) ganhos e
respeito, podemos discutir com os outros e nossa atividade de escutar, pensar e
meditar irá declinar. (34) A prática de um bodhisattva é livrar-se da linguagem
grosseira, desagradável à mente alheia, pois palavras grosseiras perturbam a
mente dos outros e fazem com que nosso comportamento de bodhisattva decline.
(35) A prática de um bodhisattva é fazer com que os (nossos) serviçais da
presença mental e da atenção segurem as armas opositoras, e forçosamente
destruam as emoções e atitudes perturbadoras, como o apego e assim por diante,
logo que surgirem porque, quando nos habituamos a emoções e atitudes
perturbadoras, é difícil aos oponentes fazerem com que recuem. (36) Em suma, a
prática de um bodhisattva é (trabalhar) para realizar o propósito dos outros,
mantendo continuamente a presença mental e a atenção, para saber em que
condição a mente se encontra, qualquer que seja o comportamento que estejamos
tendo. (37) A prática de um bodhisattva é, com consciência discriminativa e
total pureza dos três círculos, dedicar à iluminação as forças construtivas
conseguidas com esses esforços, para eliminar o sofrimento de infinitos seres
errantes. Tendo seguido a palavra dos seres sagrados e o significado do que foi
declarado nos sutras, tantras e nos tratados, eu organizei (essas) práticas,
trinta e sete, para aqueles que desejam treinar no caminho do bodhisattva. Por
minha inteligência ser fraca e minha educação formal escassa, elas podem não
estar na métrica poética que agrada aos eruditos. Mas por eu ter me baseado nos
sutras e nas palavras dos santos, acredito que (essas) práticas de bodhisattvas
não sejam enganadoras. No entanto, como é difícil para um tolo como eu
compreender a profundidade das grandes ondas do comportamento bodhisattva, eu
peço aos santos que sejam pacientes com minha montanha de falhas, como
contradições, falta de conexão e coisas do gênero. Pela força construtiva que
surgir disso, que todos os seres errantes, através da bodhichitta suprema,
profunda e convencional, tornem-se iguais ao Guardião Avalokiteshvara, que
nunca estabelece morada nos extremos compulsivos da existência samsárica ou da
complacência do nirvana. Isso foi composto na caverna de Rinchen em Ngulchu
pelo disciplinado monge Togmey, um professor de escrituras e lógica, para
benefício próprio e alheio. www.studybuddhism.com.
Abraço. Davi.
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