Astrologia. III. A REVOLUÇÃO
CIENTÍFICA. Nicolau Copérnico (1473-1543) Reforma o Universo. Nos séculos XVI e XVII, a influência
dos astrólogos atingia seu auge nas cortes de Europa. A Astrologia era
considerada intelectualmente estimulante, assim como instrumento útil na
administração da guerra e da paz, na política e na vida privada. Alguns dos
conselheiros reais eram astrônomos-astrólogos e outros mantinham interesse pelo
ocultismo e pela alquimia. Assim, enquanto Elizabeth I (1533-1603), rainha da
Inglaterra, convocava o visionário Doutor John Dee (1527-1608) e seguia seus
conselhos, Catarina de Médici (1519-1589), na França, era orientada por
Nostradamus (1503-1566). Cristiano IV (1577-1648), da Dinamarca, Segismundo III
(1566-1605), da Polônia e Suécia, e Frederico da Boêmia (1596-1632) mantinham
astrólogos em suas cortes. OS GRANDES ASTRÔNOMOS. Um acontecimento que causou
grande tumulto na época foi a publicação em 1543 por Copérnico, o astrônomo
polonês, de sua nova teoria do Universo. Com ela, Nicolau Copérnico (1476-1543)
arrasou a ideia sagrada, mantida por cientistas desde Ptolomeu (120-180),
segundo a qual o Sol, a Lua e todos os planetas giravam em torno da Terra.
Copérnico propunha em vez disso, que o Sol ficava no centro. As pessoas se
horrorizaram e a igreja excomungou seu trabalho, que permaneceu no Index (lista
oficial de livros cuja igreja católica proibia, por considera-la perigosa e
nefasta a moral e a fé) Papal até 1835. A teoria astrológica, no entanto, foi
pouco afetada por Copérnico, mesmo quando suas descobertas foram confirmadas
mais tarde por Johannes Kepler (1571-1630), pois a Astrologia considera as
posições dos planetas de acordo com a visão que deles se tem da Terra; para
objetivos de cálculo, não houve razões para não manter a Terra com centro do
Universo. Os grandes astrônomos da época eram membros das cortes de vários reis
europeus e, invariavelmente eram também astrólogos. Ticho Brahne (1546-1601),
em seu trabalho De Disciplinus Mathematicus, chega a afirmar: “Os que negam a
influência dos planetas violam uma prova evidente que, para pessoas educadas e
de bom julgamento, não admite contradições. “Kepler, sucessor de Brahe como
matemático imperial na corte do Sacro Imperador Romano, escreveu em De Stella Nova:
“Não existe e nem acontece nada no céu visível que não seja sentido em algum
momento oculto pelas pelas faculdades da Terra e da Natureza”. Seria exagero,
no entanto, pretender que todos os pensadores dessa época acreditavam
integralmente na Astrologia como meio de predições exatas. A atitude geral era
mais ou menos a de Francis Bacon (1561-1626). “Estou certo”, ele escreveu, “que
os corpos celestiais possuem certas influências além do calor e da luz”. Seu
ponto de vista prudente sublinha o espírito científico que se desenvolvia entre
os homens inteligentes da época. Em alguns mapas estelares desenhados por C, G.
Eimmart (1638-1705), as constelações do Zodíaco são agrupadas ao longo da eclíptica, ou
órbita do Sol, na base de cada hemisfério. Em torno dos mapas principais,
diagramas demonstram as fases da Lua, as estações e as marés; outros descrevem
três sistemas universais diferentes. No mapa de Ptolomeu a Terra fica como
centro do Universo, enquanto Copérnico colocou o Sol no coração de seu sistema;
e Ticho Brahe colocou a Terra no centro, mas os planetas no órbita do Sol. O
COSMO MECÂNICO. A Ciência Racional e o Renascimento da Astrologia. Por volta do
fim do século XVII a Astrologia decaiu no conceito geral. Algumas pessoas
pretendem que a publicação, em 1687, do Principia, de Isaac Newton (1643-1727),
deu início a esse processo. Ao contrário, as práticas astrológicas haviam
começado a se deteriorar alguns anos antes daquela data. Havia sempre existido
praticantes desonestos no fundo da questão, prontos a tirar vantagem dos
crédulos. Nessa época, os charlatães se multiplicaram, ao perceberem que a
classe média, tornando-se gradualmente mais culta, oferecia um terreno muito
rico para especuladores que anunciavam impossíveis poderes de predição. O
século XVII foi, antes de tudo, a idade da ciência e do racionalismo. Desde as
primeiras observações por telescópios, feitas Thomas Harriot (1560-1621),
Galileu Galilei (1564-1642) e Marius, em cerca de 1609-1610, houve uma
dedicação geral às verdades científicas. Ocorreu então uma separação entre a
Astrologia, que depende não só da matemática, mas também da intuição e
sensibilidade, e as áreas de conhecimento nas quais era possível verificar-se
novas teorias apenas por métodos empíricos. Mesmo assim, ironicamente, o próprio
Isaac Newton, o homem cujo livro
finalmente abriu a fase moderna da Astronomia, nunca perdeu seu profundo
respeito pelas verdades obscuras da Astrologia. A ASTROLOGIA DOBRA A ESQUINA.
Durante o século XX houve poucos astrólogos que mantiveram sério interesse em
sua profissão; e onde floresceu, a Astrologia foi geralmente adulterada pelo
ocultismo. Revistas astrológicas, com O Mensageiro Profético, publicavam
predições e informações a respeito de talismãs mágicos e “magnetismo animal” e
estavam longe de serem publicações astrológicas sérias. Mas, por volta do fim
do século, a Astrologia começou a reviver sob a égide de Madame Helena Petrovna
Blavatsky (1831-1891) e dos Teosofistas. Mais tarde, William Frederick Allan
(1860-1917), sob o pseudônimo de “Alan Deo”, tornou-se o primeiro astrólogo
popular importante do século XX, embora os horóscopos de produção em série que
publicou tenham sido, na maioria, de
pouco valor, seus livros de Astrologia foram escritos com responsabilidade e
são ainda lidos por seu valor instrutivo na década de 1970. Nos Estados Unidos
da América, o primeiro astrólogo popular de importância foi Evangeline Adams
(1865-1930), cujas notáveis predições trouxeram-lhe fama e seguidores
dedicados. Ela é lembrada principalmente
por suas séries no rádio, que fizeram muito para divulgar os benefícios
da Astrologia. Em anos mais recentes, Dane Rudhyar (1895-1985) conseguiu levar
a Astrologia a um alto nível acadêmico, conferindo-lhe uma linguagem pela qual
“o homem pode descobrir o padrão de ordem que revela não só sua
individualidade, como seu destino”. Na Europa, enquanto isso, muitas pessoas
foram influenciadas pelos ensaios astrológicos de C. G. Jung (1875-1961). Hoje,
é claro, a Astrologia vai se tornando uma parte essencial de nossa cultura e
cria uma grande contribuição em muitos campos, incluindo os terrenos de
negócios, psiquiatria, ciência, educação e lei. A Astrologia tem feito mais que
sair de trás da cortina. É hoje uma fonte importante de entusiasmo para
milhares de pessoas. O planetário foi um instrumento mecânico que demonstrava os movimentos relativos dos
corpos celestes. Alguns do século XVIII mostravam o Sol no centro: em torno
dele giravam Mercúrio, Vênus, a Terra e a Lua. A Nebulosa de Trifido em
Sagitário. A pesquisa moderna sugere que os ritmos dos corpos no espaço podem
estar ligados com os ciclos de atividade próprios do homem, como nossas batidas
de coração e ritmos cerebrais. As curvas de luz de um diagrama mostram como as
emissões da estrela dupla Algol variam a cada dois dias e meio. Cientistas
estudam agora se tais atividades cósmicas podem afetar nossas vidas. A
intensidade cósmica mutável da estrela dupla Algol: sua luminosidade descreve
quando a estrela mais fraca oculta a outra; mas quando a mais brilhante está na
frente, o corpo conjunto emite mais luz. A NOVA ASTROLOGIA. Explorando as
Fronteiras da Energia Cósmica. Hoje, usando as famosas palavras do psicólogo C.
G. Jung “a Astrologia bate às portas das universidades, das quais fora banida
há uns trezentos anos”. Anualmente, astrólogos do mundo todo encontram-se em
conferências internacionais para trocar informações e discutir novos caminhos
que ligam a Astrologia a todas as formas de disciplinas científicas. Ela tem
sido de utilidade, por exemplo, para a medicina: na República Tcheca (antiga
Tchecoslováquia), o médico Eugen Jonas (1928-
) vem experimentando a Astrologia para a predição do sexo de crianças,
além de encontrar evidências impressionantes que demostram que a fertilidade
das mulheres varia de acordo com os movimentos do Sol e da Lua. Os
meteriologistas estão cada vez mais conscientes do efeito que têm os planetas
sobre o clima terrestre – demonstrando, através de estatísticas, a influência
da Lua sobre as chuvas, de Mercúrio sobre a temperatura e dos ciclos
planetários sobre o quadro geral do clima de cada ano. O diretor do Conselho
Geofísico Mundial Rudolf Tomaschek (1895-1966), concluiu que a posição de Urano
foi significativo nos casos de 134 terremotos que estudou. Na época da
Renascença todo homem culto acreditava em Astrologia – que os planetas, embora
não ditassem o que o homem devia fazer, inclinavam-no a certas ações ou
atitudes. Depois de trezentos anos em que essa crença quase desapareceu agora
um número cada vez maior de pessoas começa a chegar a conclusão de que os
astrólogos provavelmente têm razão. E também a ciência, aos poucos, vai
apoiando essa noção. Como o astrônomo inglês Bernard Lovell (1912-2013) colocou
a questão há alguns anos: “É quase como se atravessássemos uma série de
fantasias científicas para provar crenças antigas”. Na Rússia, a Astrologia,
como as religiões, é oficialmente desacreditada. Nos países do Ocidente, em
geral, a opinião pública volta-se cada vez mais para a crença de que, como
escreveu Jung. “Tudo o que nasce ou é feito neste momento, tem as qualidades
deste mesmo momento”. Sabemos hoje que poderes extraterrestre, principalmente
vindos do Sol e da Lua, afetam todas as formas de comportamento de plantas e
animais, das ostras e pássaros ao próprio homem. Um interessante diagrama
mostra a descoberta de F. A. Brown Junior, segundo o qual os platelmintos
(tipos de vermes) são dirigidos pelas fases lunares. Na Lua nova viram cerca de
10º para a esquerda ao deixar seu cercado. Na Lua cheia viram a mesma distância
para a direita. Eugen Jonas escreveu que as mulheres se tornam férteis em
épocas ditadas pelo Sol e a Lua, e que, se na concepção a Lua estiver num signo
positivo (mais), a criança será um menino; se estiver no negativo, será uma
menina. Alguns dos ciclos de atividade humana que podem corresponder a funções
cósmicas mais amplas. Os ritmos Beta afetam nosso senso de julgamento; os
ritmos Alfa são mais ativos durante o sono. Os outros se relacionam com o
coração, os rins e os ovários. Coleção Zodíaco. Bloch Editores. Abraço. Davi.
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