quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

I. Discernimento.

Filosofia Oriental. Por Alcione. Prólogo. Anne Besant (1847-1933) “Como mais idosa, foi-me dado o privilégio de escrever algumas palavras de introdução a este livrinho, o primeiro escrito por um irmão mais jovem, no corpo, mas não na alma. Os ensinamentos nele contidos lhe foram dados por seu Mestre ao prepara-lo para a Iniciação, e foram por ele escritos de memória, lenta e laboriosamente, pois o seu inglês no ano anterior era muito menos fluente do que hoje. É, na maior parte, a reprodução das próprias palavras do Mestre; e o que não é reprodução verbal, é o pensamento do Mestre vestido com as palavras do Discípulo. Duas frases omitidas foram restabelecidas pelo Mestre. Em dois outros casos uma palavra esquecida foi adicionada. Afora isto, é inteiramente do próprio Alcione e a sua primeira dádiva ao mundo. Que ela ajude tanto aos outros, quanto a ele auxiliaram os ensinamentos orais, tal é a esperança com que a dar. Porém, os ensinamentos só podem dar frutos se nós os vivermos, como Alcione os tem vivido desde que saíram dos lábios do Mestre. Se o exemplo for seguido tanto quanto o preceito, então abrir-se-á para o leitor, como aconteceu ao escritor, o grande Portal, e os seus pés trilharão a Senda”. Aos que batem (...). Do irreal conduz-me ao Real. Das trevas conduz-me à Luz. Da morte conduz-me à imortalidade. Por Jiddu Krishnamurti (1895-1986). Prefácio. Minhas não são estas palavras e sim do Mestre que me instruiu. Sem Ele nada poderia ter feito, porém, com o Seu auxílio, comecei a trilhar a Senda. Tu desejas também entrar na mesma Senda. Por isso, as palavras que Ele me dirigiu te auxiliarão, se as obedeceres. Não basta dizer que são verdadeiras e belas; o homem que deseja obter êxito, necessita fazer exatamente o que lhe é ensinado. Olhar para o alimento e dizer que é bom, não satisfaz um faminto; e necessário estender a mão e comê-lo. Da mesma forma, não basta ouvir as palavras do Mestre. É preciso fazer o que Ele diz, atento à menor palavra, ao menor sinal, pois se uma indicação não for seguida, se uma palavra for desprezada, perdidas ficarão para sempre, porque o Mestre não fala duas vezes. Quatro são as qualidades necessárias para a Senda: I. Discernimento. II. Ausência de desejos (Desapego, abnegação). III. Boa conduta. IV. Amor. Tentarei dizer-Te o que sobre cada uma delas o Mestre me ensinou. I. Discernimento. A primeira dessas qualidades é o Discernimento, vulgarmente tomado no sentido daquela distinção entre o real e o irreal, que conduz o home para s Senda. É isto; mas é muito mais ainda, e deve ser praticado, não somente no começo da Senda. É isto; mas é muito mais ainda, e deve ser praticado, não somente no começo da Senda, porém a cada passo que nela diariamente se dá, até o fim. Entras para a Senda porque aprendeste que somente nela se podem encontrar as coisas dignas de aquisição. Os homens que não sabem, trabalham para adquirir a riqueza e o poder, porém estes bens são, quando muito, para uma vida somente e, portanto, irreais. Há coisas maiores do que essas, coisas reais e duradouras: quando as tiveres visto uma vez, não mais desejarás as outras. Em todo o mundo há somente duas espécies de pessoas, as que sabem e as que não sabem, e o conhecimento é o que importa possuir. A religião de um homem, a raça a que pertence, não são coisas de importância. O que é realmente importante é o conhecimento, o conhecimento do Plano de Deus em relação aos homens. Pois Deus tem um plano e esse plano é a Evolução. Quando o homem o tiver visto e, realmente, o conhecer, não poderá deixar de cooperar nele, unificando-se com ele, tal a sua glória e beleza. Assim, pelo fato de possuir o conhecimento, ele está ao lado de Deus, firme no bem e resistente ao mal, trabalhando pela evolução e não com fins pessoais. Se está ao lado de Deus, é um dos nossos, não tendo a mínima importância que ele se diga hinduísta, budista, cristão ou maometano, ou que seja hindu, inglês, chinês ou russo. Aqueles que estão ao lado de Deus sabem por que ai se acham, sabem o que têm a fazer e tentam cumpri-lo. Todos os demais não sabem ainda o que têm a fazer e, por isso, frequentemente agem de modo insensato, imaginando caminhos para si próprios, os quais lhes parecem agradáveis, não compreendendo que todos são um e que, portanto, só aquilo que o Uno quer pode realmente ser agradável a todos. Seguem o irreal ao invés do Real. E, enquanto não aprendem a distinguir entre ambos, não se colocam ao lado de Deus, e eis porque o Discernimento é o primeiro passo a dar. Todavia, mesmo depois de feita a escolha, deves lembrar-te de que no Real, e no irreal há muitas variantes e o discernimento deve ainda ser exercido entre o bem e o mal, o importante e o não importante, o útil e o inútil, o verdadeiro e o falso, o egoísta e o desinteressado. Entre o bem e o mal não deveria ser difícil escolher, pois aqueles que desejam seguir o Mestre já se decidiram a seguir o bem a todo custo. Porém, o homem e o seu corpo são dois, e a vontade do homem nem sempre está de acordo com a do corpo. Quando o teu corpo desejar alguma coisa, para e considera se tu és Deus e só queres o que Deus quer. Necessitas, porém, penetrar fundo em ti mesmo, para em teu interior encontrares Deus e ouvir a Sua voz, que é a tua. Não confundas os teus corpos contigo mesmo, nem o teu corpo físico, nem o astral, nem o mental. Cada um deles pretende ser o Ego, a fim de obter o que deseja. Precisas, porém, conhece-los todos e conhecer-te a ti mesmo como seu possuidor. Quando há um trabalho para fazer, e quando o corpo físico quer descansar, passear, comer e beber; o homem que não sabe, diz a si mesmo: eu quero fazer estas coisas e preciso fazê-las. Porém, o homem que sabe diz: Quem quer não sou eu; portanto espere um pouco. Frequentemente, quando há oportunidade de auxiliar alguém, o corpo insinua: Que aborrecimento isto me trará; deixemos que outro qualquer tome o meu lugar. Porém, o homem que sabe lhe replica: Tu não me impedirás de praticar uma boa ação. O corpo é teu animal, o cavalo que montas. Deves, portanto, trata-lo bem, cuidar bem dele, não o estafar, alimentá-lo perfeitamente limpo, sempre, sem o menor vestígio de impureza. Pois que, sem um corpo perfeitamente limpo e saudável, não podes efetuar a árdua tarefa da preparação, nem resistir-lhe os incessantes os incessantes esforços. Deves, porém, ser sempre tu quem o domine, e não ele o que te domine a ti. O corpo astral tem seus desejos, e os tem às dúzias; há de querer ver-te encolerizado, ouvir-te dizer palavras ásperas, que sintas ciúmes, que sejas ávido por dinheiro, que invejes os bens alheios e cedas ao desânimo. Quererá todas essas coisas e muitas outras mais, não porque deseje prejudicar-te, mas por que lhe aprazem as vibrações violentas e gosta de muda-las continuamente. Tu, porém, não desejas nenhuma destas coisas e, portanto, deves distinguir os teus desejos dos de teu corpo astral. O teu corpo mental deseja manter-se orgulhosamente separado; quererá que penses muito em ti mesmo e pouco nos outros. Mesmo quando o tiverdes desviado das coisas mundanas, tentará ainda especular acerca de ti próprio, fazer-te pensar no teu próprio progresso, em lugar de o fazeres na obra do Mestre e em auxiliar os outros. Quando meditares, tentará fazer-te pensar nas diferentes coisas que ele quer, em vez da única de que necessitas. Não és esse corpo mental, mas dele dispões para o teu uso; assim, mesmo aqui, o discernimento é necessário. Deves vigiar incessantemente, sob pena de vires a falir. Do Livro Aos Pés do Mestre. Abraço. Davi.

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