Islamismo. www.ccib.org.br. VI. A MULHER NO ISLAM. Billy
Graham (1918-2018), o eminente evangélico cristão, reconheceu este fato:
"O cristianismo não pode se comprometer com a questão da poligamia. Se
hoje o cristianismo não pode fazer isso, é em seu próprio detrimento. O Islam
permitiu a poligamia como uma solução para os males sociais e reconheceu um
certo grau de latitude da natureza humana, mas, somente dentro da estrutura
estritamente definida na lei. Os países cristãos fazem um estardalhaço sobre a
monogamia, mas, na verdade, eles praticam a poligamia. Ninguém ignora a
existência das amantes na sociedade ocidental. A esse respeito, o Islam é
fundamentalmente uma religião honesta, que permite a um muçulmano se casar uma
segunda vez se ele precisa, mas proíbe rigorosamente todas as associações
clandestinas, a fim de salvaguardar a probidade moral da comunidade". (75)
Releva notar que muitos países no mundo de hoje, muçulmanos ou não, proibiram a
poligamia. Tomar uma segunda esposa, ainda que com o livre consentimento da
primeira, é uma violação da lei. Por outro lado, trair a esposa, com ou sem o
seu conhecimento e/ou consentimento, é perfeitamente legitimada. Qual é a
sabedoria legal por detrás de tal contradição? A lei foi feita para premiar a
decepção e punir a honestidade? Este é um dos paradoxos fantásticos de nosso
mundo "civilizado". 15. HIJAB. Finalmente, vamos esclarecer o que é
considerado no ocidente como o maior símbolo de opressão e servidão da mulher,
o véu, ou a cabeça coberta. É verdade que não existe algo como o véu na
tradição judaico-cristã? Façamos o registro correto. De acordo com o Rabino Dr.
Menachem M. Brayer (Professor de Literatura Bíblica na Universidade de Yeshiva)
em seu livro, "A Mulher Judia na Literatura Rabínica", era um costume
judeu a mulher ir aos lugares públicos com a cabeça coberta, e, em alguns casos,
com todo o rosto coberto, deixando apenas um olho de fora (76). Ele cita alguns
famosos ditos rabinícos antigos, "Não é bom para as filhas de Israel
andarem na rua com suas cabeças descobertas" e "Amaldiçoado seja o
homem que permite que o cabelo de sua esposa seja visto... uma mulher que expõe
seus cabelos como adorno traz a pobreza". A lei rabínica proibe a
recitação de bênçãos e orações na presença de mulheres casadas com a cabeça
descoberta, uma vez que o cabelo é considerado "nudez" (77). O Dr. Brayer
também menciona que "Durante o período Tannaitic a mulher judia com sua
cabeça descoberta era considerada uma afronta à sua modéstia. Quando sua cabeça
estava descoberta ela podia ser multada em 400 zuzim por esta ofensa". O
Dr. Brayer também explica que o véu da mulher judia nem sempre era considerado
como um sinal de modéstia. Algumas vezes, o véu simbolizava mais um estado de
distinção e de luxúria do que modéstia. O véu personificava a dignidade e
superioridade das mulheres nobres. Também podia representar a inacessibilidade
da mulher, como posse santificada de seu marido (78), O véu significava o auto respeito
de uma mulher e um status social. As mulheres das classes mais baixas vestiam o
véu para dar a impressão de uma posição mais elevada. O fato de o véu
significar sinal de nobreza foi a razão de não se permitir às prostitutas
cobrirem seus cabelos, na antiga sociedade judaica. Contudo, as prostitutas
muitas vezes usavam um lenço especial, a fim de parecerem respeitáveis (79). As
mulheres judias na Europa continuaram a usar o véu até o século XIX, quando
suas vidas se tornaram inter relacionadas com o meio cultural. As pressões
externas da vida europeia no século XIX, obrigaram as mulheres a saírem com as
cabeças descobertas. Algumas judias achavam mais conveniente substituir o
tradicional véu por peruca, como uma outra forma de cobrir a cabeça.
Atualmente, muitas mulheres judias piedosas não cobrem mais suas cabeças,
exceto quando se encontram nas sinagogas (80). Algumas delas, tais como as da citada
Hasidic, ainda usam peruca (81). O que dizer a respeito da tradição cristã? É
sabido que as freitas católicas usaram suas cabeças cobertas por centenas de
anos, mas isto não é tudo. São Paulo, no Novo Testamento, fez algumas
declarações muito interessantes a respeito do véu: "Agora eu quero que
vocês percebam que a cabeça de cada homem é o Cristo e a cabeça da mulher é o
homem e a cabeça do Cristo é Deus. Cada homem que reza ou vaticina com a cabeça
coberta desonra a sua cabeça. Cada mulher que ora ou vaticina com a cabeça
descoberta desonra sua cabeça - é como se sua cabeça estivesse raspada. Se a
mulher não cobrir sua cabeça, ela deve ter os seus cabelos cortados: e para não
cair na desgraça de ter os cabelos cortados ou raspados ela deve cobri-los. Um
homem não deve cobrir sua cabeça uma vez que ele é a imagem e glória de Deus;
mas a mullher é oriunda do homem; o homem não foi criado da mulher, mas a
mulher foi criada do homem. Por esta razão, e por causa dos anjos, a mulher
deve ter um símbolo da autoridade sobre sua cabeça" (I Coríntios 11:3/10. As
razões apresentadas por São Paulo, para que a mulher se cubra, é que o véu
significa um sinal de autoridade do homem, o qual é a imagem e glória de Deus
sobre a mulher, que foi criada dele e para ele. São Tertuliano, em seu famoso
tratado "Sobre o véu das virgens", escreveu "jovens mulheres,
vocês se cobrem quando nas ruas, assim, vocês devem se cobrir quando na igreja,
vocês se cobrem quando estão entre pessoas estranhas, portanto vocês devem se
cobrir quando estiverem entre seus irmãos..." Entre as leis canônicas da
Igreja Católica de hoje, há uma lei que exige que as mulheres cubram suas
cabeças quando estiverem na igreja (82). Algumas denominações cristãs, tais
como os Amish e os Menonitas, por exemplo, matêm suas mulheres cobertas até
hoje. A razão para o véu, conforme explicado pelos líderes da Igreja, é que
"a cabeça coberta é um símbolo da sujeição feminina ao homem e a
Deus", o que, no final, significa a mesma lógica apresentada por São Paulo
no Novo Testamento (83). De todas as evidências acima, é óbvio que o Islam não
inventou a cabeça coberta. Contudo, o Islam endossa a tese. O Alcorão obriga
homens e mulheres a baixarem seus olhos e guardarem suas modéstias e, com
relação às mulheres, determina que suas cabeças sejam cobertas, além do pescoço
e seios: "Diga às crentes que elas devem baixar seus olhos e guardar sua
modéstia; que elas não devem exibir sua beleza e adornos, exceto o que
comumente aparece; que elas devem puxar seus véus sobre os seios... "
(24:30/3l). O Alcorão é bem claro no que se refere ao véu como essencial para a
modéstia. Mas, por que a modéstia é importante? O Alcorão é ainda mais claro:
"Ó Profeta, dize às tuas esposas e filhas, e às crentes, que elas devem se
cobrir com suas mantas (quando na rua) a fim de que elas se distingam das
demais e não sejam molestadas" (33:59). Esta é a questão principal, a
modéstia é prescrita para proteger as mulheres de serem molestadas, isto é, a
modéstia é proteção. Assim, a única proposta do véu no Islam é a proteção. O
véu islâmico, diferentemente do véu na tradição cristã, não é sinal da
autoridade do homem sobre a mulher, nem é um sinal de sua sujeição ao homem. O
véu islâmico, diferentemente da tradição judaica, não é um sinal de luxúria ou de
distinção de algumas mulheres casadas nobres. O véu islâmico é simplesmente um
sinal de modéstia, com a proposta de proteger as mulheres, todas as mulheres. A
filosofia islâmica é que é sempre melhor prevenir do que remediar. Realmente, o
Alcorão é tão preocupado com a proteção dos corpos das mulheres e sua
reputação, que um homem que se atrever a acusar falsamente uma mulher de não
ser casta, será severamente punido: "E aqueles que difamarem as mulheres
castas, sem apresentarem 4 testemunhas, infligí-lhes oitenta chibatadas e nunca
mais aceiteis os seus testemunhos por que tais homens são transgressores".
Compare-se esta posição alcorânica com a punição extremamente branda da Bíblia
para os casos de estupro: Se um homem encontra uma virgem, que está na condição
de casar e a estupra e eles são descobertos, ele deve pagar ao pais da moça 50
shekels de prata. Ele deve se casar com a moça por que ele a violou. Ele não
poderá nunca se divorciar dela enquanto viver (Deuteronômio 22:38/30). Podemos
simplesmente perguntar: Quem é punido realmente? O homem que somente pagou uma
multa pelo estupro ou a moça que se viu forçada a se casar com o homem que a
violentou e a ficar com ele até que ele morra? Outra questão que se apresenta
é: quem proteje mais as mulheres, o Alcorão com sua postura rigorosa, ou a
Bíblia com sua posição mais branda? Algumas pessoas, sobretudo no ocidente, têm
uma tendência a ridicularizar a argumentação da modéstia para proteção. Elas
dizem que a melhor proteção é divulgar a educação, o comportamento civilizado e
o autocontrole. E nós dizemos: ótimo, mas insuficiente. Se o processo de
civilização fosse suficiente, então por que mulheres nos USA não se atrevem a
andar sozinhas em ruas escuras, ou mesmo a cruzar um parque vazio? Se a
Educação fosse a solução, então por que é que uma respeitada universidade como
a de Queen tem um serviço de condução principalmente para as estudantes no
campus? Se o autocontrole fosse a resposta, então por que tantos casos de
molestamento sexual acontecem em locais de trabalho, como relatados nos jornais
a cada dia? Em uma amostra sobre os molestadores, nos últimos anos,
encontramos: marinheiros, diretores, professores universitários, senadores,
juízes da Suprema Corte e até o Presidente dos Estados Unidos. Eu não posso
acreditar em meus olhos, quando leio sobre as seguintes estatísticas,
elaboradas pelo escritório das mulheres decanas da Universidade de Queens: * No
Canadá, uma mulher é atacada sexualmente a cada seis minutos; * Uma, em cada
três mulheres no Canada, será sexualmente assaltada em alguma época de suas
vidas; * 1 em 4 mulheres corre o risco de ser estuprada alguma vez; * 1 em 8
mulheres será atacada sexualmente enquanto estiver no colégio ou universidade;
e * Um estudo concluiu que 60% dos estudantes universitários canadenses
cometeriam algum tipo de violência sexual se eles estivessem seguros de não
serem descobertos. Alguma coisa está fundamentalmente errada na sociedade em
que vivemos. Uma mudança radical no modo de vida e na cultura da sociedade se
faz absolutamente necessária. Uma cultura de modéstia é necessária, modéstia no
vestir, no falar e nos modos, tanto de homens como de mulheres. Caso contrário,
as terríveis estatísticas continuarão a crescer e, infelizmente, as mulheres,
sozinhas, pagarão o preço. Realmente, nós todos sofremos, mas Kalil Gibran
(1883-1931) disse "... porque a pessoa que recebe os golpes não é como a
que se encontra entre elas" (84). Logo, uma sociedade como a francesa, que
expulsa uma jovem de sua escola por causa de suas roupas, acaba, no final, por,
simplesmente, se ferir a si mesma. Uma das maiores ironias de nosso mundo atual
é que, o mesmo véu que é reverenciado como sinal de "santidade",
quando usado pelas freiras católicas como forma de exibir a autoridade do
homem, é mostrado como forma de "opressão" quando vestido com o
objetivo de proteger a mulher muçulmana. EPÍLOGO. A questão que se
apresenta àqueles não mulçumanos, que leram uma versão inicial do presente
estudo é: As mulheres muçulmanas no mundo de hoje recebem este nobre tratamento
tal como descrito aqui? A resposta, infelizmente, é: Não. Uma vez que a questão
é inevitável em qualquer discussão referente à condição das mulheres no Islam,
temos que elaborar uma resposta, a fim de fornecer aos leitores um quadro
completo. Devemos esclarecer, primeiro, que as enormes diferenças entre as
sociedades muçulmanas acabam por fazer generalizações muito simplistas. Há um
vasto espectro de posturas em relação à mulher no mundo muçulmano atual. Estas
posturas diferem de uma sociedade para outra e dentro de sociedade individual.
Contudo, podemos discernir certos traços gerais. Quase todas as sociedades
muçulmanas, em maior ou menor grau, desviaram-se dos ideais do Islam, com
respeito à condição das mulheres. Estes desvios, na maior parte, se direcionaram
para uma ou duas direções. A primeira é mais conservadora, restritiva e
orientada pelas tradições, enquanto que a segunda é mais liberal, orientada
pelos costumes ocidentais. As sociedades que se encaminharam para a primeira
direção tratam as mulheres de acordo com os costumes e tradições herdados de
seus ascendentes. Estas tradições, comumente, privam as mulheres de muitos
direitos garantidos a elas pelo Islam. Além disso, as mulheres são tratadas de
acordo com padrões diferentes daqueles aplicados aos homens. Esta discriminação
penetra a vida de qualquer mulher: ela é recebida com menos alegria ao nascer
do que um menino; ela é menos incentivada a ir para a escola; ela pode ser
privada de qualquer participação na herança de sua família; ela está sob
contínua vigilância com relação a sua modéstia, enquanto que os atos de
imodéstia de seus irmãos são tolerados; ela pode até ser morta por cometer o
que os membros masculinos de sua família comumente se vangloriam de praticar;
ela tem pouca atuação nos assuntos familiares ou nos interesses comunitários;
ela pode não ter o completo controle sobre suas posses e seus presentes de
casamento; e, finalmente, como mãe, ela preferiria gerar filhos homens a fim de
alcançar uma elevada posição em sua comunidade. Por outro lado, há sociedades
muçulmanas (ou certas classes dentro de algumas sociedades) que foram varridas
pela cultura e modo de vida do ocidente. Estas sociedades, muitas vezes,
imitam, de forma inimaginável, tudo o que receberam do ocidente e, finalmente,
acabam por adotar os piores frutos da civilização ocidental. Nestas sociedades,
a prioridade máxima na vida de uma típica mulher "moderna" é realçar
sua beleza física. Em razão disso, seu esforço é mais para compreender sua
feminilidade do que preencher sua humanidade. Por que as sociedades muçulmanas
se desviaram dos ideais do Islam? Não há uma resposta fácil. Uma explicação
penetrante, das razões pelas quais muçulmanos não aderiram aos preceitos
alcorânicos com relação às mulheres, está além do objetivo deste estudo.
Contudo, deve ser esclarecido que as sociedades muçulmanas também se desviaram,
há muito tempo, dos preceitos islâmicos concernentes a muitos aspectos de suas
vidas. Há uma grande diferença entre o que os muçulmanos supõem acreditar e o que
eles realmente praticam. Esta diferença não é um fenômeno recente. Tem sido
assim por séculos e continuará aumentando dia após dia. Esta diferença sempre
crescente tem tido consequências desastrosas sobre o mundo muçulmano e se
manifestam em quase todos os aspectos da vida: tirania e fragmentação política,
economia, injustiça social, falência científica, estagnação intelectual, etc. O
status não islâmico das mulheres no mundo muçulmano atual é simplesmente um
sintoma de doença mais profunda. Qualquer reforma no atual status das mulheres
muçulmanas não terá sucesso se não for acompanhada de reformas mais amplas em
todo o modo de vida das sociedades islâmicas. O mundo muçulmano está
necessitando de um renascimento que o aproxime dos ideais do Islam e não que o
afaste deles. Para resumir, a noção, hoje em dia, de que há um pobre status das
mulheres muçulmanas se deve a uma total incompreensão. Os problemas dos
muçulmanos em geral não são devidos ao fato de eles estarem muito presos ao
Islam. Na verdade, eles se originam exatamente por um longo e profundo
afastamento do Islam. Deve-se também enfatizar que a proposta deste estudo
comparativo não é, em qualquer hipótese, difamar o judaismo ou o cristianismo.
A posição das mulheres nas tradições judaico-cristãs pode parecer retrógrada,
se comparada com nossos padrões de final de século XX, contudo, deve ser
encaradas dentro de seu próprio contexto histórico. Em outras palavras,
qualquer avaliação da posição das mulheres na tradição judaico-cristã tem que
levar em conta as circunstâncias históricas nas quais essas tradições se
desenvolveram. Não pode haver dúvida de que as opiniões dos rabinos e pastores
da Igreja, em relação às mulheres, foram influenciadas por posturas
prevalecentes em suas respectivas sociedades. A própria Bíblia foi escrita por
diversos autores em diversas épocas. Estes autores não podiam ser imparciais
aos valores e modo de vida das pessoas à volta deles. As leis do adultério no
Velho Testamento, por exemplo, eram tão desfavoráveis às mulheres que elas
desafiam qualquer explicação racional por parte de nossa mentalidade. Contudo,
se nós considerarmos o fato de que as primeiras tribos judias eram obcecadas
pela sua homogeneidade genética e extremamente desejosas de se distinguirem das
outras tribos, e que somente a má conduta sexual das mulheres casadas podia
ameaçar essas caras aspirações, nós podemos entender, mas não necessariamente
nos simpatizarmos com elas, as razões de tal obcessão. Também, as ranzinzices
dos padres da Igreja contra as mulheres devem ser encaradas dentro do contexto
da misoginia da cultura greco-romana, na qual eles viviam. Não seria correto
avaliar o legado judaico-cristão, sem levar em consideração o relevante
contexto histórico. De fato, a compreensão adequada do contexto histórico
também é crucial para o entendimento do significado das contribuições do Islam
para a história mundial e a civilização humana. A tradição judaico-cristão foi
influenciada e moldada pelo meio ambiente, condições e culturas existentes à
época. No século VII, esta influência distorceu a mensagem divina revelada a
Moisés e Jesus, muito além do reconhecimento. O pobre status das mulheres no
mundo judaico-cristão no séc. VII é apenas um caso em questão. Em razão disso,
havia uma grande necessidade de uma nova mensagem, que levasse a humanidade de
volta para o camino reto. O Alcorão descreveu a missão do novo mensageiro como
uma libertação para judeus e cristãos do peso que havia sobre eles: "São
aqueles que seguem o Mensageiro, o Profeta iletrado, o qual encontram
mencionado em suas próprias escrituras - Tora e Evangelho - o qual lhes
recomenda todo bem e lhes veda o que é mal; ele lhes alivia de seus pesados
fardos e dos grilhões que estão sobre eles" (7:157) Portanto, o Islam não
deve ser visto como uma tradição rival para o judaísmo e cristianismo. Ele deve
ser encarado como uma consumação, complementação e aperfeiçoamento das
mensagens divinas que foram reveladas anteriormente. Ao final desse estudo,
gostaria de oferecer o seguinte conselho para a comunidade muçulmana global.
Nega-se a muitas mulheres muçulmanas os direitos islâmicos básicos. Os erros do
passado devem ser corrigidos. Fazer isto não é um favor, mas sim uma obrigação
para todos os muçulmanos. A comunidade muçulmana mundial deve elaborar um
quadro com as instruções do Alcorão e os ensinamentos do Profeta do Islam. Este
quadro deve garantir a elas todos os direitos doados pelo Criador. Então, todos
os meios necessários têm de ser desenvolvidos, a fim de assegurar a
implementação adequada deste quadro, o qual se faz necessário há muito tempo.
Mas, melhor tarde do que nunca. Se o mundo muçulmano não garantir os direitos
islâmicos plenos a suas mães, esposas, irmãs, filhas, quem o fará? Temos que
ter a coragem de confrontar nosso passado e rejeitar completamente as tradições
e costumes de nossos ascendentes, sempre que essas tradições e costumes se
contraponham aos preceitos do Islam. O Alcorão não criticou severamente os
árabes pagãos por seguirem cegamente as tradições de seus ancestrais? Por outro
lado, temos que desenvolver uma atitude crítica em relação a tudo que recebemos
do ocidente ou de qualquer outra cultura. A interação com e o aprendizado de,
são experiências válidas. O Alcorão sucintamente considerou esta interação como
uma das propostas da criação: Oh! homens, em verdade Nós vos criamos de um
único casal e vos dividimos em povos e tribos, para reconhecerdes uns aos
outros`` (49.13). Pode-se dizer, contudo, que a imitação cega dos outros é um
sinal certo de uma completa falta de autoestima. Estas palavras finais são
dedicadas aos leitores não muçulmanos, judeus, cristãos, ou quaisquer outros. É
desorientador o fato de uma religião, que revolucionou a condição da mulher,
estar sendo tachada e denegrida como sendo uma religião que reprime a mulher.
Esta percepção sobre o Islam é um dos mitos mais difundidos em nosso mundo de
hoje. Este mito está sendo perpetuado por uma enxurrada de livros
sensacionalistas, artigos e imagens na mídia, e filmes de Hollywood. O
resultado inevitável dessas incessantes imagens errôneas tem sido a
incompreensão e o medo a tudo que se refere ao Islam. Este retrato negativo do
Islam na mídia mundial tem que acabar se quisermos viver em um mundo livre de
todos os traços de discriminação, preconceito e equívoco. Os não muçulmanos
devem perceber a existência de uma imensa diferença entre a crença e a prática
muçulmanas e o simples fato de que as ações dos muçulmanos não representam
necessariamente o Islam. Rotular a condição da mulher no mundo muçulmano de
hoje como "islâmica" está tão longe da verdade quanto rotular a
posição da mulher de hoje, no ocidente, como "judaico-cristã". Com
isto em mente, muçulmanos e não muçulmanos devem começar o processo de
comunicação e diálogo, a fim de remover todos os preconceitos, suspeitas e
medos. Um futuro pacífico para a família humana necessita de tal diálogo. O
Islam deve ser visto como uma religião que melhorou consideravelmente a
condição da mulher e lhe garantiu muitos direitos que o mundo moderno só veio a
reconhecer neste século. O Islam ainda tem muito a oferecer à mulher de hoje,
dignidade, respeito e proteção em todos os aspectos e estágios de sua vida,
desde o nascimento até a morte, além do reconhecimento, equilíbrio e meios para
a satisfação de todas as suas necessidades espirituais, intelectuais, físicas e
emocionais. Não espanta que muitos daqueles que escolhem ser muçulmanos em
países como a Inglaterra sejam mulheres. Nos USA, as mulheres se convertem ao
Islam, numa proporção de 4 para cada homem. O Islam tem muito a oferecer ao
mundo de hoje, que está em grande necessidade de um guia e uma liderança moral.
O embaixador Herman Eilts, testemunhando frente ao comitê de Negócios
Estrangeiros do Congresso americano, em junho de 1985, disse que "a
comunidade muçulmana de hoje está perto de um bilhão. Este é um número
expressivo. Mas, para mim, é igualmente expressivo que o Islam hoje seja a
religião monoteísta que mais cresce no mundo. Devemos ter isto em conta. Alguma
coisa está certa acerca do Islam. Ele está atraindo uma boa quantidade de
pessoas". Sim, alguma coisa está certa acerca do Islam, e está na hora de
encontrá-la. Espero que este estudo seja um passo nesta direção. www.ccib.org.br. Abraço. Davi
Nenhum comentário:
Postar um comentário