Confucionismo.
www.https//rt.br. OS ANALECTOS – LIVRO
XVIII. 1. O visconde de Wei abandonou-o, o visconde de Chi tornou-se um escravo
por sua causa e Pi Kan perdeu a vida por protestar contra ele. [193] Confúcio
comentou: “Havia três homens benevolentes na dinastia Yin”. 2. Liu Hsia Hui foi
demitido três vezes quando era um magistrado. Alguém disse: “Não é hora de você
ir embora?”. “Se, a serviço de alguém, um homem não está preparado para fazer o
Caminho se dobrar, onde ele poderá ir sem ser demitido três vezes? Se, a
serviço de alguém, um homem está preparado para dobrar o Caminho, que
necessidade há de abandonar a terra de seu pai e sua mãe?” 3. Refletindo sobre
como deveria tratar Confúcio, o duque Ching de Ch’i disse: “Não posso tratá-lo
de forma tão exaltada quanto a que é dispensada para a família Chi”. [194]
Então ele o colocou em algum lugar entre os Chi e os Meng [195] , dizendo:
“Estou ficando velho. Receio não ser capaz de aproveitar os talentos dele”.
Confúcio foi embora. 4. Os homens de Ch’i enviaram de presente moças cantoras e
dançarinas. Chi Huan Tzu aceitou-as e não foi à corte durante três dias.
Confúcio foi embora. 5. Chieh Yü, o Louco de Ch’u, passou por Confúcio,
cantando Fênix, oh, fênix! Como vossa virtude declinou! O que é passado não
pode ser recuperado, O que está por vir ainda não está perdido. Desista,
desista! Perigoso é o fardo dos oficiais de hoje. Confúcio desceu de sua carruagem
com intenção de falar-lhe, mas o Louco evitou-o, fugindo, e no final das contas
Confúcio não pôde falar com ele. 6. Ch’ang Chü e Chieh Ni estavam arando
juntos, alinhados como uma parelha. Confúcio passou por eles e mandou que
Tzu-lu perguntasse onde estava o rio. Ch’ang Chü disse: “Quem é aquele, tomando
conta da carruagem?”. [196] Tzu-lu disse: “É K’ung Ch’iu”. “Então, ele deve ser
o K’ung Ch’iu de Lu.” “Sim, é.” “Então, ele não precisa perguntar onde está o
rio.” Tzu-lu perguntou a Chieh Ni. Chieh Ni disse: “Quem é você?”. “Sou Chung
Yu.” “Então deve ser o discípulo de K’ung Ch’iu de Lu?” Tzu-lu respondeu:
“Sou”. “Em todo o Império, os homens são sempre iguais. Com quem você [197]
poderia trocar de lugar? Além disso, para seu próprio bem, não seria melhor se,
em vez de seguir um cavalheiro que continua fugindo dos homens [198] , você
seguisse um que foge do mundo, simplesmente?” [199] Tudo isso enquanto
continuava arando, incessantemente. Tzu-lu foi e reportou a Confúcio o que foi
dito. O Mestre ficou perdido em pensamentos durante algum tempo e disse: “Um
homem não pode associar-se a pássaros e animais. Por acaso não sou membro da
raça humana? A quem, então, deveria eu me associar? Enquanto o Caminho se
encontrar no Império, não trocarei de lugar com aquele homem”. 7. Tzu-lu,
quando viajava junto [com Confúcio], foi ficando para trás. Ele encontrou um
velho, carregando um cesto em uma vara sobre os ombros. Tzu-lu perguntou: “O
senhor viu meu Mestre?”. O velho disse: “Você parece não ter caminhado com os
próprios pés nem parece capaz de distinguir um tipo de grão do outro. Quem pode
ser o seu Mestre?”. Ele apoiou a sua vara no chão e começou a capinar. Tzu-lu
ficou parado, em pé, com as mãos respeitosamente uma contra a outra, em concha.
O velho convidou Tzu-lu para passar a noite. Matou uma galinha, preparou um
pouco de painço para a visita comer e apresentou a ele seus dois filhos. No dia
seguinte, Tzu-lu retomou seu caminho e relatou essa conversa. O Mestre disse:
“Ele deve ser um eremita”. Mandou Tzu-lu de volta para falar novamente com ele.
Quando Tzu-lu chegou, o velho tinha ido embora. Tzu-lu comentou: “Não tomar
parte na vida pública é ignorar os próprios deveres. Nem mesmo os deveres entre
velhos e jovens podem ser deixados de lado. Como, então, podem os deveres entre
governante e súdito ser deixados de lado? Isso causará confusão nas relações
humanas mais importantes simplesmente porque alguém deseja manter a sua
personalidade intocada. O cavalheiro aceita um cargo oficial para cumprir seu
dever. Quanto a colocar o Caminho em prática, ele sabe o tempo todo que é uma
causa perdida”. [200] 8. Homens que se retiraram da sociedade: Po Yi, Shu Ch’i,
Yü Chung, Yi Yi, Chu Chang, Liu Hsia Hui, Shao Lien. O Mestre comentou: “Não
abrir mão dos seus propósitos nem permitir que fossem humilhados: isso
descreve, talvez, Po Yi e Shu Ch’i. Sobre Liu Hsia Hui e Shao Lien ele disse:
“Eles, de fato, abriram mão dos seus propósitos e se permitiram ser humilhados,
mas suas palavras eram condizentes com sua postura, e suas ações eram
discretas. Isso é tudo”. Sobre Yü Chung e Yi Yi ele disse: “Eles deram plena
vazão às próprias palavras enquanto viviam como eremitas, mas tinham um caráter
imaculado e mostraram juízo ao aceitarem sua demissão. Eu, entretanto, sou
diferente. Não tenho preconceitos quanto ao que deve e ao que não deve ser
feito”. 9. Chih, o grande músico, partiu para Ch’i; Kan, músico do segundo
banquete, partiu para Ch’u; Liao, músico do terceiro banquete, partiu para
Ts’ai; Ch’üe, músico do quarto banquete, partiu para Ch’in; Fang Shu, o tocador
de tambor, cruzou o rio; Wu, tocador de pandeiro, cruzou o rio Han; Yang, o
substituto do grande músico, e Hsiang, que tocava os sinos de pedra, cruzaram o
mar. 10. O duque de Chou disse para o duque de Lu [201] : “O cavalheiro não
trata displicentemente aqueles que lhe são próximos, tampouco dá a seus altos
oficiais oportunidade para reclamar de que a opinião deles não foi ouvida.
Amenos que haja razões graves, ele não abandona oficiais de longa carreira. Ele
não espera perfeição de ninguém”. [202] 11. Havia oito cavalheiros na dinastia
Chou: Po Ta, Po K’uo, Chung T’u, Shu Yeh, Shu Hsia, Chi Sui e Chi K’uo. www.https//rt.br. Abraço. Davi.
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