segunda-feira, 5 de outubro de 2020

OS ANALECTOS - LIVRO XVIII

 

Confucionismo. www.https//rt.br. OS ANALECTOS – LIVRO XVIII. 1. O visconde de Wei abandonou-o, o visconde de Chi tornou-se um escravo por sua causa e Pi Kan perdeu a vida por protestar contra ele. [193] Confúcio comentou: “Havia três homens benevolentes na dinastia Yin”. 2. Liu Hsia Hui foi demitido três vezes quando era um magistrado. Alguém disse: “Não é hora de você ir embora?”. “Se, a serviço de alguém, um homem não está preparado para fazer o Caminho se dobrar, onde ele poderá ir sem ser demitido três vezes? Se, a serviço de alguém, um homem está preparado para dobrar o Caminho, que necessidade há de abandonar a terra de seu pai e sua mãe?” 3. Refletindo sobre como deveria tratar Confúcio, o duque Ching de Ch’i disse: “Não posso tratá-lo de forma tão exaltada quanto a que é dispensada para a família Chi”. [194] Então ele o colocou em algum lugar entre os Chi e os Meng [195] , dizendo: “Estou ficando velho. Receio não ser capaz de aproveitar os talentos dele”. Confúcio foi embora. 4. Os homens de Ch’i enviaram de presente moças cantoras e dançarinas. Chi Huan Tzu aceitou-as e não foi à corte durante três dias. Confúcio foi embora. 5. Chieh Yü, o Louco de Ch’u, passou por Confúcio, cantando Fênix, oh, fênix! Como vossa virtude declinou! O que é passado não pode ser recuperado, O que está por vir ainda não está perdido. Desista, desista! Perigoso é o fardo dos oficiais de hoje. Confúcio desceu de sua carruagem com intenção de falar-lhe, mas o Louco evitou-o, fugindo, e no final das contas Confúcio não pôde falar com ele. 6. Ch’ang Chü e Chieh Ni estavam arando juntos, alinhados como uma parelha. Confúcio passou por eles e mandou que Tzu-lu perguntasse onde estava o rio. Ch’ang Chü disse: “Quem é aquele, tomando conta da carruagem?”. [196] Tzu-lu disse: “É K’ung Ch’iu”. “Então, ele deve ser o K’ung Ch’iu de Lu.” “Sim, é.” “Então, ele não precisa perguntar onde está o rio.” Tzu-lu perguntou a Chieh Ni. Chieh Ni disse: “Quem é você?”. “Sou Chung Yu.” “Então deve ser o discípulo de K’ung Ch’iu de Lu?” Tzu-lu respondeu: “Sou”. “Em todo o Império, os homens são sempre iguais. Com quem você [197] poderia trocar de lugar? Além disso, para seu próprio bem, não seria melhor se, em vez de seguir um cavalheiro que continua fugindo dos homens [198] , você seguisse um que foge do mundo, simplesmente?” [199] Tudo isso enquanto continuava arando, incessantemente. Tzu-lu foi e reportou a Confúcio o que foi dito. O Mestre ficou perdido em pensamentos durante algum tempo e disse: “Um homem não pode associar-se a pássaros e animais. Por acaso não sou membro da raça humana? A quem, então, deveria eu me associar? Enquanto o Caminho se encontrar no Império, não trocarei de lugar com aquele homem”. 7. Tzu-lu, quando viajava junto [com Confúcio], foi ficando para trás. Ele encontrou um velho, carregando um cesto em uma vara sobre os ombros. Tzu-lu perguntou: “O senhor viu meu Mestre?”. O velho disse: “Você parece não ter caminhado com os próprios pés nem parece capaz de distinguir um tipo de grão do outro. Quem pode ser o seu Mestre?”. Ele apoiou a sua vara no chão e começou a capinar. Tzu-lu ficou parado, em pé, com as mãos respeitosamente uma contra a outra, em concha. O velho convidou Tzu-lu para passar a noite. Matou uma galinha, preparou um pouco de painço para a visita comer e apresentou a ele seus dois filhos. No dia seguinte, Tzu-lu retomou seu caminho e relatou essa conversa. O Mestre disse: “Ele deve ser um eremita”. Mandou Tzu-lu de volta para falar novamente com ele. Quando Tzu-lu chegou, o velho tinha ido embora. Tzu-lu comentou: “Não tomar parte na vida pública é ignorar os próprios deveres. Nem mesmo os deveres entre velhos e jovens podem ser deixados de lado. Como, então, podem os deveres entre governante e súdito ser deixados de lado? Isso causará confusão nas relações humanas mais importantes simplesmente porque alguém deseja manter a sua personalidade intocada. O cavalheiro aceita um cargo oficial para cumprir seu dever. Quanto a colocar o Caminho em prática, ele sabe o tempo todo que é uma causa perdida”. [200] 8. Homens que se retiraram da sociedade: Po Yi, Shu Ch’i, Yü Chung, Yi Yi, Chu Chang, Liu Hsia Hui, Shao Lien. O Mestre comentou: “Não abrir mão dos seus propósitos nem permitir que fossem humilhados: isso descreve, talvez, Po Yi e Shu Ch’i. Sobre Liu Hsia Hui e Shao Lien ele disse: “Eles, de fato, abriram mão dos seus propósitos e se permitiram ser humilhados, mas suas palavras eram condizentes com sua postura, e suas ações eram discretas. Isso é tudo”. Sobre Yü Chung e Yi Yi ele disse: “Eles deram plena vazão às próprias palavras enquanto viviam como eremitas, mas tinham um caráter imaculado e mostraram juízo ao aceitarem sua demissão. Eu, entretanto, sou diferente. Não tenho preconceitos quanto ao que deve e ao que não deve ser feito”. 9. Chih, o grande músico, partiu para Ch’i; Kan, músico do segundo banquete, partiu para Ch’u; Liao, músico do terceiro banquete, partiu para Ts’ai; Ch’üe, músico do quarto banquete, partiu para Ch’in; Fang Shu, o tocador de tambor, cruzou o rio; Wu, tocador de pandeiro, cruzou o rio Han; Yang, o substituto do grande músico, e Hsiang, que tocava os sinos de pedra, cruzaram o mar. 10. O duque de Chou disse para o duque de Lu [201] : “O cavalheiro não trata displicentemente aqueles que lhe são próximos, tampouco dá a seus altos oficiais oportunidade para reclamar de que a opinião deles não foi ouvida. Amenos que haja razões graves, ele não abandona oficiais de longa carreira. Ele não espera perfeição de ninguém”. [202] 11. Havia oito cavalheiros na dinastia Chou: Po Ta, Po K’uo, Chung T’u, Shu Yeh, Shu Hsia, Chi Sui e Chi K’uo. www.https//rt.br. Abraço. Davi.

Nenhum comentário:

Postar um comentário