Saúde.
Por Theo Ruprecht, Ana Cosssermelli e Cassio Bittencourt. VINTE E TRÊS
CONQUISTAS CONTRA O CÂNCER. Fomos ao maior congresso de oncologia do mundo e
trouxemos na bagagem avanços que põem a humanidade mais perto da vitória diante
de vários tipos da doença. 1. UM SUPER EXÉRCITO
NO SEU CORPO. Tratamento ainda em fase de teste. Entre os mais de 5.800
estudos apresentados na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia
(ASCO, na sigla em inglês), ganharam destaque os experimentos focados nas CAR T
Cells. “É talvez a novidade mais importante deste ano”, conta o médico Sérgio
Simon, diretor do Centro Paulista de Oncologia. Por meio desse tratamento,
células de defesa do paciente recebem, no laboratório, um receptor específico
para se ligarem depois ao câncer. “As CAR T Cells reconhecem tumores que antes
passavam despercebidos pelo sistema imune”, esclareceu em palestra o
hematologista David Porter, da Universidade da Pensivânia – EUA. Em tese, daria
pra adicionar receptores nas nossas tropas celulares segundo traços de cada
inimigo – o que abre portas para testar o procedimento em inúmeros tipos da
doença. Mas: esse batalhão de elite se replica dentro do corpo, o que traria
proteção prolongada. Em trabalhos com leucemia aguda resistente à terapia
tradicional, chegou-se a observar uma resposta completa em 94% dos casos. Mas
ainda é necessário muito esforço para, acima de tudo, minimizar seus efeitos
colaterais, um tanto penosos. TROPA MODIFICADA GENETICAMENTE. Como atuam os CAR
T Cells. Linfócito = x antígeno x = Célula maligna. NAS SOMBRAS. Os linfócitos
T, que compõem nossas defesas, deixam células malignas em paz por não se
ligarem aos antígenos delas. Receptor. SOLDADO MUTANTE. Linfócitos T são
extraídos da pessoa, ganham um receptor para o antígeno tumoral via engenharia
genética e, então, são reinseridos no corpo. ATAQUE SEM PERDÃO. Com o novo
receptor, as unidades defensivas se ligam ao oponente e o destroem. 2. GOLPE
DUPLO EM UM CÂNCER INFANTIL. Método usado (ou que poderia ser usado) aqui. Para
enfrentar o neuroblastoma (tumor em forma de pilhas de nervo) de alto risco,
que afeta células nervosas fora da cabeça, recorre-se ao transplante autólogo –
ele consiste em extrair a medula óssea da criança, dar uma químio potente e
reinserir a mesmíssima medula. “É um jeito de sermos agressivos sem destruí-la”,
diz Neysimélia Villela, oncopediatra do Hospital do Câncer de Barretos, no
interior de São Paulo – Brasil. Pois o Grupo de Oncologia Infantil dos EUA
avaliou um transplante autólogo duplo, ou seja, a técnica foi repetida semanas
depois. Ai, 61% dos pequenos ficaram sem complicações em três anos, ante 48% do
grupo do método padrão. Isso sem mais reações adversas. 3. TERAPIA DE CHOQUE.
Terapia disponível só em outros países. Alguns pacientes americanos já passam
horas por dia com eletrodos na cabeça
que criam um campo elétrico capaz de frear o glioblastoma (tumor de que
desenvolve na área cerebral podendo atingir a medula) mais perigoso. O aparelho
(da Novocure) fez subir de 29 para 43% a sobrevivência após dois anos. “O
resultado impressiona, porém o tratamento é caríssimo”, pondera Roberto
Abramoff, oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo – Brasil.
4. ENFIM, UMA BOA NOVA PARA A BEXIGA. Terapia disponível só em outros países.
Desde a década de 1970, tratava-se o tumor da bexiga do mesmo jeito: com
químio. Mas o cenário vem mudando com o atezolizumabe, um remédio da Roche que
faz o sistema imunológico identificar a doença e ataca-la. Numa pesquisa da
Universidade de Nova Iorque – EUA, ele aumentou significativamente a sobrevida
dos pacientes. “E é mais bem tolerado do que quimioterápicos”, garante Arjun
Balar, autor do trabalho. 5. UM FREIO NO MIELOMA MÚLTIPLO. Terapia disponível
só em outros países. Ainda sem chance de cura, esse câncer da medula óssea ao
menos vem sendo contido com fármacos inovadores. Um dos mais comentados no
encontro da ASCO foi o daratumumabe, da Janssen. “Ele mira uma molécula
presente na maioria dos mielomas múltiplos, a CD-38”, diz Vania Hungria,
hematologista da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Seu uso baixou o
risco de progressão em 70%. 6. FEITIÇO CONTRA O FEITICEIRO. Método já usado (ou
que poderia ser usado) aqui. Uma célula normal se converte para o lado negro da
Força a partir de mutações no seu DNA. E essa transformação tende a se
desenvolver só quando uma parcela das moléculas que reparam estragos no código
genético para de funcionar. Mas o curioso é que, graças a isso, o câncer passa
a depender (muito) de uns poucos mecanismos de reparo do genoma para
simplesmente não implodir. Daí vai a sacada: que tal criar uma medicação com a
capacidade de inibir uma dessas vias e, assim, fazer o DNA do adversário se
desfazer por completo? Pois esse comprimido já foi desenvolvido e aprovado nos
Estados Unidos e na Europa para combater tumores de ovário – é o olaparibe, da
AstraZeneca. “Temos mulheres que estão se beneficiando dessa terapia há mais de
cinco anos, o que é um ganho enorme para um tipo agressivo e carente de
terapia”, diz o oncologista Charlie Gourley, da escocesa Universidade de
Edimburgo. A animação é tanta que a droga vem sendo avaliada em mama, próstata,
pâncreas (...). E outras com ação parecida estão pipocando no mercado. GENOMA
EM RUÍNAS. Cientistas usaram uma arma do rival contra ele mesmo, as enzimas
consertando anomalias. MANUTENÇÃO ADEQUADA. O DNA sofre danos todo dia. Mas
enzimas consertam as anomalias, evitando mutações. FALTA DE MÃO DE OBRA. Às
vezes, parte dessas partículas sai de cena. Aí, alterações não reparadas podem
originar um câncer. SEM QUALQUER REMENDO. Só que, para manter seu DNA
funcional, o tumor também se vale de uma ou outra enzima. O olaparibe bloqueia
uma delas – a PARP – o que desmantela o mal. 7. QUIMIOTERAPIA REPAGINADA.
Método já usado (ou que poderia ser usado) aqui. Ela existe desde a primeira
metade do século XX e nem por isso parou no tempo. No congresso da ASCO, novas
substâncias, combinações e formas de aplicação foram abordadas, ilustrando como
uma velha tática pode render frutos. Um levantamento canadense mostra que a
químio intraperitoneal – injetada na barriga – em união com a versão
tradicional (intravenosa) reduziu de 42 para 23% a quantidade de pacientes que
viram seu tumor de ovário seguir em progressão por nove meses. 8. ALVO CERTO EM
TUMORES GÁSTRICOS. Tratamento ainda em fase de testes. Esse tipo é o quinto
mais comum – e temos poucas opções para vencer os casos resistentes. Eis que
surge o IMAB362, princípio ativo da farmacéutica Ganymed, que mira a proteína
claudin18.2. “Como ela é abundante em cânceres gástricos, estimo que metade das
pessoas em estágio avançado é candidata ao tratamento”, calcula o oncologista
Salah Al Batran, do Nordwest Hospital, na Alemanha. Nos testes, a sobrevida de
alguns pacientes subiu de 8 para 13 meses com a adição do IMAB362. 9. RARO,
PORÉM NÃO MAIS NEGLIGENCIADO. Método já usado (ou que poderia ser usado) aqui.
“Até pouco tempo, medíamos a sobrevida de gente com GIST disseminado, um tipo
raro de tumor gastrointestinal, em meses”, lembra-se Rui Weschenfelder,
oncologista do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre. “Hoje, não é difícil
vê-los vivendo cinco anos”, diz. A mudança se deve à terapia alvo, classe de
remédios, precisos que foi inaugurada, nesse tipo da doença, com o imatinibe,
da Novartis. Depois chegou o sunitinibe (Pfizer) e, agora no Brasil, o
regorafenibe (Bayer), outro destaque na ASCO. 10. REVOLUÇÃO PELO PÂNCREAS.
Método já usado (ou que poderia ser usado) aqui. Um exemplo de como ajustes na
químio fazem uma baita diferença vem do Grupo Europeu de Estudos sobre Câncer
Pancreático. Em um experimento com participantes submetidos à cirurgia para
remoção desse tumor – o terceiro mais letal – 107 seguiram a estratégia padrão
de receber gencitabina, da Eli Lilly, para aniquilar unidades maléficas
remanescentes. Já outros 109 também tomaram a capecitabina, um quimioterápico
de uso oral da Roche. Após cinco anos, 16% da primeira turma não morreu,
enquanto 29% da segunda seguiu viva. É um número baixo, só que quase duas vezes
maior que o anterior. “A descoberta é valiosa, porque mostra como a combinação
de agentes citotóxicos dá uma chance maior de sobrevivência sem acrescentar
reações colaterais”, conclui John Neoptolemos, um dos responsáveis pela
investigação. UMA PEQUENA GRANDE DIFERENÇA. A combinação de duas drogas quase
dobrou o índice de sobrevivência. Combinação de quimiotepáticos (gencitabina
mais capecitabina). 11. CAVALO DE TRÓIA ANTICÂNCER. Tratamento ainda em fase de
testes. Diz a lenda que, após anos protegendo as muralhas de sua cidade, os
troianos viram os gregos recuarem, deixando para trás somente um enorme cavalo
de madeira – a oferenda foi vista como sinal de trégua. Ao levarem-no para o
interior de seus muros, foram surpreendidos com inimigos saindo desse “presente
de grego”, o que culminou na derrota de Troia. Guardadas as devida proporções,
é essa a lógica do Rova-T, fármaco criado pela Stemcentrx. “Ele se ancora em
uma molécula do tumor chamada DLL3 e, então, libera um veneno potente”, ensina
o oncologista Antônio Carlos Buzaid, chefe do Centro Oncológico Antônio Ermírio
de Moraes, na capital paulista. A promessa possibilita dar um pancada no alvo
sem afetar o resto do corpo. Em dados preliminares, ela brecou o crescimento de
um tipo de câncer de pulmão com alta expressão de DLL3 em 89% dos casos.
PORTEIRA ABERTA. O Rova-T se liga à DLL3 , proteína da superfície do câncer,
para então abrir suas comportas e injetar, dentro da célula tumoral, um
citotóxico poderosíssimo. 12. UM APLICATIVO TÃO EFICAZ QUANTO REMÉDIOS DE
ÚLTIMA GERAÇÃO. Tratamento ainda em fase de teste. Qualquer tática que suba o
índice de sobrevivência de 49 para 75% em um ano entre vítima de câncer de
pulmão avançado seria pra lá de comemorada. É esse o poder de um app online,
ainda em desenvolvimento, que chamou atenção em meio a tantos medicamentos na
reunião da ASCO. Não tem segredo: ele pede para o sujeito reportar semanalmente
a intensidade de 12 sintomas e, sozinho, identifica alterações suspeitas no
quadro, avisando um profissional. “Introduzimos uma era na qual o paciente dá
um feedback contínuo”, diz Fabrice Denis, médico envolvido no projeto, do
Instituto Interregional de Cancerologia, na França. O oncologista Stephen
Stefani, do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre – Brasil, dá outra boa
notícia: “Estamos trabalhando num programa similar que deve estar disponível
ano que vem por aqui”. PORTEIRA ABERTA. O Rava-T se liga à DLL3, proteína da
superfície do câncer, para então abrir suas comportas e injetar, dentro da
célula tumoral, um citotóxico poderosíssimo. Taxa de sobrevivência dos
pacientes que usaram o aplicativo 75%. Taxa de sobrevivência dos que seguiram o
atendimento padrão 49%. 13. EXAMES SIMPLES E MAIS PRECISO PARA A PRÓSTATA.
Tratamento ainda em fase de teste. O câncer que se instala nessa glândula faz
aumentar a produção de uma proteína o PSA. Desse achado surgiu um teste
sanguíneo capaz de flagrá-la e que ganhou o mundo na década de 1990. Contudo, o
tempo mostrou que, isolado, esse método não pega uma parcela considerável de
tumores agressivos e, na contramão, capta em excesso os indolentes, que podem
dispensar tratamento. Tanto que, até hoje, nenhum estudo ligou o rastreamento
populacional com PSA a uma menor mortalidade. “Gastar recursos com um exame que
acaba submetendo alguns homens a
procedimento com efeitos colaterais sem aumentar a chance de cura é algo
questionável”, afirmou em uma aula o epidemiologista Henrik Gronberg, do
Instituto Karolinska, na Suécia. O médico anunciou os resultados de uma
pesquisa com um novo teste feito por sua equipe, o Stockholm-3, que usa vários
marcadores tumorais e varáveis clínicas. “Ele é mais barato e eficaz que o PSA.
E estará disponível em Estocolmo a partir de setembro”, revela. VIRTUDES EM
NÚMEROS. As vantagens do Stockholm-3 em relação ao PSA. 27% menos diagnóstico
de tumores indolentes, que em geral não exigem tratamento. 55% de redução em
biópsias desnecessárias. Vale lembrar que a operação pode levar à impotência. A
GRANDE VANTAGEM. O exame Stockholm-3 conseguiu detectar parte dos cânceres de
próstata agressivos que passaram batido pelo PSA. 14. PARA ALÉM DA LOCALIZAÇÃO.
Método já usado (ou que poderia ser usado) aqui. O pembrolizumabe, princípio
ativo do MSD, destacou-se em 2016 por, entre outras coisas, trazer bons
resultados diante de tumores de pulmão. Mas as melhores respostas foram vistas
em gente cuja doença tinha alta taxa da proteína PD-1 – na ausência dela, o
poder da droga era similar à químio. Ou seja, a escolha da terapia certa
depende cada vez mais de traços moleculares do tumor e menos do local. 15.
BIÓPSIA SEM CORTE. Método já usado (ou que poderia ser usado) aqui. Para
vislumbrar o perfil molecular de um câncer, é preciso tirar um pedaço dele, o
que pode ser uma baita chateação em quem se submete à técnica repetidas vezes
para saber a evolução do quadro. Daí porque cientistas da Universidade da
Califórnia – EUA compararam biópsias normais a outras feitas com simples
amostras de sangue de sangue. “A acurácia foi parecida. Isso põe a biópsia
líquida como opção de acompanhamento”, diz Philip Mack, autor da experiência. A
ERA DAS COMBINAÇÕES. Método já usado (ou que poderia ser usado) aqui.
Homenageado por suas contribuições na oncologia, Paul Bunn, da Universidade do
Colorado – EUA, fez uma ressalva em seu discurso: “Um remédio sozinho
dificilmente vai curar um câncer”. Não à toa, ganham força as alianças farmacológicas.
Exemplo: juntos, nivolumabe e ipilimumabe ( da Bristol), acarretam uma resposta
duas vezes maior para um tumor de pulmão do que o uso isolado do primeiro. 17.
MAIS TEMPO PARA A HOMONIOTERAPIA. Método
já usado (ou que poderia ser usado) aqui. É comum mulheres tomarem
pílulas que bloqueiam a ação de hormônios femininos por cinco anos após o
câncer de mama ter sumido dos radares. Mas um estudo da Universidade Harvard –
EUA, indica que ampliar o tempo para uma década derruba em mais 34% o risco de
recorrência. “Ele reforça um protocolo já adotado em mulheres de alto risco.
Contudo, reações adversas, como secura vaginal, precisam ser debatidas”, diz
Buzaid. 18. ABAIXO A RESISTÊNCIA. Terapia disponível só em outros países.
Certos tumores de mama conseguem driblar os efeitos da hormonioterapia. A
ciência não se contentou com isso e elaborou o palbociclibe (Pfizer), que, além
de abalar a divisão celular das células cancerosas, atua em seus receptores de
estrogênio, contribuindo para que não se tornem resistentes. Em um pesquisa, a
união dessa molécula com um anti hormônio aumentou o tempo de vida sem
reincidência do mal. E ela é bem pouco tóxica. 19. MENOS CORTES MESMA EFICÁCIA.
Método já usado (ou que poderia ser usado) aqui. Aquelas cirurgias radicais e
mutiladoras estão virando história. Quer prova? Uma investigação de entidades
americanas com 891 voluntárias demonstrou que uma operação contra nódulos de
mama que preserva mais a região das axilas não culmina em maior risco de
recidiva (reincidência) após dez anos. “A vantagem é que ela minimiza
limitações de movimento do braço”, informa Simon. 20. QUEM TEM QUE SOFRER É O
CÂNCER. Método já usado (ou que poderia ser usado) aqui. Tolerar o tratamento é
o primeiro passo para seguir com ele pelo período necessário. É com base nessa
lógica que a contenção das reações nos encontros da ASCO. Um trabalho da
Universidade da Califórnia, por exemplo, revela que o simples gargarejo com um
tipo de corticoide previne feridas na boca causadas por alguns medicamentos.
21. CORAÇÃO RESGUARDADO. Sabe-se há tempos que a químio agride o músculo
cardíaco. E mesmo as classes modernas das drogas resultam nesse efeito adverso.
“Umas elevam o risco de fibrilação atrial”, exemplificou numa aula Javid
Moslehi, cardio-oncologista da Universidade Vanderbilt – Neshville – Tennessee
– EUA. O interessante é que, segundo ele, conter tais problemas cedo não os
deixa virarem crônicos. “PARA VENCER O CÂNCER,
PRECISAMOS DE MAIS ABERTURA DE INFORMAÇÕES CIENTÍFICAS. MAIS ABERTURA
PARA COLABORAÇÕES. E, ACIMA DE TUDO, MAIS ABERTURA DE MENTES”. Joe Biden atual
Vice Presidente dos Estados Unidos da era Obama. 22. OPÇÃO ACESSÍVEL. Terapia
disponível só em outros países. As drogas biológicas são tão revolucionárias
quanto caras. É ai que entram os biossimilares. “Eles têm ação parecida com as
originais e são mais baratas”, resume Simon. Em estudo da Universidade da
Califórnia, o MYL-14010 (da Mylan), biossimilar do trastuzumabe (Roche), exibiu
eficácia igual em voluntárias com um tumor na mama. “Achados assim são vitais
para dar segurança na hora da prescrição”, conta a hematologista Hope Rugo, que
conduziu o teste. 23. JUNTOS, VAMOS SUPERAR O CÂNCER. Tratamento ainda em fase
de testes. Um dos pontos altos da reunião da ASCO foi o discurso de Joe Biden,
vice-presidente dos Estados Unidos, que perdeu um filho por causa de um tumor
cerebral. “O desconhecido é ameaçador. Eu e minha família fizemos de tudo para
aprender mais sobre a enfermidade contra a qual meu filho lutava. Acreditamos
nos melhores doutores para explicar o desconhecido para a gente (...). Ai notei
que ninguém acharia uma resposta sozinho”, proferiu. Biden coordena um projeto
bilionário que, entre outras coisas, pretende erradicar o câncer apostando no
compartilhamento total de informações científicas a respeito dessa doença.
Segundo ele, pesquisadores, universidades e empresas têm que disponibilizar
todos os dados de suas descobertas para não perdermos tempo com estudos
redundantes ou que trazem pouco benefício real. É um desafio sem precedentes –
até porque mexe com interesses comerciais enormes. Mas o fato de ser encarado
pelo governo americano é um bom sinal. “Imaginem se todos trabalhássemos
juntos. Imaginem”! Revista Saúde. Julho de 2016. Abraço. Davi.
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